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COOPERATIVA DE EXPLORAÇÃO ARTESANAL E SEMI-INDUSTRIAL DE

DIAMANTES AMIZADE BRILHANTE-SCRL

PLANO DE PROSPECÇÃO E INVESTIGAÇÃO


GEOLÓGICA

Lunda Norte 2020


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PLANO DE PROSPECÇÃO E INVESTIGAÇÃO
GEOLÓGICA

Elaorado por:

Engenheiro de minas Técnico de Geologia


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João Manuel Lucamba Candom António Mafuta

Lunda Norte 2020

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CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO

A proximidade ao Cratão do Congo juntamente com diversos episódios


tectónicos, alguns dos quais associados à abertura do Atlântico Sul e às
erupções kimberlíticas ocorrentes no Cretácico, conferiram a Angola, em
especial ao NE do seu território, um elevado potencial diamantífero. O volume
de pedras recuperado e a sua qualidade, fazem de Angola um país importante
no mercado mundial de diamantes. Angola tem todas as condições para
manter esta posição de mercado devido à existência de áreas por explorar e
outras que carecem de estudos geológicos e geomorfológicos mais detalhados.
Em Angola, uma parte significativa dos diamantes explorados provém de
depósitos aluvionares ou secundários. Estes depósitos concentram diamantes
de pequena dimensão, mas com elevada qualidade. Os diamantes estão
contidos em camadas de cascalho que ocorrem associadas às redes
hidrográficas antigas e atuais, e encontram-se geralmente cobertos por
camadas detríticas aluvionares (areias e siltes). A presença de diamantes
nestes depósitos está associada a processos de transporte, deposição e
remobilização, a sua ocorrência está disseminada por grandes regiões, o que
dificulta a avaliação destes recursos.

A revolução científica técnica na área de geología e mineração, que abarcado


durante décadas a todo o mundo, se manifiesta com aumento brusco do ritmo
de exploração e utilização da matéria-prima mineral. Por este motivo os
trabalhos de búsca, prospeção e avaliação geológica-económica de jazigos
minerais útiles, constitui uma das tarefas mais importantes nas empresas e
companinha geo-mineiras. Desta actividade o cálculo de reservas de minerais
útiles "in situ" joga um papel fundamental.

Propõe-se, a partir de observações de poços de amostragem, uma metodologia


3D para a modelação da morfologia e a estimação da quantidade de diamantes
(nº de pedras e peso total) por unidade de volume presentes em depósitos
aluvionares.

A metodologia combina técnicas de estimação e simulação sequencial de


forma a gerar um resultado compatível com o que é obtido nos poços de
sondagem.

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Para a validação dos resultados do modelo 3D com a metodologia proposta,
serão apresentados e comparados com os resultados a 2D obtidos com a
metodologia clássica. Na metodologia a 3D, a construção de um modelo
geológico das formações de estéril e cascalho de alta resolução permite
condicionar a estimação do número de pedras e quilates em profundidade com
a resolução espacial na vertical dos dados dos poços. Os resultados permitrão
apresentar tabelas de quantitativos, simples e condicionais, assim como
apresentar imagens de variação de quantidades e a lei de corte dos depósitos.
O que conduz a seguente formulação da investigação.

PROBLEMA CIENTÍFICO

Necessidade de realizar a prospeção para avaliar o potencial ecónimico do


deposito da CAB

OBJECTO DE ESTUDO

Metodos de estimação de recurso

OBJECTIVO GERAL

Avaliar o potencial ecónomico do deposito da CAB

CAMPO DE ACÇÃO

Depositos diamantifiros secundarios da CAB

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

I. Realizar a prospeção e analisar as amostras recolhidas


II. Estudar os métodos de estimação de recursos
III. Determinar o volume de estéril e de cascalho a ser extraído
IV. Determinar a quantidade de pedras de diamantes e os quilates contído
nos depósito.
V. Avaliar o potencial ecónomico dos depositos

HIPÓTESES

Se, se realiza a prospeção, analisa-se as amostras e conhecendo o metódo de


estimação de recurso então é possível determinar o volume de estéril e de

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cascalho a serem extraídos, a quantidade de pedras de diamantes e quilates
dos depósitos e avaliar o potencial economico dos depósitos.

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CAPÍTULO II - PROSPEÇÃO E PESQUISA DE DIAMANTES

As actividades de prospeção e pesquisa de diamantes dentro do plano de


trabalho a realizar pela Cooperativa Amizade Brilhante, têm como objetivo a
procura deliberada e orientada de depósitos exploráveis de diamantes. Já que,
para que um depósito seja classificado como economicamente viável é
considerada suficiente a existência de uma relação, em peso, entre o mineral
diamante e o estéril. A prospeção de diamantes baseia-se na busca de
indicadores de ocorrência. Como foi referido anteriormente, todos os jazigos
diamantíferos formam-se com uma relação mais ou menos direta com
erupções kimberlíticas, com uma ou mais etapas intermédias de formações
detríticas, originadas a partir de outras por sucessivos ciclos erosivos. O
diamante é um mineral quimicamente estável e extremamente duro, sendo por
isso muito resistente aos ciclos erosivos descritos acima. Surge por isso, em
concentrações significativas nas formações detríticas originando desta forma
os depósitos secundários aluvionares. Após a definição das zonas
potencialmente diamantíferas passa-se à fase de pesquisa, cuja finalidade é
conhecer e definir a morfologia do jazigo, as variáveis que vão condicionar a
sua exploração e a quantificação de recursos / reservas. Nesta fase, são
realizados poços e/ou sondagens de grande diâmetro (1-2 metros), segundo
uma malha pré-definida.

As atividades da Cooperativa con respeito às fases de prospeção estará


dividido em:

1. Fase de reconhecimento – Trabalho ligeiro, que consistirá na procura e


recolha de elementos que transmitem uma ideia genérica da geologia da
região e que permite avaliar o seu interesse do ponto de vista
diamantífero. Para tal serão procurados afloramentos rochosos,
camadas de cascalho das quais a seram recolhidas amostras bem como
dos leitos dos cursos de água.
2. Fase de prospeção geral – Fase onde se pretenda fornecer dados
sobre a existência ou não de diamantes em áreas devidamente
localizadas. Serão definidos sectores de prospeção. Em cada sector, se
traçará uma linha base, estabelecida numa das margens.

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Seguidamente, se definirá linhas distanciadas para execução dos poços
de prospeção, e onde o espaçamento entre poços pode variar entre 50 a
100 m. Nestes poços se recolherá as amostras das camadas de
cascalho e se fará o tratamento das mostras de cada poço de forma
separadas.

3. Fase de prospeção sistemática – Terá início assim que forem


descobertos diamantes. As linhas de poços passaram a ter um
espaçamento menor equipavalente a metede do estabelicido na fase
anterior, caso esta fase revele continuidade da mineralização
diamantífera, os trabalhos passarão a ser mais detalhados ao apertar a
malha de abertura dos poços e cálculo de teores respetivos.

4. Fase de prospeção de desenvolvimento – Seguindo os trabalhos


realizados na fase anterior, a malha de execução passa a ter, linhas
espaçadas de 50 m e poços abertos com distâncias entre si de 60 m.

Relativamente aos depósitos secundários, se estabelece as seguintes


classificações:

a) Depósitos independentes da rede hidrográfica atual:


 Depósitos da Formação Calonda – deveram fornecer-se
indicações sobre os conglomerados basais (basalticas) e de
diferentes níveis conglomeráticos, a sua constituição e
estratificação, a forma dos componentes, a sua possível origem,
tamanho médio, cor, estado de alteração e ainda indicações
sobre a natureza das formações que recobriam os
conglomerados;
 Depósitos constituídos por mantos de cascalho e de areia
cascalhenta dos planaltos sobre os quais devam dar informações
semelhantes às do caso anterior;
 Aluviões de vertente.

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b) Depósitos relacionados com a antiga atividade de cursos de água:
 Depósitos de alto terraço – surgem entre 4 a 40 m em
relação ao nível da água;
 Aluviões das partes altas dos vales;
 Aluviões enchendo depressões profundas, sob a planície
aluvial;
 Aluviões das partes baixas do fundo do vale.
c) Depósitos relacionados, direta ou indiretamente, com a atividade
atual dos cursos de água:
 Cascalhos das margens e das ilhas;
 Cascalhos dos fundos dos leitos dos cursos de água.

Com os resultados da prospeção de desenvolvimento procederemos com


cálculo das reservas mineiras de cada depósito.

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2.2 ZONA DE ESTUDO “COOPERATIVA AMIZADE BRILHANTE”

O plano de estudo levado a cabo incidirá sobre o cálculo de recursos de


diamantes dos depósitos secundarios da Cooperativa amizade Brilhante,
localizada na Provincia da Lunda Norte no Munícipio do Capenda Camulemba.
A área de estudo (quarteirão Chilombo) tem a dimensão de 158km2 e é
envolvente um troço de 12.7 km do rio Cuango.

Para efetuar a campanha de prospeção será projetada uma linha base. Estas
linhas de base serão tendencialmente paralelas ao curso do río na qual estarão
conectadas as linhas de poços perpendiculares ao río. Ao longo das quais
serão realizados poços e delimitados sectores de exploração. Ja que os
depósitos aluviais diamantíferos ocorrem relacionados com a rede hidrográfica,
tanto a antiga como a atual. Os trabalhos se estenderão para conhecer as
variedades dos depósitos (actual leito do río, leziria, vale, terraço e colina)
existentes e a sua Formação (Calahari e Calonda).

DESCRIÇÃO DOS DEPÓSITOS SECUNDÁRIO

1. Leito: é o actual depósito do río


2. Lezíria: é o antigo leito do río
3. Vale: depósitos situados de baixo de encosta (debaixo de montanhas ou
entre duas montanha)
4. Terraço: depósitos situados apôs lezíria
5. Colina: depósito situado acima do terraço.
Relativamente as formações, só encontraremos dois tipos:
1. Formação calahari
2. Formação Calonda
Para cada poço serão disponibilizados, folha de excel (utilizados como Base de
Dados) com os seguintes itens: código do poço; código da linha de base;
coordenadas X, Y e Z; diâmetro e área do poço; espessuras de material
atravessado, fazendo distinção entre estéril e cascalho; rocha constituinte da
camada de base; número de pedras recuperadas por intervalo de cascalho;
peso total das pedras recuperadas; observações adicionais. A localização dos
poços deverão ser vista numa planta em papel à escala 1:1000 a localização
das linhas de base, poços e principais linhas de água (aluvial).

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2.3 CÁLCULO E ESTIMAÇÃO DE RECURSO DE CADA DEPÓSITO

Para procedermos os cálculos e aviliar a estimação dos recursos de cada


depósitodo se utilizará os métodos geoestatísticos recorrendo a algoritmos e/ou
técnicas classificadas como de estimação ou de simulação. Em ambos os
casos, os resultados serão apresentados sobre uma malha de blocos ou
células dispostas regularmente a 2D ou a 3D.

Para o desenvolvimento dos modelos morfológicos e de teores, trabalharemos


quatro variáveis regionalizadas distintas: duas morfológicas e duas de
quantidade / teor.

Para o modelo morfológico serão definidas duas variáveis: a espessura total de


estéril e a possança total de cascalho. Estas variáveis morfológicas serão
calculadas somando as espessuras parciais, quer de estéril quer de cascalho,
identificadas em cada poço.

Para o desenvolvimento dos modelos de teores se definirá, também, duas


variáveis: o número de pedras por unidade de volume de cascalho (m3) e o
peso (quilates) total de diamantes também por unidade de volume de cascalho
(m3).

2.4 APRESENTAÇÃO DE QUANTITATIVOS DOS RECURSOS

Uma vez realizada todos os procedimentos na efectuação do modelamento e o


cáclculo de estimação de recurso mediantes metódos geostadistico se elabora
a tabela com apresentação de quantitativos dos recursos com os principais
quantitativos relativos ao depósito em estudo: volumes de estéril e
cascalho, número de pedras e peso em quilates. Estes resultados seram
calculados com base nas observações (poços) e nos mapas estimados por
krigagem (modelo morfológico e de teores a 2D).

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Volume total de material a ser extraído
Variaveiss estimadas Valores médios de espessura (m) Estimativa do volume (m3)
Poços Krigagem Poços x m2 Krigagem
Espesura de estril xx Xx Xx xx
Possança de cascalho xx Xx Xx xx
Número de pedras de diamantes no depósito
Valores médios (# / m3) Nº pedras no depósito
Poços Krigagem Poços x m3 Krigagem
No de pedras xx Xx Xx xx
Peso quiiles no depósito
Valores médios (quilates / m3) Quilates no depósito
Poços Krigagem Poços x m3 Krigagem
Quilates xx Xx Xx xx

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