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VANTAGENS E DESVANTAGENS NA REABILITAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE


TUBULAÇÕES SUBTERRÂNEAS, UTILIZANDO OS MÉTODOS NÃO
DESTRUTIVOS (MND) EM COMPARAÇÃO À VALA CONVENCIONAL

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Patricia Azevedo de Oliveira


Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo (FATEC-SP)
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VANTAGENS E DESVANTAGENS NA REABILITAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE


TUBULAÇÕES SUBTERRÂNEAS, UTILIZANDO OS MÉTODOS NÃO
DESTRUTIVOS (MND) EM COMPARAÇÃO À VALA CONVENCIONAL

Patricia Azevedo de Oliveira¹


RESUMO
Todas as tecnologias sem valas oferecem várias vantagens sobre o método de
escavação a céu aberto na substituição e reparo de tubulações subterrâneas.
Algumas tecnologias sem vala, nas quais é necessária alguma escavação como parte
do sistema, ou seja, sliplining e pipe bursting, não oferecem o benefício completo das
vantagens que os métodos de não escavação oferecem, mas minimizam bastante o
custo de implementação de sistemas ambientais; e fatores de controle de segurança,
reduzindo também os impactos nos custos sociais.

Palavras-chave: infraestrutura urbana, tecnologia sem vala, saneamento,


reabilitação de tubulações, tecnologia sustentável.

ABSTRACT
All trenchless technologies offer several advantages over the open excavation method
of replacing and repairing underground pipelines. Some technologies without a trench,
in which some excavation is required as part of the system, that is, Sliplining and pipe
bursting, do not offer the full benefit of the advantages that non-excavation methods
offer, but greatly minimize the cost of implementing environmental systems; and safety
control factors, also reducing impacts on social costs.

Keywords: urban infrastructure, trenchless, sanitation, pipe rehabilitation, sustainable


technology.

1. INTRODUÇÃO

Todos os anos, municípios, instituições etc. se veem com a necessidade de


atualizar, reabilitar/reparar ou expandir sua infraestrutura. A parte principal dessa
infraestrutura inclui os sistemas de utilidade pública que são compostas por redes de
água, esgoto sanitário, água pluvial e tubulações de gás; que estão entre os motivos
¹ Pós-graduação em Engenharia de Infraestrutura Urbana do Complexo Educacional FMU.
RA 3423753 Contato: azevedo_patricia@outlook.com
2

mais comuns para a reabilitação sem valas em bairros residenciais e comerciais


(RAMBOLL GROUP, 2020).
No último século, novos avanços e abordagens tecnológicas foram
desenvolvidos como método alternativo para realizar a tarefa de substituir e reparar
os sistemas antigos de redes ou instalar novos sistemas; essa nova abordagem
implementa equipamentos e metodologia na instalação do sistema de tubulação,
minimizando a necessidade de escavação de vala a céu aberto. Esses sistemas
ganharam popularidade e estão sendo cada vez mais utilizados como alternativa
eficaz; mas ainda existe uma grande maioria de proprietários, engenheiros e
contratados que continuam com a abordagem tradicional de construção de valas a
céu aberto para executar suas necessidades de construção de utilidades
subterrâneas. (REVISTA M&T, 2019)

1.1. Danos e Perdas Causadas por Tubulações Envelhecidas

A rede de esgotos de uma cidade faz parte de sua infraestrutura essencial. À


medida que os canos envelhecem, eles podem se deteriorar, formando rachaduras,
levando a vazamentos e um aumento da entrada e infiltração no sistema de esgoto.
Os problemas aumentam durante o tempo chuvoso quando o excesso de água da
chuva flui para o sistema de esgoto quebrado. (GEOFFREY; IAN, 1996)
Assim como no sistema de esgoto, as linhas de água podem se deteriorar
com o tempo. Em propriedades residenciais, as raízes das árvores e outros detritos
podem representar um problema para essas tubulações subterrâneas. (AEC WEB,
2019).

Figura 1: colapso estrutural em tubulação de Figura 2: tubulação de água


esgoto. Fonte: Trenchless Australasia, 2016 Fonte: Galway Daily, 2020
3

Diversos operadores de sistemas de distribuição de água vêm confrontando-


se com a importante tarefa de reabilitar as redes de abastecimento de água; conforme
o estudo do TRATA BRASIL, 2018; o envelhecimento das tubulações leva a aumentos
na frequência de vazamentos, nos custos de operação e manutenção, nos problemas
de regularidade do fornecimento de água, na qualidade da água e no volume de água
perdida, acarretando decréscimo da eficiência do sistema.
Vazamentos de gás também é um assunto sério. Embora pareça desenterrar
e substituir o tubo danificado seja a única opção, a construção sem vala é uma opção
viável. (TRENCHLESS TECHNOLOGY, INC., 2019)

2. JUSTIFICATIVA (relevância)

As áreas consideradas neste estudo para determinar as vantagens e


desvantagens são as seguintes: impactos ambientais, segurança, impactos no
tráfego, interrupção nos negócios, custo avaliado em duas partes: 1) impactos
indiretos (sociais) no custo devido a fatores como: tráfego, perda de negócios e
questões relacionadas à segurança e meio ambiente, e 2) custo direto para o projeto
e construção reais de ambas as alternativas.
O objetivo deste estudo é fornecer informações importantes sobre as
vantagens e desvantagens de cada uma dessas tecnologias sem valas, em
comparação com a execução de valas a céu aberto.

2.1. Impactos no Tráfego

Essa área, em geral, foi considerada uma vantagem com base na gravidade
do impacto em comparação com a abordagem de vala aberta. Conforme mencionado
na avaliação dos impactos na segurança, toda abordagem sem vala pode impactar o
tráfego se o posicionamento do equipamento estiver na rua. Isso ainda é considerado
uma vantagem, pois o impacto no tráfego é minimizado devido às pequenas
dimensões exigidas. O ponto em que se torna uma grande vantagem é eliminar a
necessidade de atravessar uma rua ou rodovia com muito tráfego (REVISTA M&T,
2019)
4

2.2. Interrupção nos Negócios


Conforme discutido na revisão de literatura, a construção de estradas abertas
em uma rua com tráfego intenso dentro de um distrito comercial pode ter um tremendo
impacto para as empresas. Segundo ARIARATNAM, 2020 ao executar trabalhos
utilitários em áreas urbanas onde há uma presença significativa de empresas, a
tecnologia sem valas é definitivamente uma vantagem, pois minimiza os distúrbios e
localiza as operações de construção em uma pequena pegada. As empresas com
maior impacto são aquelas localizadas no centro da cidade, onde a construção de
valas abertas às vezes pode se estender além da data de conclusão do cronograma
e às vezes forçando pequenas empresas iniciantes a fechar suas portas como
resultado de baixas vendas.

2.3. Impactos de Segurança


A área de segurança foi considerada uma vantagem substancial usando a
tecnologia sem valas. As vantagens foram identificadas nas preocupações de
segurança que as valas profundas representam, como desmoronamentos e
deslizamentos. Embora exista os requisitos para garantir a segurança da escavação
e dos trabalhadores envolvidos, seguindo as normativas: NBR 9814 - Execução de
rede coletora de esgoto sanitário; NBR 12266 - Projeto e execução de valas para o
assentamento de tubulação de água, esgoto ou drenagem urbana; NR 18 da Portaria
3.214 do Ministério do Trabalho e Emprego. Embora haja a redução de possíveis
problemas de segurança com a instalação de sistemas de proteção e segurança de
valas e contra quedas, a ausência de uma escavação elimina completamente esses
fatores.
A outra área de segurança em que foi observada uma vantagem é lidar com
a segurança no trânsito e os possíveis acidentes de trabalhadores que cumprem suas
tarefas ao longo de estradas com tráfego ativo, como normalmente visto em
operações de valas. O uso da tecnologia sem vala não elimina completamente o
potencial de acidentes, pois cada abordagem apresenta desafios de segurança em
sua implementação específica. A abordagem do CIPP, que, embora não exija
escavação, expõe os trabalhadores a questões de segurança relacionadas ao tráfego
e a colocação do equipamento pode estar no meio da rua, onde muitas vezes estão
localizados os bueiros. As outras tecnologias, como microtunneling, HDD e
rompimento de tubos, exigem algumas escavações e muitas vezes a colocação do
5

equipamento de lançamento na rua, provocando os fatores de segurança relacionados


a essa abordagem. (NAJAFI, 2016)

2.4. Impactos Ambientais


Os projetos avaliados neste estudo apresentaram uma grande vantagem na
área de proteção a fatores ambientais. O benefício observado foi a grande
minimização da magnitude da Poluição das Águas Pluviais e o esforço que
acompanha o processo, a implementação e a manutenção. Observou-se que a área
de preocupação para a substituição de uma tubulação principal de 36 polegadas; por
exemplo; seria o impacto ambiental que a escavação a céu aberto causaria.
(MATTHEWSA, ALLOUCHEB e STERLING, 2015).

2.5. Impactos nos Custos


A tabela a seguir mostra uma descrição dos custos a serem considerados na
abordagem típica da vala aberta, avaliada por Budhu e Iseley (1994).

Tabela 1: Custos direto e indireto associados ao método de vala a céu aberto


Custo total = custo direto + custo indireto
onde:
Custo direto = custo estimado em licitação
custos de fechamento da pista + custos de perda de negócios + custo de
Custo indireto = perda de consumo de combustível + aumento dos custos de poluição +
aumento dos custos com acidentes
e
Custos de
(aumento do tempo de viagem) x (tráfego diário médio) x (período de
fechamento da =
construção para fechamento)
pista
Custos de perda (receita de redução de funcionários + perda de vendas) x período de
=
de negócios construção
Custo de perda de
consumo de = com base em técnicas estabelecidas
combustível
Custos de
= com base em técnicas estabelecidas
poluição
(número de acidentes de construção) x (probabilidade da ocorrência de
Custos com um acidente) x (custo médio de acidentes de construção) + (número de
=
acidentes acidentes de trânsito) x (probabilidade da ocorrência de um acidente) x
(custo médio do acidente de trânsito)
Fonte: Budhu e Iseley, 1994
Conforme os estudos de BUDHU E ISELEY, 1994 os impactos nos custos são
divididos em duas categorias; primeiro, custos diretos, aqueles associados ao design
6

e construção do projeto e, segundo, custos indiretos ou sociais, aqueles associados


aos impactos atribuídos a fatores como perdas de negócios, custo de combustível
devido a atrasos no tráfego e custos relacionados a acidentes. É importante notar que
os custos sociais são extremamente difíceis de quantificar, portanto, este estudo não
tenta estimar, pois não está dentro do escopo deste artigo.

2.6. Custo Direto:


Uma comparação foi realizada para o custo de instalação usando o corte
aberto e a instalação do MND dos reparos e substituição. A comparação revelou uma
diferença considerável na economia com a abordagem sem valas. O custo, em
comparação com a abordagem de corte aberto, foi calculado conforme demonstrado
a seguir.

Tabela 2: Custos médios totais dos métodos não destrutivos e de escavação a


céu aberto.
Custos médios Custo médio total ($/polegada/pé comprimento)
Método
totais ($/pol/pé)
($/polegada/pé)
Custo médio

SIPP 4,1

Slip lining 9,17


CIPP: Cured in
9,45
Place Pipe
Pipe Bursting 26,72
Escavação a
57,31
céu aberto
Fonte: adaptado de NAJAFI, 2016

2.7. Custos Indiretos / Sociais:


Esses custos são extremamente difíceis de estimar, mas em comparação e
levando em consideração os fatores que são removidos pelo uso da tecnologia sem
vala, qualificam essa abordagem como uma vantagem na instalação / reparo de
serviços públicos subterrâneos. Observe que os fatores acima avaliados neste estudo
contribuem para o impacto dos custos sociais e podem ser envolvidos no impacto dos
custos sociais. (GILCHRIST, A., & ALLOUCHE, E. N.,2005)
No entanto, o escopo deste estudo não é desenvolver uma fórmula ou
processo para determinar com base nos impactos dos custos, mas fornecer as
diferentes abordagens oferecidas pela tecnologia sem valas. A Tabela 3 resume as
7

vantagens e desvantagens que cada tecnologia sem vala neste estudo oferece, pois
elas se relacionam à necessidade de escavação para concluir um projeto.
Podemos observar que todos os métodos não destrutivos de renovação (MND
- Recuperação) tem um custo muito menor que o método de escavação a céu aberto
tradicional.

Tabela 3: Vantagens e desvantagens de algumas tecnologias sem valas


Tecnologia Vantagens Desvantagens
percursos longos sem escavação necessária para a reconexão lateral de
Slip Linning
escavação de valas serviço. custo elevado para pequenos trabalhos
CIPP: Cured in percursos longos sem aplicável apenas à reabilitação de tubulações
Place Pipe escavação de valas existentes
percursos longos sem escavação necessária para a reconexão lateral de
Pipe Bursting
escavação de valas serviço. custo elevado para pequenos trabalhos
escavação necessária para o lançamento e
percursos longos sem
Micro túnel recebimento de poços. custo elevado para
escavação de valas
pequenos trabalhos
Fonte: adaptado de NAJAFI, 2016

3. MÉTODOS E PROCEDIMENTOS

Como os proprietários de serviços públicos assumem um projeto para reforma


ou instalação de um novo sistema subterrâneo, seja um sistema de distribuição de
água, coleta de esgoto sanitário, distribuição de gás e distribuição elétrica, muitos
fatores devem ser considerados e o principal fator é o custo, juntamente com os
impactos nos seus negócios. Para identificar as vantagens e desvantagens do uso de
tecnologias sem valas, foi realizada uma abordagem de estudo de caso utilizando sete
(7) diferentes tecnologias a serem empregadas, complementadas por dados de
pesquisa obtidos de dois (2) artigos publicados sobre tópicos relacionados.

3.1. Abordagem de escavação a céu aberto


A instalação de uma linha principal de esgoto sanitário ou de água terá um
impacto diferente se instalado em uma área rural em comparação com uma área
urbana usando o método convencional de escavação a céu aberto. Uma área rural
não será tão impactada quanto uma área urbana quando se trata de tráfego de
veículos; no entanto, o impacto ambiental pode ser uma história diferente se a área
rural englobar fatores como áreas úmidas, riachos e outros. Outros impactos, em
8

comparação com esses dois locais diferentes, rural e urbano, incluem custos indiretos
criados a partir do consumo de combustível, que afeta o público, e os negócios perdem
devido à acessibilidade pública a lojas e restaurantes. Outro fator que afeta as duas
áreas é a segurança relacionada aos trabalhadores e se o local não estiver protegido
adequadamente para o público em geral. (TRENCHLESS TECHNOLOGY, 2019)
Desmoronamentos representam o maior risco e são muito mais prováveis do
que outros acidentes relacionados à escavação, resultando em mortes de
trabalhadores. Outros riscos potenciais incluem quedas, queda de cargas, atmosferas
perigosas e incidentes envolvendo equipamentos móveis. Um metro cúbico de solo
pode pesar tanto quanto um carro. (OSHA, 2017).
Os trabalhadores do setor de construção subterrânea, especialmente as
empresas de água, esgoto e linhas de serviços públicos, tradicionalmente tiveram uma
taxa de acidentes e lesões mais alta do que outros trabalhadores do setor de
construção pesada. (ARBOLEDA E ABRAHAM, 2004). Além disso, abrir valas em um
cruzamento em uma cidade movimentada pode criar impactos negativos significativos
no tráfego e restringir / reduzir o acesso aos negócios.
O custo direto da instalação de vala aberta pode variar bastante, dependendo
dos fatores encontrados. Por exemplo, a instalação de uma linha subterrânea de
serviços públicos em uma área úmida representará um alto preço de mitigação
ambiental para executar o projeto. A profundidade da linha de serviços públicos pode
ter um grande impacto nos custos com fatores relacionados ao tipo de equipamento,
especialmente para instalações profundas e segurança, onde a implementação
dispendiosa de sistemas de segurança é obrigatória para proteger os trabalhadores.
(BUDHU E ISELEY, 1994)

3.2. Abordagem Sem Valas


A tecnologia sem valas envolve a instalação, substituição ou renovação de
utilidades subterrâneas com escavação mínima e ruptura da superfície. As tecnologias
sem valas foram usadas com sucesso em todas as empresas de serviços
subterrâneos, desde água, esgoto, gás e tubulações industriais até eletrodutos e fibras
ópticas. (RAJANI, B.; KLEINER, Y. 2004)
As tecnologias sem valas são opções de construção particularmente atraentes
em áreas urbanizadas, com tráfego intenso de veículos e pedestres e inúmeras
utilidades subterrâneas existentes; segundo o The International Society For Trenchless
9

Technology; eles também são atraentes para atravessar estradas, corredores de


transporte, rios e hidrovias. O MND também pode ser usado para instalar, reabilitar
ou substituir utilitários localizados em áreas e locais ambientalmente sensíveis, onde
o acesso à superfície pode ser restrito devido à existência de estruturas ou vegetação.
As tecnologias sem vala reduzem a necessidade de valas abertas, que
exigiriam uma proteção cara da vala, reduzindo bastante o risco de ferimentos
causados por desmoronamentos e quedas. Outro risco de segurança que é bastante
reduzido sem a vala é o acidente de trânsito, pois a área em que o trabalho real é
realizado é minimizada e oferece um local mais gerenciável para o controle do tráfego.
(NAJAFI, 2016)
Há claramente várias vantagens que a construção sem vala apresenta sobre
a abordagem tradicional de vala a céu aberto. No entanto, existem casos em que pode
não haver uma alternativa para abrir valas e uma avaliação mais aprofundada deve
ser realizada. Durante o dia, o trânsito não sofre interdições nem alterações, apenas
uma das faixas sofre restrição. Se não fosse utilizado o MND, a avenida, precisaria
ser arrebentada em todas as faixas e no passeio. (REVISTA M&T, 2019)
Com a utilização do MND, é possível reduzir os custos operacionais de
escavação de valas, aumentando a produção no trabalho, graças ao replanejamento
em torno do MND. A utilização do MND (método não destrutivo) numa obra de
recuperação no subsolo é a solução para o tráfego no local. Construção de redes
novas ou na recuperação de redes existentes no subsolo (substituição ou
reabilitação), com a menor ruptura possível da superfície, menor influência no sistema
viário (tráfego), pouca ou nenhuma influência no entorno da obra (comércio e serviços)
e outras atividades”. (TRENCHLESSPEDIA, 2018)
Os Métodos Não Destrutivos São Divididos em 2 Categorias: reabilitação e
recuperação; e substituição (pipe bursting).

4. DIRETRIZES DOS MÉTODOS NÃO DESTRUTIVOS – MND

Com esses avanços, surgiram outras abordagens para complementar o que


já estava estabelecido ou como uma alternativa a esses sistemas. (TRENCHLESS
AUSTRALASIA, 2020). Alguns desses avanços e tecnologias de suplementos
incluem:
10

 Inspeção da linha de CFTV para ajudar na pré e pós-reabilitação dos


oleodutos a serem reabilitados.
 Jateadores: Sistemas de jato de alta pressão com bicos especiais para limpar
tubos na preparação da aplicação do CIPP, SIPP ou Sliplining.
 Compressores: escavadeiras a vácuo.

Figura 3: Inspeção por Circuito Fechado de Televisão (CFTV). Fonte: ROBÔ CONTROL, 2019

As principais tecnologias usadas na abordagem de instalação / reabilitação de


dutos identificadas acima são empregadas dependendo de sua aplicabilidade e
natureza do projeto. Preliminarmente o sucesso dos Métodos Não Destrutivos
depende de pesquisas precisas e investigações adequadas de campo: Inspeção por
Circuito Fechado de Televisão (CFTV); Sonar; Georadar – Ground Penetrating Radar
(GPR); Detecção Eletromagnética. (TRENCHLESSPEDIA, 2018)
Antes do início da substituição de uma rede, pode ser utilizado um sistema de
vídeo inspeção robotizada para averiguar detalhes do seu interior e checar as
condições das tubulações subterrâneas, verificando se há deformações, infiltrações
ou conexão com ramais clandestinos. (RADIODETECTION, 2020)
Condição fundamental para MND - Inspeção e diagnóstico das condições da
infraestrutura para selecionar a melhor técnica (MND) a ser aplicada. Nos EUA é
recomendado que todas as redes de esgotos existentes sejam diagnosticadas por
CFTV no máximo a cada 5 (cinco) anos. (TRENCHLESS TECHNOLOGY, 2019)
PROBLEMAS PROBLEMA NA VAZÃO,
NA QUALIDADE DA ÁGUA E DEFEITOS
PROBLEMAS PRESSÃO E
NÃO CUMPRIMENTO QUALIDADE
PROBLEMAS VAZAMENTOS
QUALIDADE HIDRAULICOS CORROSÃO
DAS NORMAS PREJUDICADA; ESTRUTURAIS
DA ÁGUA INTERNA/EXTE RNA
EXIGIVEIS CORROSÃO
INTERNA

MÉTODO
Problemas VÁ PARA Problemas DE REPARO
SIM PROBLEMAS SIM Ocorre
Estruturais Estruturais em juntas
ESTRUTURAIS SIM
apenas
MÉTODO DE
RENOVAÇÃO
NÃO NÃO

OPERAÇÃO E
MANUTENÇÃO
Problemas VÁ PARA
SIM PROBLEMAS Vazamento NÃO
de Pressão / NÃO
Vazão HIDRAULICOS Excessivo?
MÉTODO DE
RENOVAÇÃO
NÃO
SIM

SUBSTITUIÇÃO
RESOLVER MUITAS CONEXÕES?
Problemas no SIM PARA
SIM O FÁCIL ESCAVAÇÃO?
fornecimento ALGUNS

Fonte: adaptado de SHAHATA e ZAYED, 2008


PROBLEMA POUCAS
MÉTODO DE

Diagrama 1: para a decisão do método de reabilitação.


NÃO PARA TODOS REPARO
NÃO

SUBSTITUIÇÃO
OPERAÇÃO E MÉTODO PARA MÉTODO PARA MÉTODO
MANUTENÇÃO RENOVAÇÃO RENOVAÇÃO DE REPARO
11
12

Figura 4: Sonar; Georadar - Ground Penetrating Radar (GPR) e Detecção Eletromagnética.


Fonte: RADIODETECTION, 2020

I. REABILITAÇÃO E RECUPERAÇÃO

Existem diferentes métodos adotados para reparar ou substituir tubos usando


técnicas de reabilitação sem vala. Uma breve análise de cada um dará uma ideia de
quão longe chegamos dos métodos tradicionais de reparo em corte aberto. Os
métodos não são apenas projetados de maneira inteligente, são fáceis e baratos.
(NGSMI, 2003)

a) Inserção de Novo Tubo (Sliplining) Utilizando Tubos de PE

ANTES
TUBULAÇÃO DANIFICADA

TUBULAÇÃO
NOVA

DEPOIS
Figura 5: exemplificação do método Slip Lining. Fonte: adaptado de US TRENCHLESS, 2019

Conhecido como o método mais antigo de reabilitação sem valas, envolve


deslizar um tubo de menor diâmetro dentro do tubo danificado maior e selar o espaço
anular utilizando polietileno de alta densidade (HDPE), é o material favorecido para
esse método. A inserção consiste em puxar ou empurrar uma nova tubulação dentro
da antiga tubulação, ou enrolar uma nova tubulação em espiral (spirally wound liners).
13

Uma desvantagem desse método é que o novo tubo reduz o diâmetro que o tubo
original tinha. (GEOFFREY, 1996)
Agora, esse método foi amplamente substituído pelo método de tubo curado
no local, onde os tubos defeituosos são identificados pela primeira vez, após o qual
são inseridos tubos de substituição contínuos ou segmentados. O novo tubo é puxado
entre dois pontos estratégicos até o tubo estar no segmento correto. Uma vez
colocadas, as extremidades dos dois lados são rejuntadas e seladas. Este método é
usado em esgotos por gravidade, bueiros de rodovias e drenagens, linhas de
descarga, redes de força, redes de água etc. para impedir a infiltração no solo
circundante e restaurar a integridade estrutural do tubo. (NAJAFI, 2016)

b) Revestimento por Inserção Apertada de Tubulação Deformada (Close-Fit


Lining)

Figura 6: esquema executivo do método Close fit lining. Fonte: EGEPLAST, 2020

Tubo de PVC/PEAD é dobrado para o revestimento de redes, mostrando-se


o ajuste após a Recuperação da forma original. O tubo dobrado de PVC é expandido
usando-se uma ferramenta rombuda que se move pela tubulação. Aplicações:
Revestimentos de redes de água, esgoto, efluentes industriais e gás natural;
Comprimentos até 900 m; Diâmetros até 1500 mm (60”). (US TRENCHLESS, 2019)
O C-Lining, que possibilita a recuperação estrutural sem perda de diâmetro
interno por meio da aplicação de um tubo de polietileno de alta densidade (PEAD). O
polietileno é utilizado por ser flexível, sem a rigidez das tubulações metálicas.
(GEOFFREY, 1996)
14

c) Revestimento com Cura no Local (CIPP: Cured-In-Place Pipe)


No sistema Cured in Place Pipeline (CIPP), o equipamento recupera a
estrutura sem perdas de diâmetro interno da tubulação ao aplicar uma manta e
impregná-la em seu interior. O tubo curado no local é um revestimento resistente
colocado dentro de um tubo. A principal vantagem desse método é que a vazão do
tubo original não é afetada. O revestimento é feito de tecido reforçado com fibra ou
poliéster não tecido e foi projetado para suportar a pressão do solo, da água
subterrânea e da superfície e para caber no tubo hospedeiro na expansão. Com isso,
é possível recuperar a integridade da rede e evitar futuras falhas, perdas ou
rompimentos, além de melhorar o desempenho hidráulico; o revestimento pode ser
com cura térmica, por ultravioleta, temperatura ambiente etc. (NAJAFI, 2016)

Figura 8: Resultado após a


Figura 7: Momento da inserção da manta. aplicação da manta.
Fonte: TSR TRENCHLESS, 2020 Fonte: TSR TRENCHLESS, 2020

Usando esse método, o tubo de destino é limpo primeiro de detritos e


resíduos. O revestimento, que é impregnado com uma resina, é então invertido dentro
do tubo aplicando pressão de ar ou água. À medida que o revestimento infla com água
ou ar comprimido, forma um encaixe perfeito dentro do tubo host. O calor é aplicado
para acelerar o processo de cura. O revestimento é selado nivelado nas extremidades
do tubo. (GEOFFREY, 1996)
Este método é usado para esgotos, esgotos de águas pluviais, tubulações de
pressão que transportam efluentes etc., para reforçar tubulações estruturalmente
doentias e com vazamentos sem a necessidade de remover o tubo antigo.
(TRENCHLESS TECHNOLOGY, 2019)
15

d) Reparos Pontuais e Vedações Localizadas (Sealing / Spot Repair)


O reparo mecânico por pontos é usado para retificar os tubos que foram
danificados em certos pontos, mas esses danos não comprometeram a estabilidade
estrutural do tubo. Uma manga de rejuntamento é preparada, com um sistema de
travamento mecânico e um núcleo de aço inoxidável. O núcleo é cercado por tiras
limitadoras e uma junta de espuma impregnada de rejunte. (GEOFFREY, 1996)
Ele é inserido no tubo host e é direcionado para a área danificada usando uma
câmera de CFTV. A manga é expandida usando ar até que as travas se encaixem,
após o que o bujão de ar é esvaziado e retirado. A argamassa se expande até que os
espaços anulares e as rachaduras sejam preenchidos. Este método é usado para
restaurar uma seção danificada do tubo e para reparar e vedar um tubo antes de ser
revestido. Também pode ser usado para reparar vazamentos ou compensar juntas.
(SANIT, 2019)

Figura 9: Arranjo típico para instalação de um reparo de pequeno comprimento em torno de


um assentador inflável. Fonte: LINK-PIPE, 2020
Este método é usado para criar um tubo dentro de uma seção danificada que
permite que a água subterrânea escoe através ou libere efluentes no solo circundante.
Esse método também preenche efetivamente todas as lacunas e rachaduras no tubo
antigo. (GEOFFREY, 1996)

e) Revestimento por Aspersão (SIPP - Spray In Place Pipe)


Semelhante ao revestimento de tubo curado no local (CIPP), o revestimento
de tubo no local de pulverização (SIPP) funciona reabilitando o tubo host no local de
dentro das paredes internas do tubo. A cabeça de pulverização rotativa é inserida no
tubo hospedeiro e jorra a resina epóxi, argamassa de cimento ou poliureias
16

uniformemente na área da superfície das paredes internas do tubo. (ALLOUCHE E


STEWARD, 2009)
O agente de revestimento se une ao tubo para selar rachaduras e outros
defeitos. Uma vez endurecido (curado), um revestimento estrutural é criado dentro do
tubo, o que ajuda a restaurar o tubo hospedeiro aos seus parâmetros originais de
projeto, evitando assim futuros vazamentos e lixiviação de contaminantes no sistema
de tubulação. Os aparelhos de revestimento SIPP geralmente são combinados com
câmeras que permitem aos operadores registrar e monitorar o processo para garantir
a aplicação precisa e uniforme do agente de revestimento. (NAJAFI, 2016)

Figura 10: Primeiro procedimento - Figura 11: Detalhe da aplicação da resina.


Limpeza. Fonte: NU FLOW, 2019 Fonte: TRENCHLESS TECHNOLOGY, 2019

O revestimento por spray, no que diz respeito à tubulação, é o processo de


aplicação de um revestimento estrutural, argamassa de cimento, argamassa de
cimento acrílico, resina epóxi ou poliureias nas paredes internas de um tubo
hospedeiro, por meio de uma cabeça de pulverização rotativa. Essa técnica é
comumente usada na construção sem vala para reabilitar tubos no local sem a
necessidade de escavação. O revestimento em spray também é conhecido como
revestimento em tubo no local (SIPP). (TRENCHLESSPEDIA, 2018)

f) Shotcrete
O concreto projetado é basicamente aplicado no concreto usando um bico de
alta pressão em uma mangueira pneumática chamada equipamento de concreto
projetado. O local de reparo é reforçado usando barras ou malha de aço. O tubo a ser
projetado é inspecionado quanto a danos por corrosão e envelhecimento. A seção é
submetida a testes de pressão e, se for detectada perda de pressão, o tubo é colocado
em uso 7 dias após a reabilitação. A seção da tubulação é revestida com um
17

revestimento de cimento especial que possui aditivos capazes de formar uma boa
aderência no interior do tubo e capaz de suportar variações de temperatura.
(EPA,1991)
Esse método é ótimo para reparar vazamentos e rachaduras no interior do
tubo e tubos danificados por corrosão. Como muitos problemas que possam surgir no
sistema de esgoto, há um número igual de métodos de reabilitação sem vala para lidar
com eles. Com maquinaria avançada, métodos inovadores e material superior, está
se tornando mais fácil reparar ou substituir tubulações em áreas comerciais e lotadas,
com escavações mínimas a nulas e perturbações no dia a dia do público em geral.
(SAKCON, 2020)
Com o crescente conhecimento das vantagens da reabilitação sem vala, mais
desenvolvedores e proprietários de terras estão optando por esses métodos, em vez
dos métodos convencionais de escavação e substituição. (SHOTCRETE, 2020)

Figura 12: Execução do método. Fonte: SHOTCRETE, 2020

II. SUBSTITUIÇÃO

g) Substituição por Arrebentamento pelo Mesmo Caminhamento (Pipe


Bursting)
Pipe Bursting ou pipe cracking é o método não destrutivo que possibilita a
substituição de tubulações subterrâneas antigas que não podem mais ser reparados
18

por métodos como revestimento e reparo pontual; substitui o duto existente sem a
remoção física do tubo antigo; utiliza-se o mesmo caminhamento da rede antiga.
(ENGINEERED LINING SYSTEMS, 2019).
Segundo NAJAFI, 2016 na maioria dos casos, aproveita-se a intervenção para
aumentar o diâmetro da tubulação em 25% (mais comum – porém também pode
ocorrer um aumento especial do diâmetro entre 25%-50% ou em casos experimentais
entre 50-125%), para a substituição de redes antigas danificadas ou
subdimensionadas por outra de diâmetro igual ou superior, usando a rede antiga como
caminho em diâmetros de até 42” (1060mm); podendo ser dos seguintes materiais
originários: Ferro fundido, Cerâmico, Concreto Armado, Cimento Amianto, Ferro dúctil,
Aço. O tubo antigo é fragmentado à medida que é substituído por um novo tubo;
podendo ser a substituição de redes sob pressão (Água, gás etc.) ou redes por
gravidade (Esgotos, Águas Pluviais, Efluentes Industriais etc.)

Figura 13: Execução do método Pipe Bursting. Fonte: TRIC TOOLS INC. 2017

A substituição por Pipe Bursting também é usada em situações nas quais seria
impossível usar técnicas de escavação a céu aberto, seria inconveniente para os
moradores e/ou trânsito na região. Usando este método, uma cabeça de ruptura de
forma cônica ligeiramente maior que o tubo é inserido no tubo de destino. À medida
que a cabeça avança, ela destrói o tubo hospedeiro e empurra as peças para o solo
19

circundante, criando um espaço para o novo tubo, que é simultaneamente puxado


para trás da cabeça estourada. (ENGINEERED LINING SYSTEMS, 2019)

5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Como em qualquer projeto de substituição de tubos, existem riscos. O maior
perigo é uma obstrução durante a perfuração, o que representa o problema mais
significativo para o micro-tunelamento. No entanto, em um ambiente residencial, onde
o trabalho é substituir o tubo existente, esse risco é mínimo quando comparado a
outros trabalhos de construção sem vala. (NASTT, 2017)

DEFINIÇÃO DOS PROBLEMAS

identificar alternativas premissas de


de reabilitação classes de custo

modelagem do sistema

determinação da probabilidade
abordagem da abordagem

escolha
parâmetros perfil de
Taxa de desconto
gerais deterioração

estimar o custo da desenvolvimento tempo estimado


técnica de de perfil de custo de atividades
reabilitação futuras

calcular o custo uniforme


anual equivalente

avaliação

Análise dos resultados

Diagrama 2: Procedimentos para estimativa


DEFINIÇÃO deDOS
custo do ciclo de vida. Fonte: adaptado de
PROBLEMAS
SHAHATA e ZAYED, 2008

identificar alternativas premissas de


de reabilitação classes de custo

modelagem do sistema
20

Fatores ambientais também são considerados um risco. Alguns contratados


optam por usar o tubo curado no local ou CIPP. Embora a utilização dessa tubulação
tenha benefícios, ela pode vazar produtos químicos nocivos no solo circundante.
Alguns estados, como a Califórnia, proíbem o uso desses tipos de componentes.
(MELENDREZ, 2012)
O diâmetro do tubo também pode ser um risco, pois algumas formas de
tunelamento veem a quebra do tubo após um diâmetro específico. Nos casos de
perfuração direcional horizontal, tubos com mais de 30 polegadas de diâmetro têm
maior risco de danos. Enquanto as áreas residenciais raramente usam perfuração
direcional, o micro-tunelamento é afetado inversamente. As linhas menores têm um
risco aumentado de danos. (SHAHATA e ZAYED, 2008)
Embora existam alguns riscos, muitos benefícios podem superá-los. Para os
proprietários, a quantidade reduzida de escavação na propriedade é essencial. Para
reparos tradicionais, o custo aumenta ao adicionar a necessidade de paisagismo nas
áreas danificadas; a construção sem valas minimiza e, em alguns casos, elimina essa
preocupação. O custo base, antes do paisagismo, também é menor. Para reparos
tradicionais, o custo pode variar entre US $ 80 e US $ 250 por pé de tubo. Os reparos
sem vala geralmente custam entre US $ 60 e US $ 200 por pé. Obviamente, um dos
maiores benefícios é o tempo total de trabalho; a substituição e o reparo tradicionais
podem levar dias ou até semanas, se o projeto for grande; já a conclusão do projeto
para construção sem vala geralmente ocorre no mesmo dia. (TRENCHLESSPEDIA,
2018)

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um termo como reabilitação de esgoto traz consigo pensamentos de estradas


e calçadas escavadas, entulho empilhado, cheiros desagradáveis, custo excessivo e
dias perdidos. O trabalho tradicional de reabilitação de esgoto para casas
independentes também significava desenterrar a garagem, estragar jardins e quintais
e, às vezes, até remover os azulejos dentro da casa.
Graças às técnicas de reabilitação sem vala, agora ficou mais fácil, mais
limpo, mais rápido e mais barato fazer com que os tubos sejam verificados, limpos,
substituídos, reparados e reforçados. Como a tecnologia sem valas não exige a
21

abertura da localização do tubo de destino, não há bagunça, cheiro ou


engarrafamentos.
A construção sem vala permite que as equipes instalem novos encanamentos
no local sem a necessidade de grandes perfurações de construção. Os proprietários
que precisam substituir as linhas de esgoto em suas propriedades podem esperar ver
orifícios de inserção e recuperação relativamente pequenos cavados na calçada, o
que permite que os técnicos insiram o novo tubo junto com uma cabeça de expansão
para estourar ou empurrar o encanamento antigo. No entanto, as equipes da cidade
tentarão usar bueiros para pelo menos o aspecto de inserção do trabalho.
A tecnologia MND oferece muitas vantagens para a instalação, reparos e
manutenção de sistemas de utilidades subterrâneas e, com a abordagem correta, os
proprietários esperam uma economia substancial em seus resultados quando os
projetos são concluídos. O método para determinar a adequação da abordagem para
atender aos reparos ou instalação da concessionária exigirá um estudo técnico e
aprofundado.
Muitas vezes, não existe uma solução única e um processo de seleção
metódico, como proposto aqui, nunca deve substituir o bom senso de engenharia. As
recomendações indicadas aqui são um guia para iniciar o processo de decisão,
concentrando a atenção nas variáveis relevantes do sistema de tubulação que afetam
as características de desempenho do sistema. Uma expansão desse método pode
incorporar muitos outros elementos das características do sistema e das capacidades
do método, além de fatores econômicos e sociais. Um processo formal de seleção
deve oferecer sugestões racionais para ajudar o tomador de decisão.
MND é um método construtivo: limpo, econômico, rápido, ambientalmente
correto. Com o avanço das tecnologias de método não destrutivo (MND), essas
tubulações podem ser recuperadas ou substituídas sem a necessidade de abrir novos
caminhos no subsolo. Elas utilizam a tubulação já existente como guia para a inserção
de uma nova rede, evitando danos a estruturas adjacentes e interferências
subterrâneas.
É possível reabilitar tubulações deterioradas de água e esgoto, de pequeno e
grande diâmetro, com mínimo impacto ao local da obra. “O método não interfere no
trânsito nem gera a sujeira e os ruídos típicos de obras realizadas de forma destrutiva,
proporcionando facilidade de recomposição de pavimento e ganhos de velocidade de
22

trabalho”. As tecnologias de MND favorecem a redução do cronograma e têm efeito


direto nos custos operacionais da obra.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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