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Mercados de Energia

Mônica Barros
Junho de 2003

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Quem sou eu?

‰ Mônica Barros
‰ Doutora em Séries Temporais – PUC-Rio
‰ Mestre em Estatística – University of Texas at Austin,
EUA
‰ Bacharel em Matemática – University of Washington,
Seattle, EUA
‰ Professora da PUC-Rio (Depto. de Eng. Elétrica)
‰ E-mails: monica@ele.puc-rio.br
monica@mbarros.com
‰ Home page: http://www.mbarros.com

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Estrutura da Apresentação

‰ Apresentação e Comentários Gerais


‰ Instrumentos Financeiros mais usados
para Gerenciamento de Risco
‰ Mercados Internacionais – NYMEX e
NORDPOOL
‰ Mercado de Energia Elétrica no Brasil
‰ E agora? O que a gente faz com tudo isso
no Brasil?
‰ Referências Bibliográficas

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Mercados de Energia

‰ Histórico
‰ Contratos futuros de commodities agrícolas começaram
a ser negociados há mais de 120 anos
‰ Os primeiros contratos futuros de energia foram
negociados com sucesso em 1978 e desde então têm
experimentado grande crescimento
‰ Principais commodities energéticas negociadas:
‰ óleo para aquecimento
‰ Gás natural
‰ Gasolina
‰ Óleo “cru”
‰ Eletricidade

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Foco Principal = Mercados de
Energia ELÉTRICA (EE)
‰ Característica Mais Importante e Principal
“Complicador”
‰ Ao contrário de outras commodities (gás, petróleo,
commodities agrícolas, etc...), a EE não pode ser
“guardada” (como energia por si mesma...)

‰ Conseqüência Ö gerenciar o risco (de preços, de


mercado) é tarefa extremamente complicada, que exige
o desenvolvimento constante de novas ferramentas e o
conhecimento profundo do sistema em que se está
trabalhando

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Características “Típicas” dos
Preços de Energia
‰ Sazonalidade nos preços
‰ Alta volatilidade nos preços spot, mas preços futuros
tendem a ser mais “bem comportados” – isso parece
ser conseqüência direta da incapacidade de
armazenamento da eletricidade
‰ Risco de “base” (diferentes locais de entrega)
‰ Risco de “base” devido a diferentes datas de entrega
‰ “Pulos” e reversão à média (isto é, apesar dos preços
sofrerem oscilações brutais, não apresentam tendência
permanente de subida ou queda, tendem a “voltar” a um
certo nível “médio” – pelo menos em teoria...)

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Características “Típicas” dos
Preços de Energia
‰ O que afeta os preços da eletricidade?
‰ Relação atual de oferta e demanda
‰ Custos de geração
‰ Status operacional do parque gerador (manutenções
não programadas, quedas nas linhas de transmissão,...)
‰ Variações sazonais na demanda
‰ Eventos climáticos (temperaturas extremas, chuvas
fracas ou extremas, ...)
‰ Expectativas futuras de crescimento da demanda e da
capacidade instalada
‰ Capacidade de transmissão
‰ Elasticidade-preço da demanda

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Mercados de Energia Elétrica

‰ Mercados de Curto Prazo ( Mercado Spot )


‰ Despacho Centralizado - Tight Pool ( Brasil e Chile )
‰ Preço definido por modelos de despacho hidrotérmico com
base no Custo Marginal de Operação (CMO).
‰ Leilão - Loose Pool ( Noruega e Colômbia )
‰ Preço formado através de leilão. Geradores fazem ofertas
para diversos patamares de geração e Consumidores fazem
propostas para diversos patamares de consumo.
‰ Mercados de Médio e Longo Prazo
‰ A maior parte da energia é negociada nos mercados de
médio e longo prazo através de contratos bilaterais. O preço
nesses mercados reflete as expectativas sobre o preço no
mercado de curto prazo (preço spot).

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Instrumentos Financeiros

‰ Aqui, “instrumento financeiro” será usado


como sinônimo de “derivativo financeiro”
‰ Derivativos – para que servem?
‰ Proteção (“hedge”) contra movimentos adversos de
preços
‰ Transferência de risco do “hedger” para o
“especulador”
‰ Aumentam a transparência dos preços
‰ Fornecem indicação de expectativas futuras dos
agentes quanto aos preços do ativo objeto.

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Instrumentos Financeiros

‰ A análise de contratos físicos ou financeiros de


EE é mais complicada que a de seus
“equivalentes” em mercados financeiros, pois
deve-se levar em conta:
‰ A dificuldade (ou impossibilidade) em guardar EE
‰ Restrições relativas à transmissão ou distribuição, uso
múltiplo da água (importante no caso brasileiro),
problemas ambientais,....
‰ Em resumo, encontrar o valor da EE é tarefa não trivial!
‰ No entanto, existem instrumentos comuns a outros
mercados que são comumente empregados em
mercados de EE também, e serão descritos a seguir.

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Instrumentos Financeiros

‰ Mercado Spot
‰ É a forma mais simples de transacionar uma
commodity – a venda ou compra é feita a um
“preço de mercado”, e a entrega do “bem”
(neste caso, a eletricidade), deve ocorrer num
período curto (por exemplo, nas próximas 24
horas)

‰ Contratos a Termo (Forwards)


‰ Contratos para compra ou venda de um ativo
em data futura, a um preço especificado (fixo
ou usando um índice como referência).
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Instrumentos Financeiros
‰ Contratos a Termo (Forwards)
‰ Características especificadas no contrato:
‰ Descrição da commodity
‰ Preço na entrega
‰ Quantidade, data e horário de entrega
‰ Ponto de entrega (localidade de entrega)
‰ Existe também a possibilidade de liquidação
financeira dos contratos a termo, o que é comum
nos mercados financeiro, e então tudo se processa
em termos da diferença entre o preço à vista e o
preço estabelecido no contrato.

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Instrumentos Financeiros

‰ Contratos a Termo (Forwards)


‰ Normalmente nos contratos de commodities
(EE entre eles), a liquidação do contrato é
física, ou seja, existe a entrega do bem (ativo
objeto do contrato).

‰ Uma característica importante é: os contratos


a termo são tipicamente “de balcão” (OTC =
over the counter), ou seja, “tailor-made”, para
satisfazer as necessidades das partes
envolvidas. Isso pode causar um problema
adicional, o risco de crédito, a não ser que
exista um terceiro agente (uma “clearing-
house”) envolvida no processo.
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Instrumentos Financeiros

‰ Notação
‰ T = data de vencimento do contrato
‰ K = preço especificado no contrato na data
de vencimento
‰ ST = preço spot na data de vencimento

‰ Pay-off da posição comprada


‰ ST – K

‰ Pay-off da posição vendida


‰ K – ST

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Instrumentos Financeiros

‰ Um agente na posição comprada ganha se o


preço do ativo objeto aumenta até a data do
vencimento (pois já “garantiu” o preço de
exercício K) e perde se o preço do ativo objeto
cai.

‰ Um agente na posição vendida tem o pay-off


oposto ao do agente da posição comprada.
Note que este é um “jogo” de soma zero – o
que alguém ganha, alguém perde!

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Instrumentos Financeiros

‰ Estratégias Possíveis com Forwards

Financiamento
Comprar
para
assegurar
Preço Futuro
Forward

Operação Venda
Caixa para
assegurar
Preço Futuro

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Instrumentos Financeiros

‰ Contratos Futuros
‰ A idéia é bastante parecida com a dos “forwards”, mas
existe uma diferença fundamental: contratos futuros
são padronizados, e negociados numa bolsa organizada
(por exemplo, NYMEX, CBOT, CBOE, BMF, IPE
(Londres)....

‰ Vantagens
‰ Aumento de liquidez
‰ Garantias de crédito – a bolsa é responsável pela
liquidação das operações
‰ Esta garantia de crédito se dá através do depósito de
“margens” pelos envolvidos

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Instrumentos Financeiros

‰ Contratos Futuros
‰ Vantagens
‰ Conceito básico de “margem” – a cada dia existe
uma contabilização, e o risco financeiro não fica só
no dia do vencimento do contrato
‰ Ou seja, se hoje o mercado foi na direção contrária à
sua “aposta”, você perde dinheiro, que é retirado da
conta que você é obrigado a manter para poder
operar.
‰ Do contrário, se o mercado andou na direção que lhe
foi favorável, sua conta é creditada.
‰ O mesmo mecanismo se repete diariamente até o
vencimento.
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Instrumentos Financeiros

‰ Contratos Futuros
‰ E o que acontece se você fica sem dinheiro na sua
conta?
‰ Duas opções: recebe esta “chamada de margem” e
deposita a quantidade necessária OU sua posição é
automaticamente encerrada e você está fora do “jogo”.

‰ Desvantagens
‰ Custo: não necessariamente um agente do mercado quer
(ou pode) comprometer um volume de capital para as
chamadas de margem
‰ Padronização: pode ser uma faca de dois gumes, e não dar
a você (ou à sua empresa) o tipo de proteção (ou
alavancagem) que você deseja!

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Instrumentos Financeiros

‰ Contratos Futuros
‰ Mesmo nos mercados de commodities, uma parcela
muito pequena (cerca de 2%) dos contratos futuros é
levada até a entrega física.

‰ Os outros 98% são acertados através do mecanismo de


“offset” (reversão de posições). O que é isso?
‰ Suponha que você está comprado em 10 contratos
futuros de uma certa commodity para entrega em junho.
Se não fizer nada até o vencimento, vai recebê-la na
data especificada, ao preço estabelecido. O que fazer?
‰ Assuma a posição oposta (venda 10 contratos futuros
da mesma commodity para entrega em junho) ANTES da
data de vencimento.

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Exemplo – Contrato Futuro no
NORDPOOL
‰ Volume: 840 MWh, para uma
determinada semana, ao preço de 5
centavos/kWh.
‰ As duas partes envolvidas assinam Nord Pool
um contrato que representam um
“seguro” mútuo
‰ Se o preço médio do sistema para a
semana em questão torna-se 5.4 Ask Bid
cent./kWh, o gerador paga ao (vendidos) (comprados)
comercializador a diferença, isto é,
0.4 cent./kWh * 840 MWh. Produtor Comercializador
‰ Ao contrário, se o preço médio do (Gerador)
sistema for 4.7 cent./kWh, o gerador
recebe do produtor a diferença, i.e,
0.3 cent./kWh * 840 MWh.
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Exemplo – Contrato Futuro no
NORDPOOL
‰ Quem está na posição “bid” (comprada) recebe $$$ se o
preço SOBE acima do valor especificado no contrato

‰ No exemplo, a posição “bid” é do comercializador


(distribuidora?), que ganhará $$$ se os preços subirem na
semana a que se refere o contrato

‰ A transação é anônima, e a liquidação é feita pelo


NORDPOOL.

‰ Note que a transação mostrada é PURAMENTE


FINANCEIRA, não existe troca de energia entre os
agentes, apenas dinheiro!

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Instrumentos Financeiros

‰ Relação entre Preço Spot e Preço Futuro


‰ Mercados Financeiros (não há custo de armazenamento)
‰ No instante inicial, e supondo que T é o instante de
vencimento, S é o preço spot e r a taxa de juros
‰F = S.er.T
‰ Mercados de Commodities
‰ F = S.e(c - y).T
‰ Onde:
‰ c = custo de carregamento (custo de armazenamento
mais juros pagos para financiar a commodity menos a
renda proporcionada pela commodity) – para uma ação
que não paga dividendos, c = r.
‰ y = convenience yield (o “benefício” em ser o “dono” da
commodity ao invés de ser apenas o “dono” do futuro)

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Instrumentos Financeiros

‰ Swaps
‰ Como diz o próprio nome: é a “troca” de uma coisa por
outra.
‰ Mas, o que se troca num swap? Basicamente, dois
fluxos de caixa diferentes, ou duas taxas diferentes, por
exemplo, uma taxa fixa e outra flutuante.
‰ Podem ser negociados ou não em bolsa, com prazos
longos ou curtos.
‰ Valor nocional = valor do contrato de swap (não é
efetivamente negociado) – apenas a diferença entre as
taxas é paga ou recebida, e calculada sobre este valor
nocional.

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Instrumentos Financeiros

‰ Swaps
‰ As duas partes envolvidas num swap concordam em
pagar uma à outra a diferença entre um preço fixo e um
índice de preços.
‰ Este “índice de preços” é uma média de preços de
mercado que deverá refletir a volatilidade dos preços
durante da duração do swap.
‰ Os pagamentos são feitos em períodos previamente
acordados entre as partes.
‰ Para entrar num swap não é necessário fazer qualquer
pagamento “up-front”.
‰ Exemplos típicos do mercado financeiro:
‰ Taxas de juros pré e pós fixadas
‰ Swaps de taxas de câmbio

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Instrumentos Financeiros

‰ Swap de Energia
‰ Um produtor de energia quer assegurar um
preço pela commodity que vende (por
exemplo, não quer que ele caia muito). Pode
entrar num swap com uma contraparte,
comparando um preço fixo com um certo
índice relevante (por exemplo, o preço da sua
commodity em algum mercado)
‰ Se o índice < preço fixo (preço da commodity caiu!)
‰ Contraparte paga ao produtor a diferença: fixo-índice
‰ Se o índice > preço fixo (preço da commodity subiu!)
‰ Contraparte recebe do produtor a diferença: índice -
fixo

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Instrumentos Financeiros

‰ Swap de Energia - II
‰ Um consumidor de energia teme que o preço que terá
que pagar no futuro pelo seu insumo seja muito alto.
‰ Pode entrar num swap com uma contraparte,
comparando um preço fixo com um certo índice
relevante, mas agora a sua posição deverá ser oposta à
do agente do exemplo anterior (produtor de energia)
‰ Se o índice < preço fixo (preço da commodity caiu!)
‰ Contraparte recebe do consumidor a diferença: fixo-índice
‰ Se o índice > preço fixo (preço da commodity subiu!)
‰ Contraparte paga ao consumidor a diferença: índice - fixo

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Instrumentos Financeiros

‰ Opções “Plain Vanilla”


‰ São as opções mais simples, calls (opções de compra) e
puts (opções de venda)
‰ Ao contrário dos forwards, futures e swaps, nas opções
uma das partes tem direitos, e a outra tem obrigações.
‰ A parte que tem “direitos” pagou por eles um preço (o
prêmio da opção), e a que tem obrigações assumiu
estas obrigações por que recebeu por elas este mesmo
prêmio!
‰ O comprador de uma opção é a parte que detém o
direito
‰ O lançador (ou vendedor) da opção é o que tem a
obrigação

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Instrumentos Financeiros

‰ Opções “Plain Vanilla”


‰ Os riscos de compradores e lançadores de opções são
radicalmente diferentes!

‰ A perda máxima de um comprador de opção está


limitada ao prêmio pago por ele, enquanto um vendedor
de opção tem perda potencialmente ilimitada!

‰ Nos mercados financeiros no Brasil, “puts” são


freqüentemente menos líquidas que “calls”, mas podem
ser construídas artificialmente (através de um fato
conhecido chamado de paridade put-call)

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Instrumentos Financeiros

‰ Opções Européias e Americanas


‰ Européias
‰ Só podem ser exercidas NO VENCIMENTO
‰ A precificação é mais simples, geralmente feita por
Black e Scholes

‰ Americanas
‰ Podem ser exercidas a qualquer instante
‰ No caso de “calls” americanas, pode-se provar que o
exercício antecipado não é ótimo

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Instrumentos Financeiros

‰ Paridade Put-Call
‰ Válida apenas para opções EUROPÉIAS
‰ A relação entre o preço de uma “put” e o de
uma “call” (ambas européias) com as mesmas
características (mesmo preço e data de
exercício) é:
C – P = S – K.e-r(T-t)
‰ Desta relação, podemos obter o valor de uma
“put” a partir de uma “call” com preço de
exercício K, vencimento em T e cujo ativo
objeto hoje é negociado à vista por S.

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Instrumentos Financeiros

‰ Inexistência de Possibilidades de Arbitragem


‰ É um princípio básico em Finanças, que está por trás do
desenvolvimento de diversos modelos (é uma das pedras
fundamentais de B/S)
‰ Em palavras: “não existe almoço grátis”, ou seja, não
existe possibilidade de obter lucros sem risco algum
‰ Na prática, isso não é bem verdade, especialmente em
mercados pouco líquidos
‰ Em mercados líquidos, pode até existir possibilidade de
arbitragem, mas elas não compensam os custos de
transação envolvidos.

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Instrumentos Financeiros

‰ Variáveis que Afetam o Preço de uma


Opção
‰ O preço do ativo objeto (S)
‰ O preço de exercício da opção (K)
‰ O tempo até o vencimento da opção (T- t)
‰ A taxa de juros livre de risco do mercado (r)
‰ A volatilidade do ativo objeto (σ)

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Instrumentos Financeiros

‰ Valor de uma opção


‰ 2 componentes: valor intrínseco e valor no tempo
‰ Valor intrínseco: diferença entre o preço da commodity (S)
e o preço de exercício (K). Não pode ser < 0.
‰ Para calls: max (S – K, 0)
‰ Para puts: max (K – S, 0)
‰ Valor no tempo: é uma função do tempo até o vencimento
e da volatilidade – o valor de uma opção decresce à
medida que o vencimento se aproxima, pois a
probabilidade de exercício decresce. Ao mesmo tempo,
volatilidade alta aumenta o preço de uma opção, pois
aumenta a sua probablidade de exercício.

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Exemplo – Call de Energia
nPrêmio Mensal
oEnergia - MWh Agente B
Agente A
pStrike – R$XX/MWh
Agente A tem o direito (mas não a obrigação)
obrigação de comprar X MW de
energia mensalmente do Agente B segundo condições previamente
acordadas.
n O Agente A paga no i-ésimo dia do mês ao agente B um PRÊMIO em
R$/MWh pelo direito de comprar energia
Se opção NÃO for exercida:
O Agente B com o PRÊMIO e não tem obrigação nenhuma de vender
energia para o Agente A
Se opção for exercida:
o O Agente A compra a energia do Agente B pelo preço especificado
p O Agente B fica obrigado a vender a energia para o Agente A, que a
comprará pelo de exercício naquele mês específico.
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Exemplo – Put de Energia
nPrêmio Mensal
Agente Agente
oEnergia - MWh
A B
pStrike – R$XX/MWh

Agente A compra do Agente B uma put (o direito, mas mas não a


obrigação, de vender X MW de energia mensalmente) para o Agente
B segundo condições previamente especificadas.
n O Agente A paga ao Agente B um PRÊMIO por este direito no i-ésimo dia
do mês
Se opção NÃO for exercida:
O Agente B fica com o PRÊMIO e não tem obrigação nenhuma de
comprar energia do Agente A.
Se opção for exercida:
o O Agente A venderá a energia para o Agente B
p O Agente B fica obrigado a comprar a energia do Agente A e pagar o
Strike em R$XX/MWh naquele mês específico
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Instrumentos Financeiros

‰ Qual o preço “justo” de uma opção?


‰ Ou seja, quanto você deveria pagar pelo
“direito” que uma opção lhe dá ao comprá-la
(ou quanto deveria cobrar pela obrigação que
assume ao vendê-la)?

‰ Solução “trivial”: Modelo de Black e Scholes


(B/S)

‰ Hipóteses por trás do modelo são fortes, e não


necessariamente se aplicam a mercados de
commodities!
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Instrumentos Financeiros

‰ Hipóteses do Modelo de Black e Scholes


‰ A ação não paga dividendos durante o prazo de duração
da opção.
‰ Os preços da ação seguem um movimento browniano
geométrico.
‰ É possível estar vendido a descoberto nas ações, em
qualquer quantidade.
‰ Não existem custos de transação.
‰ Não existem oportunidades de arbitragem livres de
risco.
‰ As transações ocorrem podem ocorrer continuamente,
isto é, não existem intervalos de tempo em que as
transações não podem ocorrer.
‰ A taxa de juros livre de risco (r) é constante para
qualquer prazo.
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Instrumentos Financeiros

‰ Notação usada em Black e Scholes


‰ T = instante de vencimento da opção
‰ t = instante atual
‰ S = preço do ativo objeto
‰ K = preço de exercício da opção
‰ σ = volatilidade
‰ r = taxa de juros livre de risco
‰ C = prêmio da call
‰ P = prêmio da put

‰ Dentre todas estas variáveis, a única não


diretamente observável é a volatilidade, que
deve ser estimada (e existem inúmeros
métodos para fazer isso!)
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Instrumentos Financeiros

‰ Black e Scholes – Prêmio de uma Call


Européia
C = S .Φ (d1 ) − K .e − r (T −t ).Φ (d 2 )

‰ Onde:
S  σ  S  σ 
2 2

log  +  r + (T − t ) log  +  r − (T − t )


K
   2 K  2 
d1 =  e d2 = = d1 − σ T − t
σ T −t σ T −t

‰ E Φ(.) indica a função de distribuição


acumulada da N(0,1).
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Instrumentos Financeiros

‰ Black e Scholes – Prêmio de uma Put


Européia

P = K .e − r (T −t )
.(Φ (− d 2 )) − S .Φ (− d1 )

‰ Onde d1, d2 e Φ(.) já foram definidos

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Instrumentos Financeiros

‰ Medidas de Sensibilidade Derivadas de


B/S – “as gregas”
‰ Seja F o preço de um derivativo. É importante medir
a sensibilidade de F em relação às variáveis que o
afetam. Os parâmetros que medem estas
sensibilidades são freqüentemente chamados de
“gregas” das opções.
‰ Definição (Delta)
‰ É a sensibilidade de F em relação às variações no
preço do ativo objeto, isto é:
∂F
∆=
∂S
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Instrumentos Financeiros

‰ Delta
‰ Uma aplicação do delta do portfolio é a construção de
carteiras com opções que são quase insensíveis aos
movimentos de preço do ativo objeto. Estes portfolios
“delta-neutros” são úteis quando se quer evitar, através
da montagem de uma carteira contendo opções, perdas
decorrentes de movimentos desfavoráveis do preço do
ativo objeto.

‰ O delta de uma “call” européia é ∆ = Φ (d1 ) ≥ 0


‰ O delta de uma “put” européia é ∆ = Φ(d1 ) − 1 ≤ 0
‰ O delta de uma posição em dinheiro é zero, pois esta posição
é insensível às mudanças de preço de uma ação.

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Instrumentos Financeiros

‰ Exemplo – Portfolio Delta Neutro


‰ Suponha que o delta de uma opção é 0.4. Isto indica
que, se o preço do ativo objeto se altera em R$ x, o
preço da opção se altera em 40% de x.

‰ Como usar isso para fazer hedge? Suponha que um


investidor vendeu calls sobre 5000 ações. A posição
deste investidor pode ser protegida se ele compra
5000*(0.4) = 2000 ações. A seguir apresentamos o valor
do portfolio após pequenas variações no preço do ativo
objeto. Suponha que o preço da ação hoje é R$ 100 e o
prêmio de cada call vendida é R$10.

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Instrumentos Financeiros

‰ Exemplo – Portfolio Delta Neutro


‰ Se o preço da ação sobe para R$ 101, o prêmio de cada
opção tenderá a subir R$0.40. Então, o investidor tem
um ganho de R$ 2000 na ação objeto e uma perda de
0.4(5000) = R$ 2000 devida ao lançamento de opções.

‰ Alternativamente, se o preço da ação cai para R$99, há


uma perda de R$ 2000 na ação objeto, que é
compensada por um ganho igual nas opções. Em
qualquer caso, o valor total do portfolio não se altera.

‰ Este procedimento de hedging é conhecido como


“delta-hedging” e está na essência da derivação da
equação de Black e Scholes. O portfolio assim
construído é chamado de portfolio delta neutro.
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Instrumentos Financeiros

‰ Exemplo - Portfolio Delta Neutro


‰ O delta de uma opção não permanece fixo ao
longo do tempo, e também muda de acordo com
o preço do ativo objeto.

‰ A manutenção de um portfolio delta neutro


envolve constantes alterações nas posições
do ativo objeto e das opções, e este
procedimento necessário para manter o
portfolio delta neutro é chamado de
rebalanceamento.

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Instrumentos Financeiros

‰ Gama
‰ Mede a sensibilidade do Delta em relação às variações
no preço do ativo objeto. Numa analogia com a Física, o
Gama é uma medida da “aceleração” no preço de um
derivativo, ou seja:
∂∆ ∂2F
Γ = =
∂S ∂S 2
‰ Se o Gama é pequeno, as variações do preço da ação
objeto implicam em pequenas variações no Delta da
opção (e assim não é necessário fazer grandes
alterações num portfolio para mantê-lo Delta-neutro).

‰ Se o Gama é grande, pequenas variações no ativo


objeto implicam em grandes alterações no Delta da
opção.
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Instrumentos Financeiros

‰ Gama
‰ Da fórmula de Black e Scholes segue que o
Gama de uma call ou put européia é:
ϕ (d1 )
Γ=
S .σ . T − t

‰ Onde ϕ(.) indica a densidade N(0,1)

‰ Note que Γ é sempre positivo!!

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Instrumentos Financeiros
‰ Theta
‰ Mede a sensibilidade do derivativo em relação ao
tempo, isto é:
∂F
Θ=
∂t
‰ Para uma call européia:
S .ϕ (d1 ).σ
Θ=− − r.K .e − r (T −t ).Φ (d 2 )
2 T −t
‰ Para uma put européia:
S .ϕ (d1 ).σ
Θ=− + r.K .e − r (T −t ).Φ(− d 2 )
2 T −t
‰ Θ é negativo na maioria dos casos (isto é, o valor da
opção decresce com o passar do tempo)
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Instrumentos Financeiros
‰ Rô
‰ Mede a sensibilidade de uma opção às variações na
taxa livre de risco: ∂F
ρ=
∂r
‰ Da fórmula de Black e Scholes segue que:
‰ Para uma call européia: ρ = K .e
− r (T −t )
(T − t ).Φ(d 2 )
‰ Para uma put européia: ρ = − K .e − r (T −t ) (T − t ).Φ (− d 2 )

‰ O rô de uma call é sempre positivo, e o de uma put é


sempre negativo. Isso reflete o fato de um aumento da
taxa de juros levar a um aumento do prêmio da call e
uma redução do prêmio da put.

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Instrumentos Financeiros

‰ Vega ou Lambda
‰ É a sensibilidade do preço do derivativo às variações
na volatilidade. No modelo Black-Scholes supõe-se
que a volatilidade é constante, mas na prática esta
varia durante a vida da opção.

‰ O vega de uma opção européia (call ou put) é:


∂F
Λ= = S .ϕ (d1 ) T − t
∂σ

O vega é sempre positivo, indicando que


aumentos na volatilidade se refletem
em aumentos dos preços das opções
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Instrumentos Financeiros

‰ Estratégias comuns envolvendo derivativos


‰ Spreads
‰ Envolvem a compra e venda simultânea de futuros ou
opções no mesmo mercado ou em mercados
correlacionados, por exemplo:
‰ Spreads intramercado (p.ex., compra de um futuro e venda
de um futuro com data de vencimento diferente, útil se
existem variações sazonais na demanda)
‰ Spreads entre mercados (CRACK Spreads)
‰ Por exemplo, tomar posições opostas em gasolina e
óleo “cru”
‰ Spreads entre bolsas (posições opostas no mesmo
produto em bolsas diferentes)

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Instrumentos Financeiros

‰ Caps
‰ Funciona como um portfolio de “calls” européias
‰ Objetivo: proteger o comprador de oscilações de preço
ACIMA de um nível determinado, durante um período de
tempo especificado

‰ Floors
‰ Funciona como um portfolio de “puts” européias
‰ Objetivo: garantir um preço MÍNIMO (a ser pago ou
recebido) durante um período de tempo especificado

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Instrumentos Financeiros

‰ Collars
‰ É um portfolio de posições longas
(compradas) em caps e vendidas em floors.
‰ Uso típico
‰ Consumidores de energia que querem hedge contra
aumentos de preços e utilizam o prêmio recebido
pelo floor para financiar a proteção dada pelo cap.
‰ Pode-se, com alguma engenharia financeira,
construir um collar de custo zero!

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Instrumentos Financeiros

‰ Opções Asiáticas
‰ São “path-dependent” (dependentes do
caminho), isto é, seu pay-off depende do
caminho seguido pelos preços da commodity
até o vencimento, e NÃO APENAS do preço
final

‰ O “pay-off” final é baseado na média de um


preço de energia (spot, forward ou futuro)

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Instrumentos Financeiros

‰ Average Price Call Option


‰ O pay-off é:

 1 m 
max 0, ∑ S k − K 
 m k =1 

‰ Average Strike Call Option


‰ O pay-off é:
 1 m 
max 0, S T − ∑ S k 
 m k =1 

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Instrumentos Financeiros
‰ Opções de Barreira
‰ São opções “path-dependent” também
‰ Dois principais tipos:
‰ Knock–out
‰ Deixa de existir se o preço do ativo objeto
(geralmente, o preço spot ou o preço de um forward)
atravessa um certo nível H (a “barreira”)
‰ Knock-in
‰ Começa a existir quando o preço do ativo objeto
atavessa a “barreira”
‰ São mais baratas que opções “padrão” com
basicamente as mesmas características, pois podem
nunca chegar a existir (ou deixar de existir)

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Instrumentos Financeiros

‰ Combinando Diversas Estruturas

30

Pode-se pensar numa usina “baseload” como estar numa posição longa
(comprada) num swap cujo preço é US$ 30 (custo marginal da planta)

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Instrumentos Financeiros

‰ Combinando Diversas Estruturas


¾ A geradora A está comprando 100 MW de energia por
R$56.
¾ Ela lança uma call com preço de exercício de R$80 e
compra uma call para metade destes MW com preço de
exercício R$130.

‰Vamos identificar as diversas operações


presentes aqui
‰ 1) Comprar 100 MW de energia = estar comprado num
swap, beneficia-se se o preço sobe acima de R$56

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Instrumentos Financeiros
‰ Combinando diversas estruturas
2) Lançar call de R$80 = recebe prêmio e perde
dinheiro se o preço ultrapassa R$ 80

3) Compra call de R$ 130 = paga prêmio


(pequeno) e ganha dinheiro se o preço
ultrapassa R$ 130. Mas, note que a proteção é
limitada, pois refere-se a apenas metade da
energia comprada. Esta compra de call serve
para limitar o prejuízo do lançamento da call
de R$ 80 se o preço subir muito!

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Instrumentos Financeiros

‰ Combinando Diversas Estruturas

Swap R$ 56

ESTRUTURA FINAL

130

56 80 Comprar call R$130

Lançar call R$80

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Instrumentos Financeiros

‰ Combinando Diversas Estruturas


‰ Pay-off da estrutura proposta
‰ Long swap de R$56 = (F – 56)*100
‰ Short Call de R$80 = - Max(F – 80 , 0)*100
‰ Long Call de R$130 = Max(F – 130,0)*50

‰ O pay-off da estrutura é a soma destas


componentes, onde F é o preço da energia a cada
dia.
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Instrumentos Financeiros – O
Contrato de Energia da BM&F
‰ Especificações (versão proposta em Abril 2002)
‰ Submercado SE/CO
‰ Objeto do contrato: EE disponibilizada no centro de
gravidade da região SE/CO usando a rede básica
‰ Cotação: R$ por MWh com 2 casas decimais
‰ Variação mínima: R$ 0.01 por MWh
‰ Unidade de negociação: 360 MWh/mês (para 30 dias
contratuais), i.e., o equivalente a 12 MWh fornecidos
durante 24 horas consecutivamente em cada dia
contratual
‰ Meses de vencimento: todos
‰ Número de vencimentos em aberto: inicialmente 6
meses

info@mbarros.com 63
Instrumentos Financeiros – O
Contrato de Energia da BM&F
‰ Especificações (versão proposta em Abril 2002)
‰ Data de vencimento: 5o. dia útil anterior ao mês de
vencimento do contrato
‰ Na data de vencimento não serão permitidas operações
de “day trade” nem a abertura de novas posições
vendidas
‰ BM&F será responsável pela liquidação das
posições em aberto
‰ A execução do contrato de compra e venda de
energia ocorrerá amparada nas regras do MAE
‰ Nota: a BM&F desistiu do lançamento deste
produto por causa das incertezas regulatórias do
setor

info@mbarros.com 64
Instrumentos Financeiros

‰ Lição Fundamental – uso de Instrumentos


Financeiros em Mercados de Energia
‰ Não importa o quanto o seu portfolio seja
complicado, você deve ser capaz de quebrá-lo
em partes, e reconhecer em cada uma destas
partes um dos instrumentos básicos que você
viu aqui!!!

‰ Esta é a receita básica, e foi (na minha


opinião), a grande contribuição da Enron para
o desenvolvimento dos “produtos de energia”.
info@mbarros.com 65
Instrumentos Financeiros

‰ Building-block approach
‰ Desagregar o seu portfolio nas suas
componentes de risco, em pequenos pedaços
“compreensíveis” e identificá-los com os
instrumentos padrão

‰ Isso vai permitir que você:


‰ encontre o “preço justo”
‰ consiga mensurar sua exposição ao risco, e
identificar as fontes de risco

info@mbarros.com 66
Instrumentos Financeiros

‰ Por que Gerenciar Riscos?


‰ Historicamente a desregulamentação de
mercados leva a:
‰ Um aumento da volatilidade de preços
‰ Um aumento do volume contratado (e talvez como
conseqüência um aumento do risco de contraparte)
‰ O gerenciamento de riscos permite maior
controle sobre:
‰ Fluxo de caixa
‰ Melhor visão sobre o portfolio global da empresa e
identificação de posições (ativos) que contribuem para
melhor o perfil de risco/retorno da empresa

info@mbarros.com 67
Instrumentos Financeiros

‰ Por que Gerenciar Riscos?


‰ No caso brasileiro, a dependência em relação às
condições hidrológicas cria uma clara
necessidade de “hedge” contra situações
climáticas adversas.

‰ Exemplo (Derivativos de Clima)


‰ Empresa que detém uma usina térmica (custo de
geração alto), o risco é expresso por “muita chuva” (e
neste caso a usina não será despachada e sua receita
será zero). O que fazer? Comprar uma proteção (call) e
se chover ACIMA de um certo valor, a empresa exerce a
“call”, que deverá ser capaz de cobrir os custos fixos da
usina
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Alguns mercados de energia que deram
certo

NYMEX
NORDPOOL

info@mbarros.com 69
NYMEX

‰ NYMEX - gás
‰ O gás natural tem uma importância
fundamental na matriz energética dos EUA, e
representa quase 25% da energia consumida.
‰ Sua participação na matriz energética tende a
aumentar no futuro.
‰ O mercado americano de gás natural é
extremamente dinâmico e competitivo,
caracterizado por:
‰ Grande liquidez de contratos de curto e médio prazo
‰ Transparência de preços e existência de operações
sofisticadas usando derivativos

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NYMEX
‰ NYMEX - gás
‰ Abril de 1990 – lançamento do contrato futuro de gás
para o Henry Hub (ponto de confluência de gasodutos,
situado na Louisiana, funciona como uma espécie de
centro de gravidade)
‰ É o indicador mais líquido e transparente para o
mercado de gás americano.

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NYMEX

‰ NYMEX - gás
‰ Outros produtos
‰ Swaps
‰ Spread de calendário – contrato de opções
para a diferença de preços entre duas datas
de exercício diferentes

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NYMEX

‰ Petróleo Brent
‰ É um óleo “cru” leve do Mar do Norte que serve
como referencial para contratos futuros na
NYMEX.
‰ Grande parte do refino ocorre no Noroeste da
Europa, e grandes volumes são enviados para os
EUA. Os produtores negociam a maior parte da
produção no mercado spot.

‰ Petróleo WTI (West Texas Intermediate)


‰ É o principal “benchmark” no mercado americano.

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NYMEX
‰ Contratos Futuros de WTI
Futuros de WTI na NYMEX

42.00

38.00

34.00

30.00

26.00

22.00

18.00

14.00

10.00
02/01/1985

02/01/1986

02/01/1987

02/01/1988

02/01/1989

02/01/1990

02/01/1991

02/01/1992

02/01/1993

02/01/1994

02/01/1995

02/01/1996

02/01/1997

02/01/1998

02/01/1999

02/01/2000

02/01/2001

02/01/2002

02/01/2003
New York, NY Crude Oil Future Contract 1 ($/bbl) New York, NY Crude Oil Future Contract 4 ($/bbl)

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NYMEX

‰ Opções Envolvendo Brent e WTI


‰ Opções de spread entre os dois produtos para
oferecer proteção aos agentes de mercado contra
oscilações entre os dois principais referenciais
do mercado de petróleo mundiais.
‰ Volatilidade entre os preços é tipicamente gerada
por:
‰ Alterações de oferta e demanda nos respectivos produtos
‰ Padrões diferentes de estocagem
‰ Padrões sazonais
‰ A opção de spread Brent/WTI é uma opção
baseada no diferencial de preços entre os
contratos futuros das duas commodities.
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NYMEX

‰ Crack Spreads
‰ Envolve a relação entre óleo “cru”, gasolina e
óleo para aquecimento.

‰ Refinarias produzem ou compram óleo cru e


vendem derivados de petróleo. O “crack spread”
define o valor adicionado pela operação de
refino. Existem 3 spreads padrão. O spread 5-3-2
reflete 5 barris de óleo cru para produzir 3 barris
de gasolina e 2 de “heating oil”. Os outros
spreads padrão são o 3-2-1 e o 2-1-1.

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NYMEX

‰ Crack Spreads
‰ Para calcular o spread, faça a conversão do
preço do óleo cru de barris para galões (divida
por 42).
‰ Por exemplo, considere um crack spread 5-3-2 e
suponha que os preços são:
‰ Óleo cru: US$ 17.12/barril = US$ 0.4076/galão
‰ Gasolina: US$ 0.4390/galão
‰ Heating Oil: US$ 0.4927/galão

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NYMEX

‰ Crack Spreads
‰ Insumo: 5*cru = US$ 2.038095
‰ Produto: 3*gas+ 2*HO = 2.4644
‰ Spread por 5 unidades de óleocru:
‰ 2.4644-2.0380=0.4263
‰ Spread por unidade de óleo cru:
‰ 0.4263/5 = US$ 0.0853
‰ Compra de Spread: venda cru e compre os
produtos
‰ Venda de Spread: compre cru e venda os
produtos

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NYMEX
‰ Crack Spreads (5-3-2 para Nov 1999)

‰ Crack Spreads (5-3-2 para Maio 2000)

info@mbarros.com 79
NORDPOOL

‰ Bolsa eletrônica com compensação diária;


‰ Início de operação - Janeiro de 1996;
‰ Participantes - Noruega, Suécia,
Finlândia, Alemanha
‰ O Nordpool consiste em 2 mercados
principais:
‰ Mercado Spot
‰ Mercado Financeiro (futuros, forwards, opções)

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NORDPOOL

‰ Geração média anual = 380 TWh (desde


1993)
‰ Volumes Transacionados em 2001
‰ Mercado Spot: 112 TWh
‰ Crescimento de 15% em rel. a 2000
‰ 2.7 bilhões Euros

‰ Derivativos: 910 TWh


‰ Crescimento de 154% em rel. a 2000
‰ 20 bilhões Euros

‰ Clearing de Operações OTC: 1748 TWh


‰ Crescimento de 70% em relação a 2000
‰ 29.9 bilhões Euros

info@mbarros.com 81
NORDPOOL

‰ Baseado no Conceito de 2 mercados


‰ Mercado Spot um dia à frente e
‰ Mercado em Tempo Real
‰ Ferramenta para o operador do sistema “balancear”
o despacho; o preço serve de base para corrigir
distorções momentâneas de oferta e demanda
‰ Em outros países (Brasil inclusive) –
conceito de um mercado apenas
‰ O mercado é baseado no despacho a tempo real dos
contratos spot, e o preço corresponde à última
unidade despachada pelo operador do sistema

info@mbarros.com 82
NORDPOOL

info@mbarros.com 83
NORDPOOL

Mercados OTC Grandes


Grandes
Indústrias •Contratos bilaterais Indústrias

Geradores e •Contratos físicos Geradores e


Transmissão Transmissão

Distribuidores Distribuidores

Representantes NORDPOOL ASA Representantes


da “clearing” •Mercado spot da “clearing”
•Mercado financeiro
•Futuros, forwards,
opções

Mercado de Varejo
Pequenas Indústrias, Serviços,
info@mbarros.com
Consumidores Residenciais 84
NORDPOOL – Mercado
Atacadista
‰ Mercado OTC (de balcão)
‰ Intermediação entre compradores e vendedores,
eliminando risco de crédito
‰ Contratos padronizados ou não
‰ Bolsa de Energia
‰ Funciona como clearing, promove a liquidação
financeira e assume a exposição ao risco da contraparte
‰ Apenas contratos padronizados
‰ Mercado Bilateral
‰ Negociação entre dois agentes, ambos expostos ao
risco da outra parte
‰ Contratos “tailor made”

info@mbarros.com 85
NORDPOOL

‰ É importante separar dois momentos distintos:


‰ Antes da operação do sistema – aqui atua a NORDIC
POWER EXCHANGE
‰ Durante a operação do sistema – aqui atua o Nordic
TSO (operador do sistema)
‰ Atuação da Nordic Power Exchange
1. Mercados Financeiros
‰ Bids e asks
‰ Contratos financeiros (forwards, futuros, opções,
contratos por diferenças)
‰ Negociação eletrônica e contínua com horizonte ≤ 4 anos

info@mbarros.com 86
NORDPOOL

‰ Atuação da Nordic Power Exchange


2. Mercado Spot (ELSPOT)
‰ Mercado um dia à frente
‰ Contratos de uma hora
‰ Sistema de leilões
‰ Altos volumes e grande liquidez nos preços de energia
3. Mercado de “Balanceamento” (Balancing Market)
‰ Bids e Asks
‰ Mercado uma hora à frente
‰ Contratos de uma hora
‰ Trading contínuo e eletrônico

info@mbarros.com 87
NORDPOOL – FORMAÇÃO DE
PREÇOS – MERCADO SPOT

$/MWh Demanda “agregada” (bid)


Oferta “agregada” (ask)

Note que todos os


agentes
irão negociar a este
preço!

MWh
info@mbarros.com 88
NORDPOOL

‰ Atuação do Nordic TSO


‰ Mercado a tempo real
‰ Por ordem de mérito
‰ Serviços ancilares
‰ O lado da demanda pode fazer “bidding” no
mercado a tempo real
‰ O mercado a tempo real é caracterizado por
por volumes relativamente baixos e preços
que refletem a capacidade dos sistema em
balancear seus recursos

info@mbarros.com 89
NORDPOOL

‰ Produtos do Mercado Financeiro


‰ Contratos Futuros
‰ Diários, por bloco, por estação, por ano
‰ Forwards
‰ Por estação e anuais
‰ Opções
‰ Européias, os ativos objeto são forwards
‰ Contratos por Diferenças
‰ Usados para o hedge entre o preço de liquidação do
mercado (market clearing price, MCP) e preços em
diversas áreas

info@mbarros.com 90
Produtos - NORDPOOL
‰ Produtos
‰ Elspot - Mercado spot com entrega física de energia
‰ Eltermin - Mercado financeiro para contratos futuros e
forward
‰ Eloptions - Mercado financeiro para contratos de
opções do estilo europeu e asiático
‰ Elclearing - Serviço de compensação
‰ O NordPool toma o risco da contraparte e garante
pagamentos
‰ Rotina de compensação diária, e a liquidação é
baseada nas mudanças no valor de mercado das
posições dos participantes
info@mbarros.com 91
ELSPOT - NORDPOOL

‰ Elspot - The Nordic Spot Market


‰ Foi estabelecido em 1993 para a Noruega e em
Outubro de 2000 toda a região escandinava
tornou-se parte do ElSpot.

‰ Desde Janeiro de 2002, o mercado ElSpot é


operado por uma nova empresa, Nord Pool Spot
AS.

info@mbarros.com 92
ELSPOT- NORDPOOL

‰ No Elspot são negociados contratos de energia


horária para entrega física no período de 24 horas
do dia seguinte.

‰ O mecanismo de preços do Elspot é usado para


regular o fluxo de energia quando existem
restrições de capacidade no sistema.

‰ O preço é calculado a partir dos bids e offers de


todos os participantes do mercado.

info@mbarros.com 93
ELBAS - NORDPOOL

‰ No Elbas faz-se o ajuste contínuo dos contratos


horários até uma hora antes da entrega.

‰ Atualmente, a moeda de negociação no ElBas é o


Euro.

‰ Novos contratos são iniciados após a


determinação dos preços do dia seguinte no
ElSpot. Antes das 14 horas, os contratos para as
horas remanescentes de hoje podem ser
negociadas e, em seguida, abre-se a negociação
para o próximo dia.

info@mbarros.com 94
Eltermin - NORDPOOL
‰ Eltermin é um mercado financeiro para “hedging”
de preços e administração de riscos
‰ Duas categorias principais: Futuros e Forwards
‰ Horizonte de comercialização – até 3 anos à
frente
‰ Não há entrega física de energia, apenas
liquidação financeira
‰ Comercialização eletrônica, entre 8 e 15:30 hs

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Eltermin – NORDPOOL –
Contratos Futuros
‰ O valor de cada contrato é ajustado diariamente baseado
em mudanças no preço de mercado do contrato.

‰ Divididos em estações
‰ dividido em 3-6 blocos
‰ cada bloco tem 4 semanas

‰ Períodos de entrega - estação


‰ S01xx(estação1, ano xx): semana 1 - 16
‰ S02xx(estação2, ano xx): semana 17- 40
‰ S03xx(estação3, ano xx): semana 41 - 52/53

info@mbarros.com 96
Eltermin – NORDPOOL -
Contratos a termo
‰ Não há troca de dinheiro entre as partes antes do
vencimento; a liquidação é feita apenas no
período de entrega
‰ Cada participante tem que fazer um depósito de
seguro na Nord Pool
‰ Horizonte de comercialização - 3 anos
‰ Contratos por estações ou contratos anuais.
‰ Períodos de entrega forward
‰ FWV1xx ( inverno 1, ano xx): 1 Janeiro - 30 Abril
‰ FWSOxx( verão, ano xx): 1 Maio - 30 Setembro
‰ FWV2xx( inverno2, ano xx): 1 Outubro - 31 Dezembro
‰ FWYRxx( ano inteiro xx) 1 Janeiro - 31 Dezembro

info@mbarros.com 97
Eloptions - NORDPOOL
‰ Contratos de opções, negociadas a partir
de outubro de 1999
‰ Dois tipos: opções européias e asiáticas
‰ As opções européias comercializadas no
NordPool têm, como ativo objeto,
contratos forward para estações e anos
‰ Nas opções asiáticas do NORDPOOL, o
ativo objeto depende do preço do sistema
do mercado spot

info@mbarros.com 98
NORDPOOL

‰ Possíveis explicações para o seu sucesso ....


‰ Lançamento ocorreu num período de energia abundante
‰ Permite a escolha de mercados e produtos
(padronizados ou não)
‰ A participação na bolsa de energia não é compulsória e
‰ Preços são “de mercado”, e não baseados em simulações
de custos
‰ Existe transparência na determinação dos preços
‰ Existe fácil disseminação de informações entre os
participantes do mercado

info@mbarros.com 99
Gerenciamento de Risco no
NORDPOOL
‰ Método que vem sendo empregado para análise de
risco

info@mbarros.com 100
Tight Pool vs. Loose Pool
‰ Despacho Centralizado - Tight Pool ( Brasil e Chile )
‰ Despacho e Preço definidos por modelos de otimização
energética
‰ Leilão - Loose Pool ( Noruega e Colômbia )
‰ Produtores fazem ofertas ("bid") para diversos patamares de
geração ⇒ Curva de Oferta
‰ Consumidores fazem propostas ("ask") para diversos
patamares de consumo ⇒ Curva de Demanda
$/MWh $/MWh
3.0
Geração
‰ A interseção das
Consumo
2.0 curvas
Consumo Geração
1.0 ‰ preço spot Preço "Spot"
‰ despacho contratado
Despacho
0 10 20 30 40 50
MWh MWh

info@mbarros.com 101
Mercado de E.E. no Brasil

‰ Sistema elétrico brasileiro é único no


mundo
‰ Dimensões continentais
‰ Predominância de energia hidráulica
‰ Despacho centralizado (“tight pool”)
determinado pelo ONS (Operador Nacional do
Sistema)
‰ Várias usinas de donos diferentes na mesma
cascata

info@mbarros.com 102
Mercado de E.E. no Brasil

‰ ONS
‰ Operador Nacional do Sistema
‰ Faz o “despacho” das usinas no sistema com
o objetivo de minimizar o custo total (custo
atual + custo futuro)

‰ MAE
‰ Mercado atacadista de energia
‰ Determina o preço spot, que é gerado por
modelos matemáticos!

info@mbarros.com 103
Mercado de E.E. No Brasil

‰ A principal característica da reestruturação do


Sistema Elétrico Brasileiro foi a criação do MAE

‰ No MAE, os agentes de geração deverão:


‰ otimizar os ganhos financeiros de cada projeto;
‰ minimizar riscos financeiros e econômicos;
‰ diversificar contratos de venda;
‰ buscar estratégias de “hedging” financeiro.

info@mbarros.com 104
Mercado de E.E. No Brasil

‰ Comportamento do “preço spot”


‰ alta correlação com a hidrologia afluente.
‰ Depende da configuração futura do sistema;
‰ Depende da carga futura;
‰ Depende do preço dos combustíveis;

info@mbarros.com 105
Preço MAE
‰ O preço do MAE é determinado em base semanal,
para três patamares de carga, em cada
submercado do sistema elétrico brasileiro.

‰ Os submercados são: Norte, Nordeste,


Sudeste/Centro-Oeste e Sul.

‰ O preço do MAE é calculado em base ex-ante,


baseado nas previsões de carga e
disponibilidade para as semanas que se iniciam
aos sábados e terminam na sexta – feira.
‰ O preço MAE serve para a liquidação de toda a
energia não contratada entre os agentes.
info@mbarros.com 106
Custo Marginal de Curto Prazo –
Brasil (Preço MAE)
Custo M arginal de Curto Prazo
180
160 Sudeste Nordeste
140
120
US$/MWh

100
95% Hidráulico
80
60
40
20
0
7

9
8

9
7
97

98

99

00
7

0
/9
/9

/9
/9

l/9

l/9

r/0
r/9

r/9

r/9
n/

n/

n/

n/
ut

ut

ut
l

Ju

Ju
Ju

Ab
Ab

Ab

Ab
Ja

Ja

Ja

Ja
O

O
CMO (R$/MWh)

Ja
n

0,000
50,000
100,000
150,000
200,000
250,000
300,000
350,000
400,000
450,000
500,000
-9
Ap 3
r-
9
Ju 3
l-9
O 3
ct
-9
Ja 3
n-
9
A 4
pr
-9
Ju 4
l-9
O 4
ct
-9
Ja 4
n-
9
A 5
pr
-9
Ju 5
l-9
O 5
ct
-9
Ja 5
n-
9
A 6
pr
-9
6
Ju
l-9
O 6
ct
-9
Ja 6
n-
9
A 7
pr
-9
Ju 7
l-9

Meses
O 7
ct
-9
Ja 7
n-
9
A 8
pr
-9

info@mbarros.com
Ju 8
Evolução dos CMOs / Sudeste

l-9
O 8
Preço da Energia - Brasil

ct
-9
Ja 8
n-
9
Ap 9
r-
9
Ju 9
l-9
O 9
ct
-9
Ja 9
n-
0
Ap 0
r-
0
Ju 0
l-0
O 0
ct
-0
Ja 0
n-
0
Ap 1
r-
01
108
109
S u d e s te

Sul
P re ç o s s e m a n a is M A E a p ó s o ra c io n a m e n to (s u b m e rc a d o s S u d e s te e S u l)

3
00
/2
06
3/ 3
-1 00
03 /2
20 3/05 3
6/
/0 -2 00
07 03 /2
20 2/05 3
5/
/0 -0 00
17 03 /2
20 1/04 3
4/
/0 -1 00
26 03 /2
20 1/03 3
4/
/0 -2 00
05 03 /2
20 /02
3/ 8 3
/0 -2 00
15 03 /2
20 7/02 3
2/
/0 -0 00
22 03 /2
20 7/01 2
2/
/0 -1 00
01 03 /2

info@mbarros.com
20 7/12 2
1/
/0 -2 00
11 02 /2
20 6/12 2
2/
/1 -0 00
21 02 /2
20 5/11 2
1/
00
Após o racionamento

/1 -1
30 02 /2
Preço semanal MAE

20 5/10 2
1/
/1 -2 00
09 02 /2
20 4/10 2
0/
/1 -0 00
19 02 /2
20 3/09 2
9/
/0 -1 00
28 02 /2
20 3/08 2
9/
/0 -2 00
07 02 /2
20 2/08 2
8/
/0 -0 00
17 02 /2
20 2/07 2
7/
/0 -1 00
27 02 /2
20 1/06 2
7/
/0 -2 00
06 02 /2
20 1/05 2
6/
/0 -3 00
15 02 /2
20 0/05 2
5/
/0 -1 00
25 02 /2
20 9/04 2
5/
/0 -1 00
04 02 /2
20 9/03 2
4/
/0 -2 00
13 02 /2
20 8/03
/
/ 03 -0
23 02
20/
/ 03
02

2 7 .0 0

2 4 .0 0

2 1 .0 0

1 8 .0 0

1 5 .0 0

1 2 .0 0

9 .0 0

6 .0 0

3 .0 0
‰
110
N ordeste
P reços sem an ais M AE apó s o racion am ento (sub m ercados N o rdeste e N orte)

N orte

3
00
/2
06 3
3/ 0
-1 20
03 5/
20 3/0 03
6/ -2
/0
03 20
07 5/
20 2/0 03
5/ -0
/0
03 20
17 4/
20 1/0 03
4/ -1
/0
03 20
26 3/
20 1/0 03
4/ -2
/0
03 20
05 2/
20 8/0 03
3/ -2
/0
03 20
15 2/
20 7/0 03
2/ -0 0
/0 /2
22 03 1
20 7/0 02
2/ -1
/0 20

info@mbarros.com
01 03 2/
20 7/1 02
1/ -2
/0
02 20
11 2/
20 6/1 02
2/ -0 0
/1 /2
21 02 1
20 5/1 02
1/
Após o racionamento

/1 -1 20
02 0/
Preço semanal MAE

30
20 5/1 02
1/ -2
/1
02 20
09 0/
20 4/1 02
0/ -0
/1
02 20
19 9/
20 3/0 02
9/ -1
/0
02 20
28 8/
20 3/0 02
9/ -2 0
/0 /2
07 02 8
20 2/0 02
8/ -0
/0
02 20
17 7/
20 2/0 02
7/ -1
/0
02 20
27 6/
20 1/0 02
7/ -2 0
/0 /2
06 02 5
20 1/0 02
6/ -3
/0
02 20
15 5/
20 0/0 02
5/ -1
/0
02 20
25 4/
20 9/0 02
5/ -1
/0
02 20
04 3/
20 9/0 02
4/ -2
/0
02 20
13 3/
20 8/0
3/ -0
/0
23 02
20
3/
/0
02

27.00

24.00

21.00

18.00

15.00

12.00

9.00

6.00

3.00
‰
Preço Médio Diário da Energia
na Colômbia

70% Hidráulico

info@mbarros.com 111
Preço Médio Mensal na
Noruega

Preço Spot M édio M ensal

350
300 99% Hidráulico
250
Nok/MWh

200
150
100
50
0
96

98

99
97

00
6

9
7
7
6

9
t/9

t/9
t/9
t/9
/9
/9

/9

/9

n/
n/

n/

n/

n/
ai

ai

ai
ai
Se

Se

Se

Se
Ja

Ja
Ja

Ja

Ja
M

M
info@mbarros.com 112
Sistemas Predominantemente
Hidroelétricos
‰ A princípio, é possível utilizar a água armazenada
nos reservatórios para evitar o custo de combustível
das unidades térmicas.
‰ A operação deve considerar a incerteza nas
afluências futuras.
‰ O valor da água armazenada nos reservatórios não
pode ser obtido diretamente.
‰ A água que passa em uma usina afeta outras
usinas a jusante (“mais para baixo na cascata”)
‰ Custo evitado de geração térmica
‰ Existe acoplamento temporal, i.e., uma decisão
operativa hoje afeta o custo de operação no futuro.
info@mbarros.com 113
Planejamento da Operação
Afluência
Alta
OK
‰ Utilizar Água
Utilizar
Água ‰ reduz custo presente
Afluência ‰ aumenta custo futuro
Baixa
Déficit ‰ risco de déficit
‰ Armazenar Água
Afluência
Alta
Vertimento
‰ aumenta custo presente
Armazenar ‰ reduz custo futuro
Água
‰ risco de vertimento
Afluência
Baixa
OK

Necessidade de Ferramentas de Otimização Estocástica


info@mbarros.com 114
Função de Custo Futuro
‰ A Função de Custo Futuro é computada através da
Programação Dinâmica Estocástica (SDP), para todo o
horizonte de planejamento.
Cenários de Afluência
wt+1
100% 100%
80% 80%
60% 60%
40% 40%
20% 20%
0% 0%
α (wt+1)
Período "t" Período "t+1"
Define o valor da água em função do nível de armazenamento
info@mbarros.com 115
Otimização do Custo Futuro

‰ Precisamos calcular os custos imediatos e futuros.


‰ Os custos imediatos são conhecidos, mas o custo
futuro depende das vazões futuras, e assim
precisamos conhecer o comportamento estocástico
das vazões.
‰ Dados de vazões disponíveis para 1931-1998.
‰Programas geram séries sintéticas de vazões
usando um modelo PAR(p) (autoregressivo periódico
de ordem p)

info@mbarros.com 116
Cálculo do Custo Futuro

Custo
Futuro =
média de
todas as
trajetórias

Estados do sistema são determinados pelos


volumes nos reservatórios e afluências

info@mbarros.com 117
Planejamento da Operação no
Sistema Brasileiro
‰ É centralizada pelo Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS) - Tight Pool.

‰ A programação é dividida em três etapas:


‰ longo prazo (até 5 anos),
‰ médio prazo (1 ano),
‰ curto prazo (1 semana) e tempo real.

info@mbarros.com 118
Planejamento da Operação

‰ Objetivos
‰ Em cada etapa do horizonte de planejamento,
determinar as metas de geração para cada
usina, de forma a atender a carga,
minimizando o valor esperado do custo de
operação.

‰ Custo de operação é dado pelo custo variável


de combustível das termelétricas e pelo custo
de déficit.

‰ Considera apenas a incerteza hidrológica.

info@mbarros.com 119
Planejamento da Operação
Planejamento
de Longo Prazo

Operação (5 anos em bases mensais)


Geração hidraulica agregada

Centralizada Geração térmica agregada


Sub-sistemas
Restrição de intercâmbio

Planejamento
de Médio Prazo
Despacho Real (1 ano em bases semanais)
(1 hora) Desagregação da geração
hidráulica em usinas
individualizadas

Pré-despacho Planejamento
(1 dia em bases horárias) de Curto Prazo
programação de curto prazo (1 semana em bases horárias)
atendendo aos requisitos Desagregação da geração
energéticos e elétricos semanal em bases horárias

info@mbarros.com 120
Sistema Brasileiro- Cadeia de
Modelos
Dados do Palnejamento de
Longo Prazo

Previsão de Carga
Séries de Afluência Programa NEWAVE
de Longo Prazo

Valores da Água Mensais


Agragados
Previsões Mensais e
Semanais de Vazões
Disponibilidade
Programa DECOMP de Geração Térmica
Custos de Operação
Previsão de Carga

Valores da Água Semanais


por Reservatório

Previsão Horária de Vazões Programa DESSEM Previsão de Carga Horária

Valores da Água Horários


info@mbarros.com
por Unidade Geradora
121
PREÇO SPOT
Overview – Planejamento e
Despacho
Médio prazo Objetivos:
Minimizar o custo total (custo
NEWAVE atual + custo futuro) a partir de
decisões sobre:
Curto Prazo
• quantidade de energia térmica
DECOMP gerada
• total dos intercâmbios entre
Despacho Diário subsistemas
• custo do déficit
DESSEM

São modelos de otimização

info@mbarros.com 122
Newave

‰ Objetivo
‰ Definir a alocação ótima de geração térmica e
hidráulica a cada mês, de forma a minimizar o custo
esperado total (inclui o custo da geração térmica e o
custo de deficit, que é o custo do não suprimento de
energia)
‰ Solução do problema de otimização usa....
‰ Programação Dinâmica Dual Estocástica (PDDE)
‰ Representação em sistemas equivalentes
‰ Estado do sistema: energia armazenada nos
reservatórios e tendência hidrológica (vazões)

info@mbarros.com 123
Newave
ARQUIVOS ENTRADA NEWAVE DESCRIÇÃO

NEWAVE.EXE Executável e arquivos do sistema


MENSAG.TMP
FORMAT.TMP
Dados de cadastro de usinas e arquivo de vazões
HIDR.DAT
VAZOES.DAT
POSTOS.DAT
Dados de entrada
CASO.DAT
ARQUIVOS.XXX
DGER.XXX
SHIST.XXX
SISTEMA.XXX
PATAMAR.XXX
EAFPAST.XXX
CONFHD.XXX
EXPH.XXX
MODIF55.XXX
CONFT.XXX
TERM.XXX
CLAST.XXX
EXPT.XXX
MANUTT.XXX

info@mbarros.com 124
Newave - Dados de Saída

‰ Função de Custo Futuro para cada


estágio do período de planejamento,
que relaciona o estado do sistema
(energias armazenadas e tendência
hidrológica em cada subsistema)
com o valor esperado do custo de
operação a partir daquele estágio
até o horizonte de planejamento

info@mbarros.com 125
Simulação da Operação

‰ Cálcula índices probabilísticos


de desempenho do sistema

info@mbarros.com 126
Dados de Saída

‰ energias armazenadas finais,


turbinadas e vertidas
‰ energia gerada
‰ risco de déficit p/ cada ano
‰ energia não fornecida p/cada ano
‰ custos marginais
‰ custo esperado de operação
‰ intercâmbios

info@mbarros.com 127
Relacionamento entre os
modelos

info@mbarros.com 128
Gerenciamento de Risco
‰ Em sistemas predominantemente hidráulicos os agentes
estão expostos a diferentes tipos de risco:
‰ risco associado à incerteza na carga
‰ risco associado à incerteza na disponibilidade
‰ risco associado à incerteza hidrológica
‰ risco de preço (direta ou indiretamente associado aos riscos
de quantidade)
‰ riscos financeiros (câmbio, crédito, taxas de juros, etc.)
‰ riscos regulatórios

info@mbarros.com 129
Riscos no Mercado de E.E.

‰ Geradores
‰ longos períodos com preços spot baixos
‰ correlação negativa entre preço spot e capacidade
de produção (hidro)

‰ Consumidores
‰ preços spot podem ser muito elevados
(>$1000/MWh) por vários meses
‰ preço spot pouco afetado por nível de consumo

info@mbarros.com 130
Riscos no Mercado de E.E.

‰ Relação entre armazenamento e preço


20000 500

18000 450

16000 400
Energia armazenada (MW médios mensais)

14000 350

12000 300

10000 250

8000 200

6000 150

4000 100

2000 50

0 0

Energia armazenada CMCP

info@mbarros.com 131
E agora? Como aplicar isso ao
Brasil?
‰ Uma condição necessária para o desenvolvimento
de um mercado FINANCEIRO de energia é:
‰ INICIALMENTE estabelecer um mecanismo de preços spot
confiável, pois....

‰ Em nenhuma circunstância os participantes do mercado


irão tentar “hedgear” o preço spot a não ser que eles
acreditem que o preço spot da “bolsa” é igual ao
VERDADEIRO preços de mercado …

‰ Logo, temos que começar “pelo começo”! COMO CHEGAR


A UM PREÇO DE MERCADO SPOT no Brasil ???

info@mbarros.com 132
E agora? Como aplicar isso ao
Brasil?
‰ Diversas propostas
‰ Oferta e demanda? Talvez! Existem questionamentos, a
respeito da possível ineficiência disso em termos
operativos... Será que o mercado não acaba se ajustando e
se comportando de maneira eficiente bem rápido?

‰ Lembre-se que, no capitalismo: EFICIÊNCIA =


SOBREVIVÊNCIA!!!!

‰ Um modelo híbrido? Nem tight pool, nem loose pool....

‰ Outro aspecto fundamental é: ESTABILIDADE DE


REGRAS! NÃO É POSSÍVEL MITIGAR RISCO
REGULATÓRIO COM FERRAMENTAS QUANTITATIVAS!!!

info@mbarros.com 133
E agora? Como aplicar isso ao
Brasil?
‰ Preços de Longo Prazo
‰ Possivelmente o VN servirá de balizador para estes
preços, mas é necessário que estes preços garantam a
expansão da oferta e a entrada de novos agentes
geradores

‰ Preços de Curto Prazo


‰ Volatilidade alta (não é privilégio do Brasil!)
‰ Influência das condições hidrológicas e demanda
‰ Qual o “framework” futuro? Modelos matemáticos?
Oferta e Demanda?
‰ Cuidados a tomar: poder de mercado, transparência,
liquidez, número “suficiente” de players no mercado

info@mbarros.com 134
E agora? Como aplicar isso ao
Brasil?
‰ A QUESTÃO FUNDAMENTAL É: não importa qual
o modelo de preços a ser adotado no futuro, é
importante que os agentes reconheçam:
‰ A importância do uso de “novos” instrumentos
(derivativos e etc...)
‰ Sejam capazes de acessar, medir e controlar a sua
exposição ao risco
‰ Disseminem a cultura “financeira” como parte integrante
do seu negócio
‰ O negócio de Energia (e não apenas EE), com toda a sua
volatilidade de preços, não pode mais se dar ao luxo de
ignorar ferramentas desenvolvidas originalmente nos
mercados financeiros

info@mbarros.com 135
Referências

‰ Páginas na Internet
‰ A new spin on derivatives software
http://www.freecreditderivatives.com/riskpowr.htm
‰ Price Development in Power Markets
http://www.rwe-energy-trading.com
‰ Risk management- Swaps, Caps and Floors, Collars
http://www.dena.duke-energy.com/services
‰ NYMEX
http://www.nymex.com
‰ MAE
http://www.mae.org.br
‰ NORDPOOL
http://www.nordpool.com
‰ NUCA – UFRJ
http://www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/provedor/

info@mbarros.com 136
Referências

‰ Apresentações
‰ Bernini, E.J. (2002) – O Mercado de Energia Elétrica:
Desafios e Perspectivas – Seminário Realizado na
FIRJAN, Abril, 2002.
‰ Bueno, A. (2002) – A Proposta de Contrato Futuro de
Energia Elétrica– Seminário Realizado na FIRJAN, Abril,
2002.
‰ Houmøller, Anders P. (2001) - The Nordic Model
‰ Thorensen, J.V. & Andersen, J. H.(2002) – The
Experience in Scandinavia – Seminário Realizado na
FIRJAN, Abril, 2002.
‰ Oliveira, Armando (2000) – Exame de Qualificação –
Departamento de Eng. Elétrica – PUC-Rio

info@mbarros.com 137
Referências

‰ Livros
‰ Clewlow, L. & Strickland, C. (2000) – Energy
Derivatives Pricing and Risk Management
‰ Errera, S. & Brown, S.L. (1999) – Fundamentals of
Trading Energy Futures and Options
‰ Fusaro, P.C. (1998) – Energy Risk Management
‰ Hull, J.C. (2000) – Options, Futures and Other
Derivatives, 4th edition
‰ Jorion, P. (2001) – Value at Risk, 2nd. edition
‰ Pilipovic, D. (1998) – Energy Risk – Valuing and
Managing Energy Derivatives
‰ Wilmott, P. (2000) – Paul Wilmott on Quantitative
Finance, vols. I and II

info@mbarros.com 138

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