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Para se obter um mapa genético é preciso levar em consideração que quanto maior
for a taxa de recombinação gênica, maior será a distância entre os genes e vice-versa.
Vale lembrar que, quanto maior a distância entre os genes, maior a possibilidade de
haver crossing-over.
Haja vista que o projeto genoma humano, iniciado em 1990 e concluído em 2003,
proposto a identificar e fazer o mapeamento dos cerca de 80 mil genes que se
calculavam existir, totalizou com o término do projeto uma seqüência de 25 mil genes.
Um resultado que possibilita estimar que apenas 2% do material genético humano
possui informações significativas ao metabolismo (regiões de eucromatinas).
Enquanto a maior parte (regiões de heterocromatina), parecem não conter instruções
relevantes.
2. MAPA GÊNICO É ÉTICA?
Outra questão a ser abordada é a falta de privacidade dos resultados. Alguns pais
pedem o mapeamento genético de seus filhos menores de idade, e mesmo que
instituições públicas neguem o pedido, respeitando a privacidade do menor, é de fato
seguro afirmar que instituições privadas façam o mesmo?
Há também para ser citado o aborto terapêutico, feito em casos como gravidez de
altíssimos riscos, que podem prejudicar a mãe, porém, é também onde um
mapeamento genético possa ser a sua razão. A identificação de uma mutação ou
gene causador de alguma doença leva, muitas vezes, a opção do aborto. Pode não
ser levado em consideração que, muitas vezes, pode ser somente uma predisposição.
3. E SE FOSSE VERDADE...?
Na prática, seria assim: todo mundo teria o genoma mapeado. O médico leria o
DNA do paciente e procuraria por algum gene ou mutação capaz de provocar uma
doença. Se encontrasse algo preocupante, prescreveria um tratamento que mexesse
direto naquele gene. Diabéticos, por exemplo, sairiam com uma receita que regulasse
o gene responsável pela produção de insulina. O Projeto Genoma mapearia os botões
do corpo que ativam determinados processos – os médicos só precisariam ligá-los e
desligá-los conforme necessário.
Essa história é fictícia. Foi escrita em 1999 por Francis Collins, então diretor do
Projeto Genoma e atual diretor dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA. É assim
que Collins imaginava que trataríamos da saúde hoje, em 2010. “A revolução genética
está a caminho”, dizia no fim do artigo, publicado no periódico The New England
Journal of Medicine.
Haveria bastante fama e fortuna. 2000 foi o grande ano da biotecnologia. Com o
anúncio de que o genoma estava quase mapeado, investidores colocaram US$ 39,9
bilhões nas companhias do setor – até hoje um recorde. Só nos EUA, o investimento
saltou de US$ 8,8 bilhões em 1999 para US$ 32,7 bilhões em 2000.
Nem cientistas nem investidores sabiam naquela época, mas estava se formando
uma bolha. “Muitos tinham grandes expectativas sobre as aplicações comerciais dos
medicamentos que apareceriam depois do mapeamento e sequenciamento do
genoma humano”, diz Monika Gisler, pesquisadora do Instituto Nacional de
Tecnologia de Zurique, na Suíça, que estudou o desenvolvimento da indústria de
biotecnologia. O pessoal só não contava com uma possibilidade: a demora em
transformar a pesquisa da genética em produtos.
E como nem tudo são flores, houveram casos que deram errado. Uma morte.
Aconteceu em 1999. A vítima foi Jesse Gelsinger, um rapaz de 18 anos do Arizona
portador de uma doença hereditária rara, chamada ornitina trancarbamilase. O
problema é causado pela falta de um gene no fígado e tem como principal
característica a dificuldade de eliminar amônia. Normalmente quem nasce com o
distúrbio não vive mais de um mês, mas o rapaz sofria de uma forma branda da
doença.
4. MEDICINA PERSONALIZADA?
“Temos que melhorar e muito mais o lucro e reduzir o risco para controlar o modo
como se repara, vai ser uma questão de tempo, mas devemos ser humildes diante da
situação atual”, afirmou Montoliu, que investiga, em modelos animais, o albinismo,
uma doença rara em que intervêm mais de 20 genes mutantes.
O vírus por sua vez possui a capacidade de inserir seu próprio DNA nas células
das pessoas que infectam. Os cientistas tiraram proveito disso com o auxílio de um
vírus modificado, que acarretaria o gene necessária para a vida de Gelsinger. Quatro
dias depois, o mesmo teve a falência múltipla dos órgãos. De forma geral, é de suma
importância citar que o mapeamento genético ainda precisa de muitos estudos
referentes a prática de suas ideias já estipuladas.
5. QUESTIONAMENTOS
“Como garantir que esses avanços tecno-cientificos não tornem-se mais uma vez
armas de controle eugenista?"
“Valeria revelar um futuro sem garantir que a pessoa não teria complicações
psicológicas ou que haja algum tipo de discriminação da parte de terceiros, como
empresas ou locais de contratação?