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ORGANIZADORES

ANÚBES PEREIRA DE CASTRO

EDUARDO SÉRGIO SOARES SOUSA

GDEANE CONSTANTINO DE ALMEIDA

MÁRCIA JANIELE NUNES DA CUNHA LIMA

JOSÉ DE ANCHIETA FERNANDES

CONSTRUINDO PESQUISAS E ESTUDOS EM SAÚDE: ABORDAGEM DE DIVERSAS


ESFERAS
CONSTRUINDO PESQUISAS E ESTUDOS EM SAÚDE: ABORDAGEM DE DIVERSAS
ESFERAS

ORGANIZADORES

ANÚBES PEREIRA DE CASTRO

EDUARDO SÉRGIO SOARES SOUSA

GDEANE CONSTANTINO DE ALMEIDA

MÁRCIA JANIELE NUNES DA CUNHA LIMA

JOSÉ DE ANCHIETA FERNANDES


FICHA CATALOGRÁFICA

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP

C758 Construindo pesquisas e estudos em saúde: abordagens de diversas


esferas [recurso eletrônico] / Anúbes Pereira de Castro ... [et al] ,
organizadores. - João Pessoa: Ative, 2023.
102 p.

Dados Eletrônicos

1.Extensão Universitária. 2.Pesquisa. 3.Ciência. 4.Saude mental.


5.Pandemia da COVID-19. 6.Puerperio. 7.Pré-natal. 8.HPV. 9.Diabets
mellitus. I. Castro,Anúbes Pereira de. II.Sousa, Eduardo Sérgio Soares.
III.Almeida, Gdeane Constatino de. IV. Lima, Márcia Janiele Nunes da
Cunha. V.Fernandes, José de Anchieta. VI.Título: Construindo
pesquisase estudos em saúde.

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECÁRIA DENIZE SANTOS SARAIVA LOURENÇO-CRB/15/046

Anna Kalyne César G. Adriano


Capa

Esther Alves Fernandes


Ana Laura Alves Gomes
Diagramação

Anúbes Pereira de Castro


Revisão Final

Este livro foi avaliado e aprovado por pareceristas ad hoc


Tel: (83) 98864 6084
E-mail: aativecontato@gmail.com

Copyright © da Editora Ative Ltda


Sumário

Capítulo 1- EFEITOS DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS NA SAÚDE MENTAL ......... 6


Amanda de Freitas Andrade; Tatiane Sales dos Anjos; Werica de Brito Silva; Ailma de Souza Barbosa;
Alexsander Wilkard Monte Sales de Barros; Maria Luísa de Almeida Nunes; Rejane Barbosa Ciriaco
Pinheiro; Alba Rejane Gomes de Moura Rodrigues

Capítulo 2- FATORES EXTRÍNSECOS QUE INFLUENCIAM NOS DESFECHOS GRAVÍDICOS


PUERPERAL NO BRASIL ................................................................................................................. 15
Amanda Fernandes do Nascimento; Anna Kalyne César G. Adriano; Daisy Lira Araújo; Thiozano Afonso
de Carvalho; Gdeane Constantino de Almeida; Luiza Sátyro Morais de Medeiros

Capítulo 3 - AS QUESTÕES DO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA NAS UNIDADES


BÁSICAS DE SAÚDE (UBS) EM RELAÇÃO ÀS GESTANTES PARTICIPANTES DO PRÉ-
NATAL ................................................................................................................................................. 27
Andrêssa Patricio de Araujo; Yonara Pires de Araújo; Maria Ludimila Araújo Lopes; Gisely Santana
Farias; Ana Paula Ramos Machado; Aissa Romina Silva do Nascimento; Clariana Falcão Silva

Capítulo 4 - IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO


INDIVIDUAL NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE COM O ADVENTO DA COVID-19 ......................... 36
Beatriz Garrido Soares; Jessyka Mirelly Antunes Moreira de Sousa; Karynne Marques Lopes; Joyce kelly
Tomaz da Fonseca; Maria do Socorro Sousa da Silva; Rejane Barbosa Ciriaco Pinheiro

Capítulo 5 - A RELEVÂNCIA DAS AÇÕES DE PREVENÇÃO CONTRA O HPV REALIZADAS


NO ESTADO DA PARAÍBA ............................................................................................................... 47
Gabriel Campos Alves Batista; Joyce Diniz Oliveira; Janaína Alves Benício; Luana de Almeida Silva;
Márcia Janiele Nunes da Cunha Lima; José de Anchieta Fernandes; Alexia Pinto Martins

Capítulo 6 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR NEOPLASIAS MALIGNAS NA


CIDADE DE CARRAPATEIRA PARAÍBA, ENTRE 2009-2019 ...................................................... 55
Italo Silvino de Morais; Lucas Oliveira Gerônimo do Nascimento; Irys Leonora Duarte Dantas; Vanessa
Soares de Sousa; Ailma de Souza Barbosa; Diego Vinícius Amorim; Maria do Socorro Ferreira de
Oliveira Cavalcanti; Brenda Pinheiro Evangelista

Capítulo 7 - SAÚDE MENTAL DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS EM MEIO A


PANDEMIA DA COVID-19 ................................................................................................................ 63
Tirza Lima Borges Leal; Adriana Aguiar Fernandes de Lima; Claudia Maria Fernandes; Tatiane Sales dos
Anjos; Rejane Barbosa Ciriaco Pinheiro; Luiza Sátyro Morais de Medeiros; Thaíse Brasileiro Abreu;
Ankilma do Nascimento Andrade Feitosa

Capítulo 8 - OS IMPACTOS DA MASCULINIDADE TÓXICA SOBRE A SAÚDE DO HOMEM


CONTEMPORÂNEO NO BRASIL .................................................................................................... 71
Maria Vitória Alves Ferreira; Esther Alves Fernandes; Eduardo Sérgio Soares Sousa;Anúbes Pereira de
Castro; Rosângela Vidal de Negreiros
Capítulo 9 - O TREINAMENTO FÍSICO E SUAS IMPLICAÇÕES NOS PORTADORES DO
DIABETES MELLITUS ...................................................................................................................... 79
Kleber Fernandes P de Assumpção; Walter Honorato, Roberta Guedes; Jandira Pedrosa Leal; Raony
Mangueira Lima Lopes; Marcelo Wanderley de Sousa Alves; Erlane Aguiar Feitosa de Freitas

ORGANIZADORES E AUTORES ..................................................................................................... 93


6

Capítulo 1- EFEITOS DA PANDEMIA DO NOVO CORONAVÍRUS NA SAÚDE


MENTAL

Amanda de Freitas Andrade; Tatiane Sales dos Anjos; Werica de Brito Silva; Ailma de Souza
Barbosa; Alexsander Wilkard Monte Sales de Barros; Maria Luísa de Almeida Nunes; Rejane
Barbosa Ciriaco Pinheiro; Alba Rejane Gomes de Moura Rodrigues

INTRODUÇÃO

O Sars-CoV-2, novo coronavírus que causa a doença da Covid-19, foi identificado pela
primeira vez em dezembro de 2019, em Wuhan, na China. Antes do surto de infecções na
cidade, o novo coronavírus nunca tinha sido detectado em humanos. Até agora, os especialistas
acreditam que é provável que a transmissão para seres humanos se deu através da via zoonótica,
isto é, transmitida de outros animais para as pessoas. Os cientistas e especialistas da área têm
investigado para saber exatamente quando, como e onde este vírus surgiu (BRASIL, 2020a).
A transmissão do vírus se dá por via direta, ou seja, de pessoa para pessoa, através de
gotículas expelidas através do nariz e boca de pessoas que estão infectadas com o vírus, ou
também por via indireta, através do contato com objetos que podem ter sido infectados
anteriormente (BRASIL, 2020a).
Depois do vírus ter sido identificado, diversos casos foram sendo detectados em outros
países até chegar em todos os continentes. Países como Espanha, França e Itália foram os mais
afetados na Europa durante os primeiros meses de pandemia. Países asiáticos como Japão e
Coreia do Sul acabaram por adotar as medidas de prevenção com maior antecedência, o que
permitiu um maior controle da disseminação do vírus (BROOKS, et al, 2020).
A pandemia teve impacto na saúde mental de todos comprometendo também a a
saúde dos idosos, população vulnerável à covid-19 em face das taxas de mortalidade e
presença de comorbidades associadas ao contexto sociocultural e às condições impostas pela
pandemia. Várias pesquisas apontam os desdobramentos indesejáveis da doença sob vários
aspectos que somados podem predispor à evolução da doença para casos mais graves quando
se trata da população idosa.( LUZARDO, et al,2021).
Moura et al ;(2022) associa o aumento da vulnerabilidade aos transtornos mentais,
potencializado direta ou indiretamente pela pandemia, tem afetado um número substancial de
pessoas de diferentes estratos sociais e regiões do país, mostrando a necessidade de
intervenções emergentes no campo da saúde mental. O impacto da pandemia de COVID 19
na saúde global das populações, nomeadamente na saúde mental, configura-se como
consequência direta da infeção viral, mas também devido às alterações sociais e económicas
resultantes em grande parte das medidas adotadas para controlar a disseminação do vírus na
comunidade mundial.
7

Diante de tal problemática, a vulnerabilidade e a fácil disseminação assolaram o mundo


trazendo mortes, aumentando a incidência da pobreza e surgindo assim, uma forte perpetuação
na saúde mental das pessoas. Portanto, fica evidente que a saúde mental seja um problema que
necessita ter ênfase na sociedade civil (SILVA, 2020).
Nesse sentido, para além das condições patológicas específicas causadas pela COVID-
19, é importante considerar dentro desse contexto as condições de saúde mental da população
diante dos múltiplos reflexos que essa pandemia tem causado, uma vez que estudos recentes
apontaram mudanças significativas no quadro de saúde mental da população em âmbito
mundial (BROOKS, et al).
Com isso, é preciso uma atenção especial às demandas psicológicas que podem emergir
em decorrência do momento atual que o mundo enfrenta, enfatizando principalmente a
necessidade pela busca de um olhar especializado, no sentido o artigo objetiva-se refletir acerca
dos efeitos da pandemia do novo coronavírus na saúde mental, com reflexões críticas acerca
dos efeitos da pandemia.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo reflexivo, descritivo, realizado por meio da revisão bibliográfica


de artigos científicos eletrônicos e portais de relevância e respaldo.
As buscas foram realizadas nas bases de dados Scientific Eletronic Library Online
(SciELO), e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Realizando a busca cruzando os descritores
saúde mental, pandemia e coronavírus. Os achados não foram quantificados, mas os discursos
temáticos existentes neles serviram de base para discussão textual desse estudo.
Desse modo, após uma análise crítica dos textos encontrados, elaborou-se duas
categorias de discussão: os impactos gerais provocados pela pandemia na saúde mental, e o
uso de medicação nesse processo. Após leitura minuciosa os dois temas foram analisados para
fim de encontrar o direcionamento discursivo destes, seus aspectos divergentes e convergentes
em definição.

ANÁLISE E DISCUSSÃO

Os impactos gerais provocados pela pandemia na saúde mental

A premissa da vigilância epidemiológica compreende a quarentena, contingenciamento


de recursos, práticas de distanciamento social, medidas prevenção ao contágio e estado de
calamidade pública, no caso da pandemia causada pela COVID-19, podendo levar ao
agravamento de condições psíquicas já preexistentes em grupos específicos e afetando no geral
a condição do indivíduo perante o grupo.
8

Os indivíduos que estão inseridos em um contexto de vivência em que as redes


midiáticas e os diálogos sociais apresentam como assunto mais predominante o cenário atual
da COVID-19, ao passo que os esforços globais voltam-se para promoção de políticas para
contenção da disseminação do novo coronavírus; para pesquisas direcionadas ao entendimento
da fisiopatologia do SARS-COV-2; para pesquisas voltadas ao desenvolvimento de propostas
terapêuticas como novos medicamentos, vacinas, anticorpos; para divulgação e informação da
população acerca da epidemiologia da doença.
Portanto, em uma expectativa renovada das práticas preventivas e de promoção da
saúde, e abrindo diversas importantes possibilidades para a discussão epistemológica e ético-
jurídica em relação ao cuidado em saúde, a vulnerabilidade se apresenta como uma condição
intrínseca de um indivíduo ou grupo, inerente e/ou adquirida, que diante de uma ameaça/evento
traumático, gera um transtorno. A resiliência está ligada aos índices de vulnerabilidade e saúde
mental por meio de crenças e valores espirituais.

Diante do cenário de adoecimento ou risco de adoecer enfrentado pela população


mundial, é fato que o adoecimento da mente huamana exista, em específico no Brasil, além do
surgimento da doença há condições de acessibilidade à saúde, condições financeiras e de
subsistência da população, condições de direcionamento para o enfrentamento, e outros
aspectos que comprometem ainda mais esse processo.

O distanciamento social pode favorecer acontecimentos psicológicos diversos, ainda


mais considerando as repercussões que envolvem tal distanciamento, nesse caso, a Covid-19
que trouxe danos físicos, mentais, sociais e de diversas ordens. Diante de uma problemática
grave, é preciso que as medidas sejam estabelecidas de maneira a ocasionar o menor dano às
pessoas, porém, nessa situação em específico, é preciso no mínimo duas semanas de
quarentena em virtude do período de incubação do virus, esse isolamento acaba ocasionando
outras condições para a saúde, quer seja, afetações mentais (BROOKS et al, 2020;
BARBISCH; KOENING;SHIH, 2015). Estudos realizados no Japão apontam que indivíduos
com transtornos mentais tendem a apresentar níveis mais elevados de estresse e sofrimento
psicológico durante a quarentena provocada pela COVID-19, comparados a pessoas sem esses
transtornos, em decorrência tanto da maior vulnerabilidade psíquica como de outros fatores;
por exemplo, a dificuldade de acesso a tratamento durante a pandemia.( SHIGEMURA et al. ,
2020)

Outro fator a considerar é que o adoecimento mental está presente nos grupos que
cumprem quarentena e nos grupos que não estão nesse meio, mas que vivenciam o medo do
adoecimento por necessitarem trabalhar, estudar, seguir para as compras de subsistência, entre
outras atividades emergenciais.
O pesquisador explicou que o medo de contrair o vírus nas ruas faz os trabalhadores que
9

precisam sair durante a quarentena adoecerem mais do que aqueles que estão de home office
ou isolados em suas casas (PARK; PARK, 2020).
Em estudo realizado, avaliaram que os sintomas de depressão vieram a aumentara mais
do que três vezes durante a pandemia de Covid-19, nos EUA, em comparação com dados
anteriores, de 2017 a 2018. Antes do coronavírus, 8,5% dos residentes relataram algum sinal
de depressão. Esse número subiu para 27,8% na pandemia (SILVA, 2020).

Gráficos mostram como está a porcentagem;


10

Sintomas de depressão em adultos nos EUA antes e durante a pandemia de Covid-19 — Foto:
Reprodução/Jama.

Uso de medicações

Coincidentemente, a venda de antidepressivos e estabilizadores de humor tiveram um


aumento expressivo durante o ano passado. Um levantamento, obtido com exclusividade pela
CNN, do Conselho Federal de Farmácias. mostra que quase 100 milhões de caixas de
medicamentos controlados foram vendidos em todo o ano de 2020 – um salto de 17% na
comparação com os 12 meses anteriores.

Evolução da Pandemia e a 4ª Onda: ansiedade, depressão e estresse.

O consultor da entidade, Wellington Barros, explica que diante da análise da pesquisa,


pode-se presumir uma relação entre os determinantes sociais de saúde e o aumento do consumo
de medicamentos. Existindo uma tendência a se considerar, na qual as pessoas consideram que
os vários aspectos de sua vida social podem ser resolvidos ao tratar-se com medicamentos”.
11

Gráfico mostra aumento na venda de medicamentos controlados no país. Foto: CNN Brasil

Ao analisar-se o gráfico por região, perceber-se que há estados em que o consumo de


antidepressivos foi ainda maior que a média brasileira. O Amazonas e o Ceará, que vivem uma
crise na saúde pública, lideraram o consumo durante pandemia (29%). Na sequência, Maranhão
(27%) e Roraima (26%).
Em quinto lugar, aparece o estado do Pará (25%).
Entre as principais capitais econômicas do país, São Paulo aparece em 18º lugar e o Rio de
Janeiro na 20ª colocação. Especialistas afirmam que o aumento no uso ou a dependência de
medicamentos para o controle da ansiedade também podem estar ligados ao desenvolvimento
socioeconômico de cada região do país. Além disso, o desemprego, a incidência de mortes pela
Covid-19 e o confinamento na quarentena aumentaram a da ansiedade na população.
“Era de se esperar”, afirma o psiquiatra e pesquisador da Universidade de São Paulo
(USP), Márcio Bernik. “Na literatura médica ao longo do ano de 2020, todos falavam de uma
terceira onda de adoecimento como secundário à Covid-19. Seria o adoecimento mental
secundário ao stress imposto pelo isolamento social, pelo temor da morte de entes queridos,
pela perda de renda, pela perda de perspectiva de emprego”, detalha.
O especialista da área Bernik, pontua que, pacientes com sintomas de depressão e
ansiedade deixaram de procurar ajuda na pandemia e os dados mostram que só uma parte da
população recebeu tratamento necessário. “Que bom que algumas pessoas conseguiram ter essa
receita na mão, porque a imensa maioria não chegou nesse ponto”.
As pesquisas que identificaram o aumento das vendas desses medicamentos revelam o
potencial do consumo durante a fase mais crítica da pandemia no Brasil , partindo deste
pressuposto o excesso de consumo deverá ter ocorrido por automedicação, visto que no Brasil
79% das pessoas com mais de 16 anos admitem tomar medicamentos sem prescrição médica
26. Não obstante a automedicação responsável teoricamente possa ser benéfica em uma
situação como uma pandemia, permitindo que os pacientes se tornem responsáveis e adquiram
12

confiança para gerenciar a sua saúde, essa prática efetuada de forma inadequada e
baseada em fontes de informação pouco confiáveis apresenta sérios riscos à saúde (
ICTQP, 2021).

CONCLUSÃO

A saúde mental está correlacionada a diversos aspectos da vida, sejam


elas da área da saúde propriamente, vinculadas a outros tipos de adoecimento
ou podem estar vinculadas a outras condições humanas, a exemplo de falta
de estrutura de vida, falta de recursos, disturbio s familliares, situações
atípicas e que fogem ao nosso controle, etc.
Ao relacionar a pandemia de Covid-19, se tornou um problema grave por
evidenciar um processo de adoecimento em alta proporção, demonstrando o quanto
essa condição de existencia afetou a população em diversos grupos sociais.
Dessa forma destaca-se que a ameaça é real, e diante dela as reações podem
ser as mais variadas possíveis, todas elas legítimas em face da gravidade da
situação. Os efeitos da pandemia vêm atingindo direta e indiretamente a saúde
mental das pessoas nos mais diversos aspectos, o que implica numa condição
preocupante de saúde pública.
Portanto, cabe dizer que do ponto de vista da saúde mental, uma epidemia
de grande magnitude implica em uma perturbação psicossocial que pode
ultrapassar a capacidade de enfrentamento da população afetada. Vale considerar,
inclusive, que toda a população sofre tensões e angústias em maior ou menor grau. e
é urgente que implementem estratégias para informar a população sobre o uso
adequado de medicamentos e que sejam aplicadas as medidas cabíveis para impedir
a automedicação inadequada e a publicidade de medicamentos com indicação para a
COVID-19, sem a devida segurança e eficácia comprovadas.
Dessa forma é preciso que haja uma construção corresponsabilizada de
enfrentamento entre os diversos atores sociais incluídos nesse processo, ou seja, a
população, os dispositivos e autoridades sanitárias e o poder público. Assim, como
forma de vivenciar essa situação de maneira mais flexível.
13

REFERÊNCIAS

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Infecção Humana pelo novo Coronavírus 2019-nCoV: Centro de Operações de
Emergências em Saúde Pública | COE-nCoV. Brasília.

BARBISCH, D., KOENING, K. L.;SHIH, F. Y. Is there a case for quarantine?


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BROOKS, S. K., WEBSTER, R. K., SMITH, L. E., WOODLAND, L., WESSELY,


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FARO, A.; BAHIANO, M. A.; NAKANO, T. C.; REIS, C.; SILVA, B. F. P.; VITTI;
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pandemia-da-covid-19-ansiedade-estresse-e-depressao/
https://www.cnnbrasil.com.br/saude/venda-de-antidepressivos-cresce-17-durante-
pandemia- no-brasil/

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doi: 10.1007/s12035-020-02249-x. Epub 2021 Jan 6. PMID: 33404981; PMCID:
PMC7786865.

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automedicacao-no-brasil-2018 (acessado em 29/set /2022).

MATA, I. R. S.; DIAS, L. S. C.; SALDANHA, C. T.; PICANÇO, M. R. A. As


implicações da pandemia da COVID-19 na saúde mental e no comportamento das
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MOURA, A. A. M. et al. Seria o isolamento social a pandemia de COVID-19 um fator de risco
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Disponível em http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672022000300214&lng=en&nrm=iso. acesso em 08 de julho de 2022. Epub em 07 de março
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SHIGEMURA J, URSANO RJ, MORGANSTEIN JC, KUROSAWA M, BENEDEK


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14

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sitrep-78-covid-19.pdf?sfvrsn=bc43e1b_2
15

Capítulo 2- FATORES EXTRÍNSECOS QUE INFLUENCIAM NOS


DESFECHOS GRAVÍDICOS PUERPERAL NO BRASIL

Amanda Fernandes do Nascimento; Anna Kalyne César G. Adriano; Daisy Lira Araújo;
Thiozano Afonso de Carvalho; Gdeane Constantino de Almeida; Luiza Sátyro Morais
de Medeiros

INTRODUÇÃO

A gestação é um processo natural que ocorre em diversas mulheres, na qual


passam por diversas transformações físicas, metabólicas e psicológicas. Normalmente, é
esperado que essa fase ocorra sem intercorrências, entretanto essas mudanças podem
gerar um desequilíbrio responsável pelo aparecimento de morbidades neste grupo, logo
alterando o bem-estar da gestante e do feto (VARELA et al., 2017).
Após a gravidez, o puerpério será o período sucessor que dará a continuidade às
alterações fisiológicas que afetam o organismo, sendo, também, um momento
extremamente delicado. Além disso, há um aumento das responsabilidades que
demandam muita dedicação materna, mas por ser um período ainda suscetível a
afecções, algumas progenitoras tendem a se encontrar fragilizadas acerca da sua saúde
(DOMINGUES et al., 2020).
No Brasil, o pré-natal é um serviço de atenção básica que possibilita a promoção
de ações a fim de evitar o surgimento de enfermidades frequentes nesses períodos com a
identificação de situações de riscos precocemente, como também no período puerperal
(DIAS et al., 2018). Dessa forma, o acompanhamento da mãe só é finalizado após a
consulta puerperal. Porém, sendo um país heterogêneo em relação aos agentes
socioeconômicos, há uma desigualdade na oferta desses serviços, gerando um aumento
de morbidades e mortalidades maternas evitáveis (DE OLIVEIRA; BARBOSA; MELO,
2016).
Essa conjuntura é resultante não apenas de aspectos intrínsecos, ou seja, das
doenças propriamente ditas que não são tratadas, mas da influência de aspectos
extrínsecos. Podemos considerar o baixo nível de escolaridade, tendo como
consequência a ausência de conhecimento para a busca de acompanhamento, tornando o
processo tardio e facilitando as intercorrências, a distância geográfica da residência das
gestantes até as Unidades Básicas de Saúde, também, é um imbróglio, visto que impede
a frequência ao acesso ao pré-natal, associado com mulheres de menor renda, a
16

qualificação baixa dos serviços de saúde pública disponibilizados e, por fim,


3particularidades da vida da mãe, como o estado civil e a experiência materna já vivida,
sendo a paciente primípara ou multípara (NUNES et al., 2017; DOMINGUES et al.,
2020;).
As principais doenças mais recorrentes associadas a esses grupos, gestantes e
puérperas, referem-se a quadros de hipertensão, anemia, diabetes melittus, hemorragias
e infecções. Contribuindo, assim, no aumento dos desfechos negativos (MOURA et al.,
2018). Dessa forma, sendo a gestação e o puerpério predispostos a essas intercorrências
com a soma desses fatores, não somente clínicos, podem resultar no desencadeamento e
persistência dessas doenças crônicas e agudas.
Grávidas e parturientes são grupos suscetíveis ao aparecimento de enfermidades,
que podem gerar vulnerabilidade para mãe e o bebê quanto à saúde. Portanto, mesmo
esse assunto sendo atemporal, ainda não é discutido em grande proporção os fatores que
levam aos desfechos negativos, resultando nitidamente no aumento desses.
Tendo em vista a grande ocorrência de afecções relacionadas às gestantes e
puérperas, esse estudo objetiva investigar as causas de evolução das morbidades
maternas voltadas para os fatores extrínsecos que influenciam para os desfechos e
complicações nesses ciclos. Dessa maneira, compreende-se que essas vulnerabilidades
precisam ser elucidadas para que as políticas públicas possam promover ações e
minimizar essa problemática.

MÉTODO

Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, realizado no período de agosto de


2021. Em plataformas onlines com base na credibilidade e publicação de textos
acadêmicos com referências, sendo de livre acesso com diversos assuntos científicos.
Os descritores utilizados foram ‘’gestação’’, ‘’complicações’’, ‘’saúde pública’’ e
‘’Brasil’’, encontrando-se 367 artigos online, a partir das plataformas Scientific
Electronic Library Online, SCIELO, e Literatura Latino Americano e do Caribe em
Ciências da Saúde, LILACS, estas bases de dados foram elegidas em virtude do maior
número de artigos acerca do tema abordado neste estudo. Desses foram selecionados
apenas 8, no período de 15 anos (2005- 2020) com textos no idioma inglês e português,
tendo como critério de exclusão publicações com conteúdos repetitivos, artigos
incompletos e aqueles que não incluíam o cenário da saúde pública.
17

Diante dos resultados, os critérios de inclusão utilizados foram artigos que


retratavam a realidade das gestantes e puérperas no Brasil, quanto às intercorrências de
complicações a partir de doenças recorrentes que são influenciadas pelos fatores
externos em mulheres com perfis sociodemográfico vulneráveis, como grau de
escolaridade, condição socioeconômica e quantidade de filhos, sendo primíparas ou
multíparas. Portanto, os dados foram analisados e vão ser apresentados à luz da
literatura.

RESULTADOS

Nessa revisão bibliográfica, foram tomados com base teórica nove artigos que
foram analisados e estudados, obedecendo os seguintes critérios de inclusão propostos,
os resultados serão decorridos ao longo do texto. Na tabela estão detalhados as
informações sobre as publicações utilizadas para a construção desse trabalho, sendo
organizadas pelas lacunas correspondentes a título/autor/ano, objetivos e resultados.
Dessa forma, foi percebido que a maior parte das publicações foram realizadas nos
Estados de Rio de Janeiro e São Paulo com grande prevalência nos anos de 2005 e
2011.

Quadro 1. Quadro dos resultados: Informações dos artigos.

TÍTULO/ AUTOR/ ANO OBJETIVOS RESULTADOS

Intercorrências na gravidez em Analisar a prevalência de Nas puérperas, a prevalência foi


puérperas brasileiras atendidas nos intercorrências na gravidez e o 87,8%, com média de 2,4
sistemas público e privado de perfil sociodemográfico das intercorrências por mulher. Para
saúde (VARELA et al., 2017) puérperas com intercorrências partos SUS, infecção do trato
segundo financiamento do parto. urinário (38,2%), anemia (26,0%)
e leucorreia (23,5%) foram mais
frequentes. Para partos não SUS
houve maior prevalência de
sangramento vaginal (26,4%),
infecção do trato urinário (23,9%)
e leucorreia (23,7%). Puérperas
que realizaram parto pelo SUS
relataram maior número de
intercorrências relacionadas às
doenças infecciosas e as atendidas
por convênios e particulares, as
relacionadas a doenças crônicas.
Observou-se maior frequência de
puérperas adolescentes, não
brancas e sem companheiro entre
aquelas com parto SUS (p<0,001).
18

Internações por complicações A coorte é composta por 55.404


obstétricas na gestação e desfechos Este estudo tem por objetivo gestantes usuárias do SUS, das
maternos perinatais, em uma identificar a presença de quais 2.360 internaram antes do
coorte de gestantes no Sistema complicações obstétricas durante a parto por complicações obstétricas,
Único de Saúde, no Município de gestação (internação hospitalar da com 55.926 conceptos, sendo
São Paulo, Brasil (MOURA et al., gestante) e dos desfechos maternos 55.402 nascidos vivos e 524 óbitos
2018) (internação da gestante e óbito fetais. Nessa coorte, foram
materno após o parto) e perinatais identificados 517 óbitos neonatais
(mortalidade fetal, internação do e três óbitos maternos.
recém-nascido após o nascimento,
prematuridade, baixo peso ao
nascer, mortalidade neonatal e
reinternação do recém-nascido
pós-alta do parto) de uma coorte
de gestantes residentes em São
Paulo, cujos partos foram
financiados pelo SUS, obtida por
meio da vinculação de dados do
SIH/SUS, SIM e SINASC, em
2012.

Atendimento a gestantes no Analisar o atendimento pré-natal Dos municípios analisados, 43,8%


Sistema Único de Saúde (COSTA; em unidades de saúde, com o (n=2.317) não atendiam ao risco
GUILHERM; WALTER, 2005) intuito de obter uma linha de base gestacional; 81% (n=4.277) e
que subsidie futuros estudos 30,1% (n=1.592) referiram atender
avaliativos. acima de 75% da demanda do pré-
natal de baixo e alto risco,
respectivamente; 30,1% (n=1.592)
atendiam acima de 75% da
demanda de alto risco. Atenção ao
baixo risco (χ2 =282,080; P<0,001
n=4.277) e ao alto risco (χ2
=267,924; P<0,001 n=5.280)
estiveram associadas à região
geográfica, tamanho do município
e modalidade de gestão no Sistema
Único de Saúde. A garantia de
vaga para o parto também esteve
associada à modalidade de gestão.

Utilização de serviços de saúde O presente estudo tem por objetivo Foram consideradas elegíveis para
ambulatoriais no pós-parto por estimar a utilização de serviços de esta análise 23.368 mulheres
puérperas e recém-nascido: dados saúde ambulatoriais no pós-parto (97,8% do total de entrevistadas).
do estudo Nascer no Brasil por puérperas e recém-nascidos A maior parte delas residia nas
(DOMINGUES et al., 2020) assistidos durante o parto em regiões Sudeste (42,7%) e
maternidades públicas e privadas Nordeste (28,7%) do país. A
no Brasil, e verificar os fatores média de idade foi de 25,7 anos,
demográficos, socioeconômicos e sendo 18,7% adolescentes (< 20
obstétricos associados a este uso. anos) e 10,3% com ≥ 35 anos. A
maioria das entrevistadas (56,8%)
declarou ter cor da pele parda, e
uma pequena parcela declarou cor
da pele amarela (1,1%) e indígena
19

(0,3%). Quase a metade (49,5%)


apresentava Ensino Fundamental e
9% possuíam o Ensino Superior.
Um pouco mais de 80% das
mulheres viviam com o
companheiro e 48,4% eram
primíparas. Em relação à
classificação econômica, 54,2%
pertenciam à classe C e 72,8% não
tinham plano de saúde.
Aproximadamente dois terços do
total de entrevistadas apresentaram
um pré-natal adequado,
considerando época de início e
número de consultas, e 69,9%
referiram ter recebido orientação
na maternidade para comparecer a
um serviço de saúde após o parto.

Avaliação da adequação da Avaliar a adequação da assistência Entrevistados 2.422 mulheres


assistência pré-natal na rede SUS pré-natal na rede de serviços do recebendo atendimento pré-natal
do Município do Rio de Janeiro, SUS do Município do Rio de de baixo risco na gravidez. A
Brasil (DOMINGUES et al., 2011) Janeiro, segundo práticas avaliação do atendimento utilizou
consideradas benéficas para os o índice PHPN, baseado nas
desfechos perinatais contidas nas diretrizes do Programa para
recomendações do PHPN 19 e nos Humanização do Pré-natal e Parto
manuais técnicos do Ministério da
Saúde. (Ministério da Saúde do Brasil) e
um ampliado Índice PHPN, que
incluiu clínico-obstétrico,
procedimentos, prescrição de
sulfato ferroso suplementar e
atividades educativas. De acordo
com o índice PHPN, 38,5% do
pré-natal era adequado, em
comparação com 33,3% com base
no índice PHPN expandido.

Cuidados pré-natais e avaliação do Foram incluídas 2.039 gestantes,


manejo da hipertensão arterial em O presente artigo avalia uma das quais 1.947 (95,5%) aceitaram
gestantes do SUS no Município do amostra representativa de todas as participar do estudo. Destas, 1.760
Rio de Janeiro, Brasil (VETTORE gestantes atendidas no pré natal da (90,4%) eram de baixo risco e 187
et al., 2011) rede SUS no Município do Rio de (9,6%) apresentaram hipertensão
Janeiro e aborda, de forma arterial. Quase a metade delas
aprofundada e inovadora, a (42%) era primípara e uma
adequação do manejo durante o minoria (14%), multípara.
pré-natal das gestantes com
hipertensão arterial e os fatores
associados ao manejo inadequado.

Perfil de risco gestacional e A média de idade foi 26±6,4 anos,


metabólico no serviço de pré-natal Descrever a prevalência dos predominando as pardas (59,8%),
de maternidade pública do fatores de risco gestacionais e sua com segundo grau completo e
20

Nordeste do Brasil (SANTOS et associação com desfechos superior incompleto de


al., 2012) materno-fetais desfavoráveis. escolaridade (51,8%), união
estável (67,2%) e ocupação
remunerada (51,0%). A maioria foi
admitida no segundo trimestre
(63,7%) e 16,7% no primeiro;
42,6% eram primíparas.
Hipertensão arterial crônica
(2,9%), pré-eclâmpsia (9,8%), e
diabetes mellitus gestacional
(1,0%) foram relatados em
gestações anteriores. [..] bem
como anemia em 25,3% e
dislipidemia em 47,3%. O
rastreamento para diabetes
mellitus gestacional indicado em
17,5% foi confirmado em 3,4%
das mulheres. Resultados materno-
fetais adversos incluíram PE
(4,5%), DMG (3,4%),
prematuridade (4,4%) e partos
cesarianos (40,1%). RNs grandes
para a idade gestacional (GIG)
somaram 9,8% e pequenos para a
idade gestacional (PIG), 13,8%.

Equidade e atenção à saúde da Comparar a atenção à saúde As gestantes do grupo de renda


gestante em Campinas (SP), Brasil recebida durante a gestação, o inferior tinham menor escolaridade
(ALMEIDA; BARROS, 2005) parto e o puerpério por mulheres e eram, em maior proporção,
de dois estratos de renda familiar adolescentes, pretas ou pardas e
per capita (menos de 1 salário- solteiras. O pré-natal foi realizado
mínimo e 1 ou mais salários- pelo SUS em 73,7% das gestantes
mínimos). de menor renda, contra 33,3% do
grupo de maior renda. As gestantes
de menor renda iniciaram o pré-
natal mais tardiamente e fizeram
um número menor de consultas.
Entretanto, alguns indicadores de
qualidade da atenção, como
exames de rotina, teste anti-HIV,
percentual de parto cesáreo e
permanência do recém-nascido
com a mãe em alojamento
conjunto, foram melhores nas
gestantes de menor renda. Os
grupos foram semelhantes em
relação a orientações recebidas,
exames clínicos, laqueadura no
pós-parto e prevalência de baixo
peso e de prematuridade. A
inadequação do cuidado pré-natal,
embora significativamente maior
para as mulheres de menor renda,
ocorreu num percentual
relativamente baixo.

Fonte: Autores, 2021.


21

Com base no Quadro 1, os desfechos do ciclo gravídico-puerperal podem ser


influenciados, além da predisposição individual a determinadas doenças, pelos perfis
sociodemográfico das mulheres, prevalecendo maiores porcentagens em relação aos
fatores ligados a escolaridade, número de gestações de uma mesma indivídua, sendo ela
primigesta ou multigesta, cenário de atendimento da saúde e a renda familiar.
Com relação às questões elencadas, os fatores extrínsecos atuam diretamente no
aumento das morbimortalidades das gestantes e puérperas, em decorrência do aumento
das doenças agudas e crônicas. Desse modo, durante a revisão existiu o anseio de fazer
a abordagem sobre tais pontos, deixando, assim, de forma clara a análise realizada a
partir dos dados fornecidos pelos artigos base.

DISCUSSÃO

No cenário brasileiro, os fatores extrínsecos que, não são ligados unicamente ao


sistema de saúde, corroboram para o aumento de circunstâncias consideradas negativas
durante o processo gravídico puerperal, acarretando desfechos que levam, até mesmo,
ao óbito. Logo, tornando-se um fator preocupante à saúde da mulher enquanto mãe
(COSTA, 2005).

Na respectiva revisão bibliográfica, foi obtido a partir das informações sobre


gestantes e puérperas que a baixa escolaridade se torna prejudicial para estas, pois
dificulta o entendimento acerca das orientações realizadas no pré-natal, além de
enfrentarem dificuldades econômicas. Por conseguinte, há um maior risco de adquirir
morbidades e necessitarem de intervenção hospitalar. Enquanto, que aquelas que
possuem uma alta escolaridade, iniciam a vida materna mais tardiamente, assim se
predispondo há um maior risco de morbidades crônicas, à disposição do fator biológico,
a idade (MOURA et al., 2018).

Um estudo feito no extremo norte do Brasil na fronteira com a Guiana-Francesa,


mostrou que a gravidez tardia pode gerar consequências a curto e longo prazo para o
binômio mãe-filho, e que muitas das vezes essas mulheres não têm conhecimento sobre
os riscos, e acabam iniciando o pré-natal tarde, dificultando ações importantes no início
da gestação, como os exames para diagnósticos de doenças previsíveis (MENDES et al,
2021).
22

Além disso, a heterogeneidade do nosso país é elencada igualmente como um


fator extrínseco que afeta a distribuição dos serviços e consequentemente a saúde das
gestantes e parturientes, pois apesar dessas desigualdades regionais associou-se que a
maior escolaridade materna está atrelada à maior utilização dos serviços. Com base nos
dados obtidos no estudo, há uma maior prevalência de mulheres que não ingressaram no
ensino superior, evidenciando assim, a menor porcentagem de acesso das mães às
universidades. Devido a menor condição de renda, boa parte das mães utilizam o
serviço público, já que não possuem plano de saúde (DOMINGUES et al., 2020).
Dentre as parturientes que possuem menor condição econômica, há uma grande
proporção de adolescentes grávidas, desempregadas e solteiras. Sendo que estas não
planejaram a gravidez, dessa forma iniciaram o pré-natal atrasado. Consequentemente,
não realizavam o acompanhamento como previsto (ALMEIDA et al., 2005).
A qualidade do sistema de saúde utilizado pelos grupos, gestantes e puérperas,
em questão é um fator que, também, atua diretamente nas taxas de morbimortalidade,
pois facilita e auxilia na identificação de riscos biológicos à mulher precocemente,
podendo, dessa maneira, influenciar no desfecho. Entretanto, a acessibilidade aos
serviços de saúde pública não se distribui de forma igualitária no território nacional,
tornando-se uma problemática. A maior parte dos municípios ofertam a média
prioridade no pré-natal de baixo risco quando comparada aos números referentes aos de
altos riscos, devido ao volume populacional de cada região, ou seja, ao número de
habitantes (COSTA et al., 2005). Dessa forma, há um grande prejuízo e maior
probabilidade de os desfechos perinatais se encaminharem negativamente, visto que em
casos de alto risco deve-se oferecer ainda mais atenção e cuidado com a mãe e o bebê
(DOMINGUES et al. 2011).
Na literatura utilizada como base teórica, segundo os estudos realizados por
Varela et al. (2015), percebeu-se que os partos financiados pelo SUS, Sistema
Unificado de Saúde, quando comparados ao sistema privado de saúde, havia um número
maior de intercorrências, deixando em evidência a vulnerabilidade das mulheres
usuárias desse sistema. Dessa forma, foi criada a relação com o perfil social e
demográfico desse grupo que, em sua maioria, é desfavorável, juntamente com a
ausência de qualidade efetiva para que as taxas de morbidades decresçam. Portanto, os
serviços de saúde influem diretamente na resultante das notificações de agravos
ocasionados nesses ciclos.
23

Ademais, a maternidade é tratada como uma responsabilidade que envolve


significativos sentimentos, sendo para mães de primeira viagem ou para mulheres que já
são detentoras da experiência. Gerando, assim, uma preocupação ao cuidado com o
bebê (DEMARCHI et al., 2017). Normalmente, essa ansiedade, em boa parte dos casos,
resulta no descuido com a própria saúde, colocando-se em segundo plano e
frequentando menos consultas rotineiras voltadas para a revisão de parto. A maior parte
das mulheres que recebem orientações maternas procuram comparecer a essas, sendo
elas, em sua grande maioria, de classes sociais mais privilegiadas e primíparas
(DOMINGUES et al., 2020).

Dessa forma, as multigestas são mais acometidas por síndromes hipertensivas


quando comparadas com as primigestas, assim foi possível associar que as mulheres que
já haviam vivenciado o processo gravídico puerperal estavam propensas a adquirir
hipertensão. Sendo uma das doenças crônicas, que contribuem para o desenlace
desfavorável materno e fetal, favorecendo o surgimento de pré-eclâmpsia, falência
cardíaca, comprometimento da função renal, hemorragia retiniana e coagulopatias.
Também, o feto também sofre prejuízos tais como descolamento da placenta, baixo
peso, diminuição do crescimento intrauterino e altas chances de nascer prematuridade
(VETTORE et al., 2011).

Diante do estudo, a grande maioria das gestantes iniciam o acompanhamento no


segundo trimestre, logo dificultam as chances de identificar os riscos precocemente.
Desse modo, a maior parte são primigestas com segundo grau completo. Porquanto
dentre estas algumas tiveram anemia, mesmo que iniciaram o pré-natal atrasado ainda
foi possível obter sucesso no tratamento. No entanto, essa patologia não sendo tratada, é
um fator de risco para a pré-eclâmpsia e causa de variante do peso do recém-nascido
(SANTOS et al., 2012).

É necessário que as políticas públicas não sejam voltadas somente para a


patologia em si, mas para a promoção da prevenção e da diminuição das taxas de
morbimortalidades que são influenciadas pelos fatores externos. Salientando que haja
maior seguridade da equidade para as usuárias do sistema público de saúde brasileiro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
24

Diante dos fatores abordados, é tácito que a saúde das gestantes e puérperas
brasileiras necessitam de maior atenção por parte dos setores públicos devido às
iniquidades presentes na realidade sociodemográfica dessas mulheres que ocasionam
uma maior vulnerabilidade quanto às taxas de morbimortalidades nesses grupos. Assim,
resultando em crescentes números de notificações de desfechos negativos.
No entanto, após a análise foi percebido que essa temática, apesar de ser
fundamentalmente discutida, possui lacunas que permitam um maior embasamento
teórico em relação a todo território brasileiro, cuja boa parte das pesquisas foram
realizadas em locais específicos do país. Dessa forma, os resultados não são precisos
levando em consideração todas as realidades do Brasil.
Por fim, conclui-se que essa revisão integrativa tem como objetivo identificar os
fatores extrínsecos e como eles influenciam nas complicações que surgem durante os
períodos gravídicos e puerperal. Logo, surge a necessidade de um aprofundamento
significativo de pesquisas nesse âmbito para que haja maiores probabilidades de
resolução e descrições fidedignas que possam expressar essa conjuntura.

REFERÊNCIAS

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25

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26

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[online]. 2014, v. 30, n. Suppl 1. Disponível em: <
https://www.scielo.br/j/csp/a/CGMbDPr4FL5qYQCpPKSVQpC/?lang=pt >. Acesso
em: 30 de Setembro de 2021.
27

Capítulo 3 - AS QUESTÕES DO ENFRENTAMENTO DA PANDEMIA NAS


UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE (UBS) EM RELAÇÃO ÀS GESTANTES
PARTICIPANTES DO PRÉ-NATAL

Andrêssa Patricio de Araujo; Yonara Pires de Araújo; Maria Ludimila Araújo Lopes;
Gisely Santana Farias; Ana Paula Ramos Machado; Aissa Romina Silva do Nascimento;
Clariana Falcão Silva

INTRODUÇÃO

A gravidez é um acontecimento natural, em que no período gestacional de nove


meses ocorre o surgimento da vida. Porém, em todo esse processo, cuidados especiais
são requeridos tanto para a gestante quanto para o feto, e esses procedimentos consistem
no pré-natal, onde nele haverá toda a preparação física e psicológica da mãe para o parto
e para a maternidade, estes que são ocasionados pelas modificações fisiológicas e
emocionais devido ao ciclo pelo qual estão passando (OLIVEIRA et al., 2017).
É devido ao Sistema Único de Saúde (SUS) abranger a atenção básica, os
cuidados pré-natais, incluindo os fundamentos da enfermagem, e a atenção às grávidas e
seu período pós-natal são de sua responsabilidade. Isso é comprovado pelos dados do
Departamento de Informática do SUS (DATASUS), que demonstram que quase a
totalidade das gestantes brasileiras fez pelo menos alguma consulta de pré-natal
utilizando do sistema básico, onde houve uma média de 97% das mulheres usuárias em
2011.
Também é reafirmado por Oliveira, Santos et al. (2017), ser a atenção básica o
principal responsável pela assistência e garantia de saúde da gestante com o
procedimento pré-natal, este de extrema necessidade para um período gestacional
tranquilo.
Tal procedimento é gestado pelas Unidades Básicas de Saúde (UBS), este que
ainda afirmado por Santos et al (2017), é onde os profissionais, como os da
enfermagem, tem disponibilidade para atuar na gestão do pré-natal. Logo, vê-se a
conexão primordial entre a gestante e a unidade de saúde para a realização desse
procedimento, de modo a auxiliar esse momento tão peculiar da vida.
28

Entretanto, a World Health Organization / Organização das Nações Unidas no


Brasil, declarou por todos seus canais de comunicação que em 2020 o mundo estaria em
estado de pandemia ocasionada pela Covid-19 (OMS, 2020).
Logo, mesmo com a extrema importância de tais procedimentos de cuidado, o
advento da pandemia impactou esse método, pois passou a ter a necessidade da criação
de barreiras e interjeições para a certeza da segurança das gestantes e da equipe de
saúde que as auxiliam isso devido ao risco de contaminação, como as questões do
distanciamento social e da quarentena.
Diante desse quadro social surgem os seguintes questionamentos: Quais
medidas devem ser tomadas pelas Unidades Básicas de saúde para o ainda incentivo e
propagação da importância do pré-natal mesmo com a situação pandêmica? Como se
certificar da segurança da saúde de todos os envolvidos? Será possível continuar o
acompanhamento da prática do pré-natal apesar do perigo iminente da Covid-19?
Com a amplitude da análise da equipe de saúde, sobretudo os enfermeiros, e da
devida importância do ato de acompanhamento das gestantes, é de provável resultado o
surgimento de técnicas de disseminação da necessidade de tal prática, além da criação
de medidas efetivas de segurança para o então procedimento sem que haja a
contaminação das partes.
Nessa perspectiva, esta construção científica analisa a organização e a relação
sistema-paciente no contexto da Covid-19 nas unidades básicas de saúde para com a
atuação no procedimento do pré-natal, visto a necessidade do distanciamento e
isolamento social devido à pandemia, que influencia negativamente o incentivo e a
realização do acompanhamento pré-natal.
O tema de análise foi escolhido devido à necessidade da continuação dos
procedimentos pré-natais com a necessária segurança contra a Covid-19, esta que
dificultou o acesso a tais serviços, fundamentais para as gestantes e seus conceptos,
devido à questão do distanciamento social pelo risco de contaminação, além da
utilização de objetos de segurança, como máscaras e álcool em gel.

METODOLOGIA

O presente trabalho se baseou no tipo de estudo descritivo, que se define como


o estudo que observa, registra, analisa, classifica e interpreta os dados coletados em
pesquisas e registros, com observações sistemáticas, em que são utilizados artigos já
publicados para sua análise teoria e crítica, definição essa que se conecta com a de
29

Gerhardt e Silveira (2009), que afirmam ser o método descritivo aquele que explana e se
aprofunda os principais tópicos, além de prezar pela clareza, precisão e concisão, em
que são explanados, seguindo tais parâmetros, como a pandemia influenciou a
realização de pré-natais no Brasil nas unidades básicas de saúde.
A abordagem utilizada foi de caráter qualitativo, que segundo Gogoy (1995),
enquanto exercício de pesquisa, não se simplifica como uma pesquisa estruturada e
estática, pois ela permite que novos meios de análises possam auxiliar os investigadores
a propor trabalhos mais amplos e diversificados.
Então, essa abordagem qualitativa irá se basear em aspectos específicos, como
o setor da saúde básica na área do pré-natal e da pandemia do Covid-19, com uma
abordagem investigativa no setor da leitura, com base nas fontes de dados provenientes
de bancos de dados de fontes como o Scielo e o Google Acadêmico, que se especificam
em artigos científicos, revistas e livros publicados e verificados.
Com isso, esse estudo se caracteriza numa abordagem do tipo de modalidade
de pesquisa bibliográfica como fonte de coleta de dados, que de acordo com Macedo
(1996), se conceitua na reunião de informações bibliográficas baseadas em artigos,
documentos, livros, teses, que são a medida que vão sendo utilizadas, referenciadas.
Assim sendo, seguindo o autor referenciado, devido a analise dos fatores fundamentais
ao tema abordado, se caracterizou como análise do conteúdo já existente, baseado em
autores que já obtiveram suas publicações firmadas, não havendo recriação do
conteúdo, pelo contrário um aprofundamento e estudo dele, em que nesse trabalho
foram usadas fontes com tópicos relacionados à Covid-19 e ao Pré-Natal.

ANÁLISE E DISCUSSÃO

A atuação da Atenção Básica reúne as ações que buscam promover melhores


condições de saúde a todos, com politicas profiláticas e progressivas, e isso inclui os
cuidados pré-natais, com o foco do apoio para as gestantes (OLIVEIRA, SANTOS et
al., 2017). Sendo assim, tais programas assistenciais brasileiros são oferecidos de
maneira a facilitar o acesso da população a programas que busquem a saúde geral da
população, sendo disponibilizado às mulheres gravidas esse apoio profissional.
De acordo com o Ministério da Saúde / Biblioteca Virtual em Saúde, o sistema
de saúde deve fornecer no acompanhamento pré-natal um cartão da gestante para o
30

acompanhamento, um calendário de vacinas, a presença de exames de rotina,


orientações em atividades educativas, como encontros grupais e visitas domiciliares,
além do agendamento a consultas médicas regulares para a prevenção de riscos. Isso
com o objetivo de tratar doenças pré-existentes, prevenir novas, e gerar um bom
andamento da gestação, para que assim a mulher que irá à maternidade tenha um bom
preparo informacional, com orientações, como no uso medicamentoso, psicológico, e
nutricional (BRASIL, 2021).
A avaliação do pré-natal pode contribuir para efetivar a assistência às
gestantes, além de diminuir os índices de morbimortalidade materna e perinatal, porém
de acordo com estudos feitos no Brasil, foi relatado que mulheres com baixa renda
familiar, escolaridade e que não pertençam à raça branca são as que geralmente
procuram o atendimento pré-natal de forma tardia e, quando o fazem, este é de mais
baixa qualidade, o que resulta em desigualdades sociais nesse tipo de assistência, logo,
no ano de 2006, o Brasil adotou a Estratégia Saúde da Família (ESF) como modelo
assistencial, para então resultar na reorganizar da atenção primária à saúde e assim
facilitar o seu acesso universal (ANVERSA, 2012).
Então, fica evidente a importância desse tipo de amparo, visto a gravidez uma
fase tão importante de geração de um novo ser, em que desde seus momentos ainda no
interior da mãe, já evidencia a necessidade de cuidados para que esse período aconteça
sem problemas à gestante e ao feto, e para isso, o papel das Unidades Básicas de Saúde
vem sendo requisitado, visto ser a porta de entrada para as brasileiras usuárias do
Sistema Único de Saúde que buscam atendimentos em saúde.
Os meios de educação em saúde durante o período pré-natal não podem se
resumir apenas ao transporte de informações, e sim devem criar uma aproximação entre
os profissionais e as gestantes em meio de cuidado, além de visar uma assistência
voltada à humanização, em que sua qualificação deverá visar tópicos como: promoção,
manutenção e recuperação da saúde de modo holístico. Isto, pois, cada profissional que
irá atuar na prestação de assistência voltada para a gestante tem sua singularidade,
porém todos os envolvidos em promover uma ação com finalidade da educação durante
o período gestacional devem ter os pontos em comum, que se principiam na orientação
da gestante sobre a necessidade da realização do pré-natal, da amamentação e da
vacinação (ANDRADE et al, 2019).
A comunicação dos profissionais de saúde para com seus pacientes é a chave
para o melhor andamento de qualquer procedimento, sendo a gestação um período novo
31

na vivencia da maioria das mulheres, sentimentos como medo podem surgir, e para isso,
é essencial a confiança nesses prestadores de serviço, por meio do diálogo e
informações uteis para todo o processo.

Ainda de acordo com Andrade et al (2019), o papel principal do profissional de


saúde, que está envolvido no atendimento das gestantes, deve estar baseado na escuta
terapêutica, transmitindo-lhes apoio e confiança nesse momento diferenciado da vida,
pois elas levam consigo sentimentos como medo, pois algumas podem estar em sua
primeira gestação, logo podendo apresentar o aumento da ansiedade, pela novidade da
fase vivida. Então, esses profissionais têm que demonstrar a confiança e o interesse
nesse momento novo e não apenas tratar cada atendimento como sendo mais um, pois
para as gestantes não é apenas mais um, e sim um momento único.
Tal conceito se conecta com a atual situação pandêmica, em que o medo pelo
perigo eminente da contaminação do vírus da Covid-19 aumenta a preocupação das
futuras mães, e intensifica ainda mais o papel de participação dos profissionais da saúde
ligados à atenção básica, que são alicerceados pelas Unidades Básicas de Saúde, no que
diz respeito ao apoio necessário para o nascimento correto da nova geração.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde APAS (2020), O
coronavírus pertence a uma família de vírus causadores de uma grande variante de
condições, que podem passar de um resfriado comum até a sintomas respiratórios mais
graves, sendo o novo corona vírus uma cepa inédita denominada de 2019-nCoV ou
COVID-19, que inicialmente foi encontrada após a notificações de um surto em Wuhan,
na China, em dezembro de 2019.
Sendo assim, a Organização Mundial da Saúde e os sistemas governamentais e
institucionais pregaram que o distanciamento e o isolamento social seriam os métodos
essenciais para escapar da Pandemia e assim, evitar a superlotação dos sistemas de
saúde, visto que em vários países, esses sistemas estão no limite ou em nível de colapso
(COUTO et al, 2020).
Tais medidas preventivas foram estabelecidas para a contenção da Pandemia,
afetando diretamente serviços essenciais de saúde, como o acompanhamento pré-natal,
tendo em vista a necessidade de ficar em casa, como método de prevenção acerca da
Covid-19.
Isso ocorre, pois, de acordo com Teixeira et al (2020), esses profissionais e
trabalhadores de saúde estão em contato direto e indireto no combate da pandemia,
32

sendo assim expostos diariamente ao perigo da contaminação pelo corona vírus, sendo
que a área de atuação do trabalho determinante da forma de risco e exposição ao vírus.
Então, a atuação desses trabalhadores, como os enfermeiros e profissionais envolvidos
das Unidades Básicas de Saúde, devem se basear na segurança de sua atuação, devido às
consequências que podem surgir em caso de adoecimento pela Covid-19.
Sendo assim, vê-se a necessidade de medidas preventivas para que não ocorra a
contaminação da coronavírus tanto nos profissionais de saúde, como nas gestantes
participantes dos atos pré-natais, visto a importância da realização de tal procedimento.
A pandemia de COVID-19 influenciou campos sociais, sendo de grande necessidade
um plano nacional de vacinação para a organização do material e da logística utilizadas
para a vacinação da população (DOMINGUES, 2021).
Isso está atrelado a Soares et al (2020), em que aborda que a consciência dos
trabalhadores sobre a importância e da necessidade de usar estes EPI de forma racional
e segura, significa o resguardo da sua segurança e a dos seus pacientes.
Essas medidas de prevenção e segurança contra a corona vírus envolvem o uso
de máscaras, de álcool gel e a caderneta de vacinação em dia contra a Covid-19, para
que assim o zelo pelo bem estar de todos os envolvidos em atividades que precisem de
contato social, como os atendimentos pré-natais, sejam sucedidos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As Unidades Básicas de Saúde são o berço para a assistência pré-natal, esta que
busca trazer melhores condições e segurança para um período gestacional mais
tranquilo.
Porém, o surgimento da Pandemia ocasionada pela Covid-19 transformou a vida
da população mundial, e, sobretudo atingiu diretamente esse procedimento tão
fundamental para as mulheres em estado de gravidez, em que agora se é preciso
medidas preventivas contra o coronavírus, para que os profissionais da UBS juntamente
com as gestantes possam realizar o pré-natal de modo a evitarem o máximo possível à
iminência da contaminação desse vírus respiratório.
Diante do temática abordada e da problemática enfrentada nesse período para
uma fase que exige cuidados e orientações na fase da mulher, é recomendado que os
governos municipais, em parceria com seus estados, realizem investimentos corretos na
33

distribuição de EPI’s para todos os profissionais de saúde, como máscaras de qualidade,


fornecimentos de álcool em gel, entre outros equipamentos de proteção individual, já
evidenciados como muito importantes, mas acentuados com maior intensidade nesse
momento vivido na pandemia.
Obviamente só essas medidas não respondem suficientemente para o exercício
cuidadoso e contínuo nessa fase da mulher, outro fator que pode ser considerado como
mais importante é a orientação quanto ao manuseio e uso desses materiais e
principalmente sobre sua necessidade.
Outro fator a se considerar é a necessidade de dar sequencia ao processo de
vacinação, restringindo a atuação dos profissionais ao ambiente de trabalho enquanto
tais profissionais assistencialistas não estiverem devidamente imunizados.
Sobre a vacinação é importante lembrar que além desses, as gestantes que
realizam seus tratamentos pré-natais, também precisam estar devidamente vacinada.
Isso deve ser realizado, após toda a colocação informativa dos procedimentos
pré-natais para a segurança da mãe e do bebê que está chegando ao mundo em uma
nova realidade no contexto mundial.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, U. V., Santos, J. B., & Duarte, C. A Percepção da Gestante sobre a


Qualidade do Atendimento Pré-Natal em UBS, Campo Grande, MS. Revista
Psicologia E Saúde, 11(1), 53-61, 2019. Disponível em:
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ANVERSA, Eleanor Terezinha Rizzetti et al. Qualidade do processo de assistência pré-


natal: Unidades básicas de saúde e unidades de Estratégia Saúde da Família em
município do Sul do Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, p. 789-800, 12 dez.
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DATASUS. Disponível em:
<http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?idb2012/f06.def> Acesso em: 04 out. 2021 .

DOMINGUES, Carla Magda Allan Santos. Desafios para a realização da campanha


de vacinação contra a COVID-19 no Brasil. Cadernos de Saúde Pública [online].
2021, v. 37, n. 1, e00344620. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0102-
34

311X00344620>. Epub 11 Jan 2021. ISSN 1678-4464. Acesso em: 5 out. 2021.
https://doi.org/10.1590/0102-311X00344620.
COUTO, Edvaldo Souza et al. Educação na pandemia da covid-19. Interfaces
Científicas, Aracaju, v. 8, p. 200-217, 7 maio 2020. Disponível em:
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2021.

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de Pesquisa. URGS


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GODOY, Arilda Schmidt. Pesquisa Qualitativa: Tipos fundamentais. RAE - Revista


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OLIVEIRA, Alex Henrique de; SANTOS, Daciane Souza de et al. Assistência de

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e50360, maio 2020. ISSN 0104-3552. Disponível em: <https://www.e-
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TEIXEIRA, Carmen Fontes de Souza et al. A saúde dos profissionais de saúde no
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https://doi.org/10.1590/1413-81232020259.19562020.

WHO – World Health Organization, (@WHO). “ Breaking ‘We have therefore made
the assessment that #COVID19 can be characterized as a pandemic’ - @DrTedros
#coronavirus”. 11 mar. 2020, 13:26 pm. Tweet. Disponível em:
35

<https://twitter.com/WHO/status/1237777021742338049?s=20> Acesso em: 04 out.


2021.
36

Capítulo 4 - IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS DE


PROTEÇÃO INDIVIDUAL NA ASSISTÊNCIA À SAÚDE COM O ADVENTO
DA COVID-19

Beatriz Garrido Soares; Jessyka Mirelly Antunes Moreira de Sousa; Karynne Marques
Lopes; Joyce kelly Tomaz da Fonseca; Maria do Socorro Sousa da Silva; Rejane
Barbosa Ciriaco Pinheiro

INTRODUÇÃO

O novo Coronavírus, desde o início da sua manifestação no dia 13 de janeiro de


2020 até o dia 19 de setembro de 2020 trouxe o saldo de 22,1 milhões de casos
confirmados e 591 mil óbitos no Brasil. A condição mais impactante é o curto espaço de
tempo entre a primeira notificação e os quase 600 mil mortos pelo vírus, evidenciando a
seriedade da Covid-19. De mesmo modo evidencia-se a superlotação nos hospitais do
país e do mundo, bem como a ausência de insumos para tratar a doença.
Sobre isso tem-se em Souza et al (2021), que a Covid-19 revela-se agressiva,
assustadora e preocupante por envolver efeitos devastadores que que tem crescimento
acelerado em inúmeras regiões. Além do mais, evidencia uma epidemiologia de alta
mortalidade. Esses mesmos autores acreditam e defendem que medidas de prevenção
são necessárias e eficazes no controle de transmissibilidade.
Á medida que estudos foram realizados e condutas foram testadas muitas
discussões foram surgindo em relação a manifestação e propagação da doença. Ainda
inicialmente, sem vacina, muitas vidas foram perdidas e muitas possibilidades foram
discutidas. Nessa discussão viu-se que a doença em questão tratava-se de uma zoonose,
cuja infecção acontece de um animal vertebrado para os seres humanos, nesse percurso
há a transmissão do agente causador, ressaltando que o SARS-CoV-2 após
investigações científicas está classificado como o sétimo com possibilidade de infectar
os seres humanos (LAM et al, 2020; WANG, WANG, 2019; JIM et al, 2019).
Com essa consideração, destaca-se que medidas para a contenção de sua
disseminação foram propagadas à medida que não havia vacina à época, a principio
ainda em estudo e testagem, e posteriormente, não havia quantidade suficiente para toda
população.
Tendo como ponto de discussão essa situação, foram instituídas diversas
medidas para prevenção da propagação do vírus, sendo as principais: isolamento e
37

distanciamento social, uso de máscara, higienização periódica das mãos, entre outras.
Serviços não essenciais tiveram suas atividades suspensas por períodos indeterminados,
funcionários de tais empresas foram dispensados e assegurados pelo Estado, aulas
presenciais foram suspensas, aderindo ao ensino remoto, como também outras
atividades viabilizadas por esse novo modelo de vida (DIAS et al, 2020; BRASIL,
2020a).
Quanto aos serviços essenciais, foram aplicados os mesmos critérios
incentivados pela OMS (Organização Mundial de Saúde), evidentemente tais setores
tiveram uma maior periodicidade em relação aos demais. A exemplo de supermercados,
transportes públicos, clínicas e hospitais, locais em que a sanitização ambiental deve ser
realizada constantemente no decorrer do dia.
Além disso, foi instituída a Lei nº 14.019/2020 que determina no período em
questão, o uso obrigatório de máscaras de proteção em locais públicos, uma forma de
proteção individual e coletiva, amplamente divulgada e amplamente fiscalizada
(BRASIL, 2020b).
No decorrer da pandemia, muito se discute sobre o uso de EPIs (Equipamentos
de Proteção Individual), tanto sobre sua importância na prevenção de contágio de
doenças, como na prevenção de acidentes no trabalho. Na área da saúde, mais
especificamente nas profissões de contato direto e constante com o paciente, esses
equipamentos de defesa sempre foram importantes, todavia, a partir de então passaram a
ter maior uso, maior importância, e apesar de já existir protocolos de utilização, se
tornaram cada vez mais necessários e com regras de utilização, manuseio e descarte
(OLIVEIRA et al, 2019).
Nos atendo a uma profissão especificamente, a exemplo da Enfermagem
propriamente, é possível dizer que estão presentes em diversos setores de atuação na
saúde. Em considerável maioria, enfermeiros e demais profissionais da Enfermagem
exercem suas atividades em áreas da saúde básica, urgência e emergência e UTI, e
independente de local de trabalho, em contato direto com o paciente, tornando-os
pertencentes a um dos grupos de maior risco do Coronavírus e demais doenças,
juntamente a outros (CASTRO et al, 2020).
A biossegurança é indispensável no que diz respeito a qualquer outro assunto
relacionado a saúde e integridade do profissional de saúde. A biossegurança une
procedimentos técnicos, ações e equipamentos que podem prevenir, controlar, reduzir
38

ou eliminar atividades que possam causar danos à saúde humana, bem como nos seus
arredores.
A Norma Regulamentadora n° 32 (NR 32) diz: “Esta Norma Regulamentadora
- NR tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de
medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde,
bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em
geral.” (Portaria SEPRT 915, de 30/07/2019). A regulamentação informa aos
trabalhadores desta área de atuação os procedimentos quanto ao fornecimento e
utilização de seus equipamentos, garantindo a integridade física do funcionário.
Na atual conjuntura, esses “instrumentos” de trabalho possuem grande “peso”
coletivo, uma vez que a proteção individual atribuída a esse equipamento ganha um
novo significado do ponto de vista dos TSST (Técnicos em Segurança e Saúde do
Trabalho), a proteção coletiva.
A prevenção à contaminação da Covid-19 e outras enfermidades garantem aos
profissionais atuantes na área da saúde a segurança necessária para que o mesmo possa
atender os pacientes e assegurá-los que não haverá contaminação por outras doenças.
Assim, faz-se necessário a distribuição de EPIs como: Máscaras N95, luvas
descartáveis, aventais descartáveis do tipo Tyvek, toucas e protetores faciais de acrílico.
Não distante outros aspectos precisam ser considerados nessa discussão, a saber:
a saúde mental – Com esta deve-se haver um cuidado especial quanto aos cuidados, isso
porque esses profissionais em exposição cotidiana, enfrentam desafios que perpassam
pelo individual e coletivo, pelo humano e pelo profissional, sendo assim, pontos como:
alto número de pacientes, super lotação hospitalar, falta de infraestrutura, falta de
medicamentos e incerteza de cura devem ser levados em consideração; o estresse pós-
traumático que debilita profissionais, impossibilitando a realização das suas atividades,
gerando um déficit cada vez maior no sistema de saúde do Brasil; e o distanciamento e
risco de contaminar familiares e amigos também alcançam a saúde desse grupo.
Esse estudo reuniu elementos discursivos que apontam a prática de utilização
dos Equipamentos de Proteção Individual por profissionais da área de saúde, mostrando
que mais do que equipamentos de manuseio e prevenção, estão associados a diversas
condições humanas no que diz respeito ao profissional.

Sobre a categoria “profissionais de saúde”, destaca-se que de modo


genérico, sem especificação da heterogeneidade que este termo
39

recobre, há não só em relação à diversidade de categorias profissionais


que atuam na área, mas, sobretudo, pela ausência de uma visão crítica
sobre as diferenças e as especificidades das condições de trabalho das
diversas categorias profissionais, especialmente a hierarquização que
marca as relações técnicas e sociais entre esses profissionais e
trabalhadores (TEIXEIRA et al, 2021).
Não há nessa discussão a construção discursiva para uma profissão propriamente
em acordo com sua prática cotidiana, mas há o registro desses materiais por todos os
profissionais, independente de caracterização da profissão em especial no período da
Covid – 19 e a correlação desse cotidiano com outros elementos que permeiam essa
discussão.

METODOLOGIA

Este artigo é uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa, revisando e


explorando artigos científicos, livros virtuais, sites oficiais do Governo Federal.
Analisando a relação do uso de EPI’s na área da saúde com o surgimento das infecções
pelo COVID-19, evidenciando como o vírus está relacionado ao uso desses
equipamentos e em contrapartida risco oito vezes maior por suas infecções com o não
uso do mesmo. Também foi abordado: principais equipamentos de segurança para os
profissionais de saúde e sua importância.
As fontes usadas foram artigos já publicados sobre a temática, dados e
informações do site Organização Mundial de Saúde (OMS), Código Civil, site do
Ministério da economia, Secretaria Especial de Previdência e Trabalhos de conclusão de
curso, incluindo-se dissertações e teses, e livros atualizados. Todo esse material foi
reunido sem seguir um critério de inclusão, isso porque teve-se como ponto de apoio
para construir a fonte, todo o material que tivesse discussão associada. Artigos e sites
oficiais foram versados, dando base e direção ao artigo presente, e também sendo foco
para as palavras chaves saúde, EPI’s e COVID-19, os que não continham informações
que enriquecessem este artigo foram descartados. Os dados foram apresentados
respeitando os achados de maneira discursiva.

DISCUTINDO A TEMÁTICA
40

Não é novidade para ninguém, em especial profissionais da área de saúde, que os


equipamentos de proteção individual precisam ser utilizados no cotidiano de suas
atividades, dada sua importância comprovadamente testada e reconhecida.
Sempre houve grande discussão sobre seu uso, sua ação, seus efeitos, sua
confiabilidade, todavia, com o advento da pandemia de COVID-19 houve
reconhecimento por toda população mundial, e também a necessidade de utilização de
alguns desses equipamentos.
Com o advento da pandemia do novo coronavírus, a biossegurança está
desempenhando um papel extremamente importante para os profissionais de saúde, que
compõem o cuidado hospitalar, entretanto, esses equipamentos, como já dito por muitos
autores teve sua valorização de uso entre todos os profissionais, em todos os campos de
atuação e entre todos os grupos etários e sociais.
Em virtude desse cenário, muitos desses equipamentos necessários e de
importância durante o período pandêmico passou a ficar escasso e com preços
inacessíveis, o que fez surgir a exemplo das máscaras, alternativas não mais utilizadas,
quer seja, máscaras de tecido, feitas em casa.
Em Especial Coronavírus (2020), encontra-se que os profissionais da saúde em
alto percentual contaminou-se pelo coronavírus, e que entre estes a maioria eram
Enfermeiros, tendo além destes, amostragem de diversas profissões na área, desde os
que mantém contato direto e em unidades fechadas até os que têm contato eventual em
unidades abertas. Considerando o alto grau de contaminação, mais uma vez há o
fortalecimento da necessidade de uso dos EPIs.
De acordo com Luciano e Massaroni (2020), há urgência na intervenção direta
em busca da garantia de direitos e de segurança de trabalho para os profissionais da
saúde, e um ponto marcante para que isso aconteça é exigir um quantitativo de EPIs
suficiente para as atividades laborais, e a qualidade desses materiais a serem utilizados.
No que diz respeito aos profissionais em seus universos de atuação, existe a
preocupação de que esses não tivessem para execução de suas atividades laborais,
equipamento de proteção individual (EPI), essa questão é, sem dúvida, vinculada à
biossegurança. Essa escassez de produto evidenciou a necessidade de priorizar esse
grupo em específico na aquisição de tais materiais.
Seguindo a NR 6 – Equipamento de Proteção Individual – EPI, é considerado
equipamento de proteção individual, qualquer equipamento ou produto usado pelos
41

trabalhadores pessoalmente, projetado para proteger os riscos que podem ameaçar a


segurança e saúde no trabalho (PORTARIA MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978).
Os EPIs fortalecem a assistência à saúde das populações porque protegem todos
os envolvidos, paciente e usuário, por abranger equipamentos e materiais de proteção na
possível contaminação e propagação de agentes contaminantes (OMS, 2020).
Para Carvalho et al (2017), para que um trabalho seja bem desempenhado é
necessária a definição de ações e condutas, além de planejamento de normas, rotinas e
análise de todos os equipamentos e materiais necessários, e distribuição de ações e carga
horária de maneira coerente e digna.
Considerando tudo que vem sendo descrito, a utilização de equipamentos de
proteção individual é uma ação que exige responsabilidade e conhecimento para seu
manuseio (CARVALHO et al, 2021).
Mais uma vez nos reportando a Enfermagem que tem atuação direta e constante
na assistência à saúde, o código de ética dessa profissão, no artigo 63, se refere ao uso
de EPIS para os profissionais, ressaltando que, é importante porque deve-se ter a
garantia de que possam: “desenvolver suas atividades profissionais em condições de
trabalho que promovam a própria segurança e a da pessoa, família e coletividade sob
seus cuidados, e dispor de material e equipamentos de proteção individual e coletiva,
segundo as normas vigentes”. E no Art. 64 traz que cabe ao profissional a recusa no
desenvolvimento de atividades profissionais, caso haja ausência de material ou
equipamentos de proteção individual e coletiva definidos na legislação específica
(COREN, 2018). Outras profissões na área de saúde também preconizam o uso de
Equipamentos de Proteção Individual como recurso para prevenção em suas ações
assistenciais, a exemplo de medicina, fonoaudiologia, farmácia, e outros (CFM, 2010;
CFF, 2021; BRASIL, 2021).
Considerando que se trata de uma doença ainda em estudo, embora já com
muitos esclarecimentos quanto a sinais e sintomas, cuidados, transmissibilidade, riscos e
outros, há muito ainda com o que se preocupar, visto ainda haver a alta facilidade no
contágio, e a dificuldade de aceitação dos muitas pessoas em relação a esses elementos
norteadores. Além do mais, correlacionando a recomendação quanto a equipamentos
individuais, e em algumas fases no decorrer dos estágios da pandemia, a
obrigatoriedade, há também a grande dificuldade fazer uso desses equipamentos, e
quando usados, de fazê-lo corretamente.
42

É de senso comum que nenhum equipamento de proteção individual


proporcionará segurança total aos trabalhadores, ainda mais, se este uso estiver distante
do que é padrão de prevenção.
É fato que o uso de máscara certamente não garante que os profissionais não
sejam contaminados, no entanto, desde que esta seja usada corretamente, ela pode
efetivamente capturar as gotículas, que é a principal via de transmissão do coronavírus,
além desta, é possível destacar que outras condutas associadas, a exemplo da lavagem
correta das mãos que é um forte aliado.
Para Zheng, Boni e Fingerhut (2020); Wax, Christian, Can (2020); Cunha et al
(2020), medidas básicas de prevenção como lavagem das mãos e uso de máscaras são
fortes aliados na prevenção durante a pandemia vivida nesse período. Entretanto, há
infelizmente no cotidiano social, a dificuldade de realizar tal conduta, havendo
discursos que afirmam não ser necessária utilização.
Além dos riscos biológicos usuais, a Covid-19 também traz consequências às
condições de saúde de quem a adquire, bem como probabilidade de evolução para óbito.
Toda essa realidade trouxe e ainda vem trazendo consequências catastróficas para a
sociedade, exigindo que os profissionais usem corretamente os EPIs e em muitas
localidades, que esse hábito não se restrinja a esse grupo, mas também a toda
população.

CONSIDERAÇÕES

Além dos fatores biológicos, físicos e mentais usuais, a Covid-19 também traz
altos riscos para os profissionais de saúde, cujas consequências são catastróficas para a
sociedade, exigindo que esses trabalhadores tenham em seus serviços a oferta desses
equipamentos, que muitas vezes não estão disponíveis no quantitativo necessário.
O risco da não utilização repercute na saúde do próprio profissional, do paciente
e da sociedade como um todo porque há nesse caso específico a necessidade de um
empenho coletivo.
É válido ressaltar que os EPIs precisam de uso conforme recomendação já
citada, que todos são orientados tanto como profissionais, como há orientação na
comunidade, entre pessoas que não exercem profissão de saúde.
43

A necessidade em evidenciar o desgaste mental dos profissionais que lidam


com eventos como a Covid – 19 é premente por compreender que os desafios vividos
por estes são muitos, e que unindo forças podemos combater fatores que possam estar
associados.
Outros elementos também aparecem como fatores de grande preocupação nesse
quadro, a exemplo de ausência dos equipamentos de proteção, sobrecarga de trabalho,
quadros incompletos da equipe profissional, falta de medicamentos e incerteza de bons
resultados na condição de saúde de todos.
Esses fatores são marcantes na susceptibilidade dos profissionais em questão e
os tornam expostos aos mais variados tipos de distúrbios, entre os mentais se pode citar:
síndrome de Burnout, depressão e ansiedade; além de diversas possibilidades nas
condições físicas e em outros aspectos de vida. Todos eles isolados ou em associação,
afetam sua performance no ambiente de trabalho, impossibilitando a realização das suas
atividades, gerando um déficit cada vez maior no sistema de saúde do Brasil.
Inegável dizer que a utilização de equipamentos de proteção individual,
garantem segurança e integridade a todos os trabalhos, seja um cinto de segurança para
trabalhadores da construção civil ou máscaras, luvas e aventais descartáveis aos
profissionais da saúde.
Na saúde, a base da assistência precisa ser o tratamento humanizado, para isso é
importante que profissionais que atuam nessa área estejam protegidos em seus
condicionantes de saúde. O vírus trouxe consigo os holofotes aos profissionais da área
da saúde, tal atenção evidenciou as condições precárias que esses profissionais muitas
vezes enfrentam.
Nesse contexto, medidas para intervenção desse quadro crítico devem ser
tomadas, tais como: planejamento adequado de distribuição de verbas hospitalares, a
fim de garantir o estoque de EPI 's. Maior visibilidade da mídia, evidenciando a
população o descaso sofrido por esses profissionais, além de vistorias periódicas nos
hospitais para garantir os direitos pertinentes aos trabalhadores. Não obstante encontra-
se o abalo psicológico sofrido por essa categoria, necessitando de treinamentos e
cuidados acerca de sua saúde mental.

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47

Capítulo 5 - A RELEVÂNCIA DAS AÇÕES DE PREVENÇÃO CONTRA O


HPV REALIZADAS NO ESTADO DA PARAÍBA

Gabriel Campos Alves Batista; Joyce Diniz Oliveira; Janaína Alves Benício; Luana de
Almeida Silva; Márcia Janiele Nunes da Cunha Lima; José de Anchieta Fernandes;
Alexia Pinto Martins

INTRODUÇÃO

O papilomavírus humano(HPV) caracteriza-se por infectar as células epiteliais e,


com isso, fornece um ambiente propício para que o genoma viral seja reproduzido.
Dessa forma, ocorre a replicação celular e, assim, a multiplicação viral. A infecção pelo
HPV pode evoluir para o câncer de colo de útero, o qual é frequente no meio da saúde
da mulher, ocorrendo mais de 530 mil casos ao ano. É válido ressaltar que a infecção
pelo papilomavírus é considerada a infecção sexualmente transmissível(IST) mais
comum no mundo (MOURA; CODEÇO; LUZ, 2021).

Ademais, o HPV perpetua-se por meio de relações sexuais diretas e


desprotegidas entre indivíduos infectados, seja entre pele ou mucosa. A infecção pelo
papilomavírus pode manifestar-se de maneira assintomática, o que facilita a sua
cronicidade e a possível evolução para um processo neoplásico. Dessa maneira, vale
salientar que a permanência das infecções pelo HPV é uma importante condição para o
desenvolvimento do câncer de colo de útero, ressaltando a importância da prevenção e
do diagnóstico precoce. No entanto, a incidência de casos é alta entre as mulheres mais
jovens e em idade fértil (DANTAS, 2014).

Em verdade, a estratégia de saúde da família oferta uma atenção integral à saúde


da população, por meio de ações junto à comunidade, as quais visam a prevenção, o
diagnóstico precoce e o tratamento de patologias, no geral. Sabendo-se disso, essas
ações são de extrema relevância, também, para o controle dos casos de infecção por
HPV, já que atuam tanto na realização do diagnóstico precoce, como oferecem ações
educativas sobre a doença, no quesito da importância da vacinação e da prevenção com
o uso de preservativos (BRASIL, 2012).
48

Em relação à vacina contra o HPV, ela é do tipo quadrivalente e foi incorporada


ao Programa Nacional de Imunização (PNI), desde o ano de 2014, de forma gratuita
para a população. Hoje, no PNI, já é disponibilizada às meninas de nove a 14 anos e,
também, aos meninos de 11 a 14 anos de idade (MOURA; CODEÇO; LUZ, 2021).

Destarte, ressalta-se que o principal meio de prevenção contra o HPV é a


vacinação, a qual protege, diretamente, contra a contaminação da doença. Entretanto, de
acordo com a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da
Saúde, existe uma baixa procura pela vacina contra o HPV, que se estende por todo o
país. Diante disso, houve uma redução pontual da cobertura vacinal contra o HPV no
Brasil. Ao comparar a quantidade de doses fornecidas durante os anos de 2019, com o
total de 390 mil doses, e o de 2020 com 191 mil doses, é vista uma expressiva
diminuição nessa média da vacinação. Dessa forma, percebe-se a estimativa de doses
fornecidas possuindo uma acentuada discrepância em relação à estimativa anteriormente
esperada, a qual era de 800 mil doses ao ano (PARAÍBA, 2020).

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de caráter descritivo, exploratório, quantitativo, o qual utiliza os


dados secundários do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde
(DATASUS), no período de 2018 a 2021, em que foram coletados o número de 320.867
de doses aplicadas da vacina contra o HPV no estado da Paraíba. Ademais, foram
realizadas buscas nas bases de dados online de trabalhos científicos, no Scientific
Electronic Library Online (SCIELO) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) a partir das palavras-chaves “educação em saúde”, “HPV”,
“Papillomavirus Humano” e “vacina”, utilizando o operador booleano AND, o que
resultou em 21 artigos entre os anos de 2012 e 2021 filtrados, dos quais 12 foram
utilizados para compor este trabalho. Os critérios de inclusão foram os artigos que
estivessem entre os anos de 2012 e 2021, escritos em inglês, português ou espanhol e
que estivessem incluídos na temática do assunto abordado. Os critérios de exclusão
foram trabalhos publicados anteriormente ao ano de 2012 e que não seguiram os
critérios de inclusão.

RESULTADOS E DISCUSSÃO
49

No contexto do estado da Paraíba, foi publicado no site oficial que, para que
ocorresse a imunização de toda a população adequada, sendo um total de 353.728
pessoas, entre meninos de 11 a 14 anos, e meninas entre 9 a 14 anos, seriam necessárias
mais 700 mil doses no estado. No entanto, os municípios solicitaram apenas 147 mil
doses, o que resulta em somente 20% do real quantitativo necessário.

A partir da análise de dados entre os anos de 2018 e 2021 na Paraíba,


identificou-se uma redução expressiva em mais de 50% em relação ao número de doses
aplicadas contra o HPV. Para o estudo, foram analisados os valores totais no número de
doses aplicadas entre os anos de 2018 a 2021, no Estado da Paraíba. O primeiro aspecto
analisado foi o número de doses aplicadas em mulheres a cada ano, conforme dados do
gráfico 01.

Gráfico 1. Número de doses aplicadas em mulheres contra o HPV no Estado da Paraíba entre os anos de
2018 a 2021.

132,000

112,000

92,000

72,000

52,000

32,000

12,000

-8,000 2018 2019 2020 2021 Total

Fonte: elaborado pelos autores, 2021.

Durante o período compreendido entre 2018 e 2021, tem-se um número total


de 131.965 doses aplicadas em mulheres na Paraíba. Sendo assim, os números foram
analisados de forma decrescente. No ano de 2018, foram 54.344 doses, em 2019, foram
52.302 doses, demonstrando que houve uma redução no número de doses. Entretanto,
em 2020, não se obteve o número de doses aplicadas, devido à ausência de dados pelo
50

DATASUS. Por fim, em 2021, seguiu-se de outra redução, em relação aos anos de 2019
e 2018, totalizando em 25.319 doses aplicadas.

Gráfico 2. Número de doses aplicadas em homens contra o HPV no Estado da Paraíba entre os anos de
2018 a 2021.

110,000

90,000

70,000

50,000

30,000

10,000

2018 2019 2020 2021 Total


-10,000

Fonte: elaborado pelos autores, 2021.

Durante o período compreendido entre 2018 e 2021, tem-se um número total


de 106.712 doses aplicadas em homens na Paraíba. Dessa forma, os números
analisados, durante os anos, também tiveram um padrão decrescente. No ano de 2018,
foram 51.767 doses; em 2019, foram 38.450 doses, demonstrando que houve uma
redução de mais de 25% no número de doses aplicadas. Assim como ocorreu nos dados
das vacinas femininas, em 2020, não se obteve o número de doses aplicadas, devido à
ausência de dados pelo DATASUS, em 2021 seguiu-se de outra significativa redução
em relação aos anos de 2019 e 2018, totalizando em apenas 16.495 doses aplicadas, o
que percebe a queda de aproximadamente 70%.

Gráfico 3. Número total de doses aplicadas em homens e mulheres contra o HPV no Estado da Paraíba
entre os anos de 2018 a 2021.
51

240,000

190,000

140,000

90,000

40,000

-10,000 2018 2019 2020 2021 Total

Fonte: elaborado pelos autores, 2021.

No período apresentado entre 2018 e 2021, tem-se um número total de 238.677


doses aplicadas em homens e mulheres na Paraíba. Sendo assim, os números analisados
foram descritos em ordem decrescente. No ano de 2018 foram 106.111 doses, em 2019,
foram 90.752 doses, demonstrando uma redução de mais de 10.000 doses. Além disso,
no ano de 2020, não foram obtidos dados sobre o número de doses aplicadas, devido à
ausência dessas informações no DATASUS. Por fim, no ano de 2021, houve outra baixa
acentuada, em relação aos anos de 2018 e 2019, resultando em apenas 41.814 doses
aplicadas.
Dessa maneira, é visto que os dados analisados expõem um decréscimo
importante no número total de doses aplicadas, tanto em mulheres quanto em homens.
Esse achado pode ser concluído por diversos fatores associados à falta da procura pela
imunização contra o HPV, entre esses temos como exemplo: a falta de conhecimento
sobre o vírus e as suas ações no organismo; a não-ocorrência de ações de prevenção e de
práticas educativas em relação à sexualidade, especialmente entre adolescentes e adultos
jovens, os quais compõem o grupo mais vulnerável às ISTs. Além disso, outros fatores
que complementam esse achado estão correlacionados à ausência de pais e responsáveis
que façam o acompanhamento adequado da saúde de seus dependentes (ARAÚJO et al.,
2021).
52

Em verdade, vale salientar que a vacina contra o HPV é um método de


prevenção primário, assim, desempenha um papel indispensável para a minimização de
casos da infecção na população. No entanto, a baixa cobertura vacinal é uma realidade
no estado da Paraíba, dessa maneira, faz-se necessário um maior investimento em ações
educativas pelos profissionais da saúde a respeito da doença, ajudando, com isso, a criar
uma rede de conscientização que incentive a vacinação tanto para homens quanto para
mulheres (OLIVEIRA et al., 2017).
Nesse contexto da baixa cobertura vacinal, a falta de informação é citada como
o principal motivo da falta de adesão da população à vacinação, o que justifica a
relevância das ações educativas para orientar a respeito da doença. A parceria dos
sistemas de saúde pública com as escolas, informando a respeito da vacina do HPV,
demonstrou-se uma estratégia eficaz para aumentar a adesão entre os adolescentes e
promover a vacinação neste meio (PODGORSKI et al.,2020).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da análise de dados, é possível revelar que houve uma grande redução
no número de doses aplicadas, apresentando, dessa forma, a importância das ações
educativas contra o HPV, a fim de reduzir os casos no Estado da Paraíba.

Destarte, as ações de prevenção, por meio da educação em saúde, devem ser


realizadas em conjunto à busca ativa da sociedade, além da necessidade de buscar
implementar ações educativas nas escolas, com o objetivo de captar e atrair esse
público-alvo das vacinas, a fim de aumentar a cobertura vacinal no Estado da Paraíba e,
dessa maneira, minimizar as infecções e as consequências do HPV.

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55

Capítulo 6 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÓBITOS POR NEOPLASIAS


MALIGNAS NA CIDADE DE CARRAPATEIRA PARAÍBA, ENTRE 2009-
2019

Italo Silvino de Morais; Lucas Oliveira Gerônimo do Nascimento; Irys Leonora Duarte
Dantas; Vanessa Soares de Sousa; Ailma de Souza Barbosa; Diego Vinícius Amorim
Cavalcanti; Maria do Socorro Ferreira de Oliveira Cavalcanti; Brenda Pinheiro
Evangelista

INTRODUÇÃO

O câncer é um problema de saúde pública no planeta á nivel mundial, e já está


entre as quatro principais causas de morte antecipada (antes dos 70 anos de idade) na
maioria dos países. O surgimento de novos casos e a mortalidade por câncer vêm
aumentando no mundo, em parte pelo envelhecimento, pelo crescimento
populacional, como também pela mudança na distribuição e na prevalência dos
fatores de risco de neoplasias malignas, especialmente aos associados ao
desenvolvimento socioeconômico e a hábitos de vida inadequados (CLARO; LIMA;
ALMEIDA, 2021).
Vale destacar que no mundo, o câncer acomete a vida de milhares de pessoas.
Nessa perspectiva, no Brasil não seria diferente, em que o país obteve um avanço
considerável, no que diz respeito às fontes de informações sobre morbidade por
câncer, acompanhando o progresso já observado no sistema de informações sobre
mortalidade (NETO ARAUJO; TEIXEIRA, 2017).
A neoplasia maligna no nordeste brasileiro, em destaque na Paraíba, apresenta
levado a óbito a vida de cidadãos carrapateirenses. Nesse sentido, essa questão vai
desde o diagnóstico até o tratamento, em que também são diferentes nas diversas
regiões a qualidade da assistência prestada, a capacidade diagnóstica e a qualidade
das informações fornecidas a essa população (KLIGERMAN, 2002).
Visto que a prevenção inicial é impedir que o câncer se desenvolva, é
primordial a adoção de um modelo de vida saudável e evitar a exposição a
substâncias causadoras de câncer, além disso, o mesmo fator pode ser de risco para
várias outras doenças o tabagismo e a obesidade, por exemplo, são fatores de risco
para diversos cânceres (ALVES; MAGALHÃES; COELHO, 2017).
56

Destaca-se que existem dificuldades enfrentadas pela população relacionadas


ao acesso aos serviços de saúde, em virtude das dificuldades para a superação das
desigualdades sociais e determinantes em saúde. Nesse sentido, o processo de
trabalho multiprofissional proveniente dos profissionais de saúde é fundamental para
fortalecimento da transformação dos modelos de atenção à saúde, qualidade de vida
e detecção precoce de neoplasias (ANJOS et al., 2022).
A pesquisa apresenta relevância para os profissionais da saúde e para a
sociedade em geral, por abordar a contextualização epidemiologica dos dados sobre
neolplasias malignas, fazendo notório a necessidade de novas estratégias para prevenção
e detecção precoce, bem comoa ampliação do processo de educação permanente no
contexto profissional.
É importante destacar, que esse estudo tem como objetivo averiguar o número
de mortalidades por neoplasias malignas na cidade de Carrapateira PB por meio de
um estudo epidemiológico.Tendo como base as variáveis desse estudo os óbitos por
ano, sexo, faixa etária, cor/raça, estado civil e local de ocorrência.
Nesse sentido, percebe-se que esse estudo é de suma importância para a
conscientização da população a respeito da neoplasia maligna, sua mortalidade e os
fatores de predisposição para essa enfermidade, sendo que os índices de óbitos entre o
período de 2009 a 2019 foram de 26 casos.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo e epidemiológico, quantitativo


com janela temporal de 10 anos no período de dezembro de 2019 a Janeiro de 2009.
Para tanto, foram utilizados dados obtidos através do Sistema de Informação em
Saúde por meio do Sistema Informações Mortalidade (SIM). As variáveis escolhidas
foram: óbitos por ano, sexo, feixa etária, cor/raça, estado civil e local de ocorrência.

A cidade de Carrapateira está localizada no sertão paraibano, que é uma


micro-região da cidade de Cajazeiras. Nos últimos anos a população da Carrapateira
vem crescendo, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) seu número de habitantes está estimado em 2021 é de 2.714 habitantes.
57

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nesse estudo foram obtidos resultados acerca da incidência da mortalidade


por neoplasias malignas na cidade de Carrapateira entre janeiro de 2009 e dezembro
de 2019, em que se pode observar um número quantitativo de óbitos.

Gráfico 01: Distribuição dos óbitos por neoplasias malignas no município de


Carrapateira PB de 2009 a 2019.

Fonte: DATASUS, 2021.

É possível analisar pelo gráfico a distribuição das neoplasias malignas pela


taxa de mortalidade, em que teve um aumento gradativamente destacando-se a
neoplasia maligna do lábio superior cerca de quase 20% como também a neoplasia
maligna de traquéia brônquios e pulmões. Tendo uma estimativa de 23% dos casos de
mortalidade o que se torna de grande relevância na busca de formas de prevenção e
tratamento da população acometida por essa patologia.
É importante destacar os fatores de predisposição que favorecem o surgimento
dessa doença o qual podemos citar o tabagismo, obesidade e a ausência de hábitos de
vida saudáveis. Nesse sentido, as estratégias de prevenção são fundamentais para a
redução dos índices de morlidade provenientes do câncer, destacando a necessidade
do atendimento holístico e incentivo aos usuários pela busca aos serviços primários
de saúde (COSTA et al., 2021).
58

Gráfico 02: Distribuição dos óbitos por neoplasias no município de Carrapateira de


acordo com o sexo.

Fonte: DATASUS, 2021.

É notório que o número de óbitos por neoplasia maligna no sexo masculino é


duas vezes maior que no sexo femino, apresentando um total de 26 óbitos, sendo que
18 destes é da população masculina, com o percentual de 70%, e 8 obitos do sexo
feminino correspondendo a 30%.
Nesse contexto, um estudo realizado para a avaliar a incidencia de neoplasias
malignas da pele no estado da paraiba, foi evidente que a polpulação masculina é um
alvo dessa patologia o câncer em que sexo masculino foi o mais frequente
representando 57,03% das pessoas acometidas. Deste modo, esse número expressivo
pode ser relacionado a baixa adesão dos homens nos serviços da Atenção Primária à
Saúde, bem como nas estratégias de prevenção (GUIMARÃES,2019).
Tendo em vista a baixa participação população dos homens nos serviços de
saúde, percebe-se que essa problemática pode ser relacionada ao preconceito, cultura
e desconhecimento da importância do cuidado preventivo para a saúde. Nesse
sentido, destaca-se a importância das ações em saúde para incentivar esse público ao
cuidado com saúde para proporcionar a qualidade de vida e bem-estar
(FERNANDES; CARVALHO; FERREIRA, 2019).

Tabela 01: Distribuição dos óbitos por neoplasias malignas no município de


Carrapateira de acordo com a faixa etária, escolaridade, cor/raça, estado civil e local
de ocorrência.
59

Categoria a ser Total %


analisada

Faixa Etária

Menor de 1 ano 0 0%

10 a 14 anos 0 0%

15 a 19 anos 0 0%

20 a 29 anos 0 0%

30 a 39 anos 1 3,85
%

40 a 49 anos 2 7,69
%

50 a 59 anos 1 3,85
%

60 a 69 anos 9 34,6
2%

70 a 79 anos 9 34,6
2%

80 anos ou mais 4 15,3


8%

Escolaridade

Nenhuma 11 42,3
1%

1 a 3 anos 4 15,3
8%

4 a 7 anos 2 7,69
%

8 a 11 anos 1 3,85
%

Ignorado 8 30,7
60

7%

Cor/Raça

Branca 22 84,6
2%

Preta 2 7,69
%

Parda 2 7,69
%

Ignorado 0 0,00
%

Estado Civil

Solteiro 2 7,69
%

Casado 17 65,3
8%

Viúvo 4 15,3
8%

Separado 1 3,85
judicialmente %

Outro 1 3,85
%

Ignorado 1 3,85
%

Local de ocorrência

Hospital 9 34,6
2%

Domicílio 17 65,3
8%

Via pública 0 0%

Outros 0 0%
61

Ignorado 0 0%

Fonte: DATASUS, 2021.

Pode-se analisar nesse gráfico as variáveis que foram escolhidas para esse
estudo, a faixa etária mais afetada foi a população entre 60 e 79 anos com um índice de
34,62% . A cor/raça tendo como destaque a população branca com 84,62%, estado civil
casados com 65,38%, e local de ocorrência em que a maior parte dos óbitos ocorreram
em domicílio com cerca de 65,38%.
Vale ressaltar que pessoas de pele clara em exposição ao sol facilita o
desenvolvimento de neoplasias malignas de pele, em virrtude dos fatores genéticos
contribuem também para o número de novos casos de neoplasias malignas. Além disso,
a ausência de escolaridade também corrobora para que essa população não busque ajuda
no sistema de saúde, por não compreender o que se trata a doença. Assim, muitos são
acometidos e evoluem para o óbito, principalmente em domicílio, onde pode ser
observado que cerca de 65,38% dos indivíduos falecem em suas residências
(GUIMARÃES,2019).

CONCLUSÃO

Portanto, o estudo mostrou que a mortalidade por neoplasia maligna na cidade


carrapateira nos anos de 2009 a 2019 pode ser contextualizada e aprofundada em
estudos futuros, uma vez que a população masculina se destacou com cerca de 70%
dos casos, bem como todas as variáveis que foram estudadas.
Percebe-se a necessidade de ações e detecções precoces para ampliar as
possibilidades do tratamento e previnir o estadiamento do câncer, no sentido de
potencializar as estratégias de promoção da saúde, prevenção de agravos e qualidade
de vida das pessoas. Deste modo, o estudo contribuiu para a concepção,
delineamento, análise e interpretação crítica dos dados sobre essa patologia.
Essa pesquisa apresentou novos conhecimento para a população e a
comunidade científica, visando à cidade de Carrapateira, com foco de mortalidades
por neoplasias malignas. É também evidente como essa população necessita de mais
estratégias para efetivação da educação em saúde, no sentido de desmistificar as
62

dúvidas da população carrapatateirense sobre as patologias e proporcionar


conhecimento voltados á prevenção e os tratamentos no sistema de saúde.

REFERÊNCIAS

ALVES, M.O.; MAGALHÃES, S.C.M.; COELHO, B.O. A regionalização da saúde e


a assistência aos usuários com câncer de mama. Articles Saude soc, v.26, n.1, p. 1-10,
2017.

ANJOS, E.F. et al. Atuação de profissionais de saúde e qualidade das ações no


controle de câncer cervicouterino: um estudo transversal. Escola Anna Nery, v.26,
n.3, p.1-10, 2022.

CLARO, I.B; LIMA, L.D.; ALMEIDA, P.F. Diretrizes, estratégias de prevenção e


rastreamento do câncer do colo do útero: as experiências do Brasil e do Chile. Ciência
& Saúde Coletiva, v.26, n.10, p. 4497-4509, 2021.

COSTA, V.A. et al. Prevenção do câncer de mama: compreensão de mulheres sobre a


assistência dos profissionais. J. nurs. Health, v.11, n.3, p.1-14, 2021.

FERNANDES, M.J.M.; CARVALHO, G.B.; FERREIRA, C.B. Repercussões do


diagnóstico de câncer para homens e mulheres: um estudo comparativo. SPAGESP,
v.20, n.2, p.68-83, 2019.

GUIMARÃES, Reyvson..Incidência de neoplasias malignas da pele no estado da


Paraíba.

Revista Saúde e Ciência Online, v.8, p.2, p.90-99 ,2019.

INCA. Instituto Nacional de Câncer. Disponível em:


https://www.inca.gov.br/publicacoes/livros/estimativa-2020-incidencia-de-cancer-no-
brasil. Acesso em: 07, out, 2021.

KLIGERMAN, J. Estimativas sobre a Incidência e Mortalidade por Câncer no Brasil


- 2002. Revista Brasileira de Cancerologia, Rio de Janeiro , v.48, n.2, p. 175-179,
2002.

NETO ARAUJO, L.A.; TEIXEIRA, L.A. De doença da civilização a problema de


saúde pública: câncer, sociedade e medicina brasileira no século XX. Bol. Mus. Para.
Emílio Goeldi. Cienc. Hum., Belém, v. 12, n. 1, p. 173-188, jan.-abr. 2017.
63

Capítulo 7 - SAÚDE MENTAL DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS EM


MEIO A PANDEMIA DA COVID-19

Tirza Lima Borges Leal; Adriana Aguiar Fernandes de Lima; Claudia Maria Fernandes;
Tatiane Sales dos Anjos; Rejane Barbosa Ciriaco Pinheiro; Luiza Sátyro Morais de
Medeiros, Thaíse Brasileiro Abreu; Ankilma do Nascimento Andrade Feitosa

INTRODUÇÃO

O cenário mundial foi modificado a partir do ano de 2019 em que o primeiro


caso de Coronavírus foi identificado na China no mês de outubro. O agente viral
denominado Sars-CoV-2 identificado como uma doença respiratória e de fácil
transmissão através das vias aéreas se alastrou rapidamente por todo o território
mundial, trazendo a primeira pandemia que a Era moderna enfrentou.
Devido a condições de isolamento social para tentar amenizar a disseminação
do vírus, muitos estudantes universitários tiveram que se adaptar à nova era pandêmica.
O lockdown impossibilitou que o ensino universitário fosse ministrado de forma
presencial, e também que as atividades rotineiras fossem executadas, como o lazer, em
situações de ir ao parque, shopping, restaurantes ou simplesmente sair com ou para ver
os amigos.
As literaturas comprovam que uma rede integrada de apoio e assistência para
uma saúde psicológica de qualidade tem embasamento e ênfase nas relações sociais e
nos vínculos pessoais que foram dificultados pela ocorrência do isolamento considerado
necessário para o momento de pandemia. Demonstra-se que:
“O homem, por nascer numa condição de desamparo, que requer
cuidados, aprendeu desde o nascimento que precisa do outro para
sobreviver. Por isso, a falta de convívio com outras pessoas é
motivo de sofrimento e angústia” (COPASS, 2020).
É relevante ressaltar que os estudantes universitários estão suscetíveis a
transtornos psicológicos devido as cobranças referentes aos estudos e toda a mudança
adaptativa gerada pela pandemia. Levando em consideração também os estudantes que
já estavam vulneráveis e predispostos á comprometimento da saúde mental devido a
outros fatores pessoais antes mesmo de iniciar o isolamento social.
Todas essas condições de reclusão e adaptação ao Covid-19 trouxeram muitas
consequências no âmbito psicológico dos estudantes, comprometendo a saúde mental
64

dos mesmos. Diante disso, o presente estudo tem o intuito de explanar essas mudanças
psicológicas, como tem afetado a vivência, a relação acadêmica dos estudantes e
abordar as consequências das mesmas no cenário pós-pandemia.
O artigo justifica a falta de ajuda psicológica para os estudantes que foram
afetados mentalmente na pandemia e como isso pode afetar sua vida não só acadêmica,
mas em todos os quesitos interpessoais e coletivos. O estudo em questão foi escolhido
devido a especificidade de vivências e de conhecimento dos autores sobre o tema.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo quali-quantitativo exploratório que avaliou 45 estudantes


de regionalidades diferentes que são discentes em universidades públicas ou particulares
do Brasil. Os critérios de inclusão para esse estudo foram: estudantes universitários de
instituições públicas ou particulares, maiores de 18 anos que estão no Brasil e
vivenciaram o período de isolamento social durante a pandemia da Covid-19.
Os estudantes foram recrutados pelos autores de acordo com as universidades e
referências de seu conhecimento, e estes convidaram novos participantes que se
encaixassem nos critérios exigidos. Os dados foram coletados entre os meses de
setembro e outubro do ano 2020 por meio de uma pesquisa disponibilizada pela
plataforma de formulários do Google, com perguntas direcionadas ao assunto
elaboradas pelos próprios autores, respondidas de forma online, haja vista que nem
todos os estudantes tomaram a primeira dose da vacina ou completaram a imunização e
ainda seguem os protocolos de cuidados e distanciamento por conta do vírus Sars-CoV-
2. Antes de responderem o questionário foi disponibilizado na íntegra, os objetivos e
esclarecimentos sobre o estudo seguidos do termo de consentimento a ser assinado pelo
participante da pesquisa de estudo, garantindo sua seguridade e anonimato.
A análise dos dados foi feita de modo percentual levando em consideração as
diferentes estratégias e direcionamentos das perguntas no formulário.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Aspectos relacionados as atividades acadêmicas
Analisando as perguntas específicas relacionadas ao ensino e vida acadêmica
dos estudantes universitários, constou-se que aproximadamente 18% dos estudantes que
participaram da pesquisa eram discentes em instituições particulares e 82% discentes de
65

universidades públicas, em que 97,8% dessas instituições adotaram o ensino de forma


online para a continuação das aulas conforme demonstrado no gráfico 1.

Ensino e Vida Acadêmica dos


Estudantes Universitários

18%

Intuições públicas
Instituições privadas

82%

Fonte: Elaborado pelo autor


Foi relatado que os professores ministraram as atividades com uma grande
carga de aulas e métodos de avaliações (66,7%) ou de forma mais moderada (33,3%).
Evidenciando também que nem todos os professores colaboraram ou souberam acatar as
dificuldades dos alunos, com um resultado de 51,1% de alunos que responderam que os
professores foram totalmente solícitos e empáticos em relação aos problemas relatados
por eles durante as atividades continuadas de forma remota. Mostrando que na intenção
de suprir o que as aulas presenciais podem oferecer e as remotas não, grande parte dos
professores, acabaram adotando um método de ensino mais rígido e passando uma
grande quantidade de atividades, o que não favoreceu se somada com as pressões e
angustia que esse período pandêmico já trouxe aos universitários.
Pandemia e isolamento social
Também foram feitas perguntas para saber como os alunos vivenciaram a
pandemia. Entre os alunos entrevistados 20% aderiram ao isolamento total durante a
crise pandêmica, enquanto 75,6% tomaram os devidos cuidados e tiveram contato com
apenas poucas pessoas, e somente 4,4% dos entrevistados não aderiram ao isolamento.
É fato que a maioria das pessoas tiveram sua vida modificada devido ao vírus
da Covid-19 e todas as transformações que ele trouxe ao cenário mundial. Nesse
contexto, 73% do total de discentes relatam que sua rotina mudou completamente
66

durante esse período, 60% dos entrevistados deixaram de fazer atividades de lazer ou de
recreação que eram comuns em um cenário cotidiano antes da chegada do vírus e
apenas 2,2% continuaram com todas as atividades rotineiras normalmente.

Modificações na Rotina dos Universitários


Durante a Pandemia da Covid-19
80
70
60
50 Mudança de rotina
40
Não realizam atividades
30
de lazer
20 Continuaram com a
10 rotina normal

0
Mudança de Não realizam Continuaram
rotina atividades de com a rotina
lazer normal

Fonte: Elaborado pelo autor


Aprofundando ainda mais na relação com as pessoas durante o período
pandêmico, foi questionado aos estudantes se eles tiveram contato fisico com seus
amigos durante essa época de contágio. 15,6% responderam que aderiram
completamente ao isolamento e não tiveram contato de forma presencial com nenhum
amigo, 82,2% tiveram contato com apenas alguns amigos mais próximos, e 2,2% teve
contato físico normalmente com todos os amigos. Ainda se tratando do convívio social
dos estudantes universitários, foi perguntado se a relação com seus familiares foi
afetada de alguma forma por essa pandemia, 51,1% relataram que houve mudanças no
relacionamento e 48,9% não relataram mudanças nesse quesito.
Pode-se entender dessa forma como a falta de interação social traz danos
substanciais ao indivíduo que convive em isolamento.
Saúde mental
Em relação ao âmbito da saúde mental e estado psicológico foi questionado se
os estudantes desenvolveram algum transtorno ou doença psicológica durante a
pandemia. 22,2% afirmaram que sim, 66,7 não desenvolveram e 15,1% não souberam
responder ou tiveram alguma outra condição agravada. Sendo ainda mais específico, a
67

pesquisa relatou que 82,2 dos estudantes desenvolveram ou tiveram crises de ansiedade
durante esse período.
As crises de ansiedade cresceram bastante entre a população jovem nessa
pandemia, sendo normalmente causada por momentos e situações de preocupação,
nervosismo e apreensão, como se algo de ruim fosse acontecer, exibindo sintomas como
aumento da frequência cardíaca, inquietação, formigamento e angústia. Ressaltando
ainda que 20% dos entrevistados relataram que já possuíam algum transtorno ou doença
psicológica antes da pandemia por Sars-cov-2, mensurando que 20% responderam que
não tinham certeza e 60% dos alunos não possuíam nenhuma condição no período pré-
pandêmico.
Em situações como essa, vivendo o novo e desconhecido, em um cenário com a
morte constante de milhares de pessoas, sob medo e a apreensão, é muito mais fácil
desenvolver algum transtorno ou doença psicológica, e para aqueles que já possuíam é
mais um gatilho que agrava a situação ou desperta e desenvolve sintomas ainda piores.
A pesquisa identificou que 17,8% dos universitários analisados fazem o uso de
tratamento farmacológico para a saúde mental, 6,7% fizeram por um curto período
durante a pandemia, e 75,6% não fazem o uso de nenhum medicamento farmacológico
para esse tipo de condição. A utilização farmacológica para saúde mental, apesar de
controvérsia e possuir alguns efeitos colaterais, ajuda bastante no tratamento de pessoas
que estão passando por essas alterações psíquicas, os psicofármacos alteram a atividade
mental e conduz o paciente para uma melhora, pra que assim ele possa ser reintegrado
de forma saudável à convivência familiar e social juntamente com um apoio profissional
de uma terapia, haja vista que entre os entrevistados somente 24,4% tiveram o apoio ou
consultas psicológicas de um profissional e 76% deles não tiveram nenhum
acompanhamento.
Apesar do período de distanciamento social, recomenda-se a busca de terapias
psicológicas de forma remota, para ter essa assistência humana, para que haja um apoio,
que pode ser confortante e dessa forma amenizar as preocupações e a angustia durante
esse momento tão incapacitante da pandemia. Sobre as doenças mentais o jornalista
André Biernath ainda salienta que:
“Elas devem ser diagnosticadas e tratadas com o mesmo respeito
e seriedade de qualquer outra enfermidade que atinge o corpo”.
Reforça ainda: “Sentir-se mal diante do atual cenário é
compreensível e até esperado, mas não podemos deixar esses
sentimentos ultrapassarem certa fronteira” (BIERNATH, 2020).
68

O período pós-pandêmico com certeza também será um momento de incertezas


e adaptações, já que foi um período tão mutável nos âmbitos sociais, acadêmicos e
psicológicos que alteraram a vivencia e a mentalidade da maioria das pessoas. 51,1%
dos universitários que participaram da pesquisa afirmam que tiveram suas habilidades
sociais prejudicadas durante esse período extraordinário. A volta as aulas de forma
presencial, será mais uma etapa de adaptação, muitos estudantes anseiam por isso, mas
alguns ainda não se sentem preparados, seja por terem começado na universidade já pela
forma remota, por essas relações sociais terem sido afetadas, ou por medo do que o
vírus mutável ainda possa ressurgir e a pandemia retroceder para outro isolamento.
Ainda abrimos um espaço na plataforma de formulários do google para que se
os estudantes sentirem à vontade, relatarem sobre essa experiencia de vivencia em uma
nova era pandêmica e de como eles acham que sua saúde mental e emocional foi afetada
devido a isso. Foi dada uma importância muito relevante em como o psicológico desses
estudantes foram abalados, o mais comum foram as crises de ansiedade, as emoções
alteradas e intensificadas, relatos de muita angústia em não saber lidar com todas as
situações e mudanças que a pandemia trouxe, que afetou o círculo familiar, as amizades,
a saúde física e principalmente psicológica das pessoas.
Muitos relatam que estavam vivendo as cegas sem saber o que ia acontecer, pois
o cenário mundial estava em constante mudança, e no ensino de forma remota, muitos
não souberam conciliar tudo que estavam vivendo com os estudos, a maioria não teve
um bom aproveitamento dessa forma de ensino, e se sentiram sobrecarregados por ter
que lidar com as alterações que aconteceram em vários âmbitos de suas vidas.
A incapacidade de associar e administrar tantas mudanças que ocorreram nesse
período, e a incerteza sobre o futuro aumentaram o nervosismo e apreensão dos
universitários. Alguns relatam que não sabem como será o período pós-pandemia,
devido as varias sequelas que o isolamento e falta de socialização trouxeram, em que
muitos perderam habilidades que antes não eram problema, como por exemplo o
diálogo, ou mesmo se sentem inseguros de voltar ao mundo normal, “pisando em ovos”
depois de uma experiência que foi traumática para a maioria e trouxe mudanças
irreversíveis.

CONCLUSÕES
69

O objetivo desse estudo foi identificar as consequências da pandemia na saúde


mental e psicológica dos estudantes universitários do Brasil, e para isso foi apresentada
uma investigação científica em cenários diferentes que traziam a mesma problemática, a
saúde mental pós-pandemia. Esse estudo demonstrou o quanto a fase vivida foi difícil e
que superá-la também traz inúmeras dificuldades em virtude de perdas, adaptação e
readaptação, e outras condições que não têm origem na saúde, mas a envolve.
Foi constatado na pesquisa que 22,2% dos estudantes desenvolveram algum
transtorno ou doença psicológica durante a pandemia, e 82,2% tiveram ou
desenvolveram crises de ansiedade com um índice de apenas 24,4% do total de
estudantes que obtiveram algum tipo de apoio ou acompanhamento psicológico.
Essas condições tem relação direta com as mudanças causadas pelo período
pandêmico, sendo relatadas também no âmbito acadêmico, em que as adaptações não
foram fáceis, e a maioria das instituições universitárias, não soube acomodar de forma
empática todas as necessidades e dificuldades enfrentadas pelos estudantes nesse
período extraordinário.
Nesse cenário foi relatado um alto índice de adoecimento mental, psicológico e
alterações comportamentais entre os estudantes universitários durante o período
pandêmico, devido ao isolamento, a falta de socialização e as mudanças no cenário
acadêmico. Os altos índices de sofrimento psíquicos e alterações psicológicas dos
estudantes universitários demonstrados na pesquisa revelam que a pandemia trouxe
alterações muito relevantes na saúde mental dos estudantes, que tiveram que se adaptar
as transformações ocorridas no meio acadêmico que não apresentou em sua totalidade
benefício para a estabilidade mental dos discentes.
Diante desse período cercado de medo e angústia é necessário se falar mais
sobre a urgência de uma rede de apoio psicológico, e de ações integradoras de convívio
social para os estudantes que enfrentaram a pandemia e ainda sofrem com seus efeitos
negativos na saúde mental.

REFERÊNCIAS

BIERNATH, André. A epidemia oculta: saúde mental na era da Covid-19. Revista


VEJA, VEJA SAÚDE, ano 2020, n. 455, 17 maio 2020. A epidemia oculta. Disponível
em: https://saude.abril.com.br/mente-saudavel/a-epidemia-oculta-saude-mental-na-era-
da-covid-19/. Acesso em: 29 set. 2021.
70

BIZ, Carla Vanessa do Nascimento Ferreira et al. A importância da atuação do


profissional farmacêutico na saúde mental. Semioses, v. 12, n. 4, p. 145-162, 2018.
Disponível em: https://revistas.unisuam.edu.br/index.php/semioses/article/view/142 .
Acesso em: 2 out. 2021.

DIRETORIA GERAL DE RECURSOS HUMANOS. Relações sociais na pandemia:


Um bate-papo, ainda que virtual, ajuda a manter a saúde mental. UNICAMP Diretoria
Geral de Recursos Humanos, 1 out. 2020. Texto originalmente publicado na Intranet
DGRH. Disponível em:
https://www.dgrh.unicamp.br/noticias/relacoes_sociais_na_pandemia. Acesso em:02
out. 2021.

MAZZA, Raissa. Relações e habilidades sociais: o impacto emocional da pandemia


na convivência humana. Psicologia viva, 17 jul. 2020. Disponível em:
https://blog.psicologiaviva.com.br/pandemia-convivencia-humana/. Acesso em: 07 out.
2021.

RAMIREZ, Dr. Gonzalo. Crise de ansiedade: o que é, sintomas e o que fazer. Tua
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Acesso em: 6 out. 2021.

SANTINI, Caroline; SILVA, Isadora Moraes; NUNES, Thallyta. As dificuldades


enfrentadas por alunos e professores universitários nas aulas online. Revista digital
laboratório da faculdade Cásper Líbero, [S. l.], ano 2020, n. 66, p. 0-1, 16 jan. 2021.
Disponível em: https://revistaesquinas.casperlibero.edu.br/educacao/as-dificuldades-
enfrentadas-por-alunos-e-professores-universitarios-nas-aulas-online/. Acesso em: 01
out. 2021.

SCHMIDT, Beatriz et al. Saúde mental e intervenções psicológicas diante da


pandemia do novo coronavírus (COVID-19). Estudos de Psicologia (campinas), v.
37, 2020. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/estpsi/a/L6j64vKkynZH9Gc4PtNWQng/.Acesso em: 06 out.
2021.

TEIXEIRA, Larissa de Araújo Correia et al. Saúde mental dos estudantes de


Medicina do Brasil durante a pandemia da coronavirus disease. 2019. Jornal
Brasileiro de Psiquiatria, v. 70, p. 21-29, 2021. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/jbpsiq/a/yjxwLdpJ6q5CJJCpPNxKr5R/?lang=pt&format=html.
Acesso em: 01 out. 2021.
71

Capítulo 8 - OS IMPACTOS DA MASCULINIDADE TÓXICA SOBRE A


SAÚDE DO HOMEM CONTEMPORÂNEO NO BRASIL

Maria Vitória Alves Ferreira; Esther Alves Fernandes; Eduardo Sérgio Soares Sousa;
Anúbes Pereira de Castro; Rosângela Vidal de Negreiros

INTRODUÇÃO

Baseando-se no relatório da ”Masculinidades e saúde na região das Américas”


da Organização Pan-Americana da Saúde, masculinidade pode ser definida como um
comportamento com construções sociais negativas que impõe padrão comportamental
ao homem e fere não só a ele mesmo, mas a toda sociedade, promovendo resistência
para mudanças e ocasionando o adoecimento (OPAS, 2021).
O relatório supracitado evidencia as expectativas sociais acerca dos homens -
comportamentos “preestabelecidos” que corrobora com a falta de autocuidado, saúde
física e principalmente mental - os homens geralmente assumem a postura de provedor
da família, tem condutas de riscos, quer ser dominante sexualmente e acaba repelindo
seus sentimentos. Essas atitudes estão contribuindo para maiores taxas de suicídio,
homicídio, vícios e acidentes de trânsito, bem como para o surgimento de doenças
crônicas não transmissíveis. Essa problemática tem solução na construção de políticas e
programas voltados para o combate.
Partindo desse pressuposto os altos níveis de comodidades e mortalidade torna-
se preocupante. Tendo em vista, que a masculinidade tóxica é uma construção social,
surge então, desse ponto a hipótese de que podemos desconstruir sua interface com a
saúde, através de políticas de saúde.
A discussão desse estudo justifica-se com base nos impactos da masculinidade
na saúde do homem e pelo fato da necessidade de políticas, programas, serviços e ações
de saúde que frisem nas particularidades no sexo masculino.
Questionar-se como a masculinidade tóxica impacta na saúde do homem, pensar
sobre o que poderia ser feito para diminuir as altas taxas de mortalidade e comodidades
entres os homens, E entender porque que isso acontece, é neste momento um desafio.
Objetiva-se compreender como a masculinidade tóxica impacta na saúde do
homem e descrever as melhorias que poderiam ser feitas com bases nos problemas
encontrados, desse modo, este estudo visa contribuir com a literatura referente a saúde
72

do homem ajudando a desmistificar preconceitos gerados sobre eles reduzindo assim as


desigualdades, promovendo saúde e bem-estar.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo bibliográfico, do tipo exploratório com abordagem


qualitativa. Para fins de esclarecimento, estudo bibliográfico resgata o conhecimento
científico acumulado sobre um tema, nesse caso, a masculinidade tóxica. Quanto à
abordagem exploratória busca proporcionar ao investigador mais familiaridade com o
problema, ambos trouxeram um caráter qualitativo, visto que possui o levantamento de
aspectos específicos, aplicado a grupos também específicos, buscando saber como as
pessoas veem e se sentem quando estão diante das situações estudadas.
Foram aplicados métodos de investigação, com base em leitura textual. A coleta
de dados foi feita a partir de pesquisa na biblioteca virtual em saúde, sendo realizada
no período de agosto e setembro de 2021.
Os critérios de inclusão para assunto principal foram masculinidade, saúde do
homem e atenção primária à saúde, foram selecionadas as bases de dados LILACS,
PAHO-IRIS, e os estudos que compuseram a amostra foram pesquisa qualitativa, estudo
de prevalência e relato de caso.
Vale destacar que foram utilizados filtros para o idioma apenas português e os
anos de publicação dos artigos optando pelos anos de 2019 a 2021. Através desses
critérios foram encontrados 16 artigos. O tratamento dos dados foi feito com base na
análise predominantemente diagnóstica com o intuito de detalhar o máximo de
informações sobre os impactos que a masculinidade causa na saúde do homem.

DISCUSSÃO

Nas últimas décadas estudos sobre masculinidade e saúde do homem ganharam


mais relevância no âmbito acadêmico e nos serviços de saúde. Diversos estudos
apontam para os impactos da masculinidade nas condições de saúde, bem-estar e
qualidade de vida dos homens (Glutter et al, 2020).
73

Historicamente a masculinidade está atrelada à invulnerabilidade, força e


virilidade e isso se relaciona à desvalorização ao seu autocuidado, porque o cuidado é
relacionado com o gênero feminino, essa percepção dificulta a busca por assistência em
saúde pelos homens (Silva et al, 2021).
O relatório da OMS sobre Masculinidades e saúde na região das Américas:
“também destaca que um em cada cinco homens morre antes
dos 50 anos e muitas das principais causas de morte nas
Américas — incluindo doenças cardíacas, violência interpessoal
e acidentes de trânsito — estão diretamente relacionadas a
comportamentos “machistas” construídos socialmente.”
O conceito de masculinidade tóxica, ou machismo, como é conhecido nas
Américas, não coloca em risco apenas os homens e sua saúde, mas também leva ao
risco mulheres e crianças na forma de violência, infecções sexualmente transmissíveis e
falta de responsabilidade compartilhada em casa; além de risco para outros homens,
como acidentes, homicídios e outros tipos de violência; e risco para si mesmo, como
suicídio, acidentes, alcoolismo e outros vícios. (OMS, 2019)
A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH) propõe-
se como objetivo geral ampliar e melhorar o acesso da população masculina adulta com
idades de 20 a 59 anos aos serviços de saúde do Brasil.
Historicamente as políticas públicas de saúde e suas ações eram voltadas
especificamente apenas para crianças, mulheres, adolescentes e idosos. Porém
ultimamente a saúde do homem vem ganhando espaço nas políticas públicas do Brasil e
do mundo. Pois antes o cuidado à saúde do homem delimita-se a ações ligadas ao
tratamento de doenças crônicas, como diabetes mellitus e hipertensão arterial (Martins
et al, 2020).
Somente no ano de 2009 o Ministério da Saúde lançou a PNAISH instituída
pela Portaria nº 1.944/GM. Que destaca a necessidade de mudanças de padrões no que
refere-se à compreensão da população masculina em relação ao cuidado com a sua
saúde e a saúde de sua família. Cogita ser de extrema importante que, os aspectos
educacionais, entre outras ações, os serviços públicos de saúde sejam organizados de
modo a acolher e fazer com que o homem sinta-se parte integrante deles.
A implementação da política deverá ocorrer de forma integrada às demais
políticas existentes, numa lógica hierarquizada de atenção à saúde, priorizando a
atenção primária como porta de entrada de um sistema de saúde universal, integral e
equânime.
74

Essa política tem como princípios a humanização e a qualidade e como


estratégia para cumprir com esses princípios a PNAISH considera os seguintes pontos:
1. Acesso da população masculina aos serviços de saúde hierarquizados nos diferentes
níveis de atenção e organizados em rede, possibilitando melhoria do grau de
resolutividade dos problemas e acompanhamento do usuário pela equipe de saúde;
2. Articular-se com as diversas áreas do governo com o setor privado e a sociedade,
compondo redes de compromisso e corresponsabilidade quanto à saúde e a qualidade de
vida da população masculina;
3. Informações e orientação à população masculina, aos familiares e a comunidade
sobre a promoção, prevenção e tratamento dos agravos e das enfermidades do homem;
4. Captação precoce da população masculina nas atividades de prevenção primária
relativa às doenças cardiovasculares e cânceres, entre outros agravos recorrentes;
5. Capacitação técnica dos profissionais de saúde para o atendimento do homem;
6. Disponibilidade de insumos, equipamentos e materiais educativos;
7. Estabelecimento de mecanismos de monitoramento e avaliação continuada dos
serviços e do desempenho dos profissionais de saúde, com participação dos usuários;
8. Elaboração e análise dos indicadores que permitam aos gestores monitorar as ações e
serviços e avaliar seu impacto, redefinindo as estratégias e/ou atividades que se fizerem
necessárias (PNAISH, 2009).

Os estudos realizados acerca da PNAISH identificam que é uma política bem


articulada e que não compreende lacunas no papel, então subentende-se que os erros
ocorrem na execução das ações.
A discussão do presente artigo visa debater alguns pontos abordados pela
Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, que a sociedade não é
habituada a atribuir o justo destaque.
Em primeira instância, vamos transcorrer sobre o suicídio na população
masculina:
“No Brasil, o número de óbitos por suicídio entre os homens é
quase quatro vezes superior ao das mulheres. De acordo com o
boletim epidemiológico do Ministério da Saúde, divulgado em
2017, entre 2011 e 2016, houve 62.804 mortes por
autoextermínio no país. Desse total, 21% eram mulheres e 79%
homens” (BAÉRE E ZANELLO, 2020).
Suicídio é todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato
executado pela própria vítima, ciente do resultado. Provocado por diversos motivos,
muitas vezes o suicídio pode estar relacionado a depressão, términos de
relacionamentos, frustrações profissionais e pessoais (OMS saúde mental, 2018).
Segundo a OPAS/OMS o suicídio é um problema de saúde pública grave, que
podem ser evitados em tempo oportuno, com base em evidências e com intervenções de
75

baixo custo. Para uma efetiva prevenção, as respostas nacionais necessitam de uma
ampla estratégia multissetorial.
A violência é outro evento que merece ser enfatizado, pois provoca grande
impacto na saúde de todos os indivíduos, segundo a Política Nacional de Atenção
Integral à Saúde do Homem:
“A violência é um fenômeno difuso, complexo, multicausal,
com raízes em fatores sociais, culturais, políticos, econômicos e
psico-biológicos, que envolve práticas em diferentes níveis. O
homem é mais vulnerável à violência, seja como autor, seja
como vítima. Os homens adolescentes e jovens são os que mais
sofrem lesões e traumas devido a agressões, e as agressões
sofridas são mais graves e demandam maior tempo de
internação, em relação à sofrida pelas mulheres (Souza, 2005).”
A respeito do Alcoolismo e ainda de acordo com o documento da PNASIH
dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde cerca de 2 bilhões de pessoas
consomem bebidas alcoólicas no mundo e o uso abusivo do álcool é responsável por
3,2% de todas as mortes e por 4% de todos os anos perdidos de vida útil. Considerando
que homens e mulheres bebem com frequências diferentes e este é um fenômeno
também se observa na América Latina, conforme Relatório do Banco Mundial (2002).
Mas há certas características a serem observadas como: os homens iniciam
precocemente o consumo de álcool, tendem a beber mais e a ter mais prejuízos em
relação à saúde do que as mulheres.
Outro ponto também discutido na política é a predisposição dos adolescentes aos
agravos à saúde pela não adoção de práticas preventivas, Além de riscos como a
gravidez indesejável, Doenças sexualmente transmissíveis e uma maior exposição a
situações de risco como por exemplo, o uso de drogas e situações de violência.
Diferente do que ocorre na adolescência, na velhice, os homens são levados a se
confrontar com a própria vulnerabilidade, porque nessa etapa da vida as patologias
foram descobertas e já estão em quadros irreversíveis de adoecimento, então os homens
aumentam sua procura por serviços de saúde, isso ocorre por não terem buscado
antecipadamente as ações preventivas ou de tratamento precoce para as enfermidades.
Os pontos discutidos são fatores externos influenciáveis por uma masculinidade
tóxica, diversos estudos comparativos, entre o gênero masculino e o gênero feminino,
têm comprovado o fato de que os homens são mais vulneráveis às doenças, sobretudo às
enfermidades graves e crônicas, e que morrem mais precocemente que as mulheres.
76

No artigo Vulnerabilidade de homens jovens e suas necessidades de saúde do


autor Martins et al, 2020:
“Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em 2016, a mortalidade masculina estava concentrada
na faixa etária de 15 e 29 anos, destacando-se que um homem
adulto nessa faixa etária apresentava 4,5 vezes menos chances
de completar o próximo ano de vida, quando comparado a
mulheres na mesma faixa etária.”
Conforme a PNAISH os indicadores de morbidade e mortalidade do Brasil
demostram que os homens propendem a buscar por serviços de urgência e emergência e
atenção especializada. Os serviços de atenção primária têm dificuldade em captar esse
público por meio de atividades de promoção e prevenção de saúde. Os homens
adentram o sistema de saúde por meio da atenção especializada tem como consequência
o agravo da morbidade pelo retardamento na atenção e maior custo para o SUS. Nessa
perspectiva de prejudicialidade para ambos é necessário fortalecer e qualificar a atenção
primária garantindo, assim, a promoção da saúde e a prevenção aos agravos evitáveis.
Visando a redução das desigualdades entre homens e mulheres principalmente
referente a expectativa de vida e buscando promover saúde e bem-estar para o gênero
masculino, o relatório Masculinidades e saúde na região das Américas, publicado pela
Organização Mundial da Saúde pede aos países que implementem nove recomendações
para ajudar nessa melhoria (BARKER et al, 2012; OMS, 2019), são elas:

1. Melhorar, sistematizar e disseminar dados sobre masculinidades e saúde;


2. Desenvolver políticas públicas e programas de saúde para prevenir e resolver os
principais problemas que afetam os homens ao longo da vida;
3. Eliminar as barreiras que impedem que meninos e homens acessem cuidados de
saúde;
4. Desenvolver iniciativas intersetoriais que incorporem a saúde em todas as
políticas, particularmente na educação;
5. Promover práticas positivas de saúde existentes nas quais os homens já se
envolvem;
6. Garantir a participação de todas as comunidades (incluindo homens, mulheres e
comunidades LGBTI+);
7. Promover a capacitação em gênero e masculinidades para os trabalhadores do
setor da saúde;
8. Fortalecer os programas de prevenção e promoção da saúde voltados para
crianças e jovens;
9. Garantir que instituições, incluindo o setor da saúde, universidades e sociedade
civil, se concentrem na prevenção do impacto e dos custos de masculinidades
rígidas/tóxicas.
77

Seguindo as recomendações da OMS os países reduziriam os impactos da


masculinidade tóxica na saúde do homem.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os tópicos discutidos no presente artigo são fatores externos influenciáveis pela


masculinidade tóxica, que necessita urgentemente, de programas e ações de educação
em saúde que frisem na vinculação de conhecimentos acerca dos impactos da
masculinidade tóxica nas mídias sociais, e podem usar como forma de sensibilização os
dados sobre suicídio, violência, alcoolismo, IST’s e doenças crônicas no sexo
masculino.
Falar sobre masculinidade tóxica é compreender que a sociedade vem se
redefinindo, mas que muito ainda se precisa construir para alcançar o comportamento
ideal nas relações humanas.
E as recomendações da Organização Mundial da Saúde surgem oportunizando a
redução dessa “ferida” na sociedade.

REFERÊNCIAS

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., MARIA MESSIAS, C. ., DE OLIVEIRA MOUTA, R. J. .; MURTA ABREU, L.
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.; FONSECA COELHO GALVÃO, A. P. .; VIEIRA DE OLIVEIRA, V. .; DOS REIS
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de saúde da família. Nursing (São Paulo), 24(274), 2021.5377–5388.
https://doi.org/10.36489/nursing.2021v24i274p5377-5388

BAÉRE, Felipe de; ZANELLO, Valeska suicídio e masculinidades: uma análise por
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78

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necessidades de saúde. Esc. Anna Nery, , v. 24, n. 1, e20190203, 2020
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81452020000100221&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 05 out. 2021. Epub 13-Jan-
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(2019, 21 de novembro) Masculinidade tóxica influencia saúde e expectativa de vida
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ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE/ Organização mundial de saúde


(2021, 17 de junho) Suicídio. Retirado de Suicídio - OPAS/OMS | Organização Pan-
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Retirado de Guia-de-Estudos-OMS-Saúde-Mental.pdf (cofen.gov.br), 2018.

MINISTÉRIO DA SAÚDE/SECRETARIA DE ATENÇÃO À SAÚDE - Departamento


de ações programáticas estratégicas (2009, 27 de agosto). Política nacional de atenção
integral à saúde do homem. Retirado de Microsoft Word - Política Nacional de Atenção
Integral a Saúde do Homem.doc (saude.gov.br), 2009.
79

Capítulo 9 - O TREINAMENTO FÍSICO E SUAS IMPLICAÇÕES NOS


PORTADORES DO DIABETES MELLITUS

Kleber Fernandes P de Assumpção; Walter Honorato, Roberta Guedes; Jandira Pedrosa


Leal; Raony Mangueira Lima Lopes; Marcelo Wanderley de Sousa Alves; Erlane
Aguiar Feitosa de Freitas

INTRODUÇÃO

Diabetes Mellitus é uma doença de etiopatia múltipla, maus hábitos


alimentares, obesidade, sedentarismo, má gestação e o uso de drogas, tudo
isso pode prejudicar a produção do hormonal da insulina pelas células beta
do pâncreas, Ramallo ( 2018) mostra em seu estudo que o exercício físico
ajuda no controle da insulina, no movimento de contração e alongamentos
muscular, onde acontece a liberação do glut4 uma substância que ajuda no
controle da glicemia. Para uma compreensão maior a Sociedade de Diabetes
Brasileira define o Diabetes Mellitus (DM), como um distúrbio metabólico
caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente da deficiência na
produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos,
acarretando complicações em longo prazo. A classificação do DM baseia-se
em sua etiologia, sendo a maioria dos casos divididos em duas categorias:
DM tipo 1 e tipo 2 (SDB, 2017).
Essa pode ser uma patologia inata ou adquirida no decorrer da vida,
estudos sobre o tema também afirmam que há uma pré disposição genética
para a diabetes. De maneira geral a realidade nacional e mundial hoje da
diabetes tem sido preocupante e tem levantado enormes discussões sobre o
tema gerando assim grandes debates e campanhas para essa conscientização
e cuidados sobre a DM. Baseando-se em dados fornecidos pela Federação
Internacional de Diabetes (IDF) (2016), estima-se que em 2015, 415
milhões de novos casos de diabetes entre adultos de 20 a 79 anos em 220
países,foram descobertos, isso representa 8,8% da população mundial,
nesse intervalo de faixa etária.

Se as tendências continuarem como estão, o que se espera é o


80

número de pessoas com diabetes em 2040 é de 642 milhões.Sobre o Brasil,


em 2015, a IDF estimou 14,3 milhões de casos de DM em adultos de 20 a
79 anos, sendo a projeção para 2040 de 23,3 milhões. É importante também
ressaltar que O DM e suas características constituem os principais motivos
de mortalidade precoce na maioria dos países. A doença é responsável por
14,5% da mortalidade mundial em adultos de 20 a 79 anos por todas as
causas, sendo maior do que a soma dos óbitos ocasionados por doenças
infecciosas.
É dentro desse contexto que se analisa a existência evidências reais e
comprovadas de que exercício físico exerça uma função extremamente
relevante no controle do DM, tanto no seu tratamento como também no
cuidado ao não desenvolvimento da doença, sendo responsável pela
melhora dos indicadores laboratoriais dessa condição, bem como dos
sintomas e do bem-estar do indivíduo. A prática de exercício físico é uma
importante ferramenta tanto na prevenção como no tratamento de pacientes
com DM. Sua função está relacionado à melhora do metabolismo da glicose
dentro do corpo humano bem como a redução dos fatores de risco para o
desenvolvimento da diabetes como a obesidade e o sedentarismo.
O objetivo principal do tratamento do diabético é a manutenção da
concentração de glicose no sangue dentro dos limites da normalidade.
Mudanças de comportamento e no estilo de vida são indispensáveis no
auxílio deste controle e deverão estar baseadas no conhecimento e na
disciplina do indivíduo sobre a doença, na adoção de uma alimentação
adequada e balanceada, na prática regular de exercícios físicos, na
monitorização constante dos níveis de glicose e na utilização de insulina ou
medicamentos hipoglicêmicos orais quando necessários. O exercício físico
é recomendado para a maioria dos diabéticos, pois a sua prática regular
proporciona numerosos benefícios nestes indivíduos.
Este fato ocorre porque o exercício reduz diretamente a
concentração de glicose no sangue, aumenta a resposta dos tecidos à
insulina, melhora o perfil lipídico, preserva e aumenta a massa muscular,
favorece a redução do peso corporal, melhora o funcionamento do sistema
cardiovascular, contribui para diminuir a média da pressão arterial, melhora
os níveis da hemoglobina glicosilada, reduz a necessidade de
81

hipoglicemiantes e a dosagem diária de insulina, atuando, dessa forma,


tanto na prevenção quanto no tratamento do diabetes.
Percebe-se assim, que a DM não é algo incomum em nossa
sociedade por esse motivo é cada vez mais importante que haja um
direcionamento e ensino populacional sobre o assunto, a falta de
informação gera muitas vezes a falta da qualidade de vida o que é o que se
busca nos pacientes portadores da DM.

Sendo assim, o objetivo deste estudo foi estudar sobre os benefícios


do exercício físico para os paciente com diabetes. Tendo como objetivos
específicos: a) Estudar sobre o processo de inclusão e execução do assunto
diabetes e treinamento físico em cursos para maior propagação da
informação. b) Levantar dados sobre importância da capacitação do
profissional da área de educação física com o diabetes; c) Mostrar a
importância de conhecimento sobre a condição do diabetes nos brasileiros.

METODOLOGIA

O presente estudo propõe-se a realizar uma revisão integrativa da


literatura, sobre a Diabetes Mellitus, recurso escolhido por permitir reunir e
sintetizar resultados de pesquisas sobre um delimitado tema, de maneira
sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do
conhecimento do tema investigado. Para a classificação dos artigos na
literatura, realizou-se uma procura, no período compreendido entre
setembro/2020 e agosto/2021, nas seguintes bases de dados eletrônicas:
Google Acadêmico, Brazilian journal of development, Unifafibe. Foram
encontrados diversos artigos e trabalhos sobre o tema entretanto foi escolhido
os estudos a partir da leitura do tema e importância do autor, como também a
relevância do estudo levando em consideração o ano da publicação,
selecionando por fim um total de 17 documentos que se mostraram
equivalentes aos questionamentos levantados pelos objetivos deste trabalho.
Foram utilizados os seguintes descritores na realização da busca: DM,
diabetes, exercícios físicos, tratamento, cuidado corporal, educador físico.
82

DESENVOLVIMENTO

DIABETES MELLITUS

O CONCEITO DA DM, SUA INFLUÊNCIA NOS GRUPOS SOCIAIS E AS


IMPLICAÇÕES CORPORAIS

O Diabetes Mellitus é uma das patologias crônicas não transmissíveis (DCNT),


ou seja, não há cura e não é transmitida de uma pessoa a outra, é uma das
doenças mais recorrentes estando, no mundo, entre as cinco principais causas
de morte. Junto à doença renal crônica, causa um impacto crescente nos
sistemas de saúde mundial e brasileiro e está atrelado a fatores genéticos,
desenvolvimento e hábitos de vida (DUNRAN et al., 2017 p. 125).

O Diabetes Mellitus é uma doença silenciosa e a informação sobre a


mesma tem que ser divulgada pois trata-se de uma patologia que afeta grande
parte da população mundial. Para uma maior compreensão define-se segundo
Cambri e Santos (2006), o diabetes como uma doença metabólica que afeta a
capacidade do corpo de metabolizar a glicose. Existem categorias para o
diabetes como o diabetes Tipo 1, o diabetes Tipo 2 e o diabetes gestacional que
pode evoluir para diabetes Tipo 2.

Tipo 1 e uma doença crônica onde o pâncreas não produz insulina que e
o hormônio que faz a ligação da glicose no sangue as células, diabetes Tipo 2
produz pouca insulina para a metabolização da glicose. (CAMBRI; SANTOS
2006, p 21).

O DM pode ocasionar ainda graves complicações de maneira micro e


macro vasculares: Macro vasculares como a doença arterial coronariana, o
acidente vascular cerebral isquêmico (AVC) e a doença arterial periferias são
exemplos dessas. Além de outro problemas danosos a saúde como exemplo a
retinopatia e quando o excesso de glicose no sangue afeta a retina causando
cegueira ou neuropatia e o excesso de glicose nos vasos de ligados ao rim
83

causando até uma insuficiência renal e a neuropatia que e um problema nos


nervos periféricos devido a elevação da glicose no sangue. (CAMBRI;
SANTOS 2006, p.34 ).

De Angelis et al (2006) Afirma que o DM ainda traz implicações sociais


na vida dos portadores da doença pois ela impede o consumo de determinados
alimentos e comportamentos, os autores ainda afirmam que apesar de não ter
cura o tratamento continuo é capaz de produzir na maioria dos casos uma
melhor qualidade e estilo de vida a depender de como os pacientes lidam com a
doença.

Por fim, sabe-se através dos estudos que a DM caracteriza-se por ser
uma doença onde os maus hábitos alimentares, obesidade, sedentarismo, má
gestação e o uso de drogas, pode prejudicar a produção do hormônio da insulina
pela células beta do pâncreas, estudos já comprovam que o exercício físico
ajuda no controle da insulina, no movimento de contração e alongamentos
muscular acontece a liberação do glut4 uma substância que ajuda no controle da
glicemia. (CAMBRI, 2006, p. 34 -35).

O TRATAMENTO DA DM: O AUXÍLIO DO EXERCÍCIO FÍSICO

Após conhecer melhor a doença passamos a compreender melhor seu


prognóstico, ou seja seus cuidados, O tratamento do DM visa a manutenção do
controle glicêmico e metabólico da doença sejam mínimas na vida do
portadores (COSTA et al., 2011 p.111).

Para trazer qualidade de vida e que as consequências sejam mínimas, é


fundamental a fidelidade e comprometimento do paciente ao seu tratamento
para o controle de complicações associadas. O paciente com DM precisa ser
orientado a seguir tanto a prescrição de medicamentos como as mudanças de
estilo de vida, que compreendem o seguimento de dieta específica e a prática de
atividade física isso é realizado por uma equipe multiprofissional que vai desde
médicos até nutricionistas e inseridos nesse meio encontra-se o educador físico
fundamental nas intervenções e tratamentos atuais relacionados a DM. (FORTI.
et al 2019).
84

Para o bom controle metabólico do DM deve haver mudanças no estilo


de vida, isso é essencial além da dieta, com hábitos mais saudáveis que incluem
uma alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos além do
tratamento medicamentoso. No entanto, nem sempre os pacientes aderem a
todo este contexto (DURAN et al., 2017 p.121). Para que se consiga uma
melhor adesão no tratamento clínico e comportamental o portador de DM deve
se posicionar e saber da importância desses comportamentos como também
deve contar com incentivo de sua família e da equipe de saúde que o
acompanha e o motiva (COSTA et al., 2011 p. 116).

É extremamente importante evidenciar a necessidade de


acompanhamento e evolução do portador de DM, pois assim é possível retardar
e/ou prevenir as complicações da doença. Sobre os tratamentos podemos citar
os 3 elementos básicos que o compõe:

O primeiro é o tratamento medicamentoso, esse é prescrito pelo médico


que acompanha o paciente e deve ser seguido à risca para que não haja
complicações, há estudos e relatos de diversos casos que não necessitam desse
tipo de tratamento e mantém sua vida tranquila baseando-se apenas em
cuidados com a saúde e estilo de vida balanceado (DURAN et al, 2017 p.120).
Não iremos nesse trabalho nos aprofundar a questões medicamentosas tendo em
vista a especificidade dessa área, mas cabe a orientação a todos os profissionais
da educação física que se há o uso de qualquer medicamento é necessário
conhecer seus efeitos e assim poder trabalhar em conjunto sem prejuízo a saúde
do cliente.

O segundo âmbito do tratamento é o da dieta, esse tratamento é


acompanhado por um nutricionista que faz as prescrições mediante cada caso e
alinhamento médico, em relação a alimentação é um ponto crucial a falta de
comprometimento com esse tipo de cuidado gera a consequências terríveis e
por vezes até irreversíveis.

Já no que tange ao terceiro ponto, o exercício físico, Segundo Fleck e


Kraemer (2006, p 22), tem um potencial enorme no cuidado dos portadores do
85

DM, os autores usam como exemplo o treinamento resistido ou o treinamento


de força, que se baseia em movimentos executados contra resistência do como
humano, força contra forças extra corpóreas, podendo ser pesos ou a até a
própria gravidade.

A prática do treinamento resistido pode evitar a evolução de outras


complicações que o Diabetes Mellitus pode ocasionar a o portador. No
treinamento resistido a fonte energética inicial é a base de glicose quando essas
reservas energéticas acabam ai passa-se a ser utilizada as gorduras corpóreas
assim durante o movimento a insulina e liberada de forma controlada pelo
pâncreas fazendo a entrada da glicose nas células musculares energizando-as o
que faz a liberação do espaço de estoques de glicogênio nos músculos
regulando a vida do indivíduo com diabetes (RAMALHO; SOARES, 2008).

Os autores supracitados ainda falam que o treinamento resistido dure


mais de 6 meses para uma melhor avaliação do profissional e adaptação do
portador da DM, e que deve se seguir o tempo de adaptação levando em
consideração restrições alimentares e consequências da doença pois o mesmo
terá dificuldades devido a diabetes, existindo diretamente uma relação entre o
tempo e frequência dos treinos com os resultados apresentados.

De Angelis et al (2006) acrescenta que o treinamento resistido regular


junto com a insulinoterapia e um planejamento dietético ajustado tem sido a
tríade das principais manobras no tratamento contra o diabetes.

A ADESÃO E A EXECUÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO EM PESSOAS PORTADORAS


DA DM

Sabe-se que os benefícios da prática da atividade física regular para a


saúde têm sido amplamente documentados, a procura por profissionais
capacitados para orientar e guiar essa pratica tem grande recorrência. Existem
diversas provas concebidas através de estudos que os resultados advindos de
um programa de atividade física só serão regulares se os indivíduos
86

continuarem praticando exercício da maneira correta a longo prazo, ou seja é


necessário haver realmente uma adesão a prática do exercício físico.
(RAMALHO; SOARES, 2008 p 263).

Os benefícios do exercício físico são inúmeros A melhora nas medidas


fisiológicas, tais como a redução de triglicérides e do colesterol LDL, o
aumento do colesterol HDL, a diminuição da frequência cardíaca em repouso e
em atividade, a redução da pressão arterial, entre outras que decorrem de um
estilo de vida fisicamente ativo são ainda mais importantes nos portadores de
DM , sabendo que o risco de mortalidade por doenças coronarianas é quatro a
cinco vezes maior nesses indivíduos em comparação com aqueles que não
apresentam diabetes. Dessa maneira o exercício físico contribui para não
apenas para a prevenção do DM mas também é parte fundamental do
tratamento, assim como é o uso de medicamentos e a dieta alimentar (FECHIO;
MALERB, 2004).

No que diz respeito a adesão ao tratamento constitui-se num dos


maiores problemas enfrentados pelos profissionais de saúde, pois o número é
considerado baixo e se torna ainda pior em situações que requerem tratamentos
longos ou então quando são executados de maneira preventiva e quando há
necessidade de alteração no estilo de vida, como é o caso da atividade física,
Um estudo de recente apontou que menos de 40% dos pacientes portadores de
DM aderem às prescrições de exercícios.

Sobre os perfis estudos avaliaram que a atividade física em adultos com


DM tendem a ter a menos aderência à prática de exercícios físicos regulares do
que indivíduos em geral. A aceitação do tratamento incentiva um envolvimento
ativo, voluntário e em colaboração do paciente em emitir comportamentos que
produzam resultados terapêuticos no sentido de controlar a doença. Assumir a
responsabilidades sobre o seu tratamento, tornando-se um participante que faz
parte do processo que torna possível modular os estados biológicos por meio do
comportamento de autocuidado através do exercício. (DELAMATER, 2006,
p.74).

O tratamento do diabetes possui alguns aspectos que deixam a adesão


ao tratamento mais difícil, pois a baixa adesão geralmente ocorre com doenças
87

que não apresentam um desconforto imediato ou risco evidente. Coelho et al


(2008) ressalta que existe uma alta tendência para que tenha um aumento em
casos de sedentarismo nas faixas etárias mais altas, e que, na prática, observa-se
que indivíduos diabéticos mais jovens respondem melhor aos benefícios que o
exercício físico traz para o controle glicêmico.

Um outro estudo constatou que o nível de conhecimento e formação e


também a classe social não são claramente determinantes da adesão ao
tratamento, mas na grande maioria o histórico de exercício e idade, esse sendo
o principal (COELHO et al 2008, p. 30).

Dessa forma se faz necessário avaliar todas variáveis importantes, como


a história de vida do sujeito. Cabe ressaltar que há também além da simples
descrição a necessidade do acompanhamento desse tratamento através dos
exercícios físicos, salientando que eles devem ser orientados por base de um
profissional capacitado, que o guia e leva para uma execução que seja
realmente efetiva.

No que tange ao quesito incentivo, observa-se que muitos acabam não


aderindo ao tratamento do exercício e atividade físicas pois não são
incentivados nem levados a procurar esse tipo de ajuda, estudos ainda indicam
que aqueles que tem o incentivo do ciclo social próximo como família e amigos
tendem a se dar melhor na adesão, esse quantitativo ainda é maior quando os
próximos aderem também ao novo estilo de vida (PRONI, 2010).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No decorrer do trabalho observou-se diversos aspectos sobre a DM


seus desdobramentos e efeitos na vida dos seus portadores e abordado de
forma principal o quanto Exercício Físico é um fator importante para o
controle da glicemia em diabéticos, sendo um ponto importantíssimo por
estimular a produção de insulina no organismo de forma natural, o que
naturalmente também auxilia no processo do emagrecimento, o que trás
como consequência uma melhor qualidade de vida.

O exercício físico além de muito eficaz na manutenção dos níveis da


glicemia, proporciona ganho de força, aumenta resistência física,
88

melhorando também o sistema cardiovascular e a respiração, observa-se


uma melhoria continua e melhores hábitos que o acompanham.

A DM é um doença crônica que no passado era considerada sem


cura e causadora de diversas mortes, após o tratamento medicamentoso
houve uma mudança na forma de enxergar a patologia. Atualmente vê-se a
DM como uma doença que muda o dia a dia do portador porém a qualidade
de vida comparada com os processos, hoje considerados ultrapassados, são
muito diferentes, opta-se muitas vezes por questões como uma dieta
balanceada e exercícios físicos que em alguns casos específicos não há
necessidade de uso de medicamentos.

O grande desafio para garantir a boa gestão do metabolismo no que


diz respeito a doença com a prática de exercícios físicos é controle
glicêmico e aos quadros de hipoglicemia durante a realização e em período
pós treino de curta e longa duração. Esse quadro tem estimulado diversas
estratégias para manter as taxas glicêmicas dentro do esperado, sobretudo
em testes práticos nos quais os portadores utilizam o monitoramento
contínuo da glicemia em conjunto com o sistema de infusão de insulina.
Esse tipo de controle é essencial para o bom desenvolvimento do trabalho.

Além dos esportes outros tipos de exercício, como pilates e exercício


resistido, também mostraram-se eficazes no controle clínico e metabólico
da doença, apesar dos trabalhos explorados mostrarem que poucos
procuram praticar essas atividades. Como efeito dos exercícios físicos
somados com uma nutrição adequada, horários de refeições mostram ser a
ações positivas para o controle glicêmico, o que significativamente diminui
o risco de doenças secundárias, melhora em todas as funções vitais do
corpo.

Apesar dos benefícios já citados apresentam-se, nos trabalhos


estudados e referenciados, que há uma resistência nos portadores da DM, no
caso da DM adquirida isso é ainda mais frequente, pois há uma negação da
89

doença, logo uma repulsa a novos hábitos de vida que fazem com que
atrasem e/ou piorem o estado da doença.

A maior responsabilidade está na falta de informação que os


pacientes tem sobre o DM, por não conhecer muitos acabam tomando
atitudes erradas ou não tomando atitudes em relação a doença, isso se
estende para o exercício físico por acharem que não devem fazer por
estarem “doentes” ou que isso será prejudicial acabam imergindo ou
continuando no sedentarismo.

Essa falta de conhecimento se dá pela falta de políticas publicas que


invistam nessas áreas assim como também profissionais que atendam a
atendam a esse perfil, muitos profissionais da educação física abordam o
tema esporte e musculação mas não tocam no assunto qualidade de vida e
doenças crônicas quando se explana sobre o exercício físico.

A falta de profissionais que aderem a saúde publica e tratamentos


com casos específicos em determinadas doenças cronicas se dá pela baixa
informação que é passada nos cursos de formação profissional sobre essas
especificações. Isso também é um fator prejudicial para o desenvolvimento
do trabalho em equipe multiprofissional pois muitas vezes os educadores
físicos não saem da gradução prontos a se colocarem dentro dessa forma de
atuação.

Apesar dos diversos impasses observa-se de modo geral um grande


avanço nos últimos anos em pesquisas e desenvolvimento de trabalhos que
envolvam os benefícios do exercício em portadores da DM, diante disso
fica o exposto de que profissionais da educação física devem sempre
constante aprendizado.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

De maneira geral, os resultados levantados nesta revisão de trabalho


trás por final os índices que são esperados, podemos afirmar dessa forma que
concluímos o presente estudo alcançando o objetivo seus objetivos
inicialmente levantados. No decorrer do trabalho foram diversos os textos,
artigos e livros analisados para fins de chegar a um resultado satisfatório e
90

responder questões que se levantaram em diversos momentos, as vezes até


mesmo diante da leitura dos próprios trabalhos, entretanto, apesar de diversos
conteúdos a respeito do tema todos os levantamentos veem apontando que o
exercício físico somado a uma alimentação balanceada e o uso do tratamento
médicamentoso trazem não só uma melhor qualidade de vida ao portador da
DM como também são os pilares para um tratamento eficaz, para uma doença
que apesar de não ter cura, seguindo os preceitos orientados pela equipe multi
profissional leva a uma vida normal e sem restrições severas que alterem o
cotidiano do portador.
Apesar dessa importância que hoje não é mais uma hipótese e sim
uma verdade a ser asseverada, observa-se ainda que há uma necessidade e
carência maior de informação tanto dentro da sociedade como também na
academia e formação dos profissionais. Há uma tendência por parte dos
profissionais da educação física voltarem-se para outros segmentos e não
darem atenção a esses pontos, e no que diz respeito aos portadores da DM e
demais profissionais focarem mais amplamente e quase que somente nas
restrições alimentares. E ainda quando há indicação de exercício físico pela
equipe multidisciplinar falta a orientação e o incentivo continuo, que é tão
necessário quanto a prescrição.
Conclui-se, portanto, que os exercícios físicos têm papel relevante
para o tratamento, controle e prevenção da DM, em todas as formas em que
ela se apresenta mas que é necessário uma maior abordagem na formação
profissional do educador físico no que se trata da DM e as doenças crônicas
de modo geral. Sendo assim necessário também ter uma maior abordagem do
tema na formação da equipe multiprofissional e por consequência o
desenvolvimento maior dos profissionais de educação física na saúde e
ferramentas publicas de saúde.

REFERÊNCIAS

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em diabéticos tipo 2. Revista Motriz. Rio Claro, v.12 n.1 p.33-41,2006.
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Diabetes: 2017-2018. São Paulo: Editora Clannad; 2017.
93

ORGANIZADORES E AUTORES

Adriana Aguiar Fernandes de Lima

Psicóloga da Equipe Multiprofissional da Atenção Primária à Saúde de Umbuzeiro


PB; Mestranda em Saúde da Família RENASF/ UFPB; Pós Graduada em Psicologia
Hospitalar – UNIVISA; Pós Graduada em Saúde Mental – UNIFIP;
adrianaguiarpsique@gmail.com

Ailma de Souza Barbosa

Mestrado Profissional em Saúde da Família RENASF/UFPB. Especialista em


Alimentação e Nutrição na Atenção Básica. Preceptora dos Projetos Indutores da
Formação em Saúde UFPB. Cirurgiã Dentista da Família e Comunidade Prefeitura
Municipal de João Pessoa /PB. E-mail: ailmabarbosa@gmail.com

Aissa Romina Silva do Nascimento

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Paraíba (2001), Doutorado


em Sociologia pela Universidade Federal da Paraíba (2014), Mestrado em Sociologia
pela Universidade Federal da Paraíba (2003) e Especialização em Planejamento e
Gestão em Ensino-Aprendizagem pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ
(2005). Atualmente é professora Adjunta da Universidade Federal de Campina Grande
no Centro de Formação de Professores na Unidade Acadêmica de Enfermagem-
UFCG/CFP/UAENF. Membro do Grupo de Pesquisa Violência e Saúde-GPVS - CNPq,
Presidente do Comitê de Prevenção e Enfrentamento à Violência do CFP-UFCG. E-mail:
aissa.romina@professor.ufcg.edu.br

Alexia Pinto Martins

Atualmente, cursando o 7º semestre do curso de Medicina, na Universidade


Federal de Campina Grande - campus Cajazeiras (UFCG- Cz). Fez parte da
gestão "Renovação" do Centro Acadêmico, com vigência de 2019 a 2021. Está
no grupo de pesquisa "Violência e Saúde", da UFCG e que é integrado ao CNPq.
Participa, no momento, da Liga Acadêmica de Cajazeiras de Urgência e Emergência
(LACEU) e da Liga Acadêmica de Enfermagem do Câncer (LAENCA), ambas da
UFCG - Cz. Foi membro por 2 anos da Liga de Psiquiatria, da UFCG - Cz, dando
relevância ao estudo da saúde mental no sertão paraibano. É diretora de Ensino e
Extensão da Liga Acadêmica de Cardiologia de Cajazeiras (LACARDIO - Cz). E,
também, participou por um ano da Liga Acadêmica de Patologia Clínica e Medicina
Laboratorial (LAPAC). E-mail: alexiiapmm@gmail.com

Alexsander Wilkard Monte Sales de Barros


Enfermeiro Intensivista da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco.Pós graduado na
modalidade Residência em Terapia Intensiva pela UPE. E-mail: wilkard@hotmail.com
94

Amanda de Freitas Andrade


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP) | E-mail:
amanda.freitas@estudante.ufcg.edu.br

Amanda Fernandes do Nascimento


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP). E-mail:
amanda.fernandes@estudante.ufcg.edu.br

Andrêssa Patricio de Araujo


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP). E-mail:
andressa.patricio@estudante.ufcg.edu.br

Ankilma do Nascimento Andrade Feitosa


Enfermeira; Pós-doutora pela Universidade Federal de Campina Grande; Doutora em
Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina do ABC; Docente da Faculdade Santa Maria
– FSM. E-mail: ankilmar@hotmail.com

Anna Kalyne César G. Adriano


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade de Campina Grande -
Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP) | (Participou como membro do projeto de
extensão Gestar Cajazeiras). E-mail: anna.kalyne@estudante.ufcg.edu.br

Anúbes Pereira de Castro

Doutora em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública - ENSP/FIOCRUZ;


Mestre em Saúde Pública pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB; Residência
Médico cirúrgica pelo Hospital das Clínicas de Pernambuco - UFPE; Docente da
Universidade Federal de Campina Grande – UFCG; Líder do grupo de pesquisa
Violência e Saúde – GPVS/UFCG/CNPq; Presidente da Comissão de política e
prevenção ao assédio e discriminação na PECOAD/UFCG. E-mail:
anubescastro@gmail.com.br

Beatriz Garrido Soares

Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina


Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP); Técnica em Segurança do
Trabalho pelo SENAI Mirian Benevides Gadelha, Sousa. E-mail:
beatriz.garrido@estudante.ufcg.edu.br
95

Brenda Pinheiro Evangelista

Graduada em Enfermagem pelo Centro Universitário Vale do Salgado (UniVS).


Especialista em Urgência e Emergência, Docência em Ciências da Saúde e
Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica, com registro no Conselho
Regional de Enfermagem do Ceará. Pós-graduanda em Auditoria em Serviços
de Saúde pela DNA Pós-graduação. Mestranda no Programa de Pós-graduação
em Enfermagem da Universidade Federal do Ceará (UFC). Possui experiência
como docente e coordenadora de cursos. Enfermeira da Emergência e Pediatria
do Hospital Regional do Vale do Salgado Deputado Oriel Guimarães Nunes
(HRVS). Possui experiência no estágio à docência nas disciplinas de
Enfermagem no Processo de Cuidar do Adulto e Enfermagem no Processo de
Cuidar do Idoso e nos estágios do Curso de Bacharelado em Enfermagem da
Universidade Federal do Ceará (UFC). Participou como aluna especial do
Programa de Pós-graduação em Cuidados Clínicos em Enfermagem e Saúde da
Universidade Estadual do Ceará (UECE). Atua principalmente nas seguintes
áreas: emergência, saúde do adulto, saúde do idoso e promoção da saúde. E-
mail: brendapinheirro@gmail.com
Clariana Falcão Silva
Mestranda do Programa de Mestrado Profissional em Saúde da Família pela RENASF-
Nucleadora UFPB; Enfermeira da Secretaria de Saúde da Prefeitura da cidade do Recife –
PE. E-mail: clarianafalcao@hotmail.com

Cláudia Maria Fernandes


Docente da UFCG Cajazeiras Pb; Doutoranda em Educação - UFS/ UFCG; Mestra em
Ensino na Saúde - CMEPES / UECE; Especialista em Epidemiologia - UFRN; Espexialista
em Saúde da Família - ESPCe; Especialista em Educação - IESP; Especialista em Linhas de
Cuidados em enfermagem : em Linhas de Cuidado em Enfermagem em Saúde Materna,
Neonatal e do Lactente - UFSC/ MSaude; Integrante do GPVS (Grupo de Pesquisa
Violência e Saúde) - CNPq; E-mail: claudiaalegriaf@yahoo.com.br

Daisy Lira Araújo


Enfermeira da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco; Especialista em Enfermagem
Obstétrica pelo Centro de Formação, Aperfeiçoamento Profissional e Pesquisa (Cefapp). E-
mail: d.araujoenfa@gmail.com

Diego Vinícius Amorim Cavalcanti


Mestrando em Sistemas Agroindustriais pelo PPGSA/Universidade Federal de Campina
Grande; Graduado em Farmácia pela Universidade Federal da Paraíba, habilitaedo em
análises clínicas pela UFPB; Especialização em saúde coletiva pela FIP e em docência do
ensino superior e em EAD pela FSM. E-mail: diego.amorim.sjp@gmail.com

Eduardo Sérgio Soares Sousa


96

Professor titular do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Centro de Ciências


Médicas (CCM) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Diretor do Centro de Ciências
Médicas da UFPB (2013-2017; 2018-2021). Possui doutorado em Ciências da Saúde pela
UFPB (2003), área de concentração em Saúde Coletiva e doutorado em Sociologia pela
UFPB (2009), área de concentração em Sociologia da Saúde; especialista em Auditoria em
Serviços de Saúde (2002/2003). Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia (1990) e
em Cirurgia Geral (1986). Graduação em Medicina (1985) pela UFPB. Integra os grupos de
pesquisa: Grupo de Pesquisa em Saúde Coletiva (GRUPESSC/CCHLA/UFPB); Centro de
Pesquisas em Saúde da Criança e do Adolescente e da Mulher (CCM/UFPB); Grupo de
Pesquisa Violência e Saúde (GPVS). E-mail: esergiosousa@gmail.com

Erlane Aguiar Feitosa de Freitas

Possui graduação em Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade


Paraibana de Educação (1988), mestrado em Ciências da Motricidade Humana pela
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2002) e doutorado em Medicina e
Saúde pela Universidade Federal da Bahia (2013). Atualmente é
professora Associado, Classe D, Nível II da Universidade Federal de Campina
Grande. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Motricidade Humana,
atuando principalmente nos seguintes temas: postura e locomoção de crianças,
aprendizagem motora, equilíbrio, desenvolvimento motor, independência funcional de
idosos. Ministra aulas de Educação Física, Corporeidade e Educação, Dinâmica de Grupo e
Trabalhos de Conclusão de Curso - TCC. E-mail: erlane.aguiar@professor.ufcg.edu.br

Esther Alves Fernandes


Discente do curso de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e
membro do Grupo de Pesquisa Violência e Saúde UFCG/CNPq. Bolsista do Projeto de
Iniciação Científica SINTOMAS DEPRESSIVOS EM IDOSOS DO MUNICIPIO DE
CAJAZEIRAS: Prevalência e fatores associados. E-mail: alvesesther632@gmail.com

Gabriel Campos Alves Batista


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP) |
campos.alves@estudante.ufcg.edu.br

Gdeane Constantino de Almeida


Especialista em Cardiologia e Nefrologia pela UFMA, graduada em Enfermagem pela
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Técnica em enfermagem pela Escola
Ana Nery. Enfermeira assistencialista no Hospital Universitário Júlio Bandeira/UFCG e
Hospital regional Manoel Abrantes. E-mail: gdeanealmeidacjz@gmail.com

Gisely Santana Farias Rios


Enfermeira da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL;
Especialista em Saúde Pública ; Mestranda em Saúde da Família – UFPB. E-
97

mail:giselyrios.09@gmail.com

Irys Leonora Duarte Dantas

Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de


Campina Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP). E-mail:
irysduartedantas.11@gmail.com
Italo Silvino de Morais

Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de


Campina Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP). E-mail:
italo.silvino@estudante.ufcg.edu.br

Janaína Alves Benício


Enfermeira da ESF do município de São Bentinho – PB; Especialista em Saúde da Família;
Mestranda em Saúde da Família Renasf – UFPB. E-mail: janabenicio82@gmail.com

Jandira Pedrosa Lea


Bióloga - Bacharel em Ciências Biológicas pela UFRPE; Mestre em Geociências pela
UFPE. E-mail: jandirapleal@hotmail.com

Jessyka Mirelly Antunes Moreira de Sousa


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP). E-mail:
jessyka.mirelly@estudante.ufcg.edu.br

Joyce Diniz Oliveira


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP). E-mail:
joyce.diniz@estudante.ufcg.edu.br

Joyce kelly Tomaz da Fonseca


Bacharelado de Enfermagem pela Universidade Estácio de Sá Recife; Especialização e
mestrado em Unidade de Terapia Intensiva Associação Brasileira de Terapia Intensiva –
SOBRATI. E-mail: Joycetdfonseca@hotmail.com

Karynne Marques Lopes


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP). E-mail:
karynne.marques@estudante.ufcg.edu.br
98

Kleber Fernandes P de Assumpção


Discente do Curso de Educação Física da Universidade de Paulista (UNIP) - Campus
Recife. E-mail: kleber_20212021@icloud.com

Luana de Almeida Silva


Atualmente é acadêmica no curso de Enfermagem na Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG) - Cajazeiras. Membro da Diretoria da Liga de Urgência e Emergência em
Enfermagem (LAUEENF). Bolsista do projeto de extensão Primeiros Socorros na Escola: O
uso de EPIs como estratégia para a prevenção e enfrentamento à COVID-19. Colaboradora
do projeto de extensão Capacitações em Urgência e Emergência nas escolas publicas de
Cajazeiras por Grupo de Primeira Resposta. Ex - Monitora Bolsista na disciplina de
Embriologia e Genética na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) - Cajazeiras.
Ex - Voluntária do projeto de extensão Capacitações em Urgência e Emergência nas escolas
publicas de Cajazeiras por Grupo de Primeira Resposta. Experiência na área de
Enfermagem, com ênfase em Enfermagem. E-mail: enfluanaalmeidasilva@outlook.com

Lucas Oliveira Gerônimo do Nascimento


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande – Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP). E-mail:
lucas.geronimo@estudante.ufcg.edu.br

Luiza Sátyro Morais de Medeiros


Enfermeira da Atenção Básica do Município de São Mamede PB; Especialista em UTI e
Urgência é Emergência/ Especialista em Saúde da Família; Mestranda do Mestrado
Profissional em Saúde da Família da UFPB. E-mail: luizasatyro@hotmail.com

Marcelo Wanderley de Sousa Alves


Bacharel em Educação Física da Faculdade São Francisco da Paraíba (FASP). Funcionário,
em regime de prestação de serviços, junto ao Centro de Formação de Professores da
Universidade Federal de Campina Grande, com atuação no Ginásio de Esportes do referido
Centro; Vinculado ao Projeto “Promoção do Envelhecimento Saudável: uma proposta de
atenção interdisciplinar”, do Programa de Bolsas de Extensão da Universidade Federal de
Campina Grande (PROBEX), na qualidade de Extensionista Colaborador; Desenvolve suas
atividades de formação e prática voltadas para à área de Corporeidade e Educação, com
especial atenção para a relação entre atividades físicas e envelhecimento saudável. E-mail:
marcelowanderleysousa@hotmail.com

Márcia Janiele Nunes da Cunha Lima


Mestre em Sistemas Agroindustriais – PPGSA/UFCG; Enfermeira pela Faculdade Santa
Emília de Rodat – FASER; Doutoranda em Engenharia de Processos pela UFCG;
Doutoranda em Sociologia pela UFPB; Atuou como Diretora e gerente da Enfermagem do
99

Hospital e Maternidade João Marsiano em Bayeux; Coordenadora e docente do Curso


técnico de Enfermagem da Ômega Cursos Profissionalizantes. E-mail:
marciacunhalimaufcg@gmail.com

Maria do Socorro Ferreira de Oliveira Cavalcanti


Graduada em química pela Universidade Federal de Campina Grande e graduada em
Farmácia pela Faculdade Santa Maria de Cajazeiras. Especialização em Tecnologias
Educacionais para Ensino da Saúde na Escola pela Fundação Oswaldo Cruz. Gerente e
responsável técnica em laboratório de análises clínicas e professora da rede municipal de
ensino de São josé de Pinranas – PB. E-mail: mariadosocorroalj@gmail.com

Maria do Socorro Sousa da Silva


Bacharelado e licenciatura em Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba;
Enfermeira da estratégia saúde da família em João Pesoa – PB; Mestranda em saúde da
família RENASF/UFPB; Terapeuta comunitária ABRATECOM; Especialista em saúde da
família pela Universidade Federal da Paraíba; Especialista em saúde pública pela UFPB. E-
mail: socorrodoss@hotmail.com

Maria Ludimila Araújo Lopes


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP); Técnica de Enfermagem pela
EEEP Poeta Sinó Pinheiro, Jaguaribe – CE, 2019. E-mail:
maria.ludimila@estudante.ufcg.edu.br

Maria Luísa de Almeida Nunes


Mestrado e Residência em Enfermagem psiquiátrica pela Universidade Federal da Paraíba e
Especialização em saúde da família pela UFPB; Naturolóloga e terapeuta holística pela
Universidade Federal de Manaus - AM; Terapeuta comunitária pela Secretaria municipal de
saúde de João Pessoa – PB em parceria com o Ministério da Saúde. E-mail:
falecomluisa@gmail.com

Maria Vitória Alves Ferreira


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP). E-mail:
alves.ferreira@estudante.ufcg.edu.br

Marilene Cordeiro do Nascimento


Docente do Ensino Básico Técnico Tecnológico - EBTT pelo Instituto de Educação,
ciências e tecnologia de Pernambuco - IFPE. Curso Técnico em Enfermagem - Campus
Belo Jardim. Atualmente coordenando do curso técnico em enfermagem, campus Belo
Jardim. Mestre em Educação para o Ensino na área de Saúde pela Faculdade Pernambucana
de saúde - FPS. Residência na área de concentração Médico cirúrgico pelo Hospital das
100

Clínicas de Pernambuco - HC/ UFPE. Enfermeira pela Faculdade Nossa Senhora das Graças
- FENSG - Universidade de Pernambuco -UPE. E-mail:
marilenecordeironascimento@gmail.com

Raony Mangueira Lima Lopes


Docente pela Universidade Federal de Campina Grande; Mestre em Ensino pela
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - PPGE/UERN; Especialista em Educação
Física pelo Instituto de Ensino Superior - ISEC/FASP; Graduado em Licenciatura Plena em
Educação Física pela Universidade Federal da Paraíba - UFPB; Membro do Grupo de
Pesquisa Violência e Saúde UFCG/CNPq. E-mail: raonymllopes@hotmail.com

Rejane Barbosa Ciriaco Pinheiro

Enfermeira da Secretaria de Estado da Saúde, Paraíba. Mestranda do Programa de Pós


Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal da Paraíba. Especialista em
Epidemiologia Aplicada aos Serviços do SUS (EpiSUS-Intermediário) pela Fiocruz, Brasília
- DF. E-mail: rejaneciriaco@hotmail.com

Roberta Guedes
Docente do Curso de Bacharelado em Educação Física da Universidade de Paulista (UNIP) -
Campus Recife; Mestre em Ciência da Educação pela Unigrendal. E-mail:
robertaguedesm@gmail.com

Rosângela Vidal de Negreiros


Graduação em Enfermagem pela Universidade Estadual da Paraíba (1993); Mestrado em
Enfermagem pela Universidade Federal da Paraíba (2005); Doutoranda pela Universidade
de São Paulo - USP. Professora Adjunto III da Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG). Experiência na área de Enfermagem. Sistematização da Assistência de
Enfermagem (SAE), Semiologia e Semiotécnica II, Saúde do Adulto e do Idoso.
Pesquisadora do NUPESEN. Doutoranda pelo Instituto de Psicologia da Universidade de
São Paulo - USP. E-mail: rosangelavidaldenegreiros1@gmail.com

Tatiane Sales dos Anjos


Enfermeira; Especialista em Gestão Hospitalar; Atua há mais de 8 anos na gestão em saúde
de uma unidade hospitalar, gerenciando pessoas e processos para melhoria contínua da
assistência em saúde. E-mail: tatisales999@gmail.com

Thaíse de Abreu Brasileiro Sarmento

Mestre em Sistemas Agroindustriais pelo Centro de Ciência e Tecnologia Agroalimentar,


CCTA-UFCG; Médica pediatra com residência pelo HUOC/UPE; Especialista em
preceptoria de residência médica no SUS pelo Hospital Sírio Libanês; Especialização em
neonatologia em andamento pelo IBCMED; Docente da Faculdade Santa Maria – FSM. E-
101

mail: thaiseabreu@hotmail.com

Thiozano Afonso de Carvalho


Graduando de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. E-
mail: theo.tec.enf.carvalho@gmail.com.

Tirza Lima Borges Leal


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP). E-mail:
tirza.lima@estudante.ufcg.edu.br

Vanessa Soares de Sousa

Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina


Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP) |; Membro do projeto de
extensão "Primeiros Socorros nas escolas: o uso de EPI's como estratégia para a prevenção e
enfretamento à COVID-19". E-mail: vanessa.soares@estudante.ufcg.edu.br

Walter Honorato
Discente do Curso de Educação Física da Universidade de Paulista (UNIP)- Campus Recife.
E-mail: stroesuplementos@hotmail.com

Werica de Brito Silva


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP). E-mail:
werica.brito@estudante.ufcg.edu.br

Yonara Pires de Araújo


Estudante de Graduação do curso de Enfermagem pela Universidade Federal de Campina
Grande - Centro de Formação de Professores (UFCG-CFP); (Membro do projeto de
extensão Gestar Cajazeiras). E-mail: yonara.pires@estudante.ufcg.edu.br

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