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PREVENÇÃO ÀS DOENÇAS TRANSMITIDAS

POR ALIMENTOS

Aline Bitencourt Zimmermann (4254854)¹


Fernanda de Freitas Rezende (4112582)¹
Isabella Luana Galvão Nabuco (5415296)¹
Myllena Martins Faustino (4239253)¹
Stephany Alves Silva Peres (4797116)¹
Monnyka Castro Lima (100180392)²

1. INTRODUÇÃO

Esse estudo tem como objetivo analisar a situação epidemiológica dos surtos de
Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA’s) no Brasil, nos últimos anos. Este é um
estudo que descreve e analisa, tanto de forma quantitativa quanto qualitativa. Além disso,
vamos destacar a importância da vigilância sanitária na prevenção das doenças transmitidas
por alimentos (DTAs). Portanto, através deste trabalho conscientizaremos a população
brasileira sobre os principais agentes contaminantes e seus respectivos alimentos alvos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
“As Doenças transmitidas por alimentos, mais conhecidas como DTA, na sua maioria
são originadas pela ingestão de alimentos e/ou água contaminados. A maior parte destas
infecções são causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas.” (SORAGNI;
BARNABE; MELLO, 2019).
Estes microrganismos que causam doenças, nos casos mais graves levam a morte.
Eles podem vir de fonte de contaminação, através do mau manuseio e através de utensílios
contaminados sem a devida higiene. Muitos destes microrganismos que afetam os alimentos
são visíveis aos nossos sentidos, através de odores, cores, texturas e sabor.

As doenças alimentares estão associadas a um grupo de sintomas que se refletem em


uma perturbação do aparelho gastrointestinal e podem variar de acordo com o
organismo ou a toxina encontrada e a quantidade de alimento ingerido. Em
indivíduos mais susceptíveis, como crianças, idosos e gestantes, as consequências

1 Acadêmicos do curso de Biomedicina


2 Tutor externo Monnyka Castro Lima do curso de Biomedicina
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso de Biomedicina – Prática do módulo IV –
16/10/23
.
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podem ser graves, podendo levar a morte. (FLORES, A. M. P. da C.; DE MELO, C.


B.2015)

De acordo com Amaral, et.Al (2021, p-14) os principais patógenos causadores da


epidemia de DTA no Brasil são bactérias, especialmente Escherichia coli. O principal grupo
alimentar infeccioso são as refeições mistas, seguidas da água, sendo a maioria dos surtos
domiciliares. O grande número de surtos relatados com patógenos não detectados e alimentos
associados destaca a necessidade urgente de investigar os fatores que causam esta situação
desconhecida e prejudicial às ações das autoridades responsáveis por monitorar, controlar e
prevenir surtos de DTA no Brasil.
Recentemente Moreira (2022), afirmou que sinais e sintomas de DTA apresentam-se
dependendo do agente infeccioso, podendo incluir vômitos, náuseas, dor abdominal, febre e
diarreia. Além disso, dentre esses sintomas, alterações extra intestinais também podem estar
presentes em alguns órgãos e sistemas do corpo humano, como rins, fígado, meninges,
terminações nervosas, sistema nervoso central (SNC) e outros.
Há diversos microrganismos com o potencial de provocar enfermidades através do
consumo de alimentos contaminados. Tal lista inclui bactérias como a Salmonella enterica, E.
coli e Staphylococcus aureus, vírus como o rotavirus e noravírus, e ainda parasitas como a
Taenia solium e Toxoplasma gondii.
A respeito da Salmonella pode se afirmar que:

As infecções causadas por bactérias do gênero Salmonella são reconhecidas


mundialmente como uma das principais causas de doenças transmitidas por
alimentos (DTAs). Surtos de DTAs causados por Salmonella sp. Estão
geralmente relacionados ao consumo de alimentos de origem animal como
ovos, aves, carnes e produtos lácteos. Existem três formas da doença causada
por Salmonella: febre tifoide, (Salmonella Typhi), as febres entéricas
(Salmonella Paratyphi A, B e C) e as enterocolites causadas pelas demais
salmonelas. A salmonelose é atualmente um sério problema de Saúde Pública
em países desenvolvidos e em desenvolvimento, caracterizando-se como
importante problema socioeconômico (Caetano, Pagano, 2019, p.56).

Segundo FLORES, A. M. P. da C.; DE MELO, C. B. (2015,p.1). O conhecimento das


principais bactérias causadoras de enfermidades é de vital urgência para a humanidade. Para
que sejam minimizadas a morbimortalidade e os prejuízos ao sistema de saúde púbica do
Brasil.
Apesar da sua elevada importância para a saúde pública, o DTA ainda apresenta um
grande número de mortes e o fato de causar um elevado impacto na economia resultar em
poucos estudos de relevância epidemiológica. ( SORAGNI; BARNABE; MELLO,2019).
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A aplicação de medidas preventivas como pasteurização do leite, cloração de fontes de


água, higiene de vegetais utilizados, alimentos crus e cozidos, principalmente produtos
cárneos, para evitar qualquer contaminação é muito necessária. Além disso, estratégias de
diagnóstico rápido em caso de surtos de doenças devem ser aplicadas em laboratórios de
microbiologia nos setores clínico e alimentar do Brasil. (DANIEL DE PAULA; CASARIN;
TONDO, 2014)
Um dos principais fiscalizadores de qualidade dos alimentos é a Vigilância Sanitária.
“Vigilância Sanitária para saúde tem um papel fundamental para a qualidade de vida da
população. Sua função é a da saúde preventiva e o bem-estar da comunidade como um todo,
aumentando a qualidade de vida da população”. (SIRTOLI, D. B.; COMARELLA, L. p. 197–
209, 2018.)

FIGURA 1 – AGENTES ETIOLÓGICOS ENVOLVIDOS NOS SURTOS DE DTA, BRASIL, 2009 A 2019

FONTE: Sinan/SVS/Ministério da Saúde (2019)

Na ilustração 1, estão retratados os principais causadores das doenças transmitidas por


alimentos contaminados. Dos 10 principais causadores envolvidos nos surtos das DTA's no
período entre 2009 e 2019, a bactéria Escherichia coli representa uma proporção de 29% do
total, seguindo-se da Salmonella e Staphylococcus aureus com 17% e 16%, respectivamente.
Como mencionado anteriormente, esses são os três principais microrganismos envolvidos nas
DTA's do país.
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FIGURA 2 – ALIMENTOS ENVOLVIDOS NOS SURTOS DE DTA, BRASIL, 2009 A 2019

FONTE: Sinan/SVS/Ministério da Saúde (2019)

Conforme a figura 2, os alimentos mistos e a água são os mais representativos nos


casos de surtos de DTA’s, seguidos de múltiplos alimentos, leite e derivados e ovos e
produtos à base de ovos. Um dos principais fatores que interferem na identificação do
alimento envolvido nos surtos de DTA’s.

FIGURA 3 – PERCENTUAL DE SURTOS DE DTA NOTIFICADOS POR REGIÃO, BRASIL, 2009


A 2019

FONTE: Sinan/SVS/Ministério da Saúde (2019)


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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a maior parte população


brasileira está localizada no Sudeste. A figura 3 compreende quase 40% do quantitativo geral,
fundamentando assim a maior concentração de surtos de DTA’s ocorridos nessa região.

3. METODOLOGIA
Trata-se de um artigo realizado por meio de pesquisa aplicada, visando aprofundar o
contexto do tema, buscando por respostas e soluções para o problema. Em termos de métodos
de pesquisa, foi utilizada a pesquisa bibliográfica para encontrar informações fornecidas por
pesquisas científicas anteriores, como livros, artigos e dados de sites oficiais.
Para a coleta de dados foram utilizadas como ferramentas as bases de dados
eletrônicas como: SciELO, livros e revistas cientificas virtuais e o Google acadêmico. No
decorrer da pesquisa, foram utilizados os descritores: Doenças transmitidas por alimentos e
prevenção. Ademais foram determinados critérios para incluir ou eliminar os estudos
adquiridos através da pesquisa.
Os critérios de inclusão foram ano de publicação 2013 ou superior, publicação em português
ou inglês, título e resumo relevantes ao objetivo do estudo proposto. Para a exclusão foram
utilizados os seguintes critérios: Estudos inacessíveis para leitura completa e aqueles que não
apresentam resultados confiáveis.

4. RESULTADOS E DISCUSÕES.
De acordo com Amaral, et al (2021), o número de doentes aumenta a cada ano que passa,
devido a falta de conscientização, como por exemplo: a não comunicação as autoridades
maiores sobre os acontecimentos, causando assim, surtos de DTA´s em determinadas regiões,
sendo delas, a mais conhecida é a Escherichia coli, cujo principal causador da mesma seriam
grupos de alimentos seguidos de água.
Para Caetano, et al (2019), a Salmonella é também uma das principais causadoras das
doenças que são transmitidas por alimentos. Essa bactéria atinge diversos órgãos do corpo
como: intestino, meninges, baço, fígado, entre outros. A principal classe de alimentos
causadora dessa bactéria, são alimentos ricos em lipídeos, pois, a mesma se instala dentro dos
glóbulos que contém gordura, ficando ali resistentes a acidez gástrica e as enzimas digestivas.
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5. REFERÊNCIAS

AMARAL, S. M. B.; ALMEIDA, A. P. F. de; SILVA, F. S. da; SILVA, Y. Y. V.;


DAMACENO, M. N. Panorama dos surtos de doenças transmitidas por alimentos no brasil
no período de 2009 a 2019. RECIMA21 – Revista Científica Multidisciplinar – ISSN
2675-6218, [S. l.], v. 2, n. 11, p. e211935, 2021. DOI: 10.47820/recima21.v2i11.935.
Disponível em: https://recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/935/801. Acesso
em: 8 set. 2023.

CAETANO, FRANCIELE.; PAGANO, MARIANA. Prevalência de infecções causadas por


Salmonella sp.no Brasil no período de 2013 a 2017. Official Journal of the Brazilian
Association of Infection Control and Hospital Epidemiology, v. 8, n. 2, p. 56-62, 2019.
Disponível em: https://www.jic-abih.com.br/index.php/jic/article/view/255/pdf. Acesso em: 9
set 2023.

DANIEL DE PAULA, C. M.; CASARIN, L. S.; TONDO, E. C. Escherichia coli O157:H7-


patógeno alimentar emergente. Vigil Sanit Debate, Rio de Janeiro, v. 2, n. 4, p. 23–33,
2014. Disponível em: https://visaemdebate.incqs.fiocruz.br/index.php/visaemdebate/article/
view/442/162. Acesso em: 9 set. 2023

FLORES, A. M. P. da C.; DE MELO, C. B. Principais bactérias causadoras de doenças


transmitidas por alimentos. Revista Brasileira de Medicina Veterinária, [S. l.], v. 37, n. 1, p.
65–72, 2015. Disponível em: https://bjvm.org.br/BJVM/article/view/36. Acesso em: 9 set
2023.

MOREIRA, Fernanda. Doenças transmitidas por alimentos: uma revisão bibliográfica.


Revista Científica Semana Acadêmica. Fortaleza, ano MMXXII, Nº. 000226, 24/10/2022.
Disponível em:
https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/26_artigo_fernanda_de_oliveira_moreira
_2.pdf. Acesso em: 08/09/2023.

OLIVEIRA, E. T.; AUGUSTO MENDES , C. .; VIEIRA DE SOUSA , F. . Doenças


transmitidas por alimentos e principais agentes bacterianos envolvidos em surtos no Brasil.
Pubvet, [S. l.], v. 12, n. 10, 2018. DOI: 10.31533/pubvet.v12n10a191.1-9. Disponível em:
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https://www.pubvet.com.br/uploads/8f4bab59148df2d67fa3e447190e2835.pdf. Acesso em: 8


set. 2023.

SILVA DE MELO, E.; RODRIGUES DE AMORIM, W.; ESCÓRCIO PINHEIRO, R. E.;


GOMES DO NASCIMENTO CORRÊA, P. . .; REIS DE CARVALHO, S. M. .; SOUSA
SOARES SANTOS, A. R.; DE SOUSA BARROS, D. .; ALENCAR CAVALCANTE

SINAN. Ministério da Saúde. Panorama dos surtos de doenças transmitidas por alimentos no
Brasil no período de 2009 2019. Disponível em:
https://recima21.com.br/index.php/recima21/article/view/935. Acesso em: 9 set. 2023

SIRTOLI, D. B.; COMARELLA, L. O papel da vigilância sanitária na prevenção das


doenças transmitidas por alimentos (DTA). Revista Saúde e Desenvolvimento, [S. l.], v. 12,
n. 10, p. 197–209,2018.Disponível em:
https://www.revistasuninter.com/revistasaude/index.php/saudeDesenvolvimento/article/
view/878. Acesso em: 9 set. 2023

SORAGNI, L.; BARNABE, A. S.; MELLO, T. R. DE C. Doenças transmitidas por alimentos


e participação da manipulação inadequada para sua ocorrência: uma revisão. Estação
Científica (UNIFAP), v. 9, n. 2, p. 19, 2019. Disponível em:
https://doi.org/10.18468/estcien.2019v9n2.p19-31. Acesso em: 9 set 2023.

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