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DOENÇAS TRANSMITIDA POR ALIMENTOS,

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS: UM ESTUDO


BIBLIOGRÁFICO
Alcione Santos Marques1
Dinailma Batista Alves da Silva¹
Luana Stabile Gonçalves Pagliacci Narduci1
Tamiris França de Souza1
Vanessa Nascimento de Souza1
Isac Souza Silva Rodrigues²

1. INTRODUÇÃO

Esse trabalho tem como objetivo geral mostrar as características das Doenças
Transmitidas por água e alimentos e como combatê-las.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O Brasil não só é vasto em extensão, mas também em taxas de analfabetismo,


concentração de pobreza e desigualdades sociais. As altas taxas de desigualdade social no país
faz com exista uma crise desenfreada principalmente nos setores de educação e saúde. No que
diz respeito ao setor da saúde pública, Oliveira (2010) exemplifica as doenças transmitidas por
alimentos como um dos graves problemas de saúde pública.

As doenças relacionadas com a água continuam a ser um dos principais problemas


de saúde a nível mundial. Estima-se que 4 bilhões de casos anuais de diarreia representaram
5,7% da carga global de doenças no ano 2000 (OMS 2002).

As doenças transmitidas por alimentos (DTA) também chamadas de Doenças de


Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA). De acordo com Oliveira (2010) as DTA podem
ser facilmente identificadas quando uma ou mais pessoas apresentam sintomas similares após
a ingestão de algum alimento. As DTA podem ser caracterizadas como uma doença que
penetra o organismo através da ingestão de água ou alimentos contaminados. Segundo
Welker (2010) as DTA são um dos problemas contemporâneos mais graves na atualidade e
que atingem principalmente a população mais pobre e menos favorecida.

Sirtoli & Comarella (2018) alega que existem aproximadamente 250 tipos de
doenças alimentares. Para Garcia (2014) as DTA são doenças que podem ser infecciosas ou
tóxicas através da ingestão de alimentos ou água contaminados. Esses entres outros autores
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conceituam as DTA como uma doença que afetam principalmente a população de baixa
renda e que é causada pela água e alimentação contaminada.

A falta de saneamento básico presente em muitos estados do Brasil e a água


poluída e contaminada são um dos problemas sanitários grave no país, bem como gera
problemas no setor da saúde. O país vive sobre uma crise no saneamento básico que vem
sendo causado

Por muitos anos essa falta de tratamento do esgoto é gerada pela crescente na
economia, principalmente nos setores industriais e agrícolas o que gera, consequentemente.

A água pode ser contaminada no ponto de origem, durante a sua distribuição e,


principalmente, nos reservatórios particulares, sejam eles de empresas ou domiciliares. As
causas mais frequentes da contaminação da água nesses reservatórios são a vedação
inadequada das caixas d’água e cisternas, e carência de um programa de limpeza e
desinfecção regular e periódica (Yamaguchi ,2013, p.313).

Dessa forma, é preciso chegar à constatação que muitas pessoas são afetadas
diretamente pela crise hídrica o que gera a morte de muitas pessoas principalmente na região
Sudeste do Brasil. Os grupos patogênicos que são mais comuns e que estão associados a
ingestão da água contaminada são as bactérias, os vírus, os protozoários, helmintos e algas e
esses patógenos podem ser levados muito facilmente através da agricultura.

FIGURA 01- ALERTA PARA TRANSMISSÃO DE E.COLI PELA ÁGUA NA AGRICULTURA.

Disponível em: https://portais.ufma.br/PortalUfma/paginas/noticias/noticia.jsf?id=44485. Acesso em 12 nov.


2022.
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Como se pode observar é muito fácil a disseminação e a propagação dos patógenos


hídricos que podem contaminar uma população. “O solo e a água são recursos naturais
indispensáveis à sobrevivência da vida no Planeta Terra, sendo a produção de alimentos
dependente destes bens.” (Steffen, Steffen & Antoniolli, 2011, p.15). No solo podem ser
encontradas alguns parasitas como os helmintos e protozoários podem ser localizados no
sistema digestório do ser humano e, em consequência da falta de saneamento básico, os ovos
desses parasitas podem ser facilmente encontrados no solo (Andreis, Such & Tavares, 2008).

Medidas de políticas públicas voltada para o saneamento básico e à conscientização e


preservação do solo. Medidas preventivas de higiene devem ser colocadas em prática também,
como higienizar bem as mãos antes de comer; lavar bem os alimentos antes de ingeri,
principalmente frutas e verduras; higienização do ambiente bem como os equipamentos e
utensílios utilizados seja no trabalho ou em casa, ou seja, muitas vezes, o melhor remédio é a
prevenção e ações educativas.

As ações de educação em saúde para a prevenção das DTA devem ser realizadas de forma
que abranja toda a população, incluindo os profissionais de saúde para que estejam
preparados para informar os usuários sobre as práticas de higienização dos alimentos e de
purificação da água, os manipuladores de alimentos para que possam impedir a proliferação
de bactérias, e os consumidores para que estejam conscientes dá como se prevenir das DTA
(Graneto & Pinheiro, 2015, p.11).

É importante destacar que tem algumas bactérias que podem ser encontradas num
surto de DTA que são a Salmonella, Campylobacter e, coli, Bacillus cereus, Staphylococus
aureus e Clostridium botulinum (BRASIL, 2010). É considerável observar que a qualidade
dos alimentos é indispensável para o equilíbrio da saúde de todo ser humano. Torna-se
interessante ter em conta que o manuseio inapropriado ou ingestão incorreta dos alimentos
podem propiciar a infecção que é causada por alguns alimentos e a intoxicação alimentar.
Alguns exemplos de DTA são a cólera, a hepatite viral, a toxoplasmose, botulismo,
Salmonelose, entre outras.

FIGURA 02-O QUE SÃO DOENÇAS CAUSADAS POR ALIMENTOS?


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Fonte: https://consultoradealimentos.com.br/seguranca-alimentar/doencas-transmitidas-por-alimentos/. Acesso em: 12 nov


2022.

O quadro acima mostra como ocorre a detecção do surto de DTA, as medidas de


prevenção e controle. É importante observar que as DTA é algo que precisa de medidas de
esforços preventivos não apenas da população, mas deve ser assegurada a higienização das
ruas, praças e cidades; medidas educativas e palestras nas escolas e órgãos públicos; políticas
públicas de qualidade que visem ao cuidado e preservação da água e do solo e manter sempre
bons hábitos de alimentação saudável.

3. METODOLOGIA
Para execução desse trabalho foi seguida uma metodologia bibliográfica e considera
apenas estudos de campo em países em desenvolvimento, onde a água é transportada de uma
fonte fora de casa e depois armazenada dentro de casa aonde a inspiração vem do artigo
Tropical medicine e international health. Os estudos incluídos relataram os resultados da
qualidade da água na fonte e no ponto de uso para as famílias amostradas em comunidades de
países em desenvolvimento. Os resultados desses estudos geralmente são apresentados como
uma medida agregada, por exemplo, média de E. coli por 100 ml, proporção de amostras no
ponto de uso com coliformes fecais etc. Jim Wright, Stephen Gundry e Ronan Conroy
avaliaram em uma revisão sistemática a contaminação microbiológica entre a fonte e o ponto
de uso da água potável para uso doméstico em países em desenvolvimento, o estudo incluí
resultados da qualidade da água em toda a cadeia e sua contaminação. Esse estudo foi restrito
a medidas microbiológicas de contaminação e exclui aspectos químicos de qualidade da
água, sendo assim um estudo limitado a bactérias coliformes (coliformes totais, coliformes
fecais e Escherichia coli). O presente trabalho também segue uma metodologia qualitativa,
pois procurou-se fazer uma discussão teórica em torno do tema DTA sem levar em
consideração números e estatísticas em torno do tema, apesar de considerar interessante e
pertinente. O trabalho foi construído com base em artigos e periódicos pesquisados,
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utilizando um conjunto de técnicas estatísticas conhecidas como meta-análise para investigar


os resultados dos estudos observacionais identificados por meio da revisão da literatura. No
entanto, sabe-se que a combinação estatística de dados de estudos observacionais produz
resultados espúrios (Egger et al. 1998). A meta análise usou uma abordagem de cinco
estágios para identificar a investigação da contaminação bacteriológica variou de acordo com
as características do estudo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

É importante observar que as Doenças causadas por alimentos é um dos assuntos que pouco
está na pauta da mídia e da sociedade. São inúmeros os fatos que são apresentados e discutidos na
sociedade, porém pouco se discute em relação aos alimentos que podem causar doenças. Uma
alimentação rica e balanceada com proteínas e vitaminas necessária para o corpo permite que u
metabolismo seja acelerado, mantém um corpo saudável com o sistema imunológico mais forte
contra qualquer tipo de doença, mas o problema é quando aquilo que deveria ser para o bem do
corpo humano, torna-se aquilo que é prejudicial e nocivo ao corpo.

Foram identificados estudos que concentraram o esforço de amostragem em domicílios com


casos de doenças como diarreia (normalmente por meio de um projeto de controle de caso). Ao se
concentrar em domicílios onde doenças transmitidas através de água e alimentos contaminados
estavam presentes, tais estudos pareciam mais propensos a identificar níveis mais altos de
contaminação dos alimentos entre a água, a fonte e o ponto de uso.

Observa-se que a sociedade está a cada dia mais consumista, pensando mais no lado
econômico no que na saúde, vemos isso na forma desornada e descontrolada de que sem devastado e
destruído a natureza em detrimento do crescimento econômico; o uso de agrotóxicos e entorpecentes
nas lavouras que são nocivos não apenas para as verduras e frutas, mas para o solo, fazendo com que
as pessoas venham adquirir doenças causadas pela contaminação de alimentos. A crise não é apenas
no solo, mas também hídrica devido à falta de saneamento básico e cuidado com a água.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. 2010. Manual integrado de vigilância, prevenção e controle de


doenças transmitidas por alimentos. 2. ed. Brasília.
Contaminação do solo e da água pelo uso de agrotóxicos. Tecnológica, v. 15, n. 1, p. 15-21, 2011.
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GARCIA, Daiana Pereira; DUARTE, Diego Andreazzi. Perfil epidemiológico de surtos de doenças
transmitidas por alimentos ocorridos no Brasil. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 6, n. 1, p. 545-
554, 2014.

GRANETTO, Carina Graciele; PINHEIRO, Anaide Rosa de Carvalho Nascimento. AÇÕES DE


PREVENÇÃO DE PATOLOGIAS CAUSADAS PELA INGESTÃO DE ALIMENTOS E ÁGUA
CONTAMINADOS EM USUÁRIOS ATENDIDOS EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE EM
UM MUNICÍPIO DO ESTADO DO PIAUÍ.

Levantamento de dados epidemiológicos relativos à ocorrências/surtos de doenças transmitidas por


alimentos (DTAs) no estado do Paraná Brasil, no período de 1978 a 2000. Ciência e
Agrotecnologia, v. 30, p. 1139-1145, 2006.

OLIVEIRA, Ana Beatriz Almeida de et al. Doenças transmitidas por alimentos, principais agentes
etiológicos e aspectos gerais: uma revisão. Revista HCPA. Porto Alegre. Vol. 30, n. 3 (jul./set.
2010), p. 279-285, 2010.

SIRTOLI, Daniela Bezerra; COMARELLA, Larissa. O papel da vigilância sanitária na prevenção das
doenças transmitidas por alimentos (DTA). Revista Saúde e Desenvolvimento, v. 12, n. 10, p. 197-
209, 2018.

STEFFEN, Gerusa Pauli Kist; STEFFEN, Ricardo Bemfica; ANTONIOLLI, Zaida Inês.

TREINTA, Fernanda Tavares et al. Metodologia de pesquisa bibliográfica com a utilização de método
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VAN AMSON, Gisele; HARACEMIV, Sônia Maria Chaves; MASSON, Maria Lucia.

WELKER, Cassiano Aimberê Dorneles et al. Análise microbiológica dos alimentos envolvidos em
surtos de doenças transmitidas por alimentos (DTA) ocorridos no estado do Rio Grande do Sul,
Brasil. Revista brasileira de Biociências, v. 8, n. 1, 2010.

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