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Análise Epidemiológica dos Surtos de Doenças

Transmitidas por Alimentos (DTAs)

Reinaldo Bockor¹
Samuel de Lima Pilatti²

1. INTRODUÇÃO

Analisar surtos transmitidos por alimentos no Brasil

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

As doenças transmitidas por alimentos são aquelas causadas pela ingestão de


alimentos e água contendo agentes biológicos ou químicos, como metais pesados e
microrganismos considerados patogênicos, que após a ingestão penetram no organismo
desenvolvendo assim quadros clínicos compatíveis com o tipo agente etiológico (Morais
et al., 2018).
“No Brasil, no período entre 2016 a 2019 foi registrado um total de 626 surtos por
ano de doenças transmitidas por água e alimentos, que acometeram 37.247 pessoas,
sendo registrados 38 óbitos”. (BRASIL, 2020).
Para a manutenção da vida o ato de se alimentar é fundamental. Segundo Fisberg et
al. (2005, p. 63), “a alimentação permite aos seres vivos transformar alimentos e
nutrientes do meio exterior em constituintes de seu próprio organismo”.
Segundo Buss (2000, p. 165):

particularmente em países como o Brasil e outros da América Latina, a


péssima distribuição de renda, o analfabetismo e o baixo grau de
escolaridade, assim como as condições precárias de habitação e ambiente têm
um papel muito importante nas condições de vida e saúde.

Por isso, acontecem os surtos pois suas condições de vida são muito precárias,
sem saneamento básico, problemas no abastecimento de água, representam grande risco
à saúde da população.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (2005), a maioria dos grupos
populacionais vulneráveis, ou seja, crianças, idosos e aqueles com doença crônica e
1 Reinaldo Bockor
2 Samuel de Lima Pilatti
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (Código da Turma) – Prática do
Módulo I – 30/07/2022
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sistema imunológico comprometido, deve ter acesso à uma alimentação segura e água
limpa.
A RDC n° 216 estabelece que:

“os manipuladores que apresentarem lesões e ou sintomas de enfermidades


que possam comprometer a qualidade higiênico-sanitária dos alimentos
devem ser afastados da atividade de preparação de alimentos enquanto
persistirem essas condições de saúde” (BRASIL. RESOLUÇÃO, 2004).

As contudas para manipular os alimentos devem ser adequadas durante a


preparação, os restaurantes muitas vezes preparam os alimentos com antecedência, sem
mantê-los em uma tempetura apropriada. De acordo com a RDC n° 216 (BRASIL.
RESOLUÇÃO, 2004):

Após serem submetidos à cocção, os alimentos preparados devem ser


mantidos em condições de tempo e de temperatura que não favoreçam a
multiplicação microbiana. Para conservação a quente, os alimentos devem ser
submetidos à temperatura superior a 60ºC (sessenta graus Celsius) por, no
máximo, 6 (seis) horas. Para conservação sob refrigeração ou congelamento,
os alimentos devem ser previamente submetidos ao processo de resfriamento.

Segundo Germano e Germano (2008), a coleta de informações com comensais e


manipuladores de alimentos durante a investigação de campo, bem como a coleta de
amostras para as análises clínicas e bromatológicas, são procedimentos importantes para
a efetividade da investigação. Contudo, na ocorrência onde acontecem os surtos, deve
ser realizado visitas para serem coletadas amostras de alimentos suspeitos.

Quadro 1 - Dados dos surtos de DTA notificados no município de Januária-MG no período de 2007-2017
2008 Ano 2011
Dados do surto
Mês Abril Agosto
Agente etiológico do surto Inconclusivo Ignorado
Alimento causador do surto Inconclusivo Ignorado
Local de ocorrência do surto Outras Instituições (alojamento, trabalho) Outras
Nº total de casos expostos 139 6
Nº total de doentes 23 6
Nº de óbitos 0 0
Critério de confirmação do surto Inconclusivo Laboratorial clínico
Fonte: Brasil (2021).

Neste quadro podemos conferir os dados obtidos atendido pelas Unidades


Básicas de Saúde, podemos observar que 75% afirmaram já terem passado mal por
algum tipo de alimento, 80% tiveram diarreia causada por ingestão de alimentos ou
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água contaminada.

3. METODOLOGIA

Este estudo descritivo, de abordagem quantitativa. Foram feitas pesquisas


disponíveis em vários departamentos.Os métodos com abordagem quantitativa dos
dados, realiza-se a coletada de dados quantitativos ou numéricos através de medições de
grandeza e obtém-se por meio da metrologia, números com suas respectivas unidades.
Esse método gera dados que podem ser estudados por meio de técnicas matemáticas
como percentual, probabilidades, estatística, métodos analíticos, entre outros (Pereira,
Shitsuka, D. M., Parreira, & Shitsuka, R., 2018). O trabalho foi realizado a partir a
partir da análise de dados dos surtos de DTAs notificados no Brasil.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As DTAs vem aumentando de modo significativo em nível mundial. Os fatores


são vários que aumentam as emergências dessas doenças, destacando um aumento
crescente na população vulnerável ou mais expostos, o grande aumento da população
aumento o fato de que a produção de alimentos cesce em grande escala, com isso, a
qualidade de alimentos ofertadas para a população priva os órgãos públicos à ofertar
alimentos de qualidade.
A grande maioria dos surtos investigados ocorrem em casa, isso torna evidente
que se deve ter a orientação para educar a população sobre os cuidados na conservação,
manipulação e consumo dos alimentos, visando diminuir o número de casos de doenças
transmitidas por alimentos.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Informática do Sistema


Único de Saúde. Arquivos de dados. Disponível em: . Acesso em: 24 jan. 2008.

BRASIL. Resolução RDC n° 216, de 15 de setembro de 2004. Diário Oficial [da]


República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 16 set. 2004. Disponível em: . Acesso em:
22 jan. 2008.
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BUSS, P. M. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência e saúde coletiva, Rio de


Janeiro, v. 5, n. 1, p. 163-177. 2000.

FISBERG, R. M. et al. Alimentação equilibrada na promoção da saúde. In: CUPPARI,


L. (Coord.). Guia de nutrição: nutrição clínica no adulto. 2. ed. Barueri, SP: Manole,
2005. p. 63-70.

GERMANO, P. M. L.; GERMANO, M. I. S. Higiene e vigilância sanitária de


alimentos: qualidade das matérias-primas, doenças transmitidas por alimentos,
treinamento de recursos humanos. 3. ed. Barueri, SP: Manole, 2008.

Morais, E. J. F, Araújo, J. M. D., Machado Neta, M. L. P., Arruda, L. C. S., Farias, J. T.


F., Pontes, E. D. S., & Oliveira, N. D. (2018). Importância do Controle Microbiológico
com Relação às Doenças Transmitidas Por Alimentos. International Journal of
Nutrology, 11(1), S24-S327.

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Envelhecimento ativo: uma política de


saúde. Brasília, DF: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005.

Pereira, A. S., Shitsuka, D. M., Parreira, F. J., & Shitsuka, R. (2018). Metodologia da
pesquisa científica. 1. ed. Santa Maria, RS: UFSM, NTE.

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