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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.

289-304, 2018 289


ISSN: 1517-8595

REVIEW

HIGIENE E PROCESSAMENTO DE VEGETAIS PRONTOS PARA CONSUMO

Alana de Freitas do Amarante1, João Miguel França Corcovado2, Victor Henrique Amorim2,
Michele Rosset3, Caroline Mongruel Eleutério dos Santos3.

RESUMO

O presente artigo é resultado de uma revisão bibliográfica sobre higiene e processamento de


vegetais prontos para consumo, pois com mudança de hábitos alimentares e escassez de tempo
para fazer refeições, tornou-se necessário buscar novas tecnologias de processamento de
alimentos seguros. Os vegetais minimamente processados, são submetidos a processamento
simples, que garante produto padronizado e dentro de especificações pré-determinadas, atendem
a nova demanda. Aliado a isso as Boas Práticas são procedimentos vinculados às etapas do
processo que visam garantir a segurança e o fornecimento de produtos com qualidade.

Palavras-Chaves: Manipulação de Alimentos, Segurança de Alimentos, Vegetais Minimamente


Processados, Tecnologia.

HIGIENE E PROCESSAMENTO DE VEGETAIS PRONTOS PARA CONSUMO

ABSTRACT

This article is the result of a literature review on hygiene and processing of ready-to-eat
vegetables, since with changing eating habits and shortage of meal time, it became necessary to
seek new safe food processing technologies. The minimally processed vegetables are submitted
to simple processing, which guarantees standardized product and within predetermined
specifications, meet the new demand. Allied to this Good Practices are procedures linked to the
steps of the process that aim to guarantee the safety and supply of quality products.

Keywords: Food Handling, Food Safety, Minimally Processed Vegetables, Technology.

Protocolo 19-2017-34 de 20/11/2017


11
Discente do Curso Técnico em Informática do Instituto Federal do Paraná Campus Curitiba
2
33
Docentes do Instituto Federal do Paraná Campus Colombo
Endereço para correspondência: caroline.santos@ifpr.edu.br
290 Higiene e processamento de vegetais prontos para consumo Amarante et al.

INTRODUÇÃO contaminado (Germano, 2015).


Deste modo, é crescente a preocupação
Nas últimas décadas, houve um aumento da população com relação à qualidade dos
no consumo de alimentos fora do domicílio; os alimentos que consome, devido ao risco da
novos hábitos alimentares, a necessidade de ocorrência de doenças de origem alimentar
refeições rápidas e a inserção da mulher no provocada pelas refeições realizadas dentro e
mercado de trabalho podem ser considerados os fora de casa.
principais fatores para esta mudança na rotina Os programas de treinamentos são
alimentar das pessoas. No entanto, os alimentos ferramentas fundamentais na produção de
consumidos em estabelecimentos comerciais, alimentos seguros, pois ocorre a difusão de
como restaurantes, padarias, barracas ou outro conhecimentos aos profissionais do ramo de
serviço de alimentação, nem sempre possuem alimentos quanto aos riscos inerentes ao
as condições de preparo adequadas, tornando-se consumo alimentar.
um fator de risco à saúde do consumidor. De acordo com a importância do controle
As doenças transmitidas por alimentos da qualidade e segurança alimentar, o
(DTAs) são causadas por agentes, os quais Ministério da Saúde elaborou as portarias no
penetram no organismo humano através da 1428 de 26 de dezembro de 1993 e no 326 de
ingestão de água ou alimentos contaminados. 30 de julho de 1997, que estabelecem as
Os alimentos contaminados apresentam odor e orientações necessárias para inspeção sanitária
sabor normais e, como o consumidor não está por meio da verificação do Sistema de Análise
devidamente esclarecido dos perigos de Perigo e Ponto Crítico de Controle (APPCC)
envolvidos, não consegue identificar qual da empresa produtora e de serviços de
alimento poderia estar contaminado em suas alimentos e os aspectos que devem ser levados
últimas refeições, dificultando o rastreamento em conta para a aplicação de Boas Práticas de
dos alimentos responsáveis pelas toxinfecções Fabricação (BPF). (Ferreira et al. 2011) .
ocorridas (Forysthe, 2013). O consumo de frutas e hortaliças tem
A inadequada manipulação durante o aumentado decorrente de novos hábitos
preparo é umas das principais causas de alimentares, ressaltando a busca por alimentos
disseminação de doenças transmitidas por naturais e mais saudáveis, crescendo o consumo
alimentos. No Brasil, em 2014, foram de vegetais minimamente processados (VMP),
registrados 886 surtos de DTAs e 15.700 os quais começaram a ser comercializado no
pessoas doentes contra 861 surtos e 17.455 Brasil a partir da década de 1990 (Germano &
pessoas doentes no ano de 2013. No ano de Germano, 2011).
2015 fechou com redução 35% e 41% casos de As frutas e as hortaliças são alimentos
surtos e doentes respectivamente, comparando perecíveis e com o objetivo de oferecer a este
com o ano de 2014 (Brazil, 2016). novo consumidor produtos prontos para o
No ano de 2016 foram identificados consumo ou que exigem pouco ou nenhum
apenas 354 surtos epidemiológicos o que preparo para serem consumidos com segurança.
representa a redução de 50% do que foi A indústria alimentícia tem desenvolvido novas
identificado em 2015. A região Sudeste lidera o tecnologias de processamento, aumentando o
histórico com mais notificações nos casos de tempo de armazenamento, garantindo as
DTAs (43,6%) em 2016, e na sequencia foi a características sensoriais e nutricionais
região sul, com 24,6%. As residências adequadas (Germano, 2015).
continuam como o local principal de ocorrência Contudo, para se obter um produto final
dos surtos, com 38,8% de 2007 a 2016, seguido seguro e apto para o consumo, é fundamental
dos Restaurantes e Padarias (similares) com que se trabalhe com matéria-prima de boa
16,1% (Brazil, 2016). qualidade e que todas as etapas sejam realizadas
O consumo de alimentos ausentes de adequadamente, de acordo com as Boas
contaminantes garante à população suas Práticas de Fabricação e Manipulação de
condições nutricionais sem riscos de doenças Alimentos.
ou injúrias. A ausência de contaminações O fato de esses produtos serem
químicas, físicas e microbiológicas garante submetidos a etapas de manipulação pós-
segurança aos alimentos, tornando-os aptos para colheita, como lavagem, fatiamento e
o consumo. A contaminação pode acontecer em embalagem dos vegetais, tem-se a preocupação
qualquer etapa da produção, desde a matéria- da contaminação dos mesmos, oriunda do
prima, passando pela produção primária, até o cultivo ou também das etapas do
consumo, resultando num produto final processamento. A qualidade da água utilizada, o

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processo de higienização, utensílios e Salmonella sp. Outros agentes, como infecções


equipamentos utilizados no fracionamento são por Aeromonas sp e toxinose botulínica
considerados pontos críticos para a adequada também são registradas (Forysthe, 2013).
higiene dos vegetais (Germano, 2015). A Salmonella é considerada uma bactéria
patogênica, podendo ser encontrada no trato
intestinal de mamíferos, aves, anfíbios e répteis
Doenças Transmitidas por Alimentos – DTAS e pode causar infecções generalizadas. A
contaminação ocorre através do consumo de
As doenças de origem alimentar são alimentos crus ou mal cozidos, como carne e
transmitidas através do consumo de alimentos e leite não pasteurizado, embora o ovo destacasse
bebidas contaminados com agentes patógenos, como o principal veículo de transmissão. No
parasitas, agentes físicos ou químicos. A entanto, surtos de salmonelose também têm
produção de alimentos seguros deve ser sido relacionados ao consumo de frutas e
garantida nas indústrias, unidade e serviços de hortaliças. Os principais sintomas são
alimentos, incluindo também o alimento gastroenterites, diarreia, náuseas, dor
preparado em casa. A Higiene pessoal abdominal, febre branda e calafrios, e
inadequada, contaminação cruzada e eventualmente, pode causar vômitos, cefaleia e
monitoramento inadequado dos processos fraqueza. A prevenção consiste no aquecimento
(temperatura de cozimento, resfriamento e dos alimentos à temperatura de 65 a 74o C,
estocagem) são as principais causas das doenças manutenção dos mesmos em temperaturas
transmitidas por alimentos (Forysthe, 2013). abaixo de 5o C, prevenção de contaminação
A chave para a produção de alimentos cruzada pós-cocção e higiene pessoal dos
seguros é produzi-los microbiologicamente manipuladores (Senai, 2000).
estáveis. Em outras palavras, é necessário As Escherichia coli constituem um grupo
certificar-se que nenhum microrganismo do de bactérias que habitam o intestino de
alimento vá se multiplicar até níveis humanos, bovinos, ovinos e suínos, e podem
infecciosos. De maneira ideal, é importante que produzir toxinas após a ingestão do alimento.
os microrganismos estejam inativados e que Os principais sintomas são vômitos, febre e
não haja toxinas (Forysthe, 2013). diarreia. O principal método de prevenção é
De acordo com Van Amson et al. (2006), aplicar as boas práticas de fabricação na
os alimentos preparados em casa são manipulação dos alimentos (Forysthe, 2013).
responsáveis pela maior ocorrência de DTAs, A Shigela consiste numa bactéria
pois a maioria da população desconhece sobre altamente contagiosa, sendo encontrada no trato
os perigos relacionados à manipulação intestinal. As maiorias dos casos de shigelose
inadequada de alimentos, incluindo o estão vinculadas ao consumo de alimentos,
armazenamento (locais, temperatura, tempo de como frutas e hortaliças, e água contaminada
armazenamento). por fezes humanas. Os principais sintomas são
As toxinfecções alimentares são diarreia, febre e náuseas (Forysthe, 2013).
classificadas em infecções e intoxicações. As A Listeria monocytogenes é capaz de se
infecções são causadas por microrganismos multiplicar em temperaturas de refrigeração, ao
capazes de se multiplicarem no trato intestinal contrário da maioria dos microrganismos de
humano, como por exemplo, Salmonella, origem alimentar. São encontrados em
Campylobacter jejuni e Escherichia. coli. As alimentos crus e processados, como queijo, leite
intoxicações são causadas por microrganismos e vegetais frescos. Os principais sintomas são
capazes de produzirem toxina no alimento ou meningite, febre, náuseas e vômitos (Forysthe,
no intestino, destacando Bacillus cereus, 2013).
Staphylococcus aureus e Clostridium O Staphylococcus aureus é uma bactéria
botulinum. Em geral, as infecções são encontrada no meio ambiente (ar, poeira, no
acompanhadas de gastroenterites e as esgoto, na água), em alimentos, nas membranas
intoxicações são seguidas de vômitos (Forysthe, da mucosa nasal, trato respiratório e do
2013). intestino humano e em animais, sendo
As doenças de maior ocorrência transmitida principalmente pela falta de higiene
relacionadas ao consumo de alimentos dos manipuladores de alimento. Os principais
contaminados são de origem bacteriana, sintomas são náuseas, vômitos e cólicas
destacando a toxinose estafilocócica, as abdominais (Forysthe, 2013).
toxinfecções por Clostridium perfringens tipo A A bactéria Clostridium botulinum é
e por Bacillus cereus e a infecção por encontrada na natureza, incluindo solo, peixes,

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frutas e vegetais crus; agente causador da Os perigos físicos são aqueles


doença denominada botulismo, uma intoxicação provocados por materiais que podem estar
causada pela ingestão de neurotoxinas pré- presentes nas matérias-primas até objetos que
formadas. Os principais sintomas são náuseas, podem ser introduzidos durante o
visão dupla, febre, dores de cabeça, vômito e processamento, provenientes dos materiais das
dificuldade respiratória (Forysthe, 2013). embalagens, de equipamentos e utensílios e até
O Bacillus cereus é um patógeno mesmo dos operadores. Os perigos físicos mais
alimentar encontrado em toda a natureza. As frequentes são: madeiras, pregos, metais,
intoxicações ocorrem quando não o pregos, pedaços de plástico, fragmentos de
processamento do alimento não é realizado ossos, pedaços de vidros, pedras, fragmentos de
respeitando os valores de tempo e temperatura. utensílios utilizados na preparação do alimento
Os principais sintomas são diarreia, náuseas e e objetos de uso pessoal (Brasil, 2013).
vômitos (Forysthe, 2013). Os perigos químicos são aqueles
Diante das doenças transmitidas por oriundos da adição de substâncias tóxicas,
alimentos e seus microrganismos causadores utilizadas na higienização e sanitização de
descritos, pode-se afirmar que é muito equipamentos e utensílios usados e pela
importante que o manipulador de alimentos incorporação de aditivos, metais pesados,
tenha clareza da importância da produção de antibióticos e praguicidas às matérias-primas
alimentos seguros (Forysthe, 2013). (Brasil, 2013).
Os perigos microbiológicos são as
principais causas de contaminação dos
Perigos Químicos, Físicos e Biológicos alimentos, destacando o manipulador como
principal origem do problema, sendo
Para a produção de alimentos seguros, considerados os principais responsáveis pela
deve-se assegurar um ambiente de trabalho em contaminação microbiológica dos alimentos.
condições físicas e sanitárias adequadas, de Destacam-se como perigos microbiológicos
acordo com as normas da ANVISA. Destaca-se vírus, bactérias, fungos, protozoários e
a importância do controle diário do ambiente, a helmintos.
fim de garantir a qualidade nutricional e os Com relação aos Vegetais Minimamente
aspectos sensoriais dos alimentos produzidos. O Processados, os perigos podem ocorrer por
alimento seguro destaca-se pela ausência de diversas causas, conforme descrito na Tabela 1.
contaminações químicas, físicas e Deste modo, é necessário que a empresa
microbiológicas. Assim, podemos considerar produtora de alimentos atenda aos requisitos de
que os perigos químicos, físicos e higiene de acordo com os parâmetros da
microbiológicos são as principais formas de legislação vigente.
contaminação dos alimentos (Brasil, 2013).

Tabela 1. Principais perigos para a segurança dos vegetais minimamente processados.


Perigos Físicos Perigos Químicos Perigos Biológicos
Pedaços de madeira (gravetos, Presença de resíduos de Bactérias patogênicas
farpas grandes, palitos de dentes, pesticidas esporuladas
outros) Pedaços de vidro Resíduos de agentes Bactérias patogênicas não
Peças e fragmentos de metais sanificantes esporuladas
(porcas, parafusos, pedaços Resíduos de venenos para Norovírus (vírus de Norwalk e
amorfos, corpos de prova pragas NLV) e vírus da Hepatite A
metálicos, outros) Fragmentos Substâncias tóxicas Toxinas fúngicas (micotoxinas)
de materiais plásticos naturalmente presente nos Protozoários
perfurantes e cortantes vegetais
Pedras Outros químicos (acrilamida,
PCB, dioxinas, melanina)

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Continuação......
Tabela 1. Principais perigos para a segurança dos vegetais minimamente processados.

Causas Possíveis Causas Possíveis Causas Possíveis


Incorporação de sujidades Monitoramento inadequado ou Irrigação da produção primária
durante a colheita e transporte inexistente da aplicação de com água contaminada;
dos vegetais; Acidentes com pesticidas; Utilização de esterco não curtido
utensílios de vidro durante o Contaminação por excesso de na adubação dos vegetais no
processamento; sanitizantes, enxágue campo;
Práticas inadequadas durante o deficiente ou práticas de Falta de proteção dos vegetais
processamento. manipulação inadequadas; contra o solo, durante o cultivo;
Utilização de produtos Práticas inadequadas de colheita
químicos para controle de e transporte dos produtos;
pragas dentro da área de Contaminação dos VMP por
processamento; mãos, superfícies e
Área de cultivo e/ou equipamentos sem sanitização;
processamento próxima a Falta de controle da temperatura
lixões, indústrias químicas e de estocagem e transporte.
ambiente com poluição
química.
Fonte: (Cenci, 2011).

Boas Práticas de Fabricação – Legislação alimentos deve estar atento são:

De acordo com a Agência Nacional de Banho diário;


Vigilância Sanitária (ANVISA), as Boas Higiene bucal (dentes saudáveis);
Práticas de Fabricação (BPF) abrangem um Uso de cabelos presos e protegidos por
conjunto de medidas que devem ser adotadas toucas e luvas;
pelas indústrias de alimentos a fim de garantir a Unhas curtas e ausentes de esmaltes;
qualidade sanitária e a conformidade dos Ausência de adornos e maquiagem;
produtos alimentícios com os regulamentos Uso de uniformes compatíveis à atividade,
técnicos (Brasil, 2004). conservados e limpos;
No Brasil, a Resolução RDC no 216, de Não é permitido o uso de barba;
15 de setembro de 2004, dispõe sobre Não é permitido fumar.
Regulamento Técnico de Boas Práticas para
Serviços de Alimentação, a qual regulamenta Além disso, os manipuladores não devem
parâmetros para boas práticas para serviços de cantar, assobiar, espirrar, cuspir, tossir, comer,
alimentação, higienização de instalações, manipular dinheiro ou praticar outros atos que
equipamentos, móveis e utensílios, controle possam contaminar o alimento, durante o
integrado de pragas e vetores, abastecimento de desempenho das atividades (10).
água, manejo de resíduos, orientações sobre Um fator muito importante que deve ser
higiene do manipulador e manipulação segura considerado é a higiene das mãos, pois as
de alimentos, exposição ao consumo do mesmas entram em contato direto, com
alimento preparado, registros e documentação e utensílios, superfície e com o alimento durante
responsabilidade. a sua manipulação. A Resolução RDC no
216/2004, descreve no item 4.6.4, os
Higiene Pessoal dos Manipuladores procedimentos que devem ser adotados com
relação a higiene das mãos:
A higiene pessoal do manipulador de
alimentos está diretamente relacionada à Os manipuladores devem lavar
segurança dos alimentos. De acordo com a cuidadosamente as mãos ao chegar ao trabalho,
RDC no 216/04 da ANVISA, são considerados antes e após manipular alimentos, após
“manipuladores de alimentos” qualquer pessoa qualquer interrupção do serviço, após tocar
do serviço de alimentação que entra em contato materiais contaminados, após usar os sanitários
direto ou indireto com o alimento. e sempre que se fizer necessário. Devem ser
Os principais itens que o manipulador de afixados cartazes de orientação aos

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manipuladores sobre a correta lavagem e temperatura mínima esteja 5 oC acima do ponto


antissepsia das mãos e demais hábitos de de liquefação das gorduras.
higiene, em locais de fácil visualização, Em seguida, recomenda-se a limpeza
inclusive nas instalações sanitárias e lavatórios com o uso de detergente, o qual deve ser
(Brasil, 2004). específico para cada tipo de resíduo. Algumas
A higienização adequada das mãos deve características devem ser consideradas num
ser realizada de acordo com as seguintes etapas: detergente eficiente e de qualidade:
Umedecer as mãos e os antebraços com
água corrente. Apresentar solubilidade rápida e
Aplicar o sabonete liquído (neutro ou completa.
bactericida) nas mãos. Ser atóxico e não corrosivo.
Esfregar as mãos pelo menos por 20 Apresentar capacidade emulsificante,
segundos, incluindo palmas, dorsos e molhante, dispersante, desfloculante e
antebraços, espaços entre os dedos, polegares, enxaguante.
unhas e pontas dos dedos, articulações e Apresentar estabilidade durante o
punhos. armazenamento e ser econômico e
Enxaguar as mãos e antebraços biodegradável.
Secar as mãos em papel toalha
Aplicar álcool 70%, líquido ou gel, e Após o uso de detergentes, é necessária a
deixar secar naturalmente. realização de uma nova lavagem, ou enxágue,
As condições de saúde dos para assegurar a eliminação de todos os
manipuladores de alimentos devem ser resíduos de detergentes, evitando assim a
monitoradas através de exames periódicos. Em contaminação dos alimentos através de perigos
casos de acidentes durante a manipulação, os químicos. Recomenda-se que esta etapa seja
mesmos deverão ser notificados ao responsável. realizada com água a 70 OC, pois a temperatura
elevada favorece a eliminação dos
Higiene das Instalações, Equipamentos e microrganismos e evaporação da água da
Utensílios superfície dos utensílios e equipamentos.
A Sanitização é a última etapa do
A limpeza e a sanitização nas indústrias e processo de higienização, a qual consiste na
unidades alimentícias são ferramentas redução dos microrganismos presentes nos
fundamentais para a garantia da produção de utensílios e equipamentos e que não foram
alimentos seguros, ou seja, aptos para o removidos nas etapas anteriores. É importante
consumo. Considerando que as principais ressaltar que não há a eliminação total de
fontes de contaminação de alimentos são a microrganismos, mas sim sua redução a níveis
matéria-prima, embalagens, utensílios, aceitáveis, de acordo com os parâmetros da
equipamentos, as instalações e os próprios legislação de saúde pública vigente.
manipuladores, devem-se aplicar medidas O sanitizante mais utilizado na indústria
higiênico-sanitárias preventivas. de alimentos é o cloro e sua atividade deve-se à
Basicamente, a higienização consiste em ação germicida. Recomenda-se o uso de 180
duas etapas, a limpeza e a sanitização ppm de cloro ativo durante 10 minutos, ou
(desinfecção). então de 200-250 ppm durante dois a cinco
A limpeza é responsável pela eliminação minutos. Quando utilizada concentrações
de sujidades e resíduos macroscópicos inferiores a 200 ppm, não há necessidade de
indesejáveis. Uma etapa de pré-lavagem pode enxágue.
ser realizada com água aquecida (38OC a É de fundamental importância que as
46OC). Esta faixa de temperatura é considerada etapas anteriores à sanitização tenham sido
ideal, pois o uso de água em elevadas realizadas de forma correta, pois a presença de
temperaturas pode resultar na desnaturação de resíduos orgânico inativa grande parte dos
proteínas, favorecendo maior aderência à princípios ativos dos sanitizantes. A sanitização
superfície do material. Já o uso de água fria poderá ser efetuada através de meios físicos e
durante a lavagem pode resultar na solidificação químicos (Figura 1), sendo a última praticada
de gorduras na superfície, dificultando a com maior frequência.
limpeza. Assim é recomendado que a

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Figura 1. Sanitizantes utilizados na indústria e unidades alimentícias


Fonte: Autores.

partes danificadas do vegetal. A higienização


Higiene e Manipulação de Alimentos – do vegetal deverá ser feita iniciando com uma
Vegetais lavagem com água corrente. Nesta etapa não é
recomendado o uso de detergentes e esponjas
Para garantir que um alimento esteja apto (Brasil, 2013).
para o consumo ressalta-se que a qualidade Em seguida, têm-se a desinfecção para os
final do mesmo é resultante dos cuidados de vegetais que serão consumidos crus ou que não
manipulação em todas as etapas da produção, serão submetidos ao cozimento (imersão em
desde a recepção da matéria-prima até o solução clorada por 15 a 30 minutos). Após
momento do consumo. deve-se realizar o enxágue.
A água deve ser potável para todas as As frutas que não são manipuladas, ou
etapas do processamento do alimento e o cujas cascas não são consumidas, como laranja,
controle através de registros deverá ser banana e mexerica, estão dispensadas da
realizado para assegurar a sua qualidade. sanitização, exceto se forem utilizadas para
A seleção das hortaliças deve ser bastante produção de sucos. Os vegetais que serão
cuidadosa. As folhas devem apresentar submetidos a algum tratamento térmico, desde
coloração verde intensa, ausentes de manchas que a temperatura em seu interior atinja no
amareladas ou injuriadas (murchas, amassadas mínimo 74 oC. É importante ressaltar que para a
ou podres). No caso de possuírem raízes, as garantia de uma ação eficiente do desinfetante é
mesmas devem estar livres de terra. No caso necessário que as etapas anteriores tenham sido
dos frutos, os mesmos devem apresentar realizadas de forma correta.
firmeza e integridade, com cor característica. Embora muitas pessoas utilizem o
Antes de serem armazenadas, as frutas e vinagre como agente desinfetante, sua ação não
hortaliças devem ser higienizadas e no caso de é efetiva. Assim, os produtos permitidos para
folhas, sanitizadas com água clorada. É desinfecção dos alimentos são:
importante controlar a umidade do local de Hipoclorito de Sódio a 2,0 – 2,5% (100 a
armazenamento, pois a umidade pode causar 250 ppm)
injúrias aos vegetais. Hipoclorito de Sódio a 1% (100 a 250
Os vegetais podem conter ppm)
microrganismos causadores das DTAs. De Cloro orgânico 100 a 250 ppm
acordo com a Portaria do Centro de Vigilância
Sanitária no 05 de 09 de abril de 2013, da De acordo com o item 4.2.5 da RDC no
Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São 216/2004:
Paulo, a pré-lavagem de frutas e hortaliças,
deve ser feita com água potável e em local Os produtos saneantes utilizados devem
adequado. Nesta etapa devem ser retiradas as estar regularizados pelo Ministério da Saúde. A

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diluição, o tempo de contato e modo de utilizada. A maturidade das frutas é um


uso/aplicação dos produtos saneantes devem importante atributo de qualidade para
obedecer às instruções recomendadas pelo minimamente processados, frutas pouco
fabricante. Os produtos saneantes devem ser maduras precisam de atributos sensoriais
identificados e guardados em local reservado adequados e as muito maduras possuem menor
para essa finalidade (Brasil, 2004). tempo de vida útil.
Os vegetais minimamente processados
Vegetais Minimamente Processados passam por operações de limpeza, lavagem,
sanitização, enxágue, descascamento, corte,
Os vegetais minimamente processados embalagem e armazenamento. Sendo este
entraram no mercado, na década de 90, processo tecnologicamente viável e eficaz para
inicialmente como uma forma de reduzir perdas a manutenção da qualidade e agregação de
e aumentar o aproveitamento da colheita, valor aos produtos. Os principais produtos em
agregando valor ao produto. Porém atingiu que se usa a tecnologia do processamento
alcance maior, devido ser bem procurado pela mínimo são as folhosas (alface, rúcula),
sua praticidade, tendo seu consumo alavancado brócolis, beterraba e cenoura.
com o interesse dos consumidores e o aumento A etapa de corte, quando necessária,
das redes de fast food no país. Característica torna os vegetais mais perecíveis, pois aumenta
que favorece o ritmo atual da vida das pessoas a taxa metabólica e a atividade respiratória, pois
que procuram por produtos saudáveis e de expõe partes internas, o que também favorece o
rápido preparo e consumo. desenvolvimento de microrganismos e aumenta
Muitos são os fatores que ocasionam as a produção de etileno. Este fato ocasiona
perdas dos vegetais (demora na alterações nos atributos de cor, odor,
comercialização, danos no campo ou no características nutricionais e textura, por isso
transporte, armazenamento inadequado, falta de nestes casos o consumo deve ser rápido.
tecnologia), porém as tecnologias aplicadas no Os vegetais minimamente processados
pós-colheita resultam na manutenção da são boas fontes de vitaminas, fibras e minerais,
qualidade, afetando as características sensoriais, que são componentes importantes para a
nutricionais de microbiológicas, reduzindo com manutenção de uma dieta saudável. O
isso as perdas. Essas tecnologias objetivam, processamento mínimo não altera estas
além da manutenção da qualidade dos produtos, características, porém, como supracitado, o
também agregar valor e ampliar o mercado. O consumo deve ser rápido.
processamento mínimo e o uso de atmosferas
modificadas e/ou controladas são exemplos Etapas do Processo de Produção
destas tecnologias atualmente empregadas.
Os produtos minimamente processados Todas as etapas do processo de produção
são modificados fisicamente, mas que mantém de vegetais minimamente processados visam
o seu estado natural e a qualidade original, para obter produtos de qualidade. Sendo assim, os
chegar ao consumidor de forma mais natural e requisitos necessários estão diretamente
atrativa possível (Cenci, 2011). relacionados com o armazenamento, consumo
in natura ou processamento. Além disso, são
Princípios da Tecnologia do Processamento necessárias boas práticas agrícolas e boas
Mínimo práticas de fabricação na manipulação de
alimentos (BPF) a fim de se evitar
Produtos minimamente processados são contaminações microbiológicas e químicas
frutas e hortaliças fisicamente modificadas, mas durante os processos.
que mantém as mesmas características do A qualidade do produto final é um dos
produto fresco (International Fresh Cut fatores mais importantes do processo de
Producers Association – IFPA). Importante produção e está diretamente relacionada à fase
ressaltar que a qualidade do produto final, de maturação das hortaliças que envolvem
depende da qualidade da matéria prima todos os processos de produção (Figura 2).

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Figura 2. Etapas do Processamento Mínimo.


Fonte: Os autores.

Colheita de higiene no campo, como o uso de


embalagens adequadas (normalmente caixas
A colheita tem como objetivo a retirada plásticas), limpas, desinfetadas, empilhadas de
de produtos com maturidade adequada do forma a não estar em contato com o solo e
campo, de forma que ocorram mínimos danos transportadas o mais rápido possível para o
ou perdas, maior rapidez e custo mínimo. Dessa processamento (os vegetais não devem ser
forma, abrange alguns tópicos relacionados ao deixados no campo, para evitar contaminações
controle das causas possíveis de perdas de microbianas). Os equipamentos e instrumentos
qualidade durante as etapas de colheita e pós- utilizados na colheita e no manuseio devem ser
colheita das frutas e hortaliças frescas. Dentre limpos e sanitizados através de lavagem com
eles estão: qualidade, tipos de colheita, ponto de produtos químicos adequados.
colheita, cuidados e tecnologias pós-colheita
visando a melhoria da qualidade e segurança de Tipos de Colheita
frutas e hortaliças frescas e de produtos
derivados. Colheita manual
Alguns atributos da qualidade como
aparência visual (frescor, cor, defeitos e Esse tipo de colheita tem como vantagem
deterioração), textura (firmeza, resistência e a seleção de acordo com a maturidade do
integridade do tecido), sabor, aroma, valor produto e a redução de danos, por isso se torna
nutricional e segurança do alimento devem ser a mais indicada e utilizada pelos agricultores.
considerados. Sendo assim, podem-se usar três técnicas que
Fatores que interfiram na qualidade do consistem no corte (utilizando tesouras), a
produto devem ser modificados, portanto evitar ruptura em que o fruto é torcido e puxado,
a colheita depois de fortes chuvas; colher em como os tomates e pimentões e também há o
períodos do dia mais frescos, geralmente pela uso de facões ou facas no caso do repolho e
manhã, principalmente quando se trata de alfaces.
vegetais folhosos; os produtos devem ser Porém, deve ser realizada
mantidos protegidos de temperaturas elevadas; preferencialmente nas horas mais frescas do dia
o correto treinamento dos colhedores para a e, por consequência, haverá menor temperatura
realização de uma colheita de forma adequada e do produto. Esse tipo de pratica tem se
minimizando danos mecânicos. mostrado muito vantajosa quando o produto é
Este processo demanda um bom padrão processado logo após a colheita, pois reduz

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298 Higiene e processamento de vegetais prontos para consumo Amarante et al.

processos metabólicos (Chitarra & Chitarra, veículo quando apresentar elevadas


1990), (Oetterer et al. 2006). temperaturas.
Utilizar apenas veículos fechados para
transportes a pequenas distâncias.
Colheita Mecânica
Recepção e Seleção
O objetivo dessa colheita é colher os frutos
por meio de operações mecanizadas, para isso o Quando os frutos chegam ao setor de
plantio deve ser realizado de forma que a embalagem é necessária a realização de uma
facilite, além de observar atentamente o relevo, identificação com data e hora de chegada,
espaçamento, forma e época de plantio. Durante procedência, etc. Após, deve-se haver uma
esse tipo de colheita os danos ao produto podem inspeção de qualidade e a matéria-prima que
ser reduzidos, caso sejam colhidos de uma só apresente características indesejáveis para o
vez e tenham rápido acondicionamento e processamento deve ser rejeitada. Com o
resfriamento (Oetterer et al. 2006). processo de pré-seleção terminado os vegetais
devem ser levados imediatamente ao local de
Ponto de Colheita processamento, evitando assim possíveis
contaminações. Só então a seleção é realizada,
O ponto de colheita está diretamente com o descarte de folhas manchadas, defeitos
relacionado com o destino final de cada ou deteriorados. Aspectos de segurança também
produto, que pode ser: consumo direto ou devem ser levados em conta, como o nível
processamento. Nos dois casos fatores devem residual de pesticidas e carga microbiana
ser levados em conta e alguns índices podem elevada, que podem ser controladas pelos
ser considerados para uma correta avaliação do fornecedores da matéria-prima.
grau de maturação dos frutos que serão
colhidos. Dentre eles estão: cor, Branqueamento
desenvolvimento da fruta, firmeza da polpa,
acidez titulável (AT), teor de sólidos solúveis A principal função do branqueamento é
(SS), etc. inativar enzimas que poderiam diminuir a
qualidade do alimento, caso não fossem
Transportes e Packing House inativadas no início do processo e reduzir a
concentração microbiana do produto. Pode ser
O cuidado no transporte do vegetal é uma realizado de duas formas: pelo vapor e em água
etapa essencial que começa desde a colheita, quente.
quando é armazenado nas caixas, e ao ser Branqueamento a vapor: tem como
completado, precisa ser colocado na sombra o vantagem a menor taxa de redução de nutrientes
mais rápido possível para minimizar danos e componentes do sabor e aroma e é menos
(Oetterer et al. 2006). poluente, pois a geração de efluentes é
Recomenda-se que o transporte do campo reduzida. Normalmente em uma temperatura ao
até o galpão de embalagem seja refrigerado, redor de 100 ºC.
caso haja impossibilidade, alguns cuidados Branqueamento em água quente: é o mais
muito importantes devem ser tomados em indicado para hortaliças, pois há a eliminação
relação à temperatura, podendo prejudicar a de produtos do metabolismo vegetal e elimina
qualidade do produto. Os cuidados durante o resíduos de defensivos agrícolas. Além de
packing house são: ressaltar a cor do produto, esse processo elimina
Cobrir o veículo com lona de cor clara o sabor e aroma desagradáveis e/ou intensos. A
(preferencialmente branco) e evitar contato da temperatura varia de 70 a 100 ºC.
mesma com os frutos.
Realizar o transporte preferencialmente Pré-Lavagem e Lavagem
durante a manhã e o fim da tarde, pois assim o
produto não elevará tanto sua temperatura. A etapa de pré-lavagem deve ser
Fazer os trajetos mais curtos para que o realizada caso a superfície do vegetal apresente
tempo de transporte do produto seja reduzido. muitas sujidades (excesso de terra vinda do
Ao empilhar caixas cuidar para que o campo), fazendo o uso de detergentes neutros
fundo de uma não entre em contato com os apropriados. Caso o vegetal não possua
produtos de outra. sujidades, pode-se realizar diretamente a etapa
Não transportar o produto no interior do

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Higiene e processamento de vegetais prontos para consumo Amarante et al. 299

de lavagem, que consiste em lavar os produtos processamento mínimo, pois o produto in


em tanques com água corrente ou com o uso de natura passa, por esses e alguns fatores
detergentes, podendo ser realizada de forma anteriores, à sua transformação para um
manual ou mecânica. alimento minimamente processado.
Caso haja elevada contaminação
microbiana pode-se utilizar certa dosagem de Descascamento
cloro (100 ppm a 200ppm de cloro livre) na
água de lavagem, além da redução da O descascamento, como aponta Chitarra
temperatura para não aquecer produtos (2007), pode ser realizado manualmente ou
resfriados e resfriar produtos recém colhidos. mecanicamente, sendo que tal alimento pode
Após esse processo os vegetais devem ser necessitar do uso de tratamentos químicos ou
enxaguados em água corrente (Gomes et al. térmicos, sendo esses:
2005).
• Vapor ou água em ebulição;
Refrigeração • Lixívia por soluções alcalinas (Soda
Cáustica);
Os produtos devem ser armazenados a • Vapor sob alta pressão e soluções
temperaturas entre 5 e 8 °C. O armazenamento ácidas.
sob temperaturas adequadas é um fator
limitante para manutenção da qualidade e da O descascamento industrial geralmente é
segurança dos vegetais minimamente realizado de forma mecânica, pois, o
processados. A refrigeração tem como funções a descascamento manual é lento, podendo gerar
redução do desenvolvimento de perdas de partes dos produtos. As máquinas que
microrganismos e o aumento da vida útil. realizam esta etapa para raízes e tubérculos são
cilíndricas e inclinadas para o deslocamento
Pré-Resfriamento e Tipos de Resfriamento desse produto, sendo que a máquina utiliza água
combinada com movimentos de rotação para o
O pré-resfriamento é uma etapa que descascamento por abrasão e remoção de
complementa a lavagem. Seu papel é diminuir a pedaços. Após esse processo, pode-se ainda
temperatura do produto com auxílio de água realizar a retirada de talos ou miolos de certos
(cerca de 5ºC), pois há uma redução da produtos, antes do corte. Essas máquinas devem
atividade metabólica do vegetal, sendo assim a ser lavadas sempre com detergente e água
qualidade melhor do produto final se torna mais clorada (220 ppm). O uso da lixívia é
aparente. Pode ser executada de quatro formas: geralmente empregado para produtos delicados,
ar frio, ar frio forçado, água gelada (hidro de casca fina como pêssegos, peras, tomates,
resfriamento) ou por gelo e vácuo. sendo que, para isso é necessário alto
suprimento de água, fontes de calor e soluções
Armazenamento e Temperatura de Refrigera- alcalinas.
ção
Corte
O armazenamento e a temperatura de
refrigeração são duas etapas que trabalham em Esse procedimento é realizado por
conjunto, pois para o produto ser armazenado é diferentes meios, que visam à transformação
imprescindível que a temperatura se mantenha das hortaliças para peças menores de tamanhos
baixa (inferior a 5ºC) para a preservação da e formatos padronizados de acordo com o tipo
qualidade. A porcentagem de umidade relativa de produto a ser reduzido. Este é um processo
do ar adequada (90 %) é de extrema fundamental para a vida de prateleira do
importância, para que não ocorra murchamento alimento, pois é um dos fatores que determina a
ou gotículas na superfície do vegetal (podendo sua durabilidade.
ocasionar a proliferação de microrganismos e O corte e redução de tamanho causa
proliferação de agentes deteriorante) (Gomes et danos às células do produto, pois aumenta a
al. 2005) e (Luengo, 2001). taxa respiratória de seus tecidos,
consequentemente fica mais vulnerável à
Descascamento e Corte deterioração. Portanto, os alimentos devem
estar sob refrigeração a 4 °C imediatamente
Esta é uma etapa fundamental para o após o corte, sendo que os alimentos podem ou
não serem lavados com água clorada e imersos

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300 Higiene e processamento de vegetais prontos para consumo Amarante et al.

em soluções químicas de conservantes. hidrogênio (H2O2), ou ozônio (O3).


As facas devem ser de aço inoxidável, Algumas recomendações são seguidas
extremamente afiadas e finas, pois devem para a solução de água clorada, que são:
causar o mínimo de injúrias aos tecidos dos • 100 a 150 ppm de cloro ativo. L-1 em
alimentos, sendo que a cada oito horas de uso as água com pH de 7 (Chitarra, 2007), 150 a 200
facas devem ser amoladas. Elas possuem mg.L-1 de água clorada (Oetterer et al. 2006).
tamanhos e formatos diferentes, possibilitando • Temperatura da água deve ser de 4 °C.
diferentes cortes para cada tipo de produto. Os • 5 a 10 L de água clorada por kg do
equipamentos de corte são centrifugas com produto (Chitarra, 2007).
lâminas ou facas, possui alta velocidade, e • Tempo de imersão de 2 a 5 minutos
devem ser lavados e sanitizados após cada (Chitarra, 2007), contudo segundo Oetterer et
operação. al. (2006) o tempo necessário de contato entre o
produto e sanitizante é de 5 a 10 minutos.
Sanitização e Enxague • Enxague de 2 a 5 mg de cloro ativo.L-1
segundo Chitarra (2007) e de 3-5 mg.L-1
Essa etapa do processamento mínimo tem segundo Oetterer et al. (2006).
por objetivo retirar quaisquer resíduos ainda
presentes, visando reduzir a atividade Aditivos
microbiana no produto. É realizada após a
redução de tamanho das frutas e hortaliças, Os produtos minimamente processados
além de ser a primeira operação a ser realizada podem ser incorporados a alguns tratamentos
em área limpa, geralmente em câmara isolada, químicos como aditivos com o objetivo de
com números restritos de entradas. retardamento de reprodução microbiológica,
A sanitização pode ser realizada com estes são sintéticos ou naturais, sendo que, não
água clorada Chitarra (2007), ou ainda Oetterer devem prejudicar características sensoriais
et al. (2006) com hipoclorito de sódio (NaClO), como aroma ou sabor do produto (Tabela 2).
entre 100 e 200 mg.L-1, peróxido de

Tabela 2. Tabelas de Aditivos Utilizados em Produtos Minimamente Processados


ADITIVO AÇÃO EXEMPLOS
Antioxidante Evita o escurecimento enzimático, perda de Ácidos cítricos,
sabor e aroma, geram amaciamento dos tecidos, ascórbico, isoascórbico,
retardando sua textura, além de evitar a perda eritórbico e Etileno-
de qualidade nutricional. Diamino-Tetracético
(EDTA).
Acidulantes Diminuir o pH do produto, principalmente, os Ácidos cítrico, lático,
mais próximos ao pH neutro, pH entre 5 e 7. málico, tartárico, etc.

Agentes Quelantes Atuar na prevenção de reações oxidativas, EDTA


bloqueando o sítio ativo do Cu2+,

Conservantes Inibir ou reduzir o desenvolvimento de Ácidos benzóico,


atividades microbiológicas, tais quais como sórbico e seus sais de
desenvolvimento de fungos, leveduras, sódio, cálcio e potássio.
bactérias, prolongando a vida útil do produto.
Alguns ácidos podem ser considerados como
ácido benzoico, sórbico e seus sais de sódio,
cálcio e potássio.
Fonte: (Oetterer et al. 2006).

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Higiene e processamento de vegetais prontos para consumo Amarante et al. 301

Centrifugação e Seleção Final Mistura e Montagem

Centrifugação Posterior à seleção final, os produtos


passam pelo processo de pesagem afim de os
A centrifugação, que faz a remoção do manipuladores obterem controle de sua cadeia
excesso de água nos produtos que foi produtiva, e então, quando desejado produzir
acumulada devido ao enxágue e sanitização, hortaliças combinadas como saladas e refeições
importante para evitar crescimento microbiano, prontas para uso, deve-se praticar esta etapa
é realizada em centrífugas de aço inoxidável, o dada a consideração de produzir uma mistura
tempo e grau de secagem dependem do produto homogênea, minimizando o gasto de energia e
e da rotação da centrifuga, porém o período se custos.
dá entre 3 a 10 minutos. O ambiente dessa etapa é considerado
A centrifugação e o período de secagem uma zona crítica na cadeia de produção, sendo
do alimento devem ser previamente avaliados, que deve-se possuir, nesse recinto, ar ambiente
pois o produto precisa estar seco e não pode filtrado, com temperatura controlada de 10 °C e
apresentar 12 °C, com umidade relativa de 60 e 70%.
aspecto de danificação. Se a secagem for
excessiva, pode ocorrer o murchamento e Etiquetagem
enrugamento, causando branqueamento
diminuindo, portanto, sua vida útil. A etiquetagem, é um processo que
Em dias chuvosos o tempo de complementa a embalagem do produto, torna-se
centrifugação para raízes e tubérculos deve ser importante quando permite a verificação de
aumentado, pois, nessas estruturas acumula-se procedência do alimento, contendo as seguintes
mais água nesses períodos. Alimentos que informações: data de fabricação; data de
possuem o corte muito fino podem ser validade; instruções de preparo e
colocados em sacos de náilon para seu armazenamento; quantidade e qualidade
manuseio e limpeza da centrífuga. nutricional.
Como a centrifugação é um processo
posterior à desinfecção microbiológica dos Embalagem
produtos, deve-se evitar o manuseio excessivo e
tomar cuidados com a higiene do ambiente e A etapa de embalagem dos produtos
dos manipuladores. As centrifugas também minimamente processados é de suma
podem ser fontes de recontaminação, por isso importância para a preservação do alimento. A
deve-se lavá-las com solução de hipoclorito de embalagem tem como funções: conservar,
sódio. oferecer manutenção da umidade relativa,
Existem outras técnicas de secagem integridade visual, e cumprir com as exigências
como o uso de ar frio forçado em túneis, mas vigentes de higiene e qualidade (Ferreira,
tem baixa eficiência em produtos volumosos. O 2003).
processo de corte, lavagem e centrifugação são O processamento dos produtos na etapa
procedimentos rápidos, que não excedam 30 de embalagem deve ser utilizado mesas
minutos nas etapas do processamento mínimo. especiais, construídas em acrílico, com
iluminação, além de conter uma balança em sua
Seleção final extremidade para a pesagem dos produtos.
Após o processo de centrifugação, a) Especificações das Embalagens
porém antes da mistura e montagem de
elementos minimamente processados, existe o A embalagem em ATM (Atmosfera
processo de seleção final para a retirada de Modificada) consiste em uma embalagem que
pedaços defeituosos e com impurezas. Para tal, permite a troca de gases como O2, CO2 e Vapor
os equipamentos devem estar devidamente d’água, do ambiente externo para o interno e
higienizados, com cloro (150 mg.L-1) antes de vice-versa. Para tal, é solicitado o conhecimento
seu uso, sendo que, os manipuladores devem da interação da embalagem com o alimento, ou
portar aventais, luvas, máscaras e gorros, pois conjunto de alimentos, pois este (s) apresenta
se trata da manipulação de um produto (m) alguns fatores próprios e específicos, além
previamente higienizado (Oetterer et al. 2006). das características adquiridas pós-colheita,
durante as etapas do processamento mínimo,

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302 Higiene e processamento de vegetais prontos para consumo Amarante et al.

que são levados em conta na escolha do tipo de com polímeros de altíssima permeabilidade
embalagem. Quanto à embalagem são levados como polibutadieno e polimetilpenteno.
em consideração fatores como (Cenci, 2011): Filmes a base de BOPP.
Permeabilidade do produto a CO2, O2 e PVC com diferentes teores de
Vapor d’água. plastificantes.
Hermeticidade do fechamento da Bandejas rígidas de PVC/PE, OS/PE ou
embalagem. PET/PE.
Injeção de gases. Nylon multicamadas.
Adição de absorvedores. Filmes microperfurados, entre outros.
Área superficial da embalagem em
relação à massa do alimento. d) embalagens a vácuo e películas de
Volume de espaço livre dentro da revestimento
embalagem.
Embalagens a vácuo agregam uma
b) Atmosfera Modificada (ATM) nas duração das qualidades nutricionais dos
Embalagens produtos muito maior que outros tipos e formas
de embalo, recomenda-se o uso desse método
A utilização de embalagens com para produtos com baixa respiração como raízes
atmosfera modificada nos alimentos com e tubérculos, contudo, produtos folhosos, como
processamento mínimo tem como objetivo a no caso da alface, usa-se o método travesseiro,
manutenção da qualidade do produto, por que permite o acondicionamento das folhas sem
possuir permeabilidade de entrada de gases, amassá-las no processo.
alguns efeitos podem ser exercidos a partir Outro método de embalagens que pode
dessa interação do meio externo e interno, ser utilizado é o revestimento pelicular, que
como, quando existem altos teores de CO2, consiste na deposição de uma fina camada,
acelera-se a deterioração do alimento pelo fato semipermeável, de cobertura comestível sobre o
de o etileno não ser inativado. Porém, com alimento. Estas são produzidas a partir de
baixos níveis de O2, acontece redução de amidos, féculas, celulose, entre outros, e sua
atividade respiratória, além de quando ocorre principal vantagem é o fato de que elas podem
uma relação entre CO2 e O2, causando ser consumidas juntamente com os produtos,
amadurecimento heterogêneo, e por além de auxiliar na conservação do aspecto
consequência alterações sensoriais e físico e sensitivo que o alimento possui.
bioquímicas. Assim, alimentos minimante
processados embalados em ATM, têm uma Armazenamento
composição gasosa de 2% a 8% de oxigênio e
de 5% a 15% de gás carbônico, levando-se em O armazenamento dos produtos, já
consideração os tipos de produto e atividades embalados e prontos para consumo pode ser
do processamento mínimo já antes utilizado realizado por refrigeração, atmosfera controlada
(Oetterer et al. 2006). (AC), atmosfera modificada (AM), ar ou vácuo.
É imprescindível que se leve em conta fatores
c) Atmosfera controlada como concentração de gases, temperatura e
umidade relativa de cada espécie vegetal, pois
Materiais de Embalagens se esse processo não for utilizado, pode causar
danos aos produtos como murchamento do
Muitos materiais são utilizados para as vegetal, ou formação de gotículas na superfície
embalagens de produtos com processamento da embalagem, gerando ambiente apto para o
mínimo, dependendo do mercado, varejo a que desenvolvimento de micro-organismos. O
se destina, e são contempladas opções como armazenamento pode ser a curto, médio ou
sacos, bandejas, entre outros. Segundo Cenci longo prazo para cargas ou produtos embalados
(2011), (Gava et al., 2008) e Ferreira (2003), os para varejo ou atacado, sendo que o
materiais recomendados para esta utilização empilhamento das cargas deve permitir entrada
são: e saída de gases.
Polietilenos com densidades diferentes. As câmaras para armazenamento usando
EVA com valores diferentes de acetato de AC ou AM possuem características de sua
vinila. construção similares às de armazenamento
Filmes de polipropileno. refrigerado. Tais câmaras oferecem isolamento
Misturas e coextrusão de poliolefinas

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Higiene e processamento de vegetais prontos para consumo Amarante et al. 303

e barreiras de vapor, tendo em vista controlar a processadas. Ressalta que no mercado de


massa e volume do produto, a temperatura, hortaliças minimamente processadas, estes
pressão, concentração de gases, percentagem de produtos com valor agregado devem ter o
umidade relativa, entre outros. mesmo espaço na prateleira, e concorrer
Segundo Chitarra (2007), alguns gases diretamente com produtos frescos em seus
podem ser adicionados individualmente a partir estabelecimentos. Seguindo certos processos
de tanque insulados ou ainda, cilindros como, checagem do controle de qualidade, o
pressurizados, além do uso de queimadores que é mais rigoroso que para produtos in natura,
catalíticos. São equipamentos com filtros de ar treinamento do pessoal, para a adequação de
a fim de prevenir atividades de microrganismos. transporte e armazenamento, preço competitivo,
entrega rápida e segurança de entrega. A
Distribuição legislação a ser seguida está prevista pela
Resolução no 218 de 29 de julho de 2005, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária
O processo de distribuição deve ser
(Anvisa, 2005).
realizado de forma rápida e eficiente. Deve-se
levar em conta o preço e o custo do produto,
REFERÊNCIAS
para que estes fatores possibilitem sua
comercialização. O produto deve estar ajustado
de acordo com a demanda do mercado, sendo o
Forsythe SJ. Microbiologia da segurança dos
fator essencial para a estratégia de
alimentos. Porto Alegre: Artmed; 2013. 607
comercialização.
p.
Seu transporte deve ser cuidadoso, sendo
que o ideal do transporte, é que sejam
Brazil., F. S. Surtos Alimentares no Brasil |
realizados por meios com refrigeração, para
Dados atualizados em Dezembro de 2016.
manter a vida útil do produto. São considerados
Disponível em: <http://foodsafetybrazil.org
os seguintes procedimentos para a boa operação
/surtos-alimentares-no-brasil-dados-atualiza
de distribuição, que são apresentadas por Senai
dos-em-dezembro-de-2016>.
(2000), Gomes et al. (2005), Chitarra (2007):
Minimizar a frequência de manipulação.
Ferreira, C.E.M; bezerra, L.G; Neto, G. V.
Evitar danos por sobrecarga, choques,
Guia para implantação de Boas Práticas
trepidações, entre outros.
de Fabricação (BPF) e do Sistema
Utilizar paletes para a disposição de
APPCC. Rio de Janeiro: [s.n.], 2011.
cargas.
Concentrar o produto, para minimizar a
Forsythe, S. J. Microbiologia da segurança
quantidade de material a ser movido.
dos alimentos. Porto Alegre: Artmed, 2013.
Evitar oscilações de temperatura,
vibrações no transporte e contaminação por
Germano, P.M.L.; Germano, M. I. S. Higiene e
micro-organismos.
vigilância sanitária de alimentos. 4. ed.
Otimizar a logística de distribuição.
São Paulo: Manole, 2011. 1044p.
Comercialização Germano, P.M.L; MISG. Higiene e vigilância
sanitária de alimentos. 5. ed. São Paulo:
A comercialização de vegetais com Manole, 2015. 1112p.
processamento mínimo, ganha espaço no Brasil
a partir dos anos 90. Esta classificação de Senai. Elementos de apoio para o sistema
produtos é visada, principalmente, para pessoas APPCC. 2. ed. Brasília/DF: Senai/DN, 2000.
que buscam o consumo de preparo rápido, 631p.
sendo principalmente comercializada, como Van Amson, G.; Haracemiv, S. M. C.; Masson,
aponta Oetterer et al. (2006) em ambientes que M. L. Levantamento de dados
propiciam isso aos clientes, como redes de epidemiológicos relativos à ocorrências/
supermercados e restaurantes. surtos de doenças transmitidas por alimentos
Chitarra (2007) analisa o mercado de (DTAs) no Estado do Paraná – Brasil, no
consumo enquanto exportador, o consumo de Período de 1978 a 2000. Ciênc. Agrotec., v.
hortaliças em alguns estados brasileiros, busca 30, n. 6, p. 1139–1145, 2006.
fatos como: tipos de mercado, tendências de Masson (2006), (Massoni, 2006)
mercado de hortaliças minimamente

Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.20, n.3, p.289-304, 2018
304 Higiene e processamento de vegetais prontos para consumo Amarante et al.

Brasil. Portaria CVS no 5 de 09 de abril de


2013. Aprova o regulamento técnico sobre Oetterer, M.; Regitano-D'Arce, M. A. B.; Spoto,
boas práticas para estabelecimentos M.H.F. Fundamentos de ciência e
comerciais de alimentos e para serviços de tecnologia de alimentos. 3. ed. Barueri:
alimentação, e o roteiro de inspeção, Manole Ltda, 2006. 633 p.
anexo. Brasil; 2013.
Ferreira S.D. Vegetais minimamente
Cenci S.A. Processamento mínimo de frutas e processados: Centralização do pré-
hortaliças: Tecnologia, qualidade e preparo por uma empresa de refeições
sistemas de embalagem. Cenci, S. A.; industriais. Brasília: Universidade de
Gomes, C. A. O.; Alvarenga, A. L. B.; Junior Brasília; 2003. 68p.
M.F., editor. Rio de Janeiro: Embrapa
Agroindústria de Alimentos; 2011. 144 p. Anvisa. Resolução RDC No 218, de 29 de
julho de 2005. Brasil; 2005
Brasil. Resolução RDC No 216 de 15 de
setembro de 2004. Dispõe sobre Chitarra M.I.F.; Chitarra, A.B. Pós-colheita de
regulamento técnico de boas práticas para frutos e hortaliças: Fisiologia e manuseio.
serviços de alimentação. 216, anexo. Brasil; Lavras, ESAL/FAEPE, 1990, 320 p.
2004.
Gava, A.J.; Silva, C.A.B.; Frias,
Gomes, C. A. O.; Alvarenga, A. L. B.; Junior, J.R.G. Tecnologia de alimentos. São Paulo:
M. F.; Cenci S.A. Hortaliças minimamente Nobel, 2008. 511 p.
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hortaliças. Brasília (DF): Adonai Gimenez
Chitarra M.I.F. Processamento mínimo de Calbo, 2001. 242 p.
frutas e hortaliças. 1 ed. Cpt, editor.
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