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PARTE I - DANY
... podem cursar, inclusive, com pancreatite aguda por contiguidade, por
proximidade entre o processo perfurativo e o pâncreas.
Mas para vocês, o que interessa mais, em abdômen agudo, são as formas de
perfuração em abdômen livre, aquelas perfurações que se fazem para dentro da
cavidade peritoneal, não para a retrocavidade dos epítopos, que é aquela área que
está contida anteriormente pelo estômago, posteriormente pelo peritônio parietal,
superiormente pelo ligamento gastro-hepático e inferiormente pelo grande omento.
É uma área compartimentalizada na cavidade abdominal, a retrocavidade dos
epítopos, cuja comunicação com a cavidade abdominal se faz pelo forame de
Winslow, que é aquela conexão que existe por trás do ligamento hepatoduodenal.
As proliferações altas, na fase precoce, são químicas, há irritação. As
perfurações altas, como por exemplo, as causadas pela úlcera péptica, dos sucos
digestivos que extravasam e levam à peritonite química, seguida, inexoravelmente,
pela proliferação bacteriana, que está diretamente relacionada ao tempo de
perfuração. Até 6 horas, iniciado o quadro clínico, diagnosticado e operado, a
peritonite é química. A partir de 6 horas, ela é mista. A partir de 12 horas, ela é
bacteriana, com intensa proliferação. E isso vai afetar, diretamente, a conduta
operatória.
Já as perfurações do trato digestório inferior são sempre bacterianas, desde a
fase inicial.
Tomografia
Pneumoperitônio, nível I pode se alça pode, mas o colega me afirma que é
gás extra alça, tenho uma maior acurácia, se trata de um tumor perfurado. O tumor
de intestino ele pode perfurar, bloquear e não dar peritonite, mas a TC vai mostrar
uma área de ar extra alça. Nesse paciente você palpa o abdômen e ele tem dor
localizada. Recentemente eu operei uma senhora com um caso desses, fizemos um
colectomia direita (dor localizada, massa palpável e a TC mostrava ar livre).
Como principais causas das úlceras pépticas, iram ver poucas úlceras
gastroduodenais, nos dias atuais são raríssimas as úlceras pépticas e
gastroduodenais. Isso decorre primeiro pelo advento de drogas combatíveis, por
exemplo os inibidores de bomba de prótons e os bloqueadores de receptores da
histamina (H1 e H2), a redução do consumo de cigarro, até a década de 90 grande
parte da população fumava, o que era um fator preponderante, o uso disseminado
da endoscopia no diagnóstico precoce; tudo isso faz com que haja um índice muito
de perfurações; entretanto o índice de complicações permanece inalterado (10% da
úlceras perfuram).
Essas úlceras quando perfuram são localizadas em três posições: na
pequena curvatura gástrica (tipo I), no antro e região antro-pilórica (tipo II) e apenas
no piloro ou no duodeno (tipo III ou duodenais); esses três tipos de úlceras eles têm
um componente de hipercloridríco, sendo que as úlceras do canal pilórico e do
piloro são mais hiperclorídricas que a úlcera gástrica tipo I, que é a localizada na
pequena curvatura do estômago; todas três devem ser tratadas eletivamente com
procedimentos de gastrectomia, extensão bariátrica e cirurgias ácido redutoras, mas
na urgência nos tratamos apenas com esse método, chamado de ulcerorrafia,
classicamente chamado de remendo ou pet de Graham, que é nada mais que a
sutura da úlcera. Mas se eu pego esta úlcera eletiva tenho que fazer uma
gastrectomia com extensão variável, seguido a vagotomias, porque o vago é
responsável pelo estímulo das células parietais para produzir o ácido.
PARTE IV - FRED