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Betina / 15/02/18
Inclusive tem um questionário que o próprio idoso vai lendo e marcando, e bem
interessante, com o tempo discutiremos sobre prevenção de quedas
HIGIENE DA BOCA – muitos de nossos pacientes usam prótese dentária, tiram a
prótese, escovam a prótese e ponto final, não escovam língua, não limpam gengiva, então
eles têm língua saburrosa, suja, e isso atrapalha percepção de sabor, tem lesões de boca.
Então tenhamos o hábito de conversar sobre como limpar a boca, que tem que escovar a
língua, e caso tenham dificuldade, existem escovadores de língua, escovas apropriadas
para língua e melhora essa questão da saburra e de gosto também,
Na questão das quimioprofilaxia eu vou colocar um dilema para vocês, a gente tem
vivido muitas publicações contra e a favor de vitamina D. A US task force que é a principal
orientadora quanto ao que fazer ou não prevenção, ela coloca que 800 unidades por dia de
vitamina D são relevantes na prevenção de quedas, recomendação B. Mas recentemente
muitos trabalhos foram publicados colocando a vitamina D em situação ruim, que o NNT
poderia ser desfavorável para fratura, a gente vive um momento duvidoso em relação a
vitamina D como vivemos em relação ao cálcio há 2 anos atrás, em relação a usar ou não.
Imagino que cenas dos próximos capítulos teremos novos artigos referentes a isso. Por
enquanto o que a gente sabe: houve carência de vitamina D, precisamos tratar essa
carência, algumas evidências mostram que mesmo quando não há carência quando o idoso
usa vitamina D ele cai menos, o que possivelmente melhora a questão de qualidade
muscular, mas existem trabalhos recentes que dizem que pode ser mais lesivo que
benéfico, então temos que ficar atentos. Nos ambulatórios a gente sempre vai discutir a
medida que novas evidências vão surgindo.
Em relação ao AAS, até 2 anos atrás todo mundo que tinha risco cardiovascular alto
ganhava AAS. De uns 2 anos para cá os estudos mostraram que o uso deve ser restrito a
quem já teve um evento cardiovascular. O AAS passou a acontecer na prevenção
secundária e não mais na prevenção primária.
No american task force vocês vão encontrar que adultos de 50 a 59 anos que tem
alto risco cardiovascular ele recomenda B para uso do AAS. Ele coloca de 50 a 59. O que
ele coloca de 60 a 69, para idosos muitos jovens, com risco cardiovascular global maior que
10% isso podemos calcular pelo framingham ou escala global, ele coloca como
recomendação C, o que talvez já seja um critério ruim.
Em relação à vacina, a cada ano muda. Todos os anos nós teremos mudanças no
calendário vacinal, o que temos hoje para vacina de idoso:
Influenza – anual, na verdade não só influenza é uma soma de influenza e H1n1,
anual, sem limite de idade, mesmo que tenha 90 anos continua vacinando. Não há
determinação máxima de idade, o que eles dizem é maior que 60 anos, então enquanto há
vida, fazemos influenza.
Pneumococo – em 2018, como nós fazemos vacina para pneumococo?
Supondo que eu possa pagar:
Na rede privada tem a 13, não tem no SUS, se eu posso pagar, em torno de 300
reais, meu esquema começa com a 13 na rede particular. Em média 6 a 12 meses depois
meu esquema inclui uma dose de 23, que tem no SUS. Começo com a 13 se posso pagar,
6 a 12 meses depois eu faço a 23 e daqui há 5 anos um reforço com a 23.
Supondo que não posso pagar: meu esquema começa com a 23 e
daqui há 5 anos eu faço reforço com a 23.
Só a título de curiosidade, na rede privada a 23 custa 100 reais, mas a gente tem disponível
em Natal, no centro de referência (HGT e Centro Clínico da Ribeira, muito raro em posto de
saúde).
A vacina de pneumococo no Brasil é a partir de 60, nos artigos, devido influência
americana, vem dizendo 65. Mas no Brasil a partir de 60.
Hepatite B – tem na rede pública para idoso, faz parte do calendário vacinal, desde
2017 entrou. Se o paciente deseja hepatite A, só existe na rede privada uma vacina
conjugada com a hepatite B, não no SUS.
Tétano – Se eu nunca tomei antitetânica o esquema é igual de jovem =3 doses. Se
eu já tomei no passado eu faço 1 dose de reforço. Os idosos não lembram quando foi a
ultima vez que fez reforço, eles demoram muito para tomarem o reforço da antitetânica.
Então atualmente o calendário do idoso SUS inclui: GRIPE, PNEUMO23, HEPATITE
B, ANTITETÂNICA.
NA rede privada temos outras opções: herpes zoster (ainda é muito caro, em torno
de 400/500reais, mas ela tem seu lugar)
Você deve escolher uma maneira adequada de dizer isso, sem dizer que ele vai
morrer antes de um infarto, por exemplo. Eu pego paciente que às vezes vem de outros
médicos pedindo CEA, para rastreio de câncer de cólon, ai vem um CEA um pouco alto
num senhor com 90 anos. E ai? vou ter que fazer uma colono aos 90 anos por causa do
CEA? CEA é para rastreio de câncer? a gente não pede CEA para rastrear câncer. mas na
hora que pede ele vem alterado e ai? é difícil você fazer entender que é desnecessário uma
conduta diante de uma alteração, você tem que fazer o paciente e a família entender que
não haverá conduta porque o risco é maior que o benefício. Não fazer é muito mais difícil do
que fazer! A gente tem que ser muito ponderado, a gente não é treinado para isso, mas na
hora que a gente se depara com o idoso com o perfil de homeostase limítrofe, temos que
aprender a ser ponderado. Eu já deixei de pedir muito exame que que queria pedir e vejo
que ele precisa agora de uma colono, mas agora ele não tem condições clínicas. Então, eu
já falei para a família “ele precisa, mas no momento não tem condições clínicas para
encarar uma colonoscopia”. Como eu disse, não temos boas evidências em relação a essa
questão de lipídeos, a não ser essa ponderação da perspectiva de sobrevida.
Em relação a doença tireoidiana: as evidências para a gente sair pedindo TSH, a US
Task Force considera insuficiente, isso para paciente assintomático. Claro, que se eu tenho
queixa de esquecimento, queda de cabelo, de apetite, de peso, fadiga, é sintoma e merece
pedir TSH. Mas se for pelas evidências científicas, completamente assintomático, ele
considera que pedir rastreio de TSH e T4 livre ainda é evidência insuficiente. Agora ele
desaconselha sair rastreando câncer de tireoide para todo mundo, sair pedindo USG de
tireoide. Qual o problema? é que teremos um nível de diagnóstico de nódulo enorme.
Iremos biopsiar milhões de pessoas sem necessidade. É muito comum nódulos inferiores a
1 cm.
Em relação a osteoporose, vejam, a prevalência de osteoporose aumenta muito com
a idade (50 a 59, 15%, acima de 80, 70%). Existem variações entre as sociedades.
● A fundação americana de osteoporose: ela fala que mulher com mais de 65
anos, homem com mais de 70, mulher na pós menopausa antes mesmo dos
65 anos que tenha fatores de risco (baixa estatura, raça branca, familiares
que já fraturaram o fêmur), homens mais jovens que tenham também fatores
de risco (uso de corticoide, uso de anticonvulsivante, fraturas não acidentais,
fraturas com baixo impacto acima de 50 anos) todos esse mereceriam
rastreio para osteoporose.
● A US Task Force, coloca: mulheres acima de 65 anos, evidência B, merece
que eu peça densitometria. Para os homens é considerado evidência
insuficiente. O que tendemos a fazer para homens é fazer uma
densitometria. não fica fazendo rastreio como as mulheres que fazem
rastreio bianualmente. Para os homens a gente faz uma densitometria entre
os 65 e 70 anos, uma só. Se ela vem com osteoporose, ele passa para a
subpopulação que tem osteoporose e vai ficar fazendo densitometria para
acompanhar a doença. Se ele não tem osteoporose nessa densitometria, ele
só volta a fazer outra densitometria na vida se acontecer alguma coisa que
nos diga que talvez ele possa ter osteoporose e ai sim ele volta a fazer
densitometria (que coisas podem acontecer na minha vida que gere redução
de massa óssea? Mieloma, medicamentos - corticoide é o principal
medicamento que reduz massa óssea.-, perda de massa óssea no raio-x,
fratura). Supondo que nada disso aconteça, ele não vai voltar a ser
rastreado.
● A recomendação de uma outra sociedade americana de osteoporose coloca:
o raios-x com osteopenia e fratura, então você fez o exame de uma paciente,
ele estava fazendo um raios-x de tórax, por exemplo. Nesse raios-x de tórax
foi visto uma fratura vertebral ou o radiologista coloca “perda de massa
óssea”, então essa pessoa merece uma investigação com densitometria. Um
paciente que perde mais do que 2,5cm ao longo da vida, vai fazendo muita
cifose, está usando corticóide por mais de 3 meses, indivíduo com IMC muito
baixo (<22) esses precisam ser acompanhados quanto a sua massa óssea.
As Sociedades sugerem muitas coisas, mas em resumo o que é que temos feito no
Brasil, na geriatria em relação ao seguimento de paciente com osteoporose, não o rastreio
(não estou segura - 69m18s): densitometria anual ou a cada dois anos para todas as
mulheres; raios-x de coluna de 3 em 3 anos, ou então se o paciente diminuir muito de
altura, ficar com muita dor nas costas e aqueles marcadores de metabolismo ósseo.