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DÚVIDAS DA AULA DE

MEMÓRIA?
Contato para tirarem dúvidas:
supervisaoturma2023@gmail.com
FUNÇÕES EXECUTIVAS
Funções Executivas
§ É um conjunto de habilidades cognitivas superiores que permitem a regulação,
coordenação e controle dos processos mentais básicos necessários para a execução
de tarefas complexas.

§ São responsáveis por planejar, iniciar, monitorar e ajustar comportamentos, de modo


a atingir objetivos específicos.
§ Possuem um papel fundamental em atividades cotidianas, como tomar decisões,
solucionar problemas, controlar o comportamento social, regular as emoções e
alcançar metas de longo prazo.
Principais Habilidades das Funções Executivas
1. Controle Inibitório: é a capacidade de controlar impulsos e inibir respostas inadequadas, e é
essencial para regulação comportamental adequada em diversos contextos, como adiar a
gratificação imediata e seguir as regras e leis.

2. Flexibilidade Cognitiva: é a capacidade que permite modificar a resposta a uma situação ou


estímulo e adotar uma nova perspectiva ou estratégia, de acordo com as demandas do
ambiente. É fundamental para a adaptação a novas situações, a resolução de problemas
complexos e a resposta eficaz às mudanças do ambiente.
3. Fluência Verbal: é a capacidade de gerar palavras ou frases de forma rápida ou eficiente em
resposta a um estímulo específico. É essencial na vida cotidiana uma vez que gerar palavras
com facilidade é necessária em diversas situações, como na comunicação, na resolução de
problemas e na tomada de decisões.
Principais Habilidades das Funções Executivas
4. Fluência Motora: é a capacidade de produzir movimentos coordenados e precisos, de forma
eficiente e fluida, sem hesitação ou interrupção, em resposta a um estímulo. É essencial pra muitas
atividades cotidianas que envolvem movimentos repetitivos e rápidos, como escrever, digitar, jogar
esportes e tocar instrumentos musicais.

5. Memória Operacional (Memória de Trabalho): é a capacidade que permite a manipulação e o


armazenamento temporário de informações necessárias para a realização de tarefas e é crucial
para o desempenho em atividades cotidianas como leitura, escrita, resolução de problemas.

6. Velocidade de Processamento: refere-se à rapidez com que um indivíduo é capaz de processar


informações sensoriais e cognitivas, ou seja, é a capacidade de receber, analisar e responder a
estímulos em um curto período de tempo. É essencial para o desempenho em tarefas cotidianas,
como ler um texto, acompanhar uma conversar, realizar tarefas físicas e tomar decisões rápidas.
Principais Habilidades das Funções Executivas
7. Planejamento: é a capacidade de conceber, organizar e executar ações para alcançar
um objetivo específico ou resolver um problema. É uma função executiva crítica para
o desempenho efetivo em muitas atividades da vida diária, desde tarefas simples,
como preparar uma refeição, até atividades complexas, como planejar uma viagem.
Regiões do cérebro envolvidas nas
Funções Executivas
1. Córtex pré-frontal: é a região do cérebro mais amplamente associada às funções executivas, como
planejamento, organização, tomada de decisão, resolução de problemas, memória de trabalho,
flexibilidade cognitiva e inibição de respostas impulsivas.
2. Cíngulo anterior: é uma região importante do cérebro para monitorar e avaliar o desempenho em
tarefas cognitivas e emocionais, está envolvido no controle de erros, processamento de feedback e
regulação emocional.
3. Gânglios da base: são um conjunto de núcleos cerebrais envolvidos no controle motor e na
aprendizagem, mas também estão relacionados às funções executivas, como planejamento, controle
inibitório e memória de trabalho.
4. Lobo temporal: é uma região do cérebro associada ao processamento de informações visuais e
auditivas e à memória episódica, porém também está envolvido em habilidades executivas, como a
recuperação de informações relevantes de longo prazo, categorização e flexibilidade cognitiva.
5. Córtex parietal: é uma região do cérebro que está envolvida na atenção e na percepção espacial,
porém também desempenha um papel nas funções executivas, como o planejamento e a memória
de trabalho visuoespacial.
TESTES DE FUNÇÕES
EXECUTIVAS DA BATERIA
BÁSICA DE AVALIAÇÃO
§ Teste dos Cinco Dígitos (FDT)
§ Stroop Test
§ Fluência Semântica e Fonêmica (FAS)
§ 5 Pontos
§ Dígitos
§ SDMT
§ Figuras Complexas de Rey
TESTE DOS
CINCO DÍGITOS
Teste dos Cinco Dígitos
O que avalia: a velocidade de processamento cognitivo, a atenção e as funções executivas
(controle inibitório e flexibilidade cognitiva).

Pode ser útil na detecção de: a) problemas de linguagem, aprendizagem e memória operacional
em crianças e adolescentes; b) problemas neurocognitivos nas populações juvenis e adulta; e c)
comprometimento cognitivo leve e no desenvolvimento de demências.

Público alvo: 6 a 92 anos de idade.

Forma de aplicação: individual.

Correção: manual.
Teste dos Cinco Dígitos
Parte 1: Leitura Parte 3: Escolha

Parte 2: Contagem Parte 4: Alternância


APLICAÇÃO
§ O teste é composto por quatro partes. Cada parte é formada por 50 itens.

Ø Processos Automáticos (Velocidade de Processamento e Atenção):

ü Parte 1: Leitura

ü Parte 2: Contagem

Ø Processos Controlados (Inibição de Resposta):

ü Parte 3: Escolha

ü Parte 4: Alternância
APLICAÇÃO
§ Material de aplicação: caderno com estímulos, folha de respostas, cronômetro, lápis ou
caneta.

§ Antes de iniciar a aplicação, informar ao paciente que o teste é composto por várias
partes, que algumas parecerão mais complicadas que outras, e que os exercícios devem
ser feitos o mais rápido possível, procurando não cometer erros.

§ Evitar qualquer interrupção durante a aplicação.

§ No caso de aplicação em crianças, ao invés de sentar em frente a ela, o aplicador pode


sentar-se a 90 graus (criar um ambiente mais amigável e favorecer os apontamentos no
caderno de estímulo, caso necessário).
APLICAÇÃO
§ Colocar o caderno de estímulos aberto, na frente do paciente, na primeira folha que contém a
parte de Treinamento. Ler as instruções da Parte 1 (Leitura):

(Apontando para a primeira linha do treinamento, diga) “Quero que você leia o número
de cada quadro: um, dois...” (Espere até que o paciente continue. Caso necessário, você mesmo
continua – três, quatro, cinco).

(Apontando para a segunda linha, diga): “Pode continuar”.

§ Certifique-se de que o paciente entendeu o que é para ser feito.

(Passe para segunda folha e diga) “Muito bem, agora comece aqui de cima e responda
o mais depressa possível.” (Neste momento, comece a cronometrar o tempo).
APLICAÇÃO
§ Conforme o paciente for respondendo cada linha (com 5 grupos de itens), perpasse a linha
correspondente na folha de registro, com o lápis/caneta, para ir conferindo as respostas (fazer
um traço em cima de cada número correto para não se perder). No caso de resposta incorreta,
circule o número dito incorretamente (caso erre e corrija, não conta como erro).

§ Na folha de registro, anotar o tempo transcorrido (em segundos) quando o paciente finalizar a
metade da tarefa (25 itens) e continuar sem parar o cronômetro. Quando o paciente terminar,
parar o cronômetro e anotar o tempo total na parte final (50 itens).

§ O tempo total de cada parte do teste é aproximadamente o dobro do tempo utilizado na


segunda metade do teste (anotado na primeira fileira).
APLICAÇÃO

§ Aplicar as Partes 2 (Contagem), 3 (Escolha) e 4 (Alternância), lendo as instruções de cada uma


delas na folha de registro, e os mesmos procedimentos de conferência e anotação das
respostas e do tempo.
Folha de Registro
Frente Verso
Correção
§ Exemplo:
Paciente: 36 anos.
Normas (Média e D.P.): Tabela 6.9 (manual).

Pontos Média DP Escore-Z* Percentil Classificação


Leitura 18 23,9 6,5 0,91 82 Média Superior
Contagem 21 27,1 7,2 0,85 80 Média Superior
Escolha 35 41,7 14,5 0,46 68 Média
Alternância 37 53,6 18,4 0,90 82 Média Superior
Inibição (Escolha – Leitura) 17 17,8 12 0,07 53 Média
Flexibilidade (Alternância – Leitura) 19 29,7 15,7 0,68 75 Média Superior

*Z = (M - RB)/DP (é preciso inverter a ordem da fórmula)


Interpretação

§ No teste FDT, obteve desempenho médio na inibição e médio superior na flexibilidade, o que
denota capacidade de controle inibitório (controlar impulsos e inibir respostas inadequadas) e
de flexibilidade cognitiva (modificar a resposta a uma situação ou estímulo e adotar uma nova
perspectiva ou estratégia, de acordo com as demandas do ambiente)
STROOP COLOR
(Victória – Perret, 1974)
STROOP COLOR
O que avalia: atenção seletiva, flexibilidade cognitiva e controle inibitório.

Público alvo: crianças, adolescentes, adultos e idosos.

Forma de aplicação: individual.

Correção: manual.
Aplicação
§ CARTAO 1 (Retângulo com as cores):

“Neste cartão, você deve nomear (ou dizer) as cores dos retângulos, através da linha, da
esquerda para a direita, sem pular, o mais rápido possível (mostrar o cartão, sinalizar o início do teste e
acionar o cronômetro).”

2
Aplicação
§ Enquanto o paciente fala as cores dos retângulos, o examinador vai acompanhando, na folha
de registro (RETÂNGULO) com o lápis/caneta e marcando se está certo ou errado. Quando o
paciente terminar, pare o cronômetro, e anote o tempo que levou para concluir o Cartão 1, e
a quantidade de erros, no quadro da Folha de Registro.

TEMPO ERROS
(SEG.)

RETANGULO (D)

PALAVRAS (W)

COR (C)

C/D
Aplicação
Ø CARTAO 2 (Palavras com as cores):

“Neste cartão, você deve nomear (ou dizer) as cores das impressões, ignorando ler os nomes das
palavras. Também em sequência da linha, sem pular, da esquerda para a direita, o mais rápido possível
(mostrar o cartão, sinalizar o início do teste e acionar o cronômetro).”
Aplicação
§ Enquanto o paciente fala as cores, o examinador vai acompanhando, na folha de registro
(PALAVRAS) com o lápis/caneta e marcando se está certo ou errado. Quando o paciente
terminar, pare o cronômetro, e anote o tempo que levou para concluir o Cartão 2, e a
quantidade de erros, no quadro da Folha de Registro.

TEMPO ERROS
(SEG.)

RETANGULO (D)

PALAVRAS (W)

COR (C)

C/D
Aplicação
§ CARTAO 3 (Palavras com os nomes das cores):

“Neste cartão, você deve nomear (ou dizer) as cores das impressões, ignorando ler os nomes das
cores. Também em sequência da linha, sem pular, da esquerda para a direita, o mais rápido possível
(mostrar o cartão, sinalizar o início do teste e acionar o cronômetro).”
Aplicação
§ Enquanto o paciente fala as cores, o examinador vai acompanhando, na folha de registro
(COR) com o lápis/caneta e marcando se está certo ou errado. Quando o paciente terminar,
pare o cronômetro, e anote o tempo que levou para concluir o Cartão 3, e a quantidade de
erros, no quadro da Folha de Registro.

TEMPO ERROS
(SEG.)

RETANGULO (D)

PALAVRAS (W)

COR (C)

C/D
Normas para Correção
ü Normas de 7 a 10 anos no artigo: Charchat-Fichman, Helenice, & Oliveira, Rosinda Martins.
(2009). Performance of 119 Brazilian children on Stroop paradigm: Victoria version. Arq.
Neuro-Psiquiatr. 67 (2b).

ü Normas de 18 a > 70 anos no artigo: Campanholo, K. R., Romão, M. A., Machado, M. A. R.,
Serrão, V. T., Coutinho, D. G. C., Benute, G. G., Miotto, E. C., & De Lucia, M. C. S. (2014).
Performance of an adult Brazilian sample on the Trail Making Test and Stroop Test.
Dementia & Neuropsychologia, 8, 26-31. Disponível em:
https://www.scielo.br/j/dn/a/qSRyhHCN6hqRnjKshtnFrNx/?format=pdf&lang=en

ü Normas do Compêndio de Testes Neuropsicológicos.


Correção
Exemplo:
Paciente: 7 anos.

Pontos Média DP Escore-Z* Percentil Classificação

Retângulo (D) 30 27 9,79 -0,31 38 Média


Palavra (W) 40 35,7 11,61 -0,37 36 Média
Cor (C) - Incongruência 60 50,35 17,34 -0,56 28 Média
Interferência (C/D) 2,00 1,96 0,58 -0,07 47 Média

*Z = (M – RB)/DP (é preciso inverter a ordem da fórmula)


*Normas no artigo: Charchat-Fichman, Helenice, & Oliveira, Rosinda Martins. (2009). Performance of 119 Brazilian children on
Stroop paradigm: Victoria version

*Normas no artigo: Charchat-Fichman, Helenice, & Oliveira, Rosinda Martins. (2009). Performance of 119 Brazilian children on Stroop
paradigm: Victoria version.
Interpretação
§ No teste Stroop Color, obteve desempenho médio em controle inibitório (capacidade de
controlar impulsos e inibir respostas inadequadas) e em flexibilidade cognitiva (capacidade
que permite modificar a resposta a uma situação ou estímulo e adotar uma nova perspectiva
ou estratégia, de acordo com as demandas do ambiente).
Prejuízos no Controle Inibitório
1. Lesões cerebrais: danos nas áreas frontais do cérebro, como o córtex pré-frontal, podem afetar o
controle inibitório.
2. Transtornos do desenvolvimento: condições como TDAH e TEA podem estar associadas a dificuldades
no controle inibitório, devido a desregulações neurobiológicas que afetam o processamento de
informações e o autocontrole.

3. Transtornos neuropsiquiátricos, como TOC e dependência de substâncias, também podem afetar o


controle inibitório, pois envolvem comportamentos repetitivos ou impulsivos que são difíceis de inibir.

4. Envelhecimento: à medida que as pessoas envelhecem, podem apresentar prejuízos no controle


inibitório devido a mudanças neurobiológicas no cérebro e à exposição a fatores ambientais que
afetam a cognição.
Prejuízos na Flexibilidade Cognitiva
1. Lesões cerebrais: danos nas áreas frontais do cérebro, especialmente no córtex pré-frontal, podem
tornar mais difícil para a pessoa mudar entre diferentes tarefas ou estratégias cognitivas.
2. Transtornos do desenvolvimento, como o TEA e o TDAH, possuem a tendência a serem rígidos e
inflexíveis em relação a rotinas ou padrões de comportamento.

3. Transtornos neuropsiquiátricos, como a esquizofrenia e o TOC, envolvem padrões de pensamento


rígidos e inflexíveis, bem como comportamentos compulsivos que são difíceis de mudar.
4. Doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson, pois o cérebro
perde gradualmente a capacidade de se adaptar a novas situações e demandas.

5. Estresse crônico: a exposição prolongada a altos níveis de estresse pode prejudicar a capacidade do
cérebro de se adaptar a novas situações e solucionar problemas de forma flexível.
Teste de Wisconsin de Classificação de Cartas

O que avalia: capacidade de flexibilidade cognitiva e a capacidade


de aprendizado e mudança de estratégia em resposta a feedbacks.

Público alvo: 6 anos e seis meses a 89 anos de idade

Forma de aplicação: individual.

Correção: manual.
FLUÊNCIA VERBAL
§ Fluência Verbal Semântica de Animais

§ Fonêmica Verbal Fonêmica (FAS)


Teste de Fluência Verbal Semântica
O que avalia: capacidade de produzir palavras pertencentes a uma mesma categoria
semântica (no caso, animais), de forma rápida e precisa.
Requer o acesso a representações semânticas armazenadas na memória (memória
semântica), bem como a recuperação de informações relacionadas a categorias.
Público alvo: 6 a 12 anos e de 16 a 95 anos de idade.
Forma de aplicação: individual.
Tempo do teste: 1 minuto.
Correção: manual.
Aplicação
§ Instrução:
“Fale todos os animais que você conseguir em 1 minuto, vale qualquer tipo de
bicho.”

§ Observação:
ü Quando são lembrados animais cuja a denominação de gênero é semelhante (gato
e gata) um deles não é pontuado, mas quando a denominação é diferente (cavalo e
égua) é pontuado.
ü Nomes de animais extintos, imaginários ou mágicos (míticos) são aceitos, mas
nomes próprios como Fido, Rex e Bob não.
Normas para Correção
ü Normas contidas no Compêndio de Testes Psicológicos.

ü BR-Normas: https://ibneuro.shinyapps.io/BRNormas/
Correção
§ Exemplo:
Paciente: 8 anos.
Pontos Média DP Escore-Z* Percentil Classificação
Fluência Verbal Semântica 20 12,31 2,7 2,85 99 Muito Superior

*Normas do Compêndio de Testes Psicológicos.


Interpretação
§ No teste de Fluência Verbal Semântica, que avalia a capacidade de produzir palavras
pertencentes a uma mesma categoria semântica de forma rápida e precisa, o
paciente obteve desempenho muito superior.
Prejuízos na Fluência Verbal Semântica
1. Lesões em áreas cerebrais responsáveis pela recuperação de palavras relacionadas a um
mesmo conceito.

2. Doenças neurodegenerativas que afetam a memória semântica, como a doença de


Alzheimer.

3. Transtornos psiquiátricos, como a esquizofrenia, que podem afetar a organização e


categorização do conhecimento semântico.

4. Transtornos de desenvolvimento, como o transtorno do espectro autista, que podem


afetar a capacidade de estabelecer relações semânticas entre palavras e conceitos.
Teste de Fluência Verbal Fonêmica
O que avalia: capacidade de produzir palavras que compartilham um determinado som
ou letra, de forma rápida e eficiente.

Envolve o planejamento, a organização e a recuperação de palavras foneticamente, que


são processos cognitivos importantes para a produção verbal.

Público alvo: 7 a 95 anos de idade.

Forma de aplicação: individual.

Tempo do teste: 3 minutos, sendo 1 minuto para cada letra.

Correção: manual.
Aplicação
§ Instrução:
“Fale, durante um minuto, a maior quantidade de palavras que comecem com a
letra F. Vale qualquer palavra, menos nome de pessoas ou de cidades.”

§ Utilize o mesmo comando para as letras A e S.


§ O tempo de aplicação é de 1 minuto para cada letra.
§ O escore bruto (pontuação) é a quantidade total de palavras ditas nas três letras.
Normas para Correção
ü Normas contidas no Compêndio de Testes Psicológicos.

ü BR-Normas: https://ibneuro.shinyapps.io/BRNormas/
Correção
§ Exemplo:
Paciente: 16 anos e com 12 anos de escolaridade.
Pontos Média DP Escore-Z* Percentil Classificação
Fluência Verbal Fonêmica 19 40,5 10,7 -2,01 2 Deficitário
Interpretação
§ No teste de Fluência Verbal Fonêmica, que avalia a capacidade de planejar, organizar
e recuperar palavras foneticamente de forma rápida e eficiente, o paciente obteve
desempenho deficitário.
Prejuízos na Fluência Verbal Fonêmica
1. Lesões em áreas cerebrais responsáveis pela produção e/ou recuperação de palavras
fonologicamente relacionadas.

2. Doenças neurodegenerativas que afetam a memória fonológica, como a doença de


Alzheimer.

3. Transtornos de aprendizagem, como a dislexia, que afetam a capacidade de decodificar e


reconhecer sons e símbolos linguísticos.

4. Transtornos do espectro autista, que podem afetar a habilidade de produzir palavras


fonêmicas de forma rápida e fluente.
Teste dos Cinco
Pontos (5PT)
(Regard et al., 1982)
Teste dos Cinco Pontos
O que avalia: fluência motora e não verbal, como também percepção visual, inibição,
flexibilidade mental e planejamento.
Sensível na caracterização de transtornos do neurodesenvolvimento, transtornos
neurocognitivos e lesões cerebrais.
Público alvo: 12 a 92 anos.
Forma de aplicação: individual.
Tempo do teste: 3 minutos.
Correção: manual.
§ Mede a habilidade do indivíduo em gerar
múltiplos desenhos únicos dentro de um
determinado período de tempo, usando
uma configuração simétrica e idêntica de
cinco pontos.
Aplicação
§ Colocar uma folha de aplicação na frente do paciente.
§ Pedir ao paciente que produza, dentro de cada quadrado, desenhos únicos ligando, com
linhas retas, ao menos dois pontos.
§ Exemplificar, desenhando dois exemplos (nos dois primeiros quadrados com 5 pontos).
Orientar o paciente a não repetir esses exemplos.
Aplicação
§ Informar ao paciente que ele não deve usar linhas curvas, não deve repetir os mesmos
desenhos, e deve ter cuidado para que cada linha se conecte a um ponto, evitando que
as mesmas “caiam no vazio”.
Aplicação
§ Após as instruções, e não havendo mais dúvidas, acione o cronômetro (marque 3
minutos).

§ Passados 3 minutos, peça para o paciente parar.

§ Caso o paciente termine a primeira folha antes do término do tempo, entregue outra
o mais rápido possível. Certifique-se que a folha anterior esteja ao lado da folha
nova.
Normas para Correção
ü Normas contidas no Compêndio de Testes Psicológicos.

ü BR-Normas: https://ibneuro.shinyapps.io/BRNormas/
Correção
§ Conte todos os desenhos corretos (que sigam as regras descritas anteriormente).

§ Conte todas as perseverações (repetições).

§ Conte todos os erros não-perseverativos.

§ Cálculo da quantidade de desenhos únicos = Total - Perseverações - erros.

§ Cálculo das perseverações = (Perseverações x 100) / Desenhos únicos.


Correção
§ OBSERVAÇÃO:

ü A perseveração excessiva pode estar associada a dificuldades na flexibilidade cognitiva e no


controle inibitório, ou seja, o indivíduo pode ter dificuldade em abandonar uma resposta
anteriormente bem-sucedida, mesmo que não seja mais apropriada para a nova situação.

ü Esse comportamento pode ser interpretado como uma rigidez cognitiva, caracterizada pela
dificuldade em adaptar o comportamento e o pensamento de acordo com a demanda da
tarefa.
Correção
§ Exemplo:
Paciente: 30 anos e com 15 anos de escolaridade.
Normas do Compêndio Pontos Média DP Escore-Z* Percentil Classificação
Desenhos únicos 21 31,95 8,4 -1,30 10 Média Inferior
Número de Perseveração 2 1,39 1,8 0,34 63 Média

*Normas do Compêndio de Testes Psicológicos.


Correção
§ Exemplo:
Paciente: Homem de 30 anos e com 15 anos de escolaridade.

BR-Normas Pontos Escore-Z* Percentil Classificação


Desenhos únicos 21 -0,55 29 Média
Número de Perseveração 2 -0,61 27 Média
Interpretação
§ No teste dos Cinco Pontos, que avalia processos de fluência motora e não verbal, o
paciente alcançou desempenho médio.

§ O número de perseveração foi classificado como médio, o que denota capacidade de


inibir respostas automáticas e de mudar suas estratégias ao realizar o teste.

Ou

§ Obteve um percentual de respostas perseverativas baixo (9,52%), o que denota


capacidade de inibir respostas automáticas e de mudar suas estratégias ao realizar o
teste.
Prejuízos no Teste dos Cinco Pontos
1. Lesões cerebrais: podem afetar áreas específicas do cérebro e prejudicar a capacidade
de planejamento e organização, necessárias para gerar respostas rápidas e precisas.
2. Doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson, que pode afetar o controle
motor e a velocidade de processamento.
3. Transtornos psiquiátricos, como o transtorno bipolar e a esquizofrenia, que podem
afetar a fluência verbal e não verbal.
4. Transtornos do neurodesenvolvimento, como o transtorno do espectro autista, que
pode afetar a comunicação não verbal e a fluência motora.
5. Uso de substâncias psicoativas, como o álcool e as drogas, que podem afetar a
coordenação motora e a velocidade de processamento.
DÍGITOS
(Ordem Inversa)
(Subtestes da Bateria WISC-IV e WAIS-III)
Dígitos
O que avalia: memória auditiva de curto prazo, sequenciamento, atenção e concentração.

ü Ordem direta: aprendizagem por memorização, atenção, codificação e processamento


auditivo.

ü Ordem inversa: memória operacional, transformação de informações, agilidade mental e


imagens visuais e espaciais.

Público alvo: 6 anos e 0 meses a 16 anos e 11 meses (WISC-IV) e 16 a 89 anos (WAIS-III).

Forma de aplicação: individual.

Correção: manual e informatizada.


WISC-IV WAIS III
Aplicação
§ O examinador diz uma sequência de dígitos e pede ao paciente que repita a
sequência na mesma ordem (Ordem Direta) ou em ordem inversa (Ordem Inversa).
A sequência começa com dois dígitos e aumenta progressivamente.

§ O Dígitos Ordem Inversa costuma ser aplicado após o Dígitos Ordem Direta, quando
aplicados dentro da Bateria WISC-IV ou WAIS-III.

§ Será ensinado, nesta aula, apenas o Dígitos Ordem Inversa, pois ele avalia a memória
operacional, que faz parte das funções executivas.
Aplicação do Dígitos Ordem Inversa do teste WISC-IV
Tentativa 1 do Exemplo:
Após aplicar o Dígitos Ordem Direta, dizer:
“Agora eu vou dizer mais alguns números, mas desta vez, quando eu parar, eu quero que
você fale os números de trás para a frente. Se eu disser 8 - 2, o que você deverá dizer?”

ü Se o paciente acertar, dizer: “Isso mesmo” e passar para a Tentativa 2.


ü Se o paciente errar, dizer: “Não é bem isso. Eu disse 8 - 2. Então, para falar de trás para frente,
você deveria dizer 2 – 8. Vamos tentar outra vez: 8 – 2.”
ü Se o paciente acertar, dizer: “Isso mesmo” e passar para a Tentativa 2.
ü Se o paciente errar, dizer: “Não é bem isso. Eu disse 8 - 2. Então, para falar de trás para frente,
você deveria dizer 2 – 8. Vamos tentar outra vez: 8 – 2” e passar para a Tentativa 2.
Aplicação do Dígitos Ordem Inversa do teste WISC-IV
Tentativa 2 do Exemplo:
Após a Tentativa 1, dizer:
“Vamos tentar com estes números. Lembre-se: você deve dizer os números de trás para
frente: 5 - 6.”

ü Se o paciente acertar, dizer: “Isso mesmo” e passar para a Tentativa 1 do Item 1.


ü Se o paciente errar, dizer: “Não é bem isso. Eu disse 5 - 6. Então, para falar de trás para frente,
você deveria dizer 6 - 5. Vamos tentar outra vez: 5 - 6.”
ü Se o paciente acertar, dizer: “Isso mesmo” e passar para a Tentativa 1 do Item 1.
ü Se o paciente errar, dizer: “Não é bem isso. Eu disse 5 - 6. Então, para falar de trás para frente,
você deveria dizer 6 - 5” e passar para a Tentativa 1 do Item 1.
Aplicação do Dígitos Ordem Inversa do teste WISC-IV
§ Cada item possui duas tentativas.

§ A cada item, o examinador deve marcar a pontuação (0 ou 1) para cada tentativa, e


marcar a pontuação total do item (0, 1 ou 2).

§ O teste é interrompido após escore 0 nas duas tentativas do item.


Correção
Atribuição de pontos:

§ DIOI: soma dos escores de todos os itens (pontuação total).

§ UDIOI: número de dígitos repetidos corretamente na última tentativa de Dígitos


Ordem Inversa a receber 1 ponto.
Correção
§ Exemplo:
Paciente: 10 anos, 9 meses e 22 dias.
TESTE ESCORE BRUTO RESULTADO CLASSIFICAÇÃO

Dígitos (DG)* 14 Ponderado 10 Média


Dígitos Ordem Direta (DIOD)** 8 Ponderado 10 Média
WISC-IV Dígitos Ordem Inversa (DIOI)** 6 Ponderado 9 Média
UDIOD*** 5 Escore Z -0,45 (Percentil 33) Média
UDIOI*** 4 Escore Z 0,40 (Percentil 66) Média

*Dados da tabela A.1.15 do Manual.


** Dados da tabela A.8.5 do Manual.
*** Dados da tabela B.7 do Manual.
Interpretação

§ No subteste do WISC-IV, span de dígitos, ordem inversa; que avalia memória operacional
(habilidade de reter informações e manipulá-las para a realização de tarefas), o paciente
obteve resultado médio.
Prejuízos na Memória Operacional
1. Idade: a capacidade da memória operacional tende a diminuir à medida que as pessoas
envelhecem, devido a alterações no funcionamento do cérebro.
2. Estresse e Fadiga: tornam mais difícil para as pessoas se concentrarem e manterem as
informações em sua mente.
3. Ansiedade: pode sobrecarregar a capacidade da memória de trabalho.
4. Transtornos neurológicos e psiquiátricos: várias condições neurológicas e psiquiátricas, como a
doença de Alzheimer, o TDAH, o transtorno bipolar e a esquizofrenia.
5. Sono: a falta de sono ou a má qualidade do sono torna mais difícil para as pessoas se
concentrarem e lembrarem das informações.
6. Lesões cerebrais: traumas cerebrais, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e outras condições
neurológicas que afetam o córtex pré-frontal e outras áreas do cérebro que são importantes
para a memória operacional.
Symbol Digit Modalities Test
(SDMT)
Aaron Smith (1973)
SDMT
O que avalia: velocidade de processamento e atenção seletiva.

É uma tarefa de escaneamento e busca visual muito sensível a danos cerebrais e demências,
sendo um dos primeiros a detectar a presença de comprometimento cognitivo leve.

Público alvo: adultos.

Tipos e Formas de aplicação: SDMT versão Oral (individual) e SDMT versão Escrita (individual e
coletiva).

Tempo de aplicação: 90 segundos.

Correção: manual.
WISC-IV: Códigos A e B WAIS III: Códigos
Aplicação
§ O examinador entrega o teste para o paciente e fornece as seguintes instruções:

“Por favor, olhe para os quadrados que formam uma legenda no topo da página. Você pode ver que
cada quadrado, nesta linha superior, tem um símbolo diferente dentro. Agora, olhe para os quadrados na linha
logo abaixo dos símbolos. Cada quadrado tem um número de 1 a 9. Agora olhe para essas linhas com símbolos
(o examinador aponta para a linha com os símbolos do item de exemplo). Você pode notar que os quadrados de
cima contêm símbolos, mas os quadrados debaixo estão vazios. Eu preciso que você preencha cada quadrado
com um número, exatamente como eles aparecem no exemplo do topo da página. Por exemplo, se você olhar
para o primeiro símbolo e em seguida olhar para o exemplo, você irá perceber que o número 1 vai no primeiro
quadrado. Deste modo, você vai anotar o número 1 no primeiro quadrado. Agora, que número você deveria
colocar no segundo quadrado? Basta você dizer o número para mim (Número 5). Está certo. Portanto, você
deve anotar o número "5" no segundo quadrado. Esta é a ideia. Você deverá olhar o símbolo e depois
preencher cada um dos quadrados com os números correspondentes, segundo a legenda. Agora para praticar,
preencha o resto dos quadrados, até você chegar à linha dupla. Quando você chegar à linha dupla, pare!”
Aplicação
§ O examinador deve se certificar de que cada examinando compreendeu a tarefa. Quaisquer erros
cometidos nos 10 primeiros itens do treino, as respostas devem ser apontadas e corrigidas
imediatamente pelo examinando.

§ Em seguida, o examinador deve dar as seguintes instruções:

“Agora quando eu disser "Comece!" Escreva os números exatamente como você está
fazendo, só que o mais rápido que você puder até eu dizer "Pare!" Quando você chegar ao final da
primeira linha siga rapidamente para a próxima linha sem interromper, e assim por diante. Se você
errar, não apague, apenas escreva a resposta correta por cima. Repito, não apague porque você vai
perder tempo. Basta escrever a resposta correta sobre o seu erro. Não pule os quadrados e
trabalhe o mais rápido que você puder. Pronto? Comece!”

Exatamente 90 segundos após o início, o examinador diz: “Pare!!”


Correção
§ Exemplo:
Paciente: 29 anos.
Normas do Compêndio Pontos Média DP Escore-Z* Percentil Classificação
Velocidade de Processamento 65 52,43 8,43 1,49 93 Superior

*Normas do Compêndio de Testes Psicológicos.


Interpretação

§ No teste SDMT, que mensura a velocidade de processamento (habilidade de


processar uma informação rapidamente e sem erros), demonstrou desempenho
superior.
Prejuízos na Velocidade de Processamento
1. Comprometimento cognitivo leve (CCL).
2. Doença de Alzheimer e outras demências, que afetam várias funções cognitivas, incluindo a
velocidade de processamento.
3. Lesões cerebrais traumáticas, que podem afetar o processamento visual e motor.
4. Acidente vascular cerebral (AVC), que pode afetar várias áreas do cérebro, incluindo aquelas
envolvidas no processamento cognitivo.
5. Esclerose múltipla e outras doenças neurológicas, que afetam a comunicação neural e podem
causar déficits cognitivos.
6. Transtornos psiquiátricos, como depressão e ansiedade, que podem afetar o processamento
cognitivo, incluindo a velocidade de processamento.
7. Uso de drogas ou álcool, que podem afetar o funcionamento cognitivo em geral, incluindo a
velocidade de processamento
FIGURAS
COMPLEXAS
DE REY
Figuras Complexas de Rey
O que avalia: percepção visual (etapa de cópia), memória visual imediata (etapa de
reprodução da memória) e o planejamento e organização (etapa de cópia e reprodução
da cópia).

Público alvo: 5 a 88 anos (Forma A) e 4 a 7 anos (Forma B).

Forma de aplicação: individual.

Correção: manual.
Figuras Complexas de Rey
§ O planejamento e a organização são avaliados de forma qualitativa.
§ Como avaliar?
ü Estratégia utilizada: verificar se o paciente começa a desenhar a figura pelas partes maiores (Por
exemplo, as partes 2, 3, 4 e 5) e, em seguida, desenha as partes menores. Quando o paciente se
preocupa primeiro com o todo da figura, indica capacidade de planejamento. Por outro lado, se
o paciente começa a desenhar as partes menores da figura ou só o contorno e tem dificuldade
de integrar a figura como um todo, sugere dificuldade de planejamento.
ü Organização: verificar como o desenho está organizado, se o paciente respeita as proporções e a
disposição das partes da figura, é indicativo de capacidade de organização.
§ OBSERVAÇÃO: O paciente pode não apresentar capacidade de planejamento na etapa de cópia,
mas demonstrar essa habilidade na etapa de reprodução da figura.
Correção da Figura A
Exemplo de cópia Exemplo de reprodução de memória
Exemplo de cópia Exemplo de reprodução de memória
Exemplo de cópia Exemplo de reprodução de memória
Interpretação
§ No teste Figura de Rey, o paciente demonstrou capacidade de planejamento e organização
visto que, ao copiar a figura, preocupou-se com o todo da figura, procurando desenhar as
partes maiores e, em seguida as partes menores, além de ter respeitado as proporções e a
disposição das partes da figura.

Ou

§ No teste Figura de Rey, demonstrou menor capacidade de planejamento e organização, visto


que, ao copiar a figura, preocupou-se primeiro em desenhar partes menores, o que dificultou
manter as proporções e integrar a figura como um todo.
Prejuízos no Planejamento
1. Prejuízo no córtex pré-frontal: é uma região do cérebro responsável por diversas funções
executivas, incluindo o planejamento.
2. Prejuízo no lobo parietal: também está envolvido na função executiva, incluindo a habilidade
de integrar informações sensoriais e espaciais para planejar ações.
3. Transtornos neuropsiquiátricos: transtornos como TDAH, TEA e esquizofrenia podem afetar a
capacidade de planejamento, bem como outras funções cognitivas.
4. Traumatismo craniano: lesões cerebrais traumáticas podem afetar a função executiva,
incluindo a capacidade de planejamento.
5. Demência: doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzheimer, podem prejudicar a
capacidade de planejamento à medida que a doença progride.
6. Transtorno de aprendizagem: crianças com dificuldades de aprendizagem, como a dislexia,
também podem apresentar dificuldades na função executiva, incluindo o planejamento.

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