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FACULDADE DE TECNOLOGIA GAP

PÓS GRADUAÇÃO EM NEUROPSICOLOGIA

DÉBORA CARLA DE OLIVEIRA SANTOS

A PRÁTICA NA AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA NO DIAGNÓSTICO DO TDAH


EM ADULTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Especialização de Neuropsicologia da Faculdade
GAP em parceria educacional com o Núcleo de
Ensino e Pesquisa em Neurociências como parte
dos requisitos para a obtenção do título de
Especialista em Neuropsicologia.

Orientadora: Prof. Carolina Pompêo de Camargo


Palma
GOIÂNIA
2022

RESUMO

O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é classificado entre os transtornos do


neurodesenvolvimento, no qual apresenta sintomas persistentes e desadaptativos, tais como:
desatenção, hiperatividade e impulsividade. Sendo um transtorno do neurodesenvolvimento, seu
diagnóstico na fase adulta torna-se desafiador, tendo como um forte auxiliar para o diagnostico a
avaliação neuropsicológica. O estudo traz como objetivo analisar o diagnóstico do TDAH em adultos
através da avaliação neuropsicológica. E para tal, foi realizado um estudo descritivo e exploratório,
por meio de abordagem qualitativa, através do levantamento bibliográfico da literatura, onde os
achados foram selecionados nas bases de dados Scielo e Lilacs, através dos descritores: “TDAH”,
“adultos”, “avaliação neuropsicológica” e “diagnóstico”. Os resultados apontam que o TDAH é um
transtorno do neurodesenvolvimento, prevalente no sexo masculino, onde sua identificação dá-se na
infância, sendo desafiador seu diagnostico na fase adulta. Apresenta como principais sinais clínicos: a
impulsividade, desatenção e hiperatividade. Concluiu-se que a avaliação neuropsicológica através dos
testes auxiliam no diagnóstico do TDAH em adultos através da identificação dos sinais clínicos do
transtorno no indivíduo.

PALAVRAS CHAVES: Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade. Diagnóstico. Avaliação


Neuropsicológica. Adultos. Psicologia.
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INTRODUÇÃO

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), é definido como um


transtorno neurodesenvolvimento apresentado logo nos anos iniciais do indivíduo, com causas
multifatoriais, onde ocorre desequilíbrio dopaminérgico, um neurotransmissor produzido no cérebro,
que tem a função de estimular áreas do cérebro, como o córtex pré-frontal, inibindo a capacidade de
foco, memorização, impulsividade e resolutividade (COUTO et al., 2010; FELÍCIO, 2021).
A etiologia do TDAH é considerada multifatorial, genético e ambiental, onde as primeiras
observações desse transtorno foram no século XVIII por Alexander Crichton, um médico que
relacionou os sintomas observados como uma desatenção patológica, assim, o seu estudo
perdurou durante aproximadamente 200 anos através de diversos estudiosos, e no ano de 1990
a Associação Americana de Psiquiatria, por meio do diagnóstico de saúde mental (DSM III R)
correlacionou todas as manifestações clínicas e definiu-o como TDAH (CARVALHO et al.,
2022).
O DSM 5, classifica o TDAH como um transtorno do neurodesenvolvimento, que se
manifesta por sinais e sintomas: desatenção, hiperatividade e impulsividade (APA, 2013).
Nesse sentido, aponta-se que os sinais do transtorno são visualizados ainda na criança, e esses
podem perdurar até a fase adulta, porém, quando as manifestações do TDAH não são
identificadas na infância há uma dificuldade ainda maior em observá-las no adulto (BRITO;
BLANES, 2022).
No Brasil, não há critérios diagnósticos segundo a Classificação Internacional de Doenças
(CID) para os adultos, o CID 10 inclui o TDAH, e cita o diagnostico nos adultos que está entre os
Transtornos do Neurodesenvolvimento , ainda assim pode ser difícil já que os sintomas podem ser
confundidos com Transtornos de Ansiedade ou outros , a análise dos sintomas do transtorno nessa
população é discutível , visto que geralmente sua identificação se dá em prevalência na infância
(MATTOS, et al., 2006). A Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), aponta que o país
apresenta em torno de 2 milhões de indivíduos adultos com TDAH, e esse afeta a qualidade de vida
desses diante das manifestações severas do transtorno ( BRITO; BLANES, 2022).
Nos adultos as manifestações clínicas do transtorno são semelhantes aos da criança, todavia,
ocorrem de maneira mais atenuada, onde são apresentados: dificuldade em organizar o tempo, não
cumprimento das atividades no prazo estipulado e/ou realiza próximo a data, término de
relacionamentos de forma impulsiva, desvio de atenção com facilidade, interrupção da fala do outro,
irritabilidade, baixa autoestima, e não consegue administrar as emoções negativas (GONÇALVES;
PALOMA, 2022).
Diante disso, o referido estudo tem por interesse estudar sobre o diagnóstico do TDAH em
adultos através da avaliação neuropsicológica, tendo em vista que a análise dos sinais clínicos desse
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transtorno são mais observados no período da infância e/ou juventude, e quando presente na fase
adulta, há complexidade em reconhecer os sintomas, ou creem que se trata de uma falha de
personalidade. Assim, perante a dificuldade do reconhecimento do TDAH em adultos o estudo tem
como pergunta norteadora: de que maneira a avaliação neuropsicológica pode auxiliar no diagnóstico
doTDAH em adultos?

OBJETIVOS

Como objetivo geral, a pesquisa traz: analisar o diagnóstico do TDAH em adultos através da
avaliação neuropsicológica. E como específicos: descrever sobre o Transtorno do déficit de atenção e
hiperatividade; pontuar sobre as principais práticas da avaliação neuropsicológica do TDAH em
pacientes adultos; identificar como a avaliação neuropsicológica realiza o diagnóstico do TDAH.

METODOLOGIA

Para o desenvolvimento do referido artigo, realizou-se estudo descritivo e exploratório, por


meio de abordagem qualitativa, através do levantamento bibliográfico da literatura.
Os dados do estudo foram pesquisados nas bases de dados: Scientific Eletronic Library On-
line (SCIELO), e Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), com a
utilização dos seguintes descritores: “TDAH”, “adultos”, “neuropsicologia” e “diagnóstico”, com as
combinações: tdah AND diagnóstico, tdah AND diagnóstico AND adultos, tdah AND diagnóstico
AND neuropsicologia.
Os artigos foram separados através dos critérios de elegibilidade, sendo incluídos os que
estavam na língua portuguesa, com recorte temporal, entre os anos de 2017 a 2022, e relacionados o
problema de pesquisa. Assim, foram excluídos os artigos que não pontuavam sobre o diagnóstico do
TDAH em adultos.
A análise de dados foi realizada segundo a Análise de Conteúdo de Bardin, no qual
inicialmente se fez a separação dos artigos selecionados, logo após a exploração dos dados, e por fim a
interpretação dos achados para sua adequação nos capítulos da discussão. Refere-se ainda que os 6
textos separados foram mostrados no quadro 1 nos resultados, onde traz o nome do autor, ano de
publicação da obra, a metodologia do estudo, os objetivos, e as principais conclusões.

RESULTADOS

Após a busca dos artigos, foram encontrados 136 textos em sua totalidade, e selecionados 6
para análise que estavam correlacionados aos critérios de elegibilidade da referida pesquisa. Assim, os
textos separados foram detalhados no quadro 1 para melhor compreensão das informações obtidas.
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O quadro 1, apresenta a síntese dos estudos analisados, constando as respectivas informações:


autor e ano da obra, metodologia do estudo, objetivo e principais conclusões.

Quadro 1: Caracterização dos estudos selecionados para análise


AUTOR/ANO METODOLOGIA OBJETIVO PRINCIPAIS CONCLUSÕES
Entre os estudos a TCC foi a prática
Levantar as intervenções clínica mais escolhida para análise de
mais utilizadas em terapia adultos que apresentavam sinais
CARDOSO,
Revisão da literatura. cognitivo-comportamental clínicos do TDAH, sendo utilizados
2017.
para tratamento do TDAH para sua intervenção os eixos:
em adultos. psicoeducação, instrumentalização e
reestruturação cognitiva
Apresentar as definições e
sintomatologia
apresentadas no
transtorno em adultos, em O diagnóstico do TDAH na fase adulta
seguida os sintomas e sua é ainda conturbado, assim, busca-se
morfologia tendo em observar os principais sinais clínicos
SOBRAL, 2018. Revisão da literatura. atenção as funções que do transtorno nessa classe, onde a sua
são afetadas, em seguida, avaliação neuropsicológica é realizada
possivelmente, o perfil com emprego o de critérios , clínicos
neuropsicológico definidos pelo DSM 5 .
apresentado em adultos
com TDAH e finalmente
os tratamentos e terapias.
O TDAH na fase adulta, já se faz
conhecido cientificamente. Assim,
para identificar os sinais clínicos desse
transtorno nos adultos é preciso que
ocorra a entrevista clínica junto com os
familiares do paciente, buscando
Analisar os impactos do
RODRIGUES; observar a gravidade do
Revisão de literatura Transtorno do Déficit de
LIMA, 2021. comprometimento do indivíduo.
Atenção e Hiperatividade
Quanto ao tratamento daqueles com
(TDAH) na vida adulta
TDAH, infere-se o uso da terapia com
o uso da abordagem de Terapia
Cognitiva Comportamental que
possibilita a análise dos sinais clínicos
pelo profissional de psicologia.
Relatar um caso de
avaliação
A pesquisa trouxe um estudo de caso
neuropsicológica
realizado com um paciente com
conduzida junto a um
superdotação onde esse apresentava
adulto que resultou no
alto quociente de inteligência e déficit
diagnóstico de dupla
COSTA E nas habilidades emocionais, sendo
excepcionalidade
SILVA, et al., Estudo de caso único então analisado que o indivíduo pode
relacionada à presença de
2021. apresentar transtornos conjuntos que
Altas
podem dificultar na avaliação do
Habilidades/Superdotação
neuropsicólogo, sendo então preciso
(AH/SD) e Transtorno de
que seja feito uma análise concisa para
Déficit de
um correto diagnóstico.
Atenção/Hiperatividade
(TDAH).
OLIVEIRA, Revisão Narrativa da Conhecer os principais Os sinais e sintomas do TDAH mais
2022. literatura impactos dos sintomas do apresentados nos adultos envolvem o
TDAH no adulto. comprometimento funcional do
desempenho de suas tarefas cotidianas,
como: desorganização, falta de
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atenção, agressividades, procrastinação


e até desrespeito diante de atitudes
impulsivas.
É preciso que se observe os sinais do
Mostrar quão importante é TDAH ainda na infância, visto que a
SILVA; VALLE,
Revisão da literatura. o conhecimento sobre o sua manifestação na fase adulta é
2022.
TDAH dificultada e acarreta grandes prejuízos
na qualidade de vida do indivíduo.
Fonte: Elaborado pela autora, 2022.
Observou-se que dentre os artigos pesquisados, houve prevalência no ano de 2021 e 2022 com
duas publicações em cada ano.
Nota-se que os artigos selecionados trazem objetivos voltados para a análise dos sintomas do
TDAH em adultos e as intervenções psicoterapêuticas utilizadas diante do diagnóstico desse
transtorno. Sob esse viés, ressalta-se que os objetivos dos textos em sua maioria correlacionam-se ao
do referido estudo.
Dentre os textos, o dos autores Rodrigues e Lima (2021), Oliveira (2022), Cardoso (2017),
pontuavam sobre os sinais clínicos do TDAH em pacientes adultos. E dos autores Costa e Silva, et al.,
(2021), Silva e Valle (2022), e Sobral (2018), discutiam sobre a avaliação neuropsicológica diante do
diagnóstico do TDAH.

DISCUSSÃO

Segundo Oliveira (2022), o TDAH é um transtorno de neurodesenvolvimento manifestado


através de desatenção, impulsividade ou hiperatividade, sendo mais frequente no sexo masculino. Na
desatenção, o indivíduo apresenta a falta de capacidade de realizar tarefas. Na impulsividade, há
intromissão. Já na hiperatividade o indivíduo demonstra inquietação e dificuldade motora.
Silva (2010, p.8), corrobora dizendo que “o TDAH se caracteriza por três sintomas básicos:
desatenção, impulsividade e hiperatividade física e mental. Costuma se manifestar ainda na infância e
em cerca de 70% dos casos o transtorno continua na vida adulta”.
A etiologia do TDAH pode estar associada aos genes herdados do indivíduo, tal afirmativa foi
ressaltada no estudo de Oliveira (2022), apontando que os sintomas do transtorno oriundo da genética
podem aparecer na transição da infância para a fase adulta, além disso a presença de lesões e
deficiência nas conexões neuroquímica do cérebro favorecem a sua manifestação.
De acordo Silva e Valle (2022), a presença do TDAH aponta que o lobo pré-frontal, uma área
do córtex cerebral, não está funcionado dentro da normalidade, assim, o indivíduo manifesta sintomas
impulsivos, de desatenção e hiperatividade.

O TDAH é a expressão de um déficit central de inibição da atenção e impulsividade,


afetando consequentemente a memória. A desatenção deriva de uma disfunção
executiva, maioritariamente caracterizada pela dificuldade de controle inibitório. As
consequências desse processo inibitório deficitário seriam responsáveis pelas
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sintomatologias de baixa tolerância à espera, alta necessidade de recompensa


imediata, falta de um comportamento governado por regras, falha na previsão das
consequências e emissão de respostas rápidas, porém imprecisas (SOBRAL, 2018,
p.16).

As manifestações do TDAH podem aparecer devido à presença de alguns fatores de risco,


como: problemas gestacionais com problemas na atividade cerebral, baixo nível socioeconômico, e
histórico familiar (OLIVEIRA, 2022).
Os sintomas do TDAH podem causar prejuízos em diversos domínios na vida do adulto: vida
doméstica, trabalho ou ocupação, interações sociais, atividades comunitárias, atividades educacionais,
relacionamentos amorosos ou atividades conjugais, manejo do dinheiro, condução de veículos,
atividades de lazer, responsabilidades diárias (OLIVEIRA, 2022, p.38).
Cardoso (2017), diz que os adultos com diagnóstico de TDAH têm um histórico de fracassos e
desistência desde a sua infância e juventude, e apresentam distração, impulsividade, pensamentos
negativos, e tendem a evitar situações que podem levar a possíveis erros, esforços e frustrações. Na
fase adulta, os sintomas do TDAH correspondem ao amadurecimento do indivíduo, assim, as
manifestações derivam da impulsividade, desatenção e hiperatividade no relacionamento amoroso,
ambiente de trabalho e vida social (SILVA; VALLE, 2022).
“O TDAH não é adquirido com o tempo, já nasce com o indivíduo e uma observação a ser
feita é que o transtorno não desaparece na vida adulta, o que sucede é que a pessoa adulta consegue
controlar seus impulsos, algo que não acontece na infância” (SILVA; VALLE, 2022, p.5).
Na infância os sinais clínicos do TDAH mais evidentes são a hiperatividade e a impulsividade.
Na fase adulta esses sintomas são apresentados como dificuldade manter relacionamentos
interpessoais pela impulsividade, e dificuldade em memorizar atividades que precisa ser
desempenhada em virtude da desatenção. Pondera-se que para o diagnóstico do TDAH em adultos, o
CID-10 traz que o indivíduo precisa apresentar as seguintes manifestações clínicas: impulsividade,
hiperatividade e desatenção (SOBRAL, 2018).
Costa e Silva et al (2021), trazem em seu estudo sobre a similaridade dos sinais clínicos do
TDAH com a superdotação, onde esses apresentam: fala acelerada, comportamento impulsivo,
hiperatividade e queixas comportamentais. Nesse sentido há de ser realizado a análise das queixas do
indivíduo para se observar se os critérios averiguados são do TDAH ou da superdotação. Diante da
afirmativa das informações supracitadas, os autores relatam sobre uma avaliação neuropsicológica
realizada com um adulto que apresentava sintomas do TDAH e da superdotação, no qual o paciente
relatou o seu comportamento durante a infância, porém, a identificação foi realizada de forma tardia.
Foi pontuado que o diagnóstico demorado levou a ocorrência de problemas emocionais, como a
ansiedade e sintomas depressivos, que impactou em sua qualidade de vida.
Sobral (2018), aponta em sua pesquisa que o diagnóstico do TDAH em adultos é mais difícil,
haja vista que os seus sintomas são mais expressivos na infância, contudo, a avaliação
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neuropsicológica mostra-se uma ferramenta essencial nesse viés, à medida que o profissional pode
examinar às potenciais dificuldades do indivíduo adulto correlacionando com os critérios diagnósticos
do TDAH, sobretudo quando se apresenta impulsividade e hiperatividade.
Para o diagnóstico do TDAH em adultos, a Associação Brasileira do Déficit de Atenção,
elucida sobre a utilização da escala ASRS-18 (Adult Self-Report Scale), baseada em um questionário
usado para identificar sintomas primários do TDAH em indivíduos adultos tendo como base o DSM-
IV, composto por duas partes, sendo: a parte A, que investiga os sinais associados à desatenção; e a B,
que aponta itens voltados para a hiperatividade-impulsividade (ABDA, 2017). Matos et al (2006),
ressaltam que embora a análise do transtorno seja difícil nos adultos, o uso do questionário ASRS por
meio dos seus critérios definidos ajudam no seu diagnóstico.
Abreu et al (2016), dizem que para averiguar a presença de sinais clínicos do TDAH
no indivíduo adulto são realizadas baterias neuropsicológicas para diferenciar aqueles que tem
o transtorno dos que não sinalizam sintomas, assim, a avaliação neuropsicológica é realizada
através de testes e analise clinica que permitem a investigação de distúrbios que
comprometem a integridade cerebral dos pacientes, tais como: o Teste de Atenção Visual –
TAVIS IV, que avalia a atenção seletiva visual por meio de estímulos distratores; o teste de
fluência verbal, averiguando a capacidade de memorização e expressão verbal por meio das
palavras; a torre de Londres e Hanói, que possibilitam a observação da capacidade de
planejamento naqueles com comprometimento cognitivo.
Sobral (2018), traz que a psicoterapia pode ser realizada em adultos diagnosticados com
TDAH buscando a regulação dos sintomas, nesse sentido, o estudo menciona sobre o uso da auto-
regulação de Barkley para melhorar a qualidade de vida do indivíduo com o transtorno, onde esse
trabalha em torno da estimulação cognitiva, inibição de comportamentos indesejados, e melhora da
atenção.
Oliveira (2022), aponta que o tratamento psicoterapêutico para o TDAH, pode ser realizado
por meio da abordagem da Terapia Cognitiva Comportamental (TCC), onde essa por meio da
observação das manifestações clínicas do transtorno busca realizar o estímulo cognitivo, e trabalhar os
efeitos dos sintomas sobre o comportamento do indivíduo.
Corroborando com Oliveira (2022), o autor Sobral (2018) traz em seu estudo que a TCC como
prática clínica para o tratamento do transtorno se mostra eficaz, visto que por meio da identificação
dos sinais clínicos do TDAH no indivíduo por meio dos sentimentos, pensamentos e comportamento,
busca-se assim traçar um plano psicoterapêutico diante do diagnóstico do TDAH no indivíduo adulto.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento oriundo de problemas no lobo pré-frontal


do cérebro, genético ou fatores de risco que contribuem para as manifestações dos sintomas nos
indivíduos, tendo como principais sinais a impulsividade, desatenção e hiperatividade. Sua
identificação dá-se comumente na infância, porém, há de se observar a presença dos seus sintomas nos
adultos, por meio do reflexo dos sinais no seu comportamento diário, no trabalho, e nas relações
sociais.
Viu-se nos estudos que os sinais clínicos que sinalizam a presença do TDAH são a
impulsividade, desatenção e hiperatividade, sendo ainda pontuado sobre a importância da sua análise
nos indivíduos devido à similaridade com outros transtornos, a exemplo da superdotação. Nesse
interim, menciona-se ainda sobre o tratamento psicoterapêutico realizado com aqueles com o
transtorno, sendo ressaltado sobre a realização da TCC e da autoregulação de Barkley para diagnóstico
do transtorno por meio da identificação dos sintomas e consequente realização do plano
psicoterapêutico para melhoria da qualidade de vida daqueles diagnosticado com o TDAH.

Infere-se que o estudo demonstrou com base na literatura as manifestações clínicas do TDAH
em adultos, e o diagnóstico do transtorno por meio dos sintomas apresentados, contribuindo como
base de estudos para futuras discussões em torno do assunto. Menciona-se ainda sobre a carência de
pesquisa do TDAH voltada a classe adulta.

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