Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
o
^^ /
¦'im .i
von ja
Nem os Compadres de Lisboa , Rio, ott grande, « eommtim interesse: mas en
Belém, nem todos o» Sacristães da Monarquia deixar circunlocuçóes , e figuras , ipara fallar
Portuguesa", serião bastante para me fazerem re. com clareza , e precisão, pois necessito muito
tratar a prolestaçáo que eu ...tinha feito de não que todos me eutendáo.
me arriscar, a escrever, ÇHiáquanto náo visse a Quapdo Sua Magestade El Rei -ahio deste
certeza .de '-iêr lido com imparcialidade , oa jul- Reino, era tal o estado de alvoroço , perple-
gado com indulgência : mas. o que náo íizeráo xidade , e confusão , que resultavão da manei-
nem Sacristães , nem Compadres, nem «todos os ra com que esta mudança se effectnava , que
acontecimentos nesta Cidade , desde Outubro do todos os homens sisudos reconheciáo que já desde
auno passado até agora , vai hoje effectuar a 7 de Março nada se fazia debaixo de hum
circulação das noticias que acabáo de chegar de sjsiema fixo, e concertado de Gabinete: o* ma-
Portugal. nejos que tiveráo lugar nos princípios , e meado
.J.JSU desejaria poder agora convidar tanto o de Abril , para o estabelecimento do GovefBo
Filho, do Compadre do Rio de Janeiro , como que devia substituir o de Sua Magestade , mos-
o Amigo Saevistáo , par» •?-,« ajudarem «om o 4j»ráo evidentemente que nada havia de preme-
vem desempenho a- safar-me bem dg^taréfa em ditado ,- que se lançava mão do pensamento do
"ijSgji,
qus, me vou metter ; mas como Alliança» Üía ,• e que o excesso de boafé em huus , e o
he mais o tempo qne se perde do:<*ae aquelle extremo de odiosa intriga em outros , tinhão
'^tau- isnbstituido as vezes da firmeza, e do tino. No
que se ganha, e como eu desejo anticipaf
lo possa , as disposi ções, que necessariamente firo de tudo sobreveio o malfadado dia 22 de
deverão preceder a factura da Coveriuuqa fu- ifL-bril, que acabando de encher tudo de terror,
tnra do llio de Janeiro ^wt isso mo abandona-, % desconfiança i acabava lambem de tirar a m,
rei &-0m. mesmo i e.'àél-mens.'liqnerios re- *_ » „„ii.íi:j«^. deyàciocmar; bem como as
r^JKpgHaoi.
'% I atrocHades dt^Paris de líí)2,e 170»^ que m
Por pijptisiqócs. das Cortes Geraes, ..e Ex- aturdindo o«^|res Parisienses ., eráo sú «aten-
traordinarias da' Nação Portugnezá está final^ didas pelo RobMpieirc que as dirigia.
mente decidido, dia a Fama Publica, que as' Eta impossível que na resolução ein que
Pessoas Reaes aqui exisientes tem de se ir ti.-a t Sua Magestade estava de deixar o Paiz , e na
resultava dò golpe do
para Portugal , siibsüt«iodo-se a Regência de consternação Geral que alguma deliberação
Sua Alícza Real pela Governança Política dia 22, se podesse tointr-;
creada. pelo modelo da de Pernambuco , ficando que náo fosse insufficiente para a nossa posição
exlinctas Tribunaes;»V.« mais Smralacros de Au- melindrosa: Sua Mage8tade.„noineon Regente o
thoridaile Regio Política , qne haviáo* sidij crea- Senhor Príncipe Real, e cíelW: quatro Ministros
dos por Sua Magestade , ou pára melhor dizer pura as repartições , bem aí fórma do antigo
algum. Náo havia
pela natureza da Emigração de 1807 , e do quadro, sem mais açpssorio náo,lastimasse com
Quadro que o Mundo Político oíFerccia então hum só homem de beir» que
de Sua Al-
aos olhos de todo o homem de tac|», fino , e profunda dòr , e magoa a situaçfl
despido de prejuisi*. teza Real , qà* coutando apenas vinte e dou»
Pr- _ a
t\ An„tíi,,r. a áv\*i*ni>\a A:t» tt»ÍWimlr!*, DíttÉfr- anuos, se via rodeado de cousas
il'.l llliiuutl ** t.»igii«vin »*W »' ¦'~JtSVKKi
que nao per-
«içóes do Soberano Congresso , poder-se-ha de- initliáo esperar-se ásíesurreiçáo de força moral,
I
duzir; qu? fica. evidente a dnecção da torça nem a possibilidade de sustar por hum momento
di-
Moral da Constituição a respeito do Rrasil ; a opinião publica, para depois lhe dar fina
todiiíj as vistas políticas de D. Luiz da rtoeçãü : entregue por hum íad ás especulações
qne, outro
Cunha , « do Marquez de Pombal eriío sonhos, ociosas do Conde dos A rcos , e receoso por
e ociosidade.» que - , as ti rim do Pacto Soi;al , <k convulçoes dos Corpos de Portugal qne le-
e o dcavjo de melhorar a, Constituições, e Go- Hiatos, pela maior boa fé da niauuteiiçáo da
vorsios de Paizes .«'.«Jr-ra disppB»*f *íugacidcde Constituirão, ã involuntária, mas miserrima ,
: profunda. CQmbiBítçBS iist. reuiimo execuçáo das barbaridade* do dia 22, não ti-
So»'iuteaiuses dc dlgcrentea Povw.era Imin »í nlmo agora outro expediente a tomar s itnào
:s»' ,•% S&tÊcSmSrSBlSmmP
•-
Republicano por que jâ Bino ha Gregos, nem ros rle taes gentes: Veremos a França ma! tu-
Komanos ; eu que fui educado á sombra da rada de chagas que se fecharão com a força e
Miigtia Charla , e do Biil dos Direilos do Ho- não cotn o tempo, e cuja nova irrupção tem
iiicm ; eu que me rcgosijei quando vi qne oí só por obstáculo a vida de hum homem ás bor-
de ?A de das da sepultura: Notaremos a Casa de Aus-
primeiros beneméritos da Pátria ,
Agosto, tratavão ele levantar a Monarquia das iria , e seu Gabinete eom prospeclo (le liilura
riiinas que a hiáo eiilerrando; não posso enca- influencia em França, mediante os manejos qne
rar sem siimmo receio a quasi impossibilidade iiie poderão offerecer paia o futuro os direilos
de concertar tantas, e tão divergentes couside- do Duque de Reiehstadt: Notaremos a possibi-
rações, húmus políticas , outras coustitucionaes, lidade de Guerras de Successáo , novas pura
e a maior parle dellas uatnraes. nós , mas velhas na Historia : Veremos , ou
Oh vós Illustres Varões que hoje consti- para melhor dizer , passaremos por alto tudo
ttíís a primeira. Assemblea da Nação Porlu- quanto a Hespanha nos offerece, por isso que
gueza nestes derradeiros Séculos ! t, vos mui nada queremos apprender delia , e mui especial,
's
especialmente oh Deputados ,1o liio de Janeiro I mente assim no Artigo America s:: Acharemos
que melhor <iv. que eu podereis para o futuro a primeira, e segunda Época cm que , n"hum
explicar ao Povo que vos elegeo , os molhos só Século , Portugal 1cve de projectitr o seu
' assento uo Brazil , e marcaremos cm grande ai-
do vosso silencio , ou quasi silencio perdoai
vos pe.;o , o excesso de zelo com que vos apre- garismo a terceira vez de tal projecio; vez em
sento as minhas ideas solire a difficuldade que elle se vio constrangido a eüecttialo: Cou-
de unir convenientemente os interesses tle Ho- templaremos finalmente, e em resumo, a silua-
I meus , e cousas , que disiáo tanto entre si, ção tio Brasil , que como Paiz novo offerece
-, e também sobre todas as probabilidades de suecesso aos nossos
quer mora! , quer fisicamente
a urgente precisão en: que vos achais de pôr Legisladores , se esles desapegando-se da luta
em actividade dous grandes dados , a saber , a de reconciliação de cousas velhas com cousas
Força aMoral da Constituição , e a sagaz poli- novas, se dignarem meditar profundamente na
tica de dar com aiiticipaçáo o que brevemente solução contheuda uo Capitulo detimo do Li-
se não poderá negar -, a saber , a residência vro segundo do Contracto Sócia: acerca das
nesíe Hemisfério dei dous Poderes Legislativo , qualidades que se requerem em lntíi Paiz para
e Executivo: Dignai-vos lambem convir que o se legislar com vantagem : De tnlo tiraremos
melhor , talvez único . liador interino da per- por conclusão ; que hum Paiz brando , doce,
feita união dos dois Hemisférios , e o ramo de favorecido por extremo da natureza, ao abrigo
oliveira de todo o Brasil será a conservação da ambição, ou ciúme de vesinhos, oecupando
neste Reino dos Príncipes Brazileiros. huma extensa , e proveitosa Cosia de duas du-
Mas , pergunto en : o que he que n()s ziits dc gráos , e hum terreno feríl , he mui-
convém fazer aqui no momento em que se trata to mais próprio para prometter tr,.7 Séculos de
de huma nova forma de Governança, e da re- felicidade àionarcho-Constituciotial , do que hu-
tirada, daquella parle da Família Real , qne por ma nesga da Europa, que não pole dar hum
huma necessária política aqui havia ficado ? passo na influencia Europea se não mediante a
Que recursos licilos temos nos para nos des- «ua integridade do Brazil , a qual ainda assim
viarmos de males que nas ameaçou , sem com- mesmo nunca será sufficiente para obstar a de-
prometler nossa Fé jurada . sem praguejarmos ciditla ambição dos Belligerantes, para o que
a taciturnidade dos nossos cinco Constituídos, veja-se. a oecupação de Portugal em 1807 ,
ou sem nos reduzirmos a hum manhoso , ou a pesar de Talleyrand ter declarado a Napoleon ,
cobarde silencio? Temos, temos hum expediente, que à Corte Portugueza tie certo náo se demo-
e bem poderoso que elle he ! abriremos os Re- ratia para fazer as honras da caza ; exemplo
gistos da Europa, e coin elles. nos upr.yientare- esle que a verificar-se novameute em qualquer
mos perante nosso Soberano Senado em Cortes, futuro rompi meu to político com Cações Estran-
e folhearemos algumas das mais importantes pa- geiras, ou ainda mesmo em virtude de algu-
gírias do seu destino: faremos ver nellas afine- ma procissão appaiaiosa da -Arca da Santa Al-
tua ção . dás cousas hniiianas , e a vicissitude liança , poderia trazer para este Hemisfério
ilo grandes crises políticas em nossos dias: ob- empecilhos ¦ e riscos dc invalidar a nossa santa
servaremos que a Europa repurtiòa em quatro, Constituição , que , pelo. estado das cousas aqui ,
on cinco grandes interesses . que se chocáo pc- deve necessariamente levar mais tempo a tomas
riodicameiile , pr«dusindo convnlçóes , e irrup- consistência do que etn Poilugal , e isto ainda
ções, offerece de Século em Século, ou ainda mais assim se tal segunda emigração tivesse
mesmo de Geração em Geração , a invasão , de ter o cunho de gcceleraçáo da de 1 SO7.
ou aniquilação dos difiorentes interesses . oc l!'.s- Com estes, e outros ponios de reflexão,
'
lados pequenos, que deriváo mais ou menos dos que huma penna mais hábil poderia desenhai
grandes: Veremos a Polônia . a Bélgica , a Nome- melhor , convidaremos também nossos Constitui-
segun- dos do Collegio Eleitoral, « lhes diremos: Ci-
ga . Gênova Nápoles Ioda:: com primeiro,
do , e algumas até com terceiro Tomo de Par- dadáos Eleitores ! vós que reunia a Palma do
íilbií sem Testamento . e i.-io no curto espaço Martírio a Sapiência' dos Confessores da Cons-
de quarenta hunos : Veremos a gigantesca po- tittiiçáo ! vos que em observância dos vossos
litica do Gabinete Tartaro-Europeo sem que .ios importantes deveres tendes de '.os convocar no-
meio dia , vãmente para ver arrancar-vos imm uovo sucri-
possamos lisonjear que oa Povos do
por inliilí-s vezes ititiundados de Tailaroa , se- ficio I medi com circunspecção a latitude desle
jáo auíSeieato pura repelir as^asma! vifldoa- íey.;udo sttaükio: Examinai até que ponto vu#
4]
auforisáo os vossos Poderes para remediar os em vós a incnlpfiçlo que se poderá fazer doa
males de huma immensa distancia , qi:e vos dic- resultados de infelizes combinações , formada»
ta 'Miuin novo immedialo recurso ao Soberano em momentos do dificuldades políticas; inculpa-
Congresso: estendei vossas vistas, e penetrai os ção , que no meu modo de ver as cousas, se
Íntimos recantos do coraçáo do Homem : e ve- deve sempre dirigir a nós, e náo aos Portugue-
reis que a pesar tir, profunda magoa que aflligio zes do Heiiiisfeng velho ; que por isso mesmo
nossos corações em .Abril deste anno , a pesai- que se achão longe ilo tabulado , terão direito
de iodas as considerações que delia deriváo , de criminar , on nosso manhoso silencio , ou a
ejiisíe hum Laço apertado que une mui singu- nossa roiseiavel indillereuça á vista de males
larmenie o Povo do Brasil com a pane da Dy- dos quaes lemos obrigação de ser relatores pe-
nastia Reinante que aqui nasceu : Vede que á raule o Soberano Congresso!
dissolução deste Laço eslá auuexa a conimi- Eu nao poderia terminar este meu insigni-
naçáo profetisada pelo Abbade De Pratít a res- ficante trabalho, sem protestar á lace de todos,
-,
ptilo da America Portngueza profecia esfa que que na publicidade qne ora dou a estes ineiig
em uiiilíi se torna suspeita , pois que o Escnp- sentimentos, não exisle outro alvo uiais do que
tor alem de anticipar-se annos, náo podia ler, provocar a aualyse . e a critica justa de toda
razoavelmente fadando, empenho em nos preta- a casta de Cidadãos, Proprietários, Gentes de
ver contra hum futuro que nem elle , nem nós Guerra. Diplomatas. Legislas, Commerciautes,
julgávamos provável, e talvez nem possível; Lavradores, Artistas, e de todos os que aqui
Representai com airosa eneigia sobre Indo o qtiti compõem a grande família de Homens Livres ,
v,»s parecer digno de nlterior reflexão . c refor a cuja censura prompfamenle me submeterei;
ma; escrevei uobre , e sublimemente para con- consignando lanto os meus sentimentos como o
vidar as opiniões de todos a manifestarem-se criticismo dos outros a consideração do Collegio
por meio da Imprensa .- levai finalmente os fru:- de Eleitores.
tos dos vossos primeiros trabalhos com a mai ir Por lauto cumpre-me declarar , e protestar
brevidade ao conhecimento do Soberano Cougre<- á face de todos os que me lerem . ipie só a pro-
so, e já aqui á informação do Príncipe liegen- fui) a persuasão rui que me deixão os Retrospectos
te , que corio Príncipe., e Pai deveu ler já políticos dos nossos visinhos Hespanhnea , e os
reconhecido o meliudre de sua situação , e qne Prospeclos presentes , e futuros das cousas do
a sua Fé jurada longe de o dispensar como P,,- Império Portuguez nos dous Hemisférios , serião
lilieo . on «uno Pai , dc retlectir seriamente suficientes paru me deseucovar de hum silencio
sob.e a futura sorte tio Brasil , antes lhe im- a que por alguns annos me havia consignado
põe o rigoroso dever de afastar os máos effeitos hum ia! ou qual conhecimento tios Homens, ou
de huma excessiva , e literal religiosidade. talvez, a minha insuficiência ; aliegando por tanto
Oh Diti 26 de Fevereiro! Dia em que o em meu abou,; a obiigaçáo que todos temos de
.Brasil jurou cooperar em tudo , e por ludo evitar, quanto de nós dependa , a comminaçáo
para a grande obra .da santa Constitniçèo! náo de Mr. Ronsseau: —Quando se diz á cerca dos
consenti ja mais que a ignorância , ou malícia Negócios do Esiado ss
que me imporia ? k deve-se
de contemporâneos , ou vindouros procure knçar coutar que o Estado está
perdido, —
O Redactor ao Publico.
Não me permitlindo nem minhas oecupaçóes, nem minhas circunstancias domesticas tomar,
alem do trabalho da redacçáo , cargo algum ua administração da Folha (jue respeitosamente me
propui. offerecer a quem n.e quizer ler , tenho a honra de prevenir todos os Senhores que qui-
zerem favorecer a obra cem sua leitura , se hajáo de dirigir aos Síírs. Moreira
, e Garcez na
sua Officiua na Rua da Candelária, N.° 9. esquina da dos Pescadores;
porisso
se achão plenamente authorisados para tratar de Iodos os ofajeclos de sua impressão que eHes Sfírs.
, direcçao,
e percepção de rendimentos , cujo liquido se adjudicará a fins de Caridade Christá
. e utilidade
publica , como constará periodicamente par títulos irrefragaveis ; restando-me poitaoto declarar,
que náo permittiodo ainda o .estada da Typographia dos precitados Súrs. afiançar a sabida regular
de nlteriores trabalhos, serão esles aimmiciados em seu devido tempo-, sendo esla,
entre outras,
huma ciuisa de se evitar lazer p.,r ora Piano algum de Subscrijçáo. veutler-se-hão
portanto avnl-
«os os I. umeroí, á descripçáo dos Proprietário» da reísrida Typographia, e bem nu sentido
acima
apontado.
Os Editoiiks ao Publico,
A venda desta Folha se fará ua Rotica de Anlonio Joaquim da Silva Garcez , Ha» dos Pwc*.
dores N. 6 esquina da da Candelária ,
preço 120 réis.
*•