Você está na página 1de 47

RESOLUÇÃO

Conhecimentos Básicos

CP-CEM/2015

Marinha do Brasil
2

Estrutura da prova, de acordo com o edital

CLIQUE AQUI PARA ABRIR A PROVA


3

QUESTÃO 1
𝒙𝟐
A derivada de 𝒇 𝒙 = 𝒆𝒔𝒆𝒏 é a função 𝒇′ 𝒙 igual a?

 Para resolver essa derivada devemos utilizar a regra da


cadeia, pois temos uma função composta.
 A regra da cadeia afirma que a derivada de uma função
composta 𝑦 = 𝑓(𝑔 𝑥 ) será 𝑦 ′ = 𝑓 ′ 𝑔 𝑥 . 𝑔′ (𝑥)

Na prática, podemos separar o método em dois passos:

1 – Identificar quantas funções existem na composição;


2 – Derivar de “fora para dentro”;

𝑥2
 Na função 𝑓 𝑥 = 𝑒 𝑠𝑒𝑛 , podemos identificar 3 funções
primitivas:

1 - 𝑒𝑥

2 - 𝑠𝑒𝑛 𝑥

3 - 𝑥2

 Aplicando o segundo passo do método, temos que a


derivada de 𝑓 𝑥 será:
𝑥2
𝑓 ′ 𝑥 = 𝑒 𝑠𝑒𝑛 . cos 𝑥 2 . 2. 𝑥

Derivada da função
“mais de fora”: Derivada da função
Derivada da função “do
“mais de dentro”:
meio”:
(𝑒 𝑥 )′ = 𝑒 𝑥
𝑥2 ′
= 2. 𝑥
sin(𝑥) ′ = cos(𝑥)
4

 Caso queira resolver mais questões para entender melhor a


regra, os links abaixo são interessantes:

 Um site totalmente gratuito e muito bom para resolver


integrais e derivadas:
5

QUESTÃO 2
𝝅
Seja 𝒙𝒐 o ponto do intervalo 𝟎, tal que 𝐜𝐨𝐬 𝒙𝒐 = 𝒙𝒐 . Sendo
𝟐
𝒙𝒐
assim, o valor de 𝟎
𝒕. 𝒔𝒆𝒏 𝒕 . 𝒅𝒕 é:

 Para resolver essa integral devemos utilizar uma técnica


específica de integração.
 As principais técnicas são: por PARTES e por SUBSTITUIÇÃO.

Como saber qual delas utilizar?

A experiência adquirida com a resolução de exercícios é


que vai dizer qual o melhor método a seguir, mas uma dica
é:

 Caso você consiga enxergar um termo na função que


derivando irá resultar em outro termo presente na função,
o método da SUBSTITUIÇÃO geralmente será a melhor
alternativa.
 Por exemplo, na seguinte integral:
𝑥. 𝑐𝑜𝑠 𝑥 2 + 3 𝑑𝑥
Percebemos que se definirmos:
𝑢 = 2. 𝑥 2 + 3
Teremos:
𝑑𝑢 = 4. 𝑥. 𝑑𝑥
E, como apareceu o termo 𝑥. 𝑑𝑥 nessa expressão, que
também está presente em nossa integral, poderemos dar
sequência nesse método.

 Na integral da questão, podemos ver que a derivada de


nenhum termo resultará em outro termo presente na
6

função. Portanto, devemos utilizar o método da integração


por PARTES.

BREVE EXPLICAÇÃO DO MÉTODO:

O objetivo de utilizar essa técnica é transformar uma


integral desconhecida em uma das integrais padrões que
sabemos calcular.
 Dada uma integral da seguinte forma:
𝑓 𝑥 . 𝑔(𝑥). 𝑑𝑥
Podemos reescrevê-la como:
𝑢. 𝑑𝑣
E que pode ser calculada pela seguinte expressão:
𝑢. 𝑑𝑣 = 𝑢. 𝑣 − 𝑣. 𝑑𝑢
Basta, então, definir quem serão os seguintes termos:
 𝑢
 𝑑𝑣
Calcular:

 𝑣
 𝑑𝑢

E, por fim, substituir na expressão e resolver a integral.


7
𝑥𝑜
 A integral da questão é 0
𝑡. 𝑠𝑒𝑛 𝑡 . 𝑑𝑡

COMO DEFINIR QUAL TERMO SERÁ 𝑢 E QUAL SERÁ 𝑑𝑣 ?

Para isso, podemos utilizar a seguinte regra:

Escolheremos quem será o 𝑢 na seguinte ordem de


prioridade:

1. Logaratmicas
2. Inversa de Trigonométrica
3. Aritméticas ou Algébricas
4. Trigonométricas
5. Exponenciais

Que formam o acrônimo LIATE. Isso significa que, por


exemplo, se na integral tiver uma função logaritmica e uma
trigonométrica, definiremos como 𝑢 a função logarítmica.

 Com base nisso, faremos a seguinte definição:


𝑥𝑜
0
𝑡. 𝑠𝑒𝑛 𝑡 . 𝑑𝑡

𝑢=𝑡
𝑑𝑣 = 𝑠𝑒𝑛 𝑡 . 𝑑𝑡

 O próximo passo é calcular 𝑣 e 𝑑𝑢:

Derivando os dois lados da equação


𝑢=𝑡 𝑑𝑢 = 𝑑𝑡
Integrando os dois lados da equação
𝑑𝑣 = 𝑠𝑒𝑛 𝑡 . 𝑑𝑡 𝑣 = − cos t
8

 Substituindo os valores encontrados na fórmula geral:

𝑢. 𝑑𝑣 = 𝑢. 𝑣 − 𝑣. 𝑑𝑢

 Temos que:

𝑥𝑜
𝑥𝑜
𝑥𝑜
𝑡. 𝑠𝑒𝑛 𝑡 . 𝑑𝑡 = 𝑡. (− cos 𝑡 ) − −cos 𝑡 . 𝑑𝑡
0 0
0

 Substituindo os limites de integração e sabendo que


cos 𝑡 . 𝑑𝑡 = 𝑠𝑒𝑛(𝑡), chegamos na seguinte expressão:

𝑥𝑜
0
𝑡. 𝑠𝑒𝑛 𝑡 . 𝑑𝑡 = −𝑥𝑜 . cos 𝑥𝑜 + 0. cos 0 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑜 − 𝑠𝑒𝑛(0)

0 0
𝑥𝑜
𝑡. 𝑠𝑒𝑛 𝑡 . 𝑑𝑡 = −𝑥𝑜 . cos 𝑥𝑜 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑜
0

 Como foi dado na questão que cos 𝑥𝑜 = 𝑥𝑜 , podemos


reescrever o resultado da seguinte forma:

𝑥𝑜
𝑡. 𝑠𝑒𝑛 𝑡 . 𝑑𝑡 = −𝑥𝑜 . 𝑥𝑜 + 𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑜
0

Utilizamos a identidade trigonométrica 𝑠𝑒𝑛2 𝑥 + 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥 = 1


para deixarmos a expressão em função somente de 𝑥𝑜

𝑠𝑒𝑛2 𝑥𝑜 = 1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥𝑜
9

𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑜 = 1 − 𝑐𝑜𝑠 2 𝑥𝑜

𝑥𝑜 2

 Portanto, a resposta final é:

𝑥𝑜
0
𝑡. 𝑠𝑒𝑛 𝑡 . 𝑑𝑡 = −𝑥𝑜 2 + 1 − 𝑥𝑜 2

 Caso queira ver mais ume exemplo desse tipo de


integração, assista ao vídeo abaixo:
10

QUESTÃO 3
Qual o volume da parte da bola da equação tal que 𝒙𝟐 + 𝒚𝟐 +
𝒛𝟐 ≤ 𝟗 que fica entre os planos 𝒛 = 𝟏 e 𝒛 = 𝟐?

 Existem várias formas para resolver esse tipo de problema,


mas a mais simples é através do cálculo do volume de
rotação de uma função. Essa fórmula é a seguinte:
𝑏
𝑉=𝜋 𝑎
𝑓(𝑥) 2 𝑑𝑥 (I)

 Desenharemos a função no plano 𝑧𝑦, substituindo 𝑥 por 0


na função.
 Nesse caso, teremos a seguinte função:

𝑦2 + 𝑧2 ≤ 9

𝑦 ≤ 9 − 𝑧2 (II)

 Devemos, portanto, rotacionar a área entre as linhas


vermelhas em torno do eixo 𝑧 para obtermos o volume que
11

é pedido na questão. A figura abaixo ilustra a revolução


dessa superfície:

 Substituindo (II) em (I), e definindo os limites de integração


𝑎 = 1 e 𝑏 = 2, podemos calcular o volume da parte de bola
2 2
𝑉=𝜋 9− 𝑧2 𝑑𝑧
1
2
𝑉=𝜋 9 − 𝑧 2 𝑑𝑧
1

𝑧3 2
𝑉 = 𝜋. 9. 𝑧 −
3 1
12

23 13
𝑉 = 𝜋. 9 × 2 − − 9 × 1 −
3 3

20𝜋
𝑉=
3

 Caso tenha interesse, assista ao vídeo abaixo para mais um


exemplo:
13

QUESTÃO 4
A imagem da transformação linear 𝑻 𝒙, 𝒚, 𝒙 = 𝒙, 𝒚, 𝒛 ×
(𝟏, 𝟏, 𝟏), em que × indica o produto vetorial em 𝑹𝟑 , é:

O que é uma transformação linear?

Transformações lineares são usadas para descrever vários


tipos de mudanças geométricas, como: rotação,
homotetia, cisalhamento, reflexão, além de outras
deformações no plano ou no espaço. Em outras palavras,
ela transforma (desloca, rotaciona, ...) um vetor em outro.

Por exemplo: a transformação da figura abaixo faz com


que um vetor seja espelhado em relação ao eixo x:

 A transformada dada na questão faz o produto vetorial de


um vetor qualquer 𝑣 = (𝑥, 𝑦, 𝑧) pelo vetor 𝑢 = (1,1,1),
deslocando o vetor 𝑣 para um outro lugar no espaço.
 O que o exercício quer saber é justamente qual é esse lugar
no espaço, ou seja, a imagem da transformação.
14

 Para calcular o produto vetorial 𝑥, 𝑦, 𝑧 × (1,1,1), temos


que calcular o seguinte determinante:

𝑖 𝑗 𝑘
𝑑𝑒𝑡 𝑥 𝑦 𝑧
1 1 1

𝑖 𝑗 𝑘 𝑖 𝑗
𝑥 𝑦 𝑧 𝑥 𝑦
1 1 1 1 1

𝑇 𝑥, 𝑦, 𝑥 = 𝑦 − 𝑧 . 𝑖 + 𝑧 − 𝑥 . 𝑗 + 𝑥 − 𝑦 . 𝑘

 Isso significa que se, por exemplo, fizer essa transformação


em um vetor 𝑣𝑎 = (3, 5, 8), teremos:

𝑇𝑣𝑎 = 5 − 8 . 𝑖 + 8 − 3 . 𝑗 + 3 − 5 . 𝑘
𝑇𝑣𝑎 = −3 . 𝑖 + 5 . 𝑗 + −2 . 𝑘

 Baseado nas alternativas dadas pela questão, podemos


verificar que esse vetor 𝑇𝑣𝑎 pertence ao plano de equação
𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 0, pois:

−3 + 5 − 2 = 0
15

 Graficamente, temos:

 Onde:

O vetor em azul é 𝑣𝑎

O vetor em vermelho é 𝑇𝑣𝑎

O plano é 𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 0

 Outra maneira de analisar a questão é através do fato de


que o produto vetorial entre dois vetores gera um vetor
que é ortogonal ao plano que contém esses dois vetores,
conforme a figura abaixo:
16

 Como o vetor (1,1,1) é o vetor normal do plano


𝑥 + 𝑦 + 𝑧 = 0, qualquer vetor multiplicado por ele irá
gerar um vetor pertencente a esse plano.

 Um vídeo bom caso queira dar uma revisada sobre produto


vetorial:
17

QUESTÃO 5
Uma pessoa está inicialmente no quinto degrau de uma escada
de dez degraus. Em cada etapa de um jogo, ela tem
probabilidade 2/3 de primeiro subir três degraus e depois
descer dois degraus, e probabilidade 1/3 de primeiro subir dois
degraus e depois descer três degraus. A pessoa vence o jogo se
passar pelo décimo degrau da escada em cinco etapas ou
menos. Qual é a probabilidade de a pessoa vencer o jogo?

 Primeiramente, temos que deixar claro que quando o


exercício fala em passar pelo décimo andar, significa que
ele tem que apenas pisar no décimo andar, ou seja, se na
quinta etapa ele pisar no décimo e voltar para o nono
andar, ele vence (sim, o enunciado ficou um pouco
ambíguo, mas pela resposta da banca, ele quis dizer isso).
 Questões como essas de probabilidade não possuem um
jeito único para resolver, pois cada pessoa pode modelar o
problema de uma forma. Aqui mostrarei o raciocínio que
eu utilizei para resolver.
 Para visualizar melhor todas as possibilidades, é
interessante construir um diagrama de estados, como o
abaixo:
18

ETAPA 1

ETAPA 2

ETAPA 3

P4
ETAPA 4

ETAPA 5

P1 P2 P3

Nesse diagrama:
 O que está no interior do círculo significa o degrau que a
pessoa se encontra;
 A seta para direita significa que a pessoa subiu 3 degraus
e desceu 2;
 A seta para esquerda significa que a pessoa subiu 2
degraus e desceu 3;
 O círculo com o número 10 em seu interior significa que a
pessoa atingiu o objetivo e, portanto, é a soma das
probabilidades desses eventos que queremos calcular.
19

 Os eventos que não foram apresentados são os que a


pessoa não teria mais chance de atingir o décimo degrau.
Por exemplo, se a pessoa está no degrau 6 e possui mais
duas tentativas, não precisamos colocar a hipótese dela ir
para o degrau 5, pois a única forma dela atingir o degrau
10 é se ela subir de degrau duas vezes consecutivas.
 Temos, portanto, 4 caminhos possíveis para a pessoa
atingir o degrau 10. É necessário, então, calcular a
probabilidade de cada um ocorrer e fazer soma delas.
 Para isso, temos que fazer a multiplicação das
probabilidades de cada evento, até atingir o degrau 10.
Os caminhos foram definidos como P1, P2, P3 e P4.
Segundo as probabilidades dadas na questão e a lógica
que utilizamos, cada seta para esquerda tem um valor de
1/3 e cada seta para a direita tem um valor de 2/3.
 Probabilidade do caminho P1 ocorrer:
1 2 2 2 2 16
𝑃1 = × × × × =
3 3 3 3 3 243
 Probabilidade do caminho P2 ocorrer:
2 1 2 2 2 16
𝑃2 = × × × × =
3 3 3 3 3 243
 Probabilidade do caminho P3 ocorrer:
2 2 1 2 2 16
𝑃3 = × × × × =
3 3 3 3 3 243
 Probabilidade do caminho P4 ocorrer:
2 2 2 8
𝑃4 = × × =
3 3 3 27
20

 Somando essas 4 probabilidades, encontramos que a


probabilidade pedida na questão é:
40
81
21

QUESTÃO 6
Aplicando o método de Euler explícito com passo 𝒉 = 𝟎. 𝟏 ao
problema 𝒚′ = 𝒚𝟐 , 𝒚 𝟎 = 𝟏, qual a aproximação encontrada
para 𝒚(𝟎. 𝟐)?

 O método de Euler explícito é um método numérico


utilizado para solucionar equações diferenciais ordinárias
de primeira ordem com um valor inicial dado. A fórmula
desse método é a seguinte:

𝑦𝑛+1 = 𝑦𝑛 + 𝑕. 𝑓(𝑦𝑛 )
Onde 𝑕 é o passo de cada iteração.

 O procedimento é fazer o cálculo quantas vezes forem


necessárias, até encontrar o valor desejado.
 A notação pode ser entendida da seguinte forma:
𝑦𝑛 = 𝑦(0 + 𝑕. 𝑛), ou seja, 𝑦1 significa o primeiro passo da
iteração e é, portanto, o valor de 𝑦(0.1). Queremos
encontrar o valor de 𝑦 0.2 , ou seja, a segunda iteração,
𝑦2 .
 Os dados do problema são os seguintes:
𝑓 𝑦 = 𝑦2
𝑦 0 = 𝑦0 = 1
𝑕 = 0.1
 Fazendo as duas iterações necessárias, temos que:
2
𝑦1 = 𝑦 0.1 = 𝑦0 + 𝑕. 𝑓 𝑦0 = 1 + 0.1. 1 = 1.1
2
𝑦2 = 𝑦 0.2 = 𝑦1 + 𝑕. 𝑓 𝑦1 = 1.1 + 0.1. 1.1 = 1.221
22

QUESTÃO 7
A integral de linha do campo 𝑭 𝒙, 𝒚 = (𝒂𝒙 + 𝒃𝒚, 𝒄𝒙 + 𝒅𝒚), em
que 𝒂, 𝒃 𝒄, 𝒅 são constantes reais, calculada ao longo de cada
caminho fechado simples 𝑪: 𝟎, 𝟏 → 𝑹𝟐 , percorrido uma vez no
sentido anti-horário, tem valor igual ao da área da região
limitada por 𝑪. Nessas condições, pode-se concluir que:

 Para resolver essa questão, é necessário utilizar o Teorema


de Green.

TEOREMA DE GREEN:

Estabelece uma relação entre a integral de linha ao longo


deOuma curva Cdefechada
método Euler eexplícito
uma integral
é umdupla sobre anumérico
método região D.
utilizado para solucionar equações diferenciais ordinárias
de primeira ordem com um valor inicial dado. A fórmula
desse método é a seguinte:

𝜕𝑁 𝜕𝑀
𝑀. 𝑑𝑥 + 𝑁. 𝑑𝑦 = − 𝑑𝐴
𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝐷

 Relembrando as notações para:

Campo: 𝐹 𝑥, 𝑦 = 𝑀. 𝑖 + 𝑁. 𝑗 = (𝑀, 𝑁)

Curva: 𝑟 𝑡 = 𝑥 𝑡 . 𝑖 + 𝑦(𝑡). 𝑗 = (𝑥(𝑡), 𝑦(𝑡))

 Existem 3 notações para representar uma integral de linha:


𝑏
𝐼 𝐹 . 𝑑𝑟 𝐼𝐼 𝑀. 𝑑𝑥 + 𝑁. 𝑑𝑦 (𝐼𝐼𝐼) 𝐹(𝑟 𝑡 ). 𝑟 ′ 𝑡 . 𝑑𝑡
𝐶 𝐶 𝑎

O teorema de Green utiliza a segunda notação.


23

 O exercício diz que a integral de linha do campo 𝐹(𝑥, 𝑦) é


igual a área 𝐴 da região limitada pela circunferência 𝐶.
 Para que isso ocorra, a seguinte condição deve ser
satisfeita:

𝜕𝑁 𝜕𝑀
− 𝑑𝐴 = 𝐴
𝜕𝑥 𝜕𝑦
𝐷

Esse termo deve ser igual a 1 para que a


integral resulte na área A, pois assim
teremos que 𝐷 𝑑𝐴 = 𝐴

 Portanto:
𝜕𝑁 𝜕𝑀
− =1 (I)
𝜕𝑥 𝜕𝑦

 Identificando 𝑀 𝑒 𝑁, de acordo com a notação de campo


apresentada, temos:

𝐹 𝑥, 𝑦 = (𝑎𝑥 + 𝑏𝑦, 𝑐𝑥 + 𝑑𝑦)


M N

 Substituindo 𝑀 𝑒 𝑁 em (I):
𝜕(𝑐𝑥 + 𝑑𝑦) 𝜕(𝑎𝑥 + 𝑏𝑦)
− =1
𝜕𝑥 𝜕𝑦
 Resolvendo essa derivada, encontramos a seguinte
resposta:

𝑐−b=1
24

QUESTÃO 8
𝟏 𝝅𝟐 𝟏
Sabe-se que 𝒏≥𝟏 𝒏𝟐 = , então 𝒏≥𝟏 (𝟐𝒏−𝟏)𝟐 é igual a:
𝟔

 Para resolver essa questão, devemos fazer a expansão das


séries e comparar os termos de uma com os termos da
outra:

1 1 1 1 1 1 1 1
= + + + + + + +⋯
𝑛2 12 22 32 42 52 62 72
𝑛≥1

1 1 1 1 1
= + + + +⋯
(2𝑛 − 1)2 12 32 52 72
𝑛≥1

 Comparando as séries, percebemos que a segunda é igual a


primeira, mas sem os termos com o denominador par. A
série de termos com o denominador par pode ser
representada da seguinte forma:

1 1 1 1 1
= + + + +⋯
(2𝑛)2 22 42 62 82
𝑛≥1

 Portanto, podemos calcular o somatório desejado da


seguinte forma:

1 1 1
= −
(2𝑛 − 1)2 𝑛2 (2𝑛)2
𝑛≥1 𝑛≥1 𝑛≥1

Por ser uma constante, podemos retirar esse


“2” da expressão, resultando no seguinte termo
1 1
. 𝑛≥1 (𝑛)2
4
25

 Dessa forma, teremos a expressão final:

1 1 1 1
= − .
(2𝑛 − 1)2 𝑛2 4 (𝑛)2
𝑛≥1 𝑛≥1 𝑛≥1

 Substituindo a informação dada no exercício, que


1 𝜋2
𝑛≥1 𝑛 2 = , teremos:
6

1 𝜋2 1 𝜋2 𝜋2
= − . =
(2𝑛 − 1)2 6 4 6 8
𝑛≥1
26

QUESTÃO 9
Um ponto material P1 de massa m percorre a circunferência de
centro na origem O e raio 1 no sentido anti-horário com
velocidade angular constante 2𝝎, e no instante t0=0 está na
posição (0,1). Nesse mesmo instante, um ponto material P2 de
massa m está na posição (0,2), percorrendo a circunferência de
centro na origem e raio 2 no sentido horário com velocidade
angular constante 𝝎. No primeiro instante 𝑻 > 0 em que os
pontos P1 e P2 estiverem alinhados com a origem, o ângulo
entre o eixo Oy e o segmento OP2 será:

 Modelando o enunciado da questão, obtemos a seguinte


representação:

P2
𝝎
P1
𝟐𝝎
∆𝜽𝟏 ∆𝜽𝟐

 A relação entre a velocidade angular 𝜔 e o deslocamento


angular ∆𝜃 de um corpo é dada por:
∆𝜃
𝜔=
∆𝑡
 Podemos concluir, a partir do desenho apresentado, que:
27

∆𝜃1 + ∆𝜃2 = 2𝜋
2. 𝜔. ∆𝑡 + 𝜔. ∆𝑡 = 2𝜋
2𝜋
𝜔. ∆𝑡 =
3
 Calculando o deslocamento angular para o corpo 2, temos:
2𝜋
∆𝜃2 = 𝜔. ∆𝑡 =
3
 Agora, basta calcular o ângulo pedido pela questão, que
está representado por 𝛼 na imagem abaixo:

𝟐𝝅
𝟑

Oy OP2

 O ângulo 𝛼 pode ser calculado através da relação:


2𝜋 𝜋
𝛼=𝜋− =
3 3
28

QUESTÃO 10
Um fio condutor muito longo, cilíndrico, de raio 𝒓 , é
atravessado por uma corrente de intensidade 𝒊 = 𝟏𝑨,
uniformemente distribuída nas seções transversais
perpendiculares ao eixo do cilindro. A intensidade máxima do
campo magnético gerado pela corrente num plano
perpendicular ao eixo do cilindro é 𝑩 = 𝟐. 𝟏𝟎−𝟒 𝑻. Se 𝝁𝒐 é a
permeabilidade magnética no vácuo, 𝒓 é igual a:

 Para resolver essa questão, devemos entender como se


comporta o campo magnético dentro e fora do fio. A figura
abaixo ajudará nesse entendimento:
29

 Vamos separar a análise em duas condições:

1. Para a trajetória circular 1, ou seja, 𝑟 ≥ 𝑅:


 A Lei de Ampere permite calcular o Campo Magnético 𝐵
produzido por uma corrente elétrica 𝐼. A fórmula que
relaciona essas variáveis é a seguinte:

𝐵 𝑑𝑠 = 𝜇𝑜 . 𝐼

 Para uma trajetória circular, temos que:

𝐵. (2𝜋. 𝑟) = 𝜇𝑜 . 𝐼
𝜇𝑜 . 𝐼
𝐵𝑒𝑥𝑡 =
2𝜋. 𝑟

2. Para a trajetória circular 2, ou seja, 𝑟 < 𝑅:


 Levando em conta que a distribuição de corrente é
uniforme, e sendo a corrente envolvida proporcional a área
envolvida pela curva 2, temos que:

𝜋. 𝑟 2
𝐼2 = 𝐼. (I)
𝜋. 𝑅 2
 Onde 𝐼2 é a corrente envolvida (aquela que irá gerar o
campo magnético no interior do fio) e 𝐼 é a corrente total
que circula no fio.
 Portanto, podemos calcular o campo magnético no interior
do fio da seguinte forma:

𝐵. (2𝜋. 𝑟) = 𝜇𝑜 . 𝐼2 (II)
30

 Substituindo (I) em (II):


𝜇𝑜 . 𝐼
𝐵𝑖𝑛𝑡 = .𝑟
2𝜋. 𝑅 2
 Analisando as expressões de 𝐵𝑖𝑛𝑡 e 𝐵𝑒𝑥𝑡 , fica fácil
concluir que o campo magnético terá seu valor máximo
quando o valor de r for igual a R. Ou seja, o campo será
máximo na superfície do fio.
 O gráfico abaixo mostra a variação do campo magnético
em relação ao raio:

 Queremos descobrir o valor de R, já que nele que ocorre


o campo magnético máximo fornecido na questão.
𝜇𝑜 . 𝐼
𝐵𝑚á𝑥 =
2𝜋. 𝑅
𝜇𝑜 . 𝐼
𝑅=
2𝜋. 𝐵𝑚á𝑥

 Substituindo os valores fornecidos no exercício:

𝜇𝑜 . 1 104 . 𝜇𝑜
𝑅= =
2𝜋. 2.10−4 4𝜋
31

QUESTÃO 11
Dois reservatórios cilíndricos de mesmas dimensões, altura H e
raio R, estão cheios, contendo um mesmo líquido de densidade
𝝆. Na parede lateral do primeiro cilindro, há um pequeno
orifício localizado a uma distância h1 do topo do cilindro e, por
esse orifício, o líquido escapa, pela ação da gravidade, com
velocidade v1. Na parede lateral do segundo cilindro, há um
pequeno orifício, similar ao anterior, localizado a uma distância
h2 do topo e por onde o líquido escapa, pela ação da gravidade,
com velocidade v2 = 2.v1. Então h2/h1 é igual a:

 Para resolver essa questão precisamos relembrar a


equação de Bernoulli

EQUAÇÃO DE BERNOULLI

Ela relaciona variação de pressão, variação de altura e


variação de velocidade em um fluído incompreensível num
escoamento estacionário. Ela é obtida como uma consequência
da conservação de energia. Dados dois pontos, 1 e 2, nesse
escoamento, a seguinte relação deve ser satisfeita:

𝑃1 𝑣12 𝑃2 𝑣22
𝑕1 + + = 𝑕2 + +
𝜌. 𝑔 2. 𝑔 𝜌. 𝑔 2. 𝑔
32

 O desenho do tanque pode ser representado como a figura


abaixo:

𝑃𝑎

𝑕
𝑕𝑎 𝑃𝑏 𝑣

𝑕𝑏

 Agora temos que aplicar a equação de Bernoulli para achar


a relação entre as variáveis dos pontos a e b.

𝑃𝑎 𝑣𝑎2 𝑃𝑏 𝑣𝑏2
𝑕𝑎 + + = 𝑕𝑏 + +
𝜌. 𝑔 2. 𝑔 𝜌. 𝑔 2. 𝑔

 As pressões Pa e Pb são iguais a atmosférica e por isso


foram cortadas na equação.
 𝑣𝑎 pode ser considerado 0, pois a velocidade que diminui o
nível do tanque é muito menor do que a velocidade de
saída de água pelo furo lateral.
 Portanto, temos que a velocidade de saída pode ser
calculada como:

𝑣𝑏 = 2. 𝑔. (𝑕𝑎 − 𝑕𝑏 )

 Mas 𝑕𝑎 − 𝑕𝑏 é a altura 𝑕 fornecida pelo exercício, pois é a


altura do topo até o furo.

 Logo, 𝑣𝑏 = 𝑣𝑠𝑎í𝑑𝑎 = 2. 𝑔. 𝑕
33

 Para o tanque 1 temos que a velocidade de saída da água é:

𝑣1 = 2. 𝑔. 𝑕1

𝑣12
𝑔= (I)
2. 𝑕1

 Para o tanque 2 temos que a velocidade de saída da água é:

𝑣2 = 2. 𝑔. 𝑕2

𝑣22
𝑔= (II)
2. 𝑕2

 Igualando (I) com (II), temos que:

𝑣12 𝑣22
=
2. 𝑕1 2. 𝑕2

 Usando a relação dada na questão, que 𝑣2 = 2. 𝑣1 :

𝑣12 2. 𝑣1 2
=
2. 𝑕1 2. 𝑕2

 Concluímos que:

𝑕2
= 4
𝑕1
34

QUESTÃO 12
Um sistema gasoso recebe de uma fonte térmica uma
quantidade de calor equivalente a 30 J e expande-se. Ao final,
verifica-se que houve um aumento de 20 J na energia interna
do sistema. O trabalho realizado pelo gás na expansão foi de:

 Para resolver essa questão temos que aplicar a 1a Lei da


Termodinâmica.

1a LEI DA TERMODINÂMICA

A variação da Energia interna ΔU de um sistema é expressa


por meio da diferença entre a quantidade de calor Q trocada
com o meio ambiente e o trabalho W realizado durante a
transformação.

∆𝑈 = 𝑄 − 𝑊

A variação da Energia O trabalho é POSITIVO


Interna do sistema se ele for realizado pelo
será POSITIVA caso a sistema. Nesse caso, o
temperatura do volume aumenta.
sistema aumente. O calor será POSITIVO
Caso o trabalho seja
caso o sistema absorva
Caso a temperatura realizado sobre o
calor do ambiente.
diminua durante a sistema, ele será
transformação, a Caso o sistema ceda NEGATIVO e o volume
variação de Energia calor para o ambiente, diminuirá.
Interna será ele será NEGATIVO
NEGATIVA
35

Dados do problema:
 Sistema recebe 30 J de calor, ou seja, Q = 30 J.
 Sistema teve um aumento na energia interna de 20 J,
ou seja, ∆𝑈 = 20J

 Substituindo esses valores na fórmula apresentada, temos:

20 = 30 − 𝑊
𝑊 = 10 J

 O valor positivo do trabalho comprova o que o enunciado


do problema afirmou, que tivemos um trabalho realizado
pelo gás e que houve uma expansão.
36

QUESTÃO 13
Em um circuito R-C, ligado a uma bateria de f.e.m 𝜺, passa uma
corrente que no instante t = 0 é de 1 A. A corrente continua
passando sem interrupção e no instante t = 1 é de 0,5 A. Então,
os valores de R e C desse circuito são, respectivamente:

 Nos circuitos RC, como o da figura abaixo, a corrente


tenderá a 0 quando o tempo tender a infinito, pois o
capacitor se comporta como um circuito aberto quando o
tempo tende a infinito.

 Aplicando a Lei das Malhas de Kirchhoff no circuito, temos:

𝜀 − 𝑉𝑅 𝑡 − 𝑉𝐶 𝑡 = 0

 No instante inicial, em t = 0, a tensão no capacitor é nula,


pois ele não admite variações abruptas de tensão.
Portanto, 𝑉𝐶 0 = 0, e temos que:

𝜀 − 𝑉𝑅 0 = 0

 A queda de tensão no resistor R é dada por:

𝑉𝑅 = 𝑅. 𝐼

 Logo:
 𝜀 − 𝑅. 𝐼 0 = 0
37

 Como 𝐼 0 é igual a 1 A, temos que:


𝜀 − 𝑅. 1 = 0
𝑅=𝜀

 Para calcular o valor de C, vamos utilizar a segunda


informação dada na questão, que 𝐼 1 = 0,5
 A queda de tensão no capacitor C é dada por:
1
𝑉𝐶 = 𝑖. 𝑑𝑡
𝐶
 A lei das malhas ficará, então:

𝜀 − 𝑉𝑅 𝑡 − 𝑉𝐶 𝑡 = 0
1
𝜀 − 𝑅. 𝑖(𝑡) − 𝑖. 𝑑𝑡 = 0
𝐶
 Derivando essa expressão para eliminar a integral, temos:

𝑑𝑖 1
𝑅. + 𝑖(𝑡) = 0
𝑑𝑡 𝐶

 Dividimos todos os termos dessa equação por 𝑅 para


deixarmos na forma padrão de uma equação diferencial de
primeira ordem:

𝑑𝑖 1
+ 𝑖(𝑡) = 0
𝑑𝑡 𝑅𝐶

 A solução dessa equação diferencial é:

1
− .𝑡
𝑖 𝑡 = 𝐾. 𝑒 𝑅𝐶
38

 Para descobrirmos o valor da constante 𝐾, basta


utilizarmos a condição inicial 𝐼 0 = 1:

1
− .0
𝑖 0 = 1 = 𝐾. 𝑒 𝑅𝐶

𝐾=1

 Por fim, utilizaremos a informação de que 𝐼 1 = 0,5 para


descobrirmos o valor de C:
1
− .1
𝑖 1 = 0,5 = 1. 𝑒 𝑅𝐶

 Aplicando o logaritmo neperiano dos 2 lados da equação,


temos:
1

ln(0,5) = ln(𝑒 𝑅𝐶 )
1
ln(0,5) = −
𝑅𝐶
1
− ln(0,5) =
𝑅𝐶
1
ln(0,5−1 ) =
𝑅𝐶
1
ln(2) =
𝑅𝐶
1
𝐶=
𝑅. ln(2)

 Como descobrimos anteriormente que 𝑅 = 𝜀, o valor de C


será
1
𝐶=
𝜀. ln(2)
39

QUESTÃO 14
Um fio delgado e de distribuição de massa uniforme tem a
forma do gráfico de uma função 𝒇: [𝟎, 𝟏] → 𝑹, com derivada
contínua, com 𝒇 𝒙 > 0, para todo 𝒙. O comprimento do fio é
𝝅 e o gráfico de 𝒇 𝒙 , ao ser girado em torno do eixo dos 𝒙,
gera uma superfície de área lateral 5. Se o centróide do fio está
no ponto(𝒙𝒄 , 𝒚𝒄 ), o valor da ordenada 𝒚𝒄 é:

 Para resolver essa questão é necessária aplicação do


Teorema de Pappus.

TEOREMA DE PAPPUS

O teorema afirma que a área de uma superfície de


revolução é igual ao produto do comprimento da curva geradora
pela distância percorrida pelo centróide da curva para gerar a
superfície. A equação desse teorema é a seguinte:

𝐴 = 𝜃. 𝑟. 𝐿
onde:

𝐴 = Área da Superfície de revolução

𝐿 = Comprimento da curva geradora

𝜃 = Ângulo de revolução medido em radianos

𝑟 = Distância perpendicular do eixo de revolução ao


centróide da curva geradora
40

 Desenhando a curva dada pela questão:

𝑦
𝒇: [𝟎, 𝟏]

𝑦𝑐

𝜋 𝑥

 De acordo com os dados do problema, temos que:

𝐴=5
𝐿=𝜋
𝜃 = 2𝜋, pois é temos uma revolução completa

𝑟 = 𝑦𝑐

 Substituindo os dados na equação de Pappus:

5 = 2𝜋. 𝑦𝑐 . 𝜋
5
𝑦𝑐 =
2𝜋 2
41

QUESTÃO 15
Uma mola, que obedece a lei de Hook, com constante elástica 𝒌
e comprimento natural 𝝀, é colocada na vertical, com uma
extremidade fixada no ponto O e a outra extremidade virada
para baixo, em um local cuja aceleração da gravidade é
constante e tem intensidade igual a g. Na extremidade livre da
mola, coloca-se um ponto material de massa m. Esse sistema
ficará em equilíbrio se o ponto material for colocado com
velocidade nula e a mola estiver:

 O desenho abaixo representa a situação descrita no


problema:

𝒙
𝝀 𝝀

𝑭𝒆 𝚫𝒙

 Como o corpo está em equilíbrio, o Peso deve ser igual a


Força Elástica:

𝑃 = 𝐹𝑒
𝑚. 𝑔 = 𝑘. Δ𝑥
𝑚. 𝑔
Δ𝑥 =
𝑘
42

 De acordo com o sistema de referências adotado, a posição


do ponto material será:
𝐿 = 𝜆 + Δ𝑥

𝑚. 𝑔
𝐿=𝜆+
𝑘

 Como 𝐿 > 𝜆, a mola está distendida.


43

QUESTÃO 16
Dois pêndulos planos A e B de massas mA e mB ,
respectivamente, estão em um plano vertical 𝝅. Ambos têm
hastes de massas desprezíveis, de comprimento L, presas a um
ponto O, localizado a uma altura 2L do solo. Num instante t0 ,
os pêndulos são abandonados, sujeitos à ação exclusiva da
gravidade, com velocidade nula, o pêndulo A com sua haste na
horizontal e o pêndulo B com sua haste na vertical, abaixo do
ponto O. Num instante t1 > t0 ocorre um choque perfeitamente
inelástico e, a partir daí, os pêndulos passam a mover-se juntos,
atingindo uma altura máxima num instante t2 > t1 . Supondo
que não haja atrito, a altura máxima atingida depois do choque
é de:

 Para resolver esse problema, devemos utilizar os princípios


da conservação de energia mecânica e da conservação da
quantidade de movimento.

CONSERVAÇÃO DA ENERGIA MECÂNICA

Em um sistema no qual agem somente forças


conservativas (sem atrito, por exemplo), a soma das energias
potencial (gravitacional e/ou elástica) e cinética será sempre
constante.

𝐸𝑚 = 𝐸𝑝 + 𝐸𝑐 = 𝑐𝑡𝑒

CONSERVAÇÃO DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO

A quantidade de movimento também é mantida quando


não há forças dissipativas, ou seja, o sistema é conservativo,
fechado ou mecanicamente isolado.

𝑄𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = 𝑄𝑖𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙

𝑄 = 𝑚. 𝑣
44

 Dividiremos a análise em três tempos distintos: t0, t1 e t2.


 Em t0 temos a seguinte situação:

L
t0 A
L

y
2L
B
x

 O sistema de referências foi colocado naquela posição para


facilitar os cálculos, pois nesse caso a altura de B vale 0 no
instante inicial.
 Precisamos descobrir a velocidade com que o corpo A
atingirá o corpo B no instante t1. Para isso, utilizamos o
princípio da conservação de energia mecânica no sistema:

𝐸𝑚𝑒 𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑡 0 = 𝐸𝑚𝑒 𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑡 1


𝑚𝐴 . 𝑣𝐴 2
𝑚𝐴 . 𝑔. 𝐿 =
2
𝑣𝐴 = 2. 𝑔. 𝐿 (I)
 O choque ocorre no instante t1 e, por se tratar de um
choque inelástico, há a conservação da quantidade de
movimento. Nesse caso, a seguinte equação deve ser
satisfeita:
45

𝑄𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠𝐷𝑜𝐶𝑕𝑜𝑞𝑢𝑒 = 𝑄𝑑𝑒𝑝𝑜𝑖𝑠𝐷𝑜𝐶𝑕𝑜𝑞𝑢𝑒

𝑚𝐴 . 𝑣𝐴 = 𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 . 𝑣𝐴𝐵 (II)

 Em que 𝑣𝐴𝐵 representa a velocidade do conjunto AB.

t1

𝑣𝐴𝐵

 Substituindo (I) em (II), temos que:


𝑚𝐴 . 2. 𝑔. 𝐿
𝑣𝐴𝐵 =
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵

 A energia mecânica do sistema nesse instante será:


2
𝑚𝐴 . 2. 𝑔. 𝐿
(𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 ).
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵
𝐸𝑚𝑒 𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑡 1 ∗ =
2

 O símbolo ∗ nessa energia é para diferenciá-la da


𝐸𝑚𝑒 𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑡 1 mostrada anteriormente. Elas são diferentes
porque o choque perfeitemante inelástico conserva
somente a quantidade de movimento e não a energia
mecânica do sistema, ou seja, a energia imediamente após
46

o choque é menor do que a energia imediatamente antes


do choque. A energia pode ser transformada em outra
forma, por exemplo, em energia térmica, ocasionando o
aumento da temperatura dos objetos que colidiram.

 Analisando agora a situação do sistema em t2 :

t2

h y

 Nesse caso, temos apenas Energia Potencial Gravitacional,


pois o conjunto atingiu a altura máxima e está em repouso.
 Aplicando o princípio de conservação de energia
novamente, temos que:
𝐸𝑚𝑒 𝑐â𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑡 1 ∗ = 𝐸𝑚𝑒𝑐 â𝑛𝑖𝑐𝑎 𝑡
2
2
𝑚𝐴 . 2. 𝑔. 𝐿
(𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 ).
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵
= (𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 ). 𝑔. 𝑕
2
47

 Isolando 𝑕 nessa expressão, concluímos que:

𝑚𝐴 2
𝑕 = 𝐿.
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵

 Devido ao sistema de referência adotado, devemos somar a


altura do chão até o sistema. Com isso, a altura total 𝑕𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
do conjunto será:

𝑕𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝑕 + 𝐿
𝑚𝐴 2
𝑕𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐿. ( 1+
𝑚𝐴 + 𝑚𝐵 )

Espero que esse documento tenha ajudadovocê e, em breve, enviarei mais


resoluções como essa :)

Você também pode gostar