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Nº 86

12/11/2010
URGENTE http://www.apeoesp.org.br • imprensa@apeoesp.org.br

SE PERSISTIREM AS POLÍTICAS
EXCLUDENTES DO GOVERNO,
ANO LETIVO NÃO VAI COMEÇAR
O governo do Estado de São Pau-
lo continua tratando os profes-
sores e a escola pública com des-
da Educação e da Procuradoria Ge-
ral do Estado, entretanto, mantive-
ram as posições anteriores, tentan-
liminar que fora deferida à APEOESP,
Paulo Renato Souza está responden-
do inquérito civil que pode levá-lo a
respeito, autoritarismo e descaso. do fazer parecer que traziam um ser enquadrado na lei de
Isto ficou mais uma vez demonstra- novo posicionamento. Isto impediu improbidade administrativa.
do na audiência ocorrida na tarde de que houvesse avanços na audiência A APEOESP e os professores não
12/11 no Fórum da Fazenda Públi- e que se pudesse chegar a um acor- assistirão passivamente à continuida-
ca, perante o juiz da 3ª Vara, do Pro- do que contemplasse as necessida- de do desrespeito do governo.
motor do Ministério Público e da di- des dos professores. Aproxima-se o nosso XXIII Con-
retoria da APEOESP. Acreditamos que a audiência foi gresso Estadual (1, 2 e 3 de dezem-
Na audiência, a APEOESP rea- importante para que o juiz e o pro- bro, em Serra Negra), momento no
firmou a defesa da classificação dos motor ficassem ainda mais esclare- qual avaliaremos o quadro educaci-
professores para a atribuição de au- cidos sobre o processo de atribui- onal no Estado de São Paulo e defi-
las por faixas, preponderando o ção de aulas da rede estadual de niremos um plano de lutas capaz de
tempo de serviço e a habilitação de ensino, seus impasses e os enfrentar e vencer os ataques que
acordo com o artigo 62 da LDB: desmandos cometidos pelo gover- vêm sendo desferidos contra a es-
primeiro os professores da catego- no do PSDB contra a nossa catego- cola pública.
ria “F”, depois os da categoria “L” e ria. Cabe agora ao magistrado pro- Um novo governo estadual
no final os da categoria “O” (novos). ceder ao julgamento do mérito da toma posse em 1º de janeiro de
Reafirmou também a atribuição de nossa ação judicial e cremos que, 2011. Sabemos que sua natureza
aulas centralizada nas DREs; a in- pelo que foi até aqui demonstrado, política é a mesma do governo Ser-
denização para professores que a sentença poderá ser favorável ao ra/Goldman. Por isso, se persisti-
sejam prejudicados na atribuição; atendimento de nossos pleitos. De- rem o autoritarismo, assédio mo-
exigência de nota mínima apenas vemos, porém, ser prudentes: não ral, a ausência de negociação, as
para os professores da categoria há como prever uma decisão judici- avaliações excludentes, o arrocho
“O”; e ajustes no processo de atri- al antes que ela ocorra. salarial, a recusa em retirar as faltas
buição, visando torná-lo mais orga- Lembramos que por conta desta dos prontuários e tantas outras de-
nizado e justo. ação e da atitude do secretário da monstrações de descaso, o ano le-
Os representantes da Secretaria Educação em não cumprir medida tivo não terá início.

Confiamos na disposição de luta e na organização da nossa categoria para


enfrentaremos esse governo e seus desmandos. Quem pagar para ver, verá.
Faltas da greve
Até a presente data, a Secretaria da Educação não Em virtude disto, a APEOESP ingressará com ação
informou à APEOESP se as faltas da greve realizada em judicial coletiva visando a retirada destas faltas. Além dis-
2010, que já foram repostas pelos professores, serão so, serão ajuizadas ações individuais cujas orientações
retiradas dos prontuários. seguirão em Fax específico sobre o assunto.

Férias e recesso
Há boatos muito fortes na rede de que a Secreta- que o Estatuto do Magistério define em seu artigo 94
ria da Educação modificará o sistema de férias e reces- que o período compreendido entre o Natal e o Ano
so, de modo que as férias de janeiro seriam de apenas Novo é obrigatoriamente recesso, e que os professo-
15 dias e o restante seria usufruído em julho. Não há res gozam férias de acordo com o calendário escolar,
nada oficial publicado sobre este assunto e tampouco de acordo com o artigo 62.
a Secretaria informou o Sindicato sobre qualquer in- Além disso, este tipo de ação afetaria profundamen-
tenção neste sentido. te a organização de férias de pais e alunos. Se necessá-
A APEOESP esclarece que não aceitará qualquer al- rio for, vamos mobilizar toda a comunidade escolar con-
teração no regime de férias dos professores e relembra tra mais este ataque.

Plano de Carreira aos professores municipais


Em virtude do despacho do Poder Judiciário na ação tenha sido revisto nos termos da Res. CNE 2/2009,
civil que a APEOESP move contra o prefeito de cuja relatora foi a professora Maria Izabel Azevedo
Piracicaba (vide Fax 85), a Diretoria Executiva da Noronha, presidenta da APEOESP. Estas informações
APEOESP decidiu que a ação por improbidade admi- devem ser enviadas através do e-mail
nistrativa será proposta em todos os municípios em que presiden@apeoesp.org.br, sob o assunto “ACP - Pla-
o problema esteja ocorrendo. no de Carreira”
Para tanto, as subsedes devem fazer uma Reforçamos a informação de que, pela Lei 11738/
checagem em todas as Prefeituras de sua área de 09, todos os prefeitos tiveram até a data de 31/12/
abrangência informando-nos os municípios onde não 2009 para encaminhar Plano de Carreira aos Profes-
há Plano de Carreira ou onde o Plano já existe e não sores Municipais.

Aposentadoria especial
A APEOESP foi informada que as Diretorias de Ensi- A orientação governamental não encontra qualquer
no estão orientando professores que possuem adi- respaldo jurídico e, portanto, os professores nesta si-
cionais não incorporados em seus vencimentos, decor- tuação devem proceder normalmente para o requeri-
rentes ou não de ação judicial, que só poderão se apo- mento da aposentadoria. Se houver qualquer proble-
sentar após a regularização destes direitos, sob pena de ma, devem procurar o Departamento Jurídico de sua
não mais os terem incorporados em seus proventos. região.

Mudanças no DPME
Em 13 de agosto, a APEOESP reuniu-se com a dire- implementação do agendamento online para as perí-
ção do Departamento de Perícias Médicas do Estado cias médicas; agilidade na publicação dos resultados dos
(DPME) para cobrar providências sobre os vários pro- recursos e a descentralização das perícias para todas as
blemas enfrentados pelos professores. regiões do Estado.
Na oportunidade, a direção do DPME afirmou que Estamos atentos e aguardamos a aplicação dos de-
mudanças seriam implementadas, buscando sanar os mais itens formulados pela Diretoria da APEOESP como:
problemas. • Que a guia médica da perícia contenha o número de
Até a presente data, já conseguimos assegurar a dias a que o professor tem direito a se licenciar.
• Publicação imediata do resultado da perícia. • Não cessação das licenças de professores com do-
• Que a perícia médica seja realizada pelo médico da enças graves e crônicas.
especialidade. • Alteração do Decreto 29.180/88, para que seja con-
• Agilidade na publicação dos laudos favoráveis na apo- siderado como licença-saúde o período compreen-
sentadorias por invalidez e readaptações. dido entre a perícia e a publicação de seu resultado
• Que não sejam cessadas as readaptações de professo- no D.O.E., quando o parecer for desfavorável à li-
res com problemas de voz, tendo em vista que as con- cença ou prorrogação de licença.
dições que originaram ou agravam o problema não • Humanizar o atendimento dos médicos peritos aos
estão sendo resolvidas pela Secretaria da Educação. professores.

Encontro Estadual do Iamspe


Conforme já informado no Fax Urgente 85 , a subsedes devem custear os gastos com alimentação, in-
APEOESP participará do VII Encontro Estadual do formando a Secretaria de Finanças da Sede Central para
Iamspe previsto para acontecer entre os dias 24 e 26 que, posteriormente, recebam o reembolso.
de novembro, na Capital. A Sede Central arcará com Orientamos ainda que as subsedes assegurem os cus-
os custos de hospedagem e transporte dos 54 profes- tos dos professores de suas regiões que participarão do
sores que compõem a delegação da APEOESP. As Encontro e não fazem parte da delegação do Sindicato.

Dia Nacional da Consciência Negra


No próximo dia 20 de novembro, várias ativi- do ações de denúncia sobre a situação da escola
dades serão organizadas para celebrar o Dia Na- pública. Na Capital, ocorrerá uma Marcha, a partir das
cional da Consciência Negra. A APEOESP orienta 11 horas, saindo da Avenida São João, Largo do
as subsedes a participar das atividades, organizan- Paissandu.

Ações Judiciais
1. Bônus para os aposentados Não sabemos os motivos para tal inconstitucionalidade da Lei 1097/09
A ação dos bônus para os apo- ação, mas a APEOESP preferiu ajui- face à Constituição Federal, pois os
sentados que a APEOESP ingressou zar ações em litisconsórcio (com 20 critérios de promoção não foram fi-
foram todas unificadas no STF e o professores em cada ação) porque xados após parecer de comissão
Ministro Marco Aurélio de Melo, em a execução de uma ação coletiva paritária, conforme emenda da
histórico julgamento, decidiu que o desta espécie é algo extremamente APEOESP à LC 836/97, julgada
bônus tem que ser pago aos apo- difícil de ser realizada, com demora constitucional pelo STF, e por que a
sentados. Não cabe mais recurso do e muito mais ampla do que as ações promoção, tal qual estabelecida na
Estado sobre o assunto. individuais. LC 1097/09, fere a constituição do
Neste instante, as ações estão Entendemos que o procedi- estado de São Paulo nos artigos em
em trânsito entre o STF e o juízo de mento adotado pela APEOESP que ela trata da fixação dos salários
1º instância, condição necessária atende melhor as necessidades dos dos servidores públicos.
para se começar a execução. professores. A ação teve resultado desfavorá-
Quando ela tiver início, a vel em primeira instância, no entan-
APEOESP informará os professores 3. Promoção to, em segunda instância, o
sobre os encaminhamentos neces- Em relação à promoção, a desembargador-relator já votou fa-
sários para que recebam os bônus APEOESP tomou duas medidas: voravelmente à tese da APEOESP.
que até então não receberam. a) em conjunto com as outras O revisor, que votaria de forma
entidades do Magistério, questionou contrária,solicitou vista dos autos,
2. URV no STF a constitucionalidade da Lei suspendendo o julgamento, para
Muitos professores nos tem per- 1097/09. Esta ação aguarda julga- que ele pudesse reanalisar a ques-
guntado o motivo pelo qual deter- mento. tão. Aguardamos reinício do
minada associação de classe resol- b) individualmente, ajuizou ação julgamento,e assim que houver algo
veu ajuizar ação coletiva da URV. civil pública que questionou a de novo, informaremos à categoria.
Diretoria da APEOESP
Para que serve a avaliação?
Mais uma vez o governo do Estado de São Paulo realiza as provas do SARESP – Sistema de Avali-
ação do Rendimento Escolar, do qual decorre o IDESP – Índice de Desenvolvimento Educacional do
Estado de São Paulo, utilizado como parâmetro para o pagamento do Bônus Resultado aos profissionais
da educação e para políticas excludentes e punitivas contra os professores e a escola pública.
Para nós, toda atividade humana, sobretudo a atividade educacional, precisa ser avaliada. Entretan-
to, para que serve a avaliação? Para punir e excluir? Ou para promover, incluir, equalizar recursos e
valorizar os professores e a educação pública?
O fato é que todos os processos avaliatórios promovidos pelo governo do PSDB têm a marca da
exclusão. Seus resultados são utilizados para desviar o foco das responsabilidades do próprio governo e
para culpabilizar os professores – e os próprios alunos – por eventuais maus resultados e deficiências da
rede estadual de ensino.
Ao mesmo tempo, para minimizar os aspectos negativos das avaliações, o governo estadual altera
metodologias ano a ano, mascarando as deficiências.
Durante a campanha eleitoral o PSDB propagandeou que os resultados do IDEB – Índice de De-
senvolvimento da Educação Básica refletiriam uma suposta boa qualidade do ensino no Estado de São
Paulo, escondendo o fato de que 50% do IDEB é composto pela aprovação dos alunos em suas respec-
tivas séries e que a aprovação automática distorce esse resultado no caso da rede estadual de ensino.
Outra distorção alarmante está presente no uso que o governo faz dos resultados do SARESP. O
IDESP é utilizado não para fornecer subsídios materiais e pedagógicos às escolas com maiores dificuldades
– muitas delas decorrentes do contexto sócio-econômico no qual estão inseridas. É usado para punir
escolas e professores que apresentam os déficits mais expressivos, uma inversão de valores que não
ajuda a melhorar a educação pública. Ao contrário.
Outras avaliações, sobretudo o provão dos ACTs, são usadas para excluir e punir professores da
rede estadual de ensino. O resultado, como já havíamos alertado, é a falta de professores, o que levou a
Secretaria da Educação a contratar docentes que sequer participaram da prova, criando mais uma grave
contradição na forma de contratação de professores no Estado de São Paulo.
Utilizar uma avaliação, como a promoção por mérito, para discriminar 80% dos professores, agre-
dindo a isonomia salarial e criando uma situação na qual professores com a mesma carga horária, mesmo
local de trabalho e mesmas funções recebam salários diferentes tampouco ajuda a educação pública e
melhorar.
Diante desse quadro, a APEOESP reafirma sua posição de que educação é uma atividade coletiva
por excelência e que, portanto, a avaliação do processo educacional não pode ser individualizada apenas
na figura do professor ou do aluno. Ela tem que ser diagnóstica, no sentido de aferir a consistência e a
eficácia das políticas educacionais, as condições objetivas e subjetivas que condicionam seus resultados, e,
assim, ser uma referência para a correção de rumos e aperfeiçoamento do processo ensino-aprendiza-
gem.
Queremos mudanças profundas na educação pública no Estado de São Paulo. Queremos ser res-
peitados e valorizados, assim como nossos alunos. Se persistirem políticas excludentes, arrocho salarial,
discriminação aos aposentados, autoritarismo, assédio moral, recusa em abrir canais de negociação, não
teremos outra saída: o ano letivo não vai começar.

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