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(Detetive Particular)
DISSERTAÇÃO.
- OBJETIVO:
Definir o que é a espionagem e a contra-espionagem,
sua evolução e descrever as técnicas e metodologias
mais comuns ao longo dos séculos, como exemplo:
o emprego da vigilância dissimulada.
Além de despertar em você, detetive particular,
uma postura defensiva e de alerta constante contra
estes métodos. Uma vez que um simples gesto, feito
por uma pessoa na rua, pode significar algo muito
além de uma atitude banal e corriqueira.
- RESUMO:
A atividade de inteligência, desde os primórdios tem o objetivo de obter os informes negados.
Tais informações são coletadas, processadas e sintetizadas na forma de conhecimento para
auxílio das tomadas de decisões.
Já a espionagem, tendo o mesmo objetivo da atividade de inteligência, obtém os informes
negados de maneira suja e clandestina. Para este tipo de ação, existe a contra-espionagem. Que
é um conjunto de medidas que visam defender-se dessa ação clandestina estando sempre pronto
e alerta para qualquer situação de perigo.
Todos os países possui sua unidade de contra-espionagem, inclusive o Brasil. A contra-
espionagem brasileira desenvolveu um importante durante a guerra-fria junto com serviços
secretos de outros países.
A metodologia e as técnicas de obtenção de informes utilizadas por essas unidades, por mais
antigas que sejam, são empregadas até hoje.
- ABSTRACT:
Intelligence activity from the very beginning has the purpose of obtaining the denied
reports. Such information is collected, processed and synthesized in the form of knowledge to
aid decision making.
Spying, having the same objective of intelligence activity, obtains the denied reports in a
dirty and clandestine way. For this type of action, there is counter-espionage. What is a set of
measures that aim to defend themselves against this clandestine action being always ready and
alert to any situation of danger.
All countries have their counterintelligence unit, including Brazil. The Brazilian counter-
espionage developed an important during the cold war along with secret services of other
countries.
The methodology and reporting techniques used by these units, however old, are employed
to date.
- DEFINIÇÕES:
ESPIONAGEM: Consiste na obtenção de dados e informações protegidas, de maneira
criminosa, violando pessoas, grupos ou organizações públicas e privadas.
INFORME: Qualquer dado de conhecimento importante para a operação. Seja foto, relatório,
arquivos digitais ou físicos, rascunhos em papel e etc.
COLABORADOR: Informante.
- INTRODUÇÃO:
Na Bíblia Sagrada, exatamente no livro de Josué, capítulo 2, é descrita a primeira operação
de espionagem. Mais especificamente, a penetração de ambiente. Diferente da infiltração, a
penetração consiste na entrada de um ou mais agentes em determinado ambiente, sem ser
percebido. Na infiltração o agente entra em determinado local, mas convive com as pessoas
daquele meio.
“1a. De Sitim enviou Josué, filho de Num, dois homens, secretamente, como espias, dizendo:
Andai e observai a terra e Jericó [...]”. (JOSUÉ, Bíblia Sagrada, cap. 2, vers. 1a).
Os nomes dos espiões que realizaram a missão, são desconhecidos até hoje. O plano de
Josué, ao recrutá-los, era coletar informes da cidade de Jericó, terra que Deus prometera dar
como herança à sua descendência. Ou seja, a ordem era penetrar no ambiente e fazer um
reconhecimento.
Durante a façanha desses dois agentes, eles se esconderam na casa de uma prostituta
chamada Raabe, que mentiu para o rei sobre o paradeiro dos espiões. Pois logo chegou até o
imperador, que dois desconhecidos “filhos de Israel”, circulavam pela cidade, desencadeando
uma busca para captura.
“[...] 1b. Então, se deu notícia ao rei de Jericó, dizendo: Eis que, esta noite, vieram aqui uns
homens dos filhos de Israel para espiar a terra.” (JOSUÉ, Bíblia Sagrada, cap. 2, vers. 1b).
Em troca do esconderijo, Raabe pediu para que sua família fosse poupada na futura invasão
que o povo de Israel faria.
“Os espias”, como são chamados na Bíblia, escaparam por uma corda jogada pela janela, da
casa daquela mulher que os protegera. Já que a sua casa, era situada sobre as muralhas que
cercavam a cidade. Se ela os revelasse, quebraria o acordo de ter sua família poupada durante
a tomada de Jericó.
“[...] 14. Então lhe disseram os homens: a nossa vida responderá pela vossa se não
denunciardes esta nossa missão; e será, pois, que dando-nos o Senhor esta terra, usaremos
contigo de misericórdia e fidelidade.”
15. Ela, então, os fez descer por uma corda pela janela, porque a casa em que residia
estava sobre o muro da cidade [...]” (JOSUÉ, Bíblia Sagrada, cap. 2, vers. 14 e 15).
Os espias tiveram seus disfarces “queimados”, - (descoberto) - devido ao serviço de
contra-espionagem do rei de Jericó. Pois o rei soube que haviam desconhecidos, espiando a
terra. Essa manobra de detectar espiões em seu território, chama-se contra-reconhecimento. É
uma das ações de um conjunto, que consiste a contraespionagem. No caso de Jericó, a manobra
não fora suficiente, para impedir que Israel conquistasse a terra prometida. Porque mesmo
sendo procurados pelo rei, os agentes escaparam com a ajuda de Raabe e entregaram seus
relatórios para Josué.
O estrategista Sun Tzu, foi o autor de um dos tratados militares mais antigo da
humanidade, escritos no livro A Arte da Guerra. Nesta obra, Sun Tzu diz que devemos conhecer
ao inimigo e a nós mesmo. E a forma de conhecer o inimigo é infiltrando espiões em sua rede.
A infiltração de espiões, contribui para a fase de coleta das informações sobre o inimigo.
Quanto mais se conhece o inimigo e a nós mesmo, maiores são as chances de vitória. O
estrategista enfatiza descobrir todos os vínculos do inimigo e numa época tão antiga, já ensinava
o que é mais usados nas redes de inteligência no mundo inteiro: a compartimentação de
informes, ou seja, a organização das informações que é feita na fase de processamento.
A técnica usada por Sun Tzu, na coleta de informações, é a infiltração. É na qual o agente
convive com as pessoas do ambiente inimigo, mas passa para seu superior tudo o que acontece
no meio em que está inserido. Diferente dos espias da Bíblia Sagrada, cujo objetivo era se
inserir sem ser percebido. Nesta tática o estrategista divide os espiões em cinco categorias: o
espião nativo, que são os moradores da localidade inimiga; o espião interno, que são os que
pertencem à rede de colaboradores do inimigo; o espião flutuante, aquele que pertence a sua
rede, mas que está inserido no meio inimigo e volta periodicamente para seu território, trazendo
informes; o espião duplo, que é o próprio espião inimigo e mediante recompensa, decide
contribuir com informações para o exército adversário; por fim, o espião liquidável, que é o
espião que dissemina falsas informações dentro do meio inimigo, chamadas de contra-
informações.
- A CONTRA-ESPIONAGEM NO BRASIL:
O Brasil durante a guerra-fria desenvolveu medidas contra a entrada de espiões em nosso
território, em especial, os espiões de países da extinta União Soviética, cujo seu serviço secreto
era o temível KGB.
Entre as medidas estava a limitação da entrada de soviéticos com cargos diplomáticos e o
intercâmbio com outros países sobre agentes do KGB em atividade. O que fez os soviéticos
adotar como medida, a infiltração de residentes ilegais. Consistia na entrada de estrangeiros
com identidades falsas em determinado país de interesse.
O Brasil, mesmo com poucos recursos e menor contingente, desenvolvia arduamente a
vigilância de estrangeiros suspeitos de atividade de espionagem. Foi necessário um intercâmbio
de conhecimentos com outros países, para aprimoramento das técnicas de inteligência, que
ocasionou a criação de uma doutrina e um modelo de escola de formação de agentes,
reconhecidos internacionalmente. (contraespionagem brasileira na guerra fria, como eles agiam
e conspiração contra o estado novo).
- CONCLUSÃO:
De um modo geral, assim como as ações de inteligência, as ações clandestinas de espionagem
com emprego da vigilância dissimulada, mediante infiltração ou penetração de ambiente,
seguem a metodologia da coleta, processamento e síntese dos informes desde os tempos
primórdios. E assim como as grandes agências de Inteligência, as organizações clandestinas
que realizam essas ações, possuem um patrocinador, sua rede de agentes, um sistema de
comunicações e seus objetivos para onde direcionarão suas ações. A contraespionagem tem o
objetivo de neutralizar e defender-se dessas ações, induzindo ao erro todas as ações inimigas.