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Aluno: Alan Souza da Silva

Título: FUNCIONALISMO VS. GERATIVISMO: ALGUMAS REFLEXÕES DE


EPISTEMOLOGIA LINGÜÍSTICA.

Autor: Rafael Eugênio HOYOS-ANDRADE

Comentário:

O autor objetiva traçar uma oposição entre Funcionalismo e Gerativismo através de


seus respectivos fundamentos epistemológicos baseando-se no pensamento dos linguistas
André Martinet e Frédéric François. Focalizando em pontos específicos que foram muito bem
divididos na estrutura do artigo.
A primeira oposição está relacionada aos conceitos de sintagmática e sintaxe, ambos
formulados por François. Há uma crítica que se dirige ao fato dos gerativistas buscarem uma
“ordem correta” para a estrutura sintática o que o classificaria como um estudo da sintagmática.
Em contrapartida, os funcionalistas preocupar-se-iam em compreender as funções exercidas
pelos elementos que formam essa estrutura que se basearia no uso, sendo assim, classificada
com sintaxe.
A segunda oposição é sobre a diferença entre as diferenças apresentadas quanto o tipo
de inferência que cada corrente utiliza em suas pesquisas. No entanto, observamos que o autor
preocupou-se mais em defender o funcionalismo, isso ocorre pelo fato de haver um certo receio
em campos científicos que optam pelo método indutivo, assim, fazendo com que o trabalho
operado por perspectivas ditas “formais” como a Gerativa ganharem um maior prestígio dentro
dos estudos linguísticos.
O autor, ao observar esse ponto de crítica ao funcionalismo recorre a Martinet quando
este propõe que tanto a indução quanto a dedução estariam presentes nos procedimentos
científicos dos funcionalistas. É interessante esse momento para que possamos observar que
ambos os modelos tem um caráter formal e que suas divergências se dão no que diz respeito ao
enfoque que cada uma a sua maneira direciona ao fenômeno da linguagem.
A terceira distinção é sobre a noção de linguagem. Em que recorrendo ainda a Martinet
o autor explica que os funcionalistas acreditam que a linguagem seria um produto social e que
seria acessória ao exercício das demais faculdades, assim, contrapondo-se ao inatismo dos
gerativistas que a viam como inerente à espécie humana.
A última distinção, produz-se um embate entre estrutura profunda e a noção de
pertinência, que é evocada simplesmente para tecer críticas aos gerativistas que no restante do
artigo permanecem veladas.
Como era de se esperar, um artigo que procura-se traçar oposições entre correntes
sempre é levado a fazer com que elas entrem em uma disputa. O problema do artigo reside no
fato de em determinado ponto associar o gerativismo ao normativismo da gramática tradicional,
de trabalhar melhor as ideias do funcionalismo e suprimir o gerativismo, colocar todo o artigo
embasado em autores funcionalistas, silenciando Chomsky em muitos pontos de sua teoria,
revelando uma visão preconceituosa e desinformada sobre os linguistas que, em suas análises,
decidem ignorar os usos correntes e o meio social.
Referência:

HOYOS-ANDRADE, R.E. Funcionalismo vs. gerativismo: algumas reflexões de epistemologia lingüística. Alfa,
São Paulo, 26: 25-31, 1982.

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