Você está na página 1de 96

Fundação Universidade de Brasília

FUB - DF
Assistente em Administração
EDITAL Nº 2 – FUB, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2014

RETIFICAÇÃO
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Professora Mariela Ribeiro Nunes Cardoso


Professora Angélica Calil

1 Ética e função pública........................................................................................................................................................01


2 Ética no setor público.........................................................................................................................................................03
2.1 Decreto n. 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federa).......06
2.2 Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União (Lei n. 8.112/1990)...........................................................10
2.2.1 Disposições preliminares: Do Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e Substituição.......................... 11
2.2.2 Estágio probatório........................................................................................................................................................16
2.2.3 Direitos e vantagens.....................................................................................................................................................17
2.2.4 Regime disciplinar, deveres e proibições, acumulação, responsabilidade e penalidades.......................................26
2.3 Lei n. 8.429/1992..............................................................................................................................................................32
2.3.1 Disposições gerais.........................................................................................................................................................32
2.3.2 Atos de improbidade administrativa..........................................................................................................................33
2.4 Processo administrativo (Lei n. 9.784/1999): conceito, princípios, fases e modalidades.........................................36
3 Estatuto e Regimento Geral da Universidade de Brasília..............................................................................................42

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

Professor Rafael de Lazari

1 Constituição. 1.1 Conceito, classificações, princípios fundamentais.............................................................................01


2 Direitos e garantias fundamentais....................................................................................................................................03
2.1 Direitos e deveres individuais e coletivos, direitos sociais, nacionalidade, cidadania, direitos políticos.................03
3 Administração pública.......................................................................................................................................................19
3.1 Disposições gerais, servidores públicos.........................................................................................................................19
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Dentro deste contexto torna-se imprescindível a existência de
Professora Mariela Ribeiro Nunes Cardoso órgãos integrantes da estrutura estatal que componham uma ver-
dadeira rede de agências de accountability incumbidas de supervi-
Jornalista e advogada na Área Civil e Direito de Família. sionar, controlar, aplicar sanções, e sobretudo prover o cidadão das
Especialização na Fundação Getúlio Vargas, graduada pelo informações relativas a conduta do gestor público.
Centro Universitário Eurípides de Marília e pela Universidade No caso brasileiro, esta rede de agencias de accountability en-
de Marília. globaria, dentre outros, o Ministério Público, o sistema de controle
interno dos Poderes, o Poder Judiciário e os Tribunais de Contas.
Caro Candidato: Estes últimos foram, sobretudo a partir da edição da Lei de Res-
Para nós é uma imensa satisfação tê-lo como nosso leitor. Gra- ponsabilidade Fiscal, alçados à condição de grandes provedores de
ças a sua confiança nosso trabalho vem se expandindo por todo o informações sobre a gestão pública.
país. Esperamos atender suas expectativas e auxilia-lo em seu estu- Aos Tribunais de Contas compete verificar o cumprimento da
do; oferecemos suporte para dúvidas que porventura venham surgir. Lei de Responsabilidade Fiscal, que está erigida sobre alguns pi-
A partir de agora serão analisados os temas em relação a esta lares, dentre os quais o da transparência. Assim entendida, não só
matéria. a disponibilização de informações, mas, sobretudo a compreensão
O objetivo do presente trabalho é potencializar os seus estu- dos dados divulgados por parte do cidadão mediano. O objetivo
dos, sendo que procuramos trazer um conteúdo mais abrangente, mais nobre do princípio da transparência é permitir e estimular o
viabilizando um estudo mais aprofundado do tema. exercício do controle social, a mais eficaz das formas de controle
O foco principal é disponibilizar um material didático, objeti- da conduta do gestor público.
vo e de conteúdo amplo, que os capacite para concursos públicos.
Portanto, não deixe de fazer a leitura minuciosa de toda a le- Ética na Gestão Pública e Exercício da Cidadania
gislação pelo fato de que muitos artigos são autoexplicativos; ten- A palavra ética deriva do grego e expressa a idéia de confor-
tar explica-los ou comenta-los poderia não ser didático. midade aos costumes. Segundo Masip é o “conjunto de hábitos,
Diante disto, aproveitem o material fazendo-o bom uso e boa costumes, normas e leis que regulam o modo de proceder das pes-
sorte, para novas conquistas, com muita dedicação. soas, individual e coletIvamente.”.
Acredite em sua aprovação! Acreditar em um sonho é o pri- A avaliação quanto a conduta ética tem fundamento na as-
meiro passo para conseguir conquista-lo! sertiva de que as ações refletem os valores de quem as pratica.
Devemos dissociar a ética social caracterizada pela unilateralidade
de suas normas da ética legal, cuja bilateralidade expressa-se pela
1 ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA. imposição de deveres e concessão de direitos.
A este trabalho interessa à ética na gestão dos negócios do
Estado, assim entendida como o conjunto de regras de conduta
estabelecidas para a atuação da Administração Pública.
A ação estatal encontra-se norteada por diversos princípios No caso brasileiro a Constituição federal define, expressamen-
dentre os quais destaca-se o da legalidade, que delimita o campo te, os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publi-
de atuação possível do Estado e garante aos cidadãos a titularida- cidade e eficiência como norteadores da conduta administrativa.
de de direitos. No entanto, sendo o Estado um ser ético-político, A moralidade como princípio explícito conduz ao entendi-
a avaliação da conduta de seus agentes não pode pautar-se, ape- mento de que o ato administrativo, além da conformação à lei,
nas, pelo aspecto da legalidade. Revela-se imperiosa a verificação deve obediência à moral pública, aos bons costumes e ao senso
quanto a obediência à preceitos éticos que estejam disseminados comum de honestidade.
na própria sociedade. A ética na condução da res publica emerge A conduta do agente público deve ser dirigida para a consecu-
como instrumento eficaz de proteção dos direitos fundamentais, a ção do bem comum, e sob esta perspectiva encontra sua interface
exemplo da liberdade e da igualdade. com a cidadania, cujo conceito tem sido objeto de muitos estudos
A Administração Pública se constitui no instrumental de que que indicam o surgimento de um novo conceito de cidadania.
dispõe o Estado para implementar as prioridades do Governo. As- Fundamentalmente, a acepção que se tem de cidadania abran-
sim, merece atenção especial o estudo acerca das ações empreen- ge duas dimensões. A primeira está intrinsecamente ligada e deriva
didas pelo gestor da coisa pública, sobretudo em relação ao grau de até da experiência dos movimentos sociais. Dessa experiência, boa
aderência ao interesse público (efetividade). Deve haver compati- parte é aquilo que entendemos como luta por direitos que, aliás,
bilidade entre as prioridades de governo e o querer da coletividade. encampa o conceito clássico de cidadania, que é a titularidade de
Verifica-se grande dificuldade da sociedade em avaliar a con- direitos.
duta dos gestores públicos, notadamente em função da ausência de A essa experiência dos movimentos sociais, tem-se agregado
informações tempestivas, suficientes e confiáveis. Até mesmo o uma ênfase mais ampla na consolidação da democracia. O exercí-
processo de escolha dos governantes nas democracias, através de cio da cidadania relaciona-se, intimamente, com a consolidação de
eleições seguras e livres, vem sendo objeto de ressalvas quanto a uma conduta democrática.
sua eficácia como mecanismo garantidor de que os escolhidos tra- Uma segunda dimensão, além da titularidade de direitos, é
balharão em função dos melhores interesses da coletividade, uma aquela que deriva do republicanismo clássico, enfatizando a preo-
vez que os cidadãos não possuem todas as informações necessárias cupação com a coisa pública, com a res publica.
a uma escolha correta. O que reforça a importância do acesso às Constata-se, na realidade, um certo desconhecimento da po-
informações. pulação em relação a titularidade de direitos.

Didatismo e Conhecimento 1
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Em uma pesquisa realizada na Região Metropolitana do Rio formação suficiente para escolher de forma mais adequada os seus
de Janeiro, pedia-se que o entrevistado citasse 3 (três) direitos governantes. Dessa forma, as eleições não seriam suficientes para
constitucionais. As respostas não podiam ter sido mais preocupan- consolidação do processo democrático. Não se trata de rejeição
tes. Não menos do que 56,7% dos entrevistados não conseguiram do modelo, mas de um incentivo à inovação institucional. É um
relacionar um único direito constitucional. Dentre aqueles direitos estímulo à criação de novos mecanismos que permitam ao cidadão
citados, os direitos sociais ligados à saúde, à educação, à previdên- ter acesso a todas as informações que lhe sirvam de parâmetro para
cia aparecem com 25,8% dos entrevistados. escolha, correta, de seus governantes.
No segundo lugar, já bem distante, aparecem os direitos civis Parece-nos clara a necessidade de instituições que levem ao
com 11,7% e os direitos políticos, notadamente votar e ser votado, cidadão essas informações, que confiram transparência à gestão da
com 1,6% de referência pelos entrevistados. Uma das conclusões coisa pública, que sirvam como verdadeiras agências de accounta-
da pesquisa é de que a baixa percepção dessa titularidade de direi- bility, agências de transparência, de responsividade e prestação de
tos políticos se deve até pelo fato de que no Brasil o voto, por ser contas de recursos públicos.
obrigatório, muito mais é entendido como um dever do que como A informação disponibilizada em quantidade e qualidade ade-
um direito. quadas implicam aumento da confiança do cidadão em seus gover-
Parece que dentro dessa perspectiva da baixa percepção da nantes. Nesse mesmo sentido, O’Donnell desenvolveu o conceito
população em relação à titularidade desses direitos, não restam de accountability horizontal. Segundo ele, não é mais suficiente
dúvidas de que estamos vivenciando um processo, que ainda é de apenas o conceito clássico de accountability vertical, que se re-
descoberta, de conhecimento para o exercício da cidadania. fere, sobretudo, ao controle, por parte da população, dos atos de
Esse processo envolve muitos atores e não restam dúvidas de seus governantes. É preciso que, no âmbito do Estado, dentro do
que os Tribunais de Contas se constituem um desses atores, dire- aparelho estatal, exista uma teia, uma rede de agências interliga-
tamente envolvidos no processo de difusão de direitos, de garantia das que se comuniquem com regularidade para permitir o controle
de exercício de direitos e sobretudo de exercício pleno de cidada- permanente da administração pública e da gestão dos recursos pú-
nia. blicos. Os Tribunais de Contas integram essa teia da accountability
Kant, teórico clássico do pensamento político, já no final do horizontal, que passa a ser mecanismo essencial de transparência e
século XVIII, enumerava algumas características comuns do que promoção da ética na gestão pública. Devemos atentar para o fato
ele entende ser um cidadão. A primeira dessas características é a de que a escolha do governante, em eleições livres, não encerra o
autonomia. Os cidadãos têm de ter capacidade de conduzir-se se- direito/dever do cidadão. Torna-se imprescindível um acompanha-
gundo o seu próprio arbítrio. A segunda é a igualdade perante a lei. mento, rigoroso, das ações do eleito.
E a terceira é a independência, ou seja, a capacidade de sustentar- Dentro dessa perspectiva, os Tribunais de Contas possuem
-se a si próprio. A simples observação dessas três características ci- os atributos necessários para serem os provedores de informações
tadas por Kant, dificilmente permitiria identificarmos um número para os cidadãos, capazes de lastrear às suas decisões na hora da
expressivo de cidadãos que as atendesse. escolha dos governantes e consequente avaliação de sua gestão.
John Stuart Mill, no século XIX, também um clássico do pen- As informações devem ser disponibilizadas tempestivamente e em
samento político, dividia o cidadão em duas categorias: os ativos linguagem compreensível pelo cidadão mediano, constituindo-se,
e os passivos. Ele diz que os governantes, em muitos casos, pre- de fato, em instrumento de transparência. Não basta só divulgar os
ferem os cidadãos passivos, embora a democracia necessite dos dados, não basta só publicar, não se trata do amesquinhamento do
cidadãos ativos, sobretudo na democracia que tem a regra da maio- princípio constitucional da publicidade. Trata-se da possibilidade
ria como uma de suas regras fundamentais. Seu pressuposto é a de que os dados divulgados sejam compreensíveis e tenham um
participação ativa. objetivo bastante nobre, que é permitir controle e, sobretudo, o
Não havendo participação ativa, será desvirtuada a regra da controle social, a mais eficaz das formas de controle da Adminis-
maioria. Nesse caso, uma minoria passa a tomar as decisões. A tração Pública.
abstenção não é condizente com regime democrático consolidado É preciso que os Tribunais de Contas utilizem linguagem
e cidadania efetiva. acessível pelo cidadão comum. Moreira Neto ensina que a grande
Diante destas constatações, parece-nos que os Tribunais de preocupação em relação ao exercício da cidadania deve ser com
Contas têm um espaço institucional, a ser ocupado, de promoção o chamado estrato apolítico da sociedade. Esse estrato apolítico
da ética na gestão pública e garantia do exercício pleno da cida- encontra-se dividido em apáticos, abúlicos e acráticos. Os apáticos
dania. são aqueles aos quais falta sensibilidade para participar, não têm
Sob o aspecto do republicanismo clássico, da preocupação interesse em participar. Os abúlicos são aqueles nos quais falta o
com a coisa pública que revela a face da cidadania comprometida desejo de atuar politicamente, não querem participar. E, finalmen-
com o aperfeiçoamento democrático e o bem estar coletivo cons- te, os acráticos são aqueles que não têm condições de participar,
truído sobre sólidos padrões éticos, não resta dúvida de que se trata não podem se integrar ao processo. O trabalho dos Tribunais de
do campo próprio de atuação das Cortes de Contas. Contas pode contribuir para trazer estes cidadãos para o debate,
Mas, a ação dos Tribunais de Contas como instrumentos de ci- constituindo-se em garantidores de uma participação popular efe-
dadania, também encampa a dimensão da titularidade de direitos. tiva, notadamente na gestão fiscal.
Trabalhos recentes que analisaram a questão das eleições e da A título de exemplo, a Lei de Responsabilidade Fiscal obriga
representação têm apontado para o fato de que as eleições não são a participação popular no processo de elaboração dos orçamen-
um mecanismo suficiente para garantir que os governantes atuem tos. O que, no passado, era prática de alguns gestores na busca
naquilo que é de melhor interesse para população. Parte-se do da legitimação da decisão político-administrativa passa a ser uma
pressuposto de que parcela, significativa, dos eleitores, não tem in- obrigação legal. Não é mais possível elaborar orçamento, sem a

Didatismo e Conhecimento 2
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
participação popular. Os Tribunais de Contas apresentam-se como - Moralidade – A moralidade administrativa constitui, hoje em
a instituição capaz de comprovar esta participação e impor sanções dia, pressuposto de validade de todo ato da Administração Pública
pelo seu descumprimento. (...). Não se trata – diz Hauriou, o sistematizador de tal conceito –
A realização de audiências públicas, a cada quatro meses, da moral comum, mas sim de uma moral jurídica, entendida como
com o objetivo de demonstrar o cumprimento das metas fiscais, “o conjunto de regras de conduta tiradas da disciplina interior da
também expressa outro exemplo da importância dos Tribunais de Administração” (...)
Contas, que são os responsáveis pela aferição e pela verificação do - Publicidade - Publicidade é a divulgação oficial do ato para
cumprimento desses comandos legais. conhecimento público e início de seus efeitos externos. (...) O prin-
Na realidade, a atuação dos Tribunais na promoção da ética cípio da publicidade dos atos e contratos administrativos, além de
e na garantia do exercício pleno da cidadania constrói uma via de assegurar seus efeitos externos, visa a propiciar seu conhecimento
mão dupla. Não só os Tribunais servem como provedores de infor- e controle pelos interessados diretos e pelo povo em geral, através
mações e garantidores de que esses mecanismos de participação dos meios constitucionais (...)
popular estejam sendo respeitados, como também os Tribunais se - Eficiência – O princípio da eficiência exige que a atividade
legitimam junto à sociedade, maximizando suas ações. www.sjt. administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento
com.br funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa,
que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legali-
dade, exigindo resultados positivos para o serviço público e sa-
tisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de seus
2 ÉTICA NO SETOR PÚBLICO. membros. (...).”
Controle da atuação da Administração Pública:
Visando a assegurar que a Administração Pública atue sempre
em consonância com os princípios normativos que lhe são impos-
A respeito deste tema há um importante texto de Maria Denise tos, faz-se necessário que se sujeite ao controle por parte dos Pode-
Abeijon Pereira Gonçalves, que aborda de uma maneira sucinta e res Legislativo e Judiciário, além de, ela própria, exercer controle
eficaz, conforme segue: sobre seus atos.
Uma vez que é através das atividades desenvolvidas pela Ad- Ressalte-se que todos os Poderes estão sujeitos ao mesmo
ministração Pública que o Estado alcança seus fins, seus agentes controle, desde que os atos emanados deem-se no exercício de
públicos são os responsáveis pelas decisões governamentais e pela função tipicamente administrativa.
execução dessas decisões. Através de instrumentos de ação outorgados pela Constitui-
Para que tais atividades não desvirtuem as finalidades estatais ção, também os administrados podem provocar o procedimento de
a Administração Pública se submete às normas constitucionais e às controle, visando não só à defesa de interesses individuais como
leis especiais. Todo esse aparato de normas objetiva a um compor- de interesses coletivos, embora tal controle seja atribuição estatal.
tamento ético e moral por parte de todos os agentes públicos que A Emenda Constitucional número 19/98, inseriu o § 3º no
servem ao Estado. artigo 37, prevendo formas de participação dos administrados na
Administração Pública, necessitando, porém, da edição de lei que
Princípios constitucionais que balizam a atividade adminis- regulamente o dispositivo constitucional, o que ainda não foi ob-
trativa: servado pelo legislador pátrio.
Devemos atentar para o fato de que a Administração deve pau- Por outro lado, o Ministério Público desempenha importante
tar seus atos pelos princípios elencados na Constituição Federal, papel no controle dos atos administrativos, sendo, hoje, o órgão
em seu art. 37 que prevê: “A administração pública direta e indi- mais bem estruturado para tal finalidade, devido às funções que
reta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito lhe foram atribuídas pelo artigo 129 da Carta Magna, onde, além
Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, da função de denunciar autoridades públicas por crimes praticados
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (...)”. no exercício de suas funções, tem ainda competência para realizar
Quanto aos citados princípios constitucionais, o entendimento o inquérito civil, requisitar diligências investigatórias e atuar como
do doutrinador pátrio Hely Lopes Meirelles é o seguinte: autor da ação civil pública, objetivando a reprimir atos de impro-
“- Legalidade - A legalidade, como princípio da administração bidade administrativa e resguardar interesses coletivos e difusos.
(CF, art. 37, caput), significa que o administrador público está, em O poder-dever que a lei atribui aos órgãos públicos de contro-
toda a sua atividade funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às lar os atos emanados pela Administração não pode ser renunciado
exigências do bem comum, e deles não se pode afastar ou desviar, sob pena de responsabilização de quem se omitiu, sendo que tal
sob pena de praticar ato inválido e expor-se a responsabilidade dis- controle abrange a fiscalização e a correção dos atos ilegais, bem
ciplinar, civil e criminal, conforme o caso. (...) como, dos inoportunos ou inconvenientes para o interesse público.
- Impessoalidade – O princípio da impessoalidade, (...), nada “(...) pode-se definir o controle da Administração Pública
mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao ad- como o poder de fiscalização e correção que sobre ela exercem os
ministrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. E órgãos dos Poderes Judiciário, Legislativo e Executivo, com o ob-
o fim legal é unicamente aquele que a norma de Direito indica ex- jetivo de garantir a conformidade de sua atuação com os princípios
pressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal. que lhe são impostos pelo ordenamento jurídico.”
Esse princípio também deve ser entendido para excluir a promoção O controle da atuação administrativa e financeira e do cumpri-
pessoal de autoridades ou servidores públicos sobre suas realiza- mento dos deveres funcionais do Poder Judiciário e do Ministério
ções administrativas (...) Público, após a edição da Emenda Constitucional 45/2004, passou

Didatismo e Conhecimento 3
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
a ser exercida pelo Conselho Nacional de Justiça e pelo Conselho É pacífica, em nossa doutrina, a possibilidade de anulação dos
Nacional do Ministério Público, respectivamente, competindo- atos ilegais tanto pela própria Administração quanto pelo Poder
-lhes zelar pela aplicação das leis relativas ao Judiciário e ao Mi- Judiciário.
nistério Público. “Anulação é a declaração de invalidação de um ato adminis-
Deve-se ressaltar que não se trata de controle externo, uma trativo ilegítimo ou ilegal, feita pela própria Administração ou pelo
vez que os referidos Conselhos integram a instituição controlada, Poder Judiciário...
não prejudicando o controle externo exercido pelos Tribunais de ...O conceito de ilegalidade ou ilegitimidade, para fins de anu-
Contas, limitando-se, o controle dos citados órgãos, aos atos e a lação do ato administrativo, não se restringe somente à violação
atividade administrativa do Judiciário e do Ministério Público, não frontal da lei. Abrange não só a clara infringência do texto legal
abrangendo os atos jurisdicionais ou judiciais propriamente ditos. como, também, o abuso, por excesso ou desvio de poder, ou por
A referida Emenda Constitucional 45/2004, criou ainda, as relegação dos princípios gerais do Direito, especialmente os prin-
ouvidorias, objetivando provocar a atuação dos Conselhos Nacio-
cípios do regime jurídico administrativo”.
nais de Justiça e do Ministério Público, através de reclamações e
O Poder Judiciário, ao exercer o controle judicial, pode anular
denúncias de quaisquer interessados.
Temos ainda o controle legislativo ou parlamentar, trata-se de os atos ilegais editados pela Administração, sempre que levados
controle eminentemente político e financeiro, objetivando a pro- à sua apreciação pelos meios processuais cabíveis, sendo que a
teção dos interesses do Estado e da Comunidade, exercido pelos revisão é ampla, ou seja, a única restrição é quanto ao objeto do
órgãos legislativos, (Congresso Nacional, Assembléias Legislati- julgamento que se restringe ao exame da legalidade ou da lesivida-
vas e Câmaras de Vereadores) ou por Comissões Parlamentares, de ao patrimônio público, não podendo adentrar no mérito de con-
analisando a legalidade e a conveniência pública de determinados veniência e oportunidade para a edição do ato pela Administração.
atos do Executivo. Importante se faz, ainda, atentar para as restrições colocadas
Este controle é exercido dentro da expressa previsão constitu- ao Judiciário, quando do conhecimento de atos políticos, assim
cional de forma a evitar a interferência de um Poder sobre outro, entendidos aqueles praticados por agentes do Governo, no uso de
preponderando o equilíbrio entre os Poderes, no chamado sistema competência constitucional, os quais destinam-se à condução dos
de pesos e contrapesos, que impõe o controle dos atos de um Poder negócios públicos e fundam-se em ampla liberdade de apreciação
por outro, como por exemplo, na aprovação do orçamento e na de conveniência e oportunidade, devendo, o controle judicial, dar-
fiscalização de sua execução. -se apenas sobre a apreciação quanto a lesividade a direito indivi-
O controle legislativo manifesta-se ainda, através do disposto dual ou ao patrimônio público, não adentrando nos fundamentos
no artigo 50, que trata da possibilidade de convocação de autori- políticos do ato.
dades e pedidos de informações por escrito e no § 3º do artigo 58,
da Constituição Federal, que regula as atividades desempenhadas
A GESTÃO PÚBLICA NA BUSCA DE UMA ATIVIDADE
pelas Comissões Parlamentares de Inquérito.
ADMINISTRATIVA ÉTICA
Em relação à fiscalização financeira, orçamentária e contábil,
o Poder Legislativo conta com o auxílio do Tribunal de Contas. Com a vigência da Carta Constitucional de 1988, a Adminis-
“(...) ao Poder Legislativo compete a fiscalização financei- tração Pública em nosso país passou a buscar uma gestão mais
ra, orçamentária, contábil, operacional e patrimonial dos demais eficaz e moralmente comprometida com o bem comum, ou seja,
Poderes, instituições e órgãos encarregados da administração de uma gestão ajustada aos princípios constitucionais esculpidos no
receitas e despesas públicas. Essa função conta com o auxílio do artigo 37 da Carta Magna.
Tribunal de Contas.” Para isso a Administração Pública vem implementando po-
A sociedade dispõe ainda do controle judicial que é o contro- líticas públicas com enfoque em uma gestão mais austera, com
le exercido privativamente pelo Poder Judiciário sobre os atos da revisão de métodos e estruturas burocráticas de governabilidade.
Administração, com vistas a preservar a legalidade dos referidos Aliado a isto, temos presenciado uma nova gestão preocupada
atos. Tal controle abrange os atos do Poder Executivo, do Legis- com a preparação dos agentes públicos para uma prestação de ser-
lativo e do próprio Judiciário quando configuram atos de natureza viços eficientes que atendam ao interesse público, o que engloba
administrativa. uma postura governamental com tomada de decisões políticas res-
Sendo a legalidade do ato administrativo a condição primeira ponsáveis e práticas profissionais responsáveis por parte de todo o
para a sua validade, importante se faz o controle de tais atos para funcionalismo público.
garantir sua adequação com as normas pertinentes (princípio da Neste sentido, Cristina Seijo Suárez e Noel Añez Tellería, em
legalidade), com a moral da instituição (princípio da moralidade),
artigo, descrevem os princípios da ética pública, que, conforme
com a destinação pública (principio da finalidade), com a divul-
afirmam, devem ser positivos e capazes de atrair ao serviço pú-
gação necessária (princípio da publicidade) e com o rendimento
funcional e presteza (princípio da eficiência). Ao desviar-se ou blico, pessoas capazes de desempenhar uma gestão voltada ao co-
contrariar qualquer desses princípios, a Administração edita ato letivo. São os seguintes os princípios apresentados pelas autoras:
viciado de ilegalidade, o que o torna passível de anulação, pelo “- Os processos seletivos para o ingresso na função pública
Poder Judiciário, se provocado, ou pela própria Administração. devem estar ancorados no princípio do mérito e da capacidade, e
Para requerer a reparação de danos advindos de atos públi- não só o ingresso como carreira no âmbito da função pública;
cos ilegais, os particulares dispõem de ações específicas, como, o - A formação continuada que se deve proporcionar aos funcio-
Mandado de Segurança, a Ação Popular, a Ação Civil Pública, o nários públicos deve ser dirigida, entre outras coisas, para trans-
habeas corpus, o habeas data e as ações de controle concentrado de mitir a idéia de que o trabalho a serviço do setor público deve
constitucionalidade, exceto a ação declaratória de constitucionali- realizar-se com perfeição, sobretudo porque se trata de trabalho
dade, além das vias judiciais comuns. realizado em benefícios de “outros”;

Didatismo e Conhecimento 4
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
- A chamada gestão de pessoal e as relações humanas na Ad- Entretanto, para que o sistema funcione de forma eficaz é ne-
ministração Pública devem estar presididas pelo bom propósito e cessário despertar no cidadão uma consciência política alavancada
uma educação esmerada. O clima e o ambiente laboral devem ser pelo conhecimento de seus direitos e a busca da ampla democracia.
positivos e os funcionários devem se esforçar para viver no coti- Tal objetivo somente será possível através de uma profunda
diano esse espírito de serviço para a coletividade que justifica a mudança na educação, onde os princípios de democracia e as no-
própria existência da Administração Pública; ções de ética e de cidadania sejam despertados desde a infância,
- A atitude de serviço e interesse visando ao coletivo deve ser antes mesmo de o cidadão estar apto a assumir qualquer função
o elemento mais importante da cultura administrativa. A menta- pública ou atingir a plenitude de seus direitos políticos.
lidade e o talento se encontram na raiz de todas as considerações Pode-se dizer que a atual Administração Pública está desper-
sobre a ética pública e explicam, por si mesmos, a importância do tando para essa realidade, uma vez que tem investido fortemente
trabalho administrativo; na preparação e aperfeiçoamento de seus agentes públicos para
- Constitui um importante valor deontológico potencializar o que os mesmos atuem dentro de princípios éticos e condizentes
orgulho são que provoca a identificação do funcionário com os com o interesse social.
fins do organismo público no qual trabalha. Trata-se da lealdade Além, dos investimentos em aprimoramento dos agentes pú-
institucional, a qual constitui um elemento capital e uma obriga- blicos, a Administração Pública passou a instituir códigos de ética
ção central para uma gestão pública que aspira à manutenção de para balizar a atuação de seus agentes. Dessa forma, a cobrança de
comportamentos éticos; um comportamento condizente com a moralidade administrativa é
- A formação em ética deve ser um ingrediente imprescindí- mais eficaz e facilitada.
vel nos planos de formação dos funcionários públicos. Ademais se Outra forma eficiente de moralizar a atividade administrativa
devem buscar fórmulas educativas que tornem possível que esta tem sido a aplicação da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº
disciplina se incorpore nos programas docentes prévios ao acesso à 8.429/92) e da Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar
função pública. Embora, deva estar presente na formação contínua nº 101/00) pelo Poder Judiciário, onde o agente público que desvia
do funcionário. No ensino da ética pública deve-se ter presente que sua atividade dos princípios constitucionais a que está obrigado
os conhecimentos teóricos de nada servem se não se interiorizam responde pelos seus atos, possibilitando à sociedade resgatar uma
na práxis do servidor público; gestão sem vícios e voltada ao seu objetivo maior que é o interesse
- O comportamento ético deve levar o funcionário público à social.
busca das fórmulas mais eficientes e econômicas para levar a cabo Assim sendo, pode-se dizer que a atual Administração Pública
sua tarefa; está caminhando no rumo de quebrar velhos paradigmas consubs-
- A atuação pública deve estar guiada pelos princípios da tanciados em uma burocracia viciosa eivada de corrupção e desvio
igualdade e não discriminação. Ademais a atuação de acordo com de finalidade. Atualmente se está avançando para uma gestão pú-
o interesse público deve ser o “normal” sem que seja moral receber blica comprometida com a ética e a eficiência.
retribuições diferentes da oficial que se recebe no organismo em Para isso, deve-se levar em conta os ensinamentos de Andrés
que se trabalha; Sanz Mulas que em artigo publicado pela Escuela de Relaciones
- O funcionário deve atuar sempre como servidor público e Laborales da Espanha, descreve algumas tarefas importantes que
não deve transmitir informação privilegiada ou confidencial. O devem ser desenvolvidas para se possa atingir ética nas Adminis-
funcionário, como qualquer outro profissional, deve guardar o si- trações.
gilo de ofício; “Para desenhar uma ética das Administrações seria necessário
- O interesse coletivo no Estado social e democrático de Di- realizar as seguintes tarefas, entre outras:
reito existe para ofertar aos cidadãos um conjunto de condições - Definir claramente qual é o fim específico pelo qual se cobra
que torne possível seu aperfeiçoamento integral e lhes permita um a legitimidade social;
exercício efetivo de todos os seus direitos fundamentais. Para tan- - Determinar os meios adequados para alcançar esse fim e
to, os funcionários devem ser conscientes de sua função promocio- quais valores é preciso incorporar para alcançá-lo;
nal dos poderes públicos e atuar em conseqüência disto.(tradução - Descobrir que hábitos a organização deve adquirir em seu
livre).” conjunto e os membros que a compõem para incorporar esses va-
Por outro lado, a nova gestão pública procura colocar à dis- lores e gerar, assim, um caráter que permita tomar decisões acerta-
posição do cidadão instrumentos eficientes para possibilitar uma damente em relação à meta eleita;
fiscalização dos serviços prestados e das decisões tomadas pelos - Ter em conta os valores da moral cívica da sociedade em que
governantes. As ouvidorias instituídas nos Órgãos da Administra- se está imerso;
ção Pública direta e indireta, bem como junto aos Tribunais de - Conhecer quais são os direitos que a sociedade reconhece
Contas e os sistemas de transparência pública que visam a pres- às pessoas.”
tar informações aos cidadãos sobre a gestão pública são exemplos
desses instrumentos fiscalizatórios.
Tais instrumentos têm possibilitado aos Órgãos Públicos
responsáveis pela fiscalização e tutela da ética na Administração
apresentar resultados positivos no desempenho de suas funções,
cobrando atitudes coadunadas com a moralidade pública por parte
dos agentes públicos. Ressaltando-se que, no sistema de controle
atual, a sociedade tem acesso às informações acerca da má gestão
por parte de alguns agentes públicos ímprobos.

Didatismo e Conhecimento 5
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconve-
2.1 DECRETO Nº 1.171/1994 niente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o ho-
(CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO nesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, caput,
SERVIDOR PÚBLICO CIVIL DO PODER e § 4°, da Constituição Federal.
EXECUTIVO FEDERAL). III - A moralidade da Administração Pública não se limita à
distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de
que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade
e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá conso-
lidar a moralidade do ato administrativo.
DECRETO Nº 1.171, DE 22 DE JUNHO DE 1994 IV - A remuneração do servidor público é custeada pelos tri-
butos pagos direta ou indiretamente por todos, até por ele próprio,
Aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Ci- e por isso se exige, como contrapartida, que a moralidade adminis-
vil do Poder Executivo Federal. trativa se integre no Direito, como elemento indissociável de sua
aplicação e de sua finalidade, erigindo-se, como consequência, em
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições fator de legalidade.
que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, e ainda tendo em vista o V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a
disposto no art. 37 da Constituição, bem como nos arts. 116 e 117 comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio
da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e nos arts. 10, 11 e 12 bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito
da Lei n° 8.429, de 2 de junho de 1992, desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio.
VI - A função pública deve ser tida como exercício profissio-
DECRETA: nal e, portanto, se integra na vida particular de cada servidor públi-
co. Assim, os fatos e atos verificados na conduta do dia-a-dia em
Art. 1° Fica aprovado o Código de Ética Profissional do Servi- sua vida privada poderão acrescer ou diminuir o seu bom conceito
dor Público Civil do Poder Executivo Federal, que com este baixa. na vida funcional.
Art. 2° Os órgãos e entidades da Administração Pública Fe- VII - Salvo os casos de segurança nacional, investigações po-
deral direta e indireta implementarão, em sessenta dias, as provi- liciais ou interesse superior do Estado e da Administração Pública,
dências necessárias à plena vigência do Código de Ética, inclusive a serem preservados em processo previamente declarado sigiloso,
mediante a Constituição da respectiva Comissão de Ética, integra- nos termos da lei, a publicidade de qualquer ato administrativo
da por três servidores ou empregados titulares de cargo efetivo ou constitui requisito de eficácia e moralidade, ensejando sua omissão
emprego permanente. comprometimento ético contra o bem comum, imputável a quem
Parágrafo único. A constituição da Comissão de Ética será co- a negar.
municada à Secretaria da Administração Federal da Presidência VIII - Toda pessoa tem direito à verdade. O servidor não pode
da República, com a indicação dos respectivos membros titulares omiti-la ou falseá-la, ainda que contrária aos interesses da própria
e suplentes. pessoa interessada ou da Administração Pública. Nenhum Estado
pode crescer ou estabilizar-se sobre o poder corruptivo do hábito
Art. 3° Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. do erro, da opressão ou da mentira, que sempre aniquilam até mes-
mo a dignidade humana quanto mais a de uma Nação.
Brasília, 22 de junho de 1994, 173° da Independência e 106° IX - A cortesia, a boa vontade, o cuidado e o tempo dedicados
da República. ao serviço público caracterizam o esforço pela disciplina. Tratar
ITAMAR FRANCO mal uma pessoa que paga seus tributos direta ou indiretamente
Romildo Canhim significa causar-lhe dano moral. Da mesma forma, causar dano a
Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.6.1994. qualquer bem pertencente ao patrimônio público, deteriorando-o,
por descuido ou má vontade, não constitui apenas uma ofensa ao
ANEXO equipamento e às instalações ou ao Estado, mas a todos os homens
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do de boa vontade que dedicaram sua inteligência, seu tempo, suas
Poder Executivo Federal esperanças e seus esforços para construí-los.
CAPÍTULO I X - Deixar o servidor público qualquer pessoa à espera de
Seção I solução que compete ao setor em que exerça suas funções, per-
Das Regras Deontológicas mitindo a formação de longas filas, ou qualquer outra espécie de
atraso na prestação do serviço, não caracteriza apenas atitude con-
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos tra a ética ou ato de desumanidade, mas principalmente grave dano
princípios morais são primados maiores que devem nortear o ser- moral aos usuários dos serviços públicos.
vidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já XI - 0 servidor deve prestar toda a sua atenção às ordens legais
que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus de seus superiores, velando atentamente por seu cumprimento, e,
atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preser- assim, evitando a conduta negligente. Os repetidos erros, o desca-
vação da honra e da tradição dos serviços públicos. so e o acúmulo de desvios tornam-se, às vezes, difíceis de corrigir
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemen- e caracterizam até mesmo imprudência no desempenho da função
to ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre pública.

Didatismo e Conhecimento 6
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XII - Toda ausência injustificada do servidor de seu local de q) manter-se atualizado com as instruções, as normas de ser-
trabalho é fator de desmoralização do serviço público, o que quase viço e a legislação pertinentes ao órgão onde exerce suas funções;
sempre conduz à desordem nas relações humanas. r) cumprir, de acordo com as normas do serviço e as instru-
XIII - 0 servidor que trabalha em harmonia com a estrutura or- ções superiores, as tarefas de seu cargo ou função, tanto quanto
ganizacional, respeitando seus colegas e cada concidadão, colabo- possível, com critério, segurança e rapidez, mantendo tudo sempre
ra e de todos pode receber colaboração, pois sua atividade pública em boa ordem.
é a grande oportunidade para o crescimento e o engrandecimento s) facilitar a fiscalização de todos atos ou serviços por quem
da Nação. de direito;
t) exercer com estrita moderação as prerrogativas funcionais
Seção II que lhe sejam atribuídas, abstendo-se de fazê-lo contrariamente
Dos Principais Deveres do Servidor Público aos legítimos interesses dos usuários do serviço público e dos ju-
risdicionados administrativos;
XIV - São deveres fundamentais do servidor público: u) abster-se, de forma absoluta, de exercer sua função, poder
a) desempenhar, a tempo, as atribuições do cargo, função ou ou autoridade com finalidade estranha ao interesse público, mesmo
emprego público de que seja titular; que observando as formalidades legais e não cometendo qualquer
b) exercer suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimen- violação expressa à lei;
to, pondo fim ou procurando prioritariamente resolver situações
v) divulgar e informar a todos os integrantes da sua classe so-
procrastinatórias, principalmente diante de filas ou de qualquer
bre a existência deste Código de Ética, estimulando o seu integral
outra espécie de atraso na prestação dos serviços pelo setor em que
cumprimento.
exerça suas atribuições, com o fim de evitar dano moral ao usuário;
c) ser probo, reto, leal e justo, demonstrando toda a integri-
dade do seu caráter, escolhendo sempre, quando estiver diante de Seção III
duas opções, a melhor e a mais vantajosa para o bem comum; Das Vedações ao Servidor Público
d) jamais retardar qualquer prestação de contas, condição es-
sencial da gestão dos bens, direitos e serviços da coletividade a XV - E vedado ao servidor público;
seu cargo; a) o uso do cargo ou função, facilidades, amizades, tempo,
e) tratar cuidadosamente os usuários dos serviços aperfeiçoan- posição e influências, para obter qualquer favorecimento, para si
do o processo de comunicação e contato com o público; ou para outrem;
f) ter consciência de que seu trabalho é regido por princípios b) prejudicar deliberadamente a reputação de outros servido-
éticos que se materializam na adequada prestação dos serviços pú- res ou de cidadãos que deles dependam;
blicos; c) ser, em função de seu espírito de solidariedade, conivente
g) ser cortês, ter urbanidade, disponibilidade e atenção, res- com erro ou infração a este Código de Ética ou ao Código de Ética
peitando a capacidade e as limitações individuais de todos os usu- de sua profissão;
ários do serviço público, sem qualquer espécie de preconceito ou d) usar de artifícios para procrastinar ou dificultar o exercício
distinção de raça, sexo, nacionalidade, cor, idade, religião, cunho regular de direito por qualquer pessoa, causando-lhe dano moral
político e posição social, abstendo-se, dessa forma, de causar-lhes ou material;
dano moral; e) deixar de utilizar os avanços técnicos e científicos ao seu
h) ter respeito à hierarquia, porém sem nenhum temor de re- alcance ou do seu conhecimento para atendimento do seu mister;
presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutura f) permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos,
em que se funda o Poder Estatal; paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o
i) resistir a todas as pressões de superiores hierárquicos, de público, com os jurisdicionados administrativos ou com colegas
contratantes, interessados e outros que visem obter quaisquer fa- hierarquicamente superiores ou inferiores;
vores, benesses ou vantagens indevidas em decorrência de ações g) pleitear, solicitar, provocar, sugerir ou receber qualquer
imorais, ilegais ou aéticas e denunciá-las; tipo de ajuda financeira, gratificação, prêmio, comissão, doação ou
j) zelar, no exercício do direito de greve, pelas exigências es-
vantagem de qualquer espécie, para si, familiares ou qualquer pes-
pecíficas da defesa da vida e da segurança coletiva;
soa, para o cumprimento da sua missão ou para influenciar outro
l) ser assíduo e frequente ao serviço, na certeza de que sua
servidor para o mesmo fim;
ausência provoca danos ao trabalho ordenado, refletindo negativa-
mente em todo o sistema; h) alterar ou deturpar o teor de documentos que deva encami-
m) comunicar imediatamente a seus superiores todo e qual- nhar para providências;
quer ato ou fato contrário ao interesse público, exigindo as provi- i) iludir ou tentar iludir qualquer pessoa que necessite do aten-
dências cabíveis; dimento em serviços públicos;
n) manter limpo e em perfeita ordem o local de trabalho, se- j) desviar servidor público para atendimento a interesse par-
guindo os métodos mais adequados à sua organização e distribui- ticular;
ção; l) retirar da repartição pública, sem estar legalmente autoriza-
o) participar dos movimentos e estudos que se relacionem do, qualquer documento, livro ou bem pertencente ao patrimônio
com a melhoria do exercício de suas funções, tendo por escopo a público;
realização do bem comum; m) fazer uso de informações privilegiadas obtidas no âmbito
p) apresentar-se ao trabalho com vestimentas adequadas ao interno de seu serviço, em benefício próprio, de parentes, de ami-
exercício da função; gos ou de terceiros;

Didatismo e Conhecimento 7
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
n) apresentar-se embriagado no serviço ou fora dele habitu- Veja que o referido Decreto cria normas de conduta, conheci-
almente; das no Direito como normas materiais, porque impõem compor-
o) dar o seu concurso a qualquer instituição que atente contra tamentos.
a moral, a honestidade ou a dignidade da pessoa humana; O Decreto 1171 é inconstitucional, na medida em que impõe
p) exercer atividade profissional aética ou ligar o seu nome a regras de condutas, ferindo a Constituição. Esta Lei Máxima diz,
empreendimentos de cunho duvidoso. no seu art. 5º, diz que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de
fazer alguma coisa senão em virtude de lei” e que “não há crime
CAPÍTULO II sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação
DAS COMISSÕES DE ÉTICA legal”. Esta lei citada pelo art. 5º é a norma primária, não podendo
ser confundida com a possibilidade de ser imposta normas de con-
XVI - Em todos os órgãos e entidades da Administração Pú- duta pela norma secundária.
blica Federal direta, indireta autárquica e fundacional, ou em qual- Assim, não poderia ser imposta nenhuma norma de conduta
quer órgão ou entidade que exerça atribuições delegadas pelo po- a alguém via Decreto, que é uma norma secundária, porque só a
der público, deverá ser criada uma Comissão de Ética, encarregada norma primária tem esta capacidade constitucional.
de orientar e aconselhar sobre a ética profissional do servidor, no Atualmente, com a nova redação do art. 84, inciso VI, dada
tratamento com as pessoas e com o patrimônio público, competin- pela Emenda Constitucional n. 32, de 11 de setembro de 2001, é
do-lhe conhecer concretamente de imputação ou de procedimento possível falar em Decreto Autônomo. Isto é: é possível falar em
susceptível de censura. Decreto como norma primária, para fins de dispor sobre organi-
XVII (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) zação e funcionamento da Administração Pública Federal, quando
XVIII - À Comissão de Ética incumbe fornecer, aos organis- não houver aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
mos encarregados da execução do quadro de carreira dos servido- públicos, e também para extinguir funções ou cargos públicos,
res, os registros sobre sua conduta ética, para o efeito de instruir quando vagos.
e fundamentar promoções e para todos os demais procedimentos Somente uma grande força de interpretação, que chegaria a
próprios da carreira do servidor público. ultrapassar os limites constitucionais do art. 84, VI, da CF/88, po-
XIX- (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) deria aceitar que a criação de normas de conduta para servidores
XX - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) públicos estaria inserta na organização e funcionamento da Admi-
XXI -(Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) nistração Pública Federal.
XXII - A pena aplicável ao servidor público pela Comissão de Apesar disto, o fato é que o Decreto Autônomo só apareceu
Ética é a de censura e sua fundamentação constará do respectivo verdadeiramente no ordenamento jurídico nacional em 11 de
parecer, assinado por todos os seus integrantes, com ciência do setembro de 2001, e o Decreto 1.171 é de 22 de junho de 1994,
faltoso. quando não havia no ordenamento jurídico o Decreto como norma
XXIII – (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) primária.
XXIV - Para fins de apuração do comprometimento ético, Por isso, o Decreto 1171 não impõe coerção quanto às normas
entende-se por servidor público todo aquele que, por força de lei, materiais nele indicadas; impõe tão somente em relação às normas
contrato ou de qualquer ato jurídico, preste serviços de natureza processuais, como a obrigação de criação de Comissão de Ética
permanente, temporária ou excepcional, ainda que sem retribuição por todas as entidades e órgãos públicos federais.
financeira, desde que ligado direta ou indiretamente a qualquer ór- Diante desta situação, o que resta do Código de Ética do Ser-
gão do poder estatal, como as autarquias, as fundações públicas, vidor do Poder Executivo Federal, imposto pelo referido Decreto?
as entidades paraestatais, as empresas públicas e as sociedades de Continua com o mesmo vigor que sempre teve, porque o vigor
economia mista, ou em qualquer setor onde prevaleça o interesse nunca foi sancionador ou coercitivo.
do Estado. O então Ministro Chefe da Secretaria da Administração Fede-
XXV - (Revogado pelo Decreto nº 6.029, de 2007) ral da Presidência da República, e presidente da Comissão Espe-
cial criada para estudar a construção do Código de Ética, Romildo
Para a análise do Código de Ética do Servidor Público Fe- Canhim, ao expor os motivos para o Presidente da República da
deral, nada melhor que o trabalho desenvolvido pelo professor de época, Itamar Franco, foi enfático, ao dizer o seguinte:
ética Márcio Azevedo, que dispõe a respeito e conforme segue: “Para melhor se compreender a total separação entre o Códi-
“O comportamento ético do servidor público na sua vida go de Ética e a lei que institui o regime disciplinar dos servidores
particular só é exigível se, pela natureza do cargo, houver uma públicos, basta a evidência de que o servidor adere à lei por uma
razoável exigência do servidor se comportar moralmente, como simples conformidade exterior, impessoal, coercitiva, imposta
invariavelmente ocorre nas carreiras típicas de Estado. pelo Estado, pois a lei se impõe por si só, sem qualquer consulta
O que dizer então do Decreto 1.171, de 1994, que impõe o prévia a cada destinatário, enquanto que, no atinente ao Código
comportamento ético e moral de todo e qualquer servidor, na sua de Ética, a obrigatoriedade moral incluir a liberdade de escolha e
vida particular, independentemente da natureza do seu cargo? de ação do próprio sujeito, até para discordar das normas que por-
Quando tal Código estabelece algumas “Regras Deontológi- ventura entenda injustas e lutar por sua adequação aos princípios
cas”, quer dizer que o servidor público está envolto em um siste- da Justiça. Sua finalidade maior é produzir na pessoa do servidor
ma onde a moral tem forte influência no desenvolvimento da sua público a consciência de sua adesão às normas preexistentes atra-
carreira pública. Assim, quem passa pelo serviço público sabe ou vés de um espírito crítico, o que certamente facilitará a prática do
deveria saber que a promoção profissional e o adequado cumpri- cumprimento dos deveres legais por parte de cada um e, em conse-
mento das atribuições do cargo estão condicionados também pela quência, o resgate do respeito aos serviços públicos e à dignidade
ética e, assim, pelo comportamento particular do servidor. social de cada servidor.”

Didatismo e Conhecimento 8
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Exatamente por isso, o Código de Ética cria regras deontoló-
gicas de ética, isto é, cria um sistema de princípios e fundamentos Professora Angélica Massoca Baptista Calil
da moral, daí porque não se preocupa com a previsão de punição
e processo disciplinar contra o servidor antiético, apesar de, na Especialista em Direito Civil e Direito Processual Civil; Ba-
maioria das vezes, haver coincidência entre a conduta antiética e a charel em Direito, graduada pela Faculdade de Direito da Alta
necessidade de punição administrativa. Paulista.
A verdadeira intenção do Código de Ética foi estimular os ór-
gãos e entidades públicas federais a promoverem o debate sobre “E quando você pensar em desistir, lembre-se dos motivos
a ética, para que ela, e as discussões que dela se extrai, permeie que te fizeram aguentar até agora”.
amiúde as repartições, até com naturalidade.
O professor finaliza destacando alguns pontos importantes Meus caros alunos e amigos, agradeço desde já a confiança
acerca da ética no serviço público federal: e desejo profundamente, que minha matéria realmente contribua
“Servidor que não é ocupante de cargo efetivo da entidade ou para o seu conhecimento e aprovação no concurso almejado. Uma
órgão pode ser membro ou secretário-executivo de Comissão de das vantagens de se estudar para concursos públicos é que os mes-
Ética de que trata o Decreto 1171/94”. mos se repetem periodicamente e, quando se alcança a vitória, esta
O presidente da Comissão de Ética Pública será escolhido pe- compensa todo o esforço da caminhada, bem como todas as even-
los próprios integrantes da Comissão. A atuação da Comissão de tuais e possíveis derrotas anteriores.
Ética, no que concerne ao exercício de suas competências próprias, Apenas antes de adentrarmos à matéria propriamente dita,
não se subordina a instância superior a que se vincule. Eventuais gostaria de apontar quatro técnicas básicas, mas realmente neces-
dúvidas de natureza legal devem ser resolvidas junto ao jurídico da sárias quando estudamos para um concurso público: I) disciplina;
entidade ou órgão. Dúvidas sobre a aplicação das normas do Códi- II) método de estudo correto; III) se identificar com a carreira ou
go de Ética devem ser dirimidas pela Comissão de Ética Pública. área profissional do respectivo concurso; e IV) verificar o nível de
De acordo com o Código de Ética Profissional do Servidor relevância de cada matéria a ser estudada. (FAGA, Tânia. Jurispru-
Público Civil do Poder Executivo Federal, aprovado pelo Decreto dência e Concursos).
1171/94, as normas ali previstas não se aplicam às sociedades de Sem o esforço da busca torna-se impossível a alegria da con-
economia mista. quista.
As dúvidas levantadas sobre a aplicação do Decreto 1171/94 Como já disse Galileu, “Não se pode ensinar tudo a alguém,
devem ser resolvidas pela Comissão de Ética do próprio órgão ou pode-se apenas ajudá-lo a encontrar por si mesmo”.
entidade, cabendo à Comissão de Ética Pública atender às dúvidas A maior satisfação de um professor acontece quando aquele
dessas Comissões ou se manifestar em caso de interpretações di- que recebeu seus ensinamentos, orientações, aulas ou conselhos,
vergentes. (...) acrescenta algum ganho de qualidade, seja esta, de tempo ou satis-
Diretores e Conselheiros de Empresas Públicas sujeitam-se fação. E é exatamente esse ganho de qualidade de qualquer espécie
ao Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil, apro- aos meus alunos e leitores, que eu, como professora, gostaria de
vado pelo Decreto 1171/94, haja vista que para fins de apuração obter com meu modesto trabalho.
do comprometimento ético, entende-se por servidor público todo Sucesso a todos!
aquele que, por força de lei, contrato ou de qualquer ato jurídico,
preste serviços de natureza permanente, temporária ou excepcio- LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚ-
nal, ainda que sem retribuição financeira, desde que ligado direta BLICA:
ou indiretamente a qualquer órgão do poder estatal, como as autar-
quias, as fundações pública, as entidades paraestatais, as empresas COMENTÁRIO DE INTRODUÇÃO:
públicas e as sociedades de economia mista, ou em qualquer setor
onde prevaleça o interesse do Estado (...)”. Meus queridos alunos, começaremos com uma DICA DA
PROFESSORA: Aconselha-se, para complementação e melhor
entendimento das matérias de Direito Administrativo, Adminis-
tração Pública e Servidores Públicos, também a leitura dos Arti-
gos 37 a 41 da CF/88, que trata dos referidos assuntos.

Ainda, aprendamos antes, alguns conceitos básicos para com-


preensão das legislações específicas do edital desse concurso.
Vamos lá!

Conceito de Direito Administrativo:


O Direito Administrativo é o conjunto harmônico de princí-
pios jurídicos que regem a atividade administrativa, as entidades,
os órgãos e os agentes públicos tendentes a realizar concreta, direta
e imediatamente os fins desejados pelo Estado. (NADAL, Fábio;
e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Direito Administrativo. 3. ed. São
Paulo: Método, 2006, p. 20).

Didatismo e Conhecimento 9
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
É o ramo do direito público que tem por objeto os órgãos, Os mesmos caracterizam-se pela atividade de interesse públi-
agentes e pessoas jurídicas administrativas que integram a co, pela presença do Estado e pelo procedimento de direito públi-
Administração Pública, a atividade jurídica não contenciosa co.
que exerce e os bens de que se utiliza para a consecução de seus
fins, de natureza pública. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Servidores Públicos:
Direito Administrativo. 16. ed. São Paulo: Atlas, 2003, p. 47). Servidores Públicos são pessoas físicas que prestam
serviços à Administração Pública Direta, às autarquias ou
Da Administração Pública: fundações públicas, gerando entre as partes um vínculo
empregatício ou estatutário. São serviços prestados à União,
Conceito de Administração Pública: Art. 37, caput, CF: Estados – membros, Distrito Federal ou Municípios. (NADAL,
Fábio e SANTOS, Vauledir Ribeiro, ob. cit., p. 133).
Administração Pública é o conjunto de pessoas e órgãos que O servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo
desempenham uma função de atendimento ao interesse público, público.
ou seja, que estão a serviço da coletividade. (LÉPORE, Paulo. O servidor público somente está obrigado a fazer ou deixar de
Noções de Direito Constitucional. Salvador: JusPodivm, 2014, fazer alguma coisa em virtude de lei, assim, se o mesmo praticar
p.161.) ato ilegal, ainda que cumprindo ordens, deve ser responsabilizado.
Administração Pública é o aparelhamento estatal, integrado Também existem os Agentes Políticos e os Particulares que
por pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos postos à disposi- colaboram com o Poder Público.
ção do cidadão para a consecução das necessidades gerais e coleti-
vas. (PIRES, Antonio Cecílio Moreira). Existem três categorias de Servidores Públicos:
Funcionário Público: (servidor público), está sujeito ao regi-
A Administração Pública divide-se em: me estatutário e ocupa cargo público;
Administração Pública Direta: podendo ser Federal, Esta- Empregado Público: contratado sob o regime da CLT, ocu-
dual, Distrital e Municipal e Administração Pública Indireta: pando emprego público, admitido seja por meio de concurso ou
sendo dividida em Autarquias, também classificadas como agên- pertencendo a quadros funcionais; e
cias reguladoras; Fundações, também classificadas como agências Servidor Temporário: exerce função, em caráter excepcional,
executivas; Sociedades de economia mista e Empresas Públicas. por tempo determinado, sem vínculo a cargos ou emprego público,
Observamos também a existência de Entes cooperados que sob regime administrativo especial.
embora não integrem o conceito de Administração Pública, pres-
tam serviços de interesse público (ex. SESI, SENAC, SENAI, Visto tais conceitos básicos, porém necessários, adentraremos
ONG´s). na matéria específica deste concurso! Coragem e vamos lá!

Órgãos e Funções:
O Direito Administrativo regula a atividade administrativa
do Estado, não importando quem exerça as funções típicas, se-
2.2 REGIME JURÍDICO DOS
jam as mesmas primárias, ou seja, referentes ao Poder Executivo,
SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DA UNIÃO
ou ainda funções atípicas, ou secundárias, referentes aos Poderes
(LEI N. 8.112/1990)
Legislativo e Judiciário.
Em relação à atuação do Estado, existem três Funções essen-
ciais, que são exercidas separadamente em três blocos orgânicos,
denominados Poderes. Ou seja, podemos classificar de tal forma:
Quanto ao Poder: Órgão Legislativo – Função Normativa; COMENTÁRIO:
Órgão Executivo – Função Administrativa; Órgão Judiciário
– Função Judicial. Caros alunos, o presente trabalho trará as partes específicas
desta Lei 8112/90, que serão cobradas neste concurso. Mesmo as-
IMPORTANTE PARA CONCURSOS PÚBLICOS: Tais sim, anexamos tal Lei em seu texto íntegro, ao final do nosso tra-
funções não são exercidas pelos respectivos Poderes de maneira balho, para sua complementação de aprendizado e utilização em
absoluta e exclusiva, pois são atribuídas de maneira restrita, com demais e posteriores concursos. Aproveitem e estudem!
objetivo de preservar o necessário equilíbrio entre os mesmos, o A Lei 8112/90 dispõe sobre o Regime Jurídico dos Servido-
que se denomina nas doutrinas administrativas como “sistema de res Públicos Civis Federais, regulando os direitos e deveres dos
freios e contrapesos”. servidores estatutários da União, das autarquias federais e das fun-
dações públicas federais.
Serviços Públicos:
Serviço Público é todo aquele prestado pela Administração
Pública ou por seus delegados, sob normas e controles estatais,
para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coleti-
vidade ou simples conveniência do Estado. (MEIRELLES, Hely
Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 26. ed. São Paulo: Ma-
lheiros, 2001, p. 675).

Didatismo e Conhecimento 10
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e
2.2.1 DISPOSIÇÕES PRELIMINARES: tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os
REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO procedimentos desta Lei.

Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante


ato da autoridade competente de cada Poder.

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

TÍTULO I Art. 8º São formas de provimento de cargo público:


I - nomeação;
CAPÍTULO ÚNICO II - promoção;
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES III - (Revogado)
IV - (Revogado)
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores V - readaptação;
Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime VI - reversão;
especial, e das fundações públicas federais. VII - aproveitamento;
VIII - reintegração;
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmen- IX - recondução.
te investida em cargo público.
SEÇÃO II
Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e respon- DA NOMEAÇÃO
sabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser
cometidas a um servidor. Art. 9º A nomeação far-se-á:
Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os bra- I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de
sileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimen- provimento efetivo ou de carreira;
to pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo II - em comissão, inclusive na condição de interino, para car-
ou em comissão. gos de confiança vagos.
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão
Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, in-
casos previstos em lei. terinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri-
buições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar
TÍTULO II pela remuneração de um deles durante o período da interinidade.
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDIS-
Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado
TRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO
de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso
público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de
CAPÍTULO I
classificação e o prazo de sua validade.
DO PROVIMENTO
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o de-
senvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão
SEÇÃO I
estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira
DISPOSIÇÕES GERAIS
na Administração Pública Federal e seus regulamentos.
Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo pú- SEÇÃO III
blico: DO CONCURSO PÚBLICO
I - a nacionalidade brasileira;
II - o gozo dos direitos políticos; Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, po-
III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais; dendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei
IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a
V - a idade mínima de dezoito anos; inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital,
VI - aptidão física e mental. quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de
§ 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de isenção nele expressamente previstas.
outros requisitos estabelecidos em lei.
§ 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos,
direito de se inscrever em concurso público para provimento de podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de § 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua
que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário
(vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.

Didatismo e Conhecimento 11
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de
expirado. publicação do ato que promover o servidor.

SEÇÃO IV Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município
DA POSSE E DO EXERCÍCIO em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido
ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no má-
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, ximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a
no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabi- retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluí-
lidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão do nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a
ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados nova sede.
os atos de ofício previstos em lei. § 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será
publicação do ato de provimento. contado a partir do término do impedimento.
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de
no caput.
publicação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos
I, III e V do
Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada
Art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII,
em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, res-
alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do peitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e
Art. 102, o prazo será contado do término do impedimento. observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica. diárias, respectivamente.
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por § 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
nomeação. submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de disposto no Art. 120, podendo ser convocado sempre que houver
bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto interesse da Administração.
ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. § 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho
§ 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse estabelecida em leis especiais.
não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo. I - assiduidade;
II - disciplina;
Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspe- III - capacidade de iniciativa;
ção médica oficial. IV - produtividade;
Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for jul- V- responsabilidade.
gado apto física e mentalmente para o exercício do cargo. § 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio
probatório, será submetida à homologação da autoridade
Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por
cargo público ou da função de confiança. comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que
§ 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo,
cargo público entrar em exercício, contados da data da posse. sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados
§ 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem nos incisos I a V do caput deste artigo.
efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não § 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será
entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente
disposto no Art. 18. ocupado, observado o disposto no parágrafo único do Art. 29.
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer
§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde
cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia
for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.
ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente
§ 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá
poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de
com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o
Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo-
servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou
legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do equivalentes.
impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. § 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser
concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81,
Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar
exercício serão registrados no assentamento individual do servi- de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para
dor. outro cargo na Administração Pública Federal.
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresen- § 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e
tará ao órgão competente os elementos necessários ao seu assen- os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim
tamento individual. na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado
a partir do término do impedimento.

Didatismo e Conhecimento 12
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO V § 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os
DA ESTABILIDADE proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer
pelo menos cinco anos no cargo.
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empos- § 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.
sado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no
serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício. Art. 26. (Revogado)
(prazo 3 anos - vide EMC nº 19)
Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple-
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de tado 70 (setenta) anos de idade.
sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra-
tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa. SEÇÃO IX
DA REINTEGRAÇÃO
SEÇÃO VI
DA TRANSFERÊNCIA Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável
no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua
Art. 23. (Revogado) transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão ad-
ministrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
SEÇÃO VII § 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará
DA READAPTAÇÃO em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.
§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em
inspeção médica. SEÇÃO X
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando DA RECONDUÇÃO
será aposentado.
Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
§ 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições
anteriormente ocupado e decorrerá de:
afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;
equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de
II - reintegração do anterior ocupante.
cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente,
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o
até a ocorrência de vaga.
servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no
Art. 30.
SEÇÃO VIII
DA REVERSÃO
SEÇÃO XI
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO
Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposen-
tado: Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade
I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insub- far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribui-
sistentes os motivos da aposentadoria; ou ções e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.
II - no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão; Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determi-
b) a aposentadoria tenha sido voluntária; nará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em
c) estável quando na atividade; vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à Pública Federal.
solicitação; Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do Art. 37, o
e) haja cargo vago. servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob respon-
§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante sabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Admi-
de sua transformação. nistração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em
§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será outro órgão ou entidade.
considerado para concessão da aposentadoria.
§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada
o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo
ocorrência de vaga. legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.
§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da
administração perceberá, em substituição aos proventos da CAPÍTULO II
aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, DA VACÂNCIA
inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia
anteriormente à aposentadoria. Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:

Didatismo e Conhecimento 13
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
I - exoneração; I - interesse da administração;
II - demissão; II - equivalência de vencimentos;
III - promoção; III - manutenção da essência das atribuições do cargo;
IV - (Revogado) IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e comple-
V - (Revogado) xidade das atividades;
VI - readaptação; V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação
VII - aposentadoria; profissional;
VIII - posse em outro cargo inacumulável; VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finali-
IX - falecimento. dades institucionais do órgão ou entidade.
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclu-
servidor, ou de ofício. sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: entidade.
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; § 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades
exercício no prazo estabelecido. da Administração Pública Federal envolvidos.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no
função de confiança dar-se-á: órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será
I - a juízo da autoridade competente; colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos
II - a pedido do próprio servidor. arts. 30 e 31.
Parágrafo único. (Revogado) § 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão
CAPÍTULO III central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou
DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO entidade, até seu adequado aproveitamento.
SEÇÃO I
CAPÍTULO IV
DA REMOÇÃO
DA SUBSTITUIÇÃO
Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de dire-
de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de
ção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão
sede.
substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omis-
Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se
são, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou
por modalidades de remoção:
entidade.
I - de ofício, no interesse da Administração;
II - a pedido, a critério da Administração; § 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente,
III - a pedido, para outra localidade, independentemente do sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função
interesse da Administração: de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos,
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servi- impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância
dor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado deles durante o respectivo período.
no interesse da Administração; § 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial,
dependente que viva às suas expensas e conste do seu assenta- nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular,
mento funcional, condicionada à comprovação por junta médica superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias
oficial; de efetiva substituição, que excederem o referido período.
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em
que o número de interessados for superior ao número de vagas, de Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares
acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria.
que aqueles estejam lotados.
COMENTÁRIO:
SEÇÃO II
DA REDISTRIBUIÇÃO Do Ingresso ao Serviço Público: Art. 37, II, CF:

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provi- A investidura em cargo ou emprego público depende de apro-
mento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pes- vação prévia em concurso público de provas ou provas e títulos,
soal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego,
apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em
preceitos: comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

Didatismo e Conhecimento 14
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
São vedadas diferenças de salários, de exercícios de funções Vacância é o ato administrativo pelo qual o servidor é des-
e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado tituído do cargo, emprego ou função. (DI PIETRO, Maria Sylvia
civil. Zanella).

DO PROVIMENTO: As causas da vacância são várias: demissão, exoneração, rea-


daptação, aposentadoria, falecimento do servidor, promoção e
Provimento é o ato pelo qual o servidor é investido em cargo, posse em outro cargo inacumulável.
emprego ou função pública. (DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella). A vacância de cargo público pode ser originária, referente
É o ato pelo qual se efetua o preenchimento de cargo a cargo recém-criado, jamais provido anteriormente; e derivada,
público, com a designação de seu titular. (MEIRELLES, Hely concretizada na perde definitiva do titular.
Lopes).
Demissão:
O Provimento pode ser: É o desligamento do funcionário a título de punição,
Originário: é o que se faz através de nomeação, que somente mediante processo administrativo ou judicial.
pressupõe a inexistência de vinculação entre a situação de
serviço anterior do nomeado e o preenchimento do cargo. Exoneração:
(MEIRELLES, Hely Lopes). Exemplo: pessoa aprovada em É o desligamento do funcionário público sem caráter
concurso público e servidor público aprovado em concurso para punitivo, ocorrendo a pedido do próprio funcionário, ou em
outro cargo. (NADAL, Fábio e SANTOS, Vauledir Ribeiro); casos de ofício: quando não satisfeitas as condições do estágio
Derivado: depende de um vínculo anterior do servidor com a probatório; ou tomado posse, o servidor não entra em exercício no
Administração. Faz-se por promoção, readaptação, reintegração, prazo estabelecido.
recondução, aproveitamento ou reversão.
Promoção:
Formas de Provimento: É a forma de provimento pelo qual o servidor passa para
Nomeação: é a única forma de provimento originário. cargo de maior grau de responsabilidade e maior complexidade
Posse e exercício: é a materialização da investidura do
de atribuições dentro da carreira a que pertence. (DI PIETRO,
servidor no cargo. O prazo para a posse é de 30 dias, contados da
Maria Sylvia Zanella).
publicação do ato de provimento.
Pode se dar por antiguidade ou merecimento.
Formas de Provimento Derivado:
Aposentadoria: Art. 37, § 10, CF e Art. 40 CF:
Aposentadoria é o direito do servidor de ser remunerado,
Promoção: É a passagem do servidor para cargo de maior
grau de responsabilidade e maior complexidade de atribuições, mesmo não exercendo o seu cargo ou emprego. Ocorre devido à
dentro da carreira a que pertence. invalidez, idade ou tempo de serviço.
É a garantia de inatividade remunerada reconhecida
Readaptação: Destinado ao servidor que passou a sofrer de aos servidores que já prestaram longos anos de serviço, ou se
limitação em sua capacidade física ou mental, assim, não é mais tornaram incapacitados para as suas funções. (MEIRELLES,
capaz de desempenhar as atribuições inerentes a seu cargo. Assim, Hely Lopes).
será investido em outro cargo com atribuições e responsabilidades
compatíveis a sua nova condição. Claro que apenas quando não Modalidades de Aposentadoria:
for o caso de aposentadoria por invalidez. Por Invalidez Permanente: por incapacidade real; o servidor
receberá seus provimentos integrais, sem nenhum desconto, mas
Reversão: É o retorno do aposentado à ativa. Porém, não apenas nessas hipóteses: acidente de serviço; doença grave ou
pode ocorrer se o aposentado já tiver 70 anos. incurável; moléstia profissional;
Aposentadoria Compulsória: incapacidade presumida, cabí-
Reintegração: É o retorno do servidor demitido cuja demis- vel quando o servidor alcançar 70 anos de idade. Proporcional ao
são foi anulada judicial ou administrativamente. tempo de serviço trabalhado, sendo de 30 anos para mulher e 35
anos para homem;
Aproveitamento: Ocorre quando o servidor é aproveitado em Aposentadoria Voluntária: com proventos integrais em 35
outro cargo, já que o seu foi extinto ou declarado desnecessário. anos para homem e 30 anos para mulher; 30 de magistério se pro-
Volta à ativa do servidor em disponibilidade. fessor e 25 se professora; e com proventos proporcionais 30 anos
para homem e 25 para mulher, com 65 anos de idade se homem e
Recondução: É o retorno do servidor ao cargo anteriormen- 60, se mulher;
te ocupado por ele. Previdência Complementar: com autorização do servidor.

DA VACÂNCIA: DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO:

Sendo a Administração Pública caracterizada pelo funciona- Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofí-
mento ininterrupto, a vacância de um cargo, ou seja, situação em cio, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.
que o cargo público fica sem titular, constitui anomalia que deve (BORTOLETO, Leandro. Noções de Direito Administrativo. Sal-
ser corrigida logo. (NADAL, Fábio e SANTOS, Vauledir Ribeiro). vador: JusPodivm, 2014, p. 369).

Didatismo e Conhecimento 15
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Redistribuição é o deslocamento do cargo efetivo, provido ocupado (Recondução é a volta do servidor público à cargo ante-
ou vago, para ouro órgão ou entidade do mesmo Poder. É feita rior). Se não for estável, será exonerado (Exoneração é o desli-
para ajustar a lotação e a força de trabalho às necessidades do ser- gamento do servidor de seu cargo, porém não como sanção, mas a
viço. (BORTOLETO, Leandro. Noções de Direito Administrativo. seu pedido, como regra; ou de ofício, como exceção).
Salvador: JusPodivm, 2014, p. 370).
Quanto às licenças e afastamentos previstos, há algumas em
FIQUE LIGADO: Ao contrário da Remoção, a Redistribui- que o servidor em estágio probatório pode usufruir, outras lhe são
ção apenas ocorre de ofício. vedadas, e embora algumas lhe sejam permitidas, podem suspen-
der o prazo de tal estágio, somente voltando a correr depois de
cessado o impedimento.
DA SUBSTITUIÇÃO:
Servidor em Estágio Probatório: Licenças e Afastamentos:
Ocorre aos ocupantes de Cargos em Comissão, Funções de PERMITIDO:
Confiança e Cargos de Natureza Especial, quando seu cargo fica . Para o serviço militar (não suspende);
vago, por impedimento do titular, ou afastamento deste. O subs- . Para o exercício de mandato eletivo (não suspende);
tituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo de . Para estudo ou missão no exterior (não suspende);
seu cargo, e poderá optar pela remuneração de um deles. . Para servir a outro órgão ou entidade (só cargo de nível ele-
vado; não suspende);
. Por motivo de doença em pessoa da família (suspende);
. Por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro (sus-
2.2.2 ESTÁGIO PROBATÓRIO pende);
. Para atividade política (suspende);
. Para servir em organismo internacional de que o Brasil parti-
cipe ou com o qual coopere (suspende);
. Participação em curso de formação (suspende).
Estágio Probatório:
PROIBIDO:
Estágio probatório é o período de 1 (um) ano de efetivo exer- . Para capacitação;
cício do funcionário nomeado em virtude de concurso. . Para tratar de interesses particulares;
. Para desempenho de mandato classista;
. Para participação em programa de pós-graduação stricto sen-
No período de estágio apurar-se-ão os seguintes requisitos:
su no País.
I - Idoneidade moral: É um dever interno e externo também,
visto que existem relações sociais conexas à condição de Estabilidade e Vitaliciedade:
funcionário público. Idoneidade moral refere-se à boa conduta, ter A estabilidade é a garantia que o servidor público possui de
bom procedimento, comportamento adequado, pois o funcionário permanecer no cargo ou emprego público depois de ter sido apro-
“leva consigo” o nome da repartição pública a qual faz parte, ou vado em estágio probatório (NADAL, Fábio; SANTOS, Vauledir
seja, deve-se proceder na vida pública e privada na forma que dig- Ribeiro; grifo nosso).
nifique a função pública, com probidade. É a garantia constitucional de permanência no serviço
II – Assiduidade: Consiste em não faltar ao serviço público público, do servidor público civil nomeado, em razão de
correspondente, e engloba também a pontualidade, ou seja, o cum- concurso público, para titularizar cargo de provimento efetivo,
após o transcurso de estágio probatório. (MELLO, Antônio Ban-
primento correto do horário de serviço.
deira de.).
III – Disciplina: Cumprimento das ordens superiores legais, IMPORTANTE PARA CONCURSOS PÚBLICOS: A esta-
ou seja, obediência hierárquica. bilidade é assegurada ao servidor após três anos de efetivo exer-
IV – Eficiência: Dedicação ao serviço, desempenhando com cício, em virtude de nomeação em concurso público. Esse é o
zelo e presteza, rapidez, celeridade, os trabalhos que lhe incumbe estágio probatório citado pela lei.
sua função. Passada tal fase do estágio, sendo o servidor público efetiva-
A conclusão do estágio probatório importará na efetivação do, tornar-se-á vitalício, ou seja, o mesmo apenas perderá o car-
automática do funcionário. Ou seja, é o período de prova no qual go, nessas hipóteses: por sentença judicial transitada em julgado;
há avaliação para aferir se o servidor possui aptidão e capacidade por processo administrativo, sendo assegurada ampla defesa, e por
para o desempenho das atribuições de determinado cargo. (BOR- processo de avaliação periódica de desempenho, também assegu-
rada ampla defesa.
TOLETO, Leandro).
O estágio probatório se relaciona com o cargo, pois este é a QUESTÕES:
avaliação da aptidão do servidor para certo cargo.
Lei 8112/90: Das Disposições Preliminares:
IMPORTANTE: Caso o servidor não seja aprovado no es-
tágio probatório, se for estável (Estabilidade é garantia constitu- 01. Os servidores nomeados para cargo de provimento
cional destinadas a servidores nomeados para cargos de provimen- efetivo em virtude de concurso publico, serão estáveis após:
to efetivo, em virtude de concurso público, após 3 (três) anos de (A) Dois anos de efetivo exercício.
efetivo exercício deste e avaliação de desempenho, assim, após, o (B) Três anos de efetivo exercício.
servidor somente perderá o cargo em hipóteses estabelecidas na (C) Quatro anos de exercício, ainda que não efetivo.
Constituição Federal), será reconduzido ao cargo anteriormente (D) Nenhuma das alternativas anteriores.

Didatismo e Conhecimento 16
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
02. São deveres do funcionário público conforme o Es- 08. Assinale a alternativa INCORRETA:
tatuto: (A) A pena de advertência será aplicada verbalmente, no caso
(A) Assiduidade, pontualidade, e dar preferência às requisi- de falta de cumprimento dos deveres, ao infrator reincidente.
ções dos idosos. (B) A pena de advertência não acarreta perda de vencimen-
(B) Manter sigilo profissional, e cumprir ordens do seu supe- tos ou qualquer vantagem de ordem funcional, mas contará pontos
rior, ainda que manifestamente ilegais. negativos na avaliação de desempenho.
(C) Conhecer as regras que regem e determinam a execução (C) A pena de repreensão será aplicada por escrito, no caso
das tarefas do seu cargo ou função pública, e desempenhar traba- de transgressão disciplinar, sendo o infrator primário e na reinci-
lho com zelo e presteza. dência de falta de cumprimento dos deveres.
(D) Cumprir ordens legais dos superiores, e dar preferência (D) A pena de repreensão poderá ser transformada em adver-
às requisições de idosos. tência, aplicada por escrito e sem publicidade.
(E) Não realizar contratos comerciais com o governo, e cum-
prir ordens legais dos respectivos superiores. Observação: Alunos, o gabarito encontra-se ao final de nosso
trabalho.
03. Pode-se dizer acerca da cumulação de responsabili-
dades que:
(A) Só é permitida a cumulação de responsabilidades penais
e administrativas.
(B) Não pode ocorrer cumulação de responsabilidade civil 2.2.3 DIREITOS E VANTAGENS
com punição disciplinar.
(C) O funcionário público que pagar indenização à adminis-
tração não poderá ser punido disciplinarmente.
(D) O pagamento de indenização à administração não libera
o funcionário de responder civil, criminalmente, e ainda sofrer pu- LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990
nição disciplinar.
(E) O pagamento de indenização à administração não libera TÍTULO III
o funcionário de responder civil e criminalmente, todavia impede DOS DIREITOS E VANTAGENS
a aplicação de punição disciplinar.
CAPÍTULO I
04. Dentre os requisitos apurados no estágio probatório DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
NÃO se inclui:
(A) Idoneidade moral. Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
(B) Assiduidade. de cargo público, com valor fixado em lei.
(C) Disciplina. Parágrafo único. (Revogado)
(D) Eficiência.
(E) Aprovação em exame psicotécnico. Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres-
cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei.
05. Sobre a responsabilidade do poder público quanto § 1º A remuneração do servidor investido em função ou cargo
aos danos causados por seus funcionários a terceiros adota-se em comissão será paga na forma prevista no Art. 62.
a: § 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão
(A) Teoria da responsabilidade com culpa. ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de
(B) Teoria da responsabilidade objetiva.
acordo com o estabelecido no § 1º do Art. 93.
(C) Teoria da irresponsabilidade.
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens
(D) Teoria do risco integral.
de caráter permanente, é irredutível.
06. O servidor público responde _______________ pelo § 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos
exercício irregular de suas atribuições: de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre
(A) Administrativamente. servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter
(B) Penalmente. individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
(C) Civilmente. § 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
(D) Penal, civil e administrativamente. salário mínimo.

07. Será aplicada a pena de cassação de aposentadoria ou Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a
disponibilidade, se ficar provado que o inativo: título de remuneração, importância superior à soma dos valores
(A) Praticou, quando em atividade, falta para a qual comi- percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no
nada por lei, pena de demissão ou de demissão a bem do serviço âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por
público. membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribu-
(B) Aceitou ilegalmente cargo ou função pública. nal Federal.
(C) Aceitou representação de Estado estrangeiro sem prévia Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as van-
autorização do Presidente da República. tagens previstas nos incisos II a VII do Art. 61.
(D) Todas alternativas são corretas.

Didatismo e Conhecimento 17
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 43. (Revogado) § 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei.
Art. 44. O servidor perderá:
I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem
justificado; acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrés-
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atra- cimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fun-
sos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata damento.
o Art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação
de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabele- SEÇÃO I
cida pela chefia imediata. DAS INDENIZAÇÕES
Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso
fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da Art. 51. Constituem indenizações ao servidor:
chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício. I - ajuda de custo;
II - diárias;
Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne- III - transporte.
nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Regu- IV - auxílio-moradia.
lamento)
Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos
haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros, I a III do Art. 51, assim como as condições para a sua concessão,
a critério da administração e com reposição de custos, na forma serão estabelecidos em regulamento.
definida em regulamento.
SUBSEÇÃO I
Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas DA AJUDA DE CUSTO
até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servi-
dor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas
máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do inte- de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter
ressado. exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qual-
correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou quer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha
pensão. também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede.
§ 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês § 1º Correm por conta da administração as despesas de
anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem,
imediatamente, em uma única parcela. bagagem e bens pessoais.
§ 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência de § 2º À família do servidor que falecer na nova sede são asse-
cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença gurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem,
que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito.
a data da reposição. § 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de
Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do Art.
implicará sua inscrição em dívida ativa. 36.

Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido, Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração
exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cas- do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo
sada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito. exceder a importância correspondente a 3 (três) meses.

Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se
objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de pres- afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.
tação de alimentos resultante de decisão judicial.
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo
CAPÍTULO II servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mu-
DAS VANTAGENS dança de domicílio.
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do Art.
Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor 93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando ca-
as seguintes vantagens: bível.
I - indenizações;
II - gratificações; Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo
III - adicionais. quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no pra-
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou zo de 30 (trinta) dias.
provento para qualquer efeito.

Didatismo e Conhecimento 18
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SUBSEÇÃO II IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba
DAS DIÁRIAS auxílio-moradia;
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para
Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em cará- ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-
ter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional -Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de
ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a inde- Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;
nizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimen- VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou
tação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento. função de confiança não se enquadre nas hipóteses do
§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo Art. 58, § 3º, em relação ao local de residência ou domicílio
devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite do servidor;
fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido
despesas extraordinárias cobertas por diárias. no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo
exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias. inferior a sessenta dias dentro desse período; e
§ 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de
dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou lotação ou nomeação para cargo efetivo.
microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.
instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado
limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e o prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comis-
servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver per- são relacionado no inciso V.
noite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre
as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional. Art. 60-C. (Revogado)

Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a
por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no 25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, fun-
prazo de 5 (cinco) dias. ção comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado.
§ 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25%
Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em
(vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado.
prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as
§ 2º Independentemente do valor do cargo em comissão ou
diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.
função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem
os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e
SUBSEÇÃO III
oitocentos reais).
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor
imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel,
que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo- o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.
ção para a execução de serviços externos, por força das atribuições
próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento. SEÇÃO II
DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS
SUBSEÇÃO IV
DO AUXÍLIO-MORADIA Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta
Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gra-
Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das tificações e adicionais:
despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e
de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empre- assessoramento;
sa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa II - gratificação natalina;
pelo servidor. III - (Revogado)
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigo-
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se aten- sas ou penosas;
didos os seguintes requisitos: V - adicional pela prestação de serviço extraordinário;
I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo ser- VI - adicional noturno;
vidor; VII - adicional de férias;
II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
funcional; IX - gratificação por encargo de curso ou concurso.
III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou
tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou pro-
mitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o
cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de cons-
trução, nos doze meses que antecederem a sua nomeação;

Didatismo e Conhecimento 19
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SUBSEÇÃO I Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas,
DA RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situa-
DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO ções estabelecidas em legislação específica.

Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servi-
função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento dores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas
em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites
seu exercício. fixados em regulamento.
Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração
dos cargos em comissão de que trata o inciso II do Art. 9º. Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com
Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo so- Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle
mente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos servi- permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultra-
dores públicos federais. passem o nível máximo previsto na legislação própria.
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo se-
SUBSEÇÃO II rão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA
SUBSEÇÃO V
Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO
avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezem-
bro, por mês de exercício no respectivo ano. Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acrés-
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias cimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de
será considerada como mês integral. trabalho.
Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para
dezembro de cada ano. atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite
Parágrafo único. (VETADO).
máximo de 2 (duas) horas por jornada.
Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação nata-
SUBSEÇÃO VI
lina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a
DO ADICIONAL NOTURNO
remuneração do mês da exoneração.
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreen-
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cál-
dido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do
culo de qualquer vantagem pecuniária.
dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por
SUBSEÇÃO III cento), computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO e trinta segundos.
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o
Art. 67. (Revogado) acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração
prevista no Art. 73.
SUBSEÇÃO IV
DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICU- SUBSEÇÃO VII
LOSIDADE OU ATIVIDADES PENOSAS DO ADICIONAL DE FÉRIAS

Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servi-
locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tó- dor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um
xicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional terço) da remuneração do período das férias.
sobre o vencimento do cargo efetivo. Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de di-
§ 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e reção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a
de periculosidade deverá optar por um deles. respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de
§ 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade que trata este artigo.
cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram
causa a sua concessão. SUBSEÇÃO VIII
DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU
Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servido- CONCURSO
res em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou
perigosos. Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afasta- é devida ao servidor que, em caráter eventual:
da, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvol-
previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre vimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da
e em serviço não penoso e não perigoso. administração pública federal;

Didatismo e Conhecimento 20
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
II - participar de banca examinadora ou de comissão para exa- § 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão,
mes orais, para análise curricular, para correção de provas discur- perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver
sivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de
de recursos intentados por candidatos; efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias.
III - participar da logística de preparação e de realização de § 4º A indenização será calculada com base na remuneração
concurso público envolvendo atividades de planejamento, coor- do mês em que for publicado o ato exoneratório.
denação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando § 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor
tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições adicional previsto no inciso XVII do
permanentes; Art. 7º da Constituição Federal quando da utilização do pri-
IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de meiro período.
exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas
atividades. Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com
§ 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação de Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecu-
que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os tivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em
seguintes parâmetros: qualquer hipótese a acumulação.
I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas Parágrafo único. (Revogado)
a natureza e a complexidade da atividade exercida;
II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por mo-
(cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de ex- tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para
cepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço de-
pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autori- clarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade.
zar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais; Parágrafo único. O restante do período interrompido será go-
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos zado de uma só vez, observado o disposto no Art. 77.
seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico
da administração pública federal: CAPÍTULO IV
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratan- DAS LICENÇAS
do de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando SEÇÃO I
de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo. DISPOSIÇÕES GERAIS
§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
somente será paga se as atividades referidas nos incisos do caput Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo I - por motivo de doença em pessoa da família;
de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
de carga horária quando desempenhadas durante a jornada de III - para o serviço militar;
trabalho, na forma do § 4º do Art. 98 desta Lei. IV - para atividade política;
§ 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se V - para capacitação;
incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito VI - para tratar de interesses particulares;
e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer VII - para desempenho de mandato classista.
outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da § 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem
aposentadoria e das pensões. como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame
por perícia médica oficial, observado o disposto no Art. 204 desta
CAPÍTULO III Lei.
DAS FÉRIAS § 2º (Revogado)
§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o
Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem período da licença prevista no inciso I deste artigo.
ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de neces-
sidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do
específica. término de outra da mesma espécie será considerada como pror-
§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos rogação.
12 (doze) meses de exercício.
§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço. SEÇÃO II
§ 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PES-
que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração SOA DA FAMÍLIA
pública.
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo
Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do
até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observando- padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas
-se o disposto no § 1º deste artigo. expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante com-
§ 1° e § 2° (Revogado) provação por perícia médica oficial.

Didatismo e Conhecimento 21
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do SEÇÃO VI
servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente DA LICENÇA-PRÊMIO POR ASSIDUIDADE
com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO
forma do disposto no inciso II do Art. 44.
I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
remuneração do servidor; e Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor
II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem re- poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do
muneração. cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
§ 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a para participar de curso de capacitação profissional.
partir da data do deferimento da primeira licença concedida. Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não não são acumuláveis.
remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas
em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto Art. 88. (Revogado)
no § 3º, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos
I e II do § 2º. Art. 89. (Revogado)

SEÇÃO III Art. 90. (VETADO).


DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO
CÔNJUGE SEÇÃO VII
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PAR-
Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acom- TICULARES
panhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro pon-
to do território nacional, para o exterior ou para o exercício de Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em es-
§ 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração. tágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo
§ 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração.
companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qual-
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal quer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço.
e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão
ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou SEÇÃO VIII
fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO
com o seu cargo. CLASSISTA

SEÇÃO IV Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re-


DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR muneração para o desempenho de mandato em confederação, fe-
deração, associação de classe de âmbito nacional, sindicato repre-
Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será sentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
concedida licença, na forma e condições previstas na legislação ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade
específica. cooperativa constituída por servidores públicos para prestar ser-
Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá viços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso
até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício VIII do Art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e
do cargo. observados os seguintes limites:
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2
SEÇÃO V (dois) servidores;
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta
mil) associados, 4 (quatro) servidores;
Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração, III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associa-
durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção dos, 8 (oito) servidores.
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro § 1º Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral. para cargos de direção ou de representação nas referidas entidades,
§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desde que cadastradas no órgão competente.
desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia, § 2º A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a renovada, no caso de reeleição.
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a
Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.
§ 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia
seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os
vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.

Didatismo e Conhecimento 22
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO V a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vanta-
DOS AFASTAMENTOS gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do
SEÇÃO I cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓR- § 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá
GÃO OU ENTIDADE para a seguridade social como se em exercício estivesse.
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não
Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade
outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do diversa daquela onde exerce o mandato.
Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:
I - para exercício de cargo em comissão ou função de con- SEÇÃO III
fiança; DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO
II - em casos previstos em leis específicas. EXTERIOR
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou
entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estu-
ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, man- do ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República,
tido o ônus para o cedente nos demais casos. Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supre-
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou mo Tribunal Federal.
sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas, § 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a mis-
optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração são ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida
do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo nova ausência.
em comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das § 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será
despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular
§ 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a
Oficial da União. hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento.
§ 4º Mediante autorização expressa do Presidente da § 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da
República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em carreira diplomática.
§ 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de
outro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro
que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do
próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo.
servidor, serão disciplinadas em regulamento.
§ 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou
servidor por ela requisitado, as disposições dos § § 1º e 2º deste
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo
artigo.
internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de
-se-á com perda total da remuneração.
sociedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro
Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento
SEÇÃO IV
de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II DO AFASTAMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PRO-
e § § 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido GRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU NO
condicionado a autorização específica do Ministério do Planeja- PAÍS
mento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de car-
go em comissão ou função gratificada. Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração,
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com
com a finalidade de promover a composição da força de trabalho o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-
dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá -se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração,
determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em
independentemente da observância do constante no inciso I e nos instituição de ensino superior no País.
§ § 1º e 2º deste artigo. § 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá,
em conformidade com a legislação vigente, os programas de
SEÇÃO II capacitação e os critérios para participação em programas de pós-
DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDA- graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão
TO ELETIVO avaliados por um comitê constituído para este fim.
§ 2º Os afastamentos para realização de programas de mestrado
Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de
as seguintes disposições: cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluí-
afastado do cargo; do o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos an-
III - investido no mandato de vereador: teriores à data da solicitação de afastamento.

Didatismo e Conhecimento 23
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 3º Os afastamentos para realização de programas de pós- CAPÍTULO VII
doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de DO TEMPO DE SERVIÇO
cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos
quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço
tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas.
ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data
da solicitação de afastamento. Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias,
§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezen-
nos § § 1º, 2º e 3º deste artigo terão que permanecer no exercício tos e sessenta e cinco dias.
de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do Parágrafo único. (Revogado)
afastamento concedido.
§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no Art. 97,
ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em
previsto no § 4º deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, virtude de:
na forma do Art. 47 da Lei no8.112, de 11 de dezembro de 1990, I - férias;
dos gastos com seu aperfeiçoamento. II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão
§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Dis-
seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5º trito Federal;
deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de III - exercício de cargo ou função de governo ou administra-
caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade. ção, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do
§ 7º Aplica-se à participação em programa de pós-graduação Presidente da República;
no Exterior, autorizado nos termos do Art. 95 desta Lei, o disposto IV - participação em programa de treinamento regularmente
nos § § 1º a 6º deste artigo. instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País,
conforme dispuser o regulamento;
CAPÍTULO VI V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, muni-
DAS CONCESSÕES cipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por mereci-
mento;
Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei;
do serviço:
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afas-
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
tamento, conforme dispuser o regulamento;
II - pelo período comprovadamente necessário para alistamen-
VIII - licença:
to ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a dois
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
dias; e
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou prestado à União, em cargo de provimento efetivo;
padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos. c) para o desempenho de mandato classista ou participação de
gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída
Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudan- por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para
te, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar efeito de promoção por merecimento;
e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo. d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
§ 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício, f) por convocação para o serviço militar;
respeitada a duração semanal do trabalho. IX - deslocamento para a nova sede de que trata o Art. 18;
§ 3º As disposições do parágrafo anterior são extensivas X - participação em competição desportiva nacional ou con-
ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de vocação para integrar representação desportiva nacional, no País
deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de ou no exterior, conforme disposto em lei específica;
horário na forma do inciso II do Art. 44. XI - afastamento para servir em organismo internacional de
§ 4º Será igualmente concedido horário especial, vinculado à que o Brasil participe ou com o qual coopere.
compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano,
ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e
caput do Art. 76-A desta Lei. disponibilidade:
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municí-
Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse pios e Distrito Federal;
da administração é assegurada, na localidade da nova residência II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família
ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em
em qualquer época, independentemente de vaga. período de 12 (doze) meses.
Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônju- III - a licença para atividade política, no caso do Art. 86, § 2º;
ge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato ele-
na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com tivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso
autorização judicial. no serviço público federal;

Didatismo e Conhecimento 24
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Pre- Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando ca-
vidência Social; bíveis, interrompem a prescrição.
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser
exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do Art. relevada pela administração.
102.
§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada
contado apenas para nova aposentadoria. vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a
§ 2º Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às procurador por ele constituído.
Forças Armadas em operações de guerra.
§ 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer
prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de tempo, quando eivados de ilegalidade.
órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal
e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos
mista e empresa pública.
neste Capítulo, salvo motivo de força maior.
CAPÍTULO VIII
COMENTÁRIO:
DO DIREITO DE PETIÇÃO
DOS DIREITOS E VANTAGENS:
Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo. DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO:

Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade compe- Sistema Remuneratório: Art. 37, X a XVI, CF e Art. 39 CF:
tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que
estiver imediatamente subordinado o requerente. Isonomia ou igualdade de vencimentos. Compreende as se-
guintes modalidades:
Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que
houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não poden- Subsídio: parcela única paga aos agentes políticos, quando
do ser renovado. parlamentares, magistrados e membros do Ministério Público;
Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsidera-
ção de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no Remuneração: dividida em:
prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
Vencimentos: somatório das parcelas com vantagens pes-
Art. 107. Caberá recurso: soais, pagas ao servidor publico, quando titular de cargo público
I - do indeferimento do pedido de reconsideração; na Administração Direta, autárquica e fundacional;
II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos. Salário: remuneração aos titulares de emprego público, da
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente Administração Direta e Indireta regidos pela CLT.
superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e,
sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. IMPORTANTE PARA CONCURSOS PÚBLICOS: Nos Mu-
§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade nicípios, a remuneração dos demais servidores públicos não pode-
a que estiver imediatamente subordinado o requerente. rá exceder o subsídio mensal, em espécie, do Prefeito.
Nos Estados e no DF, a remuneração dos demais servidores
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsidera-
públicos não poderá exceder o subsídio mensal, em espécie: do
ção ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou
Governador (Poder Executivo); dos Deputados Estaduais e Dis-
da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
tritais (Poder Legislativo); dos Desembargadores do TJ e Minis-
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensi- tros do STF (Poder Judiciário).
vo, a juízo da autoridade competente.
Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de recon- DOS AFASTAMENTOS:
sideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do
ato impugnado. Afastamento para Exercício de Mandato Eletivo: Art. 38
CF:
Art. 110. O direito de requerer prescreve:
I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassa- Tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital,
ção de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse ficará afastado de seu cargo, emprego ou função.
patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; Investido no cargo de prefeito, será igualmente afastado, po-
II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quan- rém, será facultado optar pela remuneração.
do outro prazo for fixado em lei. Investido no cargo de vereador, havendo compatibilidade de
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data horários, perderá a vantagem do cargo original, mas sem prejuízo
da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interes- da remuneração do cargo eletivo. Agora, não havendo compatibi-
sado, quando o ato não for publicado. lidade, será facultado optar pela remuneração.

Didatismo e Conhecimento 25
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Direito de Petição: VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
Qualquer pessoa física ou jurídica, independente de paga- IX - manter conduta compatível com a moralidade adminis-
mento, tem o Direito de Petição contra ilegalidade ou abuso de trativa;
poder e para a defesa de direitos.
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
Direito de Petição é remédio constitucional de defesa
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
contra o Estado por ilegalidade ou abuso de poder do mesmo,
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po-
assegurado pela CF, Art. 5º, XXXIV, a: Direito de Petição contra
der.
ilegalidade ou abuso de poder em defesa de direito.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será
Ou seja, é o direito de pedir algo aos poderes públicos, seja
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade su-
em razão de abuso, erro, omissão ou conduta incompatível com o
perior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao repre-
serviço público.
sentando ampla defesa.
Este pedido deverá obrigatoriamente ser protocolado, enca-
minhado e apreciado, sob pena de responsabilidade do agente pú-
blico. CAPÍTULO II
Quanto ao Servidor Público, o Direito de Petição é garantido DAS PROIBIÇÕES
ao mesmo. Este tem o direito de requerer ou representar, pedir re-
consideração e recorrer das decisões no prazo de trinta dias, salvo Art. 117. Ao servidor é proibido:
previsão legal específica. I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia
autorização do chefe imediato;
FIQUE ATENTO! IMPORTANTE PARA CONCURSOS II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente,
PÚBLICOS: qualquer documento ou objeto da repartição;
Quanto ao Pedido de Reconsideração, o mesmo difere dos III - recusar fé a documentos públicos;
recursos, visto que é dirigido à mesma autoridade, enquanto os IV - opor resistência injustificada ao andamento de documen-
recursos são sempre dirigidos à autoridade superior. to e processo ou execução de serviço;
V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto
da repartição;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
2.2.4 REGIME DISCIPLINAR, previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua res-
DEVERES E PROIBIÇÕES, ACUMULAÇÃO, ponsabilidade ou de seu subordinado;
RESPONSABILIDADE E PENALIDADES VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a
associação profissional ou sindical, ou a partido político;
VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 civil;
IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou-
TÍTULO IV trem, em detrimento da dignidade da função pública;
DO REGIME DISCIPLINAR X - participar de gerência ou administração de sociedade pri-
vada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, ex-
CAPÍTULO I ceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
DOS DEVERES XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti-
ções públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários
Art. 116. São deveres do servidor: ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; companheiro;
II - ser leal às instituições a que servir; XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de
III - observar as normas legais e regulamentares; qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta- XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estran-
mente ilegais; geiro;
V - atender com presteza: XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, XV - proceder de forma desidiosa;
ressalvadas as protegidas por sigilo; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito serviços ou atividades particulares;
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando so-
dade competente para apuração; licitado.
VII - zelar pela economia do material e a conservação do pa- Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput
trimônio público; deste artigo não se aplica nos seguintes casos:

Didatismo e Conhecimento 26
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
I - participação nos conselhos de administração e fiscal de Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e con-
empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta- travenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.
mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa
constituída para prestar serviços a seus membros; e Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de
II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou
forma do Art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito função.
de interesses.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão
CAPÍTULO III cumular-se, sendo independentes entre si.
DA ACUMULAÇÃO
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será
Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do
vedada a acumulação remunerada de cargos públicos. fato ou sua autoria.
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos
e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-
sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-
Estados, dos Territórios e dos Municípios. perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada autoridade competente para apuração de informação concernente
à comprovação da compatibilidade de horários. à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento,
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de ven- ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun-
cimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da ção pública.
inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remu-
nerações forem acumuláveis na atividade. CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em
comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do Art. 127. São penalidades disciplinares:
Art. 9º, nem ser remunerado pela participação em órgão de I - advertência;
deliberação coletiva. II - suspensão;
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remu-
III - demissão;
neração devida pela participação em conselhos de administração
IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista,
V - destituição de cargo em comissão;
suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou
VI - destituição de função comissionada.
entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha par-
ticipação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a
legislação específica.
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acu- provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
mular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo atenuantes e os antecedentes funcionais.
de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencio-
efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de ho- nará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.
rário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autori-
dades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos. Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de
violação de proibição constante do
CAPÍTULO IV Art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever
DAS RESPONSABILIDADES funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que
não justifique imposição de penalidade mais grave.
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativa-
mente pelo exercício irregular de suas atribuições. Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência
das faltas punidas com advertência e de violação das demais proi-
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou bições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demis-
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário são, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
ou a terceiros. § 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a ins-
somente será liquidada na forma prevista no Art. 46, na falta de peção médica determinada pela autoridade competente, cessando
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o § 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade
servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50%
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração,
e contra eles será executada, até o limite do valor da herança ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
recebida.

Didatismo e Conhecimento 27
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão § 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento do
seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando-
anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não hou- se, quando for o caso, o disposto no § 3º do Art. 167.
ver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. § 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá
efeitos retroativos. automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos: fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de
I - crime contra a administração pública; aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos
II - abandono de cargo; ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em
III - inassiduidade habitual; que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados.
IV - improbidade administrativa; § 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na reparti- disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias,
ção; contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
VI - insubordinação grave em serviço;
admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, sal-
circunstâncias o exigirem.
vo em legítima defesa própria ou de outrem;
§ 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos;
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente,
cargo; as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio na-
cional; Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade
XI - corrupção; do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções pú- a demissão.
blicas;
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do Art. 117. Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por
não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este arti-
o Art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia ime- go, a exoneração efetuada nos termos do Art. 35 será convertida
diata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias, em destituição de cargo em comissão.
contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro-
cedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas se- nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do Art. 132, implica a indis-
guintes fases: ponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- ação penal cabível.
missão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultanea-
mente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
da apuração; por infringência do Art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo
relatório; prazo de 5 (cinco) anos.
III - julgamento. Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público fede-
§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo
ral o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão
nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos
por infringência do Art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação
ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso,
do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico. Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a publicação do do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas
as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser-
promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por viço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente,
intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, durante o período de doze meses.
apresentar defesa escrita, assegurando-se lhe vista do processo na
repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164. Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se
conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, refere o Art. 133, observando-se especialmente que:
em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre I - a indicação da materialidade dar-se-á:
a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa
dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior
para julgamento. a trinta dias;

Didatismo e Conhecimento 28
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias Os deveres internos são aqueles especificados em lei,
de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou su- referentes ao efetivo exercício de seu cargo, sempre valendo-se
perior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze de lealdade e fidelidade aos compromissos:
meses; I – Assiduidade: Não faltar ao serviço.
II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará re- II – Pontualidade: Cumprimento correto do horário de ser-
latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do viço.
servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará III – Discrição: Guardar sigilo sobre os assuntos da repar-
o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono tição, especialmente sobre despachos, decisões ou providências.
de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior Exceção: Princípio da Publicidade, quando definido em lei.
a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para IV – Urbanidade: Tratar os companheiros de serviço e as par-
julgamento. tes em geral com cortesia, boa educação.
V - Lealdade às instituições constitucionais e administrati-
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: vas a que servir: Ser fiel aos seus compromissos.
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas VI - Observância das normas legais e regulamentares: Co-
nhecer as regras e atualizar-se quanto às alterações.
do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-
VII - Obediência às ordens superiores exceto quando ma-
-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de
nifestadamente ilegais: Obediência Hierárquica, quando ordens
aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respec-
legais.
tivo Poder, órgão, ou entidade; VIII - Levar ao conhecimento da autoridade superior irre-
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata- gularidade de que tiver ciência em razão do cargo: Com a fina-
mente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se lidade de os superiores tomem decisões necessárias para correção
tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; das irregularidades.
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos IX - Zelar pela economia e conservação do material que lhe
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência for confiado: Utilização de forma moderada do material de posse
ou de suspensão de até 30 (trinta) dias; do Estado.
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se X - Providenciar para que esteja sempre em ordem no as-
tratar de destituição de cargo em comissão. sentamento individual, a sua declaração de família: Atualizar
sua “ficha”, com dados pessoais na Administração Pública, in-
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: formando alterações posteriores ao provimento do cargo público.
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis- Exemplo: Informar o nascimento de um filho, com a finalidade de
são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de receber o salário-família.
cargo em comissão; XI - Atender prontamente:
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; a) às requisições para defesa da Fazenda Pública: Pedidos da
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. Administração Pública com preferência.
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o b) à expedição das certidões requeridas para a defesa de
fato se tornou conhecido. direito: Atender de forma imediata e preferencial o Direito de Pe-
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se tição: Remédio Constitucional, ou seja, defesa contra o Estado.
às infrações disciplinares capituladas também como crime.
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo DAS PROIBIÇÕES AO FUNCIONÁRIO PÚBLICO:
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida
por autoridade competente. Ao funcionário é proibido: Sob pena de punição:
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a
I - Referir-se de modo depreciativo em informação, parecer
correr a partir do dia em que cessar a interrupção.
ou despacho às autoridades e atos da administração pública, po-
dendo, porém em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista
COMENTÁRIO:
doutrinário ou de organização do serviço: Exemplo: um juiz, que
também é professor de direito, escreve um artigo sobre os pontos
DO REGIME DISCIPLINAR: negativos da repartição que trabalha.
II - Retirar sem prévia autorização da autoridade competen-
DEVERES DO FUNCIONÁRIO PÚBLICO: te, qualquer documento ou objeto da repartição: É crime próprio
de funcionário público, contra a Administração, denominado de
Todo funcionário público tem deveres externos, ou seja, rela- Peculato.
ções sociais conexas à condição de servidor público: boa conduta III - Promover manifestação de apreço ou de desapreço,
(visto que “leva consigo” o nome da repartição à qual faz parte); fazer circular ou subscrever lista de donativos no recinto da re-
sujeição aos impedimentos funcionais (àqueles especificados em partição: Apoiar protestos ou manifestos sobre atos políticos e
lei; exemplo: proibição de acúmulo de cargos; afastamento para sociais.
mandato eletivo); proibição de intermediação (representar direito IV - Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal: Exemplo
de outrem perante a Administração Pública, valendo-se da quali- 1: utilizar o telefone da repartição para tratar de negócios particu-
dade de funcionário público). lares, para namorar, etc. Exemplo 2: juiz cobra para concessão de
liminar a advogado.

Didatismo e Conhecimento 29
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
V - Coagir ou aliciar subordinados com objetivos de natu- DAS PENALIDADES:
reza partidária;
VI - Participar da gerência ou da administração de empre- São penas disciplinares aplicáveis ao servidor público que in-
sas industrial ou comercial, salvo quando estiver de licença para fringir deveres e proibições legais:
tratar de interesses particulares ou em disponibilidade e durante
o período de afastamento: Exemplo: sujeito com conhecimento Repreensão: É uma advertência (exemplo: “chamada de
dos interesses do Estado se utiliza dessa informação que obteve atenção”);
por trabalhar na repartição, e assim, obtém benefício em sua pró-
pria empresa; ou impede a livre concorrência, ou seja, a licitação. Suspensão: Proibição do servidor de comparecer ao serviço
VII - Praticar a usura em qualquer das formas: Exemplo: público, sendo-lhe assim, descontados os dias não trabalhados,
cobrança exagerada de lucros ou juros por agiota. bem como fins de semana remunerados;
VIII - Pleitear como Procurador, ou intermediário, junto
às Repartições Públicas Municipais, salvo quando se tratar de Multa: Valor em dinheiro, como pena, descontado dos venci-
percepção de vencimentos ou vantagens de parente até 2º grau: mentos do funcionário público;
Exemplo de parentesco: 1º grau: pais e filhos; 2º grau: avós, netos
e irmãos. Demissão: É o desligamento do servidor a título de
IX - Receber propinas, comissões, presentes e vantagens de punição;
qualquer espécie em razão das atribuições;
X - Cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos Demissão a bem do serviço público: É o desligamento do
previstos em Lei, o desempenho de cargo que lhe competir ou a servidor quando declarado prejudicial ao serviço público;
seus subordinados.
Cassação de aposentadoria ou disponibilidade: O processo
DA ACUMULAÇÃO: administrativo disciplinar apenas chega ao fim quando o funcioná-
rio público já estiver aposentado ou disponível, perderá os direitos
Proibição de Acúmulo de Cargos: Art. 37, XVI e XVII, CF: e vencimentos também.

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, QUESTÕES:


exceto quando houver compatibilidade de horários, aplicável aos
casos de: dois cargos de professor; um cargo de professor e outro Lei 8112/90: Direitos e Vantagens e Regime Disciplinar:
de técnico ou científico e dois cargos ou empregos privativos de
profissionais de saúde. 01. Segundo a Lei 8112/90, a Administração apura infra-
ções e aplica penalidades aos servidores públicos através do
DAS RESPONSABILIDADES: poder:
(A) Hierárquico.
O servidor está sujeito às responsabilidades civis, penais e ad- (B) De Polícia.
ministrativas, decorrentes de seu cargo, emprego ou função. (C) Disciplinar.
(D) De Prestar Contas.
Responsabilidade Civil: (E) De Tutela.
A Administração Pública responde civilmente pelos atos de 02. Ao ser eleito, a licença a favor do servidor público re-
seus servidores, ou seja, responsabilidade objetiva, porém, o ser- gido pela Lei 8112/90, para o exercício de atividade política
vidor será responsabilizado posteriormente, via ação regressiva será:
(responsabilidade subjetiva, exigida a demonstração de culpa por (A) Não-remunerada, até o limite de três meses.
parte do Estado). (B) Remunerada, até o limite de três meses, entre o registro
de sua candidatura e o décimo dia seguinte ao da eleição.
Responsabilidade Penal: (C) Remunerada, desde a escolha em convenção partidária,
até o décimo dia seguinte ao da eleição.
Por prática de crime ou contravenção. Atribuída ao Poder Ju- (D) Não-remunerada, entre o dia da escolha em convenção
diciário, em acordo com o CP, que prevê os crimes funcionais. O partidária até o décimo dia seguinte ao da eleição.
servidor pode ser preso, condenado a pagar multa e à perda do (E) Remunerada, até o limite de quatro meses, entre a esco-
cargo ou função. lha em convenção partidária e a data da eleição.
Responsabilidade Administrativa:
03. Sobre os ditames disciplinares previstos na Lei
8112/90, quando um servidor apresenta quadro de inassidui-
O servidor responde administrativamente pelos atos ilícitos
dade habitual, as penalidades previstas na legislação estatutá-
cometidos e definidos no Estatuto, sendo a ação ou omissão con-
ria determinam a aplicação de:
trária à lei. A infração é apurada pela própria Administração Pú-
blica, instaurando procedimento específico, seja processo admi- (A) Advertência.
nistrativo disciplinar ou sindicância. Se comprovada a infração, (B) Disponibilidade.
(C) Demissão.
o servidor fica sujeito às penalidades: advertência, destituição de
(D) Suspensão de até quinze dias.
cargo em comissão, exoneração ou até mesmo demissão do car-
(E) Suspensão de até trinta dias.
go efetivo, neste caso, com sentença judicial transitada em julgado.

Didatismo e Conhecimento 30
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
04. Nos termos da Lei 8112/90, além do vencimento e das 09. O servidor público efetivo detentor de cargo em co-
vantagens previstas nesta Lei, serão deferidos aos servidores missão, preenchendo as condições para a aposentadoria: ida-
as seguintes retribuições, gratificações e adicionais ainda vi- de mínima, tempo de contribuição, tempo de serviço público
gentes: e tempo no cargo, terá direito a proventos integrais relativa-
(A) Outros, relativos ao local ou a natureza do trabalho. mente:
(B) Adicional para capacitação. (A) Aos dois cargos.
(C) Gratificação imobiliária. (B) Ao cargo em comissão.
(D) Adicional por tempo de serviço. (C) Ao cargo efetivo.
(E) Gratificação de estímulo à formação acadêmica. (D) Ao cargo de maior remuneração.

05. No tocante a prescrição da ação disciplinar, nos ter- 10. Quanto aos agentes públicos, é correto afirmar que:
mos do Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais- Lei (A) Somente podem ser brasileiros, sendo vedado aos estran-
8112/90, é correto afirmar que: geiros o acesso aos cargos públicos no Brasil.
(A) Ocorre em dois anos, quanto à suspensão. (B) São aqueles que ocupam, necessariamente, cargos efe-
(B) Ocorre em quatro anos, quanto às infrações puníveis com tivos.
demissão ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão. (C) Podem ser divididos em espécies tais como agentes po-
(C) Ocorre em três anos, quanto às infrações puníveis com a líticos, servidores e particulares em colaboração com o poder pú-
cassação de aposentadoria. blico.
(D) Os prazos de prescrição previstos na lei penal não se apli- (D) Destinam-se ao exercício da função administrativa, em-
cam às infrações disciplinares capituladas também como crime. bora possam estar lotados nos poderes executivo, legislativo e ju-
(E) Ocorre em seis meses, quanto à advertência. diciário.

06. O Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais- 11. A aposentadoria de servidor público será sempre com
Lei 8112/90, assegura ao servidor o direito de petição, em re- proventos integrais na modalidade:
querer aos Poderes Públicos créditos resultantes das relações (A) Compulsória.
de trabalho, sempre em defesa de direito ou interesse legítimo. (B) Por invalidez permanente, decorrente de doença grave,
especificada em lei.
Na Hipótese de indeferimento em seu requerimento, caberá,
(C) Voluntária.
na forma da lei:
(D) Por invalidez permanente, decorrente de moléstia grave.
(A) Recurso, à autoridade que expediu o ato ou proferiu a
primeira decisão.
12. No regime constitucional-administrativo dos servi-
(B) Recurso à autoridade imediatamente superior a quem ex-
dores públicos é vedada a acumulação remunerada de cargos
pediu o ato ou proferiu a primeira decisão.
públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários,
(C) Recurso à autoridade superior a quem expediu o ato ou
quanto a:
proferiu a primeira decisão. (A) Dois cargos em comissão.
(D) Pedido de Reconsideração à autoridade imediatamente (B) Um cargo de professor com um cargo técnico ou cien-
superior à que expediu o ato ou proferiu a primeira decisão. tífico.
(E) Pedido de Reconsideração á autoridade que expediu o (C) Um cargo em comissão com um cargo em confiança.
ato ou proferiu a primeira decisão. (D) Dois cargos técnicos administrativos, desde que em enti-
dades federativas diversas.
07. No que concerne aos Serviços Públicos:
(A) Não podem ser delegados, devendo ser exercidos direta- 13. É vedada a acumulação remunerada de cargos
mente pela Administração Pública. públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários:
(B) Se essenciais, podem ser delegados a outras entidades, (A) A de três cargos de professor.
desde que públicas e por prazo determinado. (B) A de dois cargos técnicos ou científicos.
(C) Seu exercício pode ser delegado a entidades públicas ou (C) A de um cargo de juiz e outro técnico.
privadas, por meio de concessão ou permissão, mantendo-se a titu- (D) A de um cargo de professor com outro, técnico ou cien-
laridade com o Poder Público. tífico.
(D) Podem atender necessidades privadas desde que o admi-
nistrador público entenda, a seu critério, ser adequado. 14. Anote o enunciado correto:
(A) Transferência é a passagem do servidor estável de cargo
08. Prescinde de processo seletivo simplificado ou de con- efetivo para outro de igual denominação, pertencente a quadro de
curso público, embora se trate de contratação de servidor pú- pessoal diverso, de órgão ou instituição do mesmo Poder.
blico: (B) A vacância do cargo público poderá decorrer de ascensão
(A) A contratação de servidor pelo regime trabalhista. funcional.
(B) O contrato de locação de serviços realizado com dispen- (C) A recondução do servidor estável poderá decorrer de ina-
sa de licitação. bilitação em estágio probatório relativo a outro cargo.
(C) A contratação de pessoal por tempo determinado para (D) O servidor habilitado em concurso público e empossado
atender às necessidades decorrentes de calamidade pública. em cargo de provimento efetivo adquire estabilidade no serviço
(D) A contratação de servidor autárquico. público ao completar dois anos de efetivo exercício.

Didatismo e Conhecimento 31
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
15. Indique a alternativa correta. Servidor público fun- (B) Ao servidor público estadual é assegurado o percebimen-
dacional, no exercício de mandato eletivo, ficará afastado do to do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por
seu cargo: quinquênio, e vedada sua limitação.
(A) Se deputado distrital, contando-se o tempo do mandato (C) O servidor público civil demitido por ato administrativo,
para efeito de promoção por merecimento. se absolvido pela Justiça, na ação referente ao ato que deu causa à
(B) Se deputado federal, com direito de opção pela remune- demissão, não será reintegrado ao serviço público.
ração do cargo. (D) O servidor, durante o exercício do mandato de vereador,
(C) Se prefeito, com direito a opção pela remuneração do será inamovível.
cargo.
(D) Se senador, com direito de opção pela remuneração do 21. Para efeito de benefício previdenciário, no caso de
cargo. afastamento, os valores serão determinados:
(A) Pela metade.
16. Constitui atributo específico do cargo, ou função, em (B) Pelo dobro.
comissão a: (C) Como se estivesse em exercício.
(A) Respeitabilidade. (D) Nenhuma das alternativas é correta.
(B) Estabilidade.
(C) Transitoriedade. 22. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
(D) Confiabilidade aliada à efetividade. comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração,
bem como de outro cargo temporário ou de emprego público,
17. A Administração Pública restringiu a participação de aplica-se o:
pessoas excessivamente obesas, em um concurso público para (A) Regime geral de Previdência Social.
provimento de cargo público de agente penitenciário. A restri- (B) Regime único de Previdência Social.
ção pode não ferir o princípio da isonomia, desde que: (C) Regime global de Previdência Social.
(A) O edital do concurso tenha sido publicado nos termos da (D) Regime individual de Previdência Privada.
lei de processo administrativo.
(B) Assentada em premissas que não autorizam, do ponto de 23. Os servidores nomeados para cargo de provimento
vista lógico, a conclusão delas extraída. efetivo em virtude de concurso publico, serão estáveis após:
(C) O discrímen guarde relação de pertinência lógica com o (A) Dois anos de efetivo exercício.
desempenho do cargo. (B) Três anos de efetivo exercício.
(D) O edital do concurso não impeça a ampla defesa e o con- (C) Quatro anos de exercício, ainda que não efetivo.
traditório a todos os candidatos que se sentirem prejudicados. (D) Nenhuma das alternativas anteriores.

18. Servidor demitido do serviço público, após processo Observação: Alunos, o gabarito encontra-se ao final de nosso
disciplinar que constatou seu envolvimento em ilícito adminis- trabalho.
trativo, pode vir a ser reintegrado no cargo se em instância
criminal, posteriormente, ele obtiver sentença de absolvição,
referentemente aos mesmos fatos? 2.3 LEI N. 8.429/1992
(A) Sim, se a absolvição criminal for fundamentada na nega- 2.3.1 DISPOSIÇÕES GERAIS
tiva da autoria ou da existência do crime.
(B) Não, porque as jurisdições penal e administrativas não
se intercomunicam.
(C) Sim, desde que a demissão não tenha ocorrido por sufi- COMENTÁRIO:
ciência probatória.
(D) Não, porque na esfera administrativa também há proces- Meus amigos, vide também, anexo desta Lei, em sua íntegra,
so formal com o objetivo de extração da verdade real. ao final do nosso trabalho.

19. A Administração é obrigada a fornecer a qualquer Regulamentando o Art. 37, §4º, CF, existe a Lei 8429/92, que
cidadão, para defesa de seus direitos e esclarecimentos de si- é a Lei de Improbidade Administrativa.
tuações de seu interesse pessoal, certidão de atos, contratos,
decisões ou pareceres, no prazo mínimo de: LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992
(A) 30 dias.
(B) 15 dias. CAPÍTULO I
(C) 10 dias úteis. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
(D) 05 dias úteis.
Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente
20. Assinale a alternativa INCORRETA: público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou
(A) O servidor será aposentado compulsoriamente, aos se- fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
tenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incor-
serviço. porada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou

Didatismo e Conhecimento 32
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquen- Diz o Art. 37, § 4º, CF: Os atos de improbidade administrati-
ta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na va importam a suspensão dos direitos políticos, a perda da função
forma desta lei. pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao Erário,
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades des- na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal
ta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de cabível.
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou A Lei 8.429/92 elenca as sanções aplicáveis aos agentes públi-
creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação cos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato,
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cin- cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta
quenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, ou fundacional.
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a
contribuição dos cofres públicos.
2.3.2 ATOS DE IMPROBIDADE
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, ADMINISTRATIVA
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem re-
muneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo,
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992

Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, CAPÍTULO II


àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qual-
quer forma direta ou indireta. SEÇÃO I
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importan-
assuntos que lhe são afetos. do enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patri-
monial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função,
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou
emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o
lei, e notadamente:
integral ressarcimento do dano.
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente
ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao
quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
seu patrimônio.
ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimô- agente público;
nio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministé- cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel,
rio Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput preço superior ao valor de mercado;
deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressar- III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para
cimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o for-
enriquecimento ilícito. necimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor
de mercado;
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máqui-
público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações nas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de proprieda-
desta lei até o limite do valor da herança. de ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art.
1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
COMENTÁRIO: gados ou terceiros contratados por essas entidades;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
Improbidade Administrativa é o ato ilegal ou contrário aos ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
princípios básicos da Administração Pública, cometido por agente de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
público, durante o exercício de função pública ou decorrente desta. quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
O ato de improbidade qualificado como administrativo é aque- VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
le impregnado de desonestidade e deslealdade. (SIMÃO, Calil). ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação
De acordo com Maria Helena Diniz, Improbidade Adminis- em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade,
trativa define-se então, como a falta de probidade do servidor no peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens
exercício de suas funções ou de governante no desempenho das fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta
atividades próprias de seu cargo. lei;

Didatismo e Conhecimento 33
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda- IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autori-
to, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza zadas em lei ou regulamento;
cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à ren- X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda,
da do agente público; bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio pú-
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con- blico;
sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te- XI - liberar verba pública sem a estrita observância das nor-
nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação
omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a irregular;
atividade; XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri-
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera- queça ilicitamente;
ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza; XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular,
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natu-
ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou decla- reza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades
ração a que esteja obrigado; mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por
entidades mencionadas no art. 1° desta lei; objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão asso-
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valo- ciada sem observar as formalidades previstas na lei;
res integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem
no art. 1° desta lei. suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as for-
malidades previstas na lei.
SEÇÃO II
DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA SEÇÃO III
QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINIS-
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que cau- TRAÇÃO PÚBLICA
sa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa,
que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamen- Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que aten-
to ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no ta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou
art. 1º desta lei, e notadamente: omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, le-
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorpora- galidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
ção ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das diverso daquele previsto, na regra de competência;
entidades mencionadas no art. 1º desta lei; II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofí-
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica cio;
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acer- III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem das atribuições e que deva permanecer em segredo;
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicá- IV - negar publicidade aos atos oficiais;
veis à espécie; V - frustrar a licitude de concurso público;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente des- VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
personalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de ter-
rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades ceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida polí-
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades tica ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou
legais e regulamentares aplicáveis à espécie; serviço.
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas COMENTÁRIO:
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas,
por preço inferior ao de mercado; A Lei 8.429/92 estabelece três espécies de atos de improbi-
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de dade:
bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
VI - realizar operação financeira sem observância das normas .Os que importam enriquecimento ilícito (art.9), podendo,
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô- nesses casos, entre outras sanções, acarretar a suspensão dos direi-
nea; tos políticos e ser arbitrada entre oito a dez anos;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a ob-
servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à .Os que causam lesão ao patrimônio público (art.10), tais
espécie; atos causam prejuízo ao erário, podendo entre outras sanções,
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo acarretar suspensão de direitos políticos, sendo arbitrada entre cin-
indevidamente; co a oito anos;

Didatismo e Conhecimento 34
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Os que atentam contra os princípios da Administração Pú- III –As funções de confiança, exercidas exclusivamente por
blica (art. 11), podendo dentre outras sanções, acarretar suspensão servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comis-
dos direitos políticos, sendo arbitrada entre três a cinco anos. são, a serem preenchidos por servidores de carreira, nos casos,
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se
Sanções: apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento.
Em seu Art. 12, as sanções elencadas não possuem natureza Assinale a alternativa correta:
penal (NADAL, Fábio; SANTOS, Vauledir Ribeiro). (A) Somente a afirmativa I está correta.
As previsões contidas nos três incisos deste Art. 12 dispensam (B) Somente a afirmativa II está correta.
as sanções administrativas, pois, prevendo a suspensão de direito (C) Somente a afirmativa III está correta.
político, automaticamente já supõe a demissão do cargo público, (D) As afirmativas I e III estão corretas.
que é a pena mais severa prevista no Estatuto dos Servidores Pú-
blicos. (FERREIRA, Wolgran Junqueira). 05.João revela a Maria, antes da divulgação oficial, teor
de medida política que irá provocar o aumento de preço de
QUESTÕES: mercadoria determinada. A conduta de João:
(A) É considerada como improbidade e deverá responder por
01.Decisão judicial que determine, conjuntamente, a sus- ato de improbidade que importa enriquecimento ilícito;
pensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a in- (B) É considerada como improbidade e deverá responder por
disponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, pode ser ato de improbidade que causa prejuízo ao erário;
exarada em: (C) É considerada como improbidade e deverá responder por
(A) Ação popular por dano ao erário, com pedido de liminar. ato de improbidade que atenta contra os princípios da administra-
(B) Ação civil pública por improbidade administrativa. ção pública;
(C) Mandado de segurança coletivo proposto pelo Ministério (D) Não é considerada como improbidade, podendo todavia
Público. João ser desligado do seu cargo ou função.
(D) Ação de inconstitucionalidade de ato administrativo.
06. Assinale a alternativa INCORRETA:
02.Agente público pode ser condenado por improbidade (A) As reclamações relativas à prestação de serviços públicos
administrativa por ato que não importou enriquecimento ilíci- serão disciplinadas em lei.
to nem causou prejuízo ao erário? (B) O tempo de afastamento do servidor, para exercício de
(A) Não, porque improbidade administrativa é considerada mandato eletivo, é contado para todos os efeitos legais, salvo para
crime, com responsabilização objetiva do agente público. promoção por merecimento.
(B) Não, pela ausência de dano ao erário público. (C) Os atos de improbidade administrativa implicam unica-
(C) Sim, ainda que o agente tenha agido de boa fé e dentro da mente o ressarcimento ao erário.
legalidade. (D) Desde que haja compatibilidade de horários, é possível a
(D) Sim, desde que o ato atente contra os princípios da Admi- acumulação de um cargo de professor com outro técnico ou cien-
nistração Pública. tífico.

03.Sobre improbidade administrativa (Lei 8429/92), assi- 07. As diversas condutas previstas como atos de improbi-
nale a alternativa correta: dade, dos artigos 9, 10 e 11, da Lei 8429/92, constituem:
(A) Para aplicação das sanções previstas na Lei 8429/92, faz- (A) Hipóteses exaustivas, o que veda a punição de condutas
-se sempre necessária a ocorrência de dano ao patrimônio público; ímprobas não previstas especificamente em seu texto.
(B) A aplicação das sanções previstas na Lei 8429/92 depen- (B) Rol exemplificativo, o que é confirmado pela utilização
dem da prévia aprovação ou rejeição das contas pelos órgãos de pela própria Lei, da palavra “notadamente”, antes da apresentação
controle interno ou pelos Tribunais de Contas; das condutas.
(C) Não se reputa agente público, para os fins da Lei 8429/92, (C) Rol taxativo, o que não afasta a aplicação de normas pe-
aquele que exerce, transitoriamente ou sem remuneração, cargo ou nais, previstas na própria Lei de Improbidade.
função em órgão de entidade integrante da administração pública; (D) Hipóteses exemplificativas, puníveis a título de culpa ou
(D) Existem três espécies de atos de improbidade adminis- dolo, conforme disposição expressa do caput dos referidos artigos.
trativa: os que importam em enriquecimento ilícito ou vantagem
patrimonial ao agente publico, os que causam prejuízo ou lesão Observação: Alunos, o gabarito encontra-se ao final de nosso
ao erário e os que atentem contra os princípios da administração trabalho.
pública.

04.Analise as afirmativas abaixo.


I – Os atos de improbidade administrativa importarão na
perda dos direitos políticos, da função pública, na indisponibi-
lidade dos bens e no ressarcimento ao erário, na forma e gra-
dação em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.
II –O prazo de validade do concurso público será de dois
anos, prorrogável por igual período.

Didatismo e Conhecimento 35
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de
2.4 PROCESSO ADMINISTRATIVO alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos,
(LEI N. 9.784/1999): CONCEITO, PRINCÍ- nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de
PIOS, FASES E MODALIDADES litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalva-
das as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem
LEI Nº 9.784, DE 29 DE JANEIRO DE 1999 prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que
Regula o processo administrativo no âmbito da Administração melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, ve-
Pública Federal. dada aplicação retroativa de nova interpretação.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA CAPÍTULO II


Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
a seguinte Lei:
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Ad-
CAPÍTULO I ministração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que
deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo suas obrigações;
administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indire- II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos
ta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter
e ao melhor cumprimento dos fins da Administração. cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões pro-
§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos feridas;
Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho III - formular alegações e apresentar documentos antes da
de função administrativa. decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão com-
§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se: petente;
I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da Ad- IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
ministração direta e da estrutura da Administração indireta; quando obrigatória a representação, por força de lei.
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade
jurídica; CAPÍTULO III
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
de decisão.
Art. 4º São deveres do administrado perante a Administração,
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, sem prejuízo de outros previstos em ato normativo:
aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, I - expor os fatos conforme a verdade;
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segu- II - proceder com lealdade, urbanidade e boa-fé;
rança jurídica, interesse público e eficiência. III - não agir de modo temerário;
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão obser- IV - prestar as informações que lhe forem solicitadas e colabo-
vados, entre outros, os critérios de: rar para o esclarecimento dos fatos.
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia CAPÍTULO IV
total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em DO INÍCIO DO PROCESSO
lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público, vedada Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou
a promoção pessoal de agentes ou autoridades; a pedido de interessado.
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e
boa-fé; Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em
V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por escrito e
hipóteses de sigilo previstas na Constituição; conter os seguintes dados:
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obri- I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
gações, restrições e sanções em medida superior àquelas estrita- II - identificação do interessado ou de quem o represente;
mente necessárias ao atendimento do interesse público; III - domicílio do requerente ou local para recebimento de co-
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que de- municações;
terminarem a decisão; IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus
VIII - observância das formalidades essenciais à garantia dos fundamentos;
direitos dos administrados; V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar ade- Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotiva-
quado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos admi- da de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o
nistrados; interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.

Didatismo e Conhecimento 36
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 7º Os órgãos e entidades administrativas deverão elaborar Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por moti-
modelos ou formulários padronizados para assuntos que importem vos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de
pretensões equivalentes. competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.

Art. 8º Quando os pedidos de uma pluralidade de interessados Art. 16. Os órgãos e entidades administrativas divulgarão pu-
tiverem conteúdo e fundamentos idênticos, poderão ser formula- blicamente os locais das respectivas sedes e, quando conveniente,
dos em um único requerimento, salvo preceito legal em contrário. a unidade fundacional competente em matéria de interesse espe-
cial.
CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS Art. 17. Inexistindo competência legal específica, o processo
administrativo deverá ser iniciado perante a autoridade de menor
Art. 9º São legitimados como interessados no processo admi- grau hierárquico para decidir.
nistrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares CAPÍTULO VII
de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o
ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada; servidor ou autoridade que:
III - as organizações e associações representativas, no tocante I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
a direitos e interesses coletivos; II - tenha participado ou venha a participar como perito, tes-
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas temunha ou representante, ou se tais situações ocorrem quanto ao
quanto a direitos ou interesses difusos. cônjuge, companheiro ou parente e afins até o terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.
maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial em ato nor-
mativo próprio. Art. 19. A autoridade ou servidor que incorrer em impedimen-
to deve comunicar o fato à autoridade competente, abstendo-se de
CAPÍTULO VI atuar.
DA COMPETÊNCIA Parágrafo único. A omissão do dever de comunicar o impedi-
mento constitui falta grave, para efeitos disciplinares.
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos ór-
Art. 20. Pode ser arguida a suspeição de autoridade ou ser-
gãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os
vidor que tenha amizade íntima ou inimizade notória com algum
casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
dos interessados ou com os respectivos cônjuges, companheiros,
parentes e afins até o terceiro grau.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não
houver impedimento legal, delegar parte da sua competência a ou-
Art. 21. O indeferimento de alegação de suspeição poderá ser
tros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circuns-
tâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. CAPÍTULO VIII
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PRO-
delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos CESSO
presidentes.
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação: forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir.
I - a edição de atos de caráter normativo; § 1º Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em
II - a decisão de recursos administrativos; vernáculo, com a data e o local de sua realização e a assinatura da
III - as matérias de competência exclusiva do órgão ou auto- autoridade responsável.
ridade. § 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma
somente será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser pu- § 3º A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá
blicados no meio oficial. ser feita pelo órgão administrativo.
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes § 4º O processo deverá ter suas páginas numeradas
transferidos, os limites da atuação do delegado, a duração e sequencialmente e rubricadas.
os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter
ressalva de exercício da atribuição delegada. Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis,
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar
autoridade delegante. o processo.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do
delegado. procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.

Didatismo e Conhecimento 37
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão § 2º Os atos de instrução que exijam a atuação dos interessados
ou autoridade responsável pelo processo e dos administrados que devem realizar-se do modo menos oneroso para estes.
dele participem devem ser praticados no prazo de cinco dias, salvo
motivo de força maior. Art. 30. São inadmissíveis no processo administrativo as pro-
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilata- vas obtidas por meios ilícitos.
do até o dobro, mediante comprovada justificação.
Art. 31. Quando a matéria do processo envolver assunto de
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencial- interesse geral, o órgão competente poderá, mediante despacho
mente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for motivado, abrir período de consulta pública para manifestação de
o local de realização. terceiros, antes da decisão do pedido, se não houver prejuízo para
a parte interessada.
CAPÍTULO IX § 1º A abertura da consulta pública será objeto de divulgação
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS pelos meios oficiais, a fim de que pessoas físicas ou jurídicas
possam examinar os autos, fixando-se prazo para oferecimento de
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo
alegações escritas.
administrativo determinará a intimação do interessado para ciência
§ 2º O comparecimento à consulta pública não confere, por
de decisão ou a efetivação de diligências.
si, a condição de interessado do processo, mas confere o direito
§ 1º A intimação deverá conter:
I - identificação do intimado e nome do órgão ou entidade de obter da Administração resposta fundamentada, que poderá ser
administrativa; comum a todas as alegações substancialmente iguais.
II - finalidade da intimação;
III - data, hora e local em que deve comparecer; Art. 32. Antes da tomada de decisão, a juízo da autoridade,
IV - se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se diante da relevância da questão, poderá ser realizada audiência pú-
representar; blica para debates sobre a matéria do processo.
V - informação da continuidade do processo independente-
mente do seu comparecimento; Art. 33. Os órgãos e entidades administrativas, em matéria re-
VI - indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes. levante, poderão estabelecer outros meios de participação de admi-
§ 2º A intimação observará a antecedência mínima de três dias nistrados, diretamente ou por meio de organizações e associações
úteis quanto à data de comparecimento. legalmente reconhecidas.
§ 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo,
por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro Art. 34. Os resultados da consulta e audiência pública e de
meio que assegure a certeza da ciência do interessado. outros meios de participação de administrados deverão ser apre-
§ 4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos sentados com a indicação do procedimento adotado.
ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por
meio de publicação oficial. Art. 35. Quando necessária à instrução do processo, a au-
§ 5º As intimações serão nulas quando feitas sem observância diência de outros órgãos ou entidades administrativas poderá ser
das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado realizada em reunião conjunta, com a participação de titulares ou
supre sua falta ou irregularidade. representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a respectiva
ata, a ser juntada aos autos.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reco-
nhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha ale-
administrado.
gado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garan-
instrução e do disposto no art. 37 desta Lei.
tido direito de ampla defesa ao interessado.
Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo
que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, registrados em documentos existentes na própria Administração
sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o ór-
de outra natureza, de seu interesse. gão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos
documentos ou das respectivas cópias.
CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da
tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer dili-
Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e gências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria
comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se objeto do processo.
de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo proces- § 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na
so, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações motivação do relatório e da decisão.
probatórias. § 2º Somente poderão ser recusadas, mediante decisão
§ 1º O órgão competente para a instrução fará constar dos fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando
autos os dados necessários à decisão do processo. sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.

Didatismo e Conhecimento 38
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a
ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo
expedidas intimações para esse fim, mencionando-se data, prazo, prorrogação por igual período expressamente motivada.
forma e condições de atendimento.
Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o CAPÍTULO XII
órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício DA MOTIVAÇÃO
a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:
ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formula- I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
do, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. III - decidam processos administrativos de concurso ou sele-
ção pública;
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligên- IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo li-
cia ordenada, com antecedência mínima de três dias úteis, mencio- citatório;
nando-se data, hora e local de realização. V - decidam recursos administrativos;
VI - decorram de reexame de ofício;
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um ór- VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão
gão consultivo, o parecer deverá ser emitido no prazo máximo de ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais;
quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convali-
maior prazo. dação de ato administrativo.
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser § 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente,
emitido no prazo fixado, o processo não terá seguimento até a podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos
respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der causa ao de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que,
atraso. neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser § 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza,
emitido no prazo fixado, o processo poderá ter prosseguimento e pode ser utilizado meio mecânico que reproduza os fundamentos
ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da responsabilidade das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia dos
de quem se omitiu no atendimento. interessados.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser comissões ou de decisões orais constará da respectiva ata ou de
previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e termo escrito.
estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado, o órgão res-
ponsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro ór- CAPÍTULO XIII
gão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes. DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO
DO PROCESSO
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de
manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita,
for legalmente fixado. desistir total ou parcialmente do pedido formulado ou, ainda, re-
nunciar a direitos disponíveis.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública § 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia
poderá motivadamente adotar providências acauteladoras sem a atinge somente quem a tenha formulado.
prévia manifestação do interessado. § 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso,
não prejudica o prosseguimento do processo, se a Administração
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a ob- considerar que o interesse público assim o exige.
ter certidões ou cópias reprográficas dos dados e documentos que
o integram, ressalvados os dados e documentos de terceiros prote- Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o proces-
gidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem. so quando exaurida sua finalidade ou o objeto da decisão se tornar
impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para
emitir a decisão final elaborará relatório indicando o pedido ini- CAPÍTULO XIV
cial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará proposta DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à
autoridade competente. Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quan-
do eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de
CAPÍTULO XI conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.
DO DEVER DE DECIDIR
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos adminis-
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir trativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários
decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou re- decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
clamações, em matéria de sua competência. salvo comprovada má-fé.

Didatismo e Conhecimento 39
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de Art. 62. Interposto o recurso, o órgão competente para dele
decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. conhecer deverá intimar os demais interessados para que, no prazo
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer de cinco dias úteis, apresentem alegações.
medida de autoridade administrativa que importe impugnação à
validade do ato. Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto:
I - fora do prazo;
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem le- II - perante órgão incompetente;
são ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apre- III - por quem não seja legitimado;
sentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria IV - após exaurida a esfera administrativa.
Administração. § 1º Na hipótese do inciso II, será indicada ao recorrente a
autoridade competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso.
CAPÍTULO XV
§ 2º O não conhecimento do recurso não impede a
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
Administração de rever de ofício o ato ilegal, desde que não
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de ocorrida preclusão administrativa.
razões de legalidade e de mérito.
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá
decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o confirmar, modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a
encaminhará à autoridade superior. decisão recorrida, se a matéria for de sua competência.
§ 2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo
administrativo independe de caução. puder decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser
§ 3º Se o recorrente alegar que a decisão administrativa cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.
contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade
prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, Art. 64-A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da
antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso ex-
aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso. plicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula,
conforme o caso.
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por
três instâncias administrativas, salvo disposição legal diversa. Art. 64-B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a recla-
mação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante,
Art. 58. Têm legitimidade para interpor recurso administra-
dar-se-á ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para
tivo:
o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões
I - os titulares de direitos e interesses que forem parte no pro-
cesso; administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabiliza-
II - aqueles cujos direitos ou interesses forem indiretamente ção pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.
afetados pela decisão recorrida;
III - as organizações e associações representativas, no tocante Art. 65. Os processos administrativos de que resultem san-
a direitos e interesses coletivos; ções poderão ser revistos, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício,
IV - os cidadãos ou associações, quanto a direitos ou interes- quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetí-
ses difusos. veis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o pra- agravamento da sanção.
zo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da
ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida. CAPÍTULO XVI
§ 1º Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso DOS PRAZOS
administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias,
a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente. Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cien-
§ 2º O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser tificação oficial, excluindo-se da contagem o dia do começo e in-
prorrogado por igual período, ante justificativa explícita. cluindo-se o do vencimento.
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no
seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente
qual o recorrente deverá expor os fundamentos do pedido de ree-
xame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes. ou este for encerrado antes da hora normal.
§ 2º Os prazos expressos em dias contam-se de modo contínuo.
Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não § 3º Os prazos fixados em meses ou anos contam-se de data
tem efeito suspensivo. a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil àquele do início do prazo, tem-se como termo o último dia do mês.
ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade recorri-
da ou a imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar Art. 67. Salvo motivo de força maior devidamente comprova-
efeito suspensivo ao recurso. do, os prazos processuais não se suspendem.

Didatismo e Conhecimento 40
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO XVII O processo administrativo pode ser instaurado tanto a reque-
DAS SANÇÕES rimento da parte interessada quanto por iniciativa da própria admi-
nistração pública, ou seja, é uma relação bilateral.
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade com-
petente, terão natureza pecuniária ou consistirão em obrigação de PRINCÍPIOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO:
fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito de defesa.
Art. 2º, caput, Lei 9784/99:
CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Princípio da Publicidade: Processos desenvolvidos pela ad-
ministração pública devem estar abertos ao acesso dos interessa-
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão dos.
a reger-se por lei própria, aplicando-se lhes apenas subsidiaria-
mente os preceitos desta Lei. Princípio da Obediência à Forma e aos Procedimentos: In-
formalismo, pois exige apenas formas simples e suficientes.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer ór-
gão ou instância, os procedimentos administrativos em que figure Princípio da Oficialidade: Cabível pela administração públi-
como parte ou interessado: ca, independente de provocação do administrado.
I - pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;
II - pessoa portadora de deficiência, física ou mental; Princípio da Ampla Defesa e do Contraditório: Nos proces-
III - (VETADO) sos que possam resultar sanções e em situações de litígio.
IV - pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla,
neoplasia maligna, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitan- Princípio da Pluralidade de Instâncias: Direito à Revisibili-
te, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose an- dade, que assegura que o administrado lesado pode propor recur-
quilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados sos hierárquicos até a autoridade máxima.
da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radia-
ção, síndrome de imunodeficiência adquirida, ou outra doença gra-
Princípio da Gratuidade: Proibida a cobrança de despesas
ve, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que
processuais que não previstas em lei.
a doença tenha sido contraída após o início do processo.
§ 1º A pessoa interessada na obtenção do benefício,
Princípio da Economia Processual: Evitam-se formalismos
juntando prova de sua condição, deverá requerê-lo à autoridade
excessivos e aproveitam-se os atos processuais já realizados.
administrativa competente, que determinará as providências a
serem cumpridas.
Princípio da Atipicidade: São poucas as infrações descritas
§ 2º Deferida a prioridade, os autos receberão identificação
própria que evidencie o regime de tramitação prioritária. em lei.
§ 3º (VETADO)
§ 4º (VETADO) Processo Administrativo Disciplinar:
Aplicado às práticas de atos ilícitos administrativos pelo ser-
Art. 70. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. vidor público, através de procedimento denominado sindicância.

Brasília 29 de janeiro de 1999; 178º da Independência e 111º FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO:


da República.
Início:
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO O Processo Administrativo pode ser iniciado de ofício ou a
requerimento do interessado: Art. 5º, Lei 9784/99.
COMENTÁRIO:
Instrução:
PROCESSO ADMINISTRATIVO: Destina-se a averiguar e comprovar os dados necessários à
tomada de decisão: Art. 29, Lei 9784/99.
Significado:
1) Própria materialidade do processo; Decisão:
2) Procedimento considerado como forma de atuação da A Administração tem o dever de decidir, não podendo perma-
Administração Pública; necer omissa: Art. 48, Lei 9784/99. O prazo para a decisão é de até
3) Procedimento considerado como sucessão coordenada e 30 dias da conclusão da instrução do processo, salvo prorrogação
concatenada de atos; por igual período expressamente motivada: Art. 49, Lei 9784/99.
4) Sinônimo de procedimento administrativo.
5) Processo em que há controvérsia/litígio. (NADAL, Fá- Desistência:
bio; e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Direito Administrativo. 3. ed. O interessado pode desistir do pedido feito no processo, total
São Paulo: Método, 2006. p. 205). ou parcialmente: Artigos 51 e 52, Lei 9784/99.

Didatismo e Conhecimento 41
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Recurso: (A) O interessado será intimado a pagar taxa extra para que o
É possível a interposição de recurso administrativo em face recurso venha a ser julgado.
de decisão tomada no processo administrativo, em razão de lega- (B) Ele não será conhecido.
lidade e mérito: Art. 56, Lei 9784/99. (C) Ele será devidamente julgado, porém, indeferido.
O Art. 58 elenca aqueles que têm legitimidade para interpor (D) Ele será julgado normalmente, uma vez que é direito do
recurso administrativo. interessado ter um segundo julgamento do seu caso.
O prazo para interposição é de 10 dias, contados a partir da (E) O recorrente será punido com multa equivalente a um
ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida, salvo disposi- salario mínimo.
ção legal específica: Art.59, Lei 9784/99.
Observação: Alunos, o gabarito encontra-se ao final de nosso
Revisão: trabalho.
Não é recurso, e pode ser feita, a qualquer tempo, a pedido
ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias rele-
vantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
De forma diferente da que ocorre no processo administrativo, na 3 ESTATUTO E REGIMENTO GERAL DA
revisão não é possível agravar a situação do administrado, isto UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
é, não se admite “reformatio in pejus”: Art. 65. (BORTOLETO,
Leandro. Op. Cit., p. 496).

QUESTÕES: ESTATUTO E REGIMENTO GERAL DA UNIVERSI-


DADE DE BRASÍLIA
Processo Administrativo:
ESTATUTO
01. No caso de funcionário público processado por fato (8ª EDIÇÃO)
que constitui ilícito administrativo e, ao mesmo tempo, ilícito
penal, a decisão do juiz criminal repercutirá na instância ad-
TÍTULO I
ministrativa se:
DA UNIVERSIDADE, PRINCÍPIOS E FINALIDADES
(A) Declarar inexistente o fato.
(B) Absolver o funcionário por insuficiência de prova.
Art. 1º A Universidade de Brasília é uma instituição pública
(C) Absolver o funcionário por reconhecer não constituir, o
de ensino superior, integrante da Fundação Universidade de Brasí-
fato, infração penal.
lia (Lei n. 3.998, de 15 de dezembro de 1961), com sede na Capital
(D) Absolver o funcionário por existir circunstância que
isente o réu de penas. Federal. Parágrafo único. A Universidade de Brasília rege-se pelo
presente Estatuto e, subsidiariamente, pelo Regimento Geral e por
02. O recurso hierárquico próprio: normas complementares.
(A) Admite a reformatio in pejus.
(B) Tem apenas efeito devolutivo. Art. 2º A Universidade de Brasília goza de autonomia didáti-
(C) Tem sempre efeito suspensivo. co-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial,
(D) Pode, suprimindo instância, ser dirigido à autoridade de em conformidade com a Constituição Federal.
maior hierarquia da Administração. Parágrafo único. Na organização de seu Regime Didático,
inclusive de currículo de seus cursos, a Universidade de Brasília
03. Inquérito administrativo apurou que um servidor pú- observará tão somente o disposto no parágrafo único do art. 14 e
blico federal praticou delito de recebimento de propina (crime no art. 15 da Lei n. 3.998, de 15 de dezembro de 1961.
contra a administração pública). Após ampla defesa, em sede
administrativa, sofreu a pena de demissão a bem do serviço Art. 3º São finalidades essenciais da Universidade de Brasí-
público. Na mesma época, em processo criminal paralelo, foi lia o ensino, a pesquisa e a extensão, integrados na formação de
reconhecida a inexistência material do delito de recebimento cidadãos qualificados para o exercício profissional e empenhados
de propina por parte daquele servidor. A decisão administra- na busca de soluções democráticas para os problemas nacionais.
tiva deverá ser:
(A) Anulada, porque qualquer absolvição em sede penal Art. 4º A Universidade de Brasília organiza e desenvolve suas
deve repercutir na decisão administrativa. atividades em conformidade com os seguintes princípios:
(B) Mantida, pela autonomia das instâncias penal e adminis- I natureza pública e gratuita do ensino, sob a responsabilidade
trativa. do Estado;
(C) Mantida, porque a decisão penal nunca pode repercutir II liberdade de ensino, pesquisa e extensão e de difusão e so-
na decisão administrativa. cialização do saber, sem discriminação de qualquer natureza;
(D) Anulada, porque a decisão administrativa foi totalmente III indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão;
calcada na prática do referido delito. IV universalidade do conhecimento e fomento à interdiscipli-
naridade;
04. Segundo o disposto na Lei 9784/99, se um recurso ad- V garantia de qualidade;
ministrativo for interposto fora do prazo:

Didatismo e Conhecimento 42
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
VI orientação humanística da formação artística, literária, Art. 10. Está aberta, a pessoas e entidades, a participação, com
científica e técnica; direito ao uso da palavra, em reuniões de instâncias colegiadas, a
VII intercâmbio permanente com instituições nacionais e in- critério destas.
ternacionais;
VIII incentivo ao interesse pelas diferentes formas de expres- CAPÍTULO III
são do conhecimento popular; DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
IX compromisso com a democracia social, cultural, política
e econômica; Art. 11. A Administração Superior da Universidade de Brasília
X compromisso com a democratização da educação no que tem como órgãos deliberativos, normativos e consultivos o Con-
concerne à gestão, à igualdade de oportunidade de acesso, e com a selho Universitário, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão e
socialização de seus benefícios; o Conselho de Administração; como órgão consultivo, o Conselho
XI compromisso com o desenvolvimento cultural, artístico, Comunitário, e, como órgão executivo, a Reitoria.
científico, tecnológico e socioeconômico do País;
XII compromisso com a paz, com a defesa dos direitos huma- SEÇÃO I
nos e com a preservação do meio ambiente. DOS CONSELHOS SUPERIORES

TÍTULO II Art. 12. O Conselho Universitário é o órgão máximo da Uni-


DA ESTRUTURA ACADÊMICA E ADMINISTRATIVA versidade de Brasília e tem por atribuições, entre outras:
I formular as políticas globais da Universidade;
CAPÍTULO I II propor ao Conselho Diretor da FUB/Fundação Universi-
DA ORGANIZAÇÃO dade de Brasília a programação anual de trabalho e as diretrizes
orçamentárias;
Art. 5º A Universidade de Brasília observará os princípios de III avaliar o desempenho institucional;
gestão democrática, de descentralização e de racionalidade organi- IV aprovar a criação, a modificação e a extinção das unidades
zacional, conforme estabelece este Estatuto. previstas nos incisos III, IV e V do art. 6º deste Estatuto;
V propor ao Conselho Diretor da FUB o Regimento Geral e as
suas alterações, bem como emendas a este Estatuto;
Art. 6º A Universidade de Brasília está estruturada da seguinte
VI criar cursos de graduação e de pós-graduação stricto sensu,
forma:
ouvido o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão;
I Conselhos Superiores;
VII apreciar recursos contra atos do Reitor nos casos e na for-
II Reitoria;
ma definidos no Regimento Geral;
III Unidades Acadêmicas;
VIII aprovar os regimentos internos das Unidades Acadêmi-
IV Órgãos Complementares;
cas, Órgãos Complementares e Centros;
V Centros. IX apreciar, em grau de recurso, as decisões do Conselho de
Ensino, Pesquisa e Extensão e do Conselho de Administração, nos
Art. 7º A criação, extinção ou modificação das Unidades Aca- casos e na forma definidos no Regimento Geral;
dêmicas, Órgãos Complementares ou Centros deverão ser funda- X aprovar o Código de Ética;
mentadas em prévia avaliação institucional em conformidade com XI aprovar as vinculações orgânicas das Unidades Acadêmi-
o disposto no Regimento Geral. cas, Órgãos Complementares e Centros.
CAPÍTULO II Art. 13. Integram o Conselho Universitário:
DA GESTÃO I o Reitor, como presidente;
II o Vice-Reitor, como vice-presidente;
Art. 8º A Universidade de Brasília observará, em todas as ins- III os Decanos;
tâncias deliberativas, os seguintes princípios: IV os Diretores das Unidades Acadêmicas;
I publicidade dos atos e das informações; V 5 (cinco) representantes do Conselho de Ensino, Pesquisa
II planejamento e avaliação periódica de atividades; e Extensão;
III prestação de contas acadêmica e financeira; VI 1 (um) representante do Conselho Comunitário, eleito en-
IV quórum mínimo para o funcionamento de órgãos colegia- tre seus membros;
dos e para a eleição de dirigentes e representantes; VII 1 (um) representante dos Órgãos Complementares;
V condições de manutenção e de perda do direito de repre- VIII 1 (um) representante dos Centros;
sentação. IX 1 (um) representante docente de cada Unidade Acadêmica,
eleito por seus pares;
Art. 9º Os cargos e funções sujeitos ao princípio eletivo têm X os representantes discentes, eleitos por seus pares, em nú-
mandato de dois anos, permitida uma única recondução, excetua- mero correspondente a 1/5 (um quinto) dos demais membros do
dos aqueles mandatos previstos em lei. Conselho, sendo 1/4 (um quarto) dessa representação composta
Parágrafo único. Os representantes em Órgãos Colegiados por alunos de pós-graduação;
têm suplentes, escolhidos pelo mesmo procedimento que o dos XI os representantes dos servidores técnico-administrativos,
titulares. eleitos por seus pares, em número correspondente a 1/10 (um déci-
mo) dos demais membros do Conselho;

Didatismo e Conhecimento 43
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XII 1 (um) representante dos ex-alunos da Universidade de IX os representantes discentes, eleitos por seus pares, em nú-
Brasília. mero correspondente a 1/10 (um décimo) dos demais membros do
Parágrafo único. Os representantes a que se referem os incisos Conselho, sendo 1/4 (um quarto) dessa representação composta
VII, VIII, IX e XI, quando docentes ou técnico administrativos, por alunos de pós-graduação;
devem ter pelo menos 5 (cinco) anos de efetivo exercício na Uni- X os representantes dos servidores técnico-administrativos,
versidade de Brasília. eleitos por seus pares, em número correspondente a 1/10 (um déci-
mo) dos demais membros do Conselho.
Art. 14. O Conselho Universitário pode constituir Câmaras, § 1º O Conselho de Administração delibera em plenário ou por
conforme a natureza dos assuntos, obedecido o princípio de repre- meio das Câmaras de Administração, de Assuntos Comunitários,
sentatividade. de Gestão de Pessoas e de Planejamento e Orçamento, presididas
pelos respectivos Decanos.
Art. 15. O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão delibera § 2º A composição das Câmaras a que se refere o § 1º deve
sobre as matérias acadêmica, científica, cultural e artística, sendo a possibilitar a representação, em cada uma delas, de todas as
última instância de deliberação para recursos nessas áreas, ressal-
Unidades Acadêmicas.
vados os casos previstos no inciso X do art. 12.
Art. 19. O Conselho Universitário, o Conselho de Ensino,
Art. 16. Integram o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão:
Pesquisa e Extensão e o Conselho de Administração podem criar
I o Reitor, como presidente;
II o Vice-Reitor, como vice-presidente; comissões especiais, não deliberativas, para estudos, assessora-
III os Decanos de Ensino de Graduação, de Pesquisa e Pós- mento ou coordenação de assuntos específicos.
-Graduação e de Extensão;
IV 1 (um) representante de cada Conselho de Instituto e Fa- Art. 20. O Conselho Comunitário é um órgão consultivo da
culdade, escolhido entre os seus membros; Administração Superior da Universidade de Brasília, reunindo-
V 1 (um) representante por Unidade Acadêmica, eleito entre -se uma vez por ano, ordinariamente, ou quando convocado pelo
os coordenadores dos cursos de graduação, dos cursos de pós-gra- Reitor ou por requerimento da maioria do Conselho Universitário.
duação e de extensão;
VI 2 (dois) representantes dos Centros afins a atividades de Art. 21. Integram o Conselho Comunitário:
ensino, de pesquisa e de extensão; I o Reitor, como presidente;
VII os representantes discentes, eleitos por seus pares, em nú- II o Vice-Reitor, como vice-presidente;
mero correspondente a 1/5 (um quinto) dos demais membros do III uma representação de entidades de trabalhadores;
Conselho, sendo 1/4 (um quarto) dessa representação composta IV uma representação de entidades empresariais;
por alunos de pós-graduação. V uma representação do Governo do Distrito Federal;
§ 1º O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão delibera VI uma representação da Câmara Distrital;
em plenário ou por meio das Câmaras de Ensino de Graduação, VII uma representação de organizações governamentais e não
de Pesquisa e Pós-Graduação e de Extensão, presididas pelos governamentais ligadas ao ensino, à pesquisa e à extensão;
respectivos Decanos. VIII uma representação dos ex-alunos da Universidade de
§ 2º A composição das Câmaras a que se refere o § 1º deve Brasília;
possibilitar a representação, em cada uma delas, de todas as IX uma representação dos aposentados da Universidade de
Unidades Acadêmicas. Brasília.
Parágrafo único. As representações previstas nos incisos III a
Art. 17. O Conselho de Administração delibera sobre a maté- IX são definidas pelo Conselho Universitário a cada 2 (dois) anos.
ria administrativa, econômica, financeira, de planejamento e orça-
mento, de gestão de pessoas e sobre relações sociais, de trabalho
SEÇÃO II
e de vivência, em conformidade com a programação anual de tra-
DA REITORIA
balho e diretrizes orçamentárias estabelecidas no art. 12, inciso II,
ressalvados os casos previstos no inciso X do art. 12.
Art. 22. Ao Reitor, nomeado na forma da lei, compete repre-
Art. 18. Integram o Conselho de Administração: sentar a Universidade de Brasília, bem como coordenar e superin-
I o Reitor, como presidente; tender as atividades universitárias.
II o Vice-Reitor, como vice-presidente; § 1º Nas faltas e impedimentos do Reitor, a Reitoria é exercida
III os Decanos de Administração, de Assuntos Comunitários, pelo Vice-Reitor.
de Gestão de Pessoas e de Planejamento e Orçamento; (Redação § 2º Nas faltas e impedimentos do Reitor e do Vice-Reitor,
dada pela Resolução n.29/2010, de 7/12/2010, do Conselho Uni- a Reitoria é exercida pelo Decano mais antigo no exercício de
versitário da UnB) IV o Prefeito do Campus; atividades acadêmicas na Universidade de Brasília.
V os Diretores das Unidades Acadêmicas;
VI 1 (um) representante de cada Conselho de Instituto e Fa- Art. 23. O Reitor pode apor veto às deliberações dos Conse-
culdade, eleito entre seus membros; lhos Superiores, justificando-o no prazo de 15 (quinze) dias ao
VII 1 (um) representante dos Centros vinculados à Reitoria; Conselho Universitário, o qual pode revogar o veto pela maioria
VIII 1 (um) representante dos Órgãos Complementares; qualificada de 3/5 (três quintos) dos seus membros.

Didatismo e Conhecimento 44
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 24. Ao Vice-Reitor, nomeado na forma da lei, compete XXIII Faculdade do Gama;
exercer as atribuições definidas no Regimento Geral e nos atos de XXIV Faculdade de Medicina;
delegação baixados pelo Reitor. XXV Faculdade de Planaltina;
XXVI Faculdade de Tecnologia.
Art. 25. A Reitoria é integrada por: Parágrafo único. A relação das Unidades Acadêmicas de que
trata este artigo pode ser alterada em conformidade com o art. 12,
I Decanatos, com a atribuição de supervisionar e coordenar as inciso IV, deste Estatuto.
respectivas áreas: Ensino de Graduação, Pesquisa e Pós-Gradua-
ção, Extensão, Assuntos Comunitários, Administração, de Gestão SEÇÃO I
de Pessoas e de Planejamento e Orçamento; DA GESTÃO
II Procuradoria Jurídica;
III Auditoria; Art. 29. As Unidades Acadêmicas têm como órgão máximo
IV Ouvidoria;
deliberativo e de recurso, em matéria administrativa e acadêmica,
V Assessorias.
o Conselho de Instituto ou de Faculdade e, como órgão executivo,
§ 1º Os Decanos são designados pelo Reitor, com a aprovação
a Direção.
do Conselho Universitário.
§ 2º Os chefes dos órgãos especificados nos incisos II, III e IV,
bem como os assessores, são designados pelo Reitor. Art. 30. As Unidades Acadêmicas são organizadas na forma
definida em seus regimentos internos, em conformidade com o dis-
Art. 26. São órgãos auxiliares da Reitoria: posto neste Estatuto e no Regimento Geral.
I o Gabinete;
II a Prefeitura do Campus. Art. 31. O regimento interno de cada Unidade Acadêmica
Parágrafo único. Os dirigentes dos órgãos a que se refere este deve definir um ou mais colegiados responsáveis pela coordenação
artigo são designados pelo Reitor. didática dos cursos por ela oferecidos.
Parágrafo único. Dos colegiados fazem parte os coordenado-
CAPÍTULO IV res dos cursos envolvidos, representantes de outras unidades par-
DAS UNIDADES ACADÊMICAS ticipantes dos cursos e representantes discentes, na forma definida
no Regimento Geral.
Art. 27. São Unidades Acadêmicas os Institutos e as Faculda-
des, que têm como atribuições: Art. 32. Integram o Conselho de Instituto ou de Faculdade:
I coordenar e avaliar as atividades de ensino, pesquisa e exten- I o Diretor, como presidente;
são nas respectivas áreas; II o Vice-Diretor, como vice-presidente;
II decidir sobre a organização interna, respeitados este Estatu- III os Chefes de Departamento da Unidade;
to e o Regimento Geral; IV os representantes docentes dos Departamentos da Unidade;
III planejar e administrar os recursos humanos, orçamentários, V os representantes discentes matriculados nos cursos minis-
financeiros e materiais sob sua responsabilidade. trados pela Unidade;
VI os representantes dos servidores técnico-administrativos
Art. 28. As Unidades Acadêmicas são: lotados na Unidade;
I Instituto de Artes; VII outros representantes.
II Instituto de Ciência Política; Parágrafo único. As representações previstas nos incisos IV a
III Instituto de Ciências Biológicas; VII são especificadas no regimento interno da Unidade.
IV Instituto de Ciências Exatas;
V Instituto de Ciências Humanas;
Art. 33. Os Diretores e Vice-Diretores das Unidades Acadêmi-
VI Instituto de Ciências Sociais;
cas são nomeados na forma da lei.
VII Instituto de Física;
VIII Instituto de Geociências;
IX Instituto de Letras; Art. 34. Ao Diretor compete superintender e coordenar as ati-
X Instituto de Psicologia; vidades da Unidade Acadêmica, bem como exercer as atribuições
XI Instituto de Química; definidas no Regimento Geral e no regimento interno da Unidade.
XII Instituto de Relações Internacionais; § 1º Nas faltas e impedimentos do Diretor, a direção é exercida
XIII Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária; pelo Vice-Diretor.
XIV Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; § 2º Nas faltas e impedimentos do Diretor e do Vice-Diretor,
XV Faculdade de Ciência da Informação; a direção é exercida pelo membro do Conselho de Instituto ou de
XVI Faculdade de Ceilândia; Faculdade mais antigo no exercício do magistério na Universidade
XVIII Faculdade de Comunicação; de Brasília.
XIX Faculdade de Direito;
XX Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade; Art. 35. Ao Vice-Diretor compete exercer as atribuições defi-
XXI Faculdade de Educação; nidas no Regimento Geral, no regimento interno da Unidade e nos
XXII Faculdade de Educação Física; atos de delegação baixados pelo Diretor.

Didatismo e Conhecimento 45
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO II TÍTULO III
DOS DEPARTAMENTOS DO REGIME DIDÁTICO-CIENTÍFICO

Art. 36. Os Departamentos, organizados por área de conhe- CAPÍTULO I


cimento, são vinculados às Unidades Acadêmicas e têm como DO ENSINO
atribuição principal a coordenação e a execução de atividades de
ensino, pesquisa e extensão, no âmbito de sua competência. Art. 45. O ensino na Universidade de Brasília é ministrado
em cursos de:
Art. 37. O Departamento tem como instância deliberativa so- I Graduação;
bre políticas, estratégias e rotinas acadêmicas e administrativas, o II Pós-Graduação;
Colegiado, e como instância executiva, a Chefia. III Extensão.
§ 1º Nas faltas e impedimentos do Chefe, a chefia é exercida
pelo Subchefe. Parágrafo único. Aos alunos regulares é assegurada a orienta-
ção acadêmica sistemática, na forma definida no Regimento Geral
§ 2º Nas faltas e impedimentos do Chefe e do Subchefe, a
e nas resoluções do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
chefia do Departamento é exercida pelo docente mais antigo no
exercício do magistério na Universidade de Brasília.
Art. 46. Os cursos de graduação têm como objetivo a forma-
ção de profissionais para o exercício de atividades que demandem
Art. 38. Integram o Colegiado do Departamento os docentes estudos superiores.
em exercício e as representações discente e técnico-administrativa.
Parágrafo único. As representações discente e técnico-admi- Art. 47. Os cursos de graduação são abertos à admissão no
nistrativa não podem exceder a 1/5 (um quinto), cada uma, do total limite preestabelecido de vagas, em conformidade com o disposto
dos membros docentes do Colegiado. no Regimento Geral e nas resoluções do Conselho Universitário e
do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, nos seguintes casos:
Art. 39. A forma de eleição de Chefe e Subchefe de Depar- I candidatos admitidos por meio de concurso de seleção;
tamento é definida pelo Colegiado de Departamento, assegurada II portadores de diploma de curso superior;
a participação de docentes, discentes e servidores técnico-admi- III transferências obrigatórias e facultativas;
nistrativos. IV bolsistas de acordo cultural entre o Brasil e outros países;
V alunos de outras instituições, nas condições estabelecidas
CAPÍTULO V em convênios com a Universidade de Brasília;
DOS ÓRGÃOS COMPLEMENTARES E CENTROS VI matrículas autorizadas nas condições de reciprocidade di-
plomática, previstas em lei.
Art. 40. Aos Órgãos Complementares competem atividades de
caráter permanente de apoio, necessárias ao desenvolvimento do Art. 48. Os cursos de pós-graduação têm como objetivo a for-
ensino, da pesquisa e da extensão. mação de docentes, pesquisadores e profissionais de alto nível.

Art. 41. Os Órgãos Complementares são: Art. 49. Os cursos de pós-graduação são abertos a candidatos
I Biblioteca Central; que preenchem os requisitos estabelecidos pelo Conselho de Ensi-
II Centro de Informática; no, Pesquisa e Extensão.
III Editora Universidade de Brasília;
IV Fazenda Água Limpa; Art. 50. Cada curso tem um coordenador, escolhido entre os
professores com pelo menos dois anos de efetivo exercício no
V Hospital Universitário;
Quadro Docente da Universidade de Brasília, com as atribuições
VI Rádio e Televisão Universitárias.
previstas no Regimento Geral e no regimento interno da Unidade
Acadêmica.
Art. 42. Aos Centros competem as atividades de caráter cul-
tural, artístico, científico, tecnológico e de prestação de serviços Art. 51. Os cursos de extensão têm como objetivo difundir e
à comunidade, com finalidades específicas ou multidisciplinares. atualizar conhecimentos, sendo abertos à participação da comuni-
Art. 43. Os Órgãos Complementares e Centros são geridos dade em geral, conforme requisitos estabelecidos pelo Conselho
por seus Diretores, que respondem administrativamente por estes de Ensino, Pesquisa e Extensão.
órgãos.
§ 1º Os Diretores de Órgãos Complementares são designados CAPÍTULO II
pelo Reitor, com a aprovação do Conselho Universitário. DA PESQUISA
§ 2º Os Diretores dos Centros vinculados à Reitoria são
designados pelo Reitor, com a aprovação do Conselho de Ensino, Art. 52. A pesquisa tem como objetivo produzir, criticar e di-
Pesquisa e Extensão ou do Conselho de Administração, conforme fundir conhecimentos culturais, artísticos, científicos e tecnológi-
a natureza de suas atividades. cos, associando-se ao ensino e à extensão.

Art. 44. Os Órgãos Complementares e Centros têm conselhos Art. 53. Cabe à Universidade assegurar o desenvolvimento da
deliberativos ou consultivos, na forma definida nos seus regimen- pesquisa e da produção acadêmica e consignar em seu orçamento
tos internos. recursos para esse fim.

Didatismo e Conhecimento 46
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO III CAPÍTULO III
DA EXTENSÃO DO CORPO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO

Art. 54. A extensão tem como objetivo intensificar relações Art. 62. O corpo técnico-administrativo da Universidade de
transformadoras entre a Universidade e a sociedade, por meio de Brasília é constituído por servidores integrantes do Quadro de Pes-
processo educativo, cultural e científico. soal, que exercem atividades de apoio técnico, administrativo e
operacional necessárias ao cumprimento dos objetivos institucio-
Art. 55. Cabem à Universidade assegurar o desenvolvimento nais.
dos programas e projetos de extensão e consignar em seu orçamen-
to recursos para esse fim. Art. 63. O ingresso, a nomeação, a posse, o regime de traba-
lho, a promoção, o acesso, a aposentadoria e a dispensa do servidor
TÍTULO IV técnico-administrativo são regidos pela legislação maior em vigor,
DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA pelo Regimento Geral, pelo Plano de Carreira da Universidade e
pelas Resoluções do Conselho Universitário e do Conselho de Ad-
Art. 56. A comunidade universitária é constituída por docen- ministração.
tes, discentes e técnico-administrativos, diversificados em suas
atribuições e funções, unidos na realização das finalidades da Uni- TÍTULO V
versidade. DOS DIPLOMAS, CERTIFICADOS, TÍTULOS E HON-
RARIAS
Art. 57. Os papéis sociais, os relacionamentos estruturais, as
responsabilidades individuais, os limites de autoridade e os re- Art. 64. Ao aluno regular que concluir curso de graduação ou
quisitos exigidos dos membros da comunidade universitária, bem de pós-graduação, com observância das exigências contidas neste
como os seus direitos, são pautados nos princípios e nas finalida- Estatuto e no Regimento Geral, a Universidade confere o grau e
des expressos neste Estatuto, definidos no Regimento Geral e no expede o correspondente Diploma.
Código de Ética.
Art. 65. Ao aluno especial que concluir curso de extensão,
CAPÍTULO I disciplina isolada ou atividade de outra natureza, a Universidade
DO CORPO DOCENTE expede o correspondente Certificado.

Art. 58. O corpo docente da Universidade é constituído por Art. 66. A Universidade pode atribuir título de:
professores que exercem atividades de ensino, pesquisa e extensão Mérito Universitário, a membro da comunidade que se tenha
em nível superior. distinguido por relevantes serviços prestados à Universidade;
II Professor Emérito, ao docente aposentado na Universidade
Art. 59. O ingresso, a nomeação, a posse, o regime de traba- de Brasília, que tenha alcançado uma posição eminente em ativi-
lho, a promoção, o acesso, a aposentadoria e a dispensa do docente dades universitárias;
são regidos pela legislação maior em vigor, pelo Regimento Geral, III Professor Honoris Causa, ao professor ou cientista ilustre,
pelo Plano de Carreira Docente da Universidade e pelas Resolu- não pertencente à Universidade de Brasília, que a esta tenha pres-
ções do Conselho Universitário e do Conselho de Ensino, Pesquisa tado relevantes serviços;
e Extensão. IV Doutor Honoris Causa, à personalidade que se tenha dis-
tinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências,
CAPÍTULO II da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos.
DO CORPO DISCENTE
TÍTULO VI
Art. 60. O corpo discente é constituído por alunos regulares DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
e especiais.
§ 1º Aluno regular é aquele matriculado em curso de graduação Art. 67. Ficam a cargo dos órgãos da Administração Superior
e de pós-graduação. da Universidade, ressalvados os casos de delegação, os pagamen-
§ 2º Aluno especial é aquele inscrito em cursos de extensão, tos e recebimentos, bem como a escrituração de sua despesa.
disciplinas isoladas ou atividades congêneres.
Art. 68. O Reitor, ouvido o Conselho de Administração, pode
Art. 61. A Universidade presta assistência ao corpo discente, delegar aos Diretores de Unidades Acadêmicas, de Órgãos Com-
sem prejuízo de suas responsabilidades com os demais membros plementares e de Centros, a competência para a realização de des-
da comunidade, fomentando, entre outras iniciativas: pesas específicas.
I programas de alimentação, alojamento e saúde;
II promoções de natureza artística, cultural, esportiva e recrea- Art. 69. Na elaboração do regimento interno de cada Unida-
tiva; de Acadêmica, participam os docentes e técnico-administrativos
III programas de bolsas de trabalho, de extensão, de iniciação lotados nesta e os discentes matriculados nos cursos por esta ofe-
científica e de estágio; recidos.
IV orientação psicopedagógica e profissional.

Didatismo e Conhecimento 47
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 70. O Colégio Eleitoral Especial a que se refere o inciso VI aprovar alterações do Regimento Geral;
I do art. 16 da Lei n. 5.540, de 28 de novembro de 1968, deve VII aprovar emendas ao Estatuto;
consultar a comunidade universitária para subsidiar a sua votação. VIII criar e extinguir cursos de graduação e de pós-graduação
stricto sensu, ouvido o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão;
Art. 71. Os órgãos deliberativos previstos no inciso III do art. IX apreciar os recursos contra Atos do Reitor, nos casos e na
16 da Lei n. 5.540, de 28 de novembro de 1968, para a eleição forma definidos nos artigos 60 e 61 deste Regimento;
de nomes para Diretor e Vice-Diretor de Unidade Acadêmica, são X aprovar os Regimentos Internos de Unidades Acadêmicas,
os respectivos Conselhos de Instituto ou de Faculdade, os quais de Órgãos Complementares e de Centros;
devem consultar as respectivas comunidades para subsidiar sua XI apreciar, em grau de recurso, as decisões do Conselho de
votação. Ensino, Pesquisa e Extensão e do Conselho de Administração, nos
casos e na forma definidos nos artigos 60 e 61 deste Regimento;
REGIMENTO GERAL XII dirimir dúvidas e conflitos de jurisdição entre o Conselho
(3ª EDIÇÃO) de Ensino, Pesquisa e Extensão e o Conselho de Administração;
XIII aprovar o Código de Ética;
TÍTULO I XIV criar prêmios destinados a distinguir atividades univer-
PREÂMBULO sitárias;
XV regulamentar a atribuição de títulos honoríficos;
Art. 1º O presente Regimento Geral complementa o Estatuto XVI decidir, após inquérito administrativo, sobre intervenção
da Universidade de Brasília e regulamenta os aspectos de organi- em qualquer órgão universitário;
zação e de funcionamento comuns aos vários órgãos e às instân- XVII homologar proposta de destituição de Diretor e de Vice-
cias deliberativas. -Diretor de Unidade Acadêmica;
Parágrafo único. As disposições deste Regimento Geral são XVIII aprovar a abertura de inquérito para apurar responsabi-
implementadas e interpretadas à luz das finalidades e dos princí- lidade do Reitor, do Vice-Reitor ou de ambos;
pios constantes nos artigos do título I e no art. 5º do Estatuto da XIX apreciar veto do Reitor a decisão de Conselho Superior;
Universidade. XX constituir Câmaras deliberativas e suas vinculações, con-
forme a natureza dos assuntos e obedecido o princípio de repre-
sentatividade;
TÍTULO II
XXI decidir sobre suspensão de atividades universitárias;
DA ADMINISTRAÇÃO UNIVERSITÁRIA
XXII definir representações do Conselho Comunitário, na for-
ma do art. 16;
CAPÍTULO I
XXIII deliberar ou opinar sobre outras matérias de sua com-
DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR
petência;
XXIV resolver os casos omissos deste Regimento Geral.
Art. 2º A Administração Superior da Universidade de Brasília
§ 1º As decisões referidas nos incisos VI, IX, XI, XVI
é responsabilidade dos Conselhos Superiores, como órgãos nor- dependem do voto da maioria absoluta dos membros do Conselho.
mativos, deliberativos e consultivos, e da Reitoria, como órgão § 2º As decisões referidas nos incisos VII, XVIII, XIX
executivo. dependem do voto de 3/5 (três quintos) dos membros do Conselho.
§ 3º As decisões referidas nos incisos II, IV, VI, VII, X, XVIII
SEÇÃO I dependem também de aprovação posterior pelo Conselho Diretor
DOS CONSELHOS SUPERIORES da Fundação Universidade de Brasília.
Art. 3º Os Conselhos Superiores da Universidade de Brasília Art. 5º Compõem o Conselho Universitário:
são: I o Reitor, como presidente;
I Conselho Universitário (CONSUNI); II o Vice-Reitor, como vice-presidente;
II Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE); III os Decanos;
III Conselho de Administração (CAD); IV os Diretores de Unidades Acadêmicas;
IV Conselho Comunitário. V 5 (cinco) representantes do Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão, eleitos entre seus membros;
Art. 4º O Conselho Universitário é o órgão máximo da Uni- VI 1 (um) representante do Conselho Comunitário, eleito en-
versidade e tem como atribuições: tre seus membros;
I formular as políticas globais da Universidade; VII 1 (um) representante dos Órgãos Complementares, eleito
II aprovar a programação anual de trabalho e as diretrizes or- entre seus diretores;
çamentárias da Universidade, elaboradas pela Administração Su- VIII 1 (um) representante dos Centros vinculados à Reitoria,
perior; eleito entre seus diretores;
III avaliar o desempenho institucional; IX 1 (um) representante docente de cada Unidade Acadêmica,
IV aprovar o orçamento interno da Universidade, ouvido o eleito por seus pares;
Conselho de Administração; X representantes discentes, eleitos por seus pares, em número
V aprovar a criação, a modificação e a extinção de Departa- correspondente a 1/5 (um quinto) dos demais membros do Conse-
mentos, de Unidades Acadêmicas, de Órgãos Complementares e lho, sendo 1/4 (um quarto) desta representação composta por alu-
de Centros; nos de pós-graduação;

Didatismo e Conhecimento 48
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XI representantes dos servidores técnico-administrativos, § 1º O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão delibera
eleitos por seus pares, em número correspondente a 1/10 (um déci- em plenário ou por meio das Câmaras de Ensino de Graduação,
mo) dos demais membros do Conselho; de Pesquisa e Pós-Graduação e de Extensão, presididas pelos
XII 1 (um) representante dos ex-alunos da Universidade de respectivos Decanos, ou, ainda, por outras Câmaras criadas em
Brasília, escolhido na forma definida pelo Conselho Universitário. conformidade com o art. 4º.
Parágrafo único. Os representantes referidos nos incisos V, § 2º A composição das Câmaras referidas no § 1º deve
VII, VIII, IX, XI, quando docentes ou servidores técnico-adminis- possibilitar a representação de todas as Unidades Acadêmicas em
trativos, devem ter, pelo menos, 5 (cinco) anos de efetivo exercício cada uma destas Câmaras.
na Universidade de Brasília, para serem inscritos no processo de
escolha. Art. 10. São atribuições das Câmaras do Conselho de Ensi-
no, Pesquisa e Extensão – cada uma em sua competência – emitir
Art. 6º O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão delibera pareceres, analisar propostas e projetos, regulamentar normas do
sobre matéria acadêmica, científica, cultural e artística, sendo a Conselho e apreciar recursos de decisões dos Conselhos de Insti-
última instância de deliberação para recursos nessas áreas, ressal- tutos e de Faculdades, quando atenderem aos critérios de admis-
vados os casos previstos nos incisos XI e XII do art. 4º.
sibilidade.
Art. 7º Compete ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
Art. 11. O Conselho de Administração delibera sobre a ma-
regulamentar:
téria administrativa, econômica, financeira, de planejamento e
I as atividades de ensino, pesquisa e extensão;
II a admissão e a transferência de alunos; orçamento, de gestão de pessoas e sobre relações sociais, de traba-
III a avaliação do desempenho escolar; lho e de vivência, em conformidade com a programação anual de
IV a revalidação de diplomas estrangeiros; trabalho e com as diretrizes orçamentárias.
V a concessão de bolsas de natureza acadêmica;
VI os cursos de graduação e de pós-graduação; Art. 12. Competem ao Conselho de Administração:
VII o aproveitamento de estudos; I emitir pareceres e fixar normas em matérias de sua compe-
VIII o ingresso, a avaliação e a progressão na carreira docente; tência;
IX o desligamento e a reintegração de alunos; II aprovar o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI);
X a legislação e as normas superiores de sua competência. III aprovar o orçamento interno da Universidade;
IV opinar sobre a aceitação de legados, de donativos e de he-
Art. 8º Competem, ainda, ao Conselho de Ensino, Pesquisa e ranças;
Extensão: V decidir sobre propostas, indicações ou representações em
I opinar sobre a criação ou a extinção de cursos regulares; assunto de sua competência;
II aprovar os currículos e os regimentos dos cursos de gradua- VI regulamentar serviços e programas comunitários;
ção, de mestrado e de doutorado; VII regulamentar a moradia estudantil e os imóveis destinados
III determinar a composição e as atribuições das Câmaras vin- à ocupação por servidores;
culadas ao Conselho; VIII opinar a respeito de projetos relativos à utilização de pré-
IV aprovar o calendário universitário e alterações deste; dios, de instalações da Universidade e de áreas do Campus;
V apreciar, em grau de recurso, decisões de instâncias inferio- IX deliberar ou opinar sobre outras matérias de sua compe-
res sobre matérias de competência deste Conselho, de acordo com tência.
o disposto nos artigos 60 e 61;
VI deliberar ou opinar sobre outras matérias de sua compe- Art. 13. Compõem o Conselho de Administração:
tência. I o Reitor, como presidente;
II o Vice-Reitor, como vice-presidente;
Art. 9º Compõem o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão:
III os Decanos de Administração e de Assuntos Comunitários;
I o Reitor, como presidente;
IV o Prefeito do Campus;
II o Vice-Reitor, como vice-presidente;
V os Diretores de Unidades Acadêmicas;
III os Decanos de Ensino de Graduação, de Pesquisa e Pós-
-Graduação e de Extensão; VI 1 (um) representante de cada Conselho de Instituto e de
IV 1 (um) representante de cada Conselho de Instituto e de Faculdade, eleito entre seus membros;
Faculdade, eleito entre seus membros; VII 1 (um) representante dos Centros vinculados à Reitoria,
V 1 (um) representante por Unidade Acadêmica, eleito, pelos designado pelo Reitor;
docentes nela lotados, entre os coordenadores dos cursos de gra- VIII 1 (um) representante dos Órgãos Complementares, de-
duação, dos cursos de pós-graduação e de extensão; signado pelo Reitor;
VI 2 (dois) representantes dos Centros vinculados à Reitoria, IX representantes discentes, eleitos por seus pares, em número
afins a atividades de ensino, de pesquisa e de extensão, designados correspondente a 1/10 (um décimo) dos demais membros do Con-
pelo Reitor; selho, sendo 1/4 (um quarto) desta representação composta por
VII representantes discentes, eleitos por seus pares, em nú- alunos de pós-graduação;
mero correspondente a 1/5 (um quinto) dos demais membros do X representantes dos servidores técnico-administrativos, elei-
Conselho, sendo 1/4 (um quarto) dessa representação composta tos por seus pares, em número correspondente a 1/10 (um décimo)
por alunos de pós-graduação. dos demais membros do Conselho.

Didatismo e Conhecimento 49
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1º O Conselho de Administração delibera em plenário ou por IX reformar, de ofício, a deliberação ou o ato de órgão não
meio das Câmaras de Administração, de Assuntos Comunitários, colegiado;
de Gestão de Pessoas e de Planejamento e Orçamento, presididas X delegar atribuições, especialmente ao Vice-Reitor e aos De-
pelos respectivos Decanos, ou, ainda, por outras Câmaras criadas canos;
em conformidade com o art. 4º. XI propor a destituição de Diretor e, no caso de intervenção
§ 2º A composição das Câmaras, referidas no § 1º, é definida em Instituto ou em Faculdade, designar o Diretor interino;
em Resolução do Conselho de Administração e deve possibilitar XII apresentar os projetos, as propostas, os relatórios e as
a representação de todas as Unidades Acadêmicas em cada uma prestações de contas da Universidade ao Conselho Diretor da Fun-
destas Câmaras. dação, quando couber;
XIII praticar atos, em circunstâncias referendum dos órgãos
Art. 14. O Conselho Comunitário é um órgão consultivo da competentes; especiais, ad
Administração Superior da Universidade de Brasília, devendo se XIV baixar Resoluções decorrentes de decisões dos Conse-
reunir uma vez ao ano, ordinariamente, ou quando convocado pelo lhos Superiores assim como praticar atos próprios do exercício de
Reitor ou por requerimento da maioria dos membros do Conselho seu cargo;
Universitário ou, ainda, nos termos do art. 48 deste Regimento. XV instituir comissões para estudar problemas específicos;
XVI designar o Prefeito do Campus e o Chefe do Gabinete,
Art. 15. São funções do Conselho Comunitário opinar sobre o da Procuradoria Jurídica, o da Auditoria e o da Ouvidoria, bem
estudos, projetos, planos e relatórios da Universidade e recomen- como os Assessores;
dar ações e medidas à Administração Superior. XVII apor veto às deliberações dos Conselhos Superiores,
justificando-o, no prazo de 15 (quinze) dias úteis, ao Conselho
Art. 16. Compõem o Conselho Comunitário: Universitário, o qual pode revogar o veto pela maioria qualificada
I o Reitor, como presidente; de 3/5 (três quintos) dos seus membros.
II o Vice-Reitor, como vice-presidente; § 1º Nas faltas e nos impedimentos do Reitor, a Reitoria é
III representação de entidades de trabalhadores; exercida pelo Vice-Reitor.
IV representação de entidades empresariais; § 2º Nas faltas e nos impedimentos do Reitor e do Vice-Reitor,
V representação do Governo do Distrito Federal; a Reitoria é exercida pelo Decano mais antigo no exercício de
atividades acadêmicas na Universidade de Brasília.
VI representação da Câmara Distrital;
§ 3º O Reitor tem prazo máximo de 60 (sessenta) dias, a partir
VII representação de organizações governamentais e não go-
da data de decisão de Conselho Superior, para apor o veto referido
vernamentais ligadas ao ensino, à pesquisa e à extensão;
no inciso XVII.
VIII representação dos ex-alunos da Universidade de Brasília;
IX representação dos aposentados da Universidade de Bra-
Art. 19. Compete ao Vice-Reitor exercer as atribuições defini-
sília.
das nos Atos de delegação baixados pelo Reitor.
Parágrafo único. As representações previstas nos incisos III
Parágrafo único. Nas faltas e nos impedimentos do Reitor,
a IX são definidas pelo Conselho Universitário, a cada dois anos. compete ao Vice-Reitor substituí-lo.
SEÇÃO II Art. 20. A supervisão e a coordenação cometidas ao Reitor são
DA REITORIA distribuídas pelos seguintes Decanatos, confiadas aos respectivos
Decanos:
Art. 17. Compõem a Reitoria: I de Ensino de Graduação;
I o Gabinete do Reitor; II de Pesquisa e Pós-Graduação;
II os Decanatos; III de Extensão;
III a Procuradoria Jurídica; IV de Administração;
IV a Auditoria; V de Assuntos Comunitários;
V a Ouvidoria; VI de Gestão de Pessoas;
VI as Assessorias; VII de Planejamento e Orçamento.
VII o Serviço de Apoio aos Colegiados Superiores; Parágrafo único. Os Decanos são designados pelo Reitor, com
VIII a Prefeitura do Campus. a aprovação do Conselho Universitário.

Art. 18. Ao Reitor competem, além de outras funções decor- Art. 21. Competem aos Decanos, além de outras funções de-
rentes de sua condição: correntes de sua condição:
I representar a Universidade; I superintender, coordenar e fiscalizar as atividades universi-
II coordenar e superintender as atividades universitárias; tárias em suas áreas respectivas, dentro das atribuições que lhes
III administrar as finanças da Universidade; sejam delegadas;
IV admitir, distribuir, licenciar e dispensar o pessoal docente e II convocar e presidir as reuniões da Câmara correspondente;
o técnico-administrativo, na forma da lei e das normas pertinentes; III cumprir as decisões da Câmara, baixando os Atos neces-
V requisitar pessoal de outros órgãos, na forma da lei; sários;
VI exercer o poder disciplinar; IV cumprir e fazer cumprir, em toda a Universidade, as dis-
VII outorgar graus e assinar diplomas; posições do Estatuto, deste Regimento Geral e das demais normas
VIII firmar contratos e convênios; pertinentes;

Didatismo e Conhecimento 50
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
V cumprir e fazer cumprir as deliberações dos colegiados su- X estabelecer normas e critérios de gestão de pessoal lotado
periores e as instruções ou determinações do Reitor relacionadas na Unidade;
com suas áreas de atuação; XI aprovar projetos de cursos e programas de ensino, pesquisa
VI adotar, em casos de urgência, medidas de competência da e extensão;
Câmara que presida, submetendo seus atos à ratificação desta, na XII apreciar proposta de Departamento sobre destituição do
reunião seguinte; seu Chefe;
VII apresentar ao Reitor relatório circunstanciado das ativida- XIII opinar ou deliberar sobre outros assuntos de sua alçada.
des do ano anterior, relacionadas com suas áreas específicas, du-
rante o primeiro trimestre do ano seguinte. Art. 26. O Conselho de Instituto ou de Faculdade tem a se-
guinte composição:
Art. 22. A Prefeitura do Campus tem suas atribuições defini- I o Diretor, como presidente;
das em Regimento próprio. II o Vice-Diretor, como vice-presidente;
III os Chefes de Departamento da Unidade;
CAPÍTULO II IV 1 (um) representante docente de cada Departamento, eleito
DAS UNIDADES ACADÊMICAS em reunião do Colegiado;
V representantes dos discentes matriculados nos cursos minis-
Art. 23. As Unidades Acadêmicas são os Institutos e as Facul- trados pela Unidade;
dades, que têm como atribuições: VI representantes dos servidores técnico-administrativos lo-
I coordenar e avaliar as atividades de ensino, pesquisa e exten- tados na Unidade;
são nas respectivas áreas; VII outros representantes.
II decidir sobre a organização interna, respeitado o disposto § 1º Os representantes definidos nos incisos III e IV excluem-
no Estatuto e neste Regimento Geral; se da composição do Conselho, caso a Unidade não possua
III planejar e administrar os recursos humanos, orçamentários, Departamento(s).
financeiros e materiais sob sua responsabilidade. § 2º Os representantes referidos nos incisos V a VII são
§ 1º As Unidades Acadêmicas são organizadas na forma escolhidos de acordo com os procedimentos estabelecidos no
definida nos seus Regimentos Internos, que, uma vez aprovados, Regimento Interno da Unidade.
constituem anexos deste Regimento Geral.
SEÇÃO II
§ 2º As Unidades Acadêmicas organizam-se por áreas amplas
DA DIREÇÃO
de conhecimento em que há tradição consolidada na Universidade,
de reconhecidas relevância e qualidade no ensino de graduação e
Art. 27. Os Diretores e os Vice-Diretores das Unidades Aca-
de pós-graduação e em pesquisa e extensão.
dêmicas são escolhidos na forma da lei.
§ 3º Unidade Acadêmica é criada ou extinta por processo de
§ 1º Nas faltas ou nos impedimentos do Diretor, a Direção é
emenda ao Estatuto.
exercida pelo Vice-Diretor.
§ 2º Nas faltas ou nos impedimentos do Diretor e do Vice-
Art. 24. As Unidades Acadêmicas têm o Conselho de Instituto Diretor, a Direção é exercida pelo membro do Conselho de
ou de Faculdade como órgão máximo deliberativo e de recurso, Instituto ou de Faculdade mais antigo no exercício do magistério
em matéria administrativa e acadêmica, e a Direção, como órgão na Universidade de Brasília.
executivo.
Art. 28. Compete ao Diretor exercer as seguintes atribuições,
SEÇÃO I além daquelas previstas no Regimento Interno da Unidade:
DO CONSELHO DA UNIDADE I representar, superintender, coordenar e fiscalizar o funciona-
mento da Unidade;
Art. 25. São atribuições do Conselho de Instituto ou de Fa- II convocar e presidir as reuniões do respectivo Conselho;
culdade: III promover a articulação das atividades dos órgãos integran-
I conduzir o processo interno de escolha de nomes para Dire- tes da Unidade;
tor e para Vice-Diretor da Unidade; IV cumprir e fazer cumprir as disposições do Estatuto, deste
II propor o Regimento Interno da Unidade e suas modifica- Regimento Geral, do Regimento Interno da Unidade e, no que cou-
ções; ber, dos demais Regimentos da Universidade;
III regulamentar, no âmbito da Unidade, as normas baixadas V cumprir e fazer cumprir as deliberações do Conselho da
por instâncias superiores; Unidade, bem como os atos e as decisões de órgãos e de autorida-
IV decidir sobre alocação interna de recursos orçamentários; des a que se subordinam;
V apreciar recurso de decisão do Diretor; VI administrar o pessoal lotado na Unidade de acordo com as
VI apreciar, em grau de recurso, as decisões de colegiados normas pertinentes;
menores da Unidade; VII elaborar relatório anual de atividades, durante o primeiro
VII propor a atribuição de honrarias universitárias; trimestre do ano seguinte.
VIII propor o afastamento ou a destituição do Diretor da Uni-
dade, na forma da lei e deste Regimento Geral; Art. 29. Compete ao Vice-Diretor exercer as atribuições defi-
IX deliberar a respeito da utilização de equipamentos e de ins- nidas no Regimento Interno da Unidade e nos Atos de delegação
talações sob a guarda da Unidade; baixados pelo Diretor.

Didatismo e Conhecimento 51
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 30. O Regimento Interno de cada Unidade Acadêmica V aprovar os projetos de pesquisa e os planos dos cursos de
deve definir um ou mais Colegiados de Curso responsáveis pela especialização, de aperfeiçoamento e de extensão situados no seu
coordenação didático-científica dos cursos oferecidos pela Unida- âmbito de atuação;
de. VI adotar providências para o aperfeiçoamento do seu pessoal
§ 1º Pelo menos 50% (cinquenta por cento) dos membros do docente;
colegiado devem ser compostos de docentes vinculados à Unidade VII propor, pelo voto de 2/3 (dois terços) de seus membros, o
Acadêmica responsável pelo curso. afastamento ou a destituição do respectivo Chefe;
§ 2º Do colegiado também fazem parte o seu coordenador, VIII decidir ou opinar sobre outras matérias de sua alçada.
os representantes de outras unidades participantes do curso e os
representantes discentes, cujo número não deve exceder a 1/5 (um Art. 35. Compõem o Colegiado do Departamento os docentes
quinto) do total dos membros docentes, na forma do Regimento em exercício, a representação discente e a representação técnico-
Interno da Unidade Acadêmica. -administrativa, na forma do Regimento Interno da Unidade Aca-
dêmica.
§ 3º Os representantes de outras Unidades não são contados
Parágrafo único. A representação discente e a representação
para o estabelecimento do quórum mínimo para deliberação.
técnico-administrativa não podem exceder a 1/5 (um quinto), cada
uma, do total de membros docentes do Colegiado.
Art. 31. São atribuições do Colegiado de Curso:
I propor, ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, o cur- Art. 36. O processo de eleição de Chefe e Subchefe de Depar-
rículo do curso, bem como modificações neste; tamento é definido previamente pelo Colegiado de Departamento,
II propor, ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão, a cria- assegurada a participação de docentes, de discentes e de servidores
ção ou a extinção de disciplinas do curso, bem como alterações do técnico-administrativos.
fluxo curricular;
III aprovar os programas das disciplinas, bem como modifi- Art. 37. Competem ao Chefe do Departamento:
cações nestes; I administrar e representar o Departamento;
IV aprovar a lista de oferta de disciplinas para cada período II convocar e presidir as reuniões do Departamento;
letivo; III submeter, na época devida, à consideração do Departamen-
V zelar pela qualidade do ensino do curso e coordenar a ava- to, conforme instrução dos órgãos superiores, o plano das ativida-
liação interna dele; des a serem desenvolvidas em cada período letivo;
VI decidir ou opinar sobre outras matérias pertinentes ao cur- IV fiscalizar a observância do regime acadêmico, o cumpri-
so. mento dos programas de ensino e a execução dos demais planos
de trabalho;
V verificar a frequência do pessoal lotado no Departamento,
SEÇÃO III
comunicando-a ao Diretor da Unidade Acadêmica;
DOS DEPARTAMENTOS VI supervisionar, no plano administrativo, os cursos de espe-
cialização, de aperfeiçoamento e de extensão, bem como os proje-
Art. 32. Os Departamentos, organizados por área de conhe- tos de pesquisa, realizados no âmbito do Departamento;
cimento, são vinculados às Unidades Acadêmicas e têm, como VII zelar pela ordem no ambiente do Departamento e pelo
atribuição principal, a coordenação e a execução de atividades de patrimônio deste;
ensino, pesquisa e extensão, no âmbito de sua competência. VIII cumprir e fazer cumprir as deliberações do Departamen-
to, bem como os Atos e as decisões dos órgãos a que se subordina;
Parágrafo único. Os Departamentos de cada Unidade Acadê- IX administrar o pessoal técnico-administrativo do Departa-
mica devem ser elencados no seu Regimento Interno. mento;
X elaborar relatório anual de atividades, durante o primeiro
Art. 33. O Departamento tem, como instância deliberativa so- trimestre do ano seguinte.
bre políticas, estratégias e rotinas acadêmicas e administrativas, o
Colegiado e, como instância executiva, a Chefia. CAPÍTULO III
§ 1º Nas faltas ou nos impedimentos do Chefe, a Chefia é DOS ÓRGÃOS COMPLEMENTARES
exercida pelo Subchefe.
Art. 38. Competem aos Órgãos Complementares as atividades
§ 2º Nas faltas ou nos impedimentos do Chefe e do
de caráter permanente de apoio, necessárias ao desenvolvimento
Subchefe, a Chefia do Departamento é exercida pelo docente,
do ensino, da pesquisa e da extensão, estabelecidas nos seus Regi-
desse Departamento, mais antigo no exercício do magistério na mentos Internos.
Universidade de Brasília. § 1º Órgão Complementar é criado e extinto por processo de
emenda ao Estatuto.
Art. 34. Competem ao Colegiado do Departamento: § 2º O Regimento Interno de cada órgão é aprovado pelo
I elaborar os planos de trabalho do Departamento; Conselho Universitário.
II atribuir encargos de ensino, pesquisa e extensão ao pessoal
docente que o integra; Art. 39. Os Órgãos Complementares são geridos por seus Di-
III coordenar o trabalho do pessoal docente, visando à unidade retores, que respondem administrativamente por estes órgãos, e
e à eficiência do ensino, da pesquisa e da extensão; têm conselhos deliberativos e/ou consultivos, na forma definida
IV adotar ou sugerir as providências de ordem didática, cien- em seus Regimentos.
tífica e administrativa aconselháveis ao bom desenvolvimento dos Parágrafo único. Os Diretores de Órgãos Complementares são
trabalhos; designados pelo Reitor, com aprovação do Conselho Universitário.

Didatismo e Conhecimento 52
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 40. Competem ao Diretor de Órgão Complementar: § 1º A antecedência de 48 (quarenta e oito) horas pode ser
I administrar e representar o Órgão; abreviada e a convocação escrita pode ser dispensada quando
II convocar e presidir o Colegiado maior do Órgão; ocorrerem motivos excepcionais.
III zelar pela ordem e pela eficiência dos trabalhos; § 2º Em situações de urgência ou de excepcionalidade, o
IV articular-se com as Unidades Acadêmicas cujas atividades dirigente pode tomar decisões de competência do colegiado que
sejam suplementadas pelo Órgão; preside, ad referendum deste, submetendo sua decisão à apreciação
V exercer atividades de fiscalização no ambiente do Órgão; do colegiado, em reunião subsequente.
VI cumprir e fazer cumprir o Regimento do Órgão e as dispo-
sições estatutárias e regimentais aplicáveis; Art. 49. Os colegiados deliberam com presença da maioria
VII cumprir e fazer cumprir as Instruções e as determinações
dos seus membros, exceto nos casos explicitados neste Regimento
do Reitor e dos Conselhos Superiores;
Geral.
VIII apresentar ao Reitor relatório anual das atividades do Ór-
§ 1º Excluem-se da contagem, para o estabelecimento do
gão;
IX assumir outras responsabilidades previstas no Regimento quórum mínimo nas reuniões dos colegiados, os casos em que
Interno do Órgão. o membro titular e seu substituto ou suplente, quando houver,
encontrarem-se afastados, licenciados ou em gozo de férias.
CAPÍTULO IV § 2º O quórum mínimo, quando consideradas as exclusões
DOS CENTROS previstas no § 1º, não pode ser menor que 1/3 (um terço) da
composição plena do colegiado.
Art. 41. Competem aos Centros as atividades de caráter cul-
tural, artístico, científico, tecnológico e de prestação de serviços Art. 50. Está aberta, a pessoas e a entidades, a participação,
à comunidade, com finalidades específicas ou multidisciplinares. com direito ao uso da palavra, em reuniões de instâncias colegia-
das, a critério destas.
Art. 42. Os Centros são vinculados à Reitoria quando de-
senvolvem atividades de natureza geral ou multidisciplinar; e às Art. 51. É obrigatório o comparecimento dos membros às
Unidades Acadêmicas quando têm funções de ensino, pesquisa ou reuniões dos colegiados deliberativos de que façam parte, tendo,
extensão nas áreas de atuação específicas destas unidades. esta atividade, prioridade sobre outras de natureza acadêmica ou
administrativa.
Art. 43. O Centro vinculado à Reitoria é criado e extinto em
§ 1º A ausência, sem justificativa aceita pelo Presidente do
Resolução do Conselho Universitário.
Órgão, do membro de colegiado deliberativo em 3 (três) reuniões
consecutivas ou em 6 (seis) alternadas, importa a perda da inves-
Art. 44. O Centro vinculado à Unidade Acadêmica tem a fi-
nalidade e a estrutura especificadas no Regimento Interno desta. tidura, à exceção dos cargos efetivos e dos mandatos previstos em
lei.
Art. 45. Os Centros vinculados à Reitoria são geridos por seus § 2º Da decisão do Presidente do Órgão sobre aceitação de
Diretores, que respondem administrativamente pelos centros, e justificativa de falta, cabe recurso ao colegiado, sendo a decisão
têm conselhos deliberativos e/ou consultivos, definidos nos seus deste irrecorrível.
Regimentos Internos. § 3º Falta contumaz às reuniões de colegiados por membros
natos é passível de sanção disciplinar.
Art. 46. Os Diretores dos Centros vinculados à Reitoria são
designados pelo Reitor, com aprovação do Conselho de Ensino, Art. 52. Na falta ou no impedimento do Presidente de colegia-
Pesquisa e Extensão ou do Conselho de Administração, conforme do deliberativo, a presidência é exercida pelo seu substituto legal,
a natureza de suas atividades. quando houver, e, na falta ou no impedimento deste, pelo docente
mais antigo na Universidade de Brasília, entre os membros do co-
Art. 47. Aplicam-se, aos Diretores dos Centros vinculados à legiado.
Reitoria, as responsabilidades atribuídas aos Diretores de Órgãos
Complementares, conforme art. 40. Art. 53. A pauta da reunião do colegiado pode ser alterada no
decorrer da reunião, com anuência deste. Parágrafo único. Para
CAPÍTULO V
deliberação, prevalece a metodologia de apreciação de pareceres
DISPOSIÇÕES COMUNS
elaborados por membros do colegiado, com prazos, estipulados
SEÇÃO I pelos próprios colegiados, para análise e decisão.
DO FUNCIONAMENTO DOS ÓRGÃOS COLEGIA-
DOS Art. 54. Admite-se solicitação de vista de processo em pauta,
por parte de membro de colegiado, antes da deliberação formal,
Art. 48. A convocação de colegiado deliberativo é feita pelo com o objetivo de apresentar parecer adicional fundamentado.
seu presidente, por escrito, com antecedência mínima de 48 (qua- § 1º A solicitação de vista não pode ter objetivo meramente
renta e oito) horas, ou, excepcionalmente, por 2/3 (dois terços) dos protelatório.
seus membros, com indicação da pauta de assuntos a ser conside- § 2º Se a solicitação de vista for contestada por algum membro,
rada na reunião. o plenário vota, como preliminar, a concessão de vista.

Didatismo e Conhecimento 53
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 55. Os Órgãos colegiados, por proposta de um ou mais de IX de decisão do Conselho de Administração e do Conselho
seus membros, podem avocar para si matéria de sua competência de Ensino, Pesquisa e Extensão ao Conselho Universitário.
que esteja tramitando em instâncias inferiores, quando entenderem § 1º O pedido de reconsideração é admissível apenas quando
que estejam ameaçados direitos individuais, preceitos legais ou fundamentado, apresentando dados novos à consideração do
princípios de gestão universitária. dirigente ou do órgão.
§ 2º O recurso à instância superior é admissível apenas quando
Art. 56. As deliberações dos colegiados tomam-se por maioria fundamentado, apontando vício de forma ou levantando questão
simples de votos dos membros presentes, a partir do mínimo fixa- de interpretação das normas ou da legislação pertinente ao caso.
do no art. 49, respeitados os casos em que expressamente se exigir § 3º Os critérios específicos de admissibilidade de recursos
maior número de votos. aos Conselhos de Administração e de Ensino, Pesquisa e Extensão
e ao Conselho Universitário são estabelecidos em Resoluções
§ 1º A votação é simbólica, nominal ou secreta, adotando-se a
destes órgãos.
primeira forma sempre que uma das duas outras não seja requerida
§ 4º Não cabe recurso de ato do Reitor que lhe seja privativo
por um ou mais membros do colegiado, nem esteja expressamente por força de lei, do Estatuto ou deste Regimento Geral, exceto por
prevista. vício de forma.
§ 2º Cada membro de colegiado tem direito apenas a 1 (um)
voto nas deliberações, mesmo que pertença a este sob dupla con- Art. 61. Os pedidos de reconsideração e os recursos a órgãos
dição. internos podem ser interpostos dentro do prazo improrrogável de
§ 3º O Presidente de colegiado deliberativo tem também o 10 (dez) dias úteis a partir da comunicação da decisão, não tendo
voto de qualidade. efeito suspensivo, a não ser que da imediata execução do ato ou da
deliberação possa resultar lesão irreparável de direitos.
Art. 57. De cada reunião de colegiado deliberativo, lavra-se § 1º O dirigente do órgão, perante o qual for interposto o
ata assinada pelo Secretário, que é lida na reunião seguinte, e, após recurso, decide se o recebe com efeito suspensivo.
aprovação e subscrição pelo Presidente, é distribuída a todos os § 2º O dirigente do órgão perante o qual se interpuser o
membros. recurso pode determinar o arquivamento deste quando este não
satisfizer os critérios de admissibilidade pertinentes, justificando
Art. 58. Além de aprovações, autorizações, homologações sua decisão por escrito.
e outras decisões, as deliberações dos órgãos colegiados podem,
Art. 62. Os serviços dos colegiados deliberativos são realiza-
conforme sua natureza, tomar forma de Atos ou Resoluções bai-
dos:
xados pelos seus presidentes e eventualmente podem ser sujeitos
I para os plenos do Conselho de Administração e do Conse-
a prazos. lho de Ensino, Pesquisa e Extensão, assim como para o Conselho
Universitário, pela Secretaria dos Órgãos Colegiados, vinculada
SEÇÃO II ao Gabinete do Reitor;
DO RECURSO II para os demais colegiados, incluindo as Câmaras do Con-
selho de Administração e do Conselho de Ensino, Pesquisa e Ex-
Art. 59. Das decisões adotadas nos vários níveis da adminis- tensão, pelas Secretarias dos Órgãos Executivos, cujos titulares
tração universitária, cabe pedido de reconsideração para o próprio exerçam a presidência de cada colegiado.
órgão ou recurso para o órgão imediatamente superior.
SEÇÃO III
Art. 60. Os recursos devem obedecer à seguinte ordem: DO MANDATO ELETIVO
I de decisão do Chefe de Departamento ao Colegiado deste;
II de decisão do Diretor de Unidade Acadêmica ao Conselho Art. 63. Os representantes eleitos e os ocupantes de cargos e
da Unidade; funções sujeitos ao princípio eletivo têm mandato de 2 (dois) anos,
III de decisão do órgão subordinado a Decanato ao respectivo permitida uma única recondução, à exceção dos casos previstos
Decano; em lei.
IV de decisão do Diretor de Órgão Complementar, do Diretor § 1º Para o cumprimento deste artigo, o exercício de um cargo
ou função eletivos por mais da metade do mandato, ainda que in-
de Centro e do Decano ao Reitor;
terinamente, é contado como mandato pleno.
V de decisão do Reitor, em conformidade com a matéria ver-
§ 2º A inelegibilidade nos termos deste artigo estende-se por
sada, ao Conselho Universitário da Universidade de Brasília ou ao período igual ao da metade do mandato.
Conselho Diretor da Fundação Universidade de Brasília; § 3º Os mandatos previstos em lei são sujeitos, no que couber,
VI de decisão do Colegiado de Departamento e de outros, ao presente Regimento Geral.
constituídos no âmbito de Unidade Acadêmica, ao Conselho da § 4º Nos casos de Chefia de Departamento e Direção de
Unidade; Unidade Acadêmica, são eleitores e elegíveis, entre os docentes,
VII de decisão do Conselho de Unidade, em conformidade aqueles pertencentes ao Quadro de Pessoal Permanente da
com a matéria versada, ao Conselho de Administração ou ao Con- Universidade;
selho de Ensino, Pesquisa e Extensão; § 5º Em procedimentos de escolha de dirigentes ou de
VIII de decisão da Câmara do Conselho de Administração ou representantes discentes ou técnico-administrativos, são eleitores
do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão ao correspondente os alunos regulares e os servidores técnico-administrativos do
Conselho pleno; Quadro de Pessoal Permanente da Universidade, respectivamente.

Didatismo e Conhecimento 54
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 64. Os representantes em Órgãos Colegiados têm suplen- V orientação humanística da formação do aluno;
tes, escolhidos pelo mesmo procedimento de escolha dos titulares. VI compromisso com o desenvolvimento do País e a busca de
soluções democráticas para os problemas nacionais;
Art. 65. É obrigação dos dirigentes, nos diversos níveis, pro- VII compromisso com a paz, com a defesa dos Direitos Hu-
mover os processos sucessórios de sua alçada. manos e com a preservação do meio ambiente.
§ 1º Todo processo sucessório deve estar concluído em 30
(trinta) dias, ao menos, antes do término do mandato em curso. CAPÍTULO I
§ 2º Constitui descumprimento das obrigações do cargo ou da DO ENSINO
função de dirigente, passível de sanção, não promover o processo
sucessório no prazo estipulado no § 1º, exceto quando comprovado Art. 71. O ensino na Universidade de Brasília é ministrado
motivo de força maior. em cursos de:
I Graduação;
Art. 66. As eleições cumprem a regulamentação específica II Pós-Graduação;
para cada caso, garantindo-se a publicidade, a transparência do III Extensão.
processo de escolha, o quórum mínimo e o direito de recurso fun-
damentado em comprovação de vício de forma. Art. 72. Na organização dos currículos de seus cursos, a Uni-
Parágrafo único. Havendo empate, tem-se por eleito o mais versidade de Brasília não está adstrita às exigências gerais da le-
antigo na Universidade de Brasília, e, entre os de igual antiguida- gislação do ensino superior, ressalvado o disposto no parágrafo
de, o de maior idade. único do art. 14 e no art. 15 da Lei n. 3.998, de 15 de dezembro
de 1961.
Art. 67. São inacumuláveis mandatos de cargos e funções de
chefia e de direção, exceto em casos de substituição ou de exercí- Art. 73. As matérias dos currículos dos cursos regulares são
cio interino. ministradas na forma de disciplinas ofertadas nos períodos letivos
previstos no calendário acadêmico, estabelecido pelo Conselho de
Art. 68. A perda de mandato eletivo pode ocorrer, além dos Ensino, Pesquisa e Extensão.
casos previstos em lei: Parágrafo único. Entende-se por disciplina o conjunto de es-
I por renúncia; tudos e de atividades correspondentes a um programa de ensino,
II por acúmulo de cargos e/ou funções de chefia ou direção; com um mínimo prefixado de horas.
III por faltas excessivas a reuniões deliberativas, de acordo
com o previsto no art. 51; Art. 74. O programa de cada disciplina, sob a forma de plano
IV em razão de condenação em processo disciplinar adminis- de ensino, é elaborado pelo respectivo departamento, com aprova-
trativo; ção do Colegiado do Curso.
V por impedimento; Parágrafo único. Cada programa é encabeçado por uma emen-
VI nos casos previstos no Código de Ética. ta dos temas nele incluídos.
Parágrafo único. Aquele que perde o mandato nos termos dos
incisos III, IV, V e VI é inelegível, na Universidade, por período Art. 75. O controle da integralização curricular é feito pelo
igual ao do mandato interrompido. sistema de créditos, correspondendo 1 (um) crédito a 15 (quinze)
horas-aula.
Art. 69. Configura impedimento quando o colegiado maior do Parágrafo único. A hora-crédito corresponde a 55 (cinquenta
órgão administrado ou representado propuser, por maioria qualifi- e cinco) minutos, no mínimo, para atividades de ensino diurnas, e
cada de 2/3 (dois terços), a destituição do detentor do mandato e a 50 (cinquenta) minutos, para atividades de ensino noturnas, em
quando esta proposta for homologada pelo colegiado maior do ór- trabalho efetivo sob coordenação docente.
gão imediatamente superior, ressalvados os casos previstos em lei.
Parágrafo único. É garantido ao detentor do mandato defesa Art. 76. Os cursos regulares têm seus currículos, bem como
escrita e oral nas instâncias em que o impedimento for apreciado. suas alterações, aprovados pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e
Extensão.
TÍTULO III Parágrafo único. Os currículos plenos dos cursos regulamen-
DO REGIME DIDÁTICO-CIENTÍFICO tados em lei não podem exceder a carga horária legal mínima em
mais de 10% (dez por cento).
Art. 70. A Universidade de Brasília organiza e desenvolve
suas atividades didático-científicas de acordo com os seguintes Art. 77. A coordenação geral do ensino na Universidade cabe,
princípios: no plano executivo, aos Decanatos de Ensino de Graduação, de
Pesquisa e Pós-Graduação ou de Extensão, conforme o caso, e, no
I liberdade de pensamento e de expressão, sem discriminação plano deliberativo, ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão,
de qualquer natureza; diretamente ou pelas Câmaras a este vinculadas.
II indissociabilidade entre o ensino, a pesquisa e a extensão;
III universalidade do conhecimento e fomento à interdiscipli- Art. 78. A coordenação didático-científica de cada curso regu-
naridade; lar fica a cargo do respectivo Colegiado de Curso, na forma do art.
IV avaliação e aprimoramento constante da qualidade; 31 do Estatuto e do art. 30 deste Regimento Geral.

Didatismo e Conhecimento 55
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 79. Os cursos podem ser mantidos exclusivamente pela Art. 88. Os cursos regulares de graduação são estruturados
Universidade ou resultar da associação desta com outras institui- para dar sequência e complementaridade adequadas às matérias
ções, devendo a coordenação, neste último caso, sofrer os ajusta- dos currículos e flexibilidade à integralização curricular, na forma
mentos necessários, conforme o plano específico de cada curso. definida pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.

Art. 80. O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão estabele- Art. 89. O aluno de curso regular de graduação compõe o seu
ce o calendário do ano letivo da Universidade. programa de estudos com disciplinas do Módulo Integrante e do
Módulo Livre.
Art. 81. As atividades acadêmicas desenvolvidas no ano letivo § 1º As disciplinas do Módulo Integrante são aquelas que
ocupam, no mínimo, 180 (cento e oitenta) dias de trabalho escolar compõem o currículo do curso e incluem:
efetivo. I disciplinas obrigatórias, que devem ser cursadas com apro-
veitamento para a conclusão do curso;
Art. 82. Há, no ano, 2 (dois) períodos letivos regulares de ati- II disciplinas optativas, que possibilitam ao aluno escolher en-
vidades, podendo haver um período especial. tre as disciplinas oferecidas para integralização do currículo.
§ 2º As disciplinas obrigatórias de cada curso constituem,
Art. 83. Os cursos têm alunos regulares e alunos especiais. no máximo, 70% (setenta por cento) dos créditos exigidos para
§ 1º O aluno regular é aquele matriculado em curso de conclusão do curso.
graduação e de pós-graduação nos termos do Estatuto, nos deste § 3º As disciplinas do Módulo Livre são de livre escolha
Regimento Geral e nos termos das normas baixadas pelo Conselho do aluno entre as disciplinas oferecidas pela Universidade e
Universitário e o de Ensino, Pesquisa e Extensão. correspondem a 24 (vinte e quatro) créditos, pelo menos, para os
§ 2º O aluno especial é aquele inscrito em cursos de extensão, cursos regulares de duração plena.
em disciplinas isoladas ou em atividades congêneres, nos termos
das normas específicas aprovadas pelo Conselho de Ensino, Art. 90. A matrícula em disciplina é condicionada à aprovação
Pesquisa e Extensão, diretamente, ou pelas Câmaras a este em disciplinas que são requisitos e à disponibilidade de vagas em
vinculadas. turma.

Art. 91. Cada curso de graduação tem um Coordenador, com


SEÇÃO I
pelo menos 2 (dois) anos de efetivo exercício de magistério na
DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO
Universidade de Brasília, escolhido entre os professores do Qua-
dro de Pessoal Docente Permanente da Universidade, segundo o
Art. 84. Os cursos de graduação têm como objetivo a forma-
Regimento Interno da Unidade.
ção de profissionais qualificados para o exercício de atividades que
demandem estudos superiores.
Art. 92. Compete ao Coordenador de curso de graduação ge-
renciar as atividades do programa e representá-lo ao Colegiado
Art. 85. Os cursos de graduação devem oferecer base ampla à do Curso, do qual é membro nato, e às demais instâncias internas
formação do aluno, abrangendo matérias de áreas fundamentais e pertinentes.
conexas que contribuam para os conteúdos específicos dos cursos,
possibilitando o acesso aos conhecimentos de áreas correlatas. Art. 93. A orientação acadêmica nos cursos regulares de gra-
duação tem como objetivo fornecer ao aluno as informações e as
Art. 86. Atividades de extensão e de iniciação à pesquisa, recomendações necessárias ao bom desenvolvimento de seus estu-
adequadas às áreas específicas de conhecimento e à natureza dos dos durante sua permanência no curso.
temas abordados, integram-se aos programas de ensino. § 1º Ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão cabe regu-
lamentar a orientação acadêmica.
Art. 87. Os cursos regulares de graduação são abertos à admis- § 2º Os diversos serviços de apoio e de atendimento da
são, nos limites preestabelecidos de vagas, em conformidade com Universidade, de enfoques social, pedagógico, psicológico e de
o disposto nas resoluções do Conselho Universitário e do Conse- saúde, podem ser mobilizados em prol da orientação acadêmica.
lho de Ensino, Pesquisa e Extensão, nos seguintes casos:
I candidatos admitidos por meio de concurso de seleção; Art. 94. Para obter o grau relativo ao seu curso, o aluno regu-
II portadores de diploma de curso superior; lar de graduação deve completar, com aprovação, o total de crédi-
III transferências obrigatórias, disciplinadas em norma pró- tos fixado para o curso e atender às demais exigências curriculares.
pria;
IV transferências facultativas, disciplinadas em norma pró- SEÇÃO II
pria; DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
V bolsistas beneficiados por acordos culturais entre o Brasil
e outros países; Art. 95. Os cursos de pós-graduação, constituídos por ciclos
VI alunos de outras instituições, nas condições estabelecidas de atividades regulares que visam a aprofundar os conhecimentos
em convênios com a Universidade de Brasília; adquiridos na graduação e desenvolver a capacidade criadora, são
VII matrículas autorizadas nas condições de reciprocidade di- os de especialização ou de aperfeiçoamento (pós-graduação lato
plomática, previstas em lei ou em acordos internacionais de que sensu) e os de mestrado ou de doutorado (pós-graduação stricto
seja signatário o Brasil. sensu).

Didatismo e Conhecimento 56
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 96. Ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão cabe Art. 109. Cabe ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
regulamentar a criação e a organização de cursos de pós-graduação estabelecer os prazos mínimos e máximos para a conclusão de cur-
lato sensu. sos de mestrado e doutorado, bem como regulamentar o tranca-
mento de matrícula.
Art. 97. Os cursos de pós-graduação stricto sensu caracteri-
zam-se pela integração plena de ensino, criação intelectual e flexi- Art. 110. O Colegiado do curso de pós-graduação stricto sen-
bilidade na composição do programa de estudos do aluno. su pode autorizar o aproveitamento de disciplinas cursadas com
Art. 98. O curso de mestrado objetiva formar docentes, pes- aprovação em cursos de pós-graduação stricto sensu, de outras ins-
quisadores e/ou profissionais especializados, capazes de atuar em tituições, até o limite de 70% (setenta por cento) dos créditos em
atividades de pesquisa. disciplinas do curso.

Art. 99. O curso de doutorado objetiva formar profissionais de Art. 111. O regulamento de cada curso de pós-graduação es-
alto nível, para que possam atuar como pesquisadores autônomos e tabelece os créditos correspondentes às disciplinas e aos limites
como docentes em cursos de graduação e de pós-graduação. integralizáveis por período.

Art. 100. O curso de pós-graduação stricto sensu é criado Art. 112. Para obter o grau de Mestre, o aluno deve completar
por decisão do Conselho Universitário, cabendo ao Conselho de com aprovação o número mínimo de créditos estabelecido para o
Ensino, Pesquisa e Extensão opinar quanto à conveniência de sua curso e obter a aprovação de sua dissertação.
criação e aprovar a estrutura curricular e os projetos de credencia- Parágrafo único. A dissertação de mestrado é julgada por uma
mento. Comissão Examinadora, aprovada conforme regulamentação esta-
belecida pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Art. 101. Os cursos de pós-graduação stricto sensu são abertos
a candidatos que preencham os requisitos estabelecidos pelo Con- Art. 113. Para obter o grau de Doutor, o aluno deve completar
selho de Ensino, Pesquisa e Extensão. com aprovação o mínimo de créditos estabelecido para o curso,
Parágrafo único. O processo seletivo para ingresso em curso ser aprovado em exame de qualificação e obter a aprovação de
de pós-graduação é normatizado no seu regulamento, cabendo ao sua tese.
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão estabelecer as exigên- Parágrafo único. A tese de doutorado é julgada por uma Co-
cias gerais. missão Examinadora, conforme regulamentação estabelecida pelo
Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Art. 102. Cada programa de pós-graduação é designado por
área definida do conhecimento ou, quando de natureza multidisci- Art. 114. A Comissão Examinadora de dissertação ou de tese
plinar, por denominação específica. deve atribuir uma das seguintes menções: Aprovação, Revisão de
Forma, Reformulação ou Reprovação.
Art. 103. Quando pertencentes à mesma área do conhecimen- Parágrafo único. A critério da Comissão Examinadora, a tese
to, os cursos de mestrado e/ou de doutorado devem compor um de doutorado, de excepcional qualidade, pode receber a atribuição
mesmo programa. com louvor.

Art. 104. A coordenação didático-científica dos programas de Art. 115.O aluno do curso de pós-graduação stricto sensu pode
pós-graduação fica a cargo dos respectivos Colegiados de Curso, requerer certificado de especialização após haver cursado o núme-
na forma do art. 31 do Estatuto e do art. 30 deste Regimento Geral. ro de créditos equivalentes à carga de 360 (trezentas e sessenta)
horas de atividades, atendidas as demais normas pertinentes.
Art. 105. Cada programa de pós-graduação tem um Coordena-
dor, com mais de 2 (dois) anos no exercício do magistério na Uni- SEÇÃO III
versidade de Brasília, escolhido entre os professores orientadores, DOS CURSOS DE EXTENSÃO
segundo o Regimento Interno da Unidade.
Art. 116. Os cursos de extensão destinam-se ao público em
Art. 106. Compete ao Coordenador de programa de pós- geral, com os objetivos de criação e de difusão de conhecimento,
-graduação gerenciar as atividades do programa e representá-lo ao de atualização ou de aperfeiçoamento científico, tecnológico, cul-
Colegiado do Curso, do qual é membro nato, às instâncias internas tural e profissional.
pertinentes e às agências de fomento.
Art. 117. Cada curso de extensão está sujeito a um plano es-
Art. 107. Os Regimentos Internos das Unidades Acadêmi- pecífico, elaborado pelo órgão proponente, do qual deve constar o
cas podem prever Comissões de Pós-Graduação presididas pelos nome de seu responsável.
Coordenadores dos Programas e subordinadas aos respectivos Co-
legiados de Curso. Art. 118. A coordenação didático-científica de cada curso de
extensão cabe:
Art. 108. O aluno de curso regular de pós-graduação tem um I ao departamento em cuja área o curso se contiver por inteiro;
Professor Orientador escolhido entre os professores orientadores II ao competente colegiado, quando ultrapassar o âmbito de
de dissertação ou tese, segundo o regulamento do curso. um departamento.

Didatismo e Conhecimento 57
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 119. O curso de extensão pode integrar o Módulo Livre II a capacidade adquirida pelo aluno de aplicar os conheci-
do currículo do aluno regular quando o curso atender aos critérios mentos em trabalho individual;
estabelecidos pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão. III o domínio, pelo aluno, do conjunto da matéria lecionada.

SEÇÃO IV Art. 125. O aluno de curso regular de graduação é desligado


DO REGISTRO, DA MATRÍCULA E DA AVALIAÇÃO quando:
I não cursar, com aproveitamento, 4 (quatro) disciplinas do
Art. 120. É autorizado o registro como alunos regulares aos seu curso em 2 (dois) períodos letivos regulares consecutivos;
que atenderem aos critérios de admissão estabelecidos nos artigos II for reprovado 3 (três) vezes em disciplina obrigatória do
87 e 101, regulamentados pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e seu curso;
Extensão. III enquadrar-se nos critérios eliminatórios específicos do seu
curso, estabelecidos pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Exten-
Art. 121. A matrícula refere-se ao procedimento da inscrição e são;
obtenção de vaga em disciplinas e será realizada para cada período IV cometer infração disciplinar cominada com expulsão, de
letivo. acordo com o Código de Ética;
§ 1º A escolha de disciplina, para efeito de matrícula, V não concluir seu curso no prazo máximo legal.
dependerá de inclusão dessa na lista de oferta do período letivo Parágrafo único. Ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Exten-
considerado. são cabe regulamentar o presente artigo, prevendo a orientação e
§ 2º A priorização de acesso de alunos a vagas em disciplinas o acompanhamento do desempenho dos alunos e a concessão de
seguirá as normas definidas pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e fase probatória, quando entender justificável, a alunos incursos nos
Extensão. incisos I, II e III.

Art. 122. As menções atribuídas ao rendimento acadêmico do Art. 126. O aluno de curso regular de pós-graduação é desliga-
aluno em disciplina e sua equivalência numérica são as seguintes: do deste se for reprovado em 2 (duas) disciplinas, se não cumprir
as etapas do curso nos prazos regimentais e/ou se cometer infração
MENÇÕES EQUIVALÊNCIAS NUMÉRICAS cominada de expulsão pelo Código de Ética.
Parágrafo único. Ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão
SS 9,0 a 10,0 cabe regulamentar o presente artigo, prevendo orientação aos alu-
nos, acompanhamento do seu desempenho e concessão de prazos
MS 7,0 a 8,9 excepcionais, quando justificável.
MM 5,0 a 6,9
MI 3,0 a 4,9 CAPÍTULO II
DA PESQUISA
II 0,1 a 2,9
SR zero Art. 127. A pesquisa na Universidade tem como objetivo pro-
duzir, criticar e difundir conhecimentos culturais, artísticos, cientí-
§ 1º A divulgação das menções faz-se pelo número de ficos e tecnológicos, associando-se ao ensino e à extensão.
matrícula dos alunos, sendo vedada a divulgação nominal.
§ 2º O aluno tem o direito de solicitar a revisão da menção que Art. 128. À Universidade cabe assegurar o desenvolvimento
lhe for atribuída em uma disciplina, fundamentando o seu pedido. da pesquisa e da produção acadêmica e consignar, em seu orça-
§ 3º Ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão cabe regula- mento, recursos para esse fim.
mentar o processo de revisão de menção, de forma que a avaliação
do mérito se encerre no âmbito da Unidade Acadêmica responsá- Art. 129. A Universidade deve incentivar a pesquisa com os
vel pela disciplina. meios que estiverem ao seu alcance, entre os quais os seguintes:
I concessão de bolsas especiais de pesquisa em categorias di-
Art. 123. É aprovado na disciplina o aluno que obtiver menção versas, principalmente as de iniciação científica;
igual ou superior a MM. II formação de pessoal em cursos de pós-graduação, próprios
§ 1º É reprovado na disciplina o aluno que: ou de outras instituições nacionais e/ou estrangeiras;
I comparecer a menos de 75 (setenta e cinco) por cento das III concessão de auxílios para execução de projetos específi-
respectivas atividades curriculares, com a menção SR; cos;
II obtiver menção igual ou inferior a MI. IV intercâmbio com outras instituições científicas, estimulan-
do os contatos entre professores e o desenvolvimento de projetos
Art. 124. Ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão com- comuns;
pete normatizar a atribuição das menções finais por disciplina, V realização de convênios com instituições nacionais, estran-
uma vez cumprido o respectivo programa, de forma a refletirem: geiras e internacionais, visando a programas de investigação cien-
I a assimilação progressiva de conhecimentos pelo aluno, ava- tífica;
liada em provas e/ou outras tarefas exigidas ao longo do período VI divulgação dos resultados das pesquisas realizadas em suas
letivo; unidades;

Didatismo e Conhecimento 58
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
VII promoção de congressos, de simpósios e seminários para Art. 136. A extensão na Universidade obedece a uma progra-
estudo e debate de temas científicos, bem como participação em mação geral de linhas prioritárias e a outras iniciativas de unidades
semelhantes iniciativas de outras instituições. e departamentos, bem como de professores, individualmente.
Parágrafo único. Cada projeto de curso e/ou serviço de exten-
Art. 130. A pesquisa na Universidade obedece a uma progra- são tem um responsável pela sua coordenação.
mação geral de grandes linhas prioritárias que, uma vez atendida,
não impede outras iniciativas de unidades e de departamentos, Art. 137. Cabe ao Conselho Universitário aprovar a política
bem como de docentes, individualmente. global de extensão na Universidade.
Parágrafo único. Cada projeto de pesquisa tem um responsá-
vel pela sua coordenação. Art. 138. A coordenação geral dos programas de extensão na
Universidade cabe, no plano executivo, ao Decanato de Extensão
Art. 131. A coordenação geral dos programas de pesquisa na e, no plano deliberativo, ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Exten-
Universidade cabe, no plano executivo, ao Decanato de Pesquisa e são, diretamente ou por intermédio da sua Câmara de Extensão.
de Pós-Graduação; no plano deliberativo, ao Conselho de Ensino,
Pesquisa e Extensão, diretamente, ou por intermédio de sua Câma- TÍTULO IV
ra de Pesquisa e Pós-Graduação. DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA

CAPÍTULO III Art. 139. A comunidade universitária é constituída por docen-


DA EXTENSÃO tes, discentes e servidores técnico-administrativos, diversificados
em suas atribuições e funções, unidos na realização das finalidades
Art. 132. A extensão tem como objetivo intensificar as rela- da Universidade.
ções transformadoras entre a Universidade e a sociedade, por meio
de processo educativo, cultural e científico. Art. 140. É dever de todo membro da comunidade contribuir
para a realização das finalidades da Instituição.
Art. 133. À Universidade cabe assegurar o desenvolvimento
dos programas e dos projetos de extensão e consignar, em seu or- Art. 141. Os papéis sociais, os relacionamentos estruturais,
çamento, recursos para esse fim. as responsabilidades individuais, os limites de autoridade e os re-
quisitos exigidos dos membros da comunidade universitária, bem
Art. 134. A extensão na Universidade abrange programas, como os seus direitos, são pautados pelos princípios e pelas finali-
projetos, prestações de serviços, cursos e eventos de todas as áreas
dades expressos no Estatuto, neste Regimento Geral, no Código de
do conhecimento, integrados ao ensino e à pesquisa, voltados ao
Ética e nas Resoluções do Conselho Universitário e do Conselho
público interno e externo, por meio do atendimento às demandas
de Administração, diretamente ou por intermédio das Câmaras a
sociais, de forma que contribua para a solução dos problemas da
este vinculadas.
região e do País.
Parágrafo único. Ao Conselho Universitário cabe aprovar o
§ 1º Os cursos de extensão são oferecidos ao público, com
Código de Ética.
o propósito de divulgar conhecimentos e técnicas de trabalho,
podendo desenvolver-se em nível universitário ou não, de acordo
com o conteúdo e com o sentido que assumam em cada caso. Art. 142. Entre outras iniciativas, a Universidade presta assis-
§ 2º Os serviços de extensão são prestados sob formas diver- tência aos membros da comunidade universitária mediante:
sas de atendimento e/ou consultas, realização de estudos, de ela- I programas de alimentação, moradia e saúde;
boração e de orientação de projetos, bem como de participação em II promoções de natureza artística, cultural, esportiva e recrea-
iniciativas de qualquer setor do conhecimento. tiva;
Art. 135. A execução dos programas de extensão, quando não III programas de bolsas de treinamento para alunos;
individuais, é coordenada: IV orientação psicopedagógica e profissional.
I pelo departamento;
II pelo colegiado, em cuja área se contiverem por inteiro, Art. 143. Ao Conselho Universitário cabe aprovar a política
quando se referirem a mais de um departamento; comunitária global da Universidade.
III por um colegiado especial, no qual todos os órgãos envol-
vidos se representem, quando incidirem na área de dois ou mais Art. 144. A coordenação geral dos programas comunitários na
cursos. Universidade cabe, no plano executivo, ao Decanato de Assuntos
§ 1º As atividades de extensão devem contribuir para a Comunitários e, no plano deliberativo, ao Conselho de Adminis-
formação de profissionais críticos, envolvendo os alunos, direta e tração, diretamente ou por intermédio da Câmara de Assuntos Co-
sistematicamente, com os problemas da sociedade relacionados às munitários.
suas áreas de formação acadêmica.
§ 2º A cooperação com as entidades públicas e privadas deve CAPÍTULO I
ser privilegiada em programas de cunho social. DO CORPO DOCENTE
§ 3º A Universidade deve manter os programas de bolsas para
dar suporte à realização dos objetivos da extensão. Art. 145. O corpo docente da Universidade é constituído por
§ 4º Nos programas de extensão, a Universidade se abstém de professores que exercem as atividades de ensino, pesquisa e exten-
substituir as funções do Estado que não lhe sejam peculiares. são, em nível superior.

Didatismo e Conhecimento 59
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 146. O ingresso, a nomeação, a posse, o regime de traba- CAPÍTULO II
lho, a promoção, o acesso, a aposentadoria e a dispensa do docente DO CORPO DISCENTE
são regidos pela legislação maior em vigor, por este Regimento
Geral, pelo Plano de Carreira Docente da Universidade e pelas Art. 154. O corpo discente é constituído por alunos regula-
Resoluções do Conselho Universitário e do Conselho de Ensino, res e especiais, admitidos na forma deste Regimento Geral e das
Pesquisa e Extensão. Resoluções do Conselho Universitário e do Conselho de Ensino,
Pesquisa e Extensão.
Art. 147. O docente da Universidade desenvolve atividades de
ensino, pesquisa, extensão e gestão universitária de acordo com as Art. 155. Para orientação, representação e participação nas
atribuições definidas pela natureza do seu vínculo, de sua classe e atividades universitárias, o vínculo do aluno se define em função
do seu regime de trabalho, nos termos deste Regimento Geral e das do curso e/ou do programa em que estiver matriculado ou inscrito.
normas baixadas pelo Conselho Universitário e pelo Conselho de
Ensino, Pesquisa e Extensão. Art. 156. Ao Conselho Universitário cabe decidir sobre a par-
ticipação estudantil em órgãos deliberativos, observado o disposto
Art. 148. A lotação do docente define o contexto institucional no Estatuto e neste Regimento Geral.
de sua atuação, de sua subordinação hierárquica e de sua participa-
ção em atividades acadêmicas, de gestão universitária e de órgãos CAPÍTULO III
colegiados. DO CORPO TÉCNICO-ADMINISTRATIVO

Art. 149. Os docentes têm lotação permanente em órgãos vol- Art. 157. O corpo técnico-administrativo da Universidade de
tados para as atividades-fim de ensino, pesquisa e extensão, sendo Brasília é constituído por servidores que exercem atividades de
permitida sua lotação temporária em órgãos de natureza adminis- apoio técnico, administrativo e operacional, necessárias ao cum-
trativa, complementar e de apoio, para exercer funções de gestão primento dos objetivos institucionais.
universitária e/ ou para desenvolver atividades técnicas.
Art. 158. O ingresso, a nomeação, a posse, o regime de traba-
Art. 150. A alteração da lotação do docente depende de sua lho, a promoção, o acesso, a aposentadoria e a dispensa do servidor
anuência formal, a não ser se motivada por decisão do Conselho técnico-administrativo são regidos pela legislação maior em vigor,
de Ensino, Pesquisa e Extensão, cabendo, nesse caso, recurso ao o Regimento Geral, inclusive pelo Plano de Carreira da Universi-
dade e pelas Resoluções do Conselho Universitário e do Conselho
Conselho Universitário por parte do docente.
de Administração.
Parágrafo único. A lotação de um docente deve ter o objetivo
de maximizar sua contribuição para o cumprimento dos fins da
Art. 159.Ao Conselho Universitário cabe decidir sobre a parti-
Universidade, prevalecendo, sobre outros critérios, a afinidade de
cipação técnico-administrativa em órgãos deliberativos, observado
sua formação e produção com as atividades desenvolvidas pelo
o disposto no Estatuto e neste Regimento Geral.
órgão.
TÍTULO V
Art. 151. O docente em regime de tempo integral pode ter DOS DIPLOMAS, CERTIFICADOS, TÍTULOS E HON-
dupla lotação, dividida entre dois órgãos da Universidade, sendo RARIAS
um definido como o órgão de lotação primária e o outro como o de
lotação secundária. Art. 160. Os títulos relativos aos cursos regulares de gradua-
Parágrafo único. A lotação secundária é definida em termos do ção e de pós-graduação são especificados nos respectivos regula-
número de horas semanais que o docente dedica às atividades do mentos curriculares.
órgão e da duração de seu vínculo, quando for o caso. Parágrafo único. Os diplomas correspondentes aos títulos a
que refere este artigo são assinados, em cada caso, pelo Reitor e
Art. 152. Ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão cabe pelo diplomado.
regulamentar a lotação docente, em consonância com o previsto
neste Regimento Geral. Art. 161. A outorga dos graus relativos aos cursos regulares
de graduação e de pós-graduação é feita publicamente, em soleni-
Art. 153. A cada 7 (sete) anos ininterruptos de serviço em regi- dade presidida pelo Reitor, ou, por delegação, a outro dirigente da
me integral, o docente faz jus a 1 (um) semestre sabático, para que Universidade.
possa desenvolver programa de aperfeiçoamento e/ ou pesquisa
e/ou extensão, livre dos encargos regulares de ensino, pesquisa, Art. 162. Ao aluno que concluir o curso regular de gradua-
extensão e gestão universitária. ção ou de pós-graduação stricto sensu, observadas as exigências
§ 1º Para a contagem de tempo do interstício previsto neste contidas no Estatuto, neste Regimento Geral e nas demais normas
artigo, excluem-se os períodos de afastamento sem vencimentos, aplicáveis, a Universidade confere o grau e expede o correspon-
ou aqueles para aperfeiçoamento, e o tempo que o docente estiver dente diploma.
cedido para prestar serviços em outra instituição ou órgão.
§ 2º Durante o semestre sabático, as obrigações do docente Art. 163. Ao aluno especial que concluir curso de extensão,
restringem-se àquelas previstas no programa aprovado. disciplina isolada, curso de pós-graduação lato sensu e/ou qual-
§ 3º Ao Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão cabe re- quer atividade programada de outra natureza, cumpridas as exi-
gulamentar o usufruto do semestre sabático, sendo vedado o seu gências regulamentares pertinentes, a Universidade expede o cor-
parcelamento. respondente certificado.

Didatismo e Conhecimento 60
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 164. A Universidade pode atribuir títulos de: Art. 172. A escolha de nomes para Reitor e Vice-Reitor, bem
I Mérito Universitário, a membro da comunidade que se tenha como para Diretor e Vice-Diretor de Institutos e de Faculdades,
distinguido por relevantes serviços prestados à Universidade; dá-se na forma da legislação em vigor e da prática universitária.
II Professor Emérito, a docente aposentado na Universidade § 1º O Colegiado que organiza o processo de escolha para
de Brasília, que tenha alcançado posição eminente em atividades Reitor e Vice-Reitor, composto na forma da legislação em vigor,
universitárias; deve realizar consulta prévia à Comunidade Universitária para
III Professor Honoris Causa, a professor ou cientista ilustre, subsidiar sua votação.
não pertencente à Universidade de Brasília, que a esta tenha pres- § 2º Os colegiados que organizam processos de escolha
tado relevantes serviços; para Diretor e Vice-Diretor de Instituto e de Faculdade são os
IV Doutor Honoris Causa, a personalidade que se tenha distin- respectivos Conselhos, os quais devem realizar consulta prévia às
guido pelo saber e/ou pela atuação em prol das artes, das ciências, comunidades das respectivas Unidades para subsidiar sua votação.
da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos.
Parágrafo único. O Conselho Universitário pode estabelecer e Art. 173. Revogam-se o Regimento Geral da Universidade de
regulamentar a atribuição de outros títulos honoríficos, condizen- Brasília, publicado no Diário Oficial da União em 6 de maio de
tes com a atividade universitária, objetivando o reconhecimento
1970, com as alterações publicadas em 19 de janeiro de 1976, e
de mérito acadêmico e/ou de serviços prestados à Universidade.
as demais disposições em contrário ao disposto neste Regimento
Geral, na data de homologação deste.
Art. 165. Ao Conselho Universitário cabe regulamentar a atri-
buição dos títulos a que se refere o artigo anterior, de forma que:
I a concessão do título de Mérito Universitário seja aprovada Gabarito:
pelo Conselho Universitário com base em proposta fundamentada
do Reitor ou de Conselho de Unidade Acadêmica; Lei 8112/90: Das Disposições Preliminares:
II a concessão do título de Professor Emérito e a de Professor
Honoris Causa sejam aprovadas pelo Conselho Universitário, com 01- B
base em proposta fundamentada, aprovada por maioria absoluta 02- C
do Conselho da Unidade Acadêmica à qual o indicado prestou ser- 03- D
viços; 04- E
III a concessão do título de Doutor Honoris Causa seja apro- 05- B
vada por maioria absoluta do Conselho Universitário, baseada em 06- D
proposta fundamentada. 07- D
08- A
TÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS Lei 8112/90: Direitos e Vantagens e Regime Disciplinar:

Art. 166. A Universidade tem o compromisso com a capacita- 01- C


ção dos servidores técnico-administrativos e dos docentes. 02- D
03- C
Art. 167. As normas, os regimentos e as resoluções, em vigor 04- A
na Universidade, devem ser ajustadas ao disposto neste Regimento 05- A
Geral, no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data de sua promul- 06- E
gação. 07- C
08- C
Art. 168. Os Regimentos Internos das Unidades Acadêmi-
09- C
cas, dos Órgãos Complementares e Centros existentes devem ser
10- C
submetidos à aprovação do Conselho Universitário, no prazo de
11- B
6 (seis) meses, a contar da data de promulgação deste Regimento
Geral. 12- B
13- D
Art. 169. Ficam a cargo dos órgãos da Reitoria da Universi- 14- C
dade, ressalvados os casos de delegação, os pagamentos e recebi- 15- C
mentos, bem como a escrituração de sua despesa. 16- C
17- C
Art. 170. O Reitor, ouvido o Conselho de Administração, 18- A
pode delegar aos Diretores de Unidades Acadêmicas, de Órgãos 19- C
Complementares e de Centros a competência para a realização de 20- C
despesas específicas. 21- C
22- A
Art. 171. Na elaboração do Regimento Interno de cada Uni- 23- B
dade Acadêmica, participam os docentes e servidores técnico-ad-
ministrativos lotados nesta e os discentes matriculados nos cursos
por esta oferecidos, na forma definida pelo respectivo Conselho.

Didatismo e Conhecimento 61
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Lei 8.429/1992: Improbidade Administrativa: Parágrafo único. Os cargos públicos, acessíveis a todos os bra-
sileiros, são criados por lei, com denominação própria e vencimen-
01- B to pago pelos cofres públicos, para provimento em caráter efetivo
02- D ou em comissão.
03- D
04- D Art. 4º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os
05- C casos previstos em lei.
06- C
07- B TÍTULO II
DO PROVIMENTO, VACÂNCIA, REMOÇÃO, REDIS-
Lei 9784/99: Do Processo administrativo: TRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO

01- A CAPÍTULO I
02- D DO PROVIMENTO
03- D
04- B SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo pú-


BIBLIOGRAFIA:
blico:
BORTOLETO, Leandro. Noções de Direito Administrativo. I - a nacionalidade brasileira;
Salvador: JusPodivm, 2014. II - o gozo dos direitos políticos;
BRASIL, Constituição da República Federativa do. São Pau- III - a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
lo: Saraiva, 2014. IV - o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
NADAL, Fábio; e SANTOS, Vauledir Ribeiro. Direito Admi- V - a idade mínima de dezoito anos;
nistrativo. 3ª. ed. São Paulo: Método, 2006. VI - aptidão física e mental.
OLIVEIRA, Adriano Barreira Koenigkam de; e FERREIRA, § 1º As atribuições do cargo podem justificar a exigência de
Olavo A. Vianna Alves. Direito Constitucional. 5ª. ed. São Paulo: outros requisitos estabelecidos em lei.
Método, 2007. § 2º Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o
direito de se inscrever em concurso público para provimento de
ANEXOS DAS LEIS COMPLETAS: cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de
que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20%
LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990 (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.
§ 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e
Dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores,
da União, das autarquias e das fundações públicas federais. técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os
procedimentos desta Lei.
PUBLICAÇÃO CONSOLIDADA DA LEI Nº 8.112, DE 11
DE DEZEMBRO DE 1990, DETERMINADA PELO ART. 13 DA Art. 6º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante
LEI Nº 9.527, DE 10 DE DEZEMBRO DE 1997. ato da autoridade competente de cada Poder.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Con- Art. 7º A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.
gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 8º São formas de provimento de cargo público:
I - nomeação;
TÍTULO I
II - promoção;
III - (Revogado)
CAPÍTULO ÚNICO
IV - (Revogado)
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES V - readaptação;
VI - reversão;
Art. 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores VII - aproveitamento;
Públicos Civis da União, das autarquias, inclusive as em regime VIII - reintegração;
especial, e das fundações públicas federais. IX - recondução.

Art. 2º Para os efeitos desta Lei, servidor é a pessoa legalmen- SEÇÃO II


te investida em cargo público. DA NOMEAÇÃO

Art. 3º Cargo público é o conjunto de atribuições e respon- Art. 9º A nomeação far-se-á:


sabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser I - em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de
cometidas a um servidor. provimento efetivo ou de carreira;

Didatismo e Conhecimento 62
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
II - em comissão, inclusive na condição de interino, para car- § 6º Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse
gos de confiança vagos. não ocorrer no prazo previsto no § 1º deste artigo.
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão
ou de natureza especial poderá ser nomeado para ter exercício, in- Art. 14. A posse em cargo público dependerá de prévia inspe-
terinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri- ção médica oficial.
buições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar Parágrafo único. Só poderá ser empossado aquele que for jul-
pela remuneração de um deles durante o período da interinidade. gado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.

Art. 10. A nomeação para cargo de carreira ou cargo isolado Art. 15. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
de provimento efetivo depende de prévia habilitação em concurso cargo público ou da função de confiança.
público de provas ou de provas e títulos, obedecidos a ordem de § 1º É de quinze dias o prazo para o servidor empossado em
classificação e o prazo de sua validade. cargo público entrar em exercício, contados da data da posse.
Parágrafo único. Os demais requisitos para o ingresso e o de- § 2º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem
senvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção, serão efeito o ato de sua designação para função de confiança, se não
estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes do sistema de carreira entrar em exercício nos prazos previstos neste artigo, observado o
na Administração Pública Federal e seus regulamentos. disposto no Art. 18.
§ 3º À autoridade competente do órgão ou entidade para onde
SEÇÃO III for nomeado ou designado o servidor compete dar-lhe exercício.
DO CONCURSO PÚBLICO § 4º O início do exercício de função de confiança coincidirá
com a data de publicação do ato de designação, salvo quando o
Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, po- servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo
dendo ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do
e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação.
inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no edital,
quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de Art. 16. O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do
exercício serão registrados no assentamento individual do servi-
isenção nele expressamente previstas.
dor.
Parágrafo único. Ao entrar em exercício, o servidor apresen-
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois ) anos,
tará ao órgão competente os elementos necessários ao seu assen-
podendo ser prorrogado uma única vez, por igual período.
tamento individual.
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua
realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário
Art. 17. A promoção não interrompe o tempo de exercício, que
Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data de
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato
publicação do ato que promover o servidor.
aprovado em concurso anterior com prazo de validade não
expirado. Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município
em razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido
SEÇÃO IV ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no má-
DA POSSE E DO EXERCÍCIO ximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a
retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluí-
Art. 13. A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, do nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento para a
no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabi- nova sede.
lidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado, que não poderão § 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença
ser alterados unilateralmente, por qualquer das partes, ressalvados ou afastado legalmente, o prazo a que se refere este artigo será
os atos de ofício previstos em lei. contado a partir do término do impedimento.
§ 1º A posse ocorrerá no prazo de trinta dias contados da § 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos
publicação do ato de provimento. no caput.
§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de
publicação do ato de provimento, em licença prevista nos incisos Art. 19. Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada
I, III e V do em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, res-
Art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos I, IV, VI, VIII, peitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e
alíneas “a”, “b”, “d”, “e” e “f”, IX e X do observados os limites mínimo e máximo de seis horas e oito horas
Art. 102, o prazo será contado do término do impedimento. diárias, respectivamente.
§ 3º A posse poderá dar-se mediante procuração específica. § 1º O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança
§ 4º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, observado o
nomeação. disposto no Art. 120, podendo ser convocado sempre que houver
§ 5º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de interesse da Administração.
bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto § 2º O disposto neste artigo não se aplica a duração de trabalho
ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública. estabelecida em leis especiais.

Didatismo e Conhecimento 63
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
I - assiduidade; § 2º A readaptação será efetivada em cargo de atribuições
II - disciplina; afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e
III - capacidade de iniciativa; equivalência de vencimentos e, na hipótese de inexistência de
IV - produtividade; cargo vago, o servidor exercerá suas atribuições como excedente,
V- responsabilidade. até a ocorrência de vaga.
§ 1º 4 (quatro) meses antes de findo o período do estágio
probatório, será submetida à homologação da autoridade SEÇÃO VIII
competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por DA REVERSÃO
comissão constituída para essa finalidade, de acordo com o que
dispuser a lei ou o regulamento da respectiva carreira ou cargo, Art. 25. Reversão é o retorno à atividade de servidor aposen-
sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados tado:
nos incisos I a V do caput deste artigo. I - por invalidez, quando junta médica oficial declarar insub-
§ 2º O servidor não aprovado no estágio probatório será sistentes os motivos da aposentadoria; ou
exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente II - no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão;
ocupado, observado o disposto no parágrafo único do Art. 29.
b) a aposentadoria tenha sido voluntária;
§ 3º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer
c) estável quando na atividade;
cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à
ou assessoramento no órgão ou entidade de lotação, e somente solicitação;
poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos de e) haja cargo vago.
Natureza Especial, cargos de provimento em comissão do Grupo- § 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante
Direção e Assessoramento Superiores - DAS, de níveis 6, 5 e 4, ou de sua transformação.
equivalentes. § 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será
§ 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser considerado para concessão da aposentadoria.
concedidas as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, § 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo,
incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem assim afastamento para participar o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a
de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para ocorrência de vaga.
outro cargo na Administração Pública Federal. § 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e administração perceberá, em substituição aos proventos da
os afastamentos previstos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer,
na hipótese de participação em curso de formação, e será retomado inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia
a partir do término do impedimento. anteriormente à aposentadoria.
§ 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os
SEÇÃO V proventos calculados com base nas regras atuais se permanecer
DA ESTABILIDADE pelo menos cinco anos no cargo.
§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo.
Art. 21. O servidor habilitado em concurso público e empos-
sado em cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no Art. 26. (Revogado)
serviço público ao completar 2 (dois) anos de efetivo exercício.
(prazo 3 anos - vide EMC nº 19) Art. 27. Não poderá reverter o aposentado que já tiver comple-
tado 70 (setenta) anos de idade.
Art. 22. O servidor estável só perderá o cargo em virtude de
SEÇÃO IX
sentença judicial transitada em julgado ou de processo administra-
DA REINTEGRAÇÃO
tivo disciplinar no qual lhe seja assegurada ampla defesa.
Art. 28. A reintegração é a reinvestidura do servidor estável
SEÇÃO VI no cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua
DA TRANSFERÊNCIA transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão ad-
ministrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.
Art. 23. (Revogado) § 1º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará
em disponibilidade, observado o disposto nos arts. 30 e 31.
SEÇÃO VII § 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante
DA READAPTAÇÃO será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou
aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.
Art. 24. Readaptação é a investidura do servidor em cargo de
atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que SEÇÃO X
tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em DA RECONDUÇÃO
inspeção médica.
§ 1º Se julgado incapaz para o serviço público, o readaptando Art. 29. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo
será aposentado. anteriormente ocupado e decorrerá de:

Didatismo e Conhecimento 64
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
I - inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo; CAPÍTULO III
II - reintegração do anterior ocupante. DA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO
Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o
servidor será aproveitado em outro, observado o disposto no SEÇÃO I
Art. 30. DA REMOÇÃO

SEÇÃO XI Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou


DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de
sede.
Art. 30. O retorno à atividade de servidor em disponibilidade Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se
far-se-á mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribui- por modalidades de remoção:
ções e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado. I - de ofício, no interesse da Administração;
II - a pedido, a critério da Administração;
Art. 31. O órgão Central do Sistema de Pessoal Civil determi- III - a pedido, para outra localidade, independentemente do
nará o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em interesse da Administração:
vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servi-
Pública Federal. dor público civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos
Parágrafo único. Na hipótese prevista no § 3º do Art. 37, o Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi deslocado
servidor posto em disponibilidade poderá ser mantido sob respon-
no interesse da Administração;
sabilidade do órgão central do Sistema de Pessoal Civil da Admi-
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou
nistração Federal - SIPEC, até o seu adequado aproveitamento em
dependente que viva às suas expensas e conste do seu assenta-
outro órgão ou entidade.
mento funcional, condicionada à comprovação por junta médica
Art. 32. Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada oficial;
a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em
legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial. que o número de interessados for superior ao número de vagas, de
acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade em
CAPÍTULO II que aqueles estejam lotados.
DA VACÂNCIA
SEÇÃO II
Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de: DA REDISTRIBUIÇÃO
I - exoneração;
II - demissão; Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provi-
III - promoção; mento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pes-
IV - (Revogado) soal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia
V - (Revogado) apreciação do órgão central do SIPEC, observados os seguintes
VI - readaptação; preceitos:
VII - aposentadoria; I - interesse da administração;
VIII - posse em outro cargo inacumulável; II - equivalência de vencimentos;
IX - falecimento. III - manutenção da essência das atribuições do cargo;
IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e comple-
Art. 34. A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do xidade das atividades;
servidor, ou de ofício. V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação
Parágrafo único. A exoneração de ofício dar-se-á: profissional;
I - quando não satisfeitas as condições do estágio probatório; VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finali-
II - quando, tendo tomado posse, o servidor não entrar em dades institucionais do órgão ou entidade.
exercício no prazo estabelecido.
§ 1º A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de
lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclu-
Art. 35. A exoneração de cargo em comissão e a dispensa de
sive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou
função de confiança dar-se-á:
entidade.
I - a juízo da autoridade competente;
II - a pedido do próprio servidor. § 2º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante
Parágrafo único. (Revogado) ato conjunto entre o órgão central do SIPEC e os órgãos e entidades
da Administração Pública Federal envolvidos.
§ 3º Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou
entidade, extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade no
órgão ou entidade, o servidor estável que não for redistribuído será
colocado em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma dos
arts. 30 e 31.

Didatismo e Conhecimento 65
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 4º O servidor que não for redistribuído ou colocado em Parágrafo único. Excluem-se do teto de remuneração as van-
disponibilidade poderá ser mantido sob responsabilidade do órgão tagens previstas nos incisos II a VII do Art. 61.
central do SIPEC, e ter exercício provisório, em outro órgão ou
entidade, até seu adequado aproveitamento. Art. 43. (Revogado)

CAPÍTULO IV Art. 44. O servidor perderá:


DA SUBSTITUIÇÃO I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo
justificado;
Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de dire- II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atra-
ção ou chefia e os ocupantes de cargo de Natureza Especial terão sos, ausências justificadas, ressalvadas as concessões de que trata
substitutos indicados no regimento interno ou, no caso de omis- o Art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação
são, previamente designados pelo dirigente máximo do órgão ou de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabele-
entidade. cida pela chefia imediata.
§ 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, Parágrafo único. As faltas justificadas decorrentes de caso
sem prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo ou função fortuito ou de força maior poderão ser compensadas a critério da
de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício.
impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância
do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um Art. 45. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, ne-
deles durante o respectivo período. nhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. (Regu-
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo lamento)
ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá
nos casos dos afastamentos ou impedimentos legais do titular, haver consignação em folha de pagamento a favor de terceiros,
superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias a critério da administração e com reposição de custos, na forma
de efetiva substituição, que excederem o referido período. definida em regulamento.
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares Art. 46. As reposições e indenizações ao erário, atualizadas
de unidades administrativas organizadas em nível de assessoria. até 30 de junho de 1994, serão previamente comunicadas ao servi-
dor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no prazo
TÍTULO III máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do inte-
DOS DIREITOS E VANTAGENS
ressado.
§ 1º O valor de cada parcela não poderá ser inferior ao
CAPÍTULO I
correspondente a dez por cento da remuneração, provento ou
DO VENCIMENTO E DA REMUNERAÇÃO
pensão.
§ 2º Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês
Art. 40. Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício
anterior ao do processamento da folha, a reposição será feita
de cargo público, com valor fixado em lei.
imediatamente, em uma única parcela.
Parágrafo único. (Revogado)
§ 3º Na hipótese de valores recebidos em decorrência de
Art. 41. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acres- cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a sentença
cido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei. que venha a ser revogada ou rescindida, serão eles atualizados até
§ 1º A remuneração do servidor investido em função ou cargo a data da reposição.
em comissão será paga na forma prevista no Art. 62. Parágrafo único. A não quitação do débito no prazo previsto
§ 2º O servidor investido em cargo em comissão de órgão implicará sua inscrição em dívida ativa.
ou entidade diversa da de sua lotação receberá a remuneração de
acordo com o estabelecido no § 1º do Art. 93. Art. 47. O servidor em débito com o erário, que for demitido,
§ 3º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cas-
de caráter permanente, é irredutível. sada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito.
§ 4º É assegurada a isonomia de vencimentos para cargos
de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre Art. 48. O vencimento, a remuneração e o provento não serão
servidores dos três Poderes, ressalvadas as vantagens de caráter objeto de arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de pres-
individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. tação de alimentos resultante de decisão judicial.
§ 5º Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao
salário mínimo. CAPÍTULO II
DAS VANTAGENS
Art. 42. Nenhum servidor poderá perceber, mensalmente, a
título de remuneração, importância superior à soma dos valores Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor
percebidos como remuneração, em espécie, a qualquer título, no as seguintes vantagens:
âmbito dos respectivos Poderes, pelos Ministros de Estado, por I - indenizações;
membros do Congresso Nacional e Ministros do Supremo Tribu- II - gratificações;
nal Federal. III - adicionais.

Didatismo e Conhecimento 66
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1º As indenizações não se incorporam ao vencimento ou SUBSEÇÃO II
provento para qualquer efeito. DAS DIÁRIAS
§ 2º As gratificações e os adicionais incorporam-se ao
vencimento ou provento, nos casos e condições indicados em lei. Art. 58. O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em cará-
ter eventual ou transitório para outro ponto do território nacional
Art. 50. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem ou para o exterior, fará jus a passagens e diárias destinadas a inde-
acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acrés- nizar as parcelas de despesas extraordinária com pousada, alimen-
cimos pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fun- tação e locomoção urbana, conforme dispuser em regulamento.
damento. § 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo
devida pela metade quando o deslocamento não exigir pernoite
SEÇÃO I fora da sede, ou quando a União custear, por meio diverso, as
DAS INDENIZAÇÕES despesas extraordinárias cobertas por diárias.
§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir
Art. 51. Constituem indenizações ao servidor: exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.
I - ajuda de custo; § 3º Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar
II - diárias; dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou
III - transporte. microrregião, constituídas por municípios limítrofes e regularmente
IV - auxílio-moradia. instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países
limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e
Art. 52. Os valores das indenizações estabelecidas nos incisos servidores brasileiros considera-se estendida, salvo se houver per-
I a III do Art. 51, assim como as condições para a sua concessão, noite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas serão sempre
serão estabelecidos em regulamento. as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional.
SUBSEÇÃO I Art. 59. O servidor que receber diárias e não se afastar da sede,
DA AJUDA DE CUSTO por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no
prazo de 5 (cinco) dias.
Art. 53. A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede em
de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passar a ter
prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as
exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter
diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no caput.
permanente, vedado o duplo pagamento de indenização, a qual-
quer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha
SUBSEÇÃO III
também a condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede.
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE
§ 1º Correm por conta da administração as despesas de
transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagem,
Art. 60. Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor
bagagem e bens pessoais.
que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomo-
§ 2º À família do servidor que falecer na nova sede são asse-
gurados ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, ção para a execução de serviços externos, por força das atribuições
dentro do prazo de 1 (um) ano, contado do óbito. próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.
§ 3º Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de
remoção previstas nos incisos II e III do parágrafo único do Art. SUBSEÇÃO IV
36. DO AUXÍLIO-MORADIA

Art. 54. A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das
do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel
exceder a importância correspondente a 3 (três) meses. de moradia ou com meio de hospedagem administrado por empre-
sa hoteleira, no prazo de um mês após a comprovação da despesa
Art. 55. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se pelo servidor.
afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude de mandato eletivo.
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se aten-
Art. 56. Será concedida ajuda de custo àquele que, não sendo didos os seguintes requisitos:
servidor da União, for nomeado para cargo em comissão, com mu- I - não exista imóvel funcional disponível para uso pelo ser-
dança de domicílio. vidor;
Parágrafo único. No afastamento previsto no inciso I do Art. II - o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel
93, a ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando ca- funcional;
bível. III - o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou
tenha sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou pro-
Art. 57. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo mitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer o
quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no pra- cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de cons-
zo de 30 (trinta) dias. trução, nos doze meses que antecederem a sua nomeação;

Didatismo e Conhecimento 67
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
IV - nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba SUBSEÇÃO I
auxílio-moradia; DA RETRIBUIÇÃO PELO EXERCÍCIO DE FUNÇÃO
V - o servidor tenha se mudado do local de residência para DE DIREÇÃO, CHEFIA E ASSESSORAMENTO
ocupar cargo em comissão ou função de confiança do Grupo-
-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de Art. 62. Ao servidor ocupante de cargo efetivo investido em
Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento
VI - o Município no qual assuma o cargo em comissão ou em comissão ou de Natureza Especial é devida retribuição pelo
função de confiança não se enquadre nas hipóteses do seu exercício.
Art. 58, § 3º, em relação ao local de residência ou domicílio Parágrafo único. Lei específica estabelecerá a remuneração
do servidor; dos cargos em comissão de que trata o inciso II do Art. 9º.
VII - o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido Parágrafo único. A VPNI de que trata o caput deste artigo so-
no Município, nos últimos doze meses, aonde for exercer o cargo mente estará sujeita às revisões gerais de remuneração dos servi-
em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se prazo dores públicos federais.
inferior a sessenta dias dentro desse período; e
VIII - o deslocamento não tenha sido por força de alteração de SUBSEÇÃO II
lotação ou nomeação para cargo efetivo. DA GRATIFICAÇÃO NATALINA
IX - o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado Art. 63. A gratificação natalina corresponde a 1/12 (um doze
o prazo no qual o servidor estava ocupando outro cargo em comis- avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezem-
são relacionado no inciso V. bro, por mês de exercício no respectivo ano.
Parágrafo único. A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias
Art. 60-C. (Revogado) será considerada como mês integral.

Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a Art. 64. A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de
25% (vinte e cinco por cento) do valor do cargo em comissão, fun- dezembro de cada ano.
ção comissionada ou cargo de Ministro de Estado ocupado. Parágrafo único. (VETADO).
§ 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25%
(vinte e cinco por cento) da remuneração de Ministro de Estado. Art. 65. O servidor exonerado perceberá sua gratificação nata-
lina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a
§ 2º Independentemente do valor do cargo em comissão ou
remuneração do mês da exoneração.
função comissionada, fica garantido a todos os que preencherem
os requisitos o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00 (mil e
Art. 66. A gratificação natalina não será considerada para cál-
oitocentos reais).
culo de qualquer vantagem pecuniária.
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de
SUBSEÇÃO III
imóvel funcional à disposição do servidor ou aquisição de imóvel,
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO
o auxílio-moradia continuará sendo pago por um mês.
Art. 67. (Revogado)
SEÇÃO II
DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS SUBSEÇÃO IV
DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICU-
Art. 61. Além do vencimento e das vantagens previstas nesta LOSIDADE OU ATIVIDADES PENOSAS
Lei, serão deferidos aos servidores as seguintes retribuições, gra-
tificações e adicionais: Art. 68. Os servidores que trabalhem com habitualidade em
I - retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tó-
assessoramento; xicas, radioativas ou com risco de vida, fazem jus a um adicional
II - gratificação natalina; sobre o vencimento do cargo efetivo.
III - (Revogado) § 1º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e
IV - adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigo- de periculosidade deverá optar por um deles.
sas ou penosas; § 2º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade
V - adicional pela prestação de serviço extraordinário; cessa com a eliminação das condições ou dos riscos que deram
VI - adicional noturno; causa a sua concessão.
VII - adicional de férias;
VIII - outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho. Art. 69. Haverá permanente controle da atividade de servido-
IX - gratificação por encargo de curso ou concurso. res em operações ou locais considerados penosos, insalubres ou
perigosos.
Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afasta-
da, enquanto durar a gestação e a lactação, das operações e locais
previstos neste artigo, exercendo suas atividades em local salubre
e em serviço não penoso e não perigoso.

Didatismo e Conhecimento 68
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 70. Na concessão dos adicionais de atividades penosas, II - participar de banca examinadora ou de comissão para exa-
de insalubridade e de periculosidade, serão observadas as situa- mes orais, para análise curricular, para correção de provas discur-
ções estabelecidas em legislação específica. sivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento
de recursos intentados por candidatos;
Art. 71. O adicional de atividade penosa será devido aos servi- III - participar da logística de preparação e de realização de
dores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas concurso público envolvendo atividades de planejamento, coor-
condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites denação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando
fixados em regulamento. tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições
permanentes;
Art. 72. Os locais de trabalho e os servidores que operam com IV - participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de
Raios X ou substâncias radioativas serão mantidos sob controle exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas
permanente, de modo que as doses de radiação ionizante não ultra- atividades.
passem o nível máximo previsto na legislação própria. § 1º Os critérios de concessão e os limites da gratificação de
Parágrafo único. Os servidores a que se refere este artigo se- que trata este artigo serão fixados em regulamento, observados os
rão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses. seguintes parâmetros:
I - o valor da gratificação será calculado em horas, observadas
SUBSEÇÃO V a natureza e a complexidade da atividade exercida;
DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO II - a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120
(cento e vinte) horas de trabalho anuais, ressalvada situação de ex-
Art. 73. O serviço extraordinário será remunerado com acrés- cepcionalidade, devidamente justificada e previamente aprovada
cimo de 50% (cinquenta por cento) em relação à hora normal de pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autori-
trabalho. zar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;
III - o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos
Art. 74. Somente será permitido serviço extraordinário para seguintes percentuais, incidentes sobre o maior vencimento básico
atender a situações excepcionais e temporárias, respeitado o limite da administração pública federal:
máximo de 2 (duas) horas por jornada. a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratan-
do de atividades previstas nos incisos I e II do caput deste artigo;
SUBSEÇÃO VI b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando
DO ADICIONAL NOTURNO de atividade prevista nos incisos III e IV do caput deste artigo.
§ 2º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
Art. 75. O serviço noturno, prestado em horário compreen- somente será paga se as atividades referidas nos incisos do caput
dido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do cargo
dia seguinte, terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação
cento), computando-se cada hora como cinquenta e dois minutos de carga horária quando desempenhadas durante a jornada de
e trinta segundos. trabalho, na forma do § 4º do Art. 98 desta Lei.
Parágrafo único. Em se tratando de serviço extraordinário, o § 3º A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se
acréscimo de que trata este artigo incidirá sobre a remuneração incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito
prevista no Art. 73. e não poderá ser utilizada como base de cálculo para quaisquer
outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da
SUBSEÇÃO VII aposentadoria e das pensões.
DO ADICIONAL DE FÉRIAS
CAPÍTULO III
Art. 76. Independentemente de solicitação, será pago ao servi- DAS FÉRIAS
dor, por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um
terço) da remuneração do período das férias. Art. 77. O servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem
Parágrafo único. No caso de o servidor exercer função de di- ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de neces-
reção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo em comissão, a sidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação
respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de específica.
que trata este artigo. § 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos
12 (doze) meses de exercício.
SUBSEÇÃO VIII § 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
DA GRATIFICAÇÃO POR ENCARGO DE CURSO OU § 3º As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde
CONCURSO que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração
pública.
Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso
é devida ao servidor que, em caráter eventual: Art. 78. O pagamento da remuneração das férias será efetuado
I - atuar como instrutor em curso de formação, de desenvol- até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período, observando-
vimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da -se o disposto no § 1º deste artigo.
administração pública federal; § 1° e § 2° (Revogado)

Didatismo e Conhecimento 69
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 3º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão, § 1º A licença somente será deferida se a assistência direta do
perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente
direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na
efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias. forma do disposto no inciso II do Art. 44.
§ 4º A indenização será calculada com base na remuneração I - por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a
do mês em que for publicado o ato exoneratório. remuneração do servidor; e
§ 5º Em caso de parcelamento, o servidor receberá o valor II - por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem re-
adicional previsto no inciso XVII do muneração.
Art. 7º da Constituição Federal quando da utilização do pri- § 3º O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a
meiro período. partir da data do deferimento da primeira licença concedida.
§ 4º A soma das licenças remuneradas e das licenças não
Art. 79. O servidor que opera direta e permanentemente com remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas
Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias consecu- em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto
tivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em no § 3º, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos
qualquer hipótese a acumulação. I e II do § 2º.
Parágrafo único. (Revogado)
SEÇÃO III
Art. 80. As férias somente poderão ser interrompidas por mo- DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO
tivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para CÔNJUGE
júri, serviço militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço de-
clarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. Art. 84. Poderá ser concedida licença ao servidor para acom-
Parágrafo único. O restante do período interrompido será go- panhar cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro pon-
zado de uma só vez, observado o disposto no Art. 77. to do território nacional, para o exterior ou para o exercício de
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
CAPÍTULO IV § 1º A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.
DAS LICENÇAS § 2º No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou
companheiro também seja servidor público, civil ou militar, de
SEÇÃO I qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal
DISPOSIÇÕES GERAIS e dos Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão
ou entidade da Administração Federal direta, autárquica ou
Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença: fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível
I - por motivo de doença em pessoa da família; com o seu cargo.
II - por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;
III - para o serviço militar; SEÇÃO IV
IV - para atividade política; DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR
V - para capacitação;
VI - para tratar de interesses particulares; Art. 85. Ao servidor convocado para o serviço militar será
VII - para desempenho de mandato classista. concedida licença, na forma e condições previstas na legislação
§ 1º A licença prevista no inciso I do caput deste artigo bem específica.
como cada uma de suas prorrogações serão precedidas de exame Parágrafo único. Concluído o serviço militar, o servidor terá
por perícia médica oficial, observado o disposto no Art. 204 desta até 30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício
Lei. do cargo.
§ 2º (Revogado)
§ 3º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o SEÇÃO V
período da licença prevista no inciso I deste artigo. DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA

Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do Art. 86. O servidor terá direito a licença, sem remuneração,
término de outra da mesma espécie será considerada como pror- durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção
rogação. partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.
SEÇÃO II § 1º O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PES- desempenha suas funções e que exerça cargo de direção, chefia,
SOA DA FAMÍLIA assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a
partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a
Art. 83. Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo Justiça Eleitoral, até o décimo dia seguinte ao do pleito.
de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do § 2º A partir do registro da candidatura e até o décimo dia
padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurados os
expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante com- vencimentos do cargo efetivo, somente pelo período de três meses.
provação por perícia médica oficial.

Didatismo e Conhecimento 70
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
SEÇÃO VI CAPÍTULO V
DA LICENÇA-PRÊMIO POR ASSIDUIDADE DOS AFASTAMENTOS
DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO
SEÇÃO I
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓR-
Art. 87. Após cada quinquênio de efetivo exercício, o servidor GÃO OU ENTIDADE
poderá, no interesse da Administração, afastar-se do exercício do
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses, Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em
para participar de curso de capacitação profissional. outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, ou do
Parágrafo único. Os períodos de licença de que trata o caput Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:
não são acumuláveis. I - para exercício de cargo em comissão ou função de con-
fiança;
Art. 88. (Revogado) II - em casos previstos em leis específicas.
§ 1º Na hipótese do inciso I, sendo a cessão para órgãos ou
Art. 89. (Revogado) entidades dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o
ônus da remuneração será do órgão ou entidade cessionária, man-
Art. 90. (VETADO). tido o ônus para o cedente nos demais casos.
§ 2º Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou
SEÇÃO VII sociedade de economia mista, nos termos das respectivas normas,
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PAR- optar pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração
TICULARES do cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo
em comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das
Art. 91. A critério da Administração, poderão ser concedidas despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem.
ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em es- § 3º A cessão far-se-á mediante Portaria publicada no Diário
tágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo Oficial da União.
prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. § 4º Mediante autorização expressa do Presidente da
Parágrafo único. A licença poderá ser interrompida, a qual- República, o servidor do Poder Executivo poderá ter exercício em
quer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. outro órgão da Administração Federal direta que não tenha quadro
próprio de pessoal, para fim determinado e a prazo certo.
SEÇÃO VIII § 5º Aplica-se à União, em se tratando de empregado ou
DA LICENÇA PARA O DESEMPENHO DE MANDATO servidor por ela requisitado, as disposições dos § § 1º e 2º deste
CLASSISTA artigo.
§ 6º As cessões de empregados de empresa pública ou de
Art. 92. É assegurado ao servidor o direito à licença sem re- sociedade de economia mista, que receba recursos de Tesouro
muneração para o desempenho de mandato em confederação, fe-
Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento
deração, associação de classe de âmbito nacional, sindicato repre-
de pessoal, independem das disposições contidas nos incisos I e II
sentativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou,
e § § 1º e 2º deste artigo, ficando o exercício do empregado cedido
ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade
condicionado a autorização específica do Ministério do Planeja-
cooperativa constituída por servidores públicos para prestar ser-
mento, Orçamento e Gestão, exceto nos casos de ocupação de car-
viços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso
go em comissão ou função gratificada.
VIII do Art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e
§ 7° O Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão,
observados os seguintes limites:
com a finalidade de promover a composição da força de trabalho
I - para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2
(dois) servidores; dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá
II - para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta determinar a lotação ou o exercício de empregado ou servidor,
mil) associados, 4 (quatro) servidores; independentemente da observância do constante no inciso I e nos
III - para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associa- § § 1º e 2º deste artigo.
dos, 8 (oito) servidores.
§ 1º Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos SEÇÃO II
para cargos de direção ou de representação nas referidas entidades, DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDA-
desde que cadastradas no órgão competente. TO ELETIVO
§ 2º A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser
renovada, no caso de reeleição. Art. 94. Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se
as seguintes disposições:
I - tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará
afastado do cargo;
II - investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,
sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;
III - investido no mandato de vereador:

Didatismo e Conhecimento 71
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vanta- § 3º Os afastamentos para realização de programas de pós-
gens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de
b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos
cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração. quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não
§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares
para a seguridade social como se em exercício estivesse. ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data
§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não da solicitação de afastamento.
poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade § 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos
diversa daquela onde exerce o mandato. nos § § 1º, 2º e 3º deste artigo terão que permanecer no exercício
de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do
SEÇÃO III afastamento concedido.
DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO § 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo
EXTERIOR ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência
previsto no § 4º deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade,
Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estu- na forma do Art. 47 da Lei no8.112, de 11 de dezembro de 1990,
do ou missão oficial, sem autorização do Presidente da República, dos gastos com seu aperfeiçoamento.
Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e Presidente do Supre- § 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou
seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5º
mo Tribunal Federal.
deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a mis-
caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.
são ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida
§ 7º Aplica-se à participação em programa de pós-graduação
nova ausência. no Exterior, autorizado nos termos do Art. 95 desta Lei, o disposto
§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será nos § § 1º a 6º deste artigo.
concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular
antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a CAPÍTULO VI
hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento. DAS CONCESSÕES
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da
carreira diplomática. Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se
§ 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de do serviço:
que trata este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do I - por 1 (um) dia, para doação de sangue;
servidor, serão disciplinadas em regulamento. II - pelo período comprovadamente necessário para alistamen-
to ou recadastramento eleitoral, limitado, em qualquer caso, a dois
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo dias; e
internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar- III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
-se-á com perda total da remuneração. a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou
SEÇÃO IV padrasto, filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.
DO AFASTAMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM PRO-
GRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU NO Art. 98. Será concedido horário especial ao servidor estudan-
PAÍS te, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar
e o da repartição, sem prejuízo do exercício do cargo.
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, § 1º Para efeito do disposto neste artigo, será exigida a
e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com compensação de horário no órgão ou entidade que tiver exercício,
o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar- respeitada a duração semanal do trabalho.
-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, § 3º As disposições do parágrafo anterior são extensivas
ao servidor que tenha cônjuge, filho ou dependente portador de
para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em
deficiência física, exigindo-se, porém, neste caso, compensação de
instituição de ensino superior no País.
horário na forma do inciso II do Art. 44.
§ 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá,
§ 4º Será igualmente concedido horário especial, vinculado à
em conformidade com a legislação vigente, os programas de compensação de horário a ser efetivada no prazo de até 1 (um) ano,
capacitação e os critérios para participação em programas de pós- ao servidor que desempenhe atividade prevista nos incisos I e II do
graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão caput do Art. 76-A desta Lei.
avaliados por um comitê constituído para este fim.
§ 2º Os afastamentos para realização de programas de mestrado Art. 99. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse
e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de da administração é assegurada, na localidade da nova residência
cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 ou na mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere,
(três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluí- em qualquer época, independentemente de vaga.
do o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por Parágrafo único. O disposto neste artigo estende-se ao cônju-
licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença ge ou companheiro, aos filhos, ou enteados do servidor que vivam
capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos an- na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com
teriores à data da solicitação de afastamento. autorização judicial.

Didatismo e Conhecimento 72
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO VII V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Pre-
DO TEMPO DE SERVIÇO vidência Social;
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que
público federal, inclusive o prestado às Forças Armadas. exceder o prazo a que se refere a alínea “b” do inciso VIII do Art.
102.
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, § 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será
que serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezen- contado apenas para nova aposentadoria.
tos e sessenta e cinco dias. § 2º Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às
Parágrafo único. (Revogado) Forças Armadas em operações de guerra.
§ 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço
Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no Art. 97, prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função de
são considerados como de efetivo exercício os afastamentos em órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal
virtude de:
e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia
I - férias;
mista e empresa pública.
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão
ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Dis-
CAPÍTULO VIII
trito Federal;
III - exercício de cargo ou função de governo ou administra- DO DIREITO DE PETIÇÃO
ção, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do
Presidente da República; Art. 104. É assegurado ao servidor o direito de requerer aos
IV - participação em programa de treinamento regularmente Poderes Públicos, em defesa de direito ou interesse legítimo.
instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País,
conforme dispuser o regulamento; Art. 105. O requerimento será dirigido à autoridade compe-
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, muni- tente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que
cipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por mereci- estiver imediatamente subordinado o requerente.
mento;
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; Art. 106. Cabe pedido de reconsideração à autoridade que
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afas- houver expedido o ato ou proferido a primeira decisão, não poden-
tamento, conforme dispuser o regulamento; do ser renovado.
VIII - licença: Parágrafo único. O requerimento e o pedido de reconsidera-
a) à gestante, à adotante e à paternidade; ção de que tratam os artigos anteriores deverão ser despachados no
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30 (trinta) dias.
quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público
prestado à União, em cargo de provimento efetivo; Art. 107. Caberá recurso:
c) para o desempenho de mandato classista ou participação de I - do indeferimento do pedido de reconsideração;
gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída II - das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.
por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para § 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente
efeito de promoção por merecimento; superior à que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e,
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades.
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; § 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade
f) por convocação para o serviço militar;
a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o Art. 18;
X - participação em competição desportiva nacional ou con-
Art. 108. O prazo para interposição de pedido de reconsidera-
vocação para integrar representação desportiva nacional, no País
ção ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou
ou no exterior, conforme disposto em lei específica;
XI - afastamento para servir em organismo internacional de da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
que o Brasil participe ou com o qual coopere.
Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito suspensi-
Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e vo, a juízo da autoridade competente.
disponibilidade: Parágrafo único. Em caso de provimento do pedido de recon-
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municí- sideração ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do
pios e Distrito Federal; ato impugnado.
II - a licença para tratamento de saúde de pessoal da família
do servidor, com remuneração, que exceder a 30 (trinta) dias em Art. 110. O direito de requerer prescreve:
período de 12 (doze) meses. I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassa-
III - a licença para atividade política, no caso do Art. 86, § 2º; ção de aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato ele- patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;
tivo federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quan-
no serviço público federal; do outro prazo for fixado em lei.

Didatismo e Conhecimento 73
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Parágrafo único. O prazo de prescrição será contado da data CAPÍTULO II
da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interes- DAS PROIBIÇÕES
sado, quando o ato não for publicado.
Art. 117. Ao servidor é proibido:
Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando ca- I - ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia
bíveis, interrompem a prescrição. autorização do chefe imediato;
II - retirar, sem prévia anuência da autoridade competente,
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser qualquer documento ou objeto da repartição;
relevada pela administração. III - recusar fé a documentos públicos;
IV - opor resistência injustificada ao andamento de documen-
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada to e processo ou execução de serviço;
vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a V - promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto
procurador por ele constituído. da repartição;
VI - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua res-
tempo, quando eivados de ilegalidade. ponsabilidade ou de seu subordinado;
VII - coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos associação profissional ou sindical, ou a partido político;
neste Capítulo, salvo motivo de força maior. VIII - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de
confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau
TÍTULO IV civil;
DO REGIME DISCIPLINAR IX - valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de ou-
trem, em detrimento da dignidade da função pública;
CAPÍTULO I X - participar de gerência ou administração de sociedade pri-
DOS DEVERES vada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, ex-
ceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;
Art. 116. São deveres do servidor: XI - atuar, como procurador ou intermediário, junto a reparti-
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; ções públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários
II - ser leal às instituições a que servir; ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
III - observar as normas legais e regulamentares; companheiro;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifesta- XII - receber propina, comissão, presente ou vantagem de
mente ilegais; qualquer espécie, em razão de suas atribuições;
V - atender com presteza: XIII - aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estran-
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, geiro;
ressalvadas as protegidas por sigilo; XIV - praticar usura sob qualquer de suas formas;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito XV - proceder de forma desidiosa;
ou esclarecimento de situações de interesse pessoal; XVI - utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. serviços ou atividades particulares;
VI - levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do XVII - cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo
cargo ao conhecimento da autoridade superior ou, quando houver que ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;
suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de outra autori- XVIII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis
dade competente para apuração; com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
VII - zelar pela economia do material e a conservação do pa- XIX - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando so-
trimônio público; licitado.
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição; Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X do caput
IX - manter conduta compatível com a moralidade adminis- deste artigo não se aplica nos seguintes casos:
trativa; I - participação nos conselhos de administração e fiscal de
X - ser assíduo e pontual ao serviço; empresas ou entidades em que a União detenha, direta ou indireta-
XI - tratar com urbanidade as pessoas; mente, participação no capital social ou em sociedade cooperativa
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de po- constituída para prestar serviços a seus membros; e
der. II - gozo de licença para o trato de interesses particulares, na
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será forma do Art. 91 desta Lei, observada a legislação sobre conflito
encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade su- de interesses.
perior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao repre-
sentando ampla defesa. CAPÍTULO III
DA ACUMULAÇÃO

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é


vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

Didatismo e Conhecimento 74
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será
e funções em autarquias, fundações públicas, empresas públicas, afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do
sociedades de economia mista da União, do Distrito Federal, dos fato ou sua autoria.
Estados, dos Territórios e dos Municípios.
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado ci-
à comprovação da compatibilidade de horários. vil, penal ou administrativamente por dar ciência à autoridade su-
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de ven- perior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, a outra
cimento de cargo ou emprego público efetivo com proventos da autoridade competente para apuração de informação concernente
inatividade, salvo quando os cargos de que decorram essas remu- à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento,
nerações forem acumuláveis na atividade. ainda que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou fun-
ção pública.
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em
comissão, exceto no caso previsto no parágrafo único do CAPÍTULO V
Art. 9º, nem ser remunerado pela participação em órgão de DAS PENALIDADES
deliberação coletiva.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remu- Art. 127. São penalidades disciplinares:
neração devida pela participação em conselhos de administração I - advertência;
e fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, II - suspensão;
suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou III - demissão;
entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha par- IV - cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
ticipação no capital social, observado o que, a respeito, dispuser V - destituição de cargo em comissão;
legislação específica. VI - destituição de função comissionada.

Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acu- Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a
mular licitamente dois cargos efetivos, quando investido em cargo natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
de provimento em comissão, ficará afastado de ambos os cargos
atenuantes e os antecedentes funcionais.
efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de ho-
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencio-
rário e local com o exercício de um deles, declarada pelas autori-
nará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.
dades máximas dos órgãos ou entidades envolvidos.
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de
CAPÍTULO IV
violação de proibição constante do
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever
funcional previsto em lei, regulamentação ou norma interna, que
Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativa- não justifique imposição de penalidade mais grave.
mente pelo exercício irregular de suas atribuições.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou das faltas punidas com advertência e de violação das demais proi-
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário bições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demis-
ou a terceiros. são, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário § 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o
somente será liquidada na forma prevista no Art. 46, na falta de servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a ins-
outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial. peção médica determinada pela autoridade competente, cessando
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
servidor perante a Fazenda Pública, em ação regressiva. § 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50%
e contra eles será executada, até o limite do valor da herança (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração,
recebida. ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e con- Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão
travenções imputadas ao servidor, nessa qualidade. seus registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco)
anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não hou-
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá
função. efeitos retroativos.

Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
cumular-se, sendo independentes entre si. I - crime contra a administração pública;
II - abandono de cargo;

Didatismo e Conhecimento 75
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
III - inassiduidade habitual; § 7º O prazo para a conclusão do processo administrativo
IV - improbidade administrativa; disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias,
V - incontinência pública e conduta escandalosa, na reparti- contados da data de publicação do ato que constituir a comissão,
ção; admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando as
VI - insubordinação grave em serviço; circunstâncias o exigirem.
VII - ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, sal- § 8º O procedimento sumário rege-se pelas disposições deste
vo em legítima defesa própria ou de outrem; artigo, observando-se, no que lhe for aplicável, subsidiariamente,
VIII - aplicação irregular de dinheiros públicos; as disposições dos Títulos IV e V desta Lei.
IX - revelação de segredo do qual se apropriou em razão do
cargo; Art. 134. Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade
X - lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio na- do inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com
cional; a demissão.
XI - corrupção;
XII - acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções pú- Art. 135. A destituição de cargo em comissão exercido por
blicas;
não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração
XIII - transgressão dos incisos IX a XVI do Art. 117.
sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Parágrafo único. Constatada a hipótese de que trata este arti-
Art. 133. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de
cargos, empregos ou funções públicas, a autoridade a que se refere go, a exoneração efetuada nos termos do Art. 35 será convertida
o Art. 143 notificará o servidor, por intermédio de sua chefia ime- em destituição de cargo em comissão.
diata, para apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias,
contados da data da ciência e, na hipótese de omissão, adotará pro- Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
cedimento sumário para a sua apuração e regularização imediata, nos casos dos incisos IV, VIII, X e XI do Art. 132, implica a indis-
cujo processo administrativo disciplinar se desenvolverá nas se- ponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da
guintes fases: ação penal cabível.
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co-
missão, a ser composta por dois servidores estáveis, e simultanea- Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão,
mente indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto por infringência do Art. 117, incisos IX e XI, incompatibiliza o
da apuração; ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, pelo
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e prazo de 5 (cinco) anos.
relatório; Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público fede-
III - julgamento. ral o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão
§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo por infringência do Art. 132, incisos I, IV, VIII, X e XI.
nome e matrícula do servidor, e a materialidade pela descrição dos
cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional
ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos.
do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico.
§ 2º A comissão lavrará, até três dias após a publicação do Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao ser-
ato que a constituiu, termo de indiciação em que serão transcritas viço, sem causa justificada, por sessenta dias, interpoladamente,
as informações de que trata o parágrafo anterior, bem como durante o período de doze meses.
promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por
intermédio de sua chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade
apresentar defesa escrita, assegurando-se lhe vista do processo na
habitual, também será adotado o procedimento sumário a que se
repartição, observado o disposto nos arts. 163 e 164.
refere o Art. 133, observando-se especialmente que:
§ 3º Apresentada a defesa, a comissão elaborará relatório
I - a indicação da materialidade dar-se-á:
conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor,
em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa
licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo disposi- do período de ausência intencional do servidor ao serviço superior
tivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para a trinta dias;
julgamento. b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias
§ 4º No prazo de cinco dias, contados do recebimento do de falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou su-
processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão, aplicando- perior a sessenta dias interpoladamente, durante o período de doze
se, quando for o caso, o disposto no § 3º do Art. 167. meses;
§ 5º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para II - após a apresentação da defesa a comissão elaborará re-
defesa configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá latório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo. servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, indicará
§ 6º Caracterizada a acumulação ilegal e provada a má- o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono
fé, aplicar-se-á a pena de demissão, destituição ou cassação de de cargo, sobre a intencionalidade da ausência ao serviço superior
aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos a trinta dias e remeterá o processo à autoridade instauradora para
ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em julgamento.
que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados.

Didatismo e Conhecimento 76
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas: Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evi-
I - pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas dente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquiva-
do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador- da, por falta de objeto.
-Geral da República, quando se tratar de demissão e cassação de
aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respec- Art. 145. Da sindicância poderá resultar:
tivo Poder, órgão, ou entidade; I - arquivamento do processo;
II - pelas autoridades administrativas de hierarquia imediata- II - aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de
mente inferior àquelas mencionadas no inciso anterior quando se até 30 (trinta) dias;
tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; III - instauração de processo disciplinar.
III - pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos Parágrafo único. O prazo para conclusão da sindicância não
respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual perío-
ou de suspensão de até 30 (trinta) dias; do, a critério da autoridade superior.
IV - pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se
tratar de destituição de cargo em comissão. Art. 146. Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar
a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta)
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá: dias, de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
I - em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demis- ou destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instaura-
são, cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de ção de processo disciplinar.
cargo em comissão;
II - em 2 (dois) anos, quanto à suspensão; CAPÍTULO II
III - em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o
fato se tornou conhecido. Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não
§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se venha a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instau-
às infrações disciplinares capituladas também como crime. radora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamen-
§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo to do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida prejuízo da remuneração.
por autoridade competente. Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não
correr a partir do dia em que cessar a interrupção. concluído o processo.

TÍTULO V CAPÍTULO III


DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DO PROCESSO DISCIPLINAR

CAPÍTULO I Art. 148. O processo disciplinar é o instrumento destinado


DISPOSIÇÕES GERAIS a apurar responsabilidade de servidor por infração praticada no
exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribui-
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no ções do cargo em que se encontre investido.
serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata,
mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, asse- Art. 149. O processo disciplinar será conduzido por comissão
gurada ao acusado ampla defesa. composta de três servidores estáveis designados pela autoridade
§ 1º (Revogado) competente, observado o disposto no § 3º do Art. 143, que indica-
§ 2º (Revogado) rá, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo
§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação da efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de escolaridade
autoridade a que se refere, poderá ser promovida por autoridade igual ou superior ao do indiciado.
de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a § 1º A Comissão terá como secretário servidor designado
irregularidade, mediante competência específica para tal finalidade, pelo seu presidente, podendo a indicação recair em um de seus
delegada em caráter permanente ou temporário pelo Presidente membros.
da República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo § 2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou
e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, de inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado,
no âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro
competências para o julgamento que se seguir à apuração. grau.

Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com indepen-
apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do dência e imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucida-
denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a auten- ção do fato ou exigido pelo interesse da administração.
ticidade. Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões
terão caráter reservado.

Didatismo e Conhecimento 77
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes Art. 158. O depoimento será prestado oralmente e reduzido a
fases: termo, não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a co- § 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.
missão; § 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, de- infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes.
fesa e relatório;
III - julgamento. Art. 159. Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão
promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedi-
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não mentos previstos nos arts. 157 e 158.
excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato § 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido
que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações
prazo, quando as circunstâncias o exigirem. sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo eles.
integral aos seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do § 2º O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório,
ponto, até a entrega do relatório final. bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas que interferir nas perguntas e respostas, facultando-se lhe, porém,
deverão detalhar as deliberações adotadas. reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão.

SEÇÃO I Art. 160. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do


DO INQUÉRITO acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja
submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe pelo
Art. 153. O inquérito administrativo obedecerá ao princípio menos um médico psiquiatra.
do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utili- Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será proces-
zação dos meios e recursos admitidos em direito. sado em auto apartado e apenso ao processo principal, após a ex-
pedição do laudo pericial.
Art. 154. Os autos da sindicância integrarão o processo disci-
plinar, como peça informativa da instrução. Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a
Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele imputa-
concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a au- dos e das respectivas provas.
toridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério § 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo
Público, independentemente da imediata instauração do processo presidente da comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de
disciplinar. 10 (dez) dias, assegurando-se lhe vista do processo na repartição.
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e
Art. 155. Na fase do inquérito, a comissão promoverá a toma- de 20 (vinte) dias.
da de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabí- § 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para
veis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessá- diligências reputadas indispensáveis.
rio, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação § 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia
dos fatos. da citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em
termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a
Art. 156. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o assinatura de (2) duas testemunhas.
processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a
quesitos, quando se tratar de prova pericial. comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.
§ 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos
considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabi-
nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. do, será citado por edital, publicado no Diário Oficial da União e
§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio
comprovação do fato independer de conhecimento especial de conhecido, para apresentar defesa.
perito. Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa
será de 15 (quinze) dias a partir da última publicação do edital.
Art. 157. As testemunhas serão intimadas a depor mediante
mandado expedido pelo presidente da comissão, devendo a segun- Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente
da via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos. citado, não apresentar defesa no prazo legal.
Parágrafo único. Se a testemunha for servidor público, a ex- § 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo
pedição do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da e devolverá o prazo para a defesa.
repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados § 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora
para inquirição. do processo designará um servidor como defensor dativo, que
deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível,
ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

Didatismo e Conhecimento 78
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o pará-
minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e men- grafo único, inciso I do Art. 34, o ato será convertido em demissão,
cionará as provas em que se baseou para formar a sua convicção. se for o caso.
§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou
à responsabilidade do servidor. Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da
indicará o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem sede de sua repartição, na condição de testemunha, denunciado
como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. ou indiciado;
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obri-
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, gados a se deslocarem da sede dos trabalhos para a realização de
será remetido à autoridade que determinou a sua instauração, para missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
julgamento.
SEÇÃO III
SEÇÃO II DA REVISÃO DO PROCESSO
DO JULGAMENTO
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer
Art. 167. No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimen- tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
to do processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão. circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autori- inadequação da penalidade aplicada.
dade instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade § 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do
competente, que decidirá em igual prazo. servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do
§ 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, processo.
o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da § 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão
pena mais grave. será requerida pelo respectivo curador.
§ 3º Se a penalidade prevista for a demissão ou cassação de
aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá às autori- Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao
dades de que trata o inciso I do Art. 141. requerente.
§ 4º Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a au-
toridade instauradora do processo determinará o seu arquivamen- Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não
to, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos. constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos,
ainda não apreciados no processo originário.
Art. 168. O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo
quando contrário às provas dos autos. Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido
Parágrafo único. Quando o relatório da comissão contrariar as ao Ministro de Estado ou autoridade equivalente, que, se autorizar
provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente, a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade
agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de onde se originou o processo disciplinar.
responsabilidade. Parágrafo único. Deferida a petição, a autoridade competente
providenciará a constituição de comissão, na forma do Art. 149.
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autori-
dade que determinou a instauração do processo ou outra de hierar- Art. 178. A revisão correrá em apenso ao processo originário.
quia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, Parágrafo único. Na petição inicial, o requerente pedirá dia e
no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que
de novo processo. arrolar.
§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade
do processo. Art. 179. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que conclusão dos trabalhos.
trata o Art. 142, § 2º, será responsabilizada na forma do Capítulo
IV do Título IV. Art. 180. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no
que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do
Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade processo disciplinar.
julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos indivi-
duais do servidor. Art. 181. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a pe-
nalidade, nos termos do Art. 141.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, Parágrafo único. O prazo para julgamento será de 20 (vinte)
o processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a
instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição. autoridade julgadora poderá determinar diligências.

Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem
poderá ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos
após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, aca- do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão,
so aplicada. que será convertida em exoneração.

Didatismo e Conhecimento 79
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar g) assistência à saúde;
agravamento de penalidade. h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho
satisfatórias;
TÍTULO VI II - quanto ao dependente:
DA SEGURIDADE SOCIAL DO SERVIDOR a) pensão vitalícia e temporária;
b) auxílio-funeral;
CAPÍTULO I c) auxílio-reclusão;
DISPOSIÇÕES GERAIS d) assistência à saúde.
§ 1º As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas
Art. 183. A União manterá Plano de Seguridade Social para o pelos órgãos ou entidades aos quais se encontram vinculados os
servidor e sua família. servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224.
§ 1º O servidor ocupante de cargo em comissão que não § 2º O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude,
seja, simultaneamente, ocupante de cargo ou emprego efetivo na dolo ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido,
administração pública direta, autárquica e fundacional não terá sem prejuízo da ação penal cabível.
direito aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção
da assistência à saúde. CAPÍTULO II
DOS BENEFÍCIOS
§ 2º O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo,
sem direito à remuneração, inclusive para servir em organismo
SEÇÃO I
oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com
DA APOSENTADORIA
o qual coopere, ainda que contribua para regime de previdência
social no exterior, terá suspenso o seu vínculo com o regime do Art. 186. O servidor será aposentado:
Plano de Seguridade Social do Servidor Público enquanto durar I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais
o afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os quando decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional
benefícios do mencionado regime de previdência. ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e
§ 3º Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem proporcionais nos demais casos;
remuneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano de II - compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proven-
Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento tos proporcionais ao tempo de serviço;
mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido III - voluntariamente:
pelos servidores em atividade, incidente sobre a remuneração a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30
total do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, (trinta) se mulher, com proventos integrais;
computando-se, para esse efeito, inclusive, as vantagens pessoais. b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de ma-
§ 4º O recolhimento de que trata o § 3º deve ser efetuado até o gistério se professor, e 25 (vinte e cinco) se professora, com pro-
segundo dia útil após a data do pagamento das remunerações dos ventos integrais;
servidores públicos, aplicando-se os procedimentos de cobrança e c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e
execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de cinco) se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;
vencimento. d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos
60 (sessenta) se mulher, com proventos proporcionais ao tempo
Art. 184. O Plano de Seguridade Social visa a dar cobertura de serviço.
aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e com- § 1º Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis,
preende um conjunto de benefícios e ações que atendam às seguin- a que se refere o inciso I deste artigo, tuberculose ativa, alienação
tes finalidades: mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior
I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, in- ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave,
validez, velhice, acidente em serviço, inatividade, falecimento e doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, espon-
diloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do
reclusão;
mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiência
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade;
Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base na medicina
III - assistência à saúde.
especializada.
Parágrafo único. Os benefícios serão concedidos nos termos § 2º Nos casos de exercício de atividades consideradas
e condições definidos em regulamento, observadas as disposições insalubres ou perigosas, bem como nas hipóteses previstas no Art.
desta Lei. 71, a aposentadoria de que trata o inciso III, «a» e «c», observará o
disposto em lei específica.
Art. 185. Os benefícios do Plano de Seguridade Social do ser- § 3º Na hipótese do inciso I o servidor será submetido à junta
vidor compreendem: médica oficial, que atestará a invalidez quando caracterizada a
I - quanto ao servidor: incapacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a
a) aposentadoria; impossibilidade de se aplicar o disposto no Art. 24.
b) auxílio-natalidade;
c) salário-família; Art. 187. A aposentadoria compulsória será automática, e de-
d) licença para tratamento de saúde; clarada por ato, com vigência a partir do dia imediato àquele em
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço
f) licença por acidente em serviço; ativo.

Didatismo e Conhecimento 80
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 188. A aposentadoria voluntária ou por invalidez vigorará § 1º Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de
a partir da data da publicação do respectivo ato. 50% (cinquenta por cento), por nascituro.
§ 1º A aposentadoria por invalidez será precedida de licença § 2º O auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor
para tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e público, quando a parturiente não for servidora.
quatro) meses.
§ 2º Expirado o período de licença e não estando em SEÇÃO III
condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor DO SALÁRIO-FAMÍLIA
será aposentado.
§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término da Art. 197. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao
licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado inativo, por dependente econômico.
como de prorrogação da licença. Parágrafo único. Consideram-se dependentes econômicos
§ 4º Para os fins do disposto no § 1º deste artigo, serão para efeito de percepção do salário-família:
consideradas apenas as licenças motivadas pela enfermidade I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados
ensejadora da invalidez ou doenças correlacionadas. até 21 (vinte e um) anos de idade ou, se estudante, até 24 (vinte e
§ 5º A critério da Administração, o servidor em licença para quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade;
tratamento de saúde ou aposentado por invalidez poderá ser II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autoriza-
convocado a qualquer momento, para avaliação das condições que ção judicial, viver na companhia e às expensas do servidor, ou do
ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. inativo;
III - a mãe e o pai sem economia própria.
Art. 189. O provento da aposentadoria será calculado com ob-
servância do disposto no § 3º do Art. 41, e revisto na mesma data e Art. 198. Não se configura a dependência econômica quando
proporção, sempre que se modificar a remuneração dos servidores o beneficiário do salário-família perceber rendimento do trabalho
em atividade. ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da apo-
Parágrafo único. São estendidos aos inativos quaisquer be- sentadoria, em valor igual ou superior ao salário-mínimo.
nefícios ou vantagens posteriormente concedidas aos servidores
em atividade, inclusive quando decorrentes de transformação ou Art. 199. Quando o pai e mãe forem servidores públicos e vi-
reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria. verem em comum, o salário-família será pago a um deles; quando
separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição
Art. 190. O servidor aposentado com provento proporcional dos dependentes.
ao tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias es- Parágrafo único. Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a
pecificadas no § 1º do Art. 186 desta Lei e, por esse motivo, for madrasta e, na falta destes, os representantes legais dos incapazes.
considerado inválido por junta médica oficial passará a perceber
provento integral, calculado com base no fundamento legal de Art. 200. O salário-família não está sujeito a qualquer tributo,
concessão da aposentadoria. nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a
Previdência Social.
Art. 191. Quando proporcional ao tempo de serviço, o proven-
to não será inferior a 1/3 (um terço) da remuneração da atividade. Art. 201. O afastamento do cargo efetivo, sem remuneração,
não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família.
Art. 192. (Revogado)
SEÇÃO IV
Art. 193. (Revogado) DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE

Art. 194. Ao servidor aposentado será paga a gratificação na- Art. 202. Será concedida ao servidor licença para tratamento
talina, até o dia vinte do mês de dezembro, em valor equivalente ao de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem
respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido. prejuízo da remuneração a que fizer jus.

Art. 195. Ao ex-combatente que tenha efetivamente participa- Art. 203. A licença de que trata o Art. 202 desta Lei será con-
do de operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos cedida com base em perícia oficial.
termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será concedida § 1º Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada
aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte e cinco) anos na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se
de serviço efetivo. encontrar internado.
§ 2º Inexistindo médico no órgão ou entidade no local onde
SEÇÃO II se encontra ou tenha exercício em caráter permanente o servidor, e
DO AUXÍLIO-NATALIDADE não se configurando as hipóteses previstas nos parágrafos do Art.
230, será aceito atestado passado por médico particular.
Art. 196. O auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo § 3º No caso do § 2º deste artigo, o atestado somente produzirá
de nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor venci- efeitos depois de recepcionado pela unidade de recursos humanos
mento do serviço público, inclusive no caso de natimorto. do órgão ou entidade.

Didatismo e Conhecimento 81
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
§ 4º A licença que exceder o prazo de 120 (cento e vinte) Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial
dias no período de 12 (doze) meses a contar do primeiro dia de de criança até 1 (um) ano de idade, serão concedidos 90 (noventa)
afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica dias de licença remunerada.
oficial. Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de
§ 5º A perícia oficial para concessão da licença de que trata o criança com mais de 1 (um) ano de idade, o prazo de que trata este
caput deste artigo, bem como nos demais casos de perícia oficial artigo será de 30 (trinta) dias.
previstos nesta Lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas, nas
hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia. SEÇÃO VI
DA LICENÇA POR ACIDENTE EM SERVIÇO
Art. 204. A licença para tratamento de saúde inferior a 15
(quinze) dias, dentro de 1 (um) ano, poderá ser dispensada de perí- Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servi-
cia oficial, na forma definida em regulamento. dor acidentado em serviço.
Art. 205. O atestado e o laudo da junta médica não se referirão Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou men-
ao nome ou natureza da doença, salvo quando se tratar de lesões
tal sofrido pelo servidor, que se relacione, mediata ou imediata-
produzidas por acidente em serviço, doença profissional ou qual-
mente, com as atribuições do cargo exercido.
quer das doenças especificadas no Art. 186, § 1º.
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
Art. 206. O servidor que apresentar indícios de lesões orgâni- I - decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servi-
cas ou funcionais será submetido a inspeção médica. dor no exercício do cargo;
II - sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-
Art. 206-A. O servidor será submetido a exames médicos pe- -versa.
riódicos, nos termos e condições definidos em regulamento.
Parágrafo único. Para os fins do disposto no caput, a União e Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de
suas entidades autárquicas e fundacionais poderão: tratamento especializado poderá ser tratado em instituição privada,
I - prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo ór- à conta de recursos públicos.
gão ou entidade à qual se encontra vinculado o servidor; Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médi-
II - celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou par- ca oficial constitui medida de exceção e somente será admissível
ceria com os órgãos e entidades da administração direta, suas au- quando inexistirem meios e recursos adequados em instituição pú-
tarquias e fundações; blica.
III - celebrar convênios com operadoras de plano de assistên-
cia à saúde, organizadas na modalidade de autogestão, que pos- Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez)
suam autorização de funcionamento do órgão regulador, na forma dias, prorrogável quando as circunstâncias o exigirem.
do Art. 230; ou
IV - prestar os exames médicos periódicos mediante contrato SEÇÃO VII
administrativo, observado o disposto na Lei no 8.666, de 21 de DA PENSÃO
junho de 1993, e demais normas pertinentes.
Art. 215. Por morte do servidor, os dependentes fazem jus
SEÇÃO V a uma pensão mensal de valor correspondente ao da respectiva
DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E DA remuneração ou provento, a partir da data do óbito, observado o
LICENÇA-PATERNIDADE limite estabelecido no Art. 42.
Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120
Art. 216. As pensões distinguem-se, quanto à natureza, em vi-
(cento e vinte) dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
talícias e temporárias.
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês
§ 1º A pensão vitalícia é composta de cota ou cotas
de gestação, salvo antecipação por prescrição médica.
§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a permanentes, que somente se extinguem ou revertem com a morte
partir do parto. de seus beneficiários.
§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do § 2º A pensão temporária é composta de cota ou cotas que
evento, a servidora será submetida a exame médico, e se julgada podem se extinguir ou reverter por motivo de morte, cessação de
apta, reassumirá o exercício. invalidez ou maioridade do beneficiário.
§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora
terá direito a 30 (trinta) dias de repouso remunerado. Art. 217. São beneficiários das pensões:
I - vitalícia:
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá a) o cônjuge;
direito à licença-paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos. b) a pessoa desquitada, separada judicialmente ou divorciada,
com percepção de pensão alimentícia;
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis c) o companheiro ou companheira designado que comprove
meses, a servidora lactante terá direito, durante a jornada de tra- união estável como entidade familiar;
balho, a uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois d) a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do
períodos de meia hora. servidor;

Didatismo e Conhecimento 82
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
e) a pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoa Art. 222. Acarreta perda da qualidade de beneficiário:
portadora de deficiência, que vivam sob a dependência econômica I - o seu falecimento;
do servidor; II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a
II - temporária: concessão da pensão ao cônjuge;
a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade, ou, III - a cessação de invalidez, em se tratando de beneficiário
se inválidos, enquanto durar a invalidez; inválido;
b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de IV - a maioridade de filho, irmão órfão ou pessoa designada,
idade; aos 21 (vinte e um) anos de idade;
c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, en- V - a acumulação de pensão na forma do Art. 225;
quanto durar a invalidez, que comprovem dependência econômica VI - a renúncia expressa.
do servidor; Parágrafo único. A critério da Administração, o beneficiário
d) a pessoa designada que viva na dependência econômica do de pensão temporária motivada por invalidez poderá ser convoca-
servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida, enquanto durar
do a qualquer momento para avaliação das condições que enseja-
a invalidez.
ram a concessão do benefício.
§ 1º A concessão de pensão vitalícia aos beneficiários de que
tratam as alíneas «a» e «c» do inciso I deste artigo exclui desse
Art. 223. Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a
direito os demais beneficiários referidos nas alíneas «d» e «e».
§ 2º A concessão da pensão temporária aos beneficiários de respectiva cota reverterá:
que tratam as alíneas «a» e «b» do inciso II deste artigo exclui I - da pensão vitalícia para os remanescentes desta pensão ou
desse direito os demais beneficiários referidos nas alíneas «c» e para os titulares da pensão temporária, se não houver pensionista
«d». remanescente da pensão vitalícia;
II - da pensão temporária para os co-beneficiários ou, na falta
Art. 218. A pensão será concedida integralmente ao titular da destes, para o beneficiário da pensão vitalícia.
pensão vitalícia, exceto se existirem beneficiários da pensão tem-
porária. Art. 224. As pensões serão automaticamente atualizadas na
§ 1º Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão mesma data e na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos
vitalícia, o seu valor será distribuído em partes iguais entre os dos servidores, aplicando-se o disposto no parágrafo único do Art.
beneficiários habilitados. 189.
§ 2º Ocorrendo habilitação às pensões vitalícia e temporária,
metade do valor caberá ao titular ou titulares da pensão vitalícia, Art. 225. Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção
sendo a outra metade rateada em partes iguais, entre os titulares da cumulativa de mais de duas pensões.
pensão temporária.
§ 3º Ocorrendo habilitação somente à pensão temporária, o SEÇÃO VIII
valor integral da pensão será rateado, em partes iguais, entre os DO AUXÍLIO-FUNERAL
que se habilitarem.
Art. 226. O auxílio-funeral é devido à família do servidor fa-
Art. 219. A pensão poderá ser requerida a qualquer tempo, lecido na atividade ou aposentado, em valor equivalente a um mês
prescrevendo tão-somente as prestações exigíveis há mais de 5 da remuneração ou provento.
(cinco) anos. § 1º No caso de acumulação legal de cargos, o auxílio será
Parágrafo único. Concedida a pensão, qualquer prova poste- pago somente em razão do cargo de maior remuneração.
rior ou habilitação tardia que implique exclusão de beneficiário ou § 2º (VETADO).
redução de pensão só produzirá efeitos a partir da data em que for
§ 3º O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito)
oferecida.
horas, por meio de procedimento sumaríssimo, à pessoa da família
que houver custeado o funeral.
Art. 220. Não faz jus à pensão o beneficiário condenado pela
prática de crime doloso de que tenha resultado a morte do servidor.
Art. 227. Se o funeral for custeado por terceiro, este será inde-
Art. 221. Será concedida pensão provisória por morte presu- nizado, observado o disposto no artigo anterior.
mida do servidor, nos seguintes casos:
I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária compe- Art. 228. Em caso de falecimento de servidor em serviço fora
tente; do local de trabalho, inclusive no exterior, as despesas de trans-
II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou porte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou
acidente não caracterizado como em serviço; fundação pública.
III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo
ou em missão de segurança. SEÇÃO IX
Parágrafo único. A pensão provisória será transformada em DO AUXÍLIO-RECLUSÃO
vitalícia ou temporária, conforme o caso, decorridos 5 (cinco) anos
de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, Art. 229. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclu-
hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado. são, nos seguintes valores:

Didatismo e Conhecimento 83
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo III - (VETADO)
de prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade § 4º (VETADO)
competente, enquanto perdurar a prisão; § 5º O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtu- pelo servidor ou pensionista civil com plano ou seguro privado de
de de condenação, por sentença definitiva, a pena que não determi- assistência à saúde.
ne a perda de cargo.
§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor CAPÍTULO IV
terá direito à integralização da remuneração, desde que absolvido. DO CUSTEIO
§ 2º O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia
imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda Art. 231. (Revogado)
que condicional.
TÍTULO VII
CAPÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE CAPÍTULO ÚNICO
DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIO-
Art. 230. A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, NAL INTERESSE PÚBLICO
e de sua família compreende assistência médica, hospitalar, odon-
tológica, psicológica e farmacêutica, terá como diretriz básica o Art. 232. (Revogado)
implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da
saúde e será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, direta- Art. 233. (Revogado)
mente pelo órgão ou entidade ao qual estiver vinculado o servidor,
ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, Art. 234. (Revogado)
mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor,
ativo ou inativo, e seus dependentes ou pensionistas com planos Art. 235. (Revogado)
ou seguros privados de assistência à saúde, na forma estabelecida
em regulamento. TÍTULO VIII
§ 1º Nas hipóteses previstas nesta Lei em que seja exigida
perícia, avaliação ou inspeção médica, na ausência de médico CAPÍTULO ÚNICO
ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
entidade celebrará, preferencialmente, convênio com unidades
de atendimento do sistema público de saúde, entidades sem fins Art. 236. O Dia do Servidor Público será comemorado a vinte
lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto e oito de outubro.
Nacional do Seguro Social - INSS.
§ 2º Na impossibilidade, devidamente justificada, da aplicação Art. 237. Poderão ser instituídos, no âmbito dos Poderes Exe-
do disposto no parágrafo anterior, o órgão ou entidade promoverá cutivo, Legislativo e Judiciário, os seguintes incentivos funcio-
a contratação da prestação de serviços por pessoa jurídica, que nais, além daqueles já previstos nos respectivos planos de carreira:
constituirá junta médica especificamente para esses fins, indicando I - prêmios pela apresentação de ideias, inventos ou trabalhos
os nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação que favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos
de suas habilitações e de que não estejam respondendo a processo operacionais;
disciplinar junto à entidade fiscalizadora da profissão. II - concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito, con-
§ 3º Para os fins do disposto no caput deste artigo, ficam a decoração e elogio.
União e suas entidades autárquicas e fundacionais autorizadas a:
I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de ser- Art. 238. Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias
viços de assistência à saúde para os seus servidores ou empregados corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do ven-
ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus respectivos cimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o
grupos familiares definidos, com entidades de autogestão por elas prazo vencido em dia em que não haja expediente.
patrocinadas por meio de instrumentos jurídicos efetivamente ce-
lebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e que possuam Art. 239. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filo-
autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo certo que sófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer
os convênios celebrados depois dessa data somente poderão sê-lo dos seus direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem
na forma da regulamentação específica sobre patrocínio de auto- eximir-se do cumprimento de seus deveres.
gestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo
de 180 (cento e oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas Art. 240. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos
também aplicáveis aos convênios existentes até 12 de fevereiro de da Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os
2006; seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de a) de ser representado pelo sindicato, inclusive como substi-
21 de junho de 1993, operadoras de planos e seguros privados de tuto processual;
assistência à saúde que possuam autorização de funcionamento do b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até um ano após o
órgão regulador; final do mandato, exceto se a pedido;

Didatismo e Conhecimento 84
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a § 9º Os cargos vagos em decorrência da aplicação do disposto
que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas no § 7º poderão ser extintos pelo Poder Executivo quando
em assembleia geral da categoria. considerados desnecessários.
d) (Revogado)
Art. 245. A licença especial disciplinada pelo Art. 116 da Lei
Art. 241. Consideram-se da família do servidor, além do nº 1.711, de 1952, ou por outro diploma legal, fica transformada
cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e em licença-prêmio por assiduidade, na forma prevista nos arts. 87
constem do seu assentamento individual. a 90.
Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge a companheira ou
companheiro, que comprove união estável como entidade familiar. Art. 246. (VETADO).

Art. 242. Para os fins desta Lei, considera-se sede o município Art. 247. Para efeito do disposto no Título VI desta Lei, ha-
onde a repartição estiver instalada e onde o servidor tiver exercí- verá ajuste de contas com a Previdência Social, correspondente ao
cio, em caráter permanente. período de contribuição por parte dos servidores celetistas abran-
gidos pelo Art. 243.
TÍTULO IX
Art. 248. As pensões estatutárias, concedidas até a vigência
CAPÍTULO ÚNICO desta Lei, passam a ser mantidas pelo órgão ou entidade de origem
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS E FINAIS do servidor.

Art. 243. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por Art. 249. Até a edição da lei prevista no § 1o do art. 231, os
esta Lei, na qualidade de servidores públicos, os servidores dos servidores abrangidos por esta Lei contribuirão na forma e nos per-
Poderes da União, dos ex-Territórios, das autarquias, inclusive as centuais atualmente estabelecidos para o servidor civil da União
em regime especial, e das fundações públicas, regidos pela Lei nº conforme regulamento próprio.
1.711, de 28 de outubro de 1952 - Estatuto dos Funcionários Pú-
blicos Civis da União, ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, Art. 250. O servidor que já tiver satisfeito ou vier a satisfazer,
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, exceto dentro de 1 (um) ano, as condições necessárias para a aposenta-
os contratados por prazo determinado, cujos contratos não poderão doria nos termos do inciso II do Art. 184 do antigo Estatuto dos
ser prorrogados após o vencimento do prazo de prorrogação. Funcionários Públicos Civis da União, Lei n° 1.711, de 28 de ou-
§ 1º Os empregos ocupados pelos servidores incluídos no tubro de 1952, aposentar-se-á com a vantagem prevista naquele
regime instituído por esta Lei ficam transformados em cargos, na dispositivo.
data de sua publicação.
§ 2º As funções de confiança exercidas por pessoas não Art. 251. (Revogado)
integrantes de tabela permanente do órgão ou entidade onde têm
exercício ficam transformadas em cargos em comissão, e mantidas Art. 252. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação,
enquanto não for implantado o plano de cargos dos órgãos ou com efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subsequen-
entidades na forma da lei. te.
§ 3º As Funções de Assessoramento Superior - FAS, exercidas
por servidor integrante de quadro ou tabela de pessoal, ficam Art. 253. Ficam revogadas a Lei nº 1.711, de 28 de outubro de
extintas na data da vigência desta Lei. 1952, e respectiva legislação complementar, bem como as demais
§ 4º (VETADO). disposições em contrário.
§ 5º O regime jurídico desta Lei é extensivo aos serventuários
da Justiça, remunerados com recursos da União, no que couber. Brasília, 11 de dezembro de 1990; 169º da Independência e
§ 6º Os empregos dos servidores estrangeiros com estabilidade 102º da República.
no serviço público, enquanto não adquirirem a nacionalidade
brasileira, passarão a integrar tabela em extinção, do respectivo FERNANDO COLLOR
órgão ou entidade, sem prejuízo dos direitos inerentes aos planos
de carreira aos quais se encontrem vinculados os empregos. LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992
§ 7º Os servidores públicos de que trata o caput deste artigo,
não amparados pelo Art. 19 do Ato das Disposições Constitucionais Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos
Transitórias, poderão, no interesse da Administração e conforme casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
critérios estabelecidos em regulamento, ser exonerados mediante emprego ou função na administração pública direta, indireta ou
indenização de um mês de remuneração por ano de efetivo fundacional e dá outras providências.
exercício no serviço público federal.
§ 8º Para fins de incidência do imposto de renda na fonte e na O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Con-
declaração de rendimentos, serão considerados como indenizações gresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
isentas os pagamentos efetuados a título de indenização prevista
no parágrafo anterior.

Didatismo e Conhecimento 85
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
CAPÍTULO I CAPÍTULO II
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente SEÇÃO I


público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incor-
porada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou Art. 9° Constitui ato de improbidade administrativa importan-
custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinquen- do enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patri-
ta por cento do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na monial indevida em razão do exercício de cargo, mandato, função,
forma desta lei. emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1° desta
Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades des- lei, e notadamente:
ta lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indire-
creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja criação ta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de
ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com menos de cin- quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido
quenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do
nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a agente público;
contribuição dos cofres públicos. II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para fa-
cilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel,
Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1° por
todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem re- preço superior ao valor de mercado;
muneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o for-
emprego ou função nas entidades mencionadas no artigo anterior. necimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor
de mercado;
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máqui-
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra nas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de proprieda-
para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qual- de ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art.
quer forma direta ou indireta. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empre-
gados ou terceiros contratados por essas entidades;
Art. 4° Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia V - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar,
legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qual-
assuntos que lhe são afetos. quer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação
omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade,
integral ressarcimento do dano. peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens
fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta
Art. 6° No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente lei;
público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de manda-
seu patrimônio. to, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza
cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à ren-
Art. 7° Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimô- da do agente público;
nio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de con-
administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministé- sultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que te-
rio Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado. nha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou
Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a
deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressar- atividade;
cimento do dano, ou sobre o acréscimo patrimonial resultante do IX - perceber vantagem econômica para intermediar a libera-
enriquecimento ilícito. ção ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta
Art. 8° O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou decla-
público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações ração a que esteja obrigado;
desta lei até o limite do valor da herança. XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens,
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das
entidades mencionadas no art. 1° desta lei;

Didatismo e Conhecimento 86
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valo- XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem
res integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as for-
no art. 1° desta lei. malidades previstas na lei.

SEÇÃO II SEÇÃO III


DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINIS-
TRAÇÃO PÚBLICA
Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que cau-
sa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que aten-
que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamen- ta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou
to ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, le-
art. 1º desta lei, e notadamente: galidade, e lealdade às instituições, e notadamente:
I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorpora- I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou
ção ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, diverso daquele previsto, na regra de competência;
rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofí-
entidades mencionadas no art. 1º desta lei; cio;
II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acer- das atribuições e que deva permanecer em segredo;
vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem IV - negar publicidade aos atos oficiais;
a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicá- V - frustrar a licitude de concurso público;
veis à espécie; VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente des- VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de ter-
personalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, ceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida polí-
rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades tica ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou
mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades serviço.
legais e regulamentares aplicáveis à espécie;
CAPÍTULO III
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de
DAS PENAS
bem integrante do patrimônio de qualquer das entidades referidas
no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas,
Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e ad-
por preço inferior ao de mercado;
ministrativas previstas na legislação específica, está o responsável
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de
pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que po-
bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
dem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a
VI - realizar operação financeira sem observância das normas
gravidade do fato:
legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidô- I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos
nea; ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quan-
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a ob- do houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políti-
servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à cos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes
espécie; o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o
VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credi-
indevidamente; tícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não autori- jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;
zadas em lei ou regulamento; II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, per-
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, da dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se
bem como no que diz respeito à conservação do patrimônio pú- concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão
blico; dos direitos políticos de cinco a oito anos, pagamento de multa
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das nor- civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar
mas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
irregular; ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enri- de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
queça ilicitamente; cinco anos;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se
veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natu- houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos
reza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o
mencionadas no art. 1° desta lei, bem como o trabalho de servidor valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contra-
público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades. tar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio
objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão asso- de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
ciada sem observar as formalidades previstas na lei; três anos.

Didatismo e Conhecimento 87
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conse-
juiz levará em conta a extensão do dano causado, assim como o lho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para
proveito patrimonial obtido pelo agente. acompanhar o procedimento administrativo.

CAPÍTULO IV Art. 16. Havendo fundados indícios de responsabilidade, a


DA DECLARAÇÃO DE BENS comissão representará ao Ministério Público ou à procuradoria
do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do
Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam con- sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido
dicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.
compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no ser- § 1º O pedido de sequestro será processado de acordo com o
viço de pessoal competente. disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.
§ 1° A declaração compreenderá imóveis, móveis, § 2° Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação,
semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações
bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos termos da lei e
quando for o caso, abrangerá os bens e valores patrimoniais do dos tratados internacionais.
cônjuge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam
sob a dependência econômica do declarante, excluídos apenas os Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordinário, será pro-
objetos e utensílios de uso doméstico. posta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada,
§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data dentro de trinta dias da efetivação da medida cautelar.
em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, § 1º É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de
emprego ou função. que trata o caput.
§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço § 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações
público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público necessárias à complementação do ressarcimento do patrimônio
que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo público.
determinado, ou que a prestar falsa. § 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Minis-
§ 4º O declarante, a seu critério, poderá entregar cópia da tério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3º do art. 6º
declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita da Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965.
Federal na conformidade da legislação do Imposto sobre a Renda § 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como
e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nu-
para suprir a exigência contida no caput e no § 2° deste artigo . lidade.
§ 5º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para
CAPÍTULO V todas as ações posteriormente intentadas que possuam a mesma
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO E DO causa de pedir ou o mesmo objeto.
PROCESSO JUDICIAL § 6º A ação será instruída com documentos ou justificação
que contenham indícios suficientes da existência do ato de impro-
Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade ad- bidade ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apre-
ministrativa competente para que seja instaurada investigação des- sentação de qualquer dessas provas, observada a legislação vigen-
tinada a apurar a prática de ato de improbidade. te, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código
§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e de Processo Civil.
assinada, conterá a qualificação do representante, as informações § 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-
sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha -la e ordenará a notificação do requerido, para oferecer manifesta-
conhecimento. ção por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justifi-
§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, cações, dentro do prazo de quinze dias.
em despacho fundamentado, se esta não contiver as formalidades § 8º Recebida a manifestação, o juiz, no prazo de trinta dias,
estabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da ine-
representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta xistência do ato de improbidade, da improcedência da ação ou da
lei. inadequação da via eleita.
§ 3º Atendidos os requisitos da representação, a autoridade § 9º Recebida a petição inicial, será o réu citado para apre-
determinará a imediata apuração dos fatos que, em se tratando de sentar contestação.
servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 § 10. Da decisão que receber a petição inicial, caberá agravo
a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de instrumento.
de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos § 11. Em qualquer fase do processo, reconhecida a
disciplinares. inadequação da ação de improbidade, o juiz extinguirá o processo
sem julgamento do mérito.
Art. 15. A comissão processante dará conhecimento ao Minis- § 12. Aplica-se aos depoimentos ou inquirições realizadas nos
tério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1º,
de procedimento administrativo para apurar a prática de ato de im- do Código de Processo Penal.
probidade.

Didatismo e Conhecimento 88
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de repa-
ração de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente ANOTAÇÕES
determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso,
em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES PENAIS
—————————————————————————
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbida- —————————————————————————
de contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor
da denúncia o sabe inocente. —————————————————————————
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está —————————————————————————
sujeito a indenizar o denunciado pelos danos materiais, morais ou
—————————————————————————
à imagem que houver provocado.
—————————————————————————
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos
políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença —————————————————————————
condenatória.
—————————————————————————
Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa com-
petente poderá determinar o afastamento do agente público do —————————————————————————
exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remune-
ração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual. —————————————————————————
—————————————————————————
Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo —————————————————————————
quanto à pena de ressarcimento;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle —————————————————————————
interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
—————————————————————————
Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Mi- —————————————————————————
nistério Público, de ofício, a requerimento de autoridade admi-
nistrativa ou mediante representação formulada de acordo com o —————————————————————————
disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito
policial ou procedimento administrativo. —————————————————————————
—————————————————————————
CAPÍTULO VII
DA PRESCRIÇÃO —————————————————————————

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções pre- —————————————————————————


vistas nesta lei podem ser propostas: —————————————————————————
I - até cinco anos após o término do exercício de mandato, de
cargo em comissão ou de função de confiança; —————————————————————————
II - dentro do prazo prescricional previsto em lei específica
para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço —————————————————————————
público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego. —————————————————————————
CAPÍTULO VIII —————————————————————————
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
—————————————————————————
Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
—————————————————————————
Art. 25. Ficam revogadas as Leis n°s 3.164, de 1° de junho de
1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições —————————————————————————
em contrário.
—————————————————————————
Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171° da Independência e
—————————————————————————
104° da República.
—————————————————————————
FERNANDO COLLOR

Didatismo e Conhecimento 89
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 90
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 91
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 92
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 93
LEGISLAÇÃO E ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

ANOTAÇÕES

————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
———————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————
————————————————————————————————————————————————————

Didatismo e Conhecimento 94

Você também pode gostar