Você está na página 1de 10

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO – UFES

CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

FÍSICA CLÁSSICA

TRABALHO SOBRE MOMENTO DE INÉRCIA 2019-2 DTI ENG. PRODUÇÃO


VESPERTINO

QUESTÃO ÚNICA:

Na figura abaixo determine:

a) O momento de inércia em relação aos eixos x e y da figura.


b) O produto de inércia em relação aos eixos x e y.
c) Os raios de giração Kx e Ky,
d) Os momentos de inércia máximo e mínimo (Eixos principais de Inércia).
e) O círculo de Mohr, determinando o seu raio e as coordenadas do centro.
f) Os momentos de inércia, quando se fizer uma rotação no sentido anti-horário nos
eixos x e y de “W” graus.

Obs: as medidas estão em cm; alguns valores foram aproximados para melhor
representação.
Primeiramente, adotando z = 4,9 e W = 52º redesenhamos a figura:

O momento de inércia de um elemento de uma superfície plana em relação a um eixo


qualquer é o produto da área do elemento pelo quadrado de sua distância ao eixo
considerado.

O momento de inércia do elemento em relação ao eixo x será:

(Equação 1) 𝐼𝑥 = 𝐼′𝑥 + 𝑑𝑦 2 × 𝐴

O momento de inércia do elemento em relação ao eixo y será:


2
Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de Engenharia de Produção
(Equação 2) 𝐼𝑦 = 𝐼′𝑦 + 𝑑𝑥 2 × 𝐴

Podemos notar, na imagem abaixo, as características geométricas das figuras:

Figura 1: Características das figuras

Com
esses dados, podemos calcular os momentos de inércia:

a) Triângulo:
3×63 42 ×3×6
𝐼𝑥1 = + = 162 cm4
36 2
33 ×6 12 ×3×6
𝐼𝑦1 = + = 13.5 cm4
36 2

Retângulo:
3
Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de Engenharia de Produção
14.9×63
𝐼𝑥2 = + 32 × 14.9 × 6 = 1072.800 cm4
12
14.93 ×6
𝐼𝑦2 = + (7.45)2 × 14.9 × 6 = 6615.898 cm4
12

Semicírculo:
𝜋×(3.45)4 𝜋×(3.45)2
𝐼𝑥3 = + (4.53)2 × = 439.300 cm4
8 2
𝜋×(3.45)4 𝜋×(3.45)2
𝐼𝑦3 = + (9.45)2 × = 1725.269 cm4
8 2

Calculando o somatório dos momentos de inércia, temos:

∑ 𝐼𝑥 = 1072.800 − 162 − 439.300 = 471.5 cm4

∑ 𝐼𝑦 = 6615.898 − 13.5 − 1725.269 = 4877.129 cm4

b) O produto de inércia de um elemento em relação a um par de eixos é o produto da


área do elemento pelos eixos considerados.

Figura Área (cm2) ̅ (cm)


𝒙 ̅ (cm)
𝒚 ̅ × 𝑨 (cm4)
̅×𝒚
𝒙
1 𝑏×ℎ 3×6
= =9 1 4 36
2 2
2
1998.090
𝑏 × ℎ = 14.9 × 6 = 89.4 7.45 3

𝜋 × 𝑟 2 𝜋 × (3.45)2 800.347
3 = = 18.696 9.45 4.53
2 2
 89.4 − 9 − 18.696 = 61.704 - - 1161.742
(Equação 3) 𝑃𝑥𝑦 = 𝑃′𝑥𝑦𝑖+ 𝑥̅ ×𝑦̅×𝐴

Como o triângulo e o semicírculo são passantes, os resultados foram decrescidos do valor


total da figura.

𝑃𝑥𝑦 𝑖
= 0 𝑃𝑥𝑦 = 0 + 1161.742  𝑃𝑥𝑦 = 1161.742

4
Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de Engenharia de Produção
c) Para calcularmos o raio de giração, temos como sendo a raiz quadrada da relação entre
o momento de inércia e a área da superfície. A unidade do raio de giração é o
comprimento.

∑𝐼𝑥
(Equação 4) 𝑘𝑥 = √
𝐴

∑𝐼𝑦
(Equação 5) 𝑘𝑦 = √
𝐴

471.5 4877.129
𝑘𝑥 = √ = 2.764 𝑘𝑦 = √ = 8.890
61.704 61.704

d) Quando calculamos os momentos de inércia para todos os eixos que passam pelo
centro de gravidade de um elemento, notamos que em relação a um destes o
momento de inércia será máximo e que em relação a outro eixo, o momento de
inércia será mínimo, pois os dois eixos, no caso eixo x e y, da figura não são
tridimensionais e são denominados eixos centrais (ou principais) de inércia.
O primeiro passo para determinar os eixos é analisar a rotação dos eixos principais
de inércia de uma seção. Para isso precisamos encontrar um valor de ângulo θ que
leve o momento de inércia a ser máximo (𝐼𝑚á𝑥 ) ou mínimo (𝐼𝑚í𝑛 ). Abaixo temos as
equações para tal situação:

𝐼𝑥 +𝐼𝑦 𝐼𝑥 −𝐼𝑦 2 2
(Equação 6) 𝐼máx = + √( ) + (𝑃𝑥𝑦 )
2 2

𝐼𝑥 +𝐼𝑦 𝐼𝑥 −𝐼𝑦 2 2
(Equação 7) 𝐼mín = − √( ) + (𝑃𝑥𝑦 )
2 2

𝐼𝑥 +𝐼𝑦 𝐼 −𝐼 2 2 471.5+4877.129 471.5−4877.129 2


𝐼máx = 2
+ √( 𝑥 2 𝑦 ) + (𝑃𝑥𝑦 )  2
+ √( 2
) + (1161.742)2

𝐼máx = 5164.703

𝐼𝑥 +𝐼𝑦 𝐼 −𝐼 2 2 471.5+4877.129 471.5−4877.129 2


𝐼mín = 2
+ √( 𝑥 2 𝑦 ) + (𝑃𝑥𝑦 )  2
− √( 2
) + (1161.742)2

𝐼mín = 183.925

e) O círculo de Mohr é determinado da seguinte forma:


5
Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de Engenharia de Produção
Dadas às equações principais para o cálculo, e substituindo e fatorando equações, chegamos
à equação principal, que é a equação do círculo.

(Equação 8) (𝑥 − 𝑎)2 + 𝑦 2 = 𝑅2

Os principais eixos da área sobre a origem são os dois eixos perpendiculares entre si, em
relação ao quais os momentos de inércia são máximos e mínimos. Os ângulos que ocorrem
isso são indicados como 𝜃𝑚 , obtidos através de:

2𝑃𝑥𝑦
(Equação 9) tan2𝜃𝑚 = −
𝐼𝑥− 𝐼𝑦

2 × (1161.742)
tan2𝜃𝑚 = −
471.5 − 4877.129

tan2𝜃𝑚 = 0.52738984 → 2𝜃𝑚 = tan−1 (0.52738984) → 2𝜃𝑚 =


27.80670917°

𝜃𝑚 ≅ 13.903354°

A transformação dos momentos e produtos da inércia de uma área sob uma rotação de eixos
pode ser representada graficamente, desenhando o círculo de Mohr. Uma propriedade
importante do círculo de Mohr é que um ângulo que na seção transversal considerada, se
torna 2𝜃𝑚 no círculo de Mohr.

Temos primeiramente, que definir os pontos X e Y para formar o círculo:

Especificamente 𝐼𝑥𝑦 é a mesma representação do Produto de Inércia representado por 𝑃𝑥𝑦 .

𝑥(𝐼𝑥 , 𝐼𝑥𝑦 ) → 𝑥(471.5; 1161.742)


𝑦(𝐼𝑦 , −𝐼𝑥𝑦 ) → 𝑦(4877.129, −1161.742)

6
Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de Engenharia de Produção
O raio do círculo é definido por:
𝐼max −𝐼min
(Equação 10) 𝑅=
2

5164.703 − 183.925
𝑅= = 2490.389
2
Agora podemos demonstrar o círculo de Mohr:

Figura 2: Círculo de Mohr.

O valor de 𝜃 mostrado foi calculado anteriormente pela Equação 9, mas podemos calculá-lo
também usando o triângulo retângulo formado na imagem destacado em cor verde claro. As
coordenadas do centro são (x,y) = (2674.31;0).

f) Para aplicarmos a rotação no sentido anti-horário com 52° temos as seguintes


equações:

7
Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de Engenharia de Produção
𝐼𝑥 𝐼𝑦 𝐼𝑥−𝐼𝑦
(Equação 11) 𝐼𝑥′ = + + cos 2𝜃 − 𝑃𝑥𝑦 sin 2𝜃
2 2 2

471.5 4877.129 471.5 − 4877.129


𝐼𝑥′ = + + cos(2 × 52) − 1161.742 × sin(2 × 52)
2 2 2

𝐼𝑥′ = 235.75 + 2438.5645 + (−1967.0645) × (−0.241921895) − 1161.742 ×


(0.970295726)

𝐼𝑥 ′ = 235.75 + 2438.5645 − 594.32423814

𝐼𝑥 ′ = 2079.99026185

𝐼𝑥 𝐼𝑦 𝐼𝑥−𝐼𝑦
(Equação 12) 𝐼𝑦′ = + − cos 2𝜃 + 𝑃𝑥𝑦 sin 2𝜃
2 2 2

471.5 4877.129 471.5 − 4877.129


𝐼𝑦′ = + − cos(2 × 52) + 1161.742 × sin(2 × 52)
2 2 2

𝐼𝑦 ′ = 235.75 + 2438.5645 − (−1967.0645) × (−0.241921895) + 1161.742


× (0.970295726)

𝐼𝑦 ′ = 235.75 + 2438.5645 − 532.90905949 + 1127.23329763

𝐼𝑦′ = 3268.63873814

𝐼𝑥−𝐼𝑦
(Equação 13) 𝑃𝑥′𝑦′ = sin 2𝜃 + 𝑃𝑥𝑦 cos 2𝜃
2
471.5 − 4877.129
𝑃𝑥′𝑦′ = sin(2 × 52) + 1161.742 cos(2 × 52)
2

𝑃𝑥′𝑦′ = −2137.38149512 − 281.05082683

𝑃𝑥′𝑦′ = −2418.43232195

Temos então os novos valores para os momentos de inércias nos eixos:

8
Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de Engenharia de Produção
𝐼𝑥 ′ = 2079.99026185

𝐼𝑦′ = 3268.63873814

𝑃𝑥′𝑦′ = −2418.43232195

Figura 3: Círculo de Mohr com novos momentos de inércia.

Podemos perceber agora, que os triângulos demarcados em azul claro são simétricos quanto
à origem, igualmente para o triângulo verde claro. Agora temos o nosso círculo de Mohr
completo, com a devida rotação de 2θ = 2×52° = 104° no sentido anti-horário.

Vamos ver como a figura fica com os novos valores para os momentos de inércia nos eixos:

9
Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de Engenharia de Produção
Aplicando a rotação de 52° temos:

Figura 3: Peça com rotação anti-horária.

10
Universidade Federal do Espírito Santo
Departamento de Engenharia de Produção

Você também pode gostar