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AO

SR. DIRETOR DO DSV

SÃO PAULO – SP

REF.: DEFESA AIT PM-86-309491-0

Tânia Maria Rodrigues, auxiliar de escritório, solteira, RG 27.140.656-2, CPF


181.049.178-97, residente e domiciliada na Rua Allan Kardec 598, Franca - SP, CEP 14405-369, vem por meio
do presente interpor defesa prévia ao AIT acima epigrafado, com base nos seguintes fatos e fundamentos:

1. DOS FATOS

1.1. Foi lavrada autuação de suposta infração atribuída à autuada, por meio do veículo placa DVV-5375,
renavam 00911668705, mediante acusação, de agente de trânsito, de avanço a sinal vermelho (art. 208 do
CTB), infração gravíssima, verificada na data de 27/01/2017, sexta-feira, 18h10, na Av. Luiz Dumont Villares X
Praça Orlando Silva, São Paulo –SP.

2. DO DIREITO

2.1. Ocorre que, no caso, completamente inverídica a acusação do agente autuador, considerando o fato de
residir a autuada na cidade de Franca-SP, na rua Allan Kardec, 598, Vila Santa Luzia, bem como trabalhar, nesta
mesma cidade, na empresa Milton Alfredo Rodrigues Franca-ME, CNPJ 53.294.872/0001-76, IE
310.161.862.111, estabelecida na av. Doutor Flávio Rocha, 5381, Jardim Redentor, CEP 14.409-245, Franca –
SP, cumprindo horário das 08h00 às 18h00, de segundas a sextas-feiras, e meio período do sábado, jamais
tendo se dirigido, com o veículo em questão, à cidade de São Paulo, podendo afirmar ainda que, enquanto de
sua propriedade, jamais ter, referido veículo, transitado pelas vias desta cidade.

2.2. Os fatos acima colocados, por si só, já denotam a impossibilidade fática do cometimento da infração lhe
atribuída, não sendo demais ressaltar a impossibilidade fática do perfazimento de um deslocamento, de
Franca a São Paulo, em exíguos 10 minutos, considerando-se o fato de ter trabalhado regularmente no dia da
suposta infração, o que comprovado, seja pelo titular da empresa em que funcionária, seja por testemunhas
(demais funcionários da empresa).

2.3. A título de comprovação da não veracidade da acusação, seguem juntadas:

a) declaração do titular da empresa e testemunhas, corroborando o fato de que presente em seu local de
trabalho, onde exerce a função de auxiliar de escritório, de segundas a sextas-feiras, das 08h00 às 18h00 e
meio período do sábado;

2.4. Nesse sentido, importante o registro quanto à inexistência de qualquer ocorrência anterior relacionada
ao veículo na cidade de São Paulo, ademais de não se identificar qualquer evento hábil a justificar seu
deslocamento até referida cidade, não mantendo qualquer interesse ou vínculo de parentesco na cidade em
tela.

2.5. Ademais, acentuando ainda mais a precariedade e incoerência da acusação, tem-se o fato de que
inexistente qualquer foto atestando a real ocorrência da infração por meio do veículo objeto da presente
impugnação, do que patente as seguintes conclusões: a) ou o equívoco do autuador no que concerne à
identificação dos dados do veículo, ou, ainda, b) eventual hipótese de clonagem da placa, o que só
eventualmente aferível com a foto identificativa do veículo no momento da infração objeto da acusação.

2.6. Em tal perspectiva, flagrante a não comprovação da materialidade da infração, fundada apenas na
acusação de um agente, sujeito a equívocos como qualquer ser humano, equívoco tal facilmente aferível em
face das circunstâncias de fato anteriormente evidenciadas, incontestáveis em face da inexistência de provas
concretas e contundentes.

2.7. Portanto, considerando que fruto, a presente autuação, de nítido equívoco do autuador na identificação
do veículo, o que amplamente demonstrado pelos fatos trazidos a lume, somente afastáveis mediante
comprovação e não com base em mera alegação, e em função dos quais igualmente evidenciada sua
vulnerabilidade, insustentabilidade e nulidade, ante os vícios formal (erro na identificação do veículo) e
material (ausência de materialidade) de que impregnada, uma vez que, definitivamente, não referente ao
veículo que a tem por objeto, outra medida não se poderia vislumbrar senão o seu pronto cancelamento, sob
pena de contundente afronta e vulneração ao princípio da segurança jurídica.

2.8. Eventual autorização normativa para o agente de trânsito lavrar autuações não dispensa a comprovação
da materialidade da infração, sob pena de afronta ao Estado de Direito, principalmente quando os fatos se
revelam totalmente contrários a sua verificação, deixando claro não só a impropriedade da acusação, mas
também a impraticabilidade de sua ocorrência.
2.9. Por fim, considerando que dentro do prazo da defesa prévia e recursos previstos, importante o destaque
que de direito a condição de suspensão da exigibilidade da autuação, o que não se vislumbra, já se
apresentando esta na condição de plena exigibilidade no sistema da SEFAZ-SP, em total afronta ao princípio
do contraditório e ampla defesa.

3. DO PEDIDO

3.1. Em face de todos os argumentos expendidos e dos elementos de prova carreados à presente, mediante
os quais comprovada a não verificação da infração, bem como a impossibilidade prática de seu cometimento
pelas circunstâncias fáticas apresentadas, requer-se seja a presente defesa recebida em seus efeitos legais e
julgada procedente, no sentido de se reconhecer a nulidade do AIT em epígrafe, por explícita ausência da
comprovação da materialidade da infração neste veiculada, impondo-se o seu pronto cancelamento.

Termos em que pede deferimento nos termos da legislação em vigor.

Franca, 27 de abril de 2017.

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TÂNIA MARIA RODRIGUES

RG 27.140.656-2

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