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N.

PISKOUNOV

CÁLCULO DIFERENCIAL
E INTEGRAL
VOLUM E I

T R A D U Ç A O DE:

ANTÔNIO EDUARDO PEREIRA TEIXEIRA


Licenciado em Economia (U. P.)
Contabilista diplomado (I. C. P.)

MARIA JOSÉ PEREIRA TEIXEIRA


Contabilista diplomada (I. C. P.)

12.* EDIÇAO em LiNGUA PORTUGUESA

E D I Ç Õ E S L O P E S DA S I L V A - P O R T O - 1 9 8 8
Título da 4.^ edição do original russo

H. C. nMCKVHOB

flHOKDEPEHIíHAJIblIOE

HIITErPAJIbHOE

HCHHCJIEHHfl

TOM I

II3;iATEabCTBO «HAVKA»
MOGKBA
Dedicamos este nosso trabalho aos nossos que­
ridos pais e irmãs e duma maneira geral aos fam i­
liares que mais de perto nos acompanham,
O tradutor dedica ainda esta tradução, em espe­
cial, aos queridos colegas Maria Luísa e José Alves
Baptista que sempre o acompanharam nos seus
estudos superiores, nas matérias versadas na pre­
sente obra e ainda a todos os queridos alunos, que
directa ou indirectamente, contribuiram para a
prossecução desta tradução.

o s TRADUTORES
Todos os direitos dc adapiavào e de reprodução por todos os processos, reservados
para todos os paises de expressão Portuguesa, de acordo com as leis em vigor.
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ÍN D IC E

Prefácio 11

CAPÍTULO I
NóiiMro, voriável, funçd«t

§ 1 . Números reais. Representação dos números reais pelos pontos do


eixo n u m érico ............................................................................................... 13
§ 2. Valor absoluto de um número r e a l ................................................... 15
§ 3. Grandezas variáveis e grandezas c o n sta n te s..................................... 16
§ 4. Domínio de definição duma v a r iá v e l................................................... 17
§ 5. Variável ordenada. Variável crescente e variável decrescente. Variá
vel l i m i t a d a ............................................................................................... 19
§ 6. • F u n ç ã o ....................................................................................................... 20
§ 7. Diversas formas de expressão das f u n ç õ e s ..................................... 21
§ 8. Principais funções elementares. Funções elementares . . . . 23
§ 9. Funções algébricas........................................................................................ 29
§ 10. Sistema de coordenadas p o l a r e s ........................................................... 30
E x e r c íc io s ....................................................................................................... 32

CAPITULO II
Limite e continuidade d o t fu n çd et

§ 1 . Limite dumagrandeza variável.Grandeza variável infinitamente


grande ....................................................................................................................... 34
$ 2. Limite de uma f u n ç ã o .......................................................................................... 37
§ 3. Funções que tendem para o infinito. Funções limitadas. . . 41
§ 4. Infinitamente pequenos e as suas propriedadesfundamentais . 45
$ 5. Teoremas fundamentais sobre os limites . • .............................................. 4g
sen X
§ 6. Limite da função --------- quando x - > 0 ............................................ 52
X
§ 7. O número e ..................................................... 54
§ 8. Logaritmos n e p e r i a n o s ......................................................................... ........ 59
§ 9. Continuidade das fu n ç õ e s ..........................................................................................60
§ 10. Propriedades das funções c o n tín u a s.................................................................... 64
§ 1 1 . Comparação deinfinitamentep e q u e n o s ................................................................... 66
E x e r c íc io s .......................................................................................................................69
ÍN D IC E

CAPITULO III

Derivado e difereiiciol

Velocidade dum movimento 72


Definição da d eriv a d a ................................................................................................. 74
Interpretação geométrica daderivada . . . 76
Funções d e r i v á v e i s ................................................................................................. 78
Cálculo da derivada das funções elementares. Derivada da função
y = xn para n inteiro e p o s itiv o ........................................................................... 79
Derivadas das funções >’ = sen a*; y = c o s x .............................................81
§ Derivadas duma constante, dum produto duma constante por uma
função, duma soma, dum produto e da divisão de duas funções 83
§ 8. Derivação duma função lo g a r ítm ic a ............................................................ 88
Ô 9. Derivada duma função c o m p o sta ........................................................................... 89
§ 10. Derivadas das funções y = Ig a , y = cotg a , y = Log | a | . . 92
§ 11. Função implícita e sua d e r iv a d a ........................................................................... 94
§ 12. Derivada duma função potência quando o expoente é um número
real qualquer, derivada da função exponencial e da função com ­
posta exponencial ................................................................................................. 96
§ 13. Função inversa e sua d e r iv a d a ........................................................................... 98
§ Í4. Funções trigonométricas inversas e suas d e r iv a d a s.....................................102
§ 15. Quadro das principais fórmulas de d eriv a çã o ....................................................106
§ V6. Funções dadas sobre a forma p a r a m é tr ic a ....................................................106
§ 17. Equações paramétricas de certas c u r v a s ...........................................................110
» 18. Derivada duma função dada sob a forma paramétrica . 113
§ 19. Funções h ip e rb ó lic a s.................................................................................................114
§ 20. Diferencial .............................................................................................................. 118
§ 21. Interpretação geométrica do diferencial 122
§ 22. Derivadas de diferentes ordens . . . . 123
§ 23. Diferenciais de diferentes o r d e n s ..........................................................................125
§ 24. Derivadas de diferentes ordens das funções implícitas e das funções
dadas sob a forma p a ram étrica........................................................... 12
§ 25. Interpretação mecânica da derivada se g u n d a ....................................................129
§ 26. Equações da tangente e da normal. Comprimento da sub-tangente
e da s u b -n o r m a l....................................................................................................... 131
§ 27. Interpretação geométrica da derivada do raio vector em relação
ao ângulo polar
Exercícios
í N D I C K

CAPITULO IV

Teoremas relativos às funções deriváveis

§ I. Teorema relativo às raízes da derivada (teorema de Rolle) 148


íj 2. Teorema dos crescimentos finitos (teorema de Lagrange) 150
§ 3. Teorema de Cauchy (relação dos crescimentos de duas funções) 152
$ 4. 1 .imite do quociente de dois infinitainente pequenos (verdadeiro valor

das indeterminações da forma 153

$ 5. Limite do quociente de dois inhnitamente grandes (verdadeiro valor

das indeterminações da forma ^ > 156

§ 6. Fórmula de T a y l o r ................................................................................................ 162


§ 7. Desenvolvimento das funções :enjr, cos;r, pela fórmula dc Taylor • 166
Exercícios 170

CAPITULO V

Estudo da variação dos funções

§ 1 . Posição do p r o b le m a ................................................................................. 174


§ 2. Crescimento e decrescimento das fu n ç õ e s ............................................ 175
§ 3. Máximo e mínimo das f u n ç õ e s ....................................... 177
§ 4. Caminho a seguir para o estudo do máximo e do mínimo duma
função derivável com o auxílio da derivada primeira . . . . 183
§ 5. Estudo do máximo e do mínimo das funções com o auxilio da
derivada s e g u n d a ........................................................... ^ . . . 186
§ 6. Maior e menor valor duma função sobre um segmento 190
§ 7. Aplicação da teoria do máximo e do mínimo das funções na reso­
lução de p r o b le m a s ................................................................................. 191
$ 8. Estudo dos máximos e dos mínimos duma função com o auxílio
da fórmula de T a y l o r .......................................................................... 193
§ 9. Convexidade e concavidade das curvas. Pontos de inflexão 196
$ 10. A s s í m p t o t a s ................................................................................................ 202
§ 11. Esquema geral do estudo das funções e da construção dos gráficos 207
ã 12. Estudo das curvas dadas sob a forma p a r a m é tr ic a .............................. 211
E x e r c íc io s .............................. . . . . . . . 215
ÍNDIC E

CAPÍTULO VI
Curvoturo duiira curva

§ 1. Comprimento do arco e sua derivada 222


§ 2. Curvatura............................................................................... 224
§ 3. Cálculo da cu rv a tu ra ................................................................................ 226
§ 4. Cálculo da curva>tura das curvas sob a forma paramétrica . 229
§ 5. Cálculo da curvatura das curvas em coordenadas polares 230
§ 6. Raio e círculo de curvatura. Centro de curvatura. Evoluta e evolvente 231
§ 7. Propriedades da e v o l u t a ............................. ........................................... 237
§ 8. Cálculo aproximado das raízes reais duma equaçáo 240
E x e r c íc io s ....................................................................................................... 245

CAPITULO VI I
Númerot complaxot. Polinómios

§ 1. Números complexos. D e fin iç õ e s ........................................................... 249


§ 2. Principais operações sobre os números complexos . . . . 251
§ 3. Elevação de um número complexo a uma potência e extracção
da raiz dum número c o m p le x o ........................................................... 254
§ 4. Função exponencial de expoente complexo e suas propriedades 257
§ 5. Fórmula de Euler. Forma exponencial dum número complexo 260
§ 6. Decomposição dum polinómio em fa c t o r e s ..................................... 261
§ 7. Raízes múltiplas do p o l i n ó m i o ........................................................... 264
§ 8. Decomposição em factores dum polinómio no caso das raízes
c o m p le x a s ....................................................................................................... 266
§ 9. Interpolação. Fórmula de interpolação de Lagrange 267
10. Melhor aproximação duma função pelos polinómios. Teorema de
Tchébychev ............................................................................................... 270
E x e r c íc io s ....................................................................................................... 271

CAPÍTULO VIII
Funções de várias variáveis

§ 1 . Definição das funções de várias v a r iá v e is ............................. 273


2. Representação geométrica duma função de duas variáveis . 276
3. Crescimento parcial e crescimento total da função . 277
§ 4. Continuidade das funções de várias variáveis . . . . 279
§ 5. Derivadas parciais duma função de várias variáveis 281
§ 6. Interpretação geométrica das derivadas parciais duma função
duas v a r iá v e is........................................................................................ 283
8 7. Crescimento total e diferencial t o t a l ..................................... 284
li 8. Emprego do diferencial total para os cálculos aproximados . 288
í n d i c e

Emprego do diferencial para avaliar o erro cometido durante os


cálculos n u m é r i c o s ................................................................................ 289
Derivada duma função composta. Derivada total . . . . 293
Derivação das funções i m p l í c i t a s ................................................... 295
Derivadas parciais de diferentes o r d e n s ............................................ 298
Superfícies de n í v e l ................................................................................ 303
Derivada segundo uma dada d i r e c ç ã o ............................................ 304
G r a d ie n te ...................................................................................................... 306
Fórmula de Taylor para uma função de duas variáveis 310
Máximo e mínimo duma função de várias variáveis 312
Máximos e mínimos das funções de várias variáveis submetidas
a certas condições (máximos e mínimos ligados) . . . . 321
Pontos singulares duma c u r v a .......................................................... 327
E x e r c íc io s ...................................................................................................... 332

CAPITULO IX
Aplicações do cálculo diferencial na geometria do espoço

Equação duma curva no e s p a ç o ....................................................................... 337


Limite e derivada duma função vectorial duma variável escalar inde­
pendente. Equação da tangente a uma curva. Equação do plano normal 340
Regras de derivação dos vectores (funções vectoriais) . . . . 347
Derivadas, primeira e segunda, dum vector em relação ao compri­
mento do arco. Curvatura da curva. Normal principal . . . . 349
Plano osculador. Binormal. Torção duma curva empenada 356
Plano tangente e normal a uma su p e r fíc ie .................................................... 361
E x e r c íc io s .....................................................................................................................365

CAPÍTULO X
Integral indefinido

Primitiva ç integral i n d e f i n i d o ........................................................................ 368


Quadro de i n t e g r a i s .............................................................................................. 371
Algumas propriedades do integral i n d e f i n i d o ........................................... 373
Integração por mudança de v a r iá v e l................................................................. 375
Integração de certas expressões contendo o trinómio ajc* + òx + c 378
Integração por p a r te s .............................................................................................. 381
Fracções racionais. Fracções racionais elementares e sua integração 385
Decomposição das fracções racionais em elementos simples 389
Integração das fracções ra cio n a is................................................... : . 394
Método de O strogradsky....................................................................................... 396
Integração das funções i r r a c i o n a i s ................................................................. 400
Integrais do tipo / R (x, V ax* + òx + r) d x .....................................401
Integração dos binómios d iferen cia is................................................................. 405
Integração de certas classes de funções trigonométricas . . . . 408
10 I N D I c f:

§ 15. Integração de certas funções irracionais com o auxílio de transfor­


mações t r ig o n o m é t r ic a s ....................................................................................... 413
§ 16. Funções cujos integrais não podem ser expressos por funções ele­
mentares ..................................................................................................................... 415
Exercícios 417

CAPÍTULO XI
Integral definido

§ 1 . Posição do problema. Somas integrais inferior e superior 429


§ 2. Integral d e f i n i d o ....................................................................................................... 431
$ 3. Propriedades fundamentais do integral d e f i n i d o ............................................ 437
§ 4. Cálculo do integral definido. Fórmula de Newton-Leibniz . . 441
§ 5. Mudança de variável num integral d e fin id o ....................................................445
§ 6 Integração por p a r te s ................................................................................................447
§ 7. Alargamento da noção de i n t e g r a l .................................................................. 450
§ 8. Cálculo aproximado dos integrais d e fin id o s ....................................................457
§ 9. Fórmula de T c h é b y c h e v ........................................................................................ 463
§ 10. Integrais que dependem dum p a râ m etro ........................................................... 468
E x e r c íc io s ..................................................../ ................................................... 472

CAPÍTULO XI I
A plicações geom étricas e m ecônicas d o integral d efin id o

§ 1 . Cálculo das áreas em coordenadas rectangúlares............................................ 477


§ 2. Área dum sector curvilíneo em coordenadas polares . . . . 480
§ 3. Comprimento dum arco de c u r v a ...................................................................482
§ 4. Cálculo do volume dum corpo em função dasáreas das secções
p a r a l e l a s ...............................................................................................................488
§ 5. Volume dum corpo de r e v o l u ç ã o ...................................................................490
§ 6. Área dum corpo de r e v o l u ç ã o ..........................................................................490
li 7. Cálculo do trabalho por meio do integral d e fin id o ..................................... 492
§ 8. Coordenadas do centro de g ravid ad e..................................... 494
E x e r c íc io s ...............................................................................................................498

Anexo I

Estabelecimento duma dependência funcional a partir dos dados


experimentais pelo método dos mínimos quadrados . . 505

Anexo H

Fórmula de Inteipolação de Newton. Derivação numérica 510


índice alfabético .......................................................................... 513
PREFÁCIO

A 3 / edição em língua francesa conserva como essencial o


conteúdo da 2.' edição. Certos capítulos foram profundamente revistos
e completados, em especial aqueles que tratam de certos ramos das
matemáticas modernas, cujo conhecimento é nos nossos dias indis­
pensável a todo o engenheiro, Na parte «Exercícios» aumentou-se o
número de problemas, insistindo sobre aqueles que, mais difíceis, exi­
gem mais ref/exão. O material desta nova edição é apresentado em
dois volumes.
No primeiro volume, os capítulos iniciais «Número, variável, função»
e «Limite e continuidade das funçòes» foram resumiJos na medida
do possível. Cerías questões, habitualmente tratadas nestes capítulos,
foram conscientemente reportadas aos capítulos seguintes. Isto permitiu
abordar mais ràpidamente a derivada, noção fundamental do cálculo
diferencial; esta necessidade foi-nos ditada pelas exigências das outras
disciplinas do ensino técnico superior. O bom fundamento duma tal
disposição foi felizmente confirmado pela experiência de vários anos.
No f m do primeiro volume inseriu-sc os anexos 1 e II expondo
problemas muito importantes para o engenheiro: «Estabelecimento duma
dependência funcional a partir de dados experimentais pelo método
dos mínimos quadrados» e «Fórmula de interpolação de Newton.
Derivação numérica».
No segundo volume, para assegurar aos estudantes uma prepa­
ração matemática que lhes permita aboalar as disciplinas ligadas à
automação e aos métodos de cálculo automático, que sào hoje ensi­
nadas nos estabelecimentos Je cn^ino técnico superior, vários desen­
volvimentos, tratando em detalhe destas questões, foram in.seridos:
«Integração numérica das equações diferenciais c sistemas de equações
diferenciais» (*), «Integração de sistemas diferenciais lineares», «Nc\'ão
sobre £i teoria da estabilidade de Liapounov», «Operador hamiltóniano»,
«Integral de Fourier», etc.

(*) Os métodos de cálculo numérico habítualmente tratados nos cursos


de análise são igualmente exposios neste manual.
Esta edição foi também completada por dois novos capítulos
«Equações da física matemática» (capítulo XVIII) e «Cálculo opera­
cional e aplicações» (capítulo XIX).
O capítulo XVIII passa em revista as equações fundamentais
da física matemática. Tem-se dado uma importância particular à
análise da natureza dos fenómenos físicos que conduzem às equações de
diferentes tipos e aos problemas de limites correspondentes. Uma grande
importância foi igualmente concedida aos métodos numéricos de reso­
lução das equações diferenciais às derivadas parciais.
No capítulo XIX expôs-se as noções fundamentais do cálculo
operacional e o método operacional de resolução das equações dife­
renciais. Elas são indispensáveis para o estudo de numerosas disciplinas
aplicadas, em especial as ligadas à electrotécnica.
Um grande número de problemas e de exercícios, que esclarecwn
a maior parte dos vínculos que existem entre as matemáticas e
as outras disciplinas, foram incluídos neste manual. Os problemas e
os exercícios foram especialmente escolhidos para cada capítulo do
curso a fim de contribuir para a assimilação da parte teórica. Alguns
foram resolvidos e comentados a título de exemplos. Isto torna o
uso deste manual particularmente precioso para o estudo auto-
-didáctico.
Devo exprimir a minha profunda gratidão às Edições Mir que
aceitaram a tradução e a publicação desta obra.

O autor

NOTA SOBRE A PRESENTE EDIÇÃO

Esta edição, a 4.* em francês, reproduz a 3.\ que se esgotou


ràpidamente.
Procedemos, no entanto, às correcçòes que o autor julgara neces­
sárias para esta nova edição, a fim dc apresentar aos leitores uma
obra ainda mais digna da sua confiança.
O EDITOR
Ckpftnio I

NÜMERO, VARIAVEL, FUNÇÕES

§ 1. Números reais. Representação dos números reais


pelos pontos do eixo numérico
A noção de número é uma das mais fundamentais das mate­
máticas. Elaborada na Antiguidade, ela sofreu no decurso dos séculos
um longo processo de extensão e de generalização.
Os números inteiros, os números fraccionários positivos e nega­
tivos, compreendendo o número zero, são chamados números racionais.
Todo o número racional pode ser posto sob a forma de quociente y
de dois números inteiros p e q- Por exemplo:

J -. 1 .2 5 =

Em particular, todo o número inteiro p pode ser considerado


como quociente de dois números inteiros p c 1: y . Por exemplo:

Os números racionais podem ser postos sob a forma de fracções


decimais limitadas ou ilimitadas.
Os números expressos pelas fracções decimais ilimitadas não
periódicas, são denominados números irracionais: tais são, por exemplo,
os números 1/2, 1/3, 5 - y i , etc.
O conjunto dos números racionais e irracionais formam o con­
junto dos números reais. Os números reais constituem um conjunto
ordenado, isto é, que para cada par de números reais x e y, uma e
somente uma das relações seguintes
xCy, x=y, x>y
é satisfeita.
Os números reais podem ser representados pelos pontos do eixo
numérico. Chama-se eixo numérico a uma recta infinita sobre a qual
se escolheu: 1) um ponto O chamado origem, 2) um sentido positivo,
que se indica por uma seta, e 3) uma unidade de medida. A maior
parte das vezes, disporemos o eixo horizontalmente e escolheremos
a direcção da esquerda para a direita como sentido positivo.
14 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Se O número Xi é positivo, representá-lo-emos pelo ponto


Ml situado à direita da origem e distante de O de OMi = jCi; da
mesma forma se o número é negativo, nós representá-lo-emos pelo
ponto Mi situado à esquerda de O e distante de O de OM 2 = X2
(fig. 1).
O ponto O representa o número zero. É evidente que todo o
número real é representado por um só ponto do eixo numérico. A dois
números reais distintos correspondem dois pontos diferentes (fig. 1)
do eixo numérico. A afirmação seguinte é verdadeira: cada ponto
do eixob numérico é a imagem dum só número real (racional ou
irracional).
Assim existe uma correspondência biunívoca entre todos os
números reais e todos os pontos. do eixo numérico: a cada número
Mf
H—f- -f—I—H
-Z-1 í 2 3

Fig. 1
corresponde um ponto único e inversamente a cada ponto corresponde
um só número de que ele é imagem. Isso permite em numerosos
raciocínios empregar indiferentemente a noção de «número x» ou a
de «ponto x». Neste manual teremos frequentemente a ocasião de
tirar partido desta observação.
Indiquemos, sem a demonstrar, a propriedade seguinte, relativa
ao conjunto dos números reais: entre dois números reais quaisquer,
existem' sempre números racionais e números irracionais. Geomètrica-
mente isto significa: entre dois pontos quaisquer do eixo numérico,
existem sempre pontos racionais e pontos irracionais,
À guisa de conclusão, citamos o seguinte teorema que representa,
de qualquer modo, o papel de um «ponto lançado entre a teoria e
a prática)».
Teorema — Todo o número irracional a pode ser expresso com
o grau de precisão desejado com o auxílio dos números racionais.
Com efeito, seja a um número irracional positivo. Propunhamo-nos
1
calcular o valor aproximado de a a menos de — (por exemplo, a
menos de ^ , a menos de 100 etc.).
Qualquer que seja o número a, ele está incluso entre dois números
inteiros consecutivos e + 1. Dividamos o segmento compreendido
entre A^ e A^ + 1 em n partes iguais. Então a encontrar-se-á incluso
entre dois números racionais N + — e N + A diferença entre
^1 ^
estes dois números, sendo igual a — . cada um deles exprimirá a
com a precisão desejada, o primeiro por defeito, o segundo por excesso.
NÚMERO. VARIAVBL», FUNÇÕES 15

Exemplo — O número irracional cxprime-sc com a ajuda dos números


racionais;
1
1,4 e 1,5 a menos de —
10
1,41 e 1,42 a menos de
lüü
4
1,414 e 1,415 a menos de e lc .
1000

§ 2. Valor absoluto dum número real


Introduzamos agora a noção de valor absoluto de um número real.
Definição — Chama-se valor absoluto (oii módulo) de um número
real x (notáção | jc|) ao número real não negativo, que satisfaz as
seguintes condições:
\ x\ = x se z ^ 0;
\ x\ = — X SC X < 0.
Exemplos: | 2 | = 2; | —5 | = 5; | 0 | --= 0.

Resulta desta definição que para todo x se tem x < | jc | .


Vejamos algumas propriedades do valor absoluto.
1. O valor absoluto da soma algébrica de vários números reais não
é superior à soma dos valores absolutos dos componentes,
l^ + y | < l ^ l + |y |-
Demonstração — Seja jc + y > 0, então

í^ + / y | = ^ + y < l ^ í + l í / l (porque x < | x | e ! / < | y | ) .


Seja j : + y < 0, então
i + y I = — (^ + «/) = (— ar) + (— í / X Ia:l + Iy I,
c. q. d.
A demonstração pode ser fàcilmente alargada a um número qual­
quer de termos.
Exemplos:
| - 2 + 3 | < | - 2 | l-i3i-^2-i-3 = 5 ou 1 < 5 ,
1 - 3 —51 = 1 - 3 1 + 1 - 5 1 = 3 + 5 = 8 ou 8 = 8.

2. O valor absoluio da diferença não é inferior à diferença dos


valores absolutos:
|ar — y |< | a r | — |y |.
Demonstração — Façamos x — y = z. então x = y -f- z e segundo
a propriedade precedente.
|ari = |y + 2 | < | y | + Iz| = I y l + ' |x — yl.
16 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

donde
k l — í y i < k — y|.
c. q. d.
3. O valor absoluto do produto é igual ao produto dos valores
absolutos,
\xyz\ = \ x \ \ y \ \ z \ .
4. O valor absoluto do quociente é igual ao quociente dos valores
absolutos do dividendo e do divisor:

y \ y\
As duas últimas propriedades resultam imediatamente da defi­
nição do valor absoluto.

§ 3. Grandezas variáveis e grandezas constantes


Quando medimos certas grandezas físicas, tais como o tempo, o
comprimento, a superfície, o volume, a massa, a velocidade, a pressão,
a temperatura, etc., estabelecemos os valores numéricos destas gran­
dezas físicas. As matemáticas estudam as grandezas sem ter em conta
o seu conteúdo concreto. No que se segue, quando falarmos de grandeza,
teremos em vista os seus valores numéricos. No decurso de diferentes
fenómenos certas grandezas variam, quer dizer, que são susceptíveis
de tomar diversos valores numéricos; pelo contrário, outras podem
conservar um mesmo valor numérico. Assim, se um ponto material
se desloca segundo um movimento uniforme, o tempo e a distância
variam, enquanto que a velocidade permanece constante.
Chama-se grandeza variável ou variável uma grandeza susceptível
de tomar diferentes valores numéricos. A uma grandeza cujos valores
numéricos não mudam chama-se grandeza constante ou constante. No
seguimento, designaremos as grandezas variáveis pelas letras x, y, z,
u, ..., etc., e as grandezas constantes pelas letras a, b, c, ..., etc.
Nota — Em matemáticas considera-se muitas vezes as grandezas
constantes como um caso particular das grandezas variáveis: uma
constante é uma variável cujos diversos valores numéricos são todos
iguais.
Notemos, todavia, que no decurso do estudo de diversos fenó­
menos físicos pode acontecer que uma mesma grandeza seja constante
em certos casos e variável noutros. Por exemplo, a velocidade de
um corpo animado dum movimento uniforme é uma grandeza cons­
tante, mas a velocidade de um movimento uniformemente acelerado é
NÚMERO, VARIAVEtt., FUNÇÕES 17

uma grandeza variável. As grandezas que conservam um mesmo valor


qualquer que seja o fenómeno considerado são chamadas constantes
absolutas. Assim, a relação do comprimento duma circunferência com o
seu diâmetro é uma constante absoluta cujo valor 6 ir ^ 3,14159.
Veremos, no seguimento que a noção de grandeza variável é
fundamental para o cálculo integral e diferencial. Em «A dialéctica
da natureza» Engels escreve: «A grandeza variável de Descartes marcou
uma reviravolta na matemática. É com ela que o movimento e a
dialéctica entraram na matemática o que fez sentir imediatamente a
necessidade do cálculo diferencial e integral».

§ 4. Domínio de definição duma variável

Uma variável é susceptível de tomar valores numéricos dife­


rentes. O conjunto destes valores pode variar segundo o carácter
do problema considerado. Por exemplo, a temperatura da água aquecida
nas condições normais pode variar desde a temperatura ambiente,
15 a IS^^C, até à do ponto de ebulição,
100‘’C. Pelo contrário, a variável x = cos a
pode tomar todos os valores compreendidos
entre — 1 e + 1.
O valor de um variável exprime-se
geomètricamente por um ponto do eixo
numérico. Assim, o conjunto os valores que
toma a variável x = cos a para todos os
valores de a é representado pelo conjunto
dos pontos do eixo numérico compreendido
Fip:. 2 entre — 1 e + 1, estando inclusos os pon­
tos — 1 e 4- 1 (fig. 2).
Definição — Chama-se domínio de definição de uma variável ao
conjunto dos valores numéricos que ela é susceptível de tomar.
Citemos os domínios de definição de certas variáveis que encon­
traremos frequentemente, no decorrer da matéria.
Chama-se intervalo aberto ou intervalo de extremidades a q b, ao
conjunto de todos os números x compreendidos entre a t b {a < b)\
os números a e b não pertencem a este conjunto. Designa-se, quer
pela notação (a, b), quer pelas desigualdades a < x < b.
Chama-se segmento ou intervalo fechado de extremidades a t b,
ao conjunto de todos os números x compreendidos entre os dois
números a e 6; os números a c b pertencem ao conjunto. Designa-se,
quer pela notação [a, b], quer pelas desigualdades
18 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Se um dos números a ow b, a por exemplo, pertence e o outro


não pertence a este intervalo, tem-se então um semNntervalo aberto
em 6; pode-se defini-lo pelas desigualdades
a<^xCib
e designa-se pela notação [a, 6). Se o número b pertence e o a não
pertence a este intervalo, tem-se então um semNntervalo aberto em
a (a, b\ que se pode definir com o auxilio das desigualdades
a<C,x ^ b.

Se a variável x toma todos os valores maiores que a, designa-se


este intervalo pela notação (a, + oo), que se pode igualmente definir

Fig. 3

com o auxílio das desigualdades convencionais


a < ^ + oo.

Considerar-se-á igualmente os intervalos e os semi-intervalos infi­


nitos, definidos pelas seguintes desigualdades convencionais:
oo; — o o < ix < ^ c; — o o < C .x ^ c; —

Exemplo — O domínio de definição da variável .r = cos a, para todos


os valores de a, é o segmento [— 1 , 1 ]; pode-se exprimi-lo com o auxílio
das desigualdades — 1 < a: < 1 .

Pode-se substituir nas definições precedentes a palavra «número»


pela palavra «ponto». Assim, chama-se segmento ao conjunto de
todos os pontos x situados entre os pontos a q b {a t b como sendo
as extremidades do segmento), os pontos a q b estão inclusos neste
conjunto.
Chama-se vizinhança dum ponto Xo, a todo o intervalo aberto {a, b)
contendo este ponto, isto é, um intervalo (a, h) para o qual sejam
verificadas as desigualdades a < Xo < b. Escolhe-se muitas vezes a
vizinhança de modo que o ponto jco se encontre no meio. O ponto
jCo é então chamado o centro de vizinhança e o número o raio
de vizinhança.
A figura 3 representa a vizinhança (xo — e, Xo + e) de centro Xo
e de raio e.
NOMBBO, VARIAVBL. FUNÇÕES 19

§ 5. Variável ordenada. Variável crescente


e variável decrescente. Variável limitada

Diz-se que a variável x está ordenada se se conhece o seu


domínio de definição e se, para cada par dos seus valores, se pode
indicar o que é antecedente e o que é consequente. Aqui a noção de
«antecedência» ou de «consequência» não está ligada ao tempo. Ela
exprime uma certa maneira de ordenar os valores da variável.
Um caso particular de grandeza variável ordenada é a de uma
grandeza variável cujos valores formam uma sucessão numérica Xu
X2 , JC3, ..., Xn, ... Neste caso, para k' < k o valor Xh' 6 «antecedente»
e o valor xt, «consequente», independentemente do facto de qual destes
dois valores é o maior.

Dejinição — 1 . Uma variável diz-se crescente se cada valor con­


sequente é maior que cada valor antecedente. Uma variável diz-se
decrescente se cada valor consequente é menor que cada valor ante­
cedente.
As variáveis crescentes e as variáveis decrescentes são chamadas
variáveis de variação monótona ou simplesmente variáveis monótonas.

Exemplo — Quando se duplica o número de lados dum polígono regular


inscrito num círculo, a área 5 deste polígono é uma variável crescente. D o
mesmo modo, quando se duplica o número de lados dum polígono circunscrito
a um círculo, a área deste polígono é uma variável decrescente. Notemos que
uma variável não é necessariamente crescente ou decrescente. Por exemplo, a
variável x = sen a não é uma variável monótona quando a cresce sobre o
segmento [0, 2 -tt]. Ela cresce primeiro de 0 a 1, depois decresce de 1 a — 1,
cresce de novo de — 1 a 0.

Definição — 2. Uma variável x diz-se limitada se existe uma


constante M > 0 tal que para todos os valores consequentes da variá­
vel a partir dum certo valor, as desigualdades

isto é.

são satisfeitas.
Por outras palavras, uma variável diz-se limitada se existe um
segmento [— M, M] tal que a partir de um certo valor todos os
valores consequentes da variável pertencem a este segmento. Todavia,
existem variáveis cujos valores não preenchem o segmento [— Af, M],
Por exemplo, uma variável susceptível de tomar diferentes valores racio­
nais do segmento [— 2,2] é limitada, mas, é evidente que ela não
toma todos os valores deste segmento (precisamente, os valores
irracionais).
20 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

§ 6. Função

O estudo dos diferentes fenómenos da natureza e a resolução


dos diversos problemas técnicos e, por conseguinte, das matemáticas,
levam-nos a considerar a variação de uma grandeza em correlação
com a variação de uma outra grandeza. Assim quando estudamos
um movimento, considerámos o caminho percorrido como uma variável
que depende do tempo. Aqui o caminho percorrido é uma função
do tempo.
Tomemos um outro exemplo. A área do círculo em função do
raio é dada pela fórmula bem conhecida Q = ttR^. Se o raio R
toma diferentes valores, a área Q tomará igualmente diferentes valores.
Assim a variação de uma destas variáveis provoca a variação da
outra. Aqui a área do círculo Q é uma função do raio R. Dêmos a
definição da noção de «função».

Definição— 1. Diremos que y é uma função de jc e escreve­


remos y = / (x), y = <p(x), etc., se a cada valor da variável x per­
tencendo a um certo domínio, corresponde um valor da variável y,
A variável x é chamada variável independente, A dependência
entre as variáveis x c y chama-se dependência funcional. A letra /,
que entra na notação simbólica da dependência funcional y = f (x),
indica que é necessário aplicar certas operações a x para obter o
valor correspondente de y. Escreve-se por vezes y ~ y (x), u = u (x),
em vez de y=^f{x), u = <p{x)\ neste caso, a letra y exprime ao
mesmo tempo o valor da função e o símbolo das operações aplicadas a x,
A notação y = onde C é uma constante, exprime uma função
cujo valor é igual a C qualquer que seja x.

Definição — 2. O conjunto dos valores x para os quais o valor


da função y é dada pela lei / ( jc) é chamado domínio de existência
da função (ou domínio de definição da função).

E xem plo — 1. A função y = sen jc é definida para todos os valores de jc.


Logo, o seu domínio de existência é o intervalo infinito — oo < ^ < oo.

N ota— 1. Se existe uma dependência funcional entre as duas


variáveis jc e y = / (jc) e se se considera jc e y = / (jc) como variáveis
ordenadas, diremos então que para os dois valores y* = f (jc*) e y** =
= / (jc**) da função / (jc) correspondendo aos valores jc* e jc** da
variável jc, o valor consequente da função é o que corresponde ao
valor consequente da variável independente. É por isto que somos
naturalmente levados a enunciar a definição seguinte.
NÚMERO. VARIAVBL. FUNÇÕES 21

Definição — 3. A função y = f(x) diz-se crescente se a um maior


valor da variável independente corresponde um maior valor da função.
Define-se duma maneira análoga a função decrescente.
Exemplo — 2. A funçSo Q = 'n-R- é uma função crescente para 0 < JR <
< + 00; porque a um maior valor de R corresponde um maior valor de Q.

Nota — 2. Quando se define a noção de funçãò, admite-se por


vezes que a cada valor de x tomado num certo domínio corresponde
não a um valor de y, mas vários ou mesmo uma infinidade. Neste
caso, a função diz-se multívoca, ao passo que a função anteriormente
definida diz-se unívoca, No seguimento convir-nos-á chamar funções üni-
camente às que são unívocas. Se em certos casos tivermos de recorrer
a funções multívocas, especificá-lo-emos todas as vezes para evitar
qualquer confusão.

§ 7. Diversas formas de expressão das funções


I. Funções dadas com a ajuda de tábuas
Neste processo dispõe-se numa certa ordem os valores da variável
independente Xi, Xz .... Xn e os valores correspondentes da função
yi, j 2, .... yn.

X ^2 X n

y y\ y 2 y n

Tais são, por exemplo, as tábuas das funções trignométricas,


as tábuas de logaritmos, etc.
Pode-se obter no decurso do estudo experimental de certos fenó­
menos tábuas que exprimam a dependência funcional existente entre
as grandezas m^idas. Assim, por exemplo, as variações da temperatura
do ar registados numa estação metereológica durante um dia dá-nos
0 quadro seguinte:
Valor da temperatura T (em graus) em função do tempo t
(em horas).

t 1 2 3 4 5 6 7 8 9

T 0 -1 -2 -2 - 0 ,5 1 3 3,5 4

Este quadro define T em função de t.


22 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

II. Representação gráfica das funções

Consideremos no plano um sistema de coordenadas rectangulares.


Um conjunto de pontos M{x, y), tal que nenhum par de pontos se
encontre sobre uma recta paralela ao eixo Oy, define uma certa função
unívoca y = f (x). Os valores da variável independente são as abcissas
destes pontos, os valores da função as ordenadas correspondentes,
(fig. 4).

O conjunto dos pontos do plano (xOy) cujas abcissas são os


valores da variável independente e as ordenadas os valores corres­
pondentes da função chama-se gráfico desta função.

III. Representação analítica das funções

Precisemos em primeiro lugar o que entendemos por «expressão


analítica». Chamaremos expressão analítica à notação simbólica do
conjunto das operações matemáticas conhecidas que se deve aplicar
numa certa ordem aos números e às letras que exprimem grandezas
constantes ou variáveis.
Notemos que por conjunto das operações matemáticas conhecidas
nos referimos não sòmente às operações matemáticas aprendidas no
decurso dos estudos secundários (adição, subtracção, raiz quadrada, etc.)
mas igualmente todas as operações que serão definidas à medida que
sejam expostas no curso.
Consideremos exemplos de expressões analíticas:

10g£-SÇD£ 2’ - V J + t o . etc.
5x^ + 1

Se a dependência funcional y = f(x) é tal que / é uma expressão


analítica, dizemos que a função y de x é dada analiticamente. Eis
NÚMERO, VARIAVEL, FUNCOES 23

alguns exemplos de expressões analíticas:


\ ) y = x'‘ - 2 - 2) = 3) í/ = 1/ i~ 7 ^
X — i

4) y = s e n :r ; 5) Q = nR^, etc.
Nestes exemplos as funções estão expressas analiticamente por
uma única fórmula. (Chama-se fórmula à igualdade entre duas expres­
sões analíticas). Nestes casos pode-se falar do
domínio natural de definição da uma função.
O domínio natural de definição de uma função
dada por uma expressão analítica é o conjunto
dos valores de x para os quais a expressão do
segundo membro tem um valor bem determinado.
Assim o domínio natural de definição da função
y = — 2 é o intervalo infinito — oo < x < oo,
pois que esta função é definida para todos os
X ^1
valores de jc. A função y = é definida para
todos os valores de x excepto para o valor JC= 1,
porque para este valor o denominador se anula.
O domínio natural de definição da função y = yj \ — x^ é o segmento
— 1 < JC< 1, etc.
'Nota — Importa por vezes considerar não todo o domínio natural
de definição de uma função, mas uma parte deste domínio. Assim, a
superfície Q do' círculo exprime-se em função do raio R pela função
Q = TT o domínio de definição desta função para este problema
geométrico concreto é evidentemente o intervalo infinito 0 < /? < + oo.
Contudo, o domínio natural de definição desta função é o intervalo
infinito — oo < R < 00.
Uma função y = f (jc) de que se conhece a expressão analítica
pode ser representada gràficamente no plano das coordenadas JcOy.
Assim, o gráfico da função y = jc^ é a parábola representada na figura 5.

§ 8. Principais funções elementares.


Funções elementares
As principais funções elementares são funções cuja expressão ana­
lítica é uma das seguintes:
I. A função potência: y = jc« em que a é um número real (♦).

{*) Para a irracional, esta função calcula-se tornando o logaritmo e a


exponencial: log y = a log x. Supõe-se que jc > 0.
24 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

n . A função exponencial: y = o® em que a é um número positivo


diferente de 1.
III. A função logarítmica: y = Ioga x em que a base do logaritmo
é um número positivo a diferente da unidade.
IV. As funções trigonométricas:

y == sen X, 1/ = COS X, y = igx, y = ctg x, y = sec x,


y = cosec X,

V. As funções trigonométricas inversas:

y = arc sen x, y = arc cos x, y = arc tg x,


y = diTC ctg o:, y = arc seca:, ^ = arc cosec a:.

Determinemos os domínios de definição e tracemos os gráficos


das principais funções elementares:

A função potência, y = xa,


1. a é um inteiro positivo. A função é definida em cad
ponto do intervalo infinito — o o < a : < + oo. Os gráficos desta função
para diferentes valores de a estão representados sobre as figuras 6 e 7.

Fig. 7

2. a é um inteiro negativo. Neste caso a função é definida


para todos os valores de x excepto o valor x = 0. Os gráficos desta
função para diferentes valores de a estão representados sobre as figuras
8 e 9.
As figuras 10, 11, 12 representam os gráficos das funções potência
para a racionais fraccionários.
A função exponencial, y = a^, a > 0 e a ^ \ . Esta função é
definida para todos os valores de x. O gráfico desta função está
representado sobre a figura 13.
NÚMERO, VARIAVEL, FUNÇÕES 25

A função logarítmica, y = Ioga x, a > 0 e a = ^l. Esta função 6


definida para jc > 0. O gráfico desta função está representado sobre a
figura 14.

As funções trigonométricas. Nas fórmulas y = sen jc, etc., a variável


independente jc está expressa em radianos. Antes de dar a definição

de função periódica notemos que todas as funções circulares enume­


radas são periódicas.

Definição— 1. A função y = f(x) diz-se periódica se existe um


número constante C tal que o valor da função não se altere quando
se junta (ou se subtrai) o número C à variável independente: f (jc) =
= f ( x + C),

O menor destes números chama-se período da função. Designa-


-lo-emos no seguimento por 21.
Resulta imediatamenle desta definição que a função y = sen jc é
uma função periódica de período l-n: sen jc = sen (jc + 2tt). O período
da função y = cos jc é também igual a I tt, O período das funções
y = tg JC e y = cotg jc é igual a tt.
As funções y = sen jc e y = cos jc são definidas para todos os
26 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

valores de x; as funções y = tg e y = sec são definidas para todos


os valores, excepto nos pontos x = {2k + V) {k = 0, 1, 2, ...): as
funções y — cotg x c y = cosec x são definidas para todos os valores
de X excepto nos pontos x = kv (k = 0, 1, 2, ...). Os gráficos das
funções trigonométricas estão representados sobre as figuras 15 a 19.

No decorrer das lições estudaremos em pormenor os gráficos


das funções trigonométricas inversas. v.
Introduzamos a noção de função de“ função. Se y é uma função
de u, e M uma função da variável x, y depende então de x. Seja

ç y = F(u)
M= f (X)
Deduzimos uma função y dé x : y = F [^i (x)].
Esta última chama-se função de função ou função composta.
Exemplo — 1. Seja y = sen u c w = x*. A função y = sen (x*) é uma
função composta de x.

Nota — O domínio de definição da função y = F [(p (jc)] é ou


o domínio de definição completo da função u = <p(jc). ou a parte
deste domínio no qual os valores de w pertencem ao domínio de
definição da função F (u).
Exemplo -^2. O domínio de definição da função y = V 1 — {y = yfu t
í / = 1 — x‘) é o segmento [— 1 , 1 ], visto que quando | x | > I , zi < 0, e por
conseguinte, a função \Ti7 não é definida (embora a função zz = 1 — x' seja
definida para todos os valores de x). O gráfico desta função é a metade
superior da circunferência de raio 1 , cujo centro é a origem das coordenadas.
NOHERO, VARIAVSS/, FDNCOBS 27
28 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

A operação «função de função» pode ser executada não sòmente


uma vez, mas um número arbitrário de vezes. Por exemplo, obtém-se
a função composta y = Log [sen (jc^ + 1)] executando as operações
seguintes (em definindo as funções seguintes):
U=StTiv, y = hogU.
Dêmos a definição duma função elementar.
Definição — 2. Qiama-se função elementar toda a função que pode
ser dada com a ajuda de uma só fórmula do tipo y == f (jc), onde a
função /(x) é o resultado das combinações de funções elementares
principais e de constantes realizadas com a ajuda das operações de adição.

de subtracção, de multiplicação, de divisão e de função de função; todas


as operações devem ser efectuadas um númerp finito de vezes. Resulta
desta definição que as funções elementares fazem parte das funções
definidas analiticamente.
Exemplos de funções elementares:

log X + x-\-2 íg X
i / = : y ‘l4 - 4 s c n 2 x ; y=
ICF — a: + l()
etc.
Exemplo de função não elementar:
A função y = 1.2.3. ... -n (y = f (n)) não é uma função elementar visto
que o númsro de operações que se deve éfectuar para obter y cresce com n,
isto é, não é um número finito.

'Nota — A função representada sobre a figura 20 é uma função


elementar se bem que ela seja dada com a ajuda de duas fórmulas:
f{x) = x, sé j{x) = 2 x ~ \ , sé
Pode-se mostrar que esta função pode ser dada com a ajuda de
uma única fórmula y = f (jc), como indicada na definição 2. C(j)m efeito,
pode-se escrever:

/ W = | - ( a : —y ) + y “ 1) = K + (a-— 1)-
para 0 2: 2.
NOMERO, VARIAVia^ ÍUNÇOBS 29

§ 9. Fansoes algébricas
As funções algébricas compreendem as funções elementares
seguintes:
I. Função racional inteira ou polinómio
y = ooa:” + + . . . + a„,
em que ao, au .... cin são números constantes chamados coeficientes;
n é um inteiro positivo que se chama grau do polinómio. É evidente
que esta função é definida para todos os valores de x, isto é» que ela
é definida num intervalo infinito.
Exemplos— I. •y = ax + b é uma função linear, Quando 6 = 0, esta
função exprime uma dependência entre jc e tal que estas duas variáveis sfto
proporcionais. Quando a = 0, y = b a função é constante.

2. y = ax^ + bx + c é uma função do segundo grau, O gráfico desta


função é uma parábola (fig. 21). O estudo pormenorizado destas funções é o
objecto da geometria analítica.

II. Fracções racionais, Esta função é definida como o quociente


de dois polimónios:
Apa:" + a^x" ^ . -j-

Um exemplo de fracção racional é-nos fornecido pela função


a
y= ^
que exprime uma dependência inversamente proporcional.
O gráfico desta função é dado sobre a figura 22. É evidente que
a fracção racional é definida para todos os valores de x excepto. os
valores para os quais o denominador se anula.
III. Função irracional. Diz-se que a função y = f(x) é irracional,
se f(x) 6 o resultado das operações de adição, de subtracção, de multi*
30 CALCÜLO DIFERENCIAL B INTEGRAL

plicação, de divisão e de elevação a uma potência racional não inteira.


Eis exemplos de funções irracionais:

+ ~ \íx
y = -y = = ; y=Vx, etc.
V í + 5x^
Nota— 1. Os três tipos de funções algébricas que acabamos de
citar não esgotam todas as funções algébricas. Chama-se função algébrica
toda a função y = f(x) que satisfaz uma equação do tipo
P o y"" + Pi{x)y'^ ^ + . . . + (x) = 0, ( 1)
onde Po (a:), Pi {x), . . Pn (x) são polinómios de x.

Pode-se demonstrar que toda a função pertencente a um dos três


tipos citados verifica uma equação do tipo (1), mas entre as funções
que verificam as equações do tipo (1), existem funções que não
pertencem a nenhum dos três tipos precedentes.
Nota — 2. Chama-se funções transcendentes as funções que não
são funções algébricas.
Eis exemplos de funções transcendentes:

y = cosx, ^ = 10^, etc.§

§ 10. Sistema de coordenadas polares


Pode-se determinar a posição dum ponto do plano com a ajuda
de um sistema chamado de coordenadas polares.
Seja no plano um ponto O que se chama pólo e uma semi-recta
saída deste ponto que se chama eixo polar. A posição dum ponto
arbitrário M do plano pode ser determinada com a ajuda de dois números:
o número p que dá a distância do ponto M ao pólo, e o número y
que .é igual ao ângulo formado pelo segmento OAÍ e o eixo polar.
NOMERO, VARIAVBIU FUNÇÕES 31

Adopta-se o sentido contrário aos ponteiros dum relógio como sentido


positivo.
Os números p e ^ chamam-se coordenadas polares do ponto M
(fig. 23).
O raio vector p será sempre um número não negativo, Se o ângulo
polar <p varia entre os limites 0 < ^ < 27t, então a cada ponto do plano,
que não seja o pólo, corresponde um par bem determinado de números
P t (p, Para o pólo p = 0 e é arbitrário.

Fig. 23

Estabeleçamos as relações que existem entre as coordenadas polares


e as coordenadas ortogonais. Suponhamos que a origem do sistema
de coordenadas ortogonais coincide com o pólo e o sentido positivo do
eixo Ox com o eixo polar.
Resulta directamente da figura 24 que
x = p c o s q ) , ^ = psenq)
e inversamente
y
p = V x * + 2/®, tg 9 = - .
Nota — Para determinar ,^, é necessário tomar em consideração
o quadrante onde se encontra o ponto e escolher o valor apropriado
de ip, No sistema de coordenadas polares a equação p = F (^) determina
uma curva.

Exem plo— 1. A equação p = a, em que a é uma constante, define no


sistema de coordenadas polares um círculo, cujo centro está no pólo e o raio
é a. A equação deste círculo (fig. 25) num sistema de coordenadas ortogonais,
disposta como indica a figura 24, é:
'Yx^ - \ - y ^ = a ou x^-^y^ = a^.
32 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Exemplo — 2.
P = Qfpi onde a = const.
Dispúnhamos sob a forma de quadro os valores de p para certos
valores de 9 :

Jt n 3 3
0 JX 2zi 331 4.T
T "2 T" 2 ^

p 0 0,78 a 1,57 a ^ 2,36 a 3,14 a 4,71 a ^ 6,28 a 9,42 a =^12,56 a

A curva correspondente está representada sobre a figura 26. Esta curva


chama-se Espiral de Arquimedes.

Fig. 26

Exemplo — 3.
p = 2a COS cp.

É a equação dum círculo de raio a, cujo centro se encontra no ponto


Po = a, ç) = 0 (fig, 27). Escrevamos a equação deste círculo no sistema de
cordenadas rectangulares.
Substituindo nesta equação p = l / z 2 + ^ , cos(p = -

tem-se Y x i + !/íi = 2a-


ou
a;2_[_y2—2ax = 0.
E x ercício s
1 . Seja dada a função f (jc) = + 6jc — 4. Verificar as igualdades / (1) = 3,
/ (3) = 23.
2 . / (Jf) = + 1 . Calcular os valores: a) / (4). Resposta 17.
i / (<» + !)• a* + 2 a + 2 . d) / (a) + 1 . Resp. a2+ 2 .
e) / (a*). Resp. a« + 1 . f) [/ (a)p . Resp. a« + 2a» + 1 . g ) / (2a).R esp. 4 a ^ + l .
3. »P(j:)= Formar as espressOes: q>í— 1 e —í— .R esp . g, ^ _ L ^ _
l-x I _3x
3 . 4+- 55 f'* '
3 + 5 i’ <p(*) X— 1
4. t|)(j) = V x g + 4. Formar as espressões:; ,|,(2x) é ij)(0). Resp. ib(2x) =
= 2 y Í H ^ ; ,f(0) = 2.
NÚMERO, VARIAVBÍU FUNC0B8

/ (0) = tg 0. Verificar a igualdade de / (28) = .

( p ( i ) = = l o g | ^ í .Verificar a igualdade de < p (a )+ 9 (ò )= (p ,

/ ( í) = lo g X ; 9 (x) = X*. IFonnar as espressOes: : a) / [9 (2)J.Reap. 3 lo g 2 .


I>) / [<P (a)l- Resp. 3 lo g a. c) 9 [/ (a)j. Resp. [log ol*.
Indicar o domínio natural de definição da função y = 2a^ 1.
Resp. — oo a X < + o o .
Indicar os domínios naturais de definição das funções:
a) V l — x-2. Resp. b) - \ / T ^ - \ - Y T ^ x . Resp. - 3 < x < 7 .

c) Y x + o — { / ' i — 6. Resp — o o < x < + o o . d) ^ .Resp. x =>= a.


a—X
e) arc sen 2 x. Resp. — 1 <; a: 1. f) y = log x. Resp. a: ^ 0.
g) y = a * ( a > 0 ) . Resp. — o o < x < + oo.
Construir o gráfico das funções seguintes:
10. y = — 3a: + 5. 11. í/ = —a:2+ l. 1 2 . y = 3 — 2a:2.

1
13. !/--^2 + 2x—1. ...
14. U-- 15. y = s e n 2 x .
1
16. y = c o s 3 a : . 17. y = x^ — 4a:- f 6. 18. y--
1—x2
19. yrr-sen j . 20. y = cos —^ j . 21. y = ig

22. y --- ctg ^ X. 23. y = 3*. 24. y = 2"**.

25. y-rlogo — . 26. y = a:3--l. 27. y = 4 — x^.

28. y = ^ ^ 29. í/ = x4. 30. y = x^. 31. í/ = x^


_1 1
32. i j ^ x 33. y = x^. 34. y = \ x\ .
35. í/i-:log2 I ^ |. 36. !/ — logo (1— ^).
37. y^Stén ^ 2 x-[- . 38. y = Acos ) •
39. A função / (x) é definida sobre o segmento [— 1; 1] da seguinte maneira:
/ (x) = 1 -r X para — 1 < x < 0 ;
/ (x) = 1 — 2x para 0 < x < 1.
40. A função / (x) é definida sobre o segmento [0; 2] da seguinte maneira:
/ (x) = x3 para 0 < x < 1 ;
/ (x) - X para 1 < x < 2.
Construir as curvas dadas, em coordenadas polares.
41. p = — (espiral hiperbólica),
42. p = (espiral logarítmica).
43. p = a V co s 2q) (lemniscata). 44. p= a (1 — cos (p) (cardioíde).
45. p = í7 sen 3 (p.
Capitulo n

LIMITE E CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES

§ 1. Limite dilma grandeza variável.


Grandeza variável inflnitamente grande
Vamos considerar neste parágrafo variáveis ordenadas de variação
específica que se define pela expressão «a variável tende para um
limite». No decorrer deste curso, a noção de limite duma variável vai
representar um papel fundamental, estando intimamente ligada às noções
de base da análise matemática: a derivada, o integral, etc.

Definição — 1. O número constante a chama-se o limite da


grandeza variável x, se, para todo o número arbitràriamente. pequeno

__ 2 í — _
a.'
-Ix-fll

Fig. 28

e > 0, se pode indicar um valor da variável x tal que todos os valores


consequentes da variável verifiquem a desigualdade
|a: — a | < e .

Se o número a é o limite da variável jc, diz-se que jc tende para


o limite a e escreve-se:
x -^ a ou \ i m x = a . (♦),

Pode-se definir igualmente a noção de limite partindo de consi­


derações geométricas.
O número constante a é o limite da variável x, se para toda a
vizinhança dada, por mais pequena que seja, de centro a e de raio e,
se pode encontrar um valor de x tal que todos os pontos correspon­
dentes aos valores seguintes da variável pertençam a esta vizinhança
(fig. 28). Citemos alguns exemplos:(*)

(*) climi abreviatura do latim limes que significa limite.


LIM ITE E CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES 35

Exemplo — 1. A variável x toma sucessivamente os valores Xi = í - \ - í \

^2— ^3— •••» = 1 •••


Mostremos que esta grandeza variável tem um limite igual à unidade.
Temos

Para c arbitrário, todos os valores consequentes da variável a partir


1
de n definido pela relação — < e ou n
1 verificam a desigualdade
« e
I^n—l | < e , c.q.d.
Notemos que no caso presente a variável tende para o seu valor
limite decrescendo.
Exemplo — 2. A variável x toma sucessivamente os valores
4 1 . 1 1
=1— ^2= i + - p - : 2 3 = 1 -2S
^:
1
^4= l + - 55
24-;' ...
" ’: I„ = l‘ + (' _ l*) n' 2^
^;

Esta variável tem um Umite igual à unidade. Com efeito,


1
U/i 271 •
Para e arbitrário a partir de n satisfazendo a relação
1
2^ < e,
donde
2» > - ,

n lo g 2 > log —

lo g l
'<> log 2 ’
todos os valores seguintes de x verificam a desigualdade I — 1 I < e.
Notemos que neste caso o valor da variável é tanto maior, quanto
menor for o do valor limite. A variável tende para o seu limite «oscilando à
volta dele».

Nota— 1. Como foi indicado no § 3 do Capitulo I, a grandeza


constante c pode ser considerada como uma variável onde todos os
valores são iguais: jc = c.
É evidente que o limite duma grandeza constante é igual a
essa constante, visto que a desigualdade | jc — c | = |c — c | = 0 < e
é sempre satisfeita para e arbitrário.
36 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Nota — 2. Resulta da definição de limite que uma grandeza


variável não pode ter dois limites. Com efeito, se lim jc = a e
lim jc = 6 (a < b), x deve satisfazer simultâneamente às duas desi­
gualdades seguintes:

|a: — a | < e e \x — b \ < E


b— a
para c arbitràriamente pequeno; más isto é impossível se c <
(fig. 29).
Nota — 3. Não é necessário imaginar-se que cada variável deve
necessàriamente ter um limite. Seja x uma variável que toma suces­
sivamente os valores

X\
1
j »^2 — ^
; 1
--
1
• XiU = 1 — n2A
2 4 8

_ 1
+1 22^+1

(fig. 30). Para k suficientemente grande, o valor de ^ 2^ e todos os


valores consequentes correspondentes aos índices pares serão tão vizi-

a i/
2í 2z
£< b-a
2

Fig. 21) Fig. 30

nhos da unidade quanto se queira, mas o \a\orJ^ 2 h+\ e todos os


valores que seguem correspondendo aos índices ímpares serão tão
vi/.inhos de zero quanto se queira. Portanto, a variável x não tende
para um limite.
Sobressai dá definição do limite que se uma variável tende para
um limite a, a é uma grandeza constante. Mas a expressão «tende
para^ podc-sc empregar igualmente para caracterizar um outro modo
de variação de uma variável, o que transparece na definição seguinte.
Definição — 2. A variável x tende para o infinito, se para cada
número positivo dado M se pode indicar um valor de jc a partir do
qual todos os valores consequentes da variável verificam a desigual­
dade I ;c I > M.
Se a variável x tende para o infinito, diz-se que é uma variável
infinitamente grande e escreve-se JC-> oo.
LrIMITB B CJONTINUroADB DAS FUNÇOBS 37

Exemplo — 3. A variável x toma os valores


X1 ■ 1 \ ^2 = 2 y Xg --- 3 í • • • ) ^ » •••
É uma variável infinítamente grande visto que para M > 0 arbitrário
todos os valores da variável a partir de um de entre eles são todos maiores
que M em valor absoluto.
A variável x «tende para mais infinito» oux -» + oo se para
M > 0 arbitrário, a partir de um certo valor, todosos valores con­
sequentes da variável verificam a desigualdade M < x,
Um exemplo de variável tendendo para mais infinito é dada pela variável x
que toma os valores xi = 1 , X2 = 2 , . . = ^, . . .

A variável x «tende para menos infinito» ou jc — oo se para


M > 0arbitrário, a partir de um certo valor, todos os valoresseguintes
da variável verificam a desigualdade jc < — Aí.
Assim, por exemplo, a variável que toma os valores = — 1, X2 = — 2, . . .
• ‘2/ — ~ • tende para menos infinito.

§ 2. Limite de uma função


Neste parágrafo estudaremos certos casos particulares de variação
de uma função quando a variável independente x tende para um
limite a ou para infinito.
Definição — 1. Seja y = f (x) uma função definida numa vizi­
nhança do ponto a ou em certos pontos desta vizinhança. A função
y = f (x) tende para o limite b (y b) quando x tende para a {x-^ a),
se para cada número positivo e, por mais pequeno que seja, se pode
indicar um número positivo 8 tal que para todos os x diferentes de a
e verificando a desigualdade (*)
1 X— a | < 0
a desigualdade
\f{x) — b\< :e
é satisfeita. Se 6 é o limite da função f(x) quando escreve-se
então
lim /(:r) = h
x -> a

OU f (x)-> b quando x - ^ a .

(*) N o caso presente, temos em vista os valores de x que verificam a


desigualdade i jc — | < ô e pertencendo ao domínio de definição da função.
No seguimento encontraremos frequentemente casos análogos. Assim, quando
estudarmos o comportamento duma função para x o o , pode acontecer que
a função seja definida para os valores inteiros e positivos de x. Por conseguinte,
nesre caso a: oo , tomando valores positivos inteiros. N o seguimento suporemos
que esta condição é sempre realizada.
38 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

O facto dc / (x) 6 quando x - ^ a traduz-se no gráfico da


função y = f(x) da seguinte maneira (fig. 31); visto que da desigualdade
1jc — a I < 8 resulta a desigualdade | / (jc) — A | < e, então os pontos M
do gráfico da função y = f (x), correspondentes a todos os pontos x
cuja distância até ao ponto a é
interior a 8, estão contidos numa
faixa de largura 2c delimitada pelas
rectas y = b — c e y = b + c.

N o t a — 1. Pode-se igualmente
definir o limite da função / (x),
quando jc n, da seguinte maneira.
Seja uma variável x tomando
valores tais que (ordenados de tal
maneira que) se
Fig. 31 \x* — a\ \x — a\,
então o::** é um valor consequente e x* um valor antecedente. Se
\x — a\ \x — a\ e x <i x ,
então í* * é consequente e antecedente.
Doutro modo, de dois pontos da recta numérica o ponto conse­
quente é aquele que está mais perto de a. Se os pontos eslào a igual
distância de a, o ponto consequente será aquele que se encontra à
direita de n.
Seja uma variável x ordenada desta maneira e tendendo para o
limite a \ x - ^ a ou lim jc = a].
Consideremos a variável y = f (x), Além disso, admitamos duma
vez para sempre que de dois valores da função o valor consequente
é o que corresponde ao valor consequente da variável x.
Se uma grandeza variável y, definida como foi acima indicado,
tende para um limite b, quando jc->a, escreveremos então
lim /(.r) = b

e diremos que a função y = f{x) tende para o limite b para a.


jc

Ddmonslra-se fàcilmente que estas duas definições de limite são


equivaléntes.

Nota ^ 2 , Se f(x) tende para o limite bi quando tende para


jc

um número a tomando apenas valores menores que a, escreveremos


então lim / ( ) = 6i e chamaremos 6i o limite à esquerda da função
jc

f{x) no ponto a. Se x toma valores maiores que a escreveremos


l im it e e c o n t t n u id a d b das fu n çõ es 39

então lim / (;c) = &3 e chamamos K o limite à direita da função no

ponto a (fig. 32). . j- •*


Pode-se demonstrar que se os limites à esquerda e a dueita exis­
tirem e forem iguais, isto é, bx = é* = b, enUio b é o limite desta
função no ponto a no sentido definido acima. Inversamente, se uma
função tem um limite b no ponto a, os limites desta função no
ponto a à esquerda e à direita existem e
são iguais.
E x e m p l o — 1. M ostrem os que
lim (3jc + 1) = 7.
x->2
Com efeito, seja c > 0 um número
arbitrário dado; para que a desigualdade
|(3 x -f l ) - 7 1 < e
seja satisfeita, é necessário que sejam satis­
feitas as seguintes desigualdades:
|3 x - 6 |< e ,

Assim para c arbitrário e para todos os valores da variável x verificando a


0
desigualdade | a: — 2 | < y = ô o valor da função 3jc + 1 difere de 7 pelo
menos de c. Isto significa justamente que 7 é o limite desta função para
jc-»2.
Nota — 3. Para a existência do limite de uma função quando
jc a, nào é necessário que a função seja definida no ponto jc = a.
Quando calculamos um limite, devemos considerar os valores da função
na vizinhança do ponto a, mas diferentes de a. Isto é claramente
ilustrado pelo exemplo seguinte.
_4 x2—4
Exemplo — 2. Mostremos que l i m ------- — =4. Aqui a função
x->>2 ^ 2 x—2
não é definida para x = 2.
Devemos demonstrar que para e arbitrário se pode indicar um a tal
que seja satisfeita a desigualdade
x2 — 4 , I ^

7I T2— (1)
desde que Ix — 2 | < 6. Mas para x ^ 2 , a desigualdade ( 1 ) é equivalente à
desigualdade
( x - 2) (x + 2)
= l(x + 2 ) - 4 | < e ( 1)
x— 2

|x —2 |< e . (2)
Assim, a desigualdade (1) será satisfeita qualquer que seja e se a desi­
gualdade (2 ) é satisfeita (aqui ò = c). Isso significa que o limite desta função
é igual a 4 quando x tende para 2.
40 CALCULO DIFBRBNCIAL B INTEGRAL

Consideremos ainda certos casos de variação duma função


quando x tende para o infinito.
Definição — 2. A função f(x) tende para o limite b quando
X -> 00 se para cada número positivo c por mais pequeno que seja
se pode indicar um número positivo N tal que para todos os valores
de X verificando a desigualdade | x | > a desigualdade |/ (x) — ú | < e
6 satisfeita.
Exemplo — 3. Mostremos que

on que li m ( 1 1.

É necessário demonstrar que, qualquer que seja e, a desigualdade

|( l + i ) —l |< e (3)

será satisfeita desde que | jc | > ^ , onde N é definido pela escolha de c.


A desigualdade (3), é equivalente à desigualdade seguinte: | J - 1 < c, que é
satisfeita se se tiver

| x | > l = iV.

Isso significa que lim ( l + — ) — lirn ^ —— i (fig. 33).


.v-voo V ^ ^

A significação dos símbolos x->oo e x - > — oo torna evidente


a das expressões
«/(x) tende para b quando x-> + oo» e
€/(x) tende para b quando x -» — oo»,.
que se nota simbòlicamente por
lim f(x) = b; lim / (x) = b.
X-^ + oo x-^—oo
LIM ITE E CONTINUIDADE DAS PUNÇÕES 41

§ 3. Funções qne tendem para o infinito.


Funções limitadas
Estudámos os casos em que a função f(x) tende para um certo
limite b quando x - ^ a ou jc-»oo.
Consideremos agora o caso em que a função y ^ f(x) teiide para
infinito quando a variável x varia duma certa maneira.

Definição— 1. A função f(x) tende para ó infinito quando


x - ^ a , isto é, / (x) é infinitamente grande quando x - ^ a , se para cada
número positivo M, por maior que «eja, se pode encontrar um número
8 > 0 tal que para todos os valores de x diferentes de a e verifi­
cando a condição \ x — a \ < S, a desigualdade | / (jc) | > Aí é satisfeita.
Se f(x) tende para infinito quando x - ^ a , escreve-se:
lim f (x) = oo,
x-*-a

OU f ( x) - ^oo quando x a,
Se / (;c) tende para o infinito quando x-> a, tomando apenas
valores positivos ou valores negativos, escreve-se respectívamente
lim f ( x ) = + oo e lim / (jc) = — 00.

E xem plo— \. Mostremos que lim - ----- - = + oo. Com efeito, qualquer
(1—
que seja Af > 0 tem-se:
1
(1 — z)2
desde que

(1—
1
l-x l< ò.
yM
A função 1
apenas toma valores positivos (fig. 34).
(1 - 1)2
Exemplo — 2. Mostremos que lim ( ------- oo. Com efeito qualquer que
ar-vO V ^ '
seja M > 0 4em-sc
--- i- > M
X
desde que

^ ® P®” * < ® « ( — r ) P**"» * > ® 35).


42 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Se a função f(x) tende para infinito quando oo, escreve-se:

\im f{üc) = oo

e. etn particular, pode-se ter


lim /(z) = oo, lim f { x ) = o o , lim f { x ) = — oo.
a:->- + cx) —oo +

Por exemplo,
lim a :*= -f-o o , lim x^ = — oo.
0C-»-oo Y-^—oo

Nota — 1. Pode acontecer que a função y = f(x) não tenda nem


para um limite finito nem para infinito quando ou x-> oo.

E x e m p l o — 3. A funçSo y = sen x é definida no intervalo infinito


— 00 < X < -i- 00, mas nSo tende para um limite finito ou para infinito
quando J t-» + oo (fig. 36).

y ^^ y=senx

Fig. 36

4
Exemplo — 4. A função y = sen _ que é definida para todos os valores
X
de excepto x = 0, não tende para nenhum limite finito ou infinito quando
X -> 0. O gráfico desta função está representado na figura 37.

Definição — 2. A função y = j{x) diz-se limitada no domínio


de definição da variável x, se existe um número positivo M tal que
L IM IT E E C O N T IN U ID A D E D AS PU N Ç Õ ES 43

para todos os valores de x pertencentes a este domínio a desigualdade


I / (jc) I < M é verificada. Se tal número não existe, diz-se que a função
f(x) não é limitada neste domínio.

E x e m p l o — 5. A função y = sen jc, definida no intervalo infinito


“ 0 0 < J C < + «>, é limitada, visto que para todos os valores de jc
Isen a: I < 1 = 71/.
Definição — 3. A função / ( ) diz-se limitada quando x -> a , se
jc

existe uma vizinhança de centro a na qual a função é limitada.


Definição — 4. A função y = f (x) diz-se limitada quando oo,
se existe um número N > 0 tal que, para todos os valores de x verifi­
cando a desigualdade j jc | > a função f (x) é limitada.
O teorema seguinte permite concluir se a função /(x), quando
tende para um limite, é limitada ou não.
Teorema— 1. Se Um i{x) = h e se h é um número finito, a
x-^a
função f (x) é limitada quando x -» a.
Demonstração — Resulta da desigualdade Im f(x) = b que para
todo e > 0, existe um número 8 tal que na vizinhança c — 8 < x < a + 8
a desigualdade
Í/(x) — 61< e
OU
I/ (x) I < 16 1+ e
é satisfeita.
Isto exprime justamente que a função / (x) é limitada quando
X-> a.
fÇQia — l. Resulta da definição de uma função limitada f (x)
que se
lim/(x) = oo ou lim/(x) = oo»
x-^a
44 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

isto é, se f(x) é infinitamente grande, a função não é limitada. A pro­


priedade inversa não é verdadeira: uma função não limitada pode
não ser infinitamente grande.
Por exemplo, a função y = x sen jc não é limitada quando
jc->oo, visto que para todo Aí > 0 se pode indicar valores de x
tais que | jc sen jc [ > Aí. Mas a função >^ = jc sen jc não é infinita-

mente grande visto que ela se anula nos pontos jc = 0. tt, I tt


O gráfico da função >^ = jc sen jc é dado na figura 38.
1
Teorema — 2. Se Um f (x) = b ^ 0 , a furrção y = é Umi~
/(^ )
tada quando x a .
Demonstração — Resulta das condições do teorema que qualquer
que seja o número e > 0 se tem numa certa vizinhança do ponto
X = a\ f (x) - b \ < c ou !! / (x) I - I 6 II < e ou - e < | / (jc) | - | 6 | < c
ou I A I — E < I / ( I < I A I H- e.
jc )

Resulta destas desigualdades:

I &I — e 1/ (:r) I 16 1+ e
1
Tomando, por exemplo, e = jq |6 1 temos:
10 í_ ^ 10
7 / ( x ) | l l | 6 l

hto exprime que a função 1 é limitada.


/w
L IU IT B B C O N T IN U ID A D B DAS FU N ÇO BS 45

§ 4. Infinitamente pequenos e as suas


propriedades fundamentais
Neste parágrafo vamos estudar as funções que tendem para zero
quando o argumento x varia duma certa maneira.
Definição — Diz-se que a = a (jt) é um infinitamente pequeno
quando Jt -> a ou quando x-> oo se lim « (jc) = 0 ou lim o (x) = 0.

Resulta da definição de limite que se. por exemplo, se tem


lim a (x) = 0, então para todo número positivo e arbitràriamente
x-*n
pequeno, existe um 8 > 0 tal que para todos os x satisfazendo a
desigualdade | jc — a [ < 8 se tem | a (x) | < e.
Exemplo— I. A função a = (a‘ — 1)2 é um infinitamente pequeno quando
A -> 1, porque lim a = lim (a — 1)2 = 0 (fig. 39).
X-^ 1 1
1
Exemplo — 2. A função a = — é um infinitamente pequeno, quando
A —> oc (fig. .40) (ver Exemplo — 3. § 2).

Demonstremos agora a importante proposição seguinte.


Teorema — 1. Se a função y = f (x) puder ser posta sob a forma
da soma dum número constante b e dum infinitamente pequeno a :
y ^ b + a, (1)
então
lim y = b (quando x - ^ a ou x - ^ oo).
Inversamente, se lim y = b pode-se escrever y = b + a onde a é
um infinitamente pequeno.
Demonstração — Resulta da igualdade (1) que | y — 6 | = |a | . Mas
qualquer que seja e, todos os valores de a a partir de um certo
valor verificam a desigualdade | a | < e, e, por conseguinte, todos os
valores de y a partir dum certo valor verificarão a desigualdade
1y — 6 I < e. Isso significa justamente qué lim y = 6.
46 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Inversamente: se lim y = b, então qualquer que seja c para todos


os valores de y a partir de um deles tem-se | y — 6 | < e. Façamos
y — b = a, então para todos os valores de a a partir de um deles
tem-se | a | < e, e a é um infinitamente pequeno.
Exemplo — 3. Seja a função (fig. 41)

Í / - 1+ - ,
então
lim y = \ .
.V-+00
Inversa mente, se
lim í/~ 1,
.v->-oo

podemos exprimir a variável y sob a forma da soma do seu valor limite 1


e de um infinitamente pequeno a = — , isto é

y ^ l + a.
Teorema — 2. Se a = a (x) tende
para zero para x - » a (ou para x-> ooj
e não se anula, então y = tende
para o infinito.

Demonstração—^^Para todo Af > 0


arbítràriamente grande a desigualdade
Fig. 41 > M é verificada desde que a desi-
1 1^1
gualdade ^ satisfeita. Esta última desigualdade é satisfeita
para todos os valores de « a partir de um deles, visto que a (x) 0.
Teorema — 3. A soma algébrica de um número finito de infinita-
mente pequenos é um infinitamente pequeno.
Demonstração — Estudaremos o caso de dois infinitamente peque­
nos. pois para um número maior de infinitamente pequenos a demons­
tração é a mesma.
Seja u(x) = a (jc) + p (x) onde lim « (x) = 0. lim p (.x) = 0. De-
x-*a x-^a

monstremos que para e > 0 arbitràriamente pequeno se pode encon­


trar um 8 > 0 tal que a desigualdade | jc — a | < 8 implica a desi­
gualdade I e. Sendo a
j w < um infinitamente pequeno pode-se
( jc )

encontrar um 8 tal que na vizinhança de centro a e de raio 8i se tenha


8
ia(x)l< - 2 •
l iu it b b continuidadb das funçobs 47

Sendo (jc) um infinitamente pequeno, numa vizinhança de centro


a e de raio 82 ter-se-á: | )8<x) | < -^ .
Tomemos 8 igual ao menor dos dois números 8i e 82. Então para
8 8
uma vizinhança de centro a e de raio 8 tem-se | « | < - ^ ; | p
Por conseguinte, teremos nesta vizinhança
lu I = I a (x) -1- p (x) K I a (x) I + I p (i) | < • |--f y = e,
isto é, I w I < € , c. q. d.
Demonstra-se duma maneira análoga o caso
lim a {pí) = 0, lim P (z:) = 0.

Hota — Com o decorrer das lições, teremos de considerar somas


de infinitamente pequenos tais que o número de termos aumenta para­
lelamente ao decréscimo de cada um deles. Neste caso o teorema
precedente pode ser tomado por defeito. Consideremos, por exemplo,
1 1 1
a soma de x termos u = ----1-------- [-•• -[- — onde x apenas toma
X X X
valores inteiros positivos (jc = 1, 2, ..., n, ...). É evidente que cada
termo é um infinitamente pequeno quando jc-> oo, mas a soma u = I
não o é.
Teorema — 4. O produto dum injinitamente pequeno a = a(x)
por uma função limitada z = z (a) é um injinitamente pequeno quando
X—> a (ou X oo>.
Demonstração — Daremos a demonstração para o caso de x - ^ a .
Pode-se indicar um número M > 0 tal que numa certa vizinhança
do ponto X = a 2i desigualdade | z | < Aí é satisfeita. Para cada e > 0,
g
pode-se encontrar uma vizinhança onde a desigualdade I« I < ^ ^
satisfeita. Para todos os pontos da mais pequena destas vizinhanças
ter-se-á
lazl < — Aí = 8.
M
O que exprime que az é um infinitamente pequeno. A demons­
tração é idêntica para o caso em que oo. Do teorema demonstrado
resulta:
Corolário— 1. Se lim a = 0, lim = 0, então lim a/3 = 0, por­
que p (x) é uma função limitada. Este resultado estende-se ao caso
dum número finito qualquer de infinitamente pequenos.
48 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Corolário — 2. Se lim « = 0 e c = const, então lim ca ~ 0.


a (a;)
Teorema — 5. O quociente — de um infinitamente pequeno
a (x) e duma função cujo limite é diferente de zero é um infinitamente
pequeno.
Demonstração — Seja lim a ( jc) = 0, lim z(x) = Resulta
1
do teorema 2 § 3 que z j - r é uma variável limitada. Eis porque a
ct ix\ ^ ' '
fracção — ^ = a (ar) — t t é o produto dum infinitamente pequeno
z\x) Z(X)
por uma grandeza limitada; logo é um infinitamente pequeno.

§ 5. Teoremas fundamentais sobre os limites


Néste parágrafo bem como no parágrafo precedente teremos
de considerar funções que dependem duma mesma variável indepen­
dente X e para as quais x - ^ a ou - > o o . jc

Daremos a demonstração para um destes casos, visto que a


demonstração do outro caso é semelhante. Por vezes não escrevemos
já JC a ou JC 00 subentendendo um ou outro.
Teorema— 1. O limite da soma algébrica de dois, de três ou
dum número finito qualquer de variáveis é igual à soma algébrica dos
limites destas variáveis:
lim (wi + . .. + Ua) = lim + • • • + lim u^.
Demonstração — Daremos a demonstração para o caso de dois
termos, visto que ela se estende da mesma maneira a um número
qualquer de termos. Seja lim Wi = a^, lim U2 = a*. Então cm virtude
do teorema 1 § 4 pode-se escrever:
“f* 0^1» ^^2 ^2 “h ^ 2»
onde «1 e «2 são infinitamente pequenos. Por conseguinte,
-f ^^2 = (^1 + ^2) + + ^ 2)*
Como (í/, + üz) é uma constante e («i + «2) um infinitamente
pequeno, pode-se escrever sempre baseado no teorema 1 § 4 que
lim { //J = «1 + a.2 = limwi + lim^a-
Exemplo ■
— 1.
x2_U2x / • •> \ 0 . 2
Um --- liin í i V ^ — — 1+ lira — — 1 -}-0 - 1.

Teorema — 2. O limite do produto de dois, de três ou de um


número finito qualquer de variáveis é igual ao produto dos limites
LIM ITE E CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES 49

destas variáveis
= lim Wj-limug* . . . -H iq u a .
Demonstração — A fim de não complicar a demonstração consi­
deraremos o caso de dois factores. Seja lim Ux = ai, lim U2 = ü2 -
Então,
= % + oíi, u^ — <h + « 2»
= («1 + ai) («2 + « 2) = ^1^2 + + ^2^1 + ^1^2-
o produto aiflg é uma constante. Com base nos teoremas do
§ 4 a expressão ai«2 + + «102 é um infinitamçnte pequeno. Por
conseguinte, lim 1/1W2 = ctia2 = lim Wi • lim W2.

Corolário — Pode-se tirar um factor constante de debaixo do


sinal de limite. Com efeito, se lim m 1 = ííi e c é uma constante
tem-se, por conseguinte, lim c = c, donde lim (cwO = lim c *lim Ux =
= c • lim «1, c. q. d.
Exemplo — 2. lim 5x3 = 5 lim x®.: - 5*8—40.
x->2 x-^2
Teorema — 3. O limite do quociente de duas variáveis é igual
ao quociente dos limites destas variáveis, se o limite do denominador
for diferente de zero.
u limu
lim — = ------ , sê lim v ^ O .
V lim V
Demonstração — Seja lim w = a, lim v = 6 7^ 0. Então « = a +
+ a, V = 6 + onde a c são infinitamente pequenos.
Escrevamos a identidade
u a+ a _ a /a + a a \_ a ab — Pa
V 6 + P “ ^ ■ ^ V fe +
+ pp ' ~ ' f e / ' 6 " ^f e (6 + p)
ou
u a ab
V b b{b + ^)
a ò — Pa
A fracção é um número constante e a fracção é
segundo os teoremas 4 e 5 do § 4 um infinitamente pequeno, visto
que ab — fia é um infinitamente pequeno e que o limite do deno­
lima
minador b(b + p) é igual a 6* 7^ 0. Logo, lim ~ ^
lima
50 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Exemplo — 3.
_ , ^ lim(3a: + 5) 3 1 im a :-f5 ^ ^
3x-|-5 ae-*»l x-^1 3»l-j-5 8 ,
4a:— 2 ~ lim(4a: — 2) “"41im a: — 2 '^ 4 .1 — 2 — 2"“ *
*-►
1
Utilizamos aqui o teorema relativo ao limite do quociente de duas fun­
ções, porque o limite do denominador é diferente de zero quando jc 1 . Se o
limite do denominador é igual a zero, não se pode servir deste teorema.
É necessário neste caso fazer um estudo detalhado.
^2 _ 4
Exemplo — 4. Encontrar o limite lim --------- Aqui o numerador e o
*-►
2 ^ —2
denominador tendem para zero quando x - ^ 2 . Eis porque o teorema 3 não
pode ser aplicado. Efectuemos as transformações seguintes:
a;2 _ - 4 (x — 2) ( x + 2)
--X + 2,
X—2 x-^2
É lícito efectuar-se esta transformação para todos os x diferentes de 2 .
Eis porque, se pode escrever, partindo da definição de limite:

x-».2 X— 2 ^ ^ 3c->2

Exemplo — 5. Encontrar o limite lim ._ Quando jc—> 1 , o deno-


*-►
1^ ^
minador tende para zero, enquanto que o numerador tende para 1. Logo, o
limite da variável inversa é igual a zero, isto é.
lim {x — 1 )
X --- 1 x^í
lim 4=0,
X lim X
x-^i
Logo, teremos em virtude do teorema 1 do parágrafo precedente
X
lim- , =00.
«-H-1 x —í
Teorema — 4. Se as funções u = u (x), z = z (x), v = v (x), estão
ligadas entre si pela dupla desigualdade u < z < v e se u (x) e v (x)
tendem para um mesmo limite b quando x - » a (ou x->ooj, então
z = z (x) tende também para o mesmo limite quando x-* a (ou oo).
Demonstração — Para fixar ideias vamos considerar a variação da
função quando x -^ a . Resulta das desigualdades « < z ^ v
W— — — 6;
segundo as condições do teorema
limu = 6, limy=í».

Por conseguinte, para todo c > 0 pode-se indicar uma vizinhança


de centro a onde a desigualdade | m — 6 1< e é satisfeita; do mesmo
modo, pode-se indicar uma vizinhança de centro a onde a desigual-
LIMITE E CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES 51

dadc 1V — 6 1< e é também satisfeita. Na mais pequena destas vizi­


nhanças as desigualdades
— e<Cu — 6 < e e —sc^u — ò C e
serão satisfeitas e, por conseguinte, as desigualdades
— ECi z — b d e
serão satisfeitas, isto é
l i m z = b.
X-»*!
Teorema — 5. Se a função y não toma valores negativos y > 0
quando x - ^ a (ou x -^ ooj, e se ela tende para um limite b, então,
este número b não é negativo: b > 0.
Demonstração — Suponhamos que b é n ^ a-
tivo < 0, então. | y — 6 | > | 6 |, isto é, que o
valor absoluto da diferença \ y — b \ é maior que
o número positivo | è | e, por conseguinte, não
pode tender para zero quando x - ^ a . Mas então,
quando a, y não pode tender para b, o que
é contrário à hipótese. Logo, a suposição de
que 6 < 0 conduz-nos a uma contradição. Por
conseguinte, 6 > 0.
Demonstra-se, duma maneira análoga, que se y < 0, Km y < 0.
Teorema — 6. Se as funções u = u (x) e v = v (x) satisfaxem à
desigualdade v ^ u e se os limites destas funções existem quando
x-> a (ou x - ^ oo), então, Um v > Um u.
Demonstração — Segundo a hipótese v — m > 0 e em virtude do
teorema 5 lim (v — w) > 0 ou lim v — lim m > 0, isto é, lim v > lim u.
Exemplo — 6. Mostremos que lim sen x = 0.
Vê-se segundo a figura 42 que se O A = 1, Af > 0, então, A C = sen x,
AB = X, sen X < X. É evidente que se x < 0, | sen x | < | x |. Resulta destas
desigualdades, em virtude dos teoremas 5 e 6. que lim sen x = 0.

Exemplo — 7. Mostremos que lim sen - tj- = 0.

Com efeito. sen - ^ < I sen jc I logo, l i m s e n - 7T = 0.


o c -v O ^

Exemplo — 8. Mostremos que lim cos x = 1. Notemos que

COS X— 1— 2 scn2 ^
logo.
lim COS x = lim ( 1 — 2 sen* ) = 1 — 2 lim sen* — 1 — 0= 1 .
ae-^O ac->0 ' ^ / x->-0 -
52 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Nó decorrer do estudo das questões relativas ao limite de certas


variáveis, é-se conduzido a resolver os dois problemas seguintes:
1) Demonstrar que o limite existe e determinar os extremos entre
os quais está compreendido esse limite;
2) Calcular esse limite com o grau de precisão desejado.
A resposta à primeira pergunta é muitas vezes dada pelo teorema
seguinte.
Teorema — 7. Se a variável v é crescente, isto é, se todos os
seus valores consequentes são maiores que os valores antecedentes, e
se ela é limitada, isto é, v < M, então, esta variável tem um limite
Um V = a onde a < M.
Pode-se enunciar um teorema análogo para as variáveis decres­
centes limitadas.
Não damos aqui a demonstração deste teorema, porque ele exige
a aplicação da teoria dos números reais que não desenvolvemos neste livro.
Nos dois parágrafos seguintes, calcularemos
os limites de duas funções tendo uma larga
aplicação em análise matemática.

sen X
§ 6. Limite da função--------quando jc 0

Esta função não é definida para x = 0,


visto que o numerador e o denominador da
fracção se anulam neste ponto. Calculemos o
limite desta função quando x 0. Consideremos
a circunferência de raio 1 (fig. 43). Designemos por x o ângulo ao
centro MOB\ temos 0 < x < - ^ . Resulta imediatamente da figura 43:

área do triângulo MOA <


< área do sector MOA <
< área do triângulo COA. (1)
1 1 1
Area do triângulo MOA = — OA- M B = 1 • sen x = — sen x.

Area do sector MOA = \ ^OA - A M = ^ i - x = ^ x .


dà dá di
1 1 1
Area do triângulo COA — - ^ O A - A C = ■ ^ ■ i - t g x = ^ t g x .
LIMITE E CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES 63

Simplificando por » a desigualdade (1) transfònna-se cm:


sen X a aí <c tg X.
Dividamos todos os membros por sen x:
1
1< <
senx cosx
ou
sen X
1> - ►cosx.

Obtivemos esta desigualdade supondo jc > 0.


XT . sen( —x) senx , .
Notemos que — = ------ e cos (— x) = cos x.
i-x) X
Logo, a desigualdade é ainda verificada para x <0 . Mas lim xos x = l,
ac-i-O
lim 1 = 1.
ac-»>0

senx
Por conseguinte, a vâriável está compreendida entre duas
variáveis que tendem para um mesmo limite igual a 1. Assim, em
virtude do teorema 4 do parágrafo precedente
sena; .
h m --------= 1.
> 0 X
scax
O gráfico da função y = ----- está traçado sobre a figura 44.
Exemplos -
1 se n x 1 . 1 .
1) lim lim ^ -------= l i m --------- h m -------- = 1 .—- = l .
ac-+0 ^ 3C—►o ^ COS X X—►o ^ 3C—►() c o s X 1

,. sen kx ,. , sen kx
2) l i m --------- = li mA; — ------ =k lim = k (l;= c o n s t ).
ac-^O ^ x-*-0 x-o (kx)
(fex-^0)
54 CALCULO DIFBREINCIAL B INTEGRAL

. 2 sen* sen - -
1 — COS ar 2 2 ^ M r.
3) h m --------------— l i m ------------ = lim — — s e n - —= 1 0 = 0.
x-^O ^ x-^0 ^ x->0 ^ ^

sen aa; sen a x


lim
,, sen aa: a aa: a x->o
4) lim __Q =lim -Q-
*_0 sen P* P sen p j p sen p x
px »-+o P*
a l a
= -^ * Y = -^ (a = con st, p = const).

§ 7. o núm ero e

Consideremos a grandeza variável

0 +^)
onde n é uma variável crescente tomando sucessivamente os valores
1. 2. 3. ...
Teorema — 1. A variável lintíte compreendido
entre 2 e 3 quando n -» oo.
Demonstração — Segundo a fórmula do binómio de Newton pode*
mos escrever:
( a > A , n i , n { n - i)
l l + — I = 1 H---------- ------------ - X
\ nJ í n 1-2
^ n Y n{n-i)(n-2) (
\n) 12-3 \n) ’
n (ra — 1) (n — 2) . . . [re — (re — 1)] ^ 1
. . . + ( 1)
1 -2 . . . . -ra
Efectuando certas transformações algébricas evidentes (1). encon­
tramos:
(i+i) + +

• + r 2 ^ 0 - 7 ) ^

^ -!)
0
( 2)
LrIMITE E CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES 55

Verifica-se desta última igualdade que a grandeza variável


+ — j é uma variável crescente quando n cresce. Com efeito,
quando se passa do valor n ao valor n + \ cada termo desta soma
aumenta

1.2 \ n) 1 -2 V n + l/

e mais um novo termo aparece. (Todos os termos do desenvolvimento


são positivos.)
Mostremos que a grandeza variável ^ limitada. No­

tando que ( l - - ^ ) < 1 ; < 1, etc., obtém-se da

expressão (2) a desigualdade


/ 1 \n 1 1 i
+ <1 + 1+ —
1-2 + 7 — .
1 -2 .3 + ••• + 1 -2 - . . . n
Por outro lado,
1 1 1 J_. 1
1 - 2 - 3 - 4; <' 2’
os ’' < <)n -l
1-2-3 ' 2* ' 1- 2- . . . -n ' 2
Podemos escrever a desigualdade

(( i + _í )Y < i + i + _1 +1 _ + . ,+ 1

^ ^
Os termos que sublinhamos constituem uma progressão gemnétrica
de razão q = — ,c cujo primeiro termo é a = 1. Daí

< ‘ + [' + Í + ' ? + " + 2^ ‘ l “

<3.
=■ ‘ ‘ + 1' - ( i ) " 1
56 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Por conseguinte, para todos os n temos:

(*+r)
Resulta da desigualdade (2)

Assim deduzimos a dupla desigualdade

(3)

Provamos que a variável ^1 + - ^ j é limitada.


( O""
Recapitulando, vemos que a variável 1^"^“ " ^ ) é crescente c
limitada; segundo o teorema 7 do § S ela tem um limite. £>esigna-se
este limite pela letra e.
( í Y
Definição — Chama-se número e o limite da variável I 1 + — I
quando n -> oo. / . ^
^= lim 1+ 1 ) (*)
u-^oc V n, /

Resulta da desigualdade (3), em virtude do teorema 6 § 5, que


o número e verifica a dupla desigualdade 2 ^ e ^ 3. O teorema está
demonstrado.
O número e é um número irracional. Indicaremos no seguimento,
um método que o permite calcular com a precisão desejada. O valor
10
aproximado deste número a menos de
e = 2,7182818284.. ( »

Teorema — 2. A função ^1 t — ^ tende para o limite e quando


X tende para o infinito, isto é.

u ..( l + i ) . .

(*) Pode-se demonstrar que e quando /!—> o o , mesmo ae n


nâo for uma variável cresoente.
L n flT B B CONTINUIDADB DAS F0NC0BS 57

/ íY
Demonstração — Provamos que ^ quando n tende
para infinito tomando valores positivos inteiros. Suponhamos agora
que x->oo tomando valores fraccionários ou negativos.
1) Seja + 00. Cada valor de x está compreendido entre dois
números positivos inteiros:
n - ^ x < . n - ^ 1.
Neste caso teremos as desigualdades seguint^:

^ ^ ’
n X w + 1

1 1
1 + —> 1 + - > 1
n X n-\-\

Se X-> 00, é evidente que n oo. Calculemos o limite das variá-


vds entre as quais está compreendida a expressão .

li. (l + i r = lim ( , + i ) " ( i + i ) l


n^^oo\ n) n-^+oo\ nj \ ' n)

= lim ( l + —) • lim ( l + —] = e-l = e,


„^+oo\ » / n^+oc\ n)

íl+ — n
= lim ^-----l ± l Z _ =
n-^+oo V 7l->+0O 1
Al + 1

lim ( l +^
n-^+oo V
^1 / r

n-*-+oo \ n -|-l/
logo, (s^undo o teorema 4 § 5)
lim (1 + — 1 = (4)
^_+ac\
58 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

2) Seja — 00. Introduzamos uma nova variável r — — (x + 1)


ou X = — (/ + 1). Quando /-» + oo tem-se x — oo. Pode-se
escrever
l™ f l + i V - l i m f l ____ L p _

= fi± L V " ^ =
<-►+ «> \ í + 1 / <-►+ <» \ t /

= lim ( l + — lim (l + J - V [ l + i - ] = e l- - e.
t-^ + oo V t / <-►+ 00 V * / \ If

o teorema está demonstrado. O gráfico da função í/ = ( i + y )


está traçado sobre a figura 45.

Se se põe — = a na igualdade (4), tem-se o -> 0 (mas « ^ 0)


quando x -» oo e tem-se

l i m (1 + a) “ — e.
a ->0
Exemplos —

•' (< + !)" ( - + 4 ) ’ =


LIM ITE E CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES 59

= lim + • l i mf l H— • lim ( 1 + — =
X->oo V ' X ) x^ oo V X ) x-^o:> V ' X )

3) lim ( 1 + — l i m ( 1+ — =

4) lim f Í ± Í V + ' = l i m í - Í = l ^ ) " + ' =


X-¥Oa \ ^ 1/ X-^CO \ X 1 /
= l,„ ( , + ^ p = U„ +
jc->oo \ X 1/ ac->oo V X
X - 1/

4 \v
lim ( l + l ) ‘'+ ^ = lim lim ( l + ± ) ‘ = .4 .i = e^.
y—
>oo V y/ y-^co V y/ y-¥oo V yf

§ 8. Logaritm os neperianos

Definimos no § 8 do capítulo I a função logarítmica y = log^ x.


O número a chama-se base do logaritmo. Se a = 10, y chama-se o
logaritmo décimal do número x que se designa pela notação y = log x.

Conhece-se as tábuas dos logaritmos decimais a partir do curso do


ensino secundário; estas tábuas chamam-se tábuas de Bríggs, do nome
do sábio inglês Briggs (1556 — 1630).
Chama-se logaritmos naturais ou logaritmos neperianos aos loga­
ritmos cuja base é o número e = 2,71828..., do nome de um dos
primeiros inventores das tábuas de logaritmos, o matemático Neper
(1550-1617) (♦). Logo, se = jc, y diz-se o logaritmo natural do
número x. Escreve-se então y = Log x, em vez de y = log^ x. Os
gráficos das funções y = Log x e y = log jc são dados sobre. a
figura 46.(*)

(*) As primeiras tábuas de logaritmos foram elaboradas pelo matemático


suíço Bürgi (1552-1632) com uma base vizinha do número e.
60 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Estabeleçamos agora a relação que existe entre os logaritmos deci­


mais e naturais de um mesmo número x.
Seja y = log X ou jc = 10*'. Tomemos o logaritmo da base e dos
dois membros desta última igualdade. Encontramos Log x = y Log 10.
1
donde y LõglÕ^°® ■*’ >'
1
log X = Log X.
Log 10
Assim, se se conhece o logaritmo natural do número x, obtém-se
o seu logaritmo decimal multiplicando o logaritmo natural de x pelo
1
factor M — jo ' ^ 0,434294 que é independente do número x,
O número M chama-se módulo de transição dos logaritmos naturais
aos logaritmos decimais:
l o g x = M- hogx.
Pondo nesta igualdade x = e encontra-se o valor do número Af
expresso com o auxílio dos logaritmos decimais:
log e = M (Log e = í ) .
Os logaritmos naturais exprimem-se com o auxílio dos logaritmos
decimais pela fórmula:

Log^ = — log
M
onde

— = 2,302585.
M
§ 9. Continuidade das funções
Seja y = f(x) uma função definida
para o valor jc = JCo e numa certa vizi­
nhança de centro Xo. Seja yo -- / (xo).
Se se dá à variável x um acréscimo Ax ' positivo ou negativo
(isso não tem aliás nenhuma importância), ela fica Xo + Ax, e a
função y sofre igualmente um acréscimo Ay, O novo valor da função
é yo + ^y = f(xo + Ax) (fig. 47)
o acréscimo da função é dado pela fórmula
Ay = / (xo + Ax) — / (xo).

Definição— 1. A função y = f(x) diz-se contínua para o valor


X = X, (ou no ponto x = x,) se ela está definida nwna certa vizi-
L IH ITB B CONTINUIDADB DAS F0N C0B 8 61

nhança do ponto Xo (e igualmente no ponto x«) e se


lim Aí/ = 0 (1)
ãx->-0
ou, o que 6 o mesmo,
lim [/ (xo + Ax) — / (xo)] = 0. (2)

Geomètricamente a continuidade duma função num dado ponto


significa que a diferença das ordenadas do gráfico da f u n ^ y — f i x)
nos pontos Xo + Ax e Xo é arbitràriamente pequena em valor absoluto
desde que | Ax | seja suficientemente pequeno.
E xem plo— l. Provemos que a funçSo y = x* é contínua em todo O
ponto Xg. Com efeito,
i/o= ^2. í'o + Aír = (xo+Ax)*,
Ay= (Xfl + Ax)2—xl = 2ioAx+ Ax2,
lim A y = lim (2 x o A i-t-A ± 2 )= 2 i lim A x -|- lim Ax- lim A x = 0
Aac-vO Aaí->»0 Aac->0 A x-^ 0 A x-^ 0

independentemente da maneira como á x tende para zero (v. fig. 48, a» 6).

Exemplo — 2. Mostremos que a funçSo y « sen x é contínua em todo


o ponto Xq, Com efeito,
yo = sen xq, yQ-{-Ay = sen (xq + Ax),
Ax
Ay — sen (x q + Ax)— sen xq = 2 s e n - ^ -c o s
* ^
Ax
Demonstramos que lim sen ^ = 0 (exemplo 7 § 5). A função
Ax-*-0 ^
COS f ^ 1 é limitada. Logo, lim Ay = 0.
V J Ax-^0
Por raciocínios análogos aos dados nos exemplos 1 e 2 poder*
-se-ia, considerando separadamente cada função elementar, demonstrar
o teorema seguinte.
Teorema — Toda a função dementar é cortíinua em todo o ponto
onde ela é definida.
62 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

A condição de continuidade (2) pode escrever-se como se segue:


lim / { xq + Ax) = f ( xq )
Ax-^O
OU
lim /(x) = /(xo),
ac-►Xo
mas
Xq = lim X.
X-^Xq
Por conseguinte,
lim f{x) = f (lim x), (3)
X-^Xo X-*^Xo
isto é, que para encontrar o limite duma função continua quando
x-^Xo, basta substituir a variável x na expressão de f(x) pelo seu
valor jco.
Exemplo — 3. A fuoçSo y é contínua em todo o ponto Xq c, por
consequência,
lim = lima;2 = 32 = 9.
X~¥XO x->-3
Exemplo — 4. A função y = sen x 6 contínua em todo o ponto e, por
consequência.
lim sen a: = sen — = —
Ji _ T /2
ffi 4 2
^-4
Exemplo — 5. A função > = é contínua em todo o ponto e, por
consequência,

,lim e^ = e°'.
x-^a

Exemplo — 6. lim lim — Log (1 -fa:) = lim Log [(1 + a:)*].


x-^0 ^ x->>0 ^ ac-^O
Ora l i m ( l + x ) ^ = e; a função Log z é contínua para z > 0 e, por
i 1
conseguinte, para z = e, tem-se lim LOg [(l + ar)*] = Log [ l i m (1 + a:)*] == Log e = í,
x-*-0 X-+0

Definição — 2. Uma função y = f(x) continua em todo o ponto


do intervalo (a, b), onde a < b, diz-se contínua neste intervalo.
Se a função é definida para x = a e se lim / (jc) = / (à), diz-se
X-vO+0
que a função / (x) é contínua à direita no ponto x = a. Se lim / (x) =
*-►6-0
= / (b), diz-se que ela é contínua à esquerda no ponto x = b.
a função f(x) é continua on cada ponto do intervalo (a, b),
bem como nas extremidades desse intervalo, diz-se que a função f(x)
i contínua no interveio fechado ou no segmento [a, 6],
LIMITE E CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES 63

Exemplo — 7. A função y é contínua em todo o intervalo fechado


la, b], o que resulta directamente do exemplo 1 .

Se uma das condições que exige a continuidade não é satisfeita,


isto é, se a função f (x) não está definida no ponto x = Xo ou que
o limite lim f(x) não existe neste ponto, ou seja, ainda que
lim quando x tende arbitrariamente para x, se bem que
X-i-XQ
as expressões à esquerda e à direita da desigualdade existam, a
função >^ = / (jc) diz-se descontínua ao ponto x = Xq. Neste caso o
ponto X = Xo diz-se ponto de desconíinuidade da função,
1
Exemplo — 8. A função y— ^ descontínua no ponto x = 0. Com
efeito, pura x = 0, a função não é definida:
1 1
lim —= + o o ; lim — = — oo.
^-►0+0 ^ x-^0—0 ^
(ver fig. 35). Vê-sc fàcilmente que esta função é definida para todo o valor
de X ^ 0.
1
Exemol^ — 9. A função y= é descontínua no ponto x = 0. Com

efeito, lim oo, lim 2^ = 0. Para x = 0 a função não é definida (fig. 49).
x->04-0 nc-^0—0

y.
‘ y~f(x)
1
0
y-Sii) -1
Fig. 49 Fig. 50

X ^
Exemplo — 10, Consideremos a função / ( x ) = -— p. Para x < 0, r=
1^1 1^1
= — 1; para x > 0, = 1. Logo, lim / (x) = lim . .iL = — 1; lim / (x) =
1^1 ac-).Ü-Ü JC-^0-0 1^1 ac->0+0
X
=r lim -— r = 1 ; para x = 0 a função não é definida. Assim, provamos que
.v_^ü+0 1^1
X
a função / (x) = é descontínua no ponto x = 0 (fig. 50).
Â
E xem plo— 11. A função y = s e n _ , estudada no exemplo 4 §3, é des-
X
contínua para x = 0.
64 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Definição — 3. Se a função / W é tal que os limites lim / (a) =


«-►xo+o
= / (jco + 0) e Um / (jr) = f(xt — 0) existem e são finitos mas que
?c->oco—0
lim / (x) lim / (x) ou que o valor da função / (x> não é determi-
*-►*0+0 ü
nada no ponto x = Xo, o ponto jc = jcq chama-se ponto de desconti-
nuidade de primeira espécie. (Por exemplo, o ponto jc = 0 é um ponto
de descontinuidade de primeira espécie para a função do exemplo 10.)

§ 10. Propriedades das funções contínuas


Neste parágrafo exporemos certas propriedades das funções con­
tinuas num segmento. Estas propriedades serão enunciadas sob a forma
de teoremas sem demonstração.
Teorema— 1. Se a função y = f (x) é contínua sobre o segmento
[a, b] (a < x < b), então, existe pelo menos um ponto x = Xi tal
que 0 valor da função neste ponto
y satisfaz « desigualdade
^ ^ f (x,) > f (x).
onde X é um outro ponto qualquer
deste segmento; do mesmo modo
existe pelo menos um ponto X2 tal
•r que o valor da função neste ponto
satisfaz a desigualdade
Fig. 51
f (X2 ) < f (x).
Chamaremos / (jCi) o maior valor da função y = f(x) sobre o
segmento [a, b] e fixz) o menor valor da função f{x) sobre esse
segmento. Pode-se, então, enunciar este teorema como se segue:
Toda a função contínua no segmento a < x < b atinge pelo menos
uma vez sobre este segmento, o seu valor máximo M e o seu valor
mínimo m.
A significação deste teorema está claramente esclarecido pela
figura 51.
blota — O teorema enunciado deixa de ser verdadeiro se a função
é dada num intervalo aberto. Assim, por exemplo, para a função y = jc,
dada no intervalo 0 < .^ < 1, não existe máximo ou mínimo. Com
efeito, não existe máximo e mínimo valor para a variável jc neste
intervalo. (Não existe ponto mais à esquerda, porque qualquer que
seja o ponto jc* escolhido, pode-se sempre indicar um ponto mais à
esquerda, por exemplo, o ponto Do mesmo modo. não existe ponto
LIM ITE B CONTmUIDAEB DAS FUNÇÕES 65

mais à direita, e, eis porque não pode existir nem máximo nem
mínimo valor para a função y — x.)
Teorema — 2. Se a função y = f(x) é continua sobre o segmento
[a, b] e se os valores nas extremidades deste segmento são de sinttís
contrários, existe, então, pelo menos um ponto x = c entre os pontos
a e b, t(d que a função se anule nesse ponto:
/ (c) = 0, a < ic < ib .
A interpretação geométrica deste teorona é muito simples.
O gráfico da função continua y = f (x). reunindo os pontos Afi [a, f (o)]
e M^lb, fib)] onde f ( a ) < 0 e /(f> )> 0 (ou f { a ) > 0 c f {b)<0),
corta o eixo Ox pelo menos num ponto (fig. S2).

Fig. 52 Fig. 53

Exemplo — Seja a função y = x* — 2, .Vx=i =» — 1, Vx—2. — 6. Esta função


é continua sobre o segmento [1, 2]. Logo, existe pelo menos um ponto deste
segmento onde a função y = — 2 se anula. Com efeito, ~ ® t®*- 53).

Teorema — 3. Seja y = f (x) uma função definida e continua sobre


o segmento [a. b]. Se os valores desta função nas extremidades deste
segmento não são iguais f (a) = A, f (b) = B, então, qualquer que seja
0 número p. compreendido entre os números A e B. pode-se encontrar
um ponto X = c compreendido entre ã e h tal que f (c) = p.
O sentido deste teorema está claramente ilustrado pela figura 54.
Neste caso, toda a recta y = p corta o gráfico da função y — f (Jc).
~Nota — Notemos que o teorema 2 não é mais do que um caso
particular deste teorema, porque x A e B são de sinais diferentes
pode-se tomar p. = 0, visto que 0 está compreendido entre A e B.
9
66 CALCULO DIFBRBNCIAL B INTEGRAL

Corolário do teorema 3 — Se a função y = f (x) é contínua num


interveio e se ela atinge o seu vedor máximo e mínimo, então, ela toma
pelo menos uma vez gualquer valor intermédio compreendido entre o
mínimo e máximo vedor.

Com efeito, seja f (xi) = M, f (X2 ) = m. Consideremos o segmento


[Xi. X2 ]. Segundo o teorema 3, a função y = f(x) toma neste intervalo
qualquer valor n compreendido entre M c m. Mas o segmento [xi, X2]
encontra-se no intervdo considerado onde está definida a função / (x)
(fig. 55).

11. Comparação de infinitamente pequenos

a, P, V. . . .

vários infinitamente pequenos dependendo duma mesma variável x e


tendendo para zero quando x tende para um limite a ou para o
infinito. Cáracterizar-se-á a lei segundo a qual estas variáveis tendem
para zero pelo comportamento dos seus quocientes (*).
De seguida, servir-nos-emos das seguintes definições:

Definição— 1. Se 0 quociente— tem um limite finito e diferente


B ^ ct 1
dc zero, isto é, sc lim — = 9^=0, c, por conseguinte, lim -^ = — 0,
a p ^
então, os infinitamente pequenos a e j9 dizem-se infinitamente pequenos
da mesma ordem.
Exem plo — I. Seia a = x, p * s s e a 2 x em que x- »0. Os infinitamente
pequenos a e p slo da mesma ordem, porque
P sen 2* -
h m — = l i m -------------- = 2.
x->0 ^
(*) Suporemos que o infinitamente pequeno que figura em denominador
nflo se anula na vizinhança do ponto a.
LIMITE E CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES 67

Exemplo — 2. Os infinitamente pequenos x, sen 3jc, tg 2x, 7 Log (1 + x)


são todos da mesma ordem para x 0. A demonstração é idêntica à que
demos para o exemplo 1.
Definição — 2. Se o quociente de dois infinitamente pequenos-^
6 06. ^
tende para zero, isto é, se lim — = 0 (e, por conseguinte, lim -^ = oo),
06 P
então, o infinitamente pequeno p diz-se infinitamente pequeno de ordem
superior em relação a a o o infinitamente pequeno a diz-se infinitameníe
pequeno de ordem superior em relação a p.
Exemplo — 3. Seja a = x, /? = x»», n > 1 para x —> 0. O infinitamente
pequeno p é um infinitamente pequeno de ordem superior em relação a a,
porque
lim ~ = lim = 0.
ac->0 ^ 3c-^0
Inversamente, o infinitamente pequeno a é um infinitamente pequeno de
ordem inferior em relação a p.

Definição — 3. O infinitamente pequeno p diz-se infinitamente


pequeno de ordem k em relação ao infinitamente pequeno a st P
D
e são da mesma ordem, isto é, se lim—- = A ^ O ,

Exemplo — 4. Se a = x, = x», então, p é um infínitamente pequeno


da terceira ordem em relação a a quando x —> 0, porque

lim --^ = lim = \.


x-^Q a3

Definição — 4. Se o quociente de dois infinitamente pequenos—


6 ^
tendem para a unidade, isto é, se lim — = 1, os infinitamente pequenos
P t a dizem-se equivalentes e escreve-se a p.
Exemplo — 5. Seja a = x e ^3 = sen x, com x • *0, Os infinitamente
pequenos a e p são equivalentes, porque
sen X
lim -í.
X-+.0 ^
Exemplo — 6. Seja a = x, /3 = Log (1 + x) com x - 0. Os infinitamente
pequenos a e p são equivalentes, porque

Um k ”g ( l + ^) = i
oc-»-0 ^
(ver o exemplo 6 § 9).

Teorema— 1. Se a e p são infinitamente pequenos equivalentes,


a diferença a — p é, em relação a cada um deles, um infinitamente
pequeno de ordem superior.
68 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Demonstração — Com efeito,

lim —---- ^= lim í 1 ---- = 1 — lim — = 1 — 1 = 0 .


a \ a / a
Teorema — 2. Se a diferença de dois infinitamente pequenos a - - p
é um infinitamente pequeno de ordem superior em relação a a e p,
então, a e p são equivalentes.

Demonstração — Seja lim ^ ^ = 0, então, lim ( l — — ) = 0 o u


P a g \ cc)
im — = 0, ou ainda, 1 = lim— , isto é, a^::. p.
Se lim - p— = 0, então, limlj^-^ _ = 0, lim ^ = 1, isto é.
p.

Exemplo — 7. Seja a = x, ^ = o: + jc*, cm que x ~ ^ 0 . Os infínitamente


pequenos a e p sSo equivalentes, porque a sua diferença a = x^ é um
infinitamente pequeno de ordem superior em relação a a e a jS. Com efeito.

P—a =lim — = l i m x 2 = 0,
lim
«-►o ^ x->0

a —p X x2
lim — 5- ^ = l i m lim = 0.
3C-0 ^ + x->0 1 + ^'
X —I— 1 1
Exemplo — 8. Para jc -> oo os infinitamente pequenos a = — — c /5 = —-
x+ \ 1
são equivalentes, porque a diferença a — p = x ~ x^ é um infinita-
a
mente pequeno de ordem superior em relação a a e a ^9. O limite do quociente—
é igual a 1;

x+ 1
X2
lim -o- = lim -= lim ^ + í - = lim ( l + l ) = i .
P 1 X-VCX3 V ^ /

Nota — Se 0 quociente de dois infinitamente pequenos p não tem


tem limite e não tende para o infinito, p e a não são comparáveis no
sentido indicado.
Exemplo — 9. Seja a = jc, p ^ x sen — , cm que jc 0. Os infinitamente
"" . P 1 -
pequenos a t p não são comparáveis, pois que o quociente — = sen — não

tende nem para um limite finito nem para o infinito quando (ver
exemplo 4 § 3).
LIMITE E CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES 69

Exeroloioo
Calcular os limites seguintes:
,. -1- 2x + 5 ^ . 2. lim [2 senar — x + ctgxJ.Resp. 2.
1. lim --- !s-r—r — . Resp. 4. COS
x2 + l
X—2
3. lim — 7..1 . Resp. 0. 4. 1t o ( 2 - l - r ^ ) . I U . p . 2.
■v-^2 1 / 2 + x

4x«—2x^ + 1 6. lim . Resp. 1.


I - . 0O 3x3— 5
1 + 2+ ... + n 8. i , „ l » + W + . . . + 8 . I
Íl-^OO «2 n-oo «* 3
N o/a — Escrevemos a fórmula {k + !)• — A* = SA;* + 3A: + 1 para
1* 2, ...» n. ^3 I .

23— 1 3 = 3 .1 2 + 3.1 + 1 ;
33— 23 = 3.22 + 3-2 + 1 ;

(n + 1 )3 — n3 — 3;i2 + 3/1 + 1 ,
Adicionando-se membro a membro estas identidades» tem-se:
(n + l)3 = 3(12 + 2 2 + . . . + n 2 ) + 3 ( l + 2 + . . . + ^ ) + (/i + l ) .

(„ + 1)3 = 3 (13 + 2* + . . . + n2) + 3 + (« + 1),


donde
+ (yi + 1) (2/1+ 1)
12 + 2 3 + . . . + n 3 =
j*2_]_X_1 3a:2 — 2 x — 1
9. lim —A— , ^ • . Resp. oo. 10 . lim Resp. 0.
JC-4.00 2 x + o X -¥ 0 0 x3 + 4
. 4x3 — 2x 2 + x 1 x2— 4
1 1 . lim — 5- 0 , 0 ----- .R esp ,— . 12. l i m -------5- . Resp. 4.
x-^o 3 x 2 + 2x 2 x->2
jj3__1 j/ 1- — 5x + 6 „ 1
13. lim -------— . Resp. 3.
x->l ^ — 1 ÍL™ Í5"=12I+E- ***•"¥•
... x2 + 3 x — 10 „ . 16. lim y» + 3 y « + 2 y r 2
3 x 3 -5 x -2 y.^_2 í/3— !Í—6 5
4- a 3 + 4 u 2 + 4i^
17. lim — — —----- — . Resp. 0. 18. lim . Resp. 3x*.
u-> -2 (*^+ 2 ) (M— 3) /i->0 ^
_1
19. lim P T — ------1 Resp. — 1. 20. l i m ------ 7- .Resp. it. (n é um inteiro
1 —x3j x - l a: — 1
positivo.)
.. T/Í + x—1
2 1 . hm-í^^-----^---------.
1
Resp. — . 22 . lim J ^ ± l + , . I U 8p . ^ ^
x-vO ^ 2 * -4 V Í I I 2 - V 2 3
CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL
z?_

23. lim + —P 24. lim V i-i p 2


íc->0 y -j- ç2 — q p I 3 -
V ^— 1/
25. lim ----------- -— . Rcsp. i-— .
^ v a
x-^a ^ —fl ma 26. l i m I l i ± * ± í Í l l i . Resp. 1
X —►O X 2*
27. lim . Resp. 1.
X - + -f-o o y x 3 + l

Vx2 + l / ^
28. — Z i 4— • R®sp* 1 quando jc—> + oo, — l quando x —> — oo.

29. lim ( + 1 —y — í) . Resp. 0.

30. lim X (V ^ * + l — j:). Resp. 4 - quando x -> + oo, — « quando x — oo .


c->oo ^
31. 1 • sen ^ ,
h m - — . Resp. 1. 32. lim . Resp. 4.
*-► 0 tg z x-^O ^
sena —
Q A
33. lim — -3 — . Resp. -5 - . 34. lim ^ = - . Resp. -4 = - .
x-^0 9 «-► +0 V l — cosa: "1 /2

35. l i m x c t g x . Resp. 1 . 36. lim —1 2 COS t;


x-*»0

37. lim (1 — 2) tg -^ ^ . Resp. — . 38. l i m - ^ r '^ " .R esp . 4 .


2-*-l ^ Jl x->-0 3

39. lim + , R 2 COS n.


x-*.0 ^

, . tga: — sen a: ^ 1
40. 41. lim ( i H — ) * . Resp. «*
i a — ., ■■‘« - ■ ã ' X->(X) \ ^ /

42. lim ^ 1 — . Res p. Y * 43. lim R e s p .— .


x-^oo \ X/ e j_^QQ ^ x/ e

44. lim + Resp. e.


n^oo \ nJ
45. lim {fi [Log (n + 1)— L o g n l). Resp. 1 .
TI-+00

46. lim (1 + COS Resp. e». 47. lim . Resp.


x->0
LIM ITE E CONTINUIDADE DAS FUNÇÕES 71

49. lim (1 + 3 tg 2 Rcsp. c».


x-^O
50. lim (c o s — I .R esp. 1.
m —*-co \ ^ /

51. lim Resp. 1 para a —» + oo, 0 para a —> — oo.


a-^oo ^
sen a x
52. lim . Resp. ,

a* —1
53. l i m ---------- (a > 1). Resp. + oo para ^ - -f-oo, 0 para x —>— oo.

X -t-O O ^

54. l i m ; i [ a ^ — 1]. Resp. Log a. 55. lim . Resp. a — p.


n -¥ Q O *-►0
a x _ 3*
56- l i m ----- ^------- ^=T 5- • Resp. 1.
*-►0 s c n a x —s e n p x

Determinar os pontos de descontinuidade das funçSes:


X __ \
57. y = ’—.— »— - . Re s p . Pontos de descontinuidade de segunda e tp é d t
— 4) ■
para x = — 2 ; — 1 ; 0 ; 2.
1
58. ^ = x t g ^ . Resp. Pontos de descontinuidade de segunda espécie para x = r 0 et
X
2 2 2
a := it—
Jl
; ± 3n ’ ^ (2 n + l)n *

59. Determinar os pontos de descontinuidade da funçSo y = 1 + 2 e traçar


o gráfico desta função. Resp. Pontos de descontinuidade de segunda esptôe
para jc = 0 (y —> + oo para x —> 0 + 0, para x -> 0 — 0).

60. Entre os infinitamente pequenos seguintes (quando x —> 0) x*, V x (1 — x),


sen 3x, 2x cos x i)' tg'-^ x, xe^* determinar os infinitos pequenos da mesma
ordem de x assim como os infinitos pequenos de ordem superior e de
ordem inferior a x. Resp. Os infinitamente pequenos da mesma ordem s io
sen 3x e xe^^; os infinitamente pequenos de ordem superior sfto x* e
2x cos X ^ tg^ X, o infinitamente pequeno de ordem inferior é V^x (1 — x).

61. Entre os infinitamente pequenos seguintes (quando x —> 0) determinar oa


que são da mesma ordem que x : 2 sen x, tg 2x, x — 3x*, V 2x* + x*,
Log (1 + x), X» + 3x*. Resp. y tg 2x, x — 3x*, Log (1 + x).

62. Verificar que os infinitamente pequenos 1 — x e 1 — tHc são da mesma


1—X
ordem quando x -> 1. São equivalentes? Resp. lim — 37 = cs 3, logo^ estes
*->l 1—V X
infínitamente pequenos são da mesma ordem mas não são oquivatattes.
Capitulo m

DERIVADA E DIFERENCIAL

§ 1. Velocidade dom movimento


Consideremos o movimento rectilíneo dum corpo sólido, por
exemplo, o de uma pedra lançada verticalmente para o ar ou o do
pistão no cilindro do motor. Abstraindo-nos da forma e das dimensões
deste corpo, representá-lo-emos por um ponto material
móvel Aí.
A distância s percorrida por este ponto material
calculada a partir duma certa posição inicial Mo depende
As do tempo /, isto é, uma função do tempo:
s = f{t). (1)
Suponhamos que ao momento t(*) o ponto móvel M
se encontrava à distância, s da posição inicial Mo e
que no instante r + Ar o ponto se encontra na posição
Fig. 56 à distância s + As da posição inicial (fig. 56). Assim.
durante o intervalo de tempo Ar a distância s variou de As.
Neste caso. diz-se que a grandeza s recebeu um acréscimo As, durante
o intervalo de tempo Ar.
As
Consideremos o quociente ; dá-nos a velocidade média do
At
m ovim ento do ponto durante o intervalo de tem po Ar:
As
At ( 2)

A velocidade média não está sempre em condições de caracterizar


cxactamente a velocidade do movimento dum ponto Aí no momento r.
Se, por exemplo, o movimento é tal que a velocidade do móvel, muito
grande em princípio, tornando-se muito pequena em seguida, é evi­
dente que a velocidade média não pode exprimir tais particularidades
do movimento e dar-nos uma ideia certa da verdadeira velocidade do
movimento no instante t. Para exprimir, duma maneira mais precisa, a
verdadeira velocidade com o auxílio da velocidade média, seria necessário

(*) A q u i e n o se g u im e n to , d esig n a rem o s a v a riável e o s v a lo re s co n c re to s


q u e e la é su scep tív el d e to m a r para u m a m esm a letra.
DERIVADA E DIFERENCIAI, 73

escolher um intervalo de tempo Al mais pequeno. O limite para o


qual tende a velocidade média, quando At->0, caracteriza o melhor
possível a velocidade do movimento do móvel no instante t. Este
limite chama-se velocidade instantânea do movimento:
1-m -----
v = li (3>
A < - * -0 At

Assim, chama-se velocidade instantânea do movimento ao limite


do quociente do acréscimo do caminho percorrido Ar pelo acréscimo
do tempo Ar, qüando o acréscimo do tempo tende para zero.
Escrevamos a igualdade (3) sob uma forma mais explicita.
Como:
A s ^ f( t + A t)-f(t),
temos:
lim +
A/->0 Aí
Esta fórmula dá a velocidade dum movimento não uniforme.
Vemos, então, que a noção de velocidade dum movimento não uniforme
está infinitamente ligada à noção de limite. Só a noção de limite
permite definir a velocidade de um movimento não uniforme.
Vê-se, da fórmula (3'), que v não depende do acréscimo do tempo,
mas depende de / e da função /(O-
Exemplo — Achar a velocidade do movimento uniformemente acelerado
num instante qualquer t e no instante t = 2s, se a lei do movimento for

R e s o l u ç ã o instante / temos s = ^ — gí*, no instante / + A/ teremos

s + A s = - i í (í + AO* = y g (í* + 2 í A í + A <2).


Calculemos Ar:

As y g (í2 + 2íAí + AíO — gí* = gíAí + i - gAí*.

Formemos o quociente ;

As
-gt-\--^gAt ;
At At

temos por defíniçSo:


: lim lim ( g í + 4 - g A í ) = g í .
A í-v O A í ^ í_,o \ i J

Assim, a velocidade num instante qualquer t 6 igual ã v ^ gt, Quando


/ = 2 temos (v )t = 2 = g X 2 = 9 , 8 x 2 = 19,6m/s.
74 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

§ 3. Definição da derivada
Seja
y = f{^) (1)

uma função definida num certo intervalo. Para cada valor da variável x
deste intervalo a função y = f(x) admite um valor bem definido.
Suponhamos que se dá à variável x um acrésdmo Ax (positivo
ou negativo, não importa). A função y recebe, então, um acréscimo Ay.
Assim, para os valores x e x + Ax da variável tonos respectivamente
y = / (x ) e y + Ay = / (X + Ax).
Calculemos o acréscimo Ay da função y:
Ay = / (x + Ax) — / (x). ( 2)

Formemos o quociente do acréscimo da função e do acréscimo


da variável independente

Ay _ f (x -j- Ax) — f (x)


Ax Ax (3)

Calculemos o limite deste quociente quando Ax. tende para zero.


Se este limite existir, chama-se derivada da função f(x) e. designa-se
pela notação f(x ). Assim, por definição.

/ '( x ) = l i m ^
Ax-^0 Ax
OU

f ( x ) = lim (4)
Ax-^O Ax

Chama-se, pois. dioívada da função y = f(x) em relação a x


ao limite para o qual tende a 'razão do crescimento da função e o
crescimento da variável independente quando este último tende para zero.
Notemos que geralmente para cada valor de x a derivada f (x)
tem um valor determinado, isto é. que a derivada é igualmente uma
função de x.
Empr^a-se igualmente as seguintes notações para designar a
derivada
. . dy
í'- dx-
DERIVADA B DIFERENCIAL. 75

Designa-se o valor concreto da derivada para >x = a pela notação


f'(a) ou / | k= o
A operação que determina a procura da deriváda duma função
f(x) cbama-se derivação desta função.
E xem plo— 1. Seja a função y = x*.
Calcular a sua derivada y':
1 ) num ponto qualquer x \
2) no ponto jc = 3.
Resolução:
1 ) Quando o valor da variável independente é igual a x» temos y = x*.
Quando o valor da variável independente é igual a x + Ax, temos + Ay =
= (x + Ax)2.
Calculemos o crescimento da função:
Ay (x + A x )2 — x 2 = 2 x A x + (A x )2 .

Formemos o quociente :

A y _2zA z-|-(A z)2


-Az.
Passando ao limite encontra-se a derivada da função:

y ' = lim ' ^ - = lim (2 z + A z ) = 2 z.


Aac->-0 Ax->0
Assim, a derivada da função y = x^ num ponto arbitrário x é igual a:
y' = 2 z .
2) Para x = 3 temos:
y' 1 =3 x = 2 .3 = 6 .

1
Exemplo — 2 . ^ “ í calcular y \
Resolução — Seguindo a via indicada no exemplo anterior temos:

1 z — z — Az Az
Ay =
z + Az z z ( z + Az) z ( z + Az) ’
Ay 1
Az z ( z + Az) *

y ' = lim -Ay


^ = ,lim r 1
Az->0 Az L z (z + A z ) 1J = - — •

Nota — Estabelecemos no parágrafo anterior que se a ligação


funcional entre o caminho percorrido s por um ponto material móvel
e o tempo t é dada pela fórmula
s = f(t),
76 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

a velocidade v num instante arbitrário t exprime-se pela fórmula:


lim — = lim ./(^ + A 0 - / ( f )
At-^0 Aí Aí
Então
v = s 'i = f{t),
isto é, que a velocidade é igual à derivada C"), em relação ao tempo t
do caminho percorrido.

§ 3. Interpretação geométrica da derivada


Fomos levados à noção de derivada ao estudar a velocidade dum
corpo móvel (dum ponto), isto é, partindo de considerações mecânicas.
Agora vamos dar uma interpretação geométrica de derivada, não menos
importante.
Para isso, é preciso, antes de tudo, definir a tangente a uma curva
num dado ponto.

Dada uma curva, seja Mo um ponto fixo desta curva. Tomemos


sobre esta curva um outro ponto Mi e tracemos a secante Mo Mj
(fig. 57). Quando o ponto Mi se aproxima indefinidamente do ponto Mo
permanecendo sobre a curva, a secante MoMi ocupa diferentes posições
MoM'„ MoM"„ etc.
Se, quando o ponto Mi, permanecendo sobre a curva, se aproxima
indefinidamente do ponto Mo não importa de que l^do, a secante
tende a ocupar uma posição limite definida pela recta MoT, esta recta
é chamada tangente à curva no ponto Mo. (Mais adiante vamos precisar
o que entendemos pela expressão «tende a ocupar.)(*)

(*) Quando dizemos tderívada em relação a x t ou tderivada em relação


ao tempo t» nós subentendemos que durante o cálculo da derivada a variável
independente é respectivamente x ou r, etc.
DERIVADA B DIFERENCIAL 77

Consideremos a função f (x) e a curva que lhe corresponde num


sistema de coordenadas cartesianas (fig. 58)
y = fi^)-
Para um dado valor de x, a função tem por valor y = f (x).
Aos valores x e y corresponde um ponto Mo(x, y) sobre a curva.
Atribuamos à variável x um acréscimo Ax. Ao novo valor x + Ax
da variável independente corresponde um novo valor da função:
y + Ay = f (x + Ax). O ponto correspondente da curva será Aí» (x + Ax,
y + Ay).
Tracemos a secante MoAfi e designemos
por y o ângulo formado por esta secante com
o eixo dos X positivos. Formemos a relação
De acordo com a figura 58 tem*se:
Aj/ .
— = tg 9 .
Aj: (1)
Se agora Ax tende para zero, o ponto A/i
desloca-se ao longo da curva aproximando-se
indefinidamente de Mo. A secante MoMi move-se
em volta do ponto Mo e o Angulo y varia com Ax.
Se para A x - > 0 o ângulo y tende para um limite a, a recta que
passa pelo ponto Mo e que forma um ângulo a com o eixo dos x
positivos será a tangente procurada. Calcula-se fàcilmente o coeficiente
angular desta tangente:
Ay = /'(x).
t g a = lim tg(p= lim —
A*-*-0 Ax->0 A x

Por conseguinte.
/'(x) = tga, ( 2)

isto é, que o valor da derivada V (x) para o valor dado da variável x


é igual à tangente do ângulo formado pelo eixo dos x positivos e a
tangente à curva representativa da função y = f (x) no p<mto corres­
pondente Mo(x, y).
Exemplo — Encontrar a tangente do Angulo formado pela tangente à
curva y = AC* nos pontos Af, "> ( ~ 1> 0 (fiS- 59).

Resolução — Temos segundo o exemplo (1) do § 2 y' =: 2x. Por conseguinte:

tgai = í/'| ,= 1 ; tg«2 = y'|^^_, = —2.


78 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

§ 4. Funsões deriváveis
Definição — Se a função
y = f{3:)
( 1)
tem uma derivada no ponto x = Xo, isto é, se o limite

lim ^ = U m Ü 5 L + á â ^ lIW (2)


A ae-*-0 A x A x -^ 0 A x

existe, dir-se-á que a função é derivável para o valor x = x« ou, o


que equivale ao mesmo, que ela tem uma derivada neste ponto.
Se a função tem uma derivada em cada ponto dum segmento
[a, 6] ou dum intervalo {q, b). diz-se que ela é derivável sobre este
segmento [a, 6] ou respectivamente neste intervalo
(a. b).
TeOrma — Se a função y = f (x) é derivável
no ponto X = Xo, ela é contínua neste ponto.
Com efeito, se

lim ^ = f' ( xo) ,


Ax-^0 Ax
então.

Ax
em que y 6 uma grandeza que tende para zero quando A;c- 0. Ora,
^ y = í{^o) ^ x - \ - y A x ;
donde resulta que Ay 0 quando Ajc 0, o que exprime que a função
f(x) é contínua no ponto jco (ver § 9, capítulo II).
Assim, nos pontos de descontinuidade uma função não pode ter
derivada, A proposição inversa não é verdadeira, isto 6, se uma fun-
ção y = f(x) 6 contínua no ponto x =jCo, não resulta que ela seja
derivável nesse ponto: a função / (x) pode não ter derivada no
ponto Xo, Para justificarmos, consideremos alguns exemplos.
Exemplo — 1 . A função / (x) é definida sobre o segmento [0,2] da
seguinte maneira (ver fig. 60):
f(x ) = x para
/(a:) = 2x—1 para l< :r< 2 .
Esta função não tem derivada no ponto x = 1 , ainda que seja contínua
neste ponto.
DERIVADA E DIFERENCIAL 79

C om e fe ito p a ra Ajc > 0, tem os:

Ita /_(1 + A x ) - / ( 1 ) ^ t2 (l + A x ] - l ] - [ 2 J - _ l ] ^
Ax-vO Ax->0 Ax-»-0
para Ajc < 0, temos:

ii„ ü l ± M = í i l i _ ito J 1 ± M = 1 _ ito i i - i .


Ax-^0 Ax->-0 Ax-*-0

O lim ite co n sid era d o d ep en d e, p o is, d o sin a l d e A jc e, p or c o n seg u in te,


a fu n çã o n ã o tem d erivad a n o p o n to jc = 1 (*). G eo m è tric a m en te is s o q u er
dizer qu e n o p o n to jc = 1, esta «cu rvai n ã o tem
tan gen te d efin id a .
A co n tin u id a d e desta fu n çã o n o p o n to n = 1,
resulta de

A j/ = A x para A x < 0 ,
^ y = 2^ x para Az>0,
e, por co n seg u in te, in d ep en d en te do sin al de Ax,
A> —» 0 q u a n d o A jc —^ 0.

Exem plo— 2. A fu n çã o y= 'Vn, cu jo grá­


fico é d a d o pela figura 61, é d efin id a e co n tín u a
para to d o s o s v a lo res da v a riável x.
V a m o s ver se esta fu n çã o tem d erivad a para x= 0 . P ara isso , c a lc u le m o s
o v a lo r d esta fu n çã o n o s p o n to s jc = 0 e jc = 0 + A jc; para x = 0, te m o s y = 0;
para x = 0 + Ax te m o s y + Ay = V(Ax), d on d e

A í/= { ^ (Ã I )‘.

P ro cu rem o s o lim ite da razão d o crescim en to da fu n çã o e o c rescim en to


da v a riá v el in d ep en d en te

lim lim Í S = l im +co.


Ax->0 Ax-^0 Ax-»-0 y Ax^

A ssim , a ra zã o d o crescim en to da fu n çã o e o crescim en to d a v a riável


in d ep en d en te para x = 0 ten d e para in fin ito q u a n d o Ax 0 (e, p or c o n se ­
guin te, o lim ite n ã o existe). A fu n çã o con sid erad a n ã o é, p o is, d eriv á v el n o

p o n to X = 0. A ta n g en te a esta curva form a n este p o n to um â n g u lo igu al a

co m o e ix o O x, isto é, que ela co in cid e com o e ix o O y.

§ 5. Cálculo da derivada das funções elementares.


Derivada da função y = x'^ para n inteiro e positivo
Para calcular a derivada duma dada função y = f (jc), deve-se
em virtude da definição da derivada efectuar as operações seguintes:

(*) S eg u n d o a d e fin içã o d e d erivad a, o q u o cien te


Ay d ev e ten d er para

um limite determinado quando Ax * ’ 0 independentemente da maneira com o Ax


tende para zero.
80 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

1) dar um acréscimo Ax à variável x, calcular o valor correspondente


da função:
y-f- Ay = /(x + Ax);
2) calcular o crescimento correspondente da função:
Ay = / (a: + Ax) — / (x);
3) formar a razão entre o crescimento da função e o acréscimo da
variável:

Ax Ax
4) calcular o limite desta razão quando Ax -> 0:

y = lim i i „ /( » + A » ) - / ( x )
^*-► 0 Ax Ax-»0 Ax
Adoptamos aqui e nos parágrafos que se seguem este processo
geral de cálculo da derivada de certas funções elementares.
Teorema — A derivada da função y = x”, em que a é um número
inteiro positivo, é igual a nx®^, isto é.
71 — 1
se y = x", então, y = n x (I)
Demonstração — Seja a função y = x".
1) Se X sofre um crescimento Ax, então.
y + Ay = (x + Ax)".
2) Utilizando a fórmula do binómio de Newton temos

Ay = (x + Ax)" - x" = x “ + | - x""^Ax +

+ ^n- 2 + ... (Ax)" - X"

OU

Ay = nx"^n -lA
^Ax. +. ^ ^x"~**(Ax)* + ...+ ( A x ) " .
1-2
3) Calculemos o quociente:

A y _______ n - l
■= nx I « (» —
•x"“ ^Ax +. . . . +(Ax)"
l ) , n - 2 A _ ,

Ax 1-2
DERIVADA B DIFERENCIAL 81

4) Achemos o limite deste quociente:


Ay I « (« -
y = lim — = lim \nx ----- — X
Ax-*-0 Ax Ax-^O I 1 • í.

. . . + (Aa:)"“ ^j = n x " “ ^,

logo, y = nx"-^, como se queria demonstrar.


E xem plo— l. y = **. v' = 5x®-‘ = 5**.
Exemplo — 2. V = x, y' = I 4J-» = 1 , y ' = l .
Este resultado tem uma interpretação geométrica muito simples; a tangente
da recta y = x coincide para todos os valores de x copi a própria recta e,
por conseguinte, forma com o eixo dos x positivos, um ângulo de 45° cuja
tangente é igual a 1 .
Notemos que a fórmula (1) é igualmente válida no caso em que n
i um número fraccionário ou negativo. (Isso será demonstrado no § 12.)
Exemplo 3. y =
Púnhamos esta função sob a forma
i

então, segundo a fórmula ( 1 ) (tendo em conta a nota precedente), tem-se:

1
-1
i/'r = y1x 2

2V i
E xem plo— A. y = ------
X yx
Púnhamos 3^ sob a forma:

y= x 2,
EntSo. 3 , 5
í /, = - y3x - 2 ~ ‘ 3 “ 2
=
2x2 Vx *

§ 6. Derivadas das fonsões y = sen x; y = cos x


Teorema— 1. A derivada do sen x é cosx. isto é,
se y = sen X. então / = cos x (II)
Demonstração — Consideremos na variável x um acréscimo àx.
Então:
1) y + Ay = sen (x + Ax);
82 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

2) Ay sen {x + Aa:) — sen x = 2 sen — - x

X íiX — X ^ Ax / . Ax\
X COS - = 2 sc n ---- co slx H ------ I;
2 V 2/
^ Ax ( , Ax\ Ax
2 sen — COS I x ----- I sen —
3)
Ay 2 V 2/
-------------------------------= -----------COS
2
Ax Ax Ax
y
Ax
sen-
( . Ax\
4) y '= lim — = lim —• lim COS I x -\----- I ,
Ax - > 0 A x Ax^O Ax Ax-o V 2/
y
mas como
Ax
sen

AX^O
l i m --------
Ax
= 1,
y
tem-se

y' = lim COS \ x | = cos x.


• Ax-o V 2/
A relação procedente é legitima pelo facto de cosx ser uma
função contínua.
Teorema — 2. A àerivadu do cos x é — sen x, isto é,
se y = cos jc, então, / = — sen x (III)
Demonstração — Consideremos um acréscimo Ao: na variável x.
Então:
y + Ay = cos {x + A;r);

Ay = cos{x + Ax) — cosx = — 2 sen— Ax — x ^


2
X — Ax —
j—
X sen
DERIVADA E DIFERENCÍIAL 83

Ax
í ^ A x\
í^x
2
Ax
sen
y = lim — = lim
Aoc-^0 Ax Ax->0 Ax
y
(*+f)=
sen

= — lim sen
(^+f)
Tendo eni consideração que sen x é uma função continua, obtemos
em definitivo:
/ = — sen *

§ 7. Derivadas duma constante, dom produto doma


constante por uma função, doma soma, dum produto
e da divisão de duas funções
Teorema— I. À derivada de uma constante é igual a zero. isto é,
se y = C em que C = constante, então, / = 0 (IV)
Demonstração — y = C é uma função de x tal que para todo
0 X 0 valor de y é igual a C.
Logo, qualquer que seja x
y = í { x ) = C.

Consideremos um acréscimo Ax (Axt ^O) na variável x. Uma vez


que a função y conserva o valor C, qualquer que seja o valòr da
variável independente, tem-se
y + ^ y = f{x-\- ^x)z=C .

Por conseguinte, o crescimento da função é igual a


^y = f { x + ^ x ) - f { x ) = 0
e a razão entre o crescimento da função e o crescimento da variável
independente é
ày
= 0.
Ax
84 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Logo,
y ' = lim ^ = 0,

isto é. y=0.

Este resultado admite uma interpretação geométrica simples. O grá­


fico da função y = C é uma recta paralela ao eixo Ox. A tangente
a este gráfico coincide evidentemente em todos os pontos com esta
recta e, por conseguinte, forma com o èixo Ox um ângulo cuja tan­
gente / é igual a zero.
Teorema — 2. Pode-se separar um factor constante de debaixo
do sinal de derivação, isto é.
se y = Cu (x) (C = const.), então, / = Cw' (x) (V)
Demonstração — Repetindo o raciocínio da demonstração do teo­
rema anterior tem-se
y = Cu(x);
y + ^ y = Cu(x + Ax) ;
Ay = Cu(x-j- Ax) — Cu (x) — C [u (x + Ax) — u (x)],
A y _^ lí (x + Aj) — u (x)
Ax Ax
u (x + Ax) — u (x)
'/ = lim — = C lim
A x - * 0 Ax Aaí-^0 Ax
isto é.
y = C u { x ) .

Exemplo — 1. y = 3 — p r ,
yx
_ ‘ _l 3 .

isto 6,

y —■
2x "[/x
Teorema — 3. A derivada da soma de um número finito de
funções deriváveis é igual à soma das derivadas destas funções (*).

(*) A expressSo y = u U ) — v ( x ) é equivalente a y = u (x) + (—1) i; (*)


e Íi' = [u (x )-|-(— 1) I^íx)^ = u' ( i ) + l — i; (x)]' = u' (x) — v' (x).
DERIVADA E DIFERENCIAL. 85

Por exemplo, para o caso de três funções temos:


y = u(x)-\-v{x)-\-w(x), y = u (x) v I x ) w ' (x). (VI)
Demonstração — Para o valor de x da variável independoite
y = u-{-v+ w.
(Omitimos a variável x na notação das funções para facilitar a escrita.)
Para o valor x + Ax da variável independente temos:
y + Ay = (u + Au) + (y + Ay) + (u> + Aw),

em que Ay, Au, Au, Aw são respectivamente os acréscimos das fun­


ções y , u, V, iv, para um acréscimo correspondente Ax da variável x.
Por conseguinte.
Ay Au Av . Aw
Ay: A -4-. AA y -4-
. A
A iy, — = -------1---------- 1---------
^x ^x ^x ^x
. T Ay Aw , Ay , Aiy
y — lim — = l i m ----- 1- h m ----- \- l i m -----
Ax Ax-^O Ax Ax^O Ax Ax-* 0 Ax
ou
y=u{x) + V {x) -f w {x).
1
Exemplo — 2. !/ =
T í’
1
_ -ã -‘
isto é.
-.‘ò { x ^ y — (x '")' = 3.4x3-
(- ) 4
1 1
!/' = 12i S +
3 xV'.
Teorema — 4. A derivada do produto de duas funções deriváveis
é igual ao produto da derivada da primeira função pela segunda mais
0 produto da primeira função pela derivada da segunda, isto i,

SC y = uv, então, y — u'v + mv' (VII)


Demonstração — Seguindo o raciocínio utilizado na demonstrado
do teorema anterior, tem-se:
y = iiv,
y + A y = (u -t- Au) {v + Av),
Ay — (u + Au Av) — uv = Auv -(- uAv -1- AuAv,
86 CALCITLO DIFERENCIAL. E INTEGRAL

Ay Au , Au , . Au
— = — v + u ---- [-Au — ,
Ax Aa: Aa: Aa:
Ay Au , Au , . Au
= hm — = hm — u-j- hm u ----- [- hm Au — =
A*->o Aar Ax->o Aar Aac->o Aa? a.x->o Aa^
Au
= ( lim — ) u -j- u lim — + lim Au lim
\Ax-^o Aa:/ Ax-^-o
A3c-»-oAa: ax-^o ax-^( Aar
(uma vez que u e v não depende de Ax).
Consideremos o último termo do membro direito

lim Au lim — .
A x -> 0 A x -> 0 A x

Sendo u{x) uma função derivável, também é continua. Então,


lim Au = 0. Além disso,
Ax->0 .
Au -
lim — = u oo.
A x - ^ o Aa:

Assim o termo considerado 6 igual a zero, e temos por fim:


y' = UV + UV\

Este teorema permite obter sem dificuldade a regra de derivação


do produto de um número qualquer de funções.
Assim, se considerarmos o produto de três funções
y = UUIU,

pondo-0 sob a forma do produto de u e de (vw), temos:


y = u' (vw) + u (vw)' = u'vw + u (v^w + vwO = w'wv + «v'ív + uvw'.
Este processo permite obter uma fórmula análoga para a derivada
do produto dum número qualquer (finito) de funções. Se y = UiUz
»Ujj t então,
y' = u;u2 . . . Un-iUn + UiU; . . . + U1U2 . . . Un-iUn-
Exemplo — 3. Sc y = sen jc, então
y' = (x^Y sen x-\-x^ (sen x y = 2x sen x + a:2 cos x.
Exemplo — 4. Sc y = V lc sen x cos x, então,

i/' = ( ’l/a : ) 'sen x c o s x -{ -’^ x (sena:)' cos '\ / x sen x (m - r)’

2Yx
1
3 - sen X cos x-\- l / x cos x cos x +v a: sen a: ( — sen x)

1 sen 2x
sen X cos a: + V ^ {cos'^ x — sen* x)z V ^ cos 2a:.
2 Va: 4 V^
DERIVADA E DIFERENCIAL 87

Teorema — 5. A derivada duma fracção (isío é, da divisão de


duas funções) é uma fracção cujo denominador é igual ao quadrado do
denominador da fracção considerada e o numerador é igual à diferença
do produto do denominador pela derivada do numerador e do produto
do numerador pela derivada do denominador, isto é,

u v — uv
se y = — , então y (VIID
V

Demonstração — Se A>^, òm e Av forem respectivamente os acrés­


cimos das funções y, u, t v para o crescimento àx da variável x, temos
u Au
y + Ay =
V A v'
u-\- Au u u Au — u Au
Ai/ =
v-\- Au V u{u-\- Au)
V Au — u Au Au Au
— u —u —
Ax Ax Ax
Ax i;(y + A i;) y (i;+ A i;)
Au Au ,, Au Au
— u —u — í; l i m -------M lim —
, Ay Ax Ax Ax-^o Ax ax-^oAx
y = lim — = lim
A x -> 0 A x -^ O u (v+Av) u lim {u + Ay)
A x -> 0

donde, tendo em conta que Av 0 quando Ax 0 (*), tonos


, u v — uv
y = — í— •
V

Exemplo — 5. Sc = . cntSo,

(x3)' COS X— (cos xy _ 3x2 cos x + o:3sen X


y = C 0 s2 X C u s2 X
Nota — Se a função considerada é da forma

u{x)
y=

(*) lim Av = 0 porque v (x) é uma função derivável e, por conseguinte,


Ax-^O
contínua.
88 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

em que o denominador é uma constante, em vez de utilizar a fór­


mula (VIU), para calcular a derivada, é preferível utilizar-se a fórmula (V):
. / I V í . u
^= (c ^) = c^ = c

Garo que este resultado pode ser igualmente obtido com a ajuda
da fórmula (VIII)
COS X
Exemplo — 6. Sc y = —^ . entSo.
, _(cos x y ___ sen X
y

§ 8. Deriva$ão dama função logarítmica


A
Teorema — A derivada da função logt, x é igual a — Ioga. e, isto é,
X
1
se y = \ogaX, então i / ' = —log„e. (IX)
X

Demonstração — Se Ay for o crescimento da função y = logo x


para um acréscimo correspondente A;c da variável x, então:
y + A i/ = l o g o ( x + A x ) ;
x-\- í^x
Ay = logo (X + Ax) — Ioga X = Ioga log<
X

Ax
Multipliquemos e dividamos por x a expressão do segundo membro
da última igualdade:
X
Ay 1 X / Ax\ 1 / A x\^
— = —--logallH ------- l = — l o g a l l H -------- 1 .
Ax .T Ax V X / X \ X /

Ajj
Designemos a quantidade por a. É evidente que « 0 quando
Ax tende para zero para um dado valor de x. Por conseguinte,

Ax X
DERIVADA B DIFERENCIAL 89

Ora, sabemos que (ver § 7, cap. II)

lim (l + a)® =e,


a->0
Se a expressão que figura sob o sinal do logaritmo tende para
o número e, o logaritmo desta expressão tende para logae (em virtude
da continuidade da função logarítmica). Donde temos, finalmente:
Av 1 ^ \
A * -» > 0 ^ = (X—
1™►O T^
- — lo?»
1
Considerando que Ioga e — podemos pôr a fórmula obtida
Log a
sob a forma:
y =—
X L oga ‘
Notemos um caso particular importante desta fórmula: se a = e.
então, Log a = Loge = 1, isto é.

se y = LogX, então, y ' = — , (X)


X

§ 9. Derivada duma função composta


Seja y = f(x) uma função composta, isto é. que pode ser escrita
sob a forma:
y = F{u), u = (f{x)

ou ainda y = F[(p (x)] (ver § 8, cap. I). Na expressão y = F («). u


chama-se variável intermediária.
Estabeleçamos a regra de derivação duma função composta.
Teorema — Se a função u = f (x) tem uma derivada u'x = / (x)
no ponto X e a função y = F (u) tem uma derivada y'u = F ' (u) para o
valor correspondente de u, então, no ponto considerado x a função
comporta y = F [y (x)] tem igualmente uma derivada igual a
j/;= n ( u ) q > '( x )
onde u deve ser substituído pela expressão \x = (x). Mais simplesmente
y'x = y'uK,
isto é, que a derivada duma função composta é igual ao produto da
derivada desta função em relação à variável intermediária u pela
derivada em relação a x da variável intermediária.
90 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Demonstração — Para um dado valor de x teremos:


u = (p(x), y = F(u).
Para o novo valor jc + Ajc da variável x, tem-se
u + Au = (x + Ax), y + Ay = /■(u + Au).
Assim ao crescimento Ax corresponde um crescimento Au ao qual
corresponde por sua vez um crescimento Ay; além disso, quando Ax 0
teremos Au -» 0 e Ay 0. Por hipótese.
Ay
hm — = yu-
A u -> 0 A l t

Desta relação e segundo a definição de limite temos (para Au ^ 0):


Ay . I
— = yu + “ > ( 1)
Au
onde a - ^ 0 quando Au -* 0. Escrevamos a igualdade (1) sob a forma
Ay = yúAu + aAu. (2)
A igualdade (2) é igualmente verificada para Au = 0 qualquer
que seja a, visto que neste caso ela se transforma em identidade 0 = 0.
Para Au = 0 poremos a — 0. Dividamos todos os membros da igual­
dade (2) por Ax:
Ay '^ ^ (3)
Ax Ax Ax
Por hipótese.
,. Au
lim — = u*, lim a = 0.
Ax->-0 Ax A
x->-0
Passando ao limite na igualdade (3) quando Ax 0 temos:
y'x = yu-uí, c.q.d. (4)
E xem plo— 1. Seja a função y = sen(jts). Calculemos yx- Escrevamos
esta funçSo sob a forma de função composta da seguinte maneira:

y = sen u,
Encontramos:
yu= COS u, U
x= 2x.
Por conseguinte, segundo a fórmula (4)
V
x= V
uUx= COS u-2x.
Substituindo u pela sua expressão em jc, temos finalmente:
yx = 2x COS (x^).
DERIVADA E DIFERENCIAL 91

Exemplo — 2. Seja a função y = (Log x)^. Calculemos yx . Podemos pôr


esta função sob a forma:

y= u = Log X.
Encontramos:

j í '= 3 u * . < = 4- .
Por conseguinte,

í,;= 3 u 2Xl= 3 ( 'L o”g x' ) aa?l.

Se a função y = f(x) puder ser posta sob a forma


y=F{u), u = (p{v), t>= il3(a;),
0 cálculo da derivada pode ser efectuado aplicando sucessivamente
0 teorema precedente.
Em virtude da regra que acabamos de demonstrar temos:

y'x = yWx-
Aplicando este teorema para calcular i/x temos:
lly- líjj Vx»
Substituindo a expressão de i/x na igualdade precedente temos:

y'x = yuuWx (5)


ou
y'x = K (u) <p» (v)
Exemplo — 3. Seja a função y = sen [(Log x)^]. Calculemos Ponhamos
esta função sob a forma seguinte:

y=senw, a==i;3, v= L ogx.


Encontramos:
i
y;=cos w;=3i;2, =—.

Por conseguinte, temos em virtude da fórmula (5):

y'x= í ' ú “ i ‘' i = 3 (C O S T ’

ou finalmente:

y'x = cos [(Log x ) 3 ] - 3 ( L o g ip — .

Notemos que a função considerada só é definida para x > 0.


92 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

§ 10. Derivadas das funções y = tg jc, y = cotg y — Log | x |


1
Teorema — 1. A derivada da função tgx é igual a —
COS X

se y — tg jc, então, / = (XI)


cos^x

Demonstração — Como

seno:
cosa:
temos em virtude da regra de derivação das fracções [ver fórmula (VIII),
§ 7, cap. III]:
' (sen x) COS x — sen x (cos x)
y = - — ^---------- i--------- ^--------=
cos^a:

COS a: COS a: — sena:(— sen x) cos^a: + sen^a:_____ 1


cos^a: COS* a: COS* a:
1
Teorema — 2. A derivada da função cotgx é igual a —
sen 2^
isto é,
^ , 1
se y = cotg JC, então, / = (XII)
sen* a:

Demonstração — Como

cosx
y=
sen a:
então.
, (cosa:)' sen a: — cosa: (sena:)'
y =
sen 2 a:
------------------------------------------------ -------------------------------------------■

— sen X sen x — cos x cos x sen* x + cos* x


sen* a: sen* a: sen* a:
Exemplo — 1. Sé y = tg V jc, então.

2 V x cos^Vx
DERIVADA B DIFERENCIAL. 93

Exemplo — 2. Se y = Log cotg x, entSo,


1
^ cctga:''"
t g a® : "c' t g cat g:z (V sen^xy
sen® x) co szsen x se n 2 x *

Teorema — 3. A derivada da função Lo g \x \ (fig. 62) é iguat


a — , isto é
X

se y = Log | x |, então, / = ~ • (xm)


Demonstração — a) Se > 0, então, | jf ] = jc, Log | Jc | = Log x
e, por conseguinte,
, 1
^ = x-
b) Seja X < 0, então, | x | = — x. Mas
Log lxl = Log(—x).
(Notemos que se x < 0, então, — x > 0.)

Ponhamos a função y = Log (— x) sob a forma duma função


composta pondo
y = Logu; u = — x.
Então,

y'x = y'uUx = — (—1) = — (—1) = -- •


U —X X
Logo, para os valores negativos de x encontramos ainda a fórmula
, 1
yx — X •

Assim, a fórmula (XIII) está demonstrada para todos os valores


de x ^ Q . (Para x = 0 a função Log | x | não é definida.)
94 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

§ 11. Função implícita e soa derivada


Suponhamos que os valores das variáveis x e y estão ligadas
entre si por uma equação que designaranos simbòlicamente por
y) = o. ( 1)
Se a função y = f(x) definida num intervalo (a, b) é tal que
substituindo a equação (1) y por /(x) esta equação se transforma em

Fig. 63

uma identidade em relação a x. então, a função f (x) é chamada função


implícita definida pela equação (1).
Assim, por e x ^ p lo , a equação:
+ — a®= 0 (2)
define implicitamente as funções elementares seguintes (fig. 63 e 64):

y= Vd (3)
y (4)
Com efeito, depois de ter substituído y por estas expressões,
a equação (2) transforma-se numa identidade:
X* + (a* — x ‘) — a* = 0.
As expressões (3) e (4) foram obtidas resolvendo a equação (2)
em relação a y. Mas não é sempre possível encontrar a forma explícita
duma função implícita, isto é, que não é sempre possível exprimi-la
sob a forma y = f(x) (*) em que / (x) é uma função elementar.
Assim, as funções definidas pela equação

ou
y -- X — sen ^ = 0

(*) Se uma funçSo é definida por uma equaçSo da forma y = f( x)


di2-se que ela é dada sob a forma explícita, ou que é uma função explícita.
DERIVADA E DIFERENCIAL 95

não se exprimem com o auxilio das funções elementares, isto é, que


não se podem resolver em y por meio das funções elementares.
Nota— 1. Notemos que os termos função implícita e função
explícita caracterizam o modo de expressão da função dada e não a
natureza desta.
Toda a função explícita y = f(x) pode ser posta sob a forma
duma função implícita y — f (x) = 0.
Indiquemos agora a regra que permite encontrar a derivada duma
função implícita sem a ter prèviamente posto sob a forma explicita,
isto é, y = f (x).
Suponhamos que a função é dada pela equação
— a ^ = 0.
Se é a função de x definida por esta equação, então, esta
última transforma-se em identidade.
Derivando os dois membros desta identidade em relação a x,
e supondo que y é função de x, temos (segundo a regra de derivação
das funções compostas):
2x + 2 y y ' = 0 ,
donde:

Notemos que se tivéssemos derivada da função explícita cor­


respondente
í = Va^ — x “,
teríamos tido
X X
y = —
Va* - X* y
isto é, o mesmo resultado.
Consideremos ainda um exemplo de função implícita:
j/®— í/ — x" = 0.
Derivemos em relação a x:
^y^y' — y' — 2x= 0 ,
donde
, 2x
y 6V - 1 ■

Nota — 2. Os exemplos considerados mostram que para calcular


o valor da derivada duma função implícita para um valor dado da
variável x. é preciso conhecer igualmente y para este valor de x.
96 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

§ 12. Derivada duma função potência quando o expoente é


um número real qualquer, derivada da função exponencial e da
função composta exponencial
Teorema— 1. A derivada da função x“, onde n é um número
real arbitrário, é nx"~^, isto é.
se y —^ então y' = nx" *. (I')
Demonstração — Seja x > 0. Tomando o logaritmo da função dada.
temos:
Log y = n Log x.

Derivemos os dois membros da igualdade obtida (em relação a x)


supondo que y é uma função de x:

y' 1
— =
1
n — y = yn j.
y X
Substituindo y pelo seu valor y = x", temos em definitivo:
y = nx
Demonstra-se fàcilmente que esta fórmula é também verdadeira
para x < 0 se tem um sentido (♦).
Teorema — 2. A derivada da função a* em que ã > 0 é a* Log a,
isto é,
se y = a^ então y = Log a. ÍXIV)
Demonstração — Tomando o logaritmo da igualdade y = a^, temos:
Logy = xLoga.
Derivemos a igualdade obtida supondo que é função de x:
— i/' = Log a ; y ' = y Log a
y
ou
y = a* Log a.
Se a base do logaritmo a = e. então Log e = 1 e temos a fórmula
y = e^, y = (XIV')

(♦) Anteriormente (§ 5, Capítulo III) demonstramos esta fórmula para


o caso de n inteiro positivo. Ela está demonstrada agora para o caso geral
(para todo o número n constante).
DERIVADA E DIFERENCIAL. 97

Exemplo — 1, Seja a função


y =
Escrevamo-la sob a forma duma função composta introduzindo a variável
intermediária u:

então,
Vu = ux = 2x.
e, por conseguinte.
yx = e^2x = 2x.
Giama-se função composta exponencial a toda a função exponen­
cial cm que a base e exponente são funções de x, por exemplo, (sen x)^,
(Lx)g x)®. etc., e em geral toda a função da forma

é uma função composta exponencial.


Teorema — 3.
Se y = u'’, então y '= vu”~ W u ^ v L o g u . (XV)
Demonstração — Tomemos o logaritmo da função y:
Log y — vLogu.
Derivando esta igualdade em relação a x, temoS:
1 1 , .
— u ' = v — u '-\-v Logu,
y "
donde
+ i’'Logw j

Substituindo y pela expressão temos:


y' = vu^~^u + u^uhogu.

Assim, a derivada duma função composta exponencial compreende


dois tennoa: oblém-se o primeiro supondo no decurso da derivação
que u é uma função de x e v uma constante (isto é, considerando u^
como uma fu n ^0 potência)\ obtém-se o segundo termo supondo que v
é uma função de x e u uma constante (isto é, considerando w> como
uma função exponencial)-
Exemplo — 2. Se y = então,
y' = xx^-^ (x') + x^ {x') Log X

if = + x^ Log a; = X* (1 -(- Log x ).


98 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Exemplo — 3. Sc y = (sen x) *•, então,


y' = (sCnx)**”^ (sen x)' + (sfcnx)*" (x^Y L o g sca x «=
= x^ (sén COS X + (acnx)** 2x Log sèn x.

O processo aplicado neste parágrafo para calcular a derivada


consiste em procurarmos primeiro a derivada do logaritmo da junção
dadai este processo é frequentemente empregado para encontrar a
derivada de certas funções, visto que, muitas vezes, ele simplifica os
cálculos.
Exemplo — 4. Seja calcular a derivada da função
■■ ( x + l ) « V ^
(* + 4 )* e *

Resolução — Tomando o logaritmo desta expressSo temos:

L o g y = 2 L o g ( a : + l ) + Y L o g ( x — 1 )— 3 L o g ( x + 4 ) — a:.

Derivando os dois membros desta igualdade, encontramos

- 1.
x + í^ 2 {x -^ í) x + 4

(x+i)2 y x —1
Multiplicando por y e substituindo y pela expressão
(x + 4)3 e*
temos:
( x + l ) » V j — 1 j-_ 2
(x+4)»e* + 1 ^ 2 ( x — 1) 1+ 4

Nota — A expressão y = (Log y)', a derivada do logaritmo nepe-


riano da função dada y = y (x). é chamada derivada logarítmica.

§ 13. Fansão inversa e soa derivada


Seja
y = /(a;) ( 1)

uma função crescente (fig. 65) ou decrescente definida no intervalo


(a, b) (a < b) (ver § 6, cap. I). Seja / (a) = c. / (b) = d.
Para fixar ideias consideremos uma função crescmte.
Ttxnemos dois valores diferentes Xj e X2 do intervalo (a, b). Em
virtude da definição das funções crescentes, resulta que se Xi < x. e
yi = f (Xi), y 2 = f (X2), então yi < yt. Logo, a dois valores diferentes
Xi e Xa correspondem dois valores diferentes yi e ^2 da função. Inversa­
mente, se y x < y 2 e y^ — f (xi), y 2 = f (X2), resulta da definição das
funções crescentes que Xi < X2. Assim, se estabelece uma correspon-
d&ida biunívoca entre os valores de x e os valores correspondentes de y.
DERIVADA E DIFERENCIAL 99

Considerando os valores de y como os valores da variável inde­


pendente e os valores de x como os valores da funç|o, obtemos x
em função de y:
x=^{y). ( 2)

Esta função 6 chamada função inversa da função y = i (jc). É evi­


dente que a função y — f(x) é a função inversa da função x = (p(jy)^
Demonstra-se por um raciocínio
análogo que a função decrescente
admite também uma função inversa.

Nota — 1. Limitar-nos-emos
a citar, sem a demonstrar, a pro­
posição seguinte: se a função cres­
cente (ou decrescente) y = f(x) é
contínua sobre o segmento [a, b\ e
/ (a) = c, f (b) = d, então, a fun­
ção inversa é definida e continua
sobre o segmento [c, d\.
E xem plo — 1. Seja a função y = jc^. Esta função é crescente no intervalo
infinito — 00 < X < 4- 00, ela tem uma função inversa x = ■'P^T"(fig. 66).

Notemos que se encontra a função; inversa <p{y) resolvendo


a equação y = f (x) em relação x.
Exemplo — 2. Seja a função y = e^. Esta função é crescente no intervalo
infinito — 00 < jc < -h 00. Ela admite para função inversa x = Log y. O domínio
de definição da função inversa é o intervalo 0 < y < oo (fig. 67).
100 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Nota — 2. Se a função y = f(x) não é nem crescente nem decres­


cente sobre um intervalo, ela pode ter várias funções inversas (*).
Exemplo —3. A função y = é definida no intervalo infinito — oo <
< X < + 00. Ela não é nem crescente nem decrescente e não admite função
inversa. Mas se considerarmos o intervalo 0 < jc < oo, vemos que esta função
é crescente neste intervalo e que a sua função
inversa 6 x = y íy ? N o intervalo — oo < < 0
a função é decrescente e admite por função
inversa a função jc = — (fig. 68).

Nota — 3. Se as funções y = f(x) e


X = (p(y) são respectivamente inversas, o
seu gráfico é uma mesma curva. Mas, se
designarmos de novo a variável indepen­
dente da função inversa por x q 2l função
por y e se traçarmos o gráfico destas duas
funções relativamente a um mesmo sistema
de eixos de coordefiadas, obteremos dois
gráficos diferentes.
Vê-se fàcilmente que estes gráficos são simétricos em relação à
bissectriz do primeiro quadrante.
Exemplo — 4. Sobre a figura 67 traçamos os gráficos da função y = e®
(ou o de JC = Log y) e a sua função inversa y = Log jc estudadas no exemplo 2.

Vamos demonstrar agora um teorema que permite encontrar a


derivada da função y = i{x) conhecendo a derivada da sua função
inversa.

Teorema — Se a função

y = f{x) ( 1)
admite uma função inversa
x = (f>{y) ( 2)

em que a derivada /( y ) num pomo dado y é diferente de zero, então,


a função y = f (x) possui no ponto correspondente x urrut derivada V (x)
A
igual a __z__ ; isto é, que temos a fórmula:
<p' iu)
(XVI)
<p. (y)
(*) Salientamos, uma vez mais, que ao dizer-se que y é uma função
de X» subentende-se uma dependência unívoca entre y e x.
DERIVADA B DIFERENCIAI. 101

Assim a. derivada de uma das duas funções reclprocamente inversas


é igual ao inverso da derivada de outra função no ponto con»derado (*(*).
Demonstração — Derivemos os dois membros da igualdade (2)
em relação a x, supondo que y é uma função de
l = cp'(í/)í/i,
donde
1
Vx-
\'(y)
Notando-se que y s = f (x), obtemos a fórmula (XVI) que pode­
mos pôr sob a forma:
1
yx = — -

o resultado obtido possui uma ilustração


geométrica muito simples. Considér^os o gráfico
da função y = f(x) (fig. 69).
Esta curva será também o gráfico da fun­
ção X = <p(y) em que jt é a variável dependente
e y a variável independente. Consideremos um
ponto qualquer M{x, y) sobre esta curva. Tra­
cemos a tangente à curva neste ponto. Designe­
mos respectivamente por a t fi os ângulos for­
mados por esta tangente com os eixos positivos
Ox e Qy. Segundo os resultados do § 3 relativos à significação geo­
métrica da derivada deduzimos:

/'(a:) = tga, 1
(3)
q>'(í/) = tgp- /
Jl
Resulta imediatamente da figura 69 que se a < • então

Jl
P = ^ -a .

(*) Quaaâo escrevemos f (x) ou y'x, supomos que durante o cálculo da


derivada a variável independente é x; igualmente, quando escrevemos 9 ^(y) ou
supomos que durante o cálculo da derivada a variável independente é y.
Notemos que depois de ter derivado em relação a y devem os substituir y
pela expressão f(x ) do segundo mem bro da fórmula (XVI).
(**) De facto, procuramos aqui a derivada da funçáo de x dada impli-
citamente pela equação x — 9 (y) == 0.
102 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

3ji
Se vê-se fàcilmente que p = — a . Por consegumte,
temos s ^ p r e
tgP = ctga,
donde
tgatgp = tgactga = 1
ou
tg a = -----.
tgp
Substituindo tg a e tg )8 pelos seus valores deduzidos da fórmula (3)
obtemos

9 (y)

§ 14. Fnnsões trigonométricas inversas e snas derivadas


1) A função y = arc sen x.
Consideremos a função
a: = sen y ( 1)
e tracemos o seu gráfico tomando para eixo Oy a vertical ascendente
(fig. 70).
Esta função é definida no intervalo
infinito — 00 < y < 4- 00. Sobre o segmento
~ ^ y ^ ^ a função x = sen y é cres­
cente e os seus valores preenchem o
segmento — 1 ^ x < 1. Eis porque a fun­
ção X = sen y tem uma função inversa que
se designa por
y = arc sen x (*).
Esta função é definida sobre o segmento
— l < x < l e os seus valores preenchem
O segmento — í/ <. y • O gráfico da
função y = arc sen x é representado sobre a figura 70 por um traço
a cheio.

(*) Notemos que a igualdade y = Arc sen x bem conhecida em trigono­


metria não é mais do que outra forma de escrever a igualdade (1). Aqui
(para x dado) y designa o conjunto dos valores dos ângulos cujo seno é
igual a jc.
DERIVADA E DIFERENCIAL 103

Teorema— 1. A derivada da função arcsenx é ■, isto


V T ^i
é» se
1
y = arc sen x, então, / = • (XVH)
V i-Z ®
Demonstração — Em virtude da igualdade (1) temos:
Xy = COSy.
Segundo a regra da derivação duma função inversa

y' = — = - í —
Xy COS y '
mas

cosy = V l — sen*í^ = V l — x®,


logo
1
Ux =
V i-x^

Tomamos o sinal + antes da raiz, porque a função y = arcsenx


3X Jif
toma os seus valores sobre o segmento — õ < y ^ -õ e que por con-
^ 2
seguinte cos y > 0.
Exemplo — 1. y = are sen e»,
1
y = ------- («*)'= — - .
V l-(e * )2 V (l- í.2 * )
Exemplo — 2.
y = ^arcsén “ »

1 1 / 1\'
í / ' = 2 a r c s e n --------- ------ ( — ) = — sen 2 arc sen ■

2) A função y = arc cos x.


Consideremos como anteriormente a função
X = cos y (2)

e tracemos o seu gráfico orientando o eixo Oy segundo a vertical ascen*


dente (fig. 71). Esta função 6 definida no intervalo infinito — oo < y <
104 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

< + 0 0 . A função X = cos y é decrescente sobre o segmento 0 < y < ir


e tem uma função inversa que se designa pela notação
y == arc cos x.
Esta função é definida sobre o segmento — 1 < x < 1. Os valores
desta função preenchem o intervalo ir > y > 0. O gráfico da função
y = arc cos x está representado sobre a figura 71 em traço cheio.
1
Teorema — 2. A derivada da função arc cos x é
V í-x^'
isto é.
1
SC y = arc cos x. então. / = (XVIII)
V l -X *

Demonstração — Encontra-se segundo a igualdade (2):


Xy = — sen y.

Por conseguinte.
1
' = 1 = -
Xn sen y V l — cos® 1/
Mas cos y = X, donde
1
yx= —.
Vi -X®
Na igualdade sen y = V i — cos® y toma­
mos o sinal mais antes da raiz, porque a
função y = arc cos x está definida sobre o
segmento 0 < y < t e que, por conseguinte,
sen >>> 0.
Exemplo — 3. > = arc cos (tg x \
1
(tg x )' =
l / l — tg2 X 1/i — tg^X COS^X '
3) A função y = arc tg x.
Consideremos a função
x = tgy

e tracemos o seu gráfico (fig. 72). Esta função é definida para todos
Jl
os valores de y, excepto os valores y = (2k + 1 ) (k = 0. ± 1 ,
DERIVADA E DIFERENCIAL 105

Jl fC
± 2. ...). A função jc = tgy 6 crescente no intervalo “ ^ ^ ^ T ®
admite neste intervalo uma função inversa que se designa por
y = arc tg X.
Esta função é definida no intervalo — o o < x < + oo.Os valores
3X 3X
da função preenchem o intervalo — O gráfico da função
y = arc tg X é representado sobre a figura 72 com traço a cheio.
1
Teorema — 3. A derivada da junção arc tg x é . ^ , isto é
1 X
1

visto que tg y = x. obtemos finalmente:


1
y =
1 +x*
Exemplo — 4. y = (arc tg jc)«.

y' = 4 ^arc tg x)3 (arc tg j;)' = 4 (arc tg x)»


1+ x* *
4) A função y — arc cotg x.
Consideremos a função
X — ctg y. (4 )

Esta fiinção é definida para todos os valores de y excepto os


valores y — kv (^ = 0, ± 1 , ± 2 , ...). O gráfico desta função está
106 CALCULO DirEiRENCIAL B INTEOBAL

representado, sobre a figura 73. No intervalo 0 < y < ^ a função


X = cotg y é decrescente e tem uma função inversa que designamos
pela notação:
y = arc ctg X.

Esta função'é, pois, definida no


intervalo infinito — o o < a c < + oo e
os seus valores preenchem o intervalo
> y > 0.

Teorema — 4. A derivada da
i
função arc cotg X é isto é.
1 + a:*
se y = arc cotg x,
1
então. / == — (XX)
1 -f- X*
Demonstração — Deduz-se da igualdade (4):

1
sea^y
Por conseguinte,

y ;= -se n * j,= _ . i_____


cosec* y 1 +ctg*y
Mas
ctg y = x.
Logo.
1
y*= —
i+ x ^

§ 15. Quadro das principids íónmilas de derivação


Reunamos em um quadro único as principais fórmulas e as
regras de derivação que demonstramos nos parágrafos precedentes:

y = const, y’= 0 .
Função potência:
y = x“ , y = a x .a-1
DERIVADA B DIFERENCIAL 107

em particular.
y^V x,
2Vx

y= —, y = -------------- r -

Funções trigonométricas:
y = sen x, y = COS X,

y = COS X, y'= — sen x ,

1
y= igx, y =
cos*x

y = c\,gx,
sen ® x
Funções trigonométricas inversas:

y= a rc sen x, y =

V i-X ^ ’

1
y= a rc cos x, y =
V í-X ^
1
y= a rc tg x,
l+ x * ’

1
y= a rc c tg x, y = —
1 + X®
Função exponencial:
y = a*, í/' = a''Loga;
em particular,
y = er y =e
Função logarítmica:
í/ = l0gaX, / = —logaC;
•C
em particular.
y = Logx,
108 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Principais regras de derivação:


yz=Cu {x}, y = Cu {x) {C = const),
y = u + u — w, y = u + v — w\
y = u-Vy y' = uu 4“
u , u v — uv
í/ = — » y = — I — »
V

y = f{u)^ \ fu (^) 9a: (^)»


u = ( p{x), )

y = u
V
, y'z= UU^~^U -\-U^u'LogU.

Se y = f (x), X = <f(y) onde f e <


/>são duas funções redprocamente
inversas, então:

r(x )= 4 -, onde y= f ( ^ ) -

^(y)

§ 16. Funções dadas sob s forma paramétrica


Sejam dadas duas equações:
X =cp(í), 1
( 1)
y = '^{t), )
onde í varia sobre o segmento [Ti, Tg]. A cada valor de t correspondem
dois valores x e y (supomos que as funções (p c ij/ são unívocas). Se
se considera os valores de jc e de como as coordenadas dum ponto
de um plano Oxy, a cada valor de t corresponderá um ponto bem
determinado desse plano. Quando t varia de Ti a Tz, este ponto descreve
no plano uma curva. As equações (1) dizem-se equações paramétricas
desta curva, onde / é chamado parâmetro e o processo que permite dar
a curva pelas equações (1) diz-se paramétrico.
Suponhamos em seguida que a função x = ip{t) admite uma função
inversa r = O (x), É, então, evidente que y é uma função de x:

y = tl5[Cl)(x)]. (2)

Assim, as equações (1) definem y em função de x e diz*se que


a função y de x é dada sob a forma paramétrica.
A relação y = f (x), exprimindo a dependência directa de y em
função de x, obtém-se eliminando o parâmetro t nas equações (1).
DERIVADA B DIFERENCIAL 109

As curvas dadas pelas equações paramétricas são frequentemente


empregadas na mecânica. Por exemplo, se um ponto material se
desloca no plano Oxy e se se conhece as leis do movimento das
projecções deste ponto sobre os eixos das coordenadas.
x=(p(t), 1
y = ^ {t), j
(1 )

onde o parâmetro / é o tempo, as equações (1') são, então, as equações


paramétricas da trajectória do ponto móvel. Eliminando destas equa­
ções o parâmetro t, deduz-se a equação da
trajectória sob a forma y = i{x) ou F (jc,
y) = 0. Consideremos o problema seguinte.
Problema — Encontrar a trajectória e o
ponto de impacto dum corpo pesado lançado
dum avião deslocando-se à velocidade horizontal
à altitude 3^^ (pode-se desprezar a resistência
do ar).

Resolução — Escolhemos o sistema de coor­


denadas indicado sobre a figura 74 supondo que
o corpo é largado do avião no próprio instante Fig. 74
em que ele corta o eixo Oy. É evidente que a
a deslocação horizontal do corpo será um movimento uniforme à velocidade
constante VqI
X = V()t.
A deslocação vertical dum corpo que cai sob o efeito da gravidade
exprime-se pela fórmula:
_ .
^ 2
Por conseguinte, a distância do corpo à terra em qualquer instante
exprimir-se-á pela fórmula
y^vo—^ ■
As duas equações
X=lfQt,
gt^
y=yo—
serão as equações paramétricas da trajectória. Para eliminar o parâmetro
tiramos o valor de t da primeira equação, e substituímos o valor / = — na
segunda equação. Então, a equação da trajectória toma a forma:

É a equação duma parábola cujo vértice é o ponto M (0 , c o


eixo de simetria coincide com o eixo Oy,
110 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Calculemos a grandeza do segmento OC. Designemos por X a abcissa do


ponto C; notemos que a ordenada deste ponto é y = 0. Substituindo estes
valores na fórmula precedente temos:

0 = j/o -
2vl
donde

§ 17. Equações paramétricas de certas curvas


Círculo — Seja um círculo de raio r cujo centro se encontra na origem
das coordenadas (fig. 75).
Designemos por t o ângulo formado pelo raio que vai ter a um ponto
arbitrário M [x, y) da circunferência e o eixo Ox, Pode-se, então, exprimir as

coordenadas dum ponto arbitrário da circunferência com o auxílio do parâ­


metro t da maneira seguinte:
a: = r COS
0 < í < 2ji.
y = r sen t
Estas são precisamente as equações paramétricas do círculo. Se elimi­
narmos destas equações o parâmetro t, obteremos uma equação do círculo na
qual entram sòmente as variáveis jc e y. Adicionando estas equações paramé­
tricas depois de as termos prèviamente elevado ao quadrado encontramos:

x^ + y^ = r^ (cos2 í-f-sen 2 t) y^z=r^.

Elipse — Seja dada a equação da elipse

í/2
1
----------=
Façamos fl2 ^ ^2 íl)
a: = a COS t.
(2')
DERIVADA E DIFERENCIAL. 111

Substituindo esta expressão na equação (1) encontramos:


( 2*)

y = b stn í.
As equações (2)
a: = a COS t, ^^
y= b s tn ...
i

ião as equações paramétricas da elipse.


Elucidemos o sentido geqmétrico do parâmetro /. Tracemos, tomando a
origem como centro, dois círculos de raios a e b (fig. 76). Seja M (x, y) um
ponto da elipse e seja B um ponto do círculo grande tendo a mesma abcissa
que M. Designemos por t o ângulo formado pelo raio OB e o eixo Ox. Resulta
imediatamente da figura 76:
jc = OP = COS í [é a equação (2')]» CQ = b sen /.

Concluímos tí igualdade (2") que CQ = y, isto é, que a recta CM é


paralela ao eixo Ox,
Por conseguinte, nas equações (2) / é o ângulo formado pelo raio OB e
0 eixo das abcissas. Chama-se por vezes ao ângulo t ângulo de excêntricidade.

Cicloide — Chama-se cicloide à curva gerada por um ponto situado sobre


uma circunferência que roda, sem escorregar, sobre uma recta (fig. 77).
Suponhamos que o ponto móbil M da circunferência se encontra no
começo do movimento na origem das coordenadas. Determinemos as coordenadas
do ponto M depois da circunferência ter gerado um ângulo t. Designemos por a
o raio desta circunferência. Vê-se da figura 77, que
X OP = OB — P B \
mas como a circunferência roda sem escorregar
OB = M B = at, P B = M K = a sin t.
Por conseguinte,
X = at — a sen í = a {t — sen t) .

y = M P = K B = CB — C K = a — a cos f = a (1 — cos t).


As equações
x = a ( t — ^ n t ) , 'i
H .X y 0 < í < 2ji f3)
y = a ( l — c o s í) . J
Ião as equações paramétricas da cicloide. Quando t varia de 0 a o ponto M
descreve um arco da cicloide.
112 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Eliminemos o parâmetro t destas equações a fim de determinar a depen­


dência directa existente entre y e x. A função y = a (1 — cos í) admite sobre
o segmento 0 < / < «tt uma função inversa:
a— u
t = arc COS------^ .

Substituindo esta expressão de t na primeira das equações (3) encontramos:

x —a arc cos - fl—y - a sen ^ arc cos ^^ j

a—y
x = a arc cos - V 2 a y — y2 para 0 < a : < j x a .

Vê-se directamente da figura 77 que para crn < x < l*7ra


a —y
X —2na — ^ a arc cos l / 2 a y —y^j .
Notemos que a função
X = a (t — sen t)
admite uma função inversa que não se exprime com o auxQio de funções
elementares.
N oía — 1. O exemplo da cicloide mostra que é por vezes mais fácil
estudar as funções e as curvas dadas sob a forma paramétrica que sob a
forma da dependência directa > de x ou x de y.
Astro ide — Chama-se astroide à curva
cujas equações paramétricas são as seguintes:
x —a c o s ^
y~astn^ t, ::}» <í 2ji.
Elevando os dois membros destas equa­
ções à potência % e adicionando-os membro
(4)

a membro deduzimos a dependência directa


entre y e x;
_L 1.
X
'^+y'^ -=a^ (cos2
s 3
f + s e n 2 /) ,
ou

+ y^ :=a (5)
Veremos no seguimento (ver § 12, capítulo V) que esta curva tem
exactamente a forma representada sobre a figura 78. Esta curva pode ser definida
como a trajectória descrita por um ponto duma circunferência de raio rodando
sem escorregar sobre uma outra circunferência de raio a (o pequeno círculo
ficando constantemente no interior do grande) (ver fig. 78).
^íota — 2. Notemos que as equações (4) e (5) apenas definem uma só
função y = f (x). Elas definem duas funções contínuas sobre o segmento
— a < X < -f o, Uma delas apenas toma valores não negativos e a outra
apenas valores não positivos.
DERIVADA E DIFERENCIAL. 113

I 18. Derivada dnma função dada sob a forma paramétrica


Seja uma função 3' de x dada pelas equações paramétricas:

«)
Suponhamos que estas funções são deriváveis e que a função
x = <f{í) admite uma função inversa r = $ (x) igualmente detívávd.
Neste caso a função y = f(x) definida pelas equações paramétricas
pode ser considerada como uma função composta:
y = il)(í), í = <D(x),
em que t é uma variável intermediária.
Segundo a regra de derivação das funções c<Mnpostas tem-se:
yx = y ' tt x = ^ t ( t) ^ x ( ^ ) - (2)
Resulta do teorema relativo à derivação das funções inversas que:
1
(d ; ( x) =
<pt(í)
Substituindo esta expressão na fórmula (2) resulta:

(p'(í)
ou
(XXI)
Xt

Esta fórmula permite calcular a derivada / x da função paramé­


trica, sem conhecer explicitamente a dependência entre y e x.
Exemplo — 1. A funçSo y de x é dada pelaa equaçSes paramétricas:
x=a COS r,í , 'I
y = ascn í, J
Calcular a derivada ^ : 1) para t qualquer; 2) para t —— .
dx ^
Resolução.
, (a ien 0 ' a co sí
( a c o s í) ' — asen í ’

2)(y;
114 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Exemplo — 2. Encontrar o coeficiente angular da tangente à cicloide


X = a (f — sen t),
y = a (1 — COS t)
num ponto qualquer (0 < t < 2ir).

Resolução — O coeficiente angular da tangente é igual em cada ponto


ao valor da derivada neste ponto, isto é.
Vt
Vx=-
Mas
x j= s a (1 — COS Of y l = awtn t.
Por conseguinte.

2 * e n - ^ c o s |-
a sen t
a (1— COS t)

Assim, o coeficiente angular da tangente à cicloide é igual em cada


ponto à tg — y j , em que / é o valor do parâmetro correspondente
neste ponto. Mas isto significa que o ângulo a formado pela tangente e o
eixo dos X é igual a ^ (para os valores de t compreendidos entre
— 'irew) (♦).
§ 19. Fimsões hiperbólicas
Nas numerosas aplicações da análise matemática encontra-se
frequentemente ás combinações das funções exponenciais tais como
1 1
"2 Considera-se estas combinações como novas
funções que se notam como se segue:
e —e
senh X =

e^ + e~ ( 1)
cosh x =

(*) Com efeito, o coeficiente angular é igual à tangente do ângulo a


formado pela tangente à curva e o eixo Ox. Razão porque

t g « = t g ( ^ — 1-)
e a = - 5 ------L para todos os valores de t tais que está compreendido
2 2 L í
entre O t m.
DERIVADA E DIFERENCIAL 116

A primeira destas funções é denominada seno hiperbólico, a segunda


coseno hiperbólico. Estas duas funções permitem definir duas outras
senh X cosh x
tgh = -------- e cotgh X =
cosh A senh jc
e* — e“ *
tghx = ------- ^ tangente hiperbólica
e* + e *
(1)
e* +
cotgx = cotangente fàperbólica
e* - e"*
É evidente que as funções senhx, coshx, tghx são definidas
para todos os valores de x. Todavia
a função cthx é definida para todos
valores excluindo ò ponto x = 0.
Os gráficos das funções hiper­
bólicas estão representados nas figu­
ras 79, 80 e 81.
Resulta da definição das funções
hiperbólicas senh x e cosh x [fór­
mula (1)] que acabamos de dar

F ig. 79 Fig. 80
identidades análogas àquelas que verificam as funções trigonométricas:
cosh* X — senh* x = 1. (2)
cosh (a -f- 6) = cosh a cosh b -f senh a senh b, (3)
senh (a -f ó) = smh a cosh b -I- cosh a seoh b. (30
Com efeito.

cosh* X — senh* x ■

+ 2 + e ~ ^ - ^ + 2 - é —2*
= 1.
116 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Notonos que
ga+b ^ g-a-b
cosh {a-\- b) —

eDContramos:
tf® -4— ^ ^ —I— 6 ^ 6^ e e — e
cosh a cosh h + senh a senh b = — --------- ^ -------1- -
2 2 ' 2
_|_ g-a+b _|_ ga-b ^-a-b _j_ ^a+b _ ^-a+b _ ^a-b

0+6 I —0—6
= ------ i -------- = cosh (a + 6).

Demonstrasse duma maneira análoga a identidade (30-


A expressão «funções hiperbólicas» é devida ao facto de as
funções senh t e cosh t conterem nas equações paramétricas da hipérbole
X* — = 1
o mesmo papel que as funções senr
e cosf nas equações paramétricas do
circulo
+ = 1.

Com efeito, eliminando o parâ*


metro t entre as equações
X — COS í, y = sen t
encontra-se:
+ (/* = COS* t + sen* t
ou
X* -f í/* = 1 (a equação do círculo).
Do mesmo modo, as equações.
X = cosh t, y — senh t
são as equações paramétricas da
hipérbole.
Com efeito, elevando ao quadrado -os dois membros destas equa­
ções e subtraindo a segunda da primeira, tem-se:
X* — y* = cosh* t — senh* t.
DERIVADA B DIEBRENCIAL, 117

Visto que a expressão que figura no monbro direito 6 igual à


unidade em virtude da fórmula (2), tem-se on definitivo:

isto é, a equação da hipérbole.


Consideremos o círculo da equação x* -f- = 1 (fig. 82). Nas
equações x = cos r, y = sen r o valor numérico do parâmetro / é
igual ao ângulo ao centro AOM ou ao dobro da superfície S do
sector AOM, visto que t = 2S.

Indiquemos, sem o demonstrar, que o parâmetro f. que entra


nas equações paramétricas da hipérbole
X = cosh t, y — senh t,
é também numèricamente igual ao dobro da área do «sector hiperbólico»
AOM (fig. 83).
As derivadas das funções hiperbólicas são dadas pelas fórmulas:

(senh x f = cosh x. (tghx)' =


cosh*x
(XXII)
1
(cosh x)' = senh x. (cothx)' = — -'V
seoh*x
que resulta directamente da definição das funções hiperbóUcas; por
exemplo, para a função seohx = — -— temos:

(senhxy = ^ — - — j = — | — = coshx.
118 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

§ 20. Diferencial
Seja y = f ( x ) uma função derivável sobre o segmento [a, b].
Definiu-se a derivada desta função no ponto x do segmento [a, 6] pela
relação;

lim ^ = /'(,r).
Aw
O quociente ^ para Ajt ^ 0 tende para um número determi­
nado /' (x), e, por conseguinte, difere da derivada f' (x) duma quantidade
infinitamente pequena:

^ = f(^ ) + CÍ,

onde a 0 quando Ax -> 0. Multipliquemos todos os termos desta


igualdade por áx; temos:
Al/ = f (x) A x + aAx. ( 1)

Visto que em geral o produto f (;c) Ax é, para x constante


e Ax variável, uma quantidade infinitamente pequena da mesma ordem
que Ax quando Ajc->0. Em contrapartida, o produto aAjc 6 sempre
uma quantidade infinitamente pequena de ordem superior em relação
a Ax, visto que
lim lim a = 0.
Ax-^O A x Ax- ^ 0
Assim, o crescimento Ay da função y compõe-se de dois termos;
o primeiro [para f (jc) 0] é chamado a p a rte prin cipal do crescimento,
é uma função linear de Ajc. Chama-se diferencial o produto f (x)Ax
e designa-se pela notação d y ou d j { x ) .
Assim, se a função y = f ( x ) admite uma derivada f (x) no
ponto X, chamarse diferencial desta função e nota-se dy o produto da
derivada f ( x ) neste ponto pelo crescimento da variável independente Ajc:
d y = f (x) A x . ( 2)

Calculemos o diferencial da função = jc. Neste caso


y '= (x Y = í,

e, por conseguinte, d y = d x = ^ ou d x = Ajc. Assim, o diferen cial d x


d a va riável in depen den te x iden tifica-se c o m o seu crescim en to a j c .
A igualdade djc = Ajc podería ser tomada para definição do diferencial
DERIVADA E DIFERENCIALi 119

da variável independente, e o exemplo precedente mostra claramente


que esta definição não contradiz a definição geral do diferencial duma
função. Para todos os casos a fórmula (2) pode ser posta sob a
forma:
dy = f (x) dx.

Mas resulta desta relação que

Por cons^uinte, a derivada f (x ) pode ser considerada como o


quociente dos diferenciais da função e da variável independente.
Voltemos à expressão (1) que segundo (2) pode ser transcrita
como segue:
Ay = dy-j- aAx. (3)
Assim, o crescimento da função difere do diferencial desta função
por uma quantidade infinitamente pequena de ordem superior em
relação a Ax. Se f ( x ) ^ 0 , então. «A x é também um infinitamente
pequeno de ordem superior em relação a. dy e
aAx ■= 1 + lim a = 1.
lim — = 1 + lim Ax-O f{ x )
Ax-*-o dy AX- - 0 /' (x) Ax

Eis porque, se usa frequentemente em certos cálculos numéricos


a igualdade aproximada

Ay « dy, (4)
ou sob a forma explicita
f{x + A x ) - f { x ) w f { x ) A x . (5)

O que simplifica os cálculos.


È xem plo— 1. Encontrar o diferencial dy t o crescimento Ay da funçto
y = x^:
1) para os valores arbitrários de x e de Ax;
2) para x = 20, Ax = 0,1.
R esolução— 1) à y = {x + Ax)* — x* = 2x Ax + Ax*,
dy = (x2)' Ax = 2x Ax.

2) Sc x = 20, A x = 0 , l , então.
Ay = 2 . 2 0 . 0 , 1 + (0,1)2 = 4.01,
dv = 2 .2 0 .0 ,l = 4 ,0 0 .
120 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

O erro cometido substituindo Ay por dy é igual a 0,01. Em numerosos


casos pode-se avaliá-lo insignificante em relação a Ay = 4,01 c desprezá-lo.
O problema apresentado é ilustrado pela figura 84.
Para os cálculos numéricos utiliza-se igualmente a igualdade apro­
ximada que resulta de (5).
/ (a; + Ax) « / (x) + /' (x) Ax. (6)
Exemplo — 2. Seja / (x) = sen x, então f (jc) = cos x. Neste caso a igualdade
aproximada (6) torna-se:
Âx sen (x + Ajc) sen x + cos x Ax. (7)
Calculemos o valor aproximado de sen 46**.

Ponhamos * = 4 5 ° = ^ , Az = l = = ^ .
4 6 -4 5 = + != = ^ + ^ .
Reportando-nos em (7) temos:
/«o / ^ ^ \ ^ . TC n
sen 46“= s e o ^ - ^ + ^ ) = s e n ^ + c o s - 5 - j g 5
ou
V ? , /2 n
Fig. 84 sen 46°=
2 180
= 0,7071 + 0,7071.0,017 --0,7194.
Exemplo — 3. Se se p5e j: = 0, Ax = a na fórmula (1), tem-se a igual-
dade aproximada
sen a » a .
Exemplo — 4. Se / (x) = Ig (x), temos em virtude da fórmula (6) a
igualdade aproximada:
1
tg (x + A x ) tg X- A x,
cos2 X
para x = 0, Ax = a temos:
tg a a.
Exemplo — 5. Se / ( x ) = V * . resulta da fórmula (6):
l/x -t-A * =5»l / * -|---- ^7= Ax.
21/x
Pondo X = 1, Ax = a tem-se a igualdade aproximada:

+ y a.
o problema do cálculo do diferencial é equivalente ao da deri­
vada, visto que multiplicando esta última pelo diferencial da variável
independente,*^ obtém-se o diferencial da função. Eis porque a maioria
dos teoremas relativos à derivada são válidos para o diferencial. Por
exemplo:
O diferencial da soma de duas funções diferenciais u e y é igual­
mente à soma dos diferenciais dessas funções:
d ( u + v) = d u + dv.
DERIVADA E D IFE R E N dA D 121

O diferenciei do produto de duas funções diferenciais u e y é


dado pela fórmula:
d (uu) = u d v + Vdu.

Demonstremos, por. exemplo, a última fórmula. Se y ^ uv, então,


dy = y'dx = (uu + dx = uv d x v u ' d x ,
mas
u d x = du, u d x = du,
donde.
dy = udu vdu.
Duma maneira análoga se poderia demonstrar igualmente outras
fórmulas, por exemplo, a do diferencial do quociente de duas funções:

vdu — u dv
se então, dy =
u
Eis alguns exemplos do cálculo do diferencial.
1
E xem pla — 6. y = tg 2 x , rfy 2 tg x - ix .

Exemplo — 7. y = “| / l + Log x , dy=- ■dx.


2"l/l + Log®
Determinemos o diferencial duma função composta. Sçja:
y — í{u), u = (p{x) ou y = /[ c p ( x ) ] .

Em virtude da regra de derivação das funções compostas

dy
dx = fu (^ )-

Por cons^uinte.
dy = fu (u) (p' (x)dx.
Mas(p' (x) dx = du, donde
dy = f(u)du.

Assim, o diferenciei duma função composta exprime-se da mesma


maneira como se a variável intermediária u fosse uma variávd inde­
pendente. Por outras palavras, o diferenciei duma função f(x) não
depende do facto de x ser uma variável independente ou uma função
duma outra variável. Esta importante propriedade do diferencial que
consiste na invariabilidade do diferencial sãá na sequência largamoite
utilizada.
122 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Exemplo — 8. Seja a funçáo > = sen ~ ]/x . Calcular dy.


Resolução — C d o q a tm o s esta funçSo sob a forma duma funçSo composta:

y=SCSíUy u = ~\/lcy
encontramos:
dy = COS u — dx;
1 2yx
mais ^ y = ‘ dx = du, donde
ide se pode
] escrever
2 X

d y ~ c o s u d u Q d// = cos ( 1 /T ) d ("l/T).

§ 21. Interpretasão gemnétrica do diferencial


Consideremos a função
y = í{x)
e a curva correspondente (fig. 85).
Tomemos sobre a curva y = f(x) um ponto arbitrário M (x, y)
e tracemos a tangente à curva oeste ponto. Designemos por a o
ângulo (*) que esta tangente forma com o eixo dos x positivos. Demos

à variável independente x um crescimoito Ax; então, a função sofre


um crescimento Ay = NMi. Aos valores x + Ax, y + Ay corresponde
sobre a curva y = / (x) o ponto Afi (x + Ax, y + Ay).
Deduz-se do triângulo MNT que
NT = M N tga;
visto que
tg a = / ' (x), M N = Ax,
(*) Supondo que a funçSo f( x ) tem uma derivada finita no ponto x,
tem-se a gfc .
DERIVADA B DIFERENCIAL. 123

«itão. NT = f{x)Ax;

mas on virtude da definição do diferencial f ( x ) à x = dy. Assim.


N T = ãy.

Esta última igualdade exprime que o diferencial da função f(x)


correspondente aos valores \ e é igual ao crescimento da ordenada
da tangente à curva y = f (x) no ponto x dado.
Resulta directamente da figura 85 que
M^T = Ay — dy.
Segundo o que foi demonstrado anteriormente, temos:

.MiT quando Aa:->0.


NT
Não é preciso pensar que o crescimento Ay 6 sempre maior
que dy. Assim, sobre a figura 86.
A y= M iN , dy = N T , mas A y < d y .

§ 22. Derivadas de diferentes ordmis


Seja y = f(x) uma função derivável sobre o segmento [a, b].
Os valores da derivada /' (x) dependem geralmente de x, por outras
palavras a derivada f'(x) é também uma função de x. Derivando esta
função, obtemos a derivada segunda da função f(x).
' A derivada da derivada primeira chama-se derivada de segunda
ordem (derivada segunda) ou derivada de ordem dois da função inicial;
designa-se pelo símbolo / ' ou f'(x ).

y " = ( y j = f" i^)-


Assim, se y = x®, então,
y ’ - 5x‘ ; y " = (5x*)' = 20x®.

A derivada da derivada segunda chama-se derivada de terceira


ordem (derivada terceira) ou derivada de ordem três; designa-se pelo
simbolo y " ou f"(x).
Generalizando, chama-se derivada de ordem n da função f(x) à
derivada (de primeira ordem) da derivada de ordem n — 1; designa-se
pelo siml^lo y<"^ ou /<">(x):
124 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

(A ordem da derivada é posta entre parêntesis para evitar qual­


quer confusão possível com o expoente ao qual esta função é elevada.)
Designa-se igualmente as derivadas de ordem quatro, cinco. etc.,
com ajuda dos algarismos romanos: ... Neste caso. é
desnecessário empregar o parêntesis. Por exemplo, se então.
y' = 5 x \ i/" = 20x3, = 6 0 x\ i/iv ^ = I20x, y^ = y(^) =
= 120, 1/(3) = i/(’) = . . . = 0.
E xem plo— 1. Seja dada a funçSo y = (A: = const.). Encontrar a
expressáo geral da derivada de ordem n.

Resolução —

Exemplo — 2. y ^ s c n x . Encontrar

Resolução,
í/' — COS a : — sen |
(^ + ^ )v
y =- — sen x = s e n

y"' - —COSx=sen ^^ + ’

sen X— sen

sen

Obtân-se duma maneira análoga as fórmulas que dão a derivada


de ordem n de certas funções elementares. O leitor calculará fàcilmente a
derivada de ordem n das funções y = x^, y = cosx, y = Log x.
As r^ ra s indicadas nos teoremas 2 e 3 do § 7 podon ser fàcil­
mente alargadas ao caso geral das derivadas de ordem n.
Em particular, encontramos as fórmulas:
(n) Jn) (Cu)^^'^=cv:(n )
Vamos estabelecer a fórmula (dita fórmula de Leibniz) que per­
mite calcular a derivada n do prcduto de duas funções u (jc) v (x ).
Para obter esta fórmula calculamos sucessivamente as derivadas pri­
meiras a fim de estabelecer a lei geral que dá a derivada duma ordem
qualquer n:
y = uv,
y ’= u v - \ - u v \
y" = u 'v -f- u v - f u v + uv" = u 'v + 2 u ,v + uv",
DERIVADA B DIFEIOiRCIAI. 126

y " '= u'"v u 'v + 2u"v 4- 2uV" -í- u v " + u v"' =


= u " v + 3u'V + ^uv" + u v ' \
+ 4w"V + 6u"v" + ^ u v " + .

Vemos que a lei de formação das derivadas é válida para as


derivadas de qualquer ordem e se enuncia assim: é necessário desoí*
volver a expressão (u + v)” pela fórmula do binómio de Newtoa
e substituir no desenvolvimento os expoentes de u e de v pelas ordens
correspondentes das derivadas; além disso, os expoentes zero («” =
= V®= 1) que entram na composição dos termos extronos do deseo*
volvimento devem ser respectivamente substituídos pelas funções u
ou V (isto é, pelas «derivadas de ordem zero»):

-\-u v ,( n )
^ 1-2
É precisamente a fórmula conhecida sob o nome de fórmida de
Leibniz.
A demonstração rigorosa desta fórmula é baseada no método de
indução (isto é, supondo que a fórmula é verdadeira para a ordem n,
demonstra-se que d a o é ainda para a ordem n + 1).
Exemplo — 3. y = Calcular a derivada y<n)
Resolução.
u = e“*, v = x^,
u' = ae°*, v'=2x,
= t;"= 2,

= 4V =...=0,
yin = •2x + ” •2,

{,(") = «ax [aíija 2na"-ii + n (n —1) o""*].

§ 23. Diferenciais de diferentes ordens


Seja y = f(x) uma função da variável independente x. O diferen*
ciai desta função
dy — f { x ) d x
é uma função de x, mas só o factor f {x) depende de x; o segundo
factor dx é o crescimento da variável independente x e não depende
126 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

do valor de x. Visto que dy é função de x, estamos no direito de


considerar o diferencial desta função.
Chama>se diferencial segundo ou diferencial de ordem dois duma
função o diferraicial do diferencial desta função, com a notação d*y:

d {dy) = d^y.

Determinemos a expressão do diferencial segundo. £m virtude


da definição de diferencial tonos:
d^y = [/' ( x ) dx]' dx.

Visto que dx não depende de x, podemos retirar dx de debaixo


do sinal da derivação e temos:
d^y = r i ^ ) { d x ) \

É costume omitir os parêntesis quando se anota o grau do


diferencial. Assim, escreve-se dx‘‘ em vez de (dxy tendo em vista o
quadrado de dx; em vez de (dx)* escreve-se </x*. etc.
Do mesmo modo. chama-se diferencial terceiro ou diferencial de
ordem três o diferencial do diferencial segundo:
d ^y — d ( d^y) = [ f ' { x ) dx^]' d x = f ” ' { x ) dx^.

Generalizando, chama-se diferencial n ou diferencial de ordem n


o diferencial primeiro do diferencial de ordem {n — 1):

d"í/ = d (d ’'-^y) = (x) dx’^-^Y dx,

dTy = f ^ \ x ) d x ^ . ( 1)

Os diferenciais de diferentes ordens permitm exprimir as deri­


vadas de qualquer ordem sob a forma do quociente dos diferenciais
das ordens correspondentes:

r í-r\ • f" fxl — ( 2)

É necessário anotar, todavia, que as fórmulas (1) e (2) (para


n > 1) só são válidas no caso em que x é uma variável independente (*).

(*) Contudo, escrevemos também a igualdade (2) no caso de x nSo ser


uma variável independente; mas neste caso devemos considerar as expressões
. . — ^com o uma forma simbólica de notaçfto das derivadas correspondentes.
dx^
DERIVADA E DIFERENCIAL 127

I 24. Derivadas de diferentes ordens das funções implícitas e


das funções dadas sob a forma paramétrica
1. Mostremos com um exemplo concreto como se deve calcular
às derivadas das diferentes ordens das funções implícitas.
Suponhamos que a função implícita 3^ de x é dada pela igualdade:

^ + 11_1=0. ( 1)
a* 6*
Derivemos em relação a x os dois membros desta igualdade, con­
siderando 3^ como função de x:
. 2y dy
a T” 02,2 dx
2 " j ’
donde encontramos:

( 2)
dx a^y
Derivemos de novo esta última igualdade em relação a x (tendO
em vista que y é função de jc);
%
d-y dx
dx^ a y‘
Substituamos aqui a derivada dy pela sua expressão tirada da
igualdade (2); temos dx
, b- X
d\_ 6* » +
dx^ a- í/
ou, depois da simplificação:
(Py (a^y^ + b“x^)
dx' aV
Resulta da equação (1) que
a*í/* + = a^b^,
e a derivada segunda pode>se [^ r sob a forma:
d^y ___^
dx^ c^y^
128 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Derivando esta última expressão em relação a x encontramos


cPy
—Tf etc.
ác»
2. Calculemos agora as derivadas de ordem superior duma função
dada sob forma paramétrica.
Suponhamos que a função y áe x i dada pelas equações para­
métricas seguintes:
x = ^{t), 1
ío < í< r, (3)
= J

em que a função x = ^ (r) admite sobre o sarnento [to. T\ uma função


inversa r = * (x).
dy
No parágrafo 18 demonstramos que, neste caso. a derivada ^ 6
dada pela fórmula:
dy
^ = A (4)
dx dz
dt
d?y
Para calcular a derivada de ordem dois, ^.derivem os (4) em
relação a x tendo ^ vista que t 6 uma função de x:

(5)

mas:
dy \ dx d / dy \ dy d ( d x \ dx d^y dy d^x

dt I dt dt \ dt ) dt dt \ dt ) dt dt^ dt dt^

i f l

dt 1
dx dx
dt
DERIVADA B DIFERENCIAI, 129

Substituindo estas últimas expressões na fórmula (5) temos:


dx d^y dy d^x
d^y dt dt^ dt d f
dx^
(^y
Pode*se dar a esta última fórmula uma forma mais compacta:

' dx^ [ 9 '( 0 f


Duma maneira análoga pode-se encontrar as derivadas
d^y d^y
— , “ 7 >etc.
dx^ dx
Exem plo — Seja a funçSo y áe x expressa pelas equações paramétricas
seguintes:
X — a COS t, y = b sen t.
dy d^y
Calcular as derivadas dx ’ dx^

Resolução,
dx
== — a sén í :
d^x
-a COS t\
~dT dt^
dy
-—
.
= 6 COS t ;
d^y _ — bscnt;
dt dt^
dy b COS t b
dx — a sen t a ^’
d2 y ( — g sen t) (— 6 sen t) — (b cos t) (— a cos t)
dx^ ( —-ascn í)3 I3 f

g 25. Interpietasão mecânica da derivada segnnda


A distância s, percorrida por um móvel animado dum movimento
de translação, exprime-se em fun^o do tempo t pela fórmula:
s = /(t). ( 1)

Como vimos já (ver § 1, cap. UI), a velocidade v dum móvd


num dado instante 6 igual à derivada em relação ao tempo da distância
percorrida:
v= — . (2)
dt
130 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Suponhamos que no instante t a velocidade do móvel é igual


a V. Se o movimento não é uniforme durante o intervalo de tempo Ar,
contado a partir do instante t, a velocidade variará e sofrerá um cres*
cimento de Av.
Chama-se aceleração média, no intervalo de tempo Ar, o quociente
do crescimento da velocidade Av pelo crescimento do tempo Ar:
_

Chama-se aceleração instantânea o limite do quociente de cres­


cimento da velocidade pelo crescimento do tempo, quando este último
tende para zero:
a = lim ---- ,
Aí->0 Aí
por outras palavras, a aceleração (instantânea) é igual à derivada da
velocidade em relação ao tempo:
du
a= -
dt
ds
mas visto que v = , então,
_ J_ _ d^s
dt \ / di^

isto 6. que a aceleração do movimento rectilíneo é igual à derivada


segunda da distância em relação ao tempo. Encontramos a igualdade (1):
a = /"(«).
Exemplo — Determinar a velocidade v e a aceleração a dum corpo em
queda livre, se o caminho percorrido 5 se exprimir em função do tempo /
pela fórmula:
1
* = -2 yr2-t-vo< + *o. (3)

em que ; = 9,8 m/s* é a aceleraçlo da atraoçKo terrestre e < = O valor


de 5 no instante r s 0.
Resolução — Derivando (3) encontramos:

as
(4)
resulu desta fórmula que = (v) í ^ q.
Derivando de novo encontramos:
dv â^s

DERIVADA E DIFERENCIAL. 131

Inversamente, notemos que se a aceleraçSo dum movimento é constante


e igual a g» então a velocidade é dada pela fórmula (4), o caminho percorrido
pela fórmula (3) com a condição de (y)í=o = (s)t=o =

§ 26. Equações da tangente e da normal


Comprimentos da sub-tangente e da sub-normal
Consideremos a curva da equação
y = f(x).
Escolhamos sobre esta curva um ponto M( x u (fig. 87) e
escrevamos a equação da tangente a esta curva no ponto M, supondo
que esta tangente não 6 paralela ao eixo das ordenadas.
A equação da recta que passa
pelo ponto M e de coeficiente angular
k é da. forma:
y — yi = k { x — Xi).

Para a tangente (ver § 3),


k = f'{Xi),
portanto, a equação d a tangente 6:
y — y i = f { X i ) { x — Xi).

Muitas vezes é-se levado a con­


siderar, além da tangente, a normal
à curva num ponto dado.
Definição — Chama-se normal duma curva num dado ponto a
recta que passa por este pcmto e perpendicular à tangente neste ponto.
Resulta imediatamente desta definição que o coeficiente angular k„
da normal está ligado ao coeficiente angular kt da tangente pela
relação:
Kn-------- — ,
kt

isto é.

f( ^ i)
Por conseguinte, a equação da normal à curva y — f(x) no ponto
M(Xj, yi) é da forma:
1
y - y i = — -^ (x — X j).
f(x i)
132 CÁLCULO DIFERENCIAL B INTBORAL

Exemplo — 1. Escrever a equação da tangente e da normal à curva y ^


ao ponto M ( \ t 1).

Resolução — Como y' == 3x^, o coeficiente angular da tangente é igual


a = 3.
Por conseguinte, a equação da tangente é:
V — 1 = 3 (x — 1) ou y = 3x — 2.
A equação da normal é:

ou
y = -T * + T
(ver fig. 88).

O comprimento T do segmoito QM (fig. 87) da tangente com­


preendida entre o ponto de tangência e o eixo Ox chama-se comprimento
da tangente.

A projecção do segmento QM sobre o eixo Ox, isto é, o


segmento QP, chama-se a sub-tangente. Designa-se por S t o compri­
mento da sub-tangente. O comprimento N do sarnento MR chama-se
o comprimento da normal e a projecção RP deste segm«ito sobre o
eixo Ox. a sub-normal. Desígna-se o comprimento da sub-normal por S .
Encontremos as expressões de T, S t , N, S n para uma curva
y — f(x) num dado ponto M (xu yO.
Resulta da figura 87 que:

(?P = |y iC t g a | =
Ui yi
tg a y'i
DERIVADA B DIFERENCIAL. 133

donde:

Vi
=
yi

T = l/y ? + - 4 =
Vi Vi
Desta mesma figura vem:

P R = \Vi t g a | = | y i - y í | ,
donde:
S n = I ViVi I,

N = V y { + {y,y\f = \ y , V i + y ? \ .
Estas fórmulas foram estabelecidas supondo yx > 0, y \ > 0; no
entanto» elas são também válidas na generalidade.
Exemplo — 2. Encontrar a equação da tangente e da normal» o com­
primento da tangente e da sub-tangente» o comprimento da nonnal e da fub*
•normal da elipse:
X — a COS í, y = b fên t ( 1)
no ponto Af (jCj, para o qual I = (fig- 89).

Resolução — Resulta da equação (1) que»

Calculemos as cordenadas do ponto de tangência M:

A equação da tangente é:
b _ b ( ^ \
V2 “ “ “
ou

b x - \ - a y — ab ~\/2 = 0 .
A equação da nonnal é:

ou
( a x ^ b y ) l / ' 2 — a2 + A2—0.
134 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Os comprimentos da sub-taogente e da sub-normal são respectivamente.


b
S t — V2 a
W ’

S]f=
1 /2r ( - 4 ) 'a 1/2
Os comprimentos da tangente e da normal são:
b
T= 1/2 l/a2 + 62 ;
A - i í +1
1 /2

N=

§ 27. Interpreta^M geométrica da derivada do nüo vector


«n relagão ao Sngulo polar
Seja
P = /(0) ( 1)

a equação duma curva em coordenadas polares. Tem-se entre as


coordenadas cartesianas as relações:
x = pcosG, j/ = psen0.
Substituindo nestas últimas fórmulas p
pela expressão em função de 6 tirada da
equação (1) temos:
a: = /(0)cos6, 1
y = f{Q)seaQ. (2)
0. J
As equações (2) são as equações paramé­
tricas da curva considerada: o parâmetro é
aqui o ângulo polar 6 (fig. 90).
Designemos por f o ângulo formado pela tangente à curva no
ponto M(p. 6) e o sentido positivo do eixo dos x; temos:
dy
. dy d0
dx~~dA
d0
DERIVADA E DIFERENCIAL. 135

OU
dp
SCO0 -f. pcos0
tg(p = . (3)
dp
CO S0 — pseoe
lUd

Designemos por fi o ângulo formado pelo raio e a tangente.


É evidente que /* = »>— 0,
tg <p — tg6
tg p =
1 + tg q) tg0
Substituamos nesta última fórmula tg f pda expressão (3) e a
seguir à transformação temos:
(p^sen0 + p CO30)COS0 — (p'cos0 — psea0)sen0_ p
tgfi =
(p'cos0 — pseo0)cos0 + (p'scn 0 + pcos0) 8«>0 p'
ou
pé = p ctg p . (4)
Assim, a derivada do raio vector em relação ao ângulo p ( ^
é igual ao comprimento do raio vector multiplicado pela cotangente
do ângulo formado pek> raio vector e a tangente à curva no ponto
considerado.
Exemplo — Mostrar que a tangente à espiral logarítmica

corta o raio vector sob um ângulo constante.


Resolução — Resulta da equação da espiral:
p' = ac®®.
Em virtude da fórmula (4) temos:

ctg fx= = a, isto, é, fi = arc c tg a = const.

Exerofoios

Encontrar a derivada das funções servindo*se da definição de derivada:

1. y — x^, Resp. 3a;2. 2 .v = ± .R e s p ._ ^ .

3, jí = Resp. .
2 yX VF ■ ~ 2 ry í ■
5. y = s e n 2 X. Resp. 2 sen x cos x. 6. y = 2x^— j:. Resp. Ax— 1.
136 CAIXnTL.0 DIFERENCIAL E INTEGRAL

Encontrar as tangentes dos ângulos form ados pelas tangentes às curvas


e ao eixo dos x positivos:
7 , y = X». a) Para x = 1. Resp. 3. b) Para x = — 1. Rcsp. 3; construir o
gráfico.
1 1
g, y “ “ • ») P*ra X . Reap. — 4 b) Para x = 1. Rcsp. — 1; fazer o
desenho.
9. ^ ^
y « Y x para X = 2. Resp. .
Calcular as derivadas das funções seguintes:

10. y = x ^ -j-3 x 2 — 0 . Resp. y '= 4 x 3 -f-6 x . 11. y = 6x3 — Resp. y' = 18x’^— 2x.

- X. Rcsp. y ' I
5x4 2x
12 . y - - 1.
fl + 6 a— b a+ 6 a— b
x^-— x2 + l p 3 x 2 — 2x
13. y = -------- g-------- . Kesp. y ' = ------- ------- .

14. y = 2 a x^----^ + c.R®sp. y ' = Qax^— .


b b
15. í/ = 6x ’ /2 + 4x '^/2 + 2x . Rcsp. y' = 2 1 x ®/2 + i 0x*^2 ^_2 .

16. y = ~ \ / ^ x - \ - Y ^ + ^ • í^wp. y ^ = -|— ------L .


^ 2 1 /T 3

2*'/!
JO X , m , x2 n2 p , 1 2x 2«2
18-. y = ----
m ' X
------— — ^.KcsP- i/' = —
' x2 m X2 «2 X3
1 1
19. i/= 3 -^ x2— 2 V x + 5. Rcsp. í/' =
^ ^X
OA
29» í/ —• ar- HI----T7-
^ ^
nt / . Resp. J,' = 43- a x * / 3 _ ^
-5/9 1^
yx xV ^ K
21. Í/ = (1 + 4x3) (1 2 x 2 ) . Rcsp. y ' ^ 4 x (1 + 3x + lOx»).

22. y = x ( 2 x — l ) ( 3 x + 2). Resp. (9x2 + x — 1).


23. y = = (2 x — l)(x 2 — 6 x - f 3).Rcsp. y ' ^ 6 x 2 — 26x+í2.

24. y = .2 í^ Resp.
62—x2 ^ ^ - (62—x2)2
2a
25. i/ = 2—^ .R e » P - i^ '= / , >2 •
a+ z (a + z )2
26. / (f) - . Resp. /' (t) = *^ (3 + *^)

27. / ( , ) = Ü ± | i . R e s p . r ( , ) = í i ± 2 ) i ^ .
’ ’ s + 3 ! y) ( s + 3 ) 2

x 3 -|-l _ x4 — 2x3 — 0x 2 — 2 x + l
2 8 - í/ = íõ :i Í z i - R « p - í' ' = - ------- ( , .^ ^ 1 , 2 ) 2 " •
„ , x^“i í(p — m) x'^ — pa^]
2'*- • **P- í' (^nt_am)2 '
DERIVADA B DIFERENCIAL. 137

30. y = ( 2 x a — 3)2. Rcsp. y ' = 8 x (2x2— 3).


31. y = (x^ + fl2)6. Resp. y = lOx (x2 + a^)^,

32. y = y í ã + 7 2 .R M p . y ' = - -^ .
V x 2 -fa 2

33. y = ( a + x ) Resp. T L ^ .
2 y a —X
34. y = l / ^ í - i í .R e»p. y ' = -----------•
y i —x (i_ x )y r ir ^
2x2— 1 „ __ , 1+4x2
35. y = — —7 = ^ -Resp- y -- --------i-------r r •
x y i + ^^ x2 (1-f-a:2)

36. y = - ^ x 2 + x + l . Resp. y ' = — 2x+l ---- ^


3 ^ ( x2 + x+1)2
37. , = ( l + lT i)« .R e .p . J , ' = ( l + - ^ ) ^

38. y = y x + l ^ x + V * - Rc*P- y ' = ------ ^


2 ^ x + V ^ x + " ]/x

2V 7T ^ )]'
39. y = s c n 2 a:. Rcsp. y ' = scn2x.
40. = 2 senx + cos 3x.Rcsp. y'=^2 cos x — 3 sen 3x.
n.
41. y ^ l g ( a x + b ) . Resp. ^ = c o s 2 ( L + f c ) ‘

42. P= -1J+5 C
£- f- _ . R e s p .
OS X 1+ C ' OS X
43. y = sen 2x • COS 3x. Resp. y ' — 2 cos 2x cos 3x-
COS 3x—3 sen 2x sen 3x.
44. y = ctg2 5x. Rcsp. y' = — 10 ctg 5x cosec2 5x.
45. y = í se n í + cos í. Rcsp. y' = t c o s t .
46. y = scn3 t cos í. Rcsp. y '= sen 2 t (3 cos2 t — sen2 t),

47. cos2x. Rcsp. y' = --------- ------ .


y c o s 2x

48. r = r a s c n 3 - y .Rcsp. r ^ = r a s e n 2 - ^ c o s -^ .

tg y + c tg y 2x cos Xr + s e n 2 x |tg y + c tg y j
49. . Resp. i/'n=.
x2 sen2 X
X \ 22 aj
X X
50. ( 1 — cos2 — j . Rcsp. í/' = 2a sens -COS^

138 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

51. tg 2 x . Rcsp. y' = tg x s e c 2 X. 52. y = L o g c o sx . Rcsp. y ' = — tg x .

53. y = L o g t g x . Rcsp. y ' = = Rcsp. í/' = 2 c t g x .

tg x — 1
55. y = \ ___ . Rcsp. í / ' = s c n x + COS X.
sec X
1
56.
COS X

57. y = L o g t g ( ^ + | . ) . R e s p . , ' = ^ .

58. y = s e o ( x + a ) COS ( i + a). Rcsp. y' = c o s2 (x + a).

59. / ( x ) = s e n ( L o g x). Resp. / ' ( x ) = ,


X

60. f (x) = tg (L ogx). Resp. / ' = (L o g x )


X

61. 1 (a;) = 8CO.(cos x). Rcsp. / ' (x) = — SCDx cos (cos x).

62. ^= y tg3(p— tg(p + (p. R c s p . - ^ = tg4(p.

63. / (x) = (x Ctg x)2. Rcsp. / ' (x) = 2x ctg X (ctg X — X C033C2 x ).

64. y = L o g (a x + 6). Rcsp. =


‘ax + ò ‘
2x
65. y = ^oga(x^ + \)- Rcsp. y':
~ (x 2 -f-l) Log a
, 1+x ^ , 2
66. í'= L og Resp. í,' = j - ^ .

2 x — cos X
67. y = lo g 3 (x2 —sen x). Rcsp. y' -
(x2—s c a x ) Log 3
14_x2 4x
68 . y = y'-~ 1—x4
L o g 1-^x2'
T - ^ *

2x - |- 1
69. £^= Log(x2 + j:). Rcsp. y'z
~X2 + X
3x2 — 2
70. y = Log (x3 — 2x + 5). Rcsp. y ' --
a:3— 2 x + 5
3 Log2 X
71. y = x L o g x . Rcsp. y' = L o g x + l . 72. í/ = L og3x. Rcsp. j/' =

73. íí = Log ( x + V l + x*). Resp. y' =


l/i+ x 2 ■
74. y = Log (L o g x ). Rcsp. í/' =
X Log X

75. /( x ) = Log j / ^ R e s p - /' W = •


DERIVADA E DIFERENCIAL 139

' V * * + i+
a4--|/a* + x2 ___ Vo2 + x*
77. = + —a I.-og . Resp. { /'= -

V*2 + o2
V E I ^ . R e sp .,' =
78. jí = Log ( x + V ^ * + “*) l2
COS X
79. y : y L o g t g y . Re*P í ' ' = s ê ^
2sen* X
senx „ , 1-iSOT^
80. y=
2 COS2 X . csp. y — 2 cos3 a:

81. j , = i - t g * x + L o g c o s x . Resp. íí' = tg » x . 82. y = e “*. Resp. p' = oe«*.



83. Resp. y ^= 46^^'*’®. 84. y ^ ã ^ . Resp. 2xe L oge.
85. {, = 7**+2*. Resp. j,' = 2 ( x + l) 7 * * + 2 * L o g 7 .
86. y = c“*"“*. Resp. y ' = — 2xc“* " * * L o g c.
__ /x „ , O, Vx 88. r = a®. Resp. r' = a® Log a.
87. y -.= ae . Resp. j/' = — r-7=-«
2
a> ® Log a
89. r = a Loff 0 Resp.
d0 6
90. i/ = e* (1 — a:2). Resp. í/' = c * ( l — 2x — x^).

91- 2'' = • ®2. y = L o g . Resp. y ' •

X X í _f
93. y = y ( e “ — e “). Resp. y ' = - ^ (e“ + e °).

94. = Resp. y' = e*®“ * c o s x .


95. y = a** Resp. y' = no** "* sec* nx Log o.
96. y = e°°®*8eOa;. R esp.y'=e® °® * (COS x —SCO® x).
9 7 . y = e * L o g S e O x . Resp. y ' = e » (c tg x + L o g S C 0 x ).
98. y=*"e**"® . Resp. y' = i" -le* * “ * (n + x COS x).
1 1
X / * ( 1 — Log x \
99. y = x * . Resp. y' = x* ( L o g x + 1 ) . 100. y = x . Resp. y = x ^ j

101. y = iL ° e * . Resp. y '= x L ° 8 * " ‘ L o g i* .

102. y = e*“ Resp. y' = e*“ ( l + Log x )x * .

103. ! / = ( ! - ) " * • = + •
140 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

104. y = Resp. ^ ^ ^) •

105. y — (Sena:)*. Resp. (SCOa:)*(LogSCOa: + a:ctga:).


106. í/= (SCHx)^ * ^ R esp. y' = (seOa:)^fi^^ (l + sec2 x L o g s e n x ).
1—e* ___ , 2e* 1
107. y= tg . Resp. y' =
l + e*)2 , 1—
i + e^ C0S2 . ■ „
1+
108. y = S C n V l — 2*. Resp. 2* Log 2.
2 1 /1 — 2*
109. y = 10**e*. Re»p.!/' = 10’'* 8 * L o g lo ( tg x + ^ ^ ^ j .
Calcular a derivada das funções depois de as ter logaritmizado.
\ / x{ x^ + í) í \ / x{ x^ + i) M , _ 22x
£ ______
110.
^ V (1 —1)2 •*®*P-Í' ' s V (1—1)2 ( a ;+ i2 + l i —i j •

111.
.. (x+ l)3l/(I= 2r» ,.c » 1)3 ^ ( . - 2 ) 3
f^(x-3)2 Í/(I=3)2
3 . 3
^ ^ ■ ^ 4 ( x ~ 2 j ~ 5 (x — 3 ) ) •
(* + l)^ (i + 1 )(5 x2 + 14x -t-5)
112. . Resp. y'-.
(x+2)3 (xH-3)4 (x+2)4(x+3)5
— 161x2 + 4 8 0 x — 271
113. . Resp. y =
V^(x—2)3ir(x—3)7 60>A (x— 1 )3 ^ (X— 2)7 ^ ( 1 — 3)10 ■
+ „ , 1+ 3x2 _ 2 i 4
114. y = - \ . Z — !- . Resp. if' = —1=--------- ^ .
V l — x;3 i
(1 — x 2)2

115. y = x 6(o + 3a:)3(a — 2x)2. Resp. i/' = 5 i4 (a-]-3x)2 (a — 2 x) (o 2 + 2 a x — 12 x 2).


X 1
116. y ~ arc SCO — . Resp, y' = — .
a l / a 2 — x2
2 arcSdnx
117. y = (arc Stena:)2. R cjp.í/' =

2x
118. y = arc tg (a:2 + 1 ) . Resp. y '
l + (a:2+ l)2 *
2a: 2
119. y = arc tg • Resp, y'-.
1—x2 l + a:2

120. y = arc cos (x2). Resp. y ' =


-2 x
l/l —
arc COS a; ^ _ — (x + ~ l/l — x^ arc cos x)
121. y= . Resp. y'
x2 y i _ x 2
DERIVADA B DIFBRENCIAD 141

x4- 1 1
122. z/ = arc sen — ^ . Re«p. y ' = — ========;=== .
V2 y l-2 a :-x 2
123. y = x V a ^ — + a2are sen . Resp. y' = 2 '[ /a ^ — x^.

124. y = V a 2 — a:2-f a are ic n — . Resp. y' = l / .


d V d—
pX
X v+ d du 1
125. w= are tg -j—
1—dv ’ di; l + í’^
1 xVS , x24-l
126.
Vf = li+ i2 X i
X
127. y — xATc len x. Resp. y ' = are sen a: H

1
128. / (x) = are eos (Log x). Resp. / ' (x) =
X V l — Log2 X

eos X
129. / (x) = are sen y $ ê n z . Resp. f' (x)-
2y sena:— sen2 x

130.

^arc tg .1:
131. Resp. y
l+ a:2 •
gx—
132. y = are t g ------^----- ■Resp. y ' =

133.
j, = xWCicn* R ç jp J^,_^arcseii* / arcicna:^ Logjt \
y a: — j-2 y
eos X r + no 1.® e 4.® quadrante,
134. y=::are scn (scn x ). Resp. y'
I COS a: I t — no 2.^ e 3.® quadrante.
4sen x
135. Resp. y':
3 + 5 ' Í o s x • ^ 5 + 3 c o s x '

a / X— d ^ 2a*
136. y = arc tg Y + Log j / . Resp. a:4—
X
. /1 + x \ 4 1 ^ ^ , X*
137. y = i;irir
3 a r 2 -l
138. y=- 3a:*
+ Log V l + x* + a r c t g x Rçip.

139. * + - : 7^ arc tg . R eip. { / ' = - ^

l + x l / ã + x * „ x V 2 « , V 2
140.

1 P - « « 2 « | x | "
141. í^ = arc COS . Resp. ■
142 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Derivação das funções implícitas:

Calcular , sc :
dx

y^ = Apx. Rcsp. = . 14 3 . x2 + £,2 = fl2. R c s p . - ^ = ------


dx y - dx y

144. 62^:2 _j_a2y 2 = a 2ft2 . Rcsp. ^


dx a^y

145. j, 3 _ 3 j, + 2<ix = 0. Resp. .


1 1 1
146. x^ + y^ = a^, R c s p . - ^ = — l /
dx w X

147

dy y
148. y 2 _ 2x1/+ 02:^0. Resp.
dx y—X '
dy ay^x^
149. x3 + y3— 3fl3.y _ Q Resp.
dx y^ — a x

dy _ sen j x + y )
150. í/= COS (x + ^). Resp.
d x ~ l + s c n ( x + í/)
dy l + i/s é n (x i/)
151. COS (xí/) = x. Resp.
dx xStD(xy)
dy
A char para as funções dadas sob a form a paramétrica:
dx

152. x = a c o s / , y = bsen t. R e s p . — ^ c t g í .
dx CL

153. x = a ( t — s ô n O ; y = a ( \ — cosO -

154. x = a c o s 3 í ; i/ = òseil3 í. Resp. — ^igt.


dx a
3 a t' 3 a /2 2t
155. X- ; y= 1+ /2
1 4 -/2 dx 1 — /2
dU
156. M= 2 L o g c t g s , i ; = t g s - f c tg s. Mostrar que - ^ = tg 2 s .

A char as tangentes dos ângulos da inclinação das tangentes às curvas:

15 7 . x = c o s / , y = s e n t no p o n t o a : = — y ,
1 j/= -!^
T/ s Fazer o desenho
1
Resp.
Vã ■
158. X— 2 c o s í, i^= sení no ponto x = l , y-
V3 Fazer o desenho
1
Resp.
2 Vã
DERIVADA E DIFERENCIAL. 143

159. x = a ( í — s e n /), í/ = a (I — cos í) para í = — .F a zer o desenho. Resp 1.

160. X— a c o s ^ í, y = a sen ^ t f>ara t = ^ . Fazer o desenho. Resp — 1.


1^1 Um corpo lançado no vácuo sob um ângulo a com o horizonte descreve
sob o efeito da gravidade uma trajectória (parábola) cujas equações
paramétricas são: ^ = ( í^o cos a )/, y = ( v o sen a ) t — -y (g = 9,8 m/s^). Para
a = 60**, Vq = 50 m/s, determinar a direcção do movimento nos instantes:
1) t = 2 s ; 2) t = 7s. Fazer o desenho.
Rép. 1) tg (pi = 0,948, cpi = 43°30'
2) tg cp2 = — 1,012, (P2 = + 134°7'
Calcular os diferenciais das funções seguintes:

162 . í/ = (a 2 — x2)5. Resp. dy = — iOx dx.


X dx
163. y = ’[/\-}-x'^. Resp. dy-
"V^l -|- x2
164. í/ = - y tg 3 X + tg X. Resp. dy —s e c ^ x dx.

165. i, = £ 1_X
Í2^ + L o g ( l - z -)/------
I “'-6V* . Resp. d y - ^(1«—x)2
8^^ ’
Calcular os acréscimos e os diferenciais das funções:

166. y = 2x^ — X para’ x = 1, Ax — 0,01. R ép. Ap = 0,0302, dy = 0,03.


167. Seja y = + 2x. Calcular Ay e dy para x = — 1, Ax = 0,002.
Resp. Ay = 0,098808, dy = 0,1.
ji Jt ji
168. Seja y = sen x. Calcular dy para x = - ^ , Ax = -70- Resp. dy = - õc"= 0,00873.
1 /3 ^ 1
169. Conhecendo sen 60° = \ = 0,866025; cos 60° = - ^ , calcular o valor
2 ^
aproximado de sen 60° 3" e sen 60° 18'. Comparar os resultados obtidos
com os dados das tábuas. Resp. sen 60° 3 ' 0 ,8 6 6 4 6 1 ; sen 60° 1 8 '^
:::í 0^068643.

170. Achar o valor aproximado de tg 45° 30". Resp. 1,00262.


171. Conhecendo log^j^ 2 00 = 2,30103, calcular o valor aproximado de log,A 200,2.
Resp. 2,30146.

Derivadas de difèrentes ordens.


172. y = 3x* — 2x2 + 5x — 1. Calcular y''. Resp. 18x — 4 .
12

173. y = Y Calcular y" \ Resp. ^

174. y = x«. Calcular Resp. 61.

Calcular y \ Resp. - ^n+2 ^


144 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

fl2
176. y = ~]/a^— x^. Calcular y". Rcsp.
(a^ —x^)ya^ —x^ ’
15
177. y = Calcular Rcsp.
8Vx7 ’
178. y = ax^-{-bx-{-c. Calcular Rcsp. 0.
6
179. f ( x) = L o g ( x + í ) , Calcular /^ ^ (x ).R c sp . - •
180. y = i g x . Calcular y"'. Rcsp. 6 sec^ x — 4 sec2 x,
181. y = Log wtikx. Calcular y'". Rcsp. 2 ctg x cosec^ j;.
182. / (x) = V s i ^ . Calcular r (x). Rcsp. f" (x) = 3 [ f (x)]5 — / (x).
41
183. y = T ~ — • Calcular (x). Rcsp. -j-.------ ^
1— X ( 1 — x)»
4a3
184. P = (9* + arc tg ± . Calcular . Resp. •

185. “ ). Calcular -g - Rcsp. .

186. y ^ c o s a x . Calcular y^^K Rcsp. cos ^ ax + « j .

187. y = a^. Calcular y<“^K Resp. (L o g a )’^a*.

88. y = L o g (l + x). Calcular y^^KKtsp. ((—


- U1)n - l i l 1)!
(1 + x )^ •
1—X n\
189. . Calcular Rcsp. 2 ( —
1 + x • ------- - ^ •
190. y = e^x. Calcular Resp. e * ( x + n ) .

191. P = x"-1 Log X . Calcular jí(">. Resp. ' .


X

192. í/ = scn2a:. Calcular R c s p .— 2^“i cos ^ 2 x j

193. i/ = x s c n x . Calcular Rcsp. xscn ^ x - f - ^ n j —ncos ^x + - ^ / i j

194. Se y = « * sc n x , demonstrar que y''— 2 y ' + 2 y = 0 .

195. p2==4ax. Calcular g . R e s p . — ^

3fr«x
196. CalcuUr g - et g Resp. a4y5

197. x2 + y2 = r2. Calcular


d^y Rcsp.---- ^ .
dx2
d3y . Rcsp. 0.
198. jy2— 2jjj/ = 0. Calcular
dx3
d3p 2(5 + 8p2+3p4)
199. p= lg(q) + P)- Calcular . Rcsp.
p3
DERIVADA B DIFERENCIAL 1 46

200. 9 e c (p .c o s p = C . C«kul«r
d<pa . Itesp. .

d^y
201
dx2
dH 2a^xy
202. 3axy=0. Calcular . Resp. - (y2_ax)8
203. a : = a ( / —'Sçní)* ^ = « ( 1 — c o s í). Calcular Resp.
dx^ 4a sen^
( 4 ) ‘

d^u
204. z = a c o s 2 í , y = bacn 2 t. Mostrar que -g ^ = 0 .

3 COS í
205. a: = f l c o s í, y = a 9 e a t . Calcular
aasen® í
d2n d2n+l
206. Mostrar que (sh x ) = sh x; -^ jãn + r

Equações da tangente e da normal. Comprimentos da sub-tangente e


da sub^normat

207. Formar a equaçáo da tangente c da normal à curva y = jc* — —x + 5


no ponto M (3, 2). Resp. A tangente 8x — y — 22 = 0; a normal x +
+ 8y - 19 = 0.

208. Achar a equaçSo da tangente e da normal, o comprimento da sub-tangente


e da sub-normal no círculo x* + y* = r* no ponto M (jCj, y^). Resp. A tan­

gente xxi + yyi =r® ; a normal x^y—y ^ x = 0 ; *S’r = í— ^ 1 ;


= a:j|.
209. Mostrar que o vértice da parábola y^ = Apx corta a sub-tangente no
centro e que o comprimento da sub-nonnal é constante e igual a Ip.
Fazer o desenho.
210. Achar a equaçSo da tangente no ponto M (Xj, y ^ ): a) à elipse
XXf yyi
^ + ^ = 1 . R cp. l ; b ) à hipérbole p = l- R«H>*
q2 Ò2
XXi yy\ =1 .
a2 62
8a»
211. Achar a equaçSo da tangente e da normal à curva y = -^ 24 -
ponto em que x ^ 2 a . Resp. A tangente x + 2y == 4a; a normal y =
= 2jc - 3a.

212. Mostrar que a normal à curva 3y = 6jc — 5x*, dirigida ao ponto M ^ 1 , ,


passa pela origem das coordenadas.

213. Mostrar que a tangente à curva ss2 dirigida ao ponto

t y + |= 2 .

10
146 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Achar a equação da tangente à parábola = 20o: que forma um ângulo


214 ® y ^ x + 5 [no ponto (5, 10)1.

Achar as equações das tangentes ao círculo = 52 que são paralelas


215. â recta 2jc + 3y = 6. Rcsp. 2j: + 3y :t 26 = 0.

Achar as equações das tangentes à hipérbole 4x^ — = 36, que são


216. perpendiculares à recta 2y + 5x = 10. Rcsp. N ão há.

Mostrar que as porções da tangente à hipérbole xy = m compreendidas


entre os eixos de coordenadas têm por centro o ponto de tangência.
2 2 2
Mostrar que as porções da tangente à astroide x^-\-y^ = a^ compreendidas
entre os eixos de coordenadas têm um comprimento constante.

219. Sob que ângulo se cortam as curvas y = e y = b^7 Resp. tg a =


_ Log a — Log b
~~ 1 + Log a*Log b *
Achar o comprimento da sub-tangente, da sub-normal, da tangente e da
220 . normal à cicloide a: = a (0 — * e n 0), y = a ( i — c o s 0) n o ponto para o qual
O t t y .R esp. S t = a ; S N = a ; T = a V 2 ; N = a “l/ 2 .

221. Calcular t t N para a hipocicloide a r = 4 a c o s 3 í, y = 4 a 8 c n 3 /


flesp. *S'r = | 4aieii2 í COS í [; ^5*^^= 4a
sén^/ r= 4 ascn 2 /;
COS t
,= 14ascn.2 t tgí |.

Problemas diversos

Calcular as derivadas das funções:


Êtnx
222. I-L o g Resp.
2cos2ar 2

223.
1 1
í/ = arc sen — . Reso. i / ' = -------------------- -
® 1*1
cosx
224. y = & T c sen (senx)
cos:r

2
225. ^ . a r c t g ( - ^ , - ^ t g | ) ( a > 0 . 6>0).

Resp. y ’
a + 6 COS X
226. y = | z l . Resp. y ' = -i— 7

227. y = arc sen “j / l — x 2. Resp. y'===


\ *I ■
DERIVADA E DIFERENCIAL, 147

228. Resulta das fórmulas i; = Ajx/>3 e s — 4jir2 para o volume e a superfície


V O
da esfera que -J^ = s, Explicitar a significação geométrica deste resultado.
dr
Achar uma relação análoga entre a superfície do círculo e o comprimento
da circunferência.
229. N o triângulo ABC o lado a exprime-se em função dos outros dois lados 6,
c e do ângulo A que eles formam pela fórmula a = — 2frccosTi.
Quando os lados ò e c são constantes, o lado a é tunção do ângulo A.
Mostrar que = cm que ha designa a altura do triângulo correspoor
aA
dente à base a. Explicar o resultado com o auxílio de consideraçOes
geométricas.
230. Utilizando a noção de diferencial, explicar a proveniência das fórmulas
aproximadas + b^ , f a^-j- b + , cm qiic | b | é um
número pequeno em relação a a,
231. O período de oscilação do pêndulo é igual a T ^ “V H g • Que influência
sobre o erro de cálculo do período T exercerá um erro de 1 % fora da
medida: 1) do comprimento do pêndulo /; 2) da aceleração da gravi­
dade g? Resp. 1) « 1/2 % ; 2) « 1/2 % .
232. A tractriz tem a propriedade de em cada um dos seus pontos o segmento
da tangente T conservar um valor constante. Demonstrar isto utili^ndo:
1) a equação da tractriz sob a forma

x = ~ [ /a ' ^ — y^ + - ^ Log — = (a > 0 ) *,


2 a + y a ^ — y^

2) as equações paramétricas da curva

a ;= a (Log t g í/ 2 + COS O i y = <h sení.


233. .Demonstrar que a função y = verifica a equação +
- f - 2 ^ = 0 (Ci C C 2 designam aqui constantes).
234. Demonstrar a igualdade y" = 2z t z" — — 2y, se y = e * sen x , z = e* cos x.
235. Mosirar que a função y a sen (m arc sen x) verifica a equação
X — +771*5^ = 0.

236. Demonstrar que se (a + 6 x ) e * = x , então


Capftalo IV

TEOREMAS RELATIVOS AS FUNÇÕES DERIVÁVEIS

§ 1. Teorema relativo às raizes da derivada


(teorema de Rolle)

Teorema de Rolle — Se a função f(x) é contínua no segmento


[a, b], derivável em qualquer ponto interior do segmento e se anula
nas extremidades deste segmento [f (a) = f (b) = 0], então, existe
menos um ponto intermediário x = c, a < c < b, emque a derivada
V (x) se anula, isto é, V (c) = 0 (*).

Demonstração — A função f(x) sendo continua sobre o segmento


[a, b]. atinge pelo menos uma vez neste segmento, o seu limite supe­
rior M e o seu limite inferior m.
Se M = m, a função f (jc) é constante, isto é. que para todos
os valores de x a função tem um valor constante f (x) = m. Mas
então, em qualquer ponto do segmento, teremos f(x) = 0 e o teorema
fica demonstrado.
Suponhamos que M ^ m . Neste caso pelo menos um destes
números é diferente de zero
Suponhamos, para fixar ideias, que M > 0 e que a função atinge
0 seu limite superior M no ponto x = c, isto é. que f (c) = M,
Notamos, neste caso. que c é distinto de a e de b, porque em virtude
da hipótese / (a) = 0 = / (ó); sendo / (c) o limite superior da função
f (x), f (c + Ax) — f (c) < 0 tanto para Ax positivo como para Ax
n^ativo.
Dai resulta que:

/(» + A x ) - / W
A x>0, (1')
Ax
/ (c -f- Ax) ~ ^ 0 para A xcO . (1”)
Ax

(*) O número c chama-se raiz da funçSo f (x). se f> (c) = 0.


TEOREMAS RELATIVOS AS FÜNÇOKS DERIVÁVEIS 148

Dado que as condições do teorana imidicam a existência da


derivada no ponto x — c, temos passando ao limite para Ax->0:
f(c+Ax)-f(c)
lim =/ '( c ) < 0 para A a;> 0 ,
A ac -^ O Ax
f {c + Ax) — f {c)
lim = f (c) 0 para Ax < 0.
Ax
Mas as desigualdades f ( c )< 0 e f (c) > 0 só são compatíveis
no caso em que f (c) = 0. Por conseguinte, provamos a müstência
dum ponto e interior ao segmmto [a, ó] tal que neste ponto f (x)
se anula.
O teorema de RoUe admite uma interpretação geométrica sim­
ples: se uma curva continua tendo uma tangmte em caída ponto corta

Fig. 91 Fig. 92

O eixo Ox nos pontos de abcissas a e b, enste sobre esta curva pelo


menos um ponto de abcissa c, a < c < b, tal que a tangente neste
ponto é paralela ao eixo Ox.
N ota— 1. O teorema permanece válido para uma função deri-
vável que não se anula nas extremidades do sarnento [a, Ó], mas
toma nestes pontos valores iguais / (a) = / (ó) (fig. 91). Neste caso a
demonstração é idêntica à anterior.
N ota— 2. Se f(x) 6 uma função tal que a sua derivada não
existe em certos pontos do intervalo aberto (a, b), então o teorema
pode cessar de ser verdadeiro (isto é. que neste caso pode não existir
neste intervalo [a, 6] um ponto intermediário e em que a derivada
/(x) se anula).
Por exemplo, a função _
y = f{x) = i — / x ^
(fig. 92) é contínua sobre o sarnento [— 1. 1] e anula-se nas extre­
midade do sarnento; todavia, a derivada
/'( x ) = -------- ^
3K X
150 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

não se anula no interior deste segmento. Isto provém do facto de


no interior deste segmento existir um ponto x = 0 em que a derivada
não existe (ela toma-se infinita).
O gráfíco representado na figura 93 dá igualmente lun exemplo
de função cuja derivada não se anula em nenhum ponto do segmento
[0. 2].
As hipóteses de validade do teorema de
Rolle já são satisfeitas por esta função, pois
no ponto X = 1 a derivada não existe.

§ 2. Teorema dos crescimentos finitos


(teorema de Lagrange)
Teorema de Lagrange — Se a junção f (x)
é contínua sobre o segmento [a, b], derivávd
em qualquer ponto interior deste segmento, existe, então, pelo menos
um ponto c, a < c < b. tal que
f{b)-f{a) = r(c){b-a). (d)
Danonstração — Designemos por Q o número ^ {-■— ,isto é,
façamos b— a
fib)-f{a)
(2)
b —a

Consideremos a função auxiliar F (x)


definida pela igualdade:
F{x) = f { x ) - f ( a ) - ( x - a ) Q . (3 )
Esclareçamos a natureza geinné-
trica da função F(x). Para isso, forme­
mos. primeiro, a equação da corda AB
(fig. 94) tendo em vista que o seu coefi­
ciente angular é igual a ^ •= Q
b— a
e que esta corda passa pelo ponto [a; fia)]:
y — f (a) = Q{x — a),
donde.
y = f(a) + Q { x ~ a ) .
Mas F (x) = / (x) — Uià) + Q( x — a)]. Por conseguinte, para cada
valor de x, F (x) é igual, à diferença das ordenadas da curva y = / (x)
e da corda y = 1 (a) + Q{x — a) para os pontos da mesma abdssa x.
TEOREMAS RELATIVOS AS FUNCOBS DERIVÁVEIS 151

Vê-se fàcilmente que F (x) é contínua sobre o segmento [a, 6],


derivável em (a, b) e anula-se nas extremidades deste intervalo, isto é,
F (a) = 0 e F (6) = 0. Por conseguinte, as condições de validade do
teorema de RoUe são satisfeitas para esta função. Em virtude deste
teorema, existe um ponto x = c no interior deste segmento tal que

r(c )= o .
Mas
r{x)= f(x)-Q .
Logo.
F'(c) = r ( c ) - Q = 0,
donde
Q=f(c).
Substituindo este valor de Q na igualdade (2) temos:
/(6 )-/(o ),
■=r(c), (!')
b —a
donde se deduz imediatamente a fórmu^la (1). Assim, o teorema fica
demonstrado
Para compreender a significação geométrica do teorema de Lagrange
reportemo-nos à figura 94. Segundo esta figura, vê-se que a grandeza
/ W / (^) ^ 21 tangente do ângulo a que forma a corda que passa
h—a
pelos pontos A t B abcissas a e 6 do gráfico e eixo positivo dos x.
Por outro lado. /' (c) é igual à tangente do ângulo que forma
a tangente à curva no ponto de abcissa c e o eixo positivo dos x.
Assim, a igualdade (10. (ou a igualdade equivalente (1)) pode ser inter­
pretada geomètricamente da maneira seguinte: se a curva admite uma
tangente em qualquer ponto do arco AB, existe, então, um ponto C
entre ^4 e B tal que a tangente neste ponto é paralela à corda AB.
Por outro lado, visto que c verifica a condição a < c < b, então.
c — a < b — a ou
c — a = 0 (6 — a),

em que 6 é um número positivo compreendido entre 0 e 1, isto é.

O <0<1.
Mas então.
e= a + 0 — ®)
e pode-se pôr a fórmula (1) sob a fonna:
f{by — fiá) = (b — a ) f [ a + Q ( b — a)], 0<0 < 1 d")
162 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

§ 3. Teorema de Caudhy
(relações dos crescimentos de duas funções)

Teorema de Cauchy — Sejam f(x) e y(x) duas funções contínuas


sobre o segmento [a, b], deriváveis em [a, b] e seja f(x) tal que
/ (x) não se anule em nenhum ponto de [a, b]; existe, então, um
ponto x = c no interior de [a, b], a < c < b, tal que

f { h ) - f { a ) _ f(c)
(1)
q)(6) — (p(a) cp'(c)
Demonstração — Definamos Q pela igualdade:
f{b)-f{a)
Q= (2)
(p (6) — <p(o)

Notemos que <f(b) — (a) ^ 0, visto que no caso contrário


(fib) será igual a <f{a), o qüe implicará, em virtude do teorema de
Rolie, que / (x) = 0 num ponto interior do segmento, o que contradiz
as condições do teorema. '
Formemos a função auxiliar:
F(x) = f (x) —/ (a) — Ç [(p (x) — (p (a)]

É evidente que F (a) = 0 e F (b) = 0 (isto resulta da definição


da função F (x) e do número Q). Notemos que para a função F (x)
as hipóteses de validade do teorema de Rolle são satisfeitas. Podemos,
então, concluir que existe um número c entre a e b (a < c < b) tal
que F' (c) = 0. Mas F' (x) = f (x) — Q / (x), por conseguinte.

F'{c) = f { c) - Q( p' ( c) = 0,
donde
f{c)
Q=
cp'(c)
Substituindo este valor de Q na igualdade (2), temos a igual­
dade (1).
Nota — O teorema de Cauchy não pode ser demonstrado, como
se poderia julgar, aplicando o teorema de Lagrange ao numerador e
ao denominador da função
f{b)-f{a)
qp(6) — (p (a)
TEOREMAS RELATIVOS AS FUNÇÕES DERIVÁVEIS 153

Com efeito, procedendo-se desta maneira, obteremos (depois) de


termos simplificado a fracção por 6 — a) a fórmula

f(b)-f(a) _ f M .
q)(ó) — <p(a) <p'(cjs)

em que a < cj <C 6, a c i c ^ d b . Mas em geral, C i^C z. este


resultado não permite obter o teorema de Cauchy.

§ 4. LJmite do quociente de dois infinitam ente pequenos


^ 0
(verdadeiro valor das indeterminações da forma —)
0

Sejam f(x) e f i x ) duas funções definidas sobre o sarnento [a, ó]


satisfazendo as condições do teorema de Cauchy e anulando-se no
ponto x = a deste segmento, isto é, f (a) = 0 e <p(a) = 0.
f ix)
O quociente ^ definido no ponto x = a, mas em qual­
quer ponto x ^ a , é uma quantidade bem determinada. Eis porque nos
podemos propor a encontrar o limite deste quociente quando x - * a .
O cálculo de limites semelhantes chama-se «cálculo do verdadeiro
valor das indeterminações da forma »; diz-se também: «levantar a
0 ^
indeterminação da forma -q- ».
Fizemos já referência a um problema deste género, por ocasião
SCO X
do estudo do limite lim ------e do cálculo das derivadas de certas
a-+0 X
sen X
funções elementares. A expressão----- não tem significado para x = 0,
sen X
por outras palavras, a função F (x) = ------não é definida neste ponto.
seu X
mas vimos que o limite da expressão para x - » 0 existe e é
igual a 1.

Teorema (Regra de L’Hospital) — Sejam f(x) e ^(x) duas fun­


ções que satisfazem às condições do teorema de Cauchy sobre um certo
segmento [a, b] e amdando-se no ponto x = a, isto é, f (a) = ^ (a) = 0.
164 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

f ix)
Se, além disso, o limite do quociente ) : existe quando x a,
- f{x) . {X)
então, lim existe e

<p(x) q>'(a:)

Demonstração — Escolhamos um ponto x ^ a arbitrário sobre o


segmento [a, b\. Aplicando a fórmula de Cauchy, temos:

f{x)-f(a) _ n i )
( 1)
(p(a:) — <p(a) (p'(|)
em que | é um ponto compreendido entre a c x. Mas por hipótese
f (a) = <p(a) = 0, por conseguinte.

/(^) _ f i l )
(2)
(p(a:) <p'(|)
Se x -> a , I tende igualmente para a, visto que | está compreen-
f (x) f (£)
dido entre x e a. Além disso, se lim - , / \ = A. lim -7 )J; existe e
x -* a <P ( ^ ) . 6-»o <P ( s )
é igual a A. Por conseguinte, é evidente que

x-*a (p (x) x-^a <p'(x)


e on definitivo:

x-*a <p(ar) x-t-a (p'(x)

N ota— I. O teorema é igualmente válido no caso em que f(x)


e (p(x) não são definidos no ponto x = a, mas

lim / (x) — 0, lim (p (x) = 0.


x-^a x-*-a
Este caso reduz-se sem dificuldade ao anterior, se se definir as
funções fix) 0 f (x) no ponto x = a de maneira que elas sejam con­
tínuas neste ponto. Para isso, basta fazer
/(a) = lim /(x ) = 0 ; 9 (a) = lim q) (x) = 0,
x-^a x->a
TEOREMAS RELATIVOS AS FUNÇÕES DIOIIVAVEIS 155

f (x)
visto que, evidentemente, o limite do quociente , quando a,
não depende do valor de f (x) e de 9 (jt) no ponto x = a.
Nota — 2. Se /' (a) = / (a) = 0 e se as derivadas f W e / (x)
satisfazem às condições requeridas para a validade do teorema, pode-
/ ' (x)
mos aplicar de novo a regra de L’Hospital no quociente dedu-
/ ' (x) (x)
zimos aqui, por conseguinte, a fórmula lim — lim \ , \ -{ > ®tc.
3C-+0 (X ) x -* a *P ( ^ )

Nota — 3. Se / (a) = 0, mas f (x) ^9^ 0, o teorema pode ser


aplicado ao quociente inverso <P(jg) , que tende para zero por x - ^ a .

Por conseguinte, o quociente f (x) tende para o infinito.


(p(x)
Exemplo — 1.
sen 5x (acnõa:)' 5co s5 x 5
h m — = h m L — — = = h m ------ r -------- = -^
X-+.Q x->0 x-^0
3C-^0 « ^
Exemplo — 2.
1
U m L o g (l + ^ ) ^ i t o l ± i : = l = 1.
X-»-0 ^ 3C->0 ^ ^

Exemplo — 3.
e*—e-*—2x 2 e^—e
l i m --------- ----- = lim — 7-!—— -----= lim
3C-+0 ^ — sen a: ^:-^0 1 — cosa: sen a: x-i-O cosa; 1

Tivemos de aplicar aqui três vezes seguidas a regra de UHospital,


visto que o quociente das derivadas primeiras, segundas e terceiras
conduziu à indeterminação para x = 0.

Nota — 4. A regra de L’Hospital pode igualmente ser aplicada


no caso em que

lim f(x) = 0 e lim (p (a:) = 0.

1
Com efeito, façamos x = — ; vimos que z 0 quando x - ^ oo
z
e , p o r c o n s e g u in te .
iim /( i) = o, h «;'p ( 7 ) = o.
156 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Aplicando a regra de L’Hospital ao quociente . obtemos:

^( )1

lim ^
(p(a:)
= lim
z->0
(^)
= lim
4 i) = lim f(^ )
ac-^oo (Ç>'(x)
■*" -'(t )

como se queria demonstrar.


Exemplo — 4.

k
sen — k COS x \ X^l
lim —r—= lim 1
=lim k COS —= k,
3C-+-0O X

X2

§ 6. Limite do quociente de dois infinitamente grandes


00
(verdadeiro valor das indeterminações da forma —)
00

Consideremos agora o problema do limite do quociente de duas


funções f ( x ) e i p (jc) tendendo para o infinito quando x - > a (ou quando
X —> oo).

Teorema — Sejofn f(x) e <p(x) duas funçõçs contínuas e derivá­


veis em qualquer ponto na vizinhança do ponto a; a derivada
y^(x) não se anula em nenhum ponto desta vizinhança e, além disso.
limf{x) = oo, lim (p(x) = oo.

Se o limite
(1 )
X^a q) (x)
TEOREMAS RELATIVOS AS FDNCOES DERIVÁVEIS 167

... ,. f (x)
existe, então o limite lim —^ existe igualntente e
<P (X )

lim ^ = lim n ^ ) ■A . ( 2)
a-»a <p(x) x-*a (p (x)

Demonstração — Escolhamos dois pontos arbitrários a e x na


vizinhança do ponto a de modo que a < x < a (ou a > x > a). Em
virtude do teorema de Cauchy. t«nos:
f ( x ) — f{a) f'(c)
(3)
ç>(a:) — (p(a) (p'(c) ’
em que a < c < x . Transformemos o membro esquerdo da igualdade (3):

1 /(« )
f{x)-f{a) /(X) f{x)
(4)
(f) (x) — (p(a)(p(x) ^ _ <p(g)
(p(a;)
Deduzimos das relações (3) e (4):
1 /(« )
____ /(X)
f{c) ____________ ij^

(p(x)
Donde tiramos:
(p(a)
f{x) f'{c) ^ (p(x)
(5)
<P(^) <P'(c) ^ /(« )
f{x)

Resulta da condição (1) que. para e > 0 arbitiàriamente pequeno,


se pode escolher a suficientemoite vizinho de a para que a desigualdade
f{c)
<1
q>'(c)
OU
A —e < - ^ - ^ < v l + e (6 )
<p'(c)
158 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

seja satisfeita para todos os x = c em que a < c < a . Consideremos


em seguida a fracção
<p(a)
1-
(p(x)
1 /(« )
/(^)
Fixemos a de maneira que a desigualdade (6) seja satisfeita, e
façamos tender x para a. Visto que / (x) oo e (x) -> oo para
X -» a, então
<p(«)
q)(x)
lim 1,
x^a /(« )
1 -

í{x)
e, por conseguinte, para todo c > 0 prèviamente escolhido, teremos
para todos os x suficientemente vizinhos de a

<P(«)
1 -
<p(x) <e
1 -
/(« )
Hx)
ou
1 -
y(g)
q>(x)
1-e < < 1 + e. (7)
1 -
/(g )
f(.x)
Multiplicando os membros correspondrates das desigualdades (6)
e (7). temos:
I <p(g)
[A — e) (1 — e )< -------T 7 ^ < + e) (!' + e),
<p'(c) /(« )
f{x)
e em virtude da igualdade (S)
fjx) <C {A -|- e) (1 -|- e).
{A - e ) { l - e ) <
(p(x)
TEOREMAS RELATIVOS AS FUNÇÕES DERIVÁVEIS 159

Sendo e arbitràriamente pequeno quando x é suficientemente


vizinho de a, deduzimos destas últimas desigualdades que

UmJM- = A
x->-a f ^ ( x )

OU em virtude de (1)

x->-a (p(x) x->-a (J) (x)


c. q. d.
N ota— 1. Se nas condições (1) se faz A = oo, isto é, se

1- -íi/^ )
hm - = oo,
x->-a q>'(x)

a igualdade (2) fica válida igualmente neste caso. Com efeito, resulta
da relação anterior:

h „ . íe; w _o.
x->-a f (x)
Então, segundo o teorema que acabamos de demonstrar.

lim J£W - = Um-!ÜÍÍ- = 0,


(x)
x -*a f *-»o f (x)
donde

(p(a:)
Nota — 2. O teorema pode ser fàcilmente estendido ao caso em
que Jí->oo. Se os limites lim /(j:)= o o , lim ^(jc)=oo e l i m ^ - ^
X-^oo x-^oo .T->oo < })'(X )
existe, então.

( 8)
cp(x) cp'(x)
Demonstra-se esta proposição efectuando a mudança de variá-
1 0
veis X — — , como no caso da indeterminação da forma (ver § 4,
nota. 4).
160 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

E xem plo — l, (e*)' e*


lim ---- = h m ^ r - r r = liDi =
X -* > 0 0 ^ X -> 0 0 (^ ) X -+ -0 0 ^

No/â — 3. Chamamos uma vez mais a atenção para o facto de


que as fórmulas (2) e <8) apenas são válidas se o limite do segundo
membro existir (finito ou infinito). Pode acontecer que o limite do
primeiro membro exista, enquanto que o limite do segundo membro
não existe. Eis um exemplo. Seja calcular o limite:
X + sen X
lim

Este limite existe e é igual a 1. Com efeito.


a: + sen
lim
ac->oo \ X /

Mas o quociente das derivadas

_ Í£ ± J E ? L ^ = 1 ± 5 ^ = 1 + COSX
( X) 1
não tende para nenhum limite quando x-> oo, porque oscila entre 0 e 2.
Exemplo — 2. ax2 + ò 2ax a
lim
cx^ d 3C—voo 2cx c

Exemplo — 3.
tg x ,. COS2 X , . 1 COS2 3x
lim lim ---- — = lim-
tg 3x o 3 COS2 X
2 ^ '^ 2 COS2 3 x

.. 1 2 * 3 COS 3 x s e n 3 x . . c o s 3 x . . s e n 3 x
= lim - 7T — s ---------------------------- ----- h m — — lim
3 2 COS X sen x COS X „ se n x
T 2

„ se n x (1) (1) (1)

Exemplo — 4.
lim - ^ = lim - ^ = 0 .
X-VOQ ^ X-VOO ^

Geralmente, para todo o inteiro n > 0

h m —r r = h m — =—= . . . = h m —^ --------=
TEOREMAS RELATIVOS AS FCMCOBS DERIVÁVEIS 161

Os outros casos de indeterminação que se nota símbòlicamente:


a) O -o o ; b) 0 ° ; c ) oo®; d) l* ; e) oo — oo

reduzem-se aos casos anteriores que acabamos de estudar. Explicitemos


estas notações simbólicas.
a) Dado que Iim /(x) = 0; lim{»(x) = eo. pede-se para calculár
limite
lim[/(x)-<p(a:)].
x-*^a
É uma indeterminação da forma 0 ' oo.
Escrevamos esta expressão sob a forma:

lim \ f (x) • (p(x)] = lim


x-^a x-^a 1
<p(x)
OU
<p(x)
lim [/ (x) • q) (x)] = lim
x-^a x-*-a 1

/(^)
quando x - * a temos uma indeterminação da forma ou — .
U oo
Exem plo — 5.

lim x^-Log x = l i m üm •lim— = 0.


a:-»-0 3c->0 ^ x-vO ^ *-♦•0 ^
xn-n
b) Dado que
lim /(x ) = 0, lim<p(x) = 0,

pede-se para calcular o limite


lim [/(x )f‘*\
x-^a
ou, por outras 'palavras, para levantar a indeterminação da forma 0*.
Façamos
y = [/(x)f<»'
Tomemos o logaritmo dos dois monbros desta expresso:
Logy = (p(x) [Log/(x)J
162 CALCULO DIFEBENCIAL E INTEGRAL

Quando x - ¥ a temos (à direita) uma indeterminação da forma


O‘ oo. Conhecendo lim Log y, determina-se fàcilmente lim Com
3C-va X->Q
efeito, em virtude da continuidade da função logarítmica, lim Log y =
x->a
= Log lim y e se Log lim y = b, ratão, é evidente que lim y = c®.
x-¥a x-¥a x-^a
Se cm particular 6 = + oo ou — oo, teremos respectivamente lim y =
= + 00 ou 0.
Exemplo — 6. Seja calcular lim Fazendo y = x^, encontramos

Log \imy = lim Log y = lim Log (x*) = lim (x Log x) ;

lim (x
(xLogx)
Log x) = lim ^ = \i
— im -— ^. = — lim x = 0 ,
Um
3C->0
3C->0 3C->0 A 3C->0
X - 1
X2
por conseguinte, L o g lim y = 0, donde lim y = e ® = l , isto é, U m x * = l .

Acha-se duma maneira análoga os limites nos outros casos de indeter-


minaçSa

§ 6. Fórm ula de Taylor

Suponhamos que as derivadas da função y — f (x) existem até


à ordem (n + 1) inclusivamente numa dada vizinhança do ponto x = a.
Procuramos um polinómio y = Pn (x) de grau não superior a n, cujo
valor no ponto jc = a é igual ao valor da função / (x) neste ponto,
e cujos valores no ponto x = a das derivadas sucessivas até à ordem
n inclusa são respectivamente iguais aos valores neste ponto das deri­
vadas correspondentes da função /(x)
P n (a) = f (a), P'n (a) = /'(«), P'n {a) = í"{a), .. .
P ^ ^ \a ) = f ^ \ a ) . (1)
Pode-se, naturalmrate, esperar que este polinómio seja num certo
sentido «próximo» da função /(x).
Procuremo-lo sob a forma dum polinómio segundo as potências
inteiras de (x — a) e cujos coeficientes são indeterminados
P n (^) = C q + Cx (x — g) + (x — fl)* -)- C 3 (x — a)® +

••• ( 2)
Determinemos os coeficientes Ci, Cj, .... Cn de maneira que
seja satisfeita a relação (1).
TEOREMAS RELATIVOS AS FÜNÇOES DERIVÁVEIS 163

Calculemos, de seguida, as derivadas de Pn(jc):

/>; {x) = Ci + 2 C j ( x - a) + + ...


. . . + nCn {x — a)" ^
P;'(x) = 2C2 + 3 -2C3(x - a) + . . .
(3)
...+ « ( n - l) C „ ( x - a r - * ,

P^">(a:) = r a ( « - l ) . . . 2 . 1 .C„.

Substituindo x por a nas igualdades (2) e (3) e [em virtude da


igualdade (1)] Pn(a) por /(a), P n (a) por f(a ), etc., temos:

/(a) = Co
f{a) = C,
r{a )^2 .í-C ,

f ”-\a) = n{n - l)(n - 2) , . . 2 . 1 -C„,


donde encontramos:

C, = f(a), C, = f{a), C, = ^ r ( a ) ,

(4)
C3 = /"'(a), ...,C„ = ------(a).
1 . 2.3 1.2-...-ra

Substituindo os valores dos coeficientes C, Cj, .... Cn na fór­


mula (2), encontramos o polinómio que se queria:

i>„ ( X ) = f (a) + ^ f ' ( a ) + r (a) +


1 1 •z

(x ã) {x 0)
r{a) + ... + (5)
1-2.3 1 . 2 .....ra

Designemos por Rnix) a diferença entre a função j{x) e o poli­


nómio assim constituído Pn{.x) (fig. 95):
Rn (x) = f { x ) — Pn{x),
donde
f{x) = Pn{x) + Rn{x)
164 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

OU mais expUçitamente

Hx) = f{a)

( 6)
n\
Chama-se a Rn(x) o resto. Para todos os valores de x tais que o
resto seja pequeno, o polinómio Pn (jc) dá uma aproximação bastante boa
da função j{x).
Assim, a fórmula (6) permite substi­
tuir a função y = f(x) pelo polinómio
y = Pn (x) com um grau de precisão igual

O problema que se põe agora é o


de avaliar o resto Pn(x) para diversos
valores de x.
Escrevamos o resto sob a forma

(7)
Fig. 95 (n + 1)!

« n que Q(x) 6 uma função a determinar. Ponhamos a fórmula (6)


sob a forma:
f(x) = f{a) — Z— f (®) + / («) + •••
2!
\n-fi
(6 )
n! (« + 1)1

Para x e a fixos, a função Q (x) tem um valor bem determinado;


designemo-lo por Q.
Consideremos, em seguida, uma função auxiliar de t (í está
compreendido entre a e x):

F(t) = f (x) (0 - .
1 2!
(x —
Q,
n\ (« + !)!
em que Q é definido pela relação (60; supõe-se que a e x são números
bem determinados.
TEOREUAS RBtJk.TIVOS AS FUNCOBS DBRIVA.VBIS 165

Calculemos a derivada F'(t):


X — t
F '{t)= -f{t)+ n t) n t)+
1 21
(x -

2! (« -!)!

ra(x — <)" ^ y„) _ (x — 0 " ^„+i) . (n + 1) (x — Q" ^


n\ n\ (ra + l)I
ou depois de se ter simplificado:
(x — 0 " An+ 1) (x -tr
r(t) = - \t) Q- ( 8)
nl ' ' ' n\
Assim, a derivada da função F(t) existe para todos os pootos t
vizinhos do ponto de abcissa a.
Notemos, igualmente, que [em virtude da fórmula (60]
/ ’(x) = 0, / ’(a) = 0.
Logo, as condições de validade do teorema de Rolle são satis*
feitas para a função F (t) e, por conseguinte, existe um valor t = i,
compreendido entre a e x, para o qual F' (|) = 0. Daí deduzimos, em
virtude da relação (8):
_ —J ) " /"+!> (I) _|_ ~ Q = 0,
n! nl
donde
Ç _ ^ n + D (g )
Substituindo esta expressão na fórmula (7)» temos:

(n + 1 ) 1

É a fórmula de Lagrange para o resto. Visto que { está com­


preendido entre x e a, podemos pô-lo sob a forma (*)
E= a + 0 ( x — a ),

onde 0 é um número compreendido ratre 0 e 1. isto é, 0 < 6 < 1;


a fórmula que dá o resto fica:

[a + e (X - a )l
{n + 1)1

(*) Ver o fim do § 2 do presente capítula


166 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

A ídnnula

/ (X) = / («) + í ^ / ' ( a ) + + ...


1

... + fn ) [a + e (X - a)] (9)


n\ (w + 1)!
chama-se fórmula de Taylor da função f(x).
Se na fórmula de Taylor se faz a = 0. encontra-ser

f{x)= f(0) + ^ r { 0 ) + p " { 0 ) + ...

... + /" ) (0) + ( 10)


w! (n + 1)!
onde 0 está compreendido entre 0 e 1. Este caso particular da fórmula
de Taylor é conhecido sob o nome de fórmula de Maclaurin.

§ 7. Desenvolvimento das funções e*, senx, cosx


pela fórm ula de Taylor

1. Desenvolvimento da função f (x) = e*.

Calculando as derivadas sucessivas de f(x), temos:


/(x) = e“, /(0) = 1,
f(x ) = e*, /'(0) = 1,

Substituindo as expressões encontradas na fórmula (10) § 6. temos:


n+1
«* = 1 + t + ? T + Ê 7 + - - - + 4 + — - e Qx
1 21 3! ■ ' «! ' ( « - f 1)!

o < e < i .

Se | x | < 1, então, fazendo n = 8. tem-se para o resto a estima­


tiva seguinte:
TEOREMAS RELATIVOS AS FUNÇÕES DERIVÁVEIS 167

A fórmula obtida fazendo jc = 1 permite calcular o valor apro>


ximado do número e:
e=l + l+ — 1 +1 1
2! 3! 8!
Se se efectua os cálculos conservando S algarismos depois da
virgula, tem-se:
e = 2,71828.
Os quatro primeiros algarismos depois da virgula são exactos
visto que o erro não excede o número ^ ou 0,00001.
y1
Notemos que qualquer que seja x, o resto

Rn = - - ----- quando r a o o .
{n + 1)!
Com efeito, visto que 0 < 1, a quantidade é limitada, para x
fixo (ela é menor que e* se x > 0 e menor que 1, se x < 0),
Demonstremos que para qualquer x fixo
71+1
■0 quando oo.
{n + 1)1

Com efeito.
X X X X X

{n + 1 )! ■ n n-^-i

Se X é um número fixo, existe então um inteiro positivo N tal que

I x K iV .
I^ I
Façamos = q\ então, tendo em conta que 0 < q < 1, podemos
escrever para n = N + l„ N + 2, N + 3....... etc.:
X X X
(n + 1 )1 T T T ' n re + 1

X X X X X X X
<
T '' T ' "3 N - í ' N n n -f 1

X X X
< .q.q.
T T T N - i {N - 1 ) 1 I a •
168 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

porque

= 9; Qi•••$ <g.
N ^■ + l «+1

Mas é uma constánte e, por conseguinte, não depende


(iV — 1)!
de n; por outro lado, g"-^+2 tende para zero para n - * ao. Logo,

„n +l
lim — = 0. (1)
iji 1)!

Por conseguinte, Rn (jc) = tende igualmente para zero


( » + 1)1
para n -> 00.
Resulta do precedente que qualquer que seja x, podemos cal­
cular ^ com a precisão desejada com a condição de tomar um número
suficientemente grande de termos.

2. Desenvolvimento da função f (x) = sen (x):

/ (x) = SCOX, / ( 0) = 0,

f'(x) = c o s x = sen ^, f ( 0) = l,

f"(x) = — sen X= sen ^x -f 2 , r ( 0) = 0,

/ '" ( x ) = — c o s x = sen ^x + 3 , r ( 0 ) = - l .

(x) = sen X = sen ^x + 4 y ^ , f ^ ( 0 ) = 0,

Z " \x ) == sen íx 4 - R j 1, (0) = sen R

(x) = sen j^x + (« + 1) (I) = sen 1^ê + (R + 1) j


TEOREMAS REIATIVOS AS FUNCOES DERIVÁVEIS 169

Substituindo as expressões encontradas na fórmula (10) § 6, daí


deduzimos o desenvolvimento da função f (x) = sen x, segundo a fór­
mula de Taylor:

*“ " = " - 3 1 + 5 ! -
, x" Jt , x"+^ JX
... ------sen n ----- ------------ sen i + ( ” + ! ) “
n\ 2 (n + 1)!
n
Como sen ^ + ( n + l ) f <; 1, lim (x) = 0 para todos os
valores de x.

Apliquemos a fórmula assim achada ao cálculo do valor apro­


ximado de sen 20°. Façamos n = 3. isto é. consideremos apenas os
dois primeiros termos do desenvolvimento:
n
sen 20 = sen ^
9"
Avaliemos o erro cometido que é igual ao resto:

I « 3 1= 1( f ) ' sen ( i + 2n ) I < ( ^ ) ' i = 0 ,0 0 0 6 < 0 ,0 0 1 .

O erro cometido i pois inferior a 0,001, isto é, que sen 20* = 0,343
a menos de 0,001.
170 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Os gráficos da função / (jc) = sen jc e das três primeiras apro­


ximações estão dados na figura 96:
^3 3 5

Si (x )= zx ; ^2 (^) = -------; S2{x) = x ---------1----- .

3. Desenvolvimento da funçãô í (x) = cos x.


Calculando as derivadas sucessivas da função f (x) = cos x no
ponto JC= 0 e substituindo-as na fórmula de Maclaurin, encontramos
o desenvolvimento:
A X“ . x^ x^ í
cos x = i ---------- -----------. • . H— — cos I n — I +
2! ■ 4 ' n! V 2/
TC
H-------------- cos ^ + (n + 1) — I ,
(n + i)l

lêK kl.
Neste caso igualmente lim Rn (x ) = 0 para todos os valores de jc.

Exercfcios
Verificar o teorema de Rolle para as funções:
1. y = — 3x + 2 sobre o segmento [1, 2].
2. y = - f 5 jç2 — 6 jç sob re o seg m en to [0, 1].
3. y = (x — 1) (x — 2) (x — 3) sob re o seg m en to [1, 3].
/i. y = sen2 Xsob re o seg m en to [0, -tt].
5. A função / (x) = 4x^ + x^ — 4x — 1 tem por raízes 1 c — 1. Achar
a raiz da derivada f ( x \ de que é assunto no teorema de Rolle.
6. Verificar que entre as raízes da função y = Y x ^ — 5a:+ 6 se encontra uma
raiz da sua derivada.
7. Verificar o teorema de Rolle para a função y = cos^ x sobre o segmetfto

^ +t ] •
8. A função y = 1 — anula-se nas extremidades do segmento [— 1, 1].
Verificar que a derivada desta função não se anula em nenhum posto
do intervalo ( — 1» 1). Explicar porque não se pode aplicar aqui o
teorema de Rolle.
9. Compôr a fórmula de Lagrange para a função y = sen x sobre o seg­
mento [Xj, jCj]. Resp. sen x^ — sen = (x^ — x^) cos c,< c < x ,.
10. Verificar a fórmula de Lagrange para a função y = 2x — sobre o
segmento [0, 1].
11. Em que ponto a tangente à curva y = x*» d paralela à corda subtendo
a
os pontos M , (0, 0) e Af 2 (a, u^)7 Resp. N o ponto da abcissa c = — ’•
V ri
TEOREMAS RELATIVOS AS FUNÇÕES DERIVÁVEIS 171

12. Em que ponto a tangente à curva y = L ogx é paralela à corda subtendo os


pontos (1, 0) e Afg (e, 1)? Resp. N o ponto da abcissa c = e — 1.
Utilizar a fórmula de Lagrange para demonstrar as desigualdades:

13. 14. Log ( 1 X (x > ,0 ). 15. — a‘^ <^nb^~^{b — a) para


a. 16. are tg X < X.
17. Escrever a fórmula de Cauchy para as funções / (x) = q> (x) = x^ sobre
14
o segmento [1, 2] e achar c. Resp. c = .
Calcular os limites seguintes:
X — 1 1
18. lim — j- . Resp. 19. lim . Resp. 2.
ac-^l n ^0 sen X

— i4
20. lim • — — . Resp. 2. 21. lim R esp.— 2.
x — stnx X-^Çi c o s x — í

sen X
22. lim ^ --------------- Resp. O limite não existe (l/2 para x —^ + 0 ,
ac-^0 y í — c o s x
— 1 / 2 p a ra a; — » — 0 ).

Log sen x ^ 1 0» — 6* „ , a
23, 24. lim X ■ Log •
(JI— 2i)2 ' *^®***' 8 ■ a->0

X— arc sen x sen X — sen a


25. lim Resp. - 1 . 26. lim . Resp. COS a.
•a:-^0 sen^ X x-*^a X— a
el/ + sên y — 1 sen x — x ^ 1
27. lim Resp. 2. 28. lim Resp. -g- .
Log (1 + y) x-^O 3a:2-|-xS

3x— 1 „ 3 Log x^
29. lim 30. lim — ^%-(em que n > 0 ). Resp. 0.
x-^oo 2x + 5 • 2 * x-^oo

L o g ( l + -^) U í ( ' í ‘)
31. l im . Resp. 1. 32. lim . Resp. — 1.
arc ctg X

33. lim . Resp. 0 para a > 0 ; oo para a < 0.


y -> -+ c»

o«r T Log sen 3a: _ .


34. lim X . X • í^esp. 1. 35. lim -=-^— ^------ . Resp. 1.
*-►0 Log sen a:

36. lim . Resp. 1. 37 . lim Lo£(5- 1) - x ^_ Resp. 0.


x-^i) Log tg 2x X-^1 * ^

38. lim (1 — a:) tg ^ . Resp. — .


x-^i ^ ^
40.
^ i L[-rr—
xlim L o g-------
x TLoga;J
^ 1
• Resp. — 1.
172 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

X
[ ------T— In 1
f------ . Resp. -s-
X— 1 L o g x j J

43. lim X ctg 2x, Resp. . 44. lim x^e . Resp. oo.
ac-*>0

45. lim x^ Resp.— 46. lim f/"í*. Resp. 1.


t~¥00

47. lim ^ • Resp. 1. 48. lim [ l + — ) • Resp. e^,


X -*-oo V X /

49. lim (ctg Resp. — 50. lim (COS x) Resp. 1.


x-*0 e n
. nx

Sl. lim ( i f í L ^ ^ - ^ .R e s p 1
2 . Resp. — .
52. lim ( tg
(p-0 V q> / y « 3C-^1 V 4 }

53. Decompor o polinómio jc*— 5 jc* + 2 segundo as potências de


5 jc* + jc +
x - 2 . Resp. - 7 (X - 2) - (a: - 2)* + 3 (a: - 2)» + (x — 2)^
54. Decompor segundo as potências de x + 1 o polinómio x* + 2x* — x* +
+ X -h 1. Resp. (x + 1)* + 2 (x + 1)« - 3 (x + 1)^ + » (x + 4)».
55. Escrever a fórmula de Taylor para a função y = \T F para d = 1* n = 3.

Resp. l / x 1+ j 2 1-2 4 + 1- 2- 3 8 41 ^
Jl
x ~ f i + 0 ( x -i) i 2. o<e<i.
56, Escrever a fórmula de Maclaurin para a função y = V 1 + x para n = 2.

Resp. " y /l-|-x = l + - ^ x — ----------------- ^ O < 0 < 1.


16 ( l + 0x)2
57. Utilizar os resultados do exemplo anterior para avaliar o erro aproximado
da igualdade
l/l+ ^ ^ x = 0 ,2 .
Resp. Inferior a
2.103 •
Elucidar a proveniência das igualdades aproximadas para baixos valores
de X e avaliar o erro das igualdades:
x3 X^
58. Log COS X *

x3 2x®
59. tg x ^ ^ + T + 1 5 " • 60. a rc s e n x ;^ x + —
D
TEOREMAS RELATIVOS ÀS FUNÇÕES DERIVAVIRS 173

«1. a r c t g z s « i —y . 62. l+ y + |í .

Õ3. Log ( — x2) X — .


D

Utilizar a fórmula de Taylor para calcular o limite das expressões:

64. lira ---- -— . Resp. 1,

Log2 (1 + x)— scn2 X


65. h m — 5—í- J — --------- . Resp. 0.

66. lim R e.p l.

67. lim ^a;— a:* Log ^ 1 + y jJ Resp. 0.

68. lim f - i — . Resp. .

69. lim ctg® * j . Resp. .


C apitulo V

ESTUDO DA VABIAÇAO DAS FUNÇÕES

§ 1. Posição do problema.
O estudo das relações quantitativas entre os diversos fenómenos
da natureza, leva-nos a procurar e a estudar o vinculo funcional exis­
tente entre as variáveis que caracterizam um dado fenómeno. Se este
vinculo funcional puder ser expresso sob uma forma analítica, isto é,
com o auxílio de uma ou de várias fórmulas, 6-nos, então, possivd
iniciar o estudo desta dependência funcional pelos métodos da análise
matemática. Por exemplo, após o estudo da trajectória dum projéctil
lançado no vácuo, encontramos a fórmula

vl sen 2a
R
g
que exprime a relação funcional existente entre o alcance R, o ângulo
de tiro a e a velocidade inicial Vo (g é a aceleração da gravidade).
Graças a esta fórmula, é-nos possível determinar para que valores
de a o alcance R será máximo ou mínimo, em que condições o aumento
de a implicará o do alcance, etc.
Citemos um outro exemplo. O estudo das vibrações dum corpo
repousando sobre molas (comboio, automóvel) fornece-nos uma fórmula
exprimindo a dependência funcional entre o afastamento y deste corpo
da posição de equilíbrio e o tempo t : '

y= {A COS B sco
As grandezas k. A, B, a, que entram nesta fórmula, têm um
valor bem determinado para um dado sistema vibratório (elas dependem
da elasticidade das rnokts, do peso do corpo, etc., mas não variam
com o tempo t) e, por cons^uinte, podem ser consideradas como
constantes.
A fórmula obtida permite concluir para que valores de / o
afastamento y aumenta com t, como varia o valor do afastamento
máximo com o tempo, a que valores de t correspondem estes afasta­
mentos máximos, para que valores de r se obtêm as velocidades
máximas de deslocamento do corpo, etc.
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 176

Todas as questões deste género se reduzem a um mesmo problema,


mais geral, que se d e s ita «O estudo da variação das funções».
è , evidentemente, difícil responder a todas estas questões
calculando o valor numérico das funções em certos pontos (como o
fizemos no Capítulo II). O objecto do presente capitulo é dar os
princípios gerais do estudo da variação das funções.

§ 2. Crescimento e decrescimento das funções

Definimos, no § 6 do Capítulo I, as funções crescentes c decres­


centes. Utilizaremos agora a noção de derivada para o estudo do
crescimento e do decrescimento das funções.
Teorema— l. Se a função f(x) derivável sobre o segmento
[a, b] é crescente sobre este segmento, então, a sua derivada não i
negativa sobre este segmento, isto é, f' (x) > 0.
2. Se a função í (x) é contínua sobre o segmento [a, b], derivável
no intervalo (a, b) e, mais, se V (x) > 0 para a < x < b, então, f (x)
é uma função crescente sobre o segmento [a, b].
Demonstração — I>emonstremos em seguida a primeira parte do
teorema. Seja f(x) uma função crescente sobre o segmento [a, b].
Atribuamos à variável independente x um crescimento Ax e conside­
remos o quociente
f(x + A x ) — f (x)
(1)
Ax

Sendo f(x) uma função crescente, tem-se:


f { x - \ - Ax ) > t (x) para Aa: > 0
/ (x + Ax ) < / (x) para A x < 0.
Nos dois casos
f { x + Ax ) —/ {x)
>0 (2)
Ax
e, por conseguinte.
Um / j £ + A í h z í M > 0 ,
A*->0 Ax

isto 6, f (jr) > 0, o que se queria demonstrar. [Se nós tivéssemos


f (x) < 0; o quociente (1) seria negativo para os valores suficiente­
mente pequenos de Ax. o que contradiria a relação (2).]
Demonstremos agora a segunda parte do teorema. Sçja f (x) > 0
para todos os x pertencoites ao intervalo (a, b).
176 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Coasidermos os dois valores arbitrários Xi e X2 (Ai < X2) da


variável independrate tomados sobre o segmento [a, b].
Em virtude do teorm a de Lagrange sobre os crescimentos finitos,
temos:
/ (^2) / (^1) / (5) (^2 ^1) I ^ ^2*
Por hipótese f (|) > 0, por conseguinte, / {x^ — f (Xi) > 0, o que
exprime bem que f(x) é uma função crescente.

Fig. 97

Pode-se enunciar um teorema análogo para as funções decres­


centes (deriváveis):
Se f (x) é uma função decrescente sobre [a, b], enteio, f (x) < 0
sobre este segmento. Se t' (x) < 0 no intervalo (a, b), então, f (x) é
decrescente sobre o segmento [a, b].
[Bem entendido, supomos aqui,
igualmente que a função / (x) é
contínua em qualquer ponto do
segmento [a, b\ e derivável em
qualquer ponto do intervalo (a, ó).]
Nota — O teorema que acaba­
mos de demonstrar interpreta-se
geomètricamente como se segue: se
a função f{x) é crescente sobre o
segmento [a, b], a tangente à curva
y = f(x) forma, em cada ponto
deste intervalo, um ângulo agudo <p
com o eixo Ox («n certos pontos
ela pode ser paralela a este eixo). A tangente deste ângulo não 6,
pois, n^ativa: /' (x) = tg ^ > 0 (fig. 97, a). Se a função f (x) é decres­
cente sobre o segmento [a, ó], o ângulo foimado pela tangente e o
eixo Ox é obtuso (ou excepcionalmente, em certos pontos, a tangente
ESTUDO DA VARIACAO DAS FUNÇÕES 177

é paralela ao dxo Ox). A tangente deste ângulo não é, pois. positiva


(fig. 97, b). A s^unda parte do teorema interpreta-se da mesma
maneira. Assim, este teorema permite concluir se a função é crescente
ou decrescente, ctmsoante o sinal da derivada.
Exemplo — Determinar o domínio de crescimento e de decrescimento da
função
y = X*.
Resolução — A derivada desta função é
y' = 4*»;
para x > 0, tem-se }*' > 0 e por consequência a função é crescente;
para x < 0, tem-se < 0 e a função é decrescente (fig. 98).

§ 3. Máximo e mfiilmo das fongões


Definição de máximo— Diz-se que a função f(x) admite um
máximo no ptmto Xi, se o valor da função f(x) 6 neste ponto
maior que em qualquer outro ponto dum certo intervalo contendo
o ponto Xu Por outras palavras, a função f(x) admite um máximo
no ponto X — X u se / (Z i - f Ajc) < / (Jti) para todos os Lx (positivos
ou negativos) suficientemente pequenos
em valor absoluto (*).
Por exemplo, a função y = f (x),
cujo gráfico está representado na fi­
gura 99, admite um máximo para x = Xi.
Definição de mínimo — Diz-se que
a função /(x) admite um mínimo para
x = X2 , se
/(X g-f Ax)
para todos os Ax (positivos ou negativos)
Fig. 99
suficientemente pequenos em valor abso­
luto (fig. 99). Por exemplo, a função y = x*, que consideramos no
fim do precedente parágrafo (ver fig. 98). admite um mínimo para
X = 0, visto que y = 0 para x = 0, e y > 0 para todos os outros
valores de x.
Chamamos a atenção para os seguintes pcmtos relativos à defi­
nição do máximo e do mínimo.
1. Uma função definida sobre um sarnento só pode atingir o
seu máximo ou o seu mínimo num ponto interior deste segmento.

(•) Enuncia-se por vezes como esta definição: a função /( x ) admite


um máximo no ponto Xj, se existe uma vizinhança (a, p) do ponto Xj
(a < X , < P) tal que para todos os pontos desta vizinhança diferentes de x ,
a desigualdade (Xj) seja satisfeita.
12
178 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

2. Não se deve confundir o máximo e o mínimo duma função


respectivamente com o seu maior valor e o seu menor valor (os
limites superiores e inferiores) sobre o segmento considerado: o valor
da função no ponto máximo apenas é o seu maior valor em relação
aos seus valores nos pontos x, suficieníemeníe vizinhos do ponto
máximo. Do mesmo modo, num ponto mínimo, ela apenas é o
menor valor da função em relação aos seus valores nos pontos
suficientemente vizinhos do ponto mínimo. Eis porque, se emprega
por vezes as expressões máximo relativo
ou mínimo relativo, em vez de máximo
e mínimo.
Assim, a figura 100, representa uma
função definida sobre o segmento [a, b\^
que tem
um máximo para x = Xi e x = Xs;
um mínimo para x = Xz e x = X4;
mas o mínimo da função para x = X4 é Fig. 100
maior que o máximo desta função para
X = X i. Por outro lado, o valor da função para x = b é maior que
o valor desta função nos pontos de máximo.
Chama-se máximos e mínimos duma função aos extremos ou
aos valores extremais desta função.
Os valores extremais duma função e as suas disposições sobre
o segmento [a, 6], caracterizam, em certa medida, a variação da
função em relação à variação da variável independente.
Indicaremos, de seguida, um método para achar os valores
extremais.
Teorema— 1. (Condição necessária para a existência dum ex­
tremo). Se a função derivável y = f (x) tem um máximo ou um mínimo
no ponto X = X i , então, a sua derivada anula-se nesse ponto, isto é,
f ( x 0 = 0.
Demonstração — Suponhamos,^ para fixar ideias, que a função
y ^ f(x) tem um máximo no ponto x = Xi. Então, teremos para
os Ax (Ax :7í=0) suficientemente pequenos em valor absoluto
/(Xi + A x)< /(X i),
isto é.
/ + A x ) — f (xi) < 0.

Mas, então, o sinal do quociente


/(Xi + Ax) — /(Xi)
Ax
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 179

é determinado pelo sinal de Ax:


/(■ri + Ax) —/(xj) ^ Q
para Ax <r 0,
Ax

/(Xi + A x ) —/(Xi)
para Ax > 0.
Ax
Resulta da definição de derivada que

Ax-0 Ax
Se a derivada de f (x) existe no ponto x = Xi, o limite do
do membro direito não depende da maneira como Ax tende para
zero (permanecendo positivo ou negativo).
Mas se Ax 0 permanecendo negativo, então.
/ '( x i ) > 0 .
Se A x-»0 permanecendo positivo, então,
f ( ^ i ) < 0.
Como f(x i) é um número bem definido, não dependendo da
maneira como Ax tende para zero. as duas desigualdades anteriores
não são compatíveis, a não ser no cãso em que
r(x i)= o .
Demonstrar-se-ia, duma maneira análoga, o teorona para o caso
do mínimo.
O teorema assim demonstrado, traduz a propriedade geométrica
seguinte: se a função /(x) tem uma derivada no ponto máximo ou
no ponto mínimo, a tangente à curva y = i(x) nestes pontos, é
paralela ao eixo Ox. Com efeito, resulta da relação f (xO = tg »» = 0.
em que f é o ângulo formado pela tangente e o eixo Ox, que (/>= 0
(fig. 99).
Resulta imediatamente do teorema l: se a derivada da função
f(x) existe para todos os valores considerados da variável indepen­
dente, então, a função não pode ter um extremo (máximo ou mínimo)
a não ser pca^a os valores de x que anula a derivada. O recíproco
não é verdadeiro: um ponto onde a derivada se anula não é neces-
sàriamente um máximo ou um mínimo da função.
Por exemplo, a derivada da função representada na figura 99
anula-se no ponto x = Xs (a tangente é paralela ao eixo Ox), mas
neste ponto não há nem máximo nem mínimo.
180 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Do mesmo modo, a derivada da função y = jc^ (fig. 101) amila*^


no ponto = 0:
{y )3c=o = (3^"‘)x=o = 0,
mas, neste ponto, a função não tem nem máximo nem mínimo.
Com efeito, por mais vizinho que seja o ponto x do ponto O, temos:
a:®<; 0 para x < 0
e X®> 0 para* x > 0.
Estudamos o caso duma função f{x) derivável em qualqu^
ponto do seu domínio de definição. O que se poderá dizer a respeito

Fig. 101

dos pontos onde a derivada não existe? Mostraremos, em exemplos,


que nestes pontos a função pode ter um máximo ou um mínimo,
mas pode igualmente não ter máximo nem mínimo.
Exemplo — 1. A função y = | Jc | não tem derivada no ponto jc = 0
(neste ponto a curva não tem tangente definida) mas ela tem um mínimo nesse
ponto (fig. 102): y = 0 para = 0 e cm qualquer outro ponto x diferente
de zero y > 0.

Exemplo — 2. A função y = (1 — x^)^ não tem derivada no ponto


? 1 -1 X= 0,
visto que y' = — (1 — x^)^x ^ se torna infinita quando x tende para zero;
todavia ela admite um máximo neste ponto: /( 0 ) = 1, / ( x ) < l quando x
é diferente de 0 (fig. 103).
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNCOBS 181

Exemplo — 3. A função y = tem derivada no ponto jc = 0


{ y —> 00 para x 0). Neste ponto a função não tem máximo nem mínimo:
/ (0) = 0; / (jc) < 0 para x < 0, / (jc) > 0 para x > 0 (fig. 104).

Assim, uma função não pode tel* extremo a não ser em dois
casos: nos pontos em que a derivada existe e se anula, e nos pontos
onde a derivada não existe.
Notemos que se num ponto a derivada não existe (mas existe
numa certa vizinhança desse ponto), ela tem uma descontinuidade
nesse ponto.
Os valores da variável independente, para os quais a derivada
se anula ou tem uma descontinuidade, chamam-se pontos críticos ou
valores críticos.
Resulta do que precede que todo o ponto critico não é neces-
sàriamente um extremo. Mas se a função tem um máximo ou um
mínimo num certo ponto, este último é necessàriamente um ponto
critico. Eis porque se procede da seguinte maneira para determinar
os extremos. Acha-se primeiro todos os pontos críticos, depois estuda-se
cada ponto crítico separadamente, a fim de determinar se é um
máximo, um mínimo da função ou se nem é um nem outro.
O estudo da função nos pontos críticos é baseado nos teoremas
seguintes.

Teorema — 2. (Condições suficientes para a existência dum ex­


tremo). Seja f(x) uma função contínua num intervalo contendo o
ponto crítico Xi e derivável em qualquer ponto desse intervalo (salvo,
talvez, no ponto x j. Se a derivada muda de sinal de mais para
menos quarido se passa pelo ponto crítico da esquerda para a direita,
a função tem um máximo para x = Xj. Se a derivada muda de sirud
de menos para mais quando se passa pelo ponto Xi da esquerda para
a direita, a função tem um mínimo nesse ponto.
Assim,
I nx)> o para X ^1»
se a)
(a; ) < 0 para X>Xi,
a função admite um máximo no ponto xú

I r(x)< o para x < x^,


se b)
(x)>0 para x>x^,
a função admite um mínimo no ponto Xi. Além disso, é preciso que
as condições a) ou b) sejam satisfeitas para todos os valores de x
suficientemente próximos de Xi, isto é, para todos os pontos duma
vizinhança suficientemeote pequena do ponto critico Xt.
182 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Demonstração — Suponhamos, primeiramente, que a derivada muda


de sinal passando de mais para menos, isto é, que para todos os x
suficientemente vizinhos do ponto Xi, temos:
f (x) > 0 para x <
/ ' (x) < 0 para x > x^.
Aplicando o teorema de Lagrange à diferença f(x) — i (xi),
obtém-se:
/(x )-/(X i) = f ( |) ( x - X i) ,
em que | é um ponto compreendido entre x e Xi.
1. Seja X < Xi; então.
/ ' ( i ) > o , r ( i ) ( x - x , ) < o

e, por conseguinte,
f(x )-f{x ,)< 0
ou
/( x ) < /( X i) . (1)
2. Seja X > Xi; eotão.
I> ^ i, í i l X O , f(|)(x-xi)<0
e. por conseguinte,
/(x)-/(xi)< 0
ou
fixXfix,). (2)
As relações (1) e (2) mostram que para todos os valores de x,
sufidentemente vizinhos de Xi. o valor da função é menor que o valor
da função no ponto Xi. Isto significa justamente que a função /(x)
admite um máximo no ponto Xi.
Demonstra-se, duma maneira análoga, a segunda parte deste
teorema.
A figura 105 ilustra claramente a significação geométrica do
teorema 2.
Suponhamos que f (x) = 0 para x = Xi e que para todos os
outros valores de x suficientemente vizinhos de Xi, as desigualdades
/'(x ) > 0 para xC x^^
' /'(x ) < 0 para x > X i
são satisfeitas.
Se para x < Xi a tangente à curva forma com o eixo Ox um
ângulo agudo, então, a função é crescente; e se para x > Xi a tan­
gente à curva forma ccmi o eixo Ox um ângulo obtuso, a função
é decrescente; no ponto x = Xi a função que era crescente toma-se
decrescente, por outras palavras, ela a to ite um máximo.
ESTUDO DA VARIAÇÃO DAS FUNÇÕES 183

Suponhamos agora que f' (A2) = 0 para oc = jc* e que para todos
os outros valores de x suficientemente vizinhos de X2 . as desigualdades
f(x ) < 0 para xCx^,

í'{x)>Q para x>x^


são sati^eitas.
Se para r < a tangente à curva forma com o eixo Ox um
ângulo obtuso, então, a função é decrescente; e se para x > Xz a
tangente à curva forma com o eixo Ox um ângulo agudo, então, a
função é crescente. No ponto x = Xz
a função decrescente toma-se cres­
cente, isto é, tem um mínimo.
Suponhamos que no ponto x=Xz
f í->í») = 0 e que para todos os valores
de Xt, as desigualdades
f{ x )> 0 para XCXg,

f(x ) > 0 para X>Xz


são satisfeitas.
Então, a função é crescente para
X < Xj assim como para x > Xs. Por
conseguinte, ela não tem máximo nem mínimo no ponto x = Xs. É jus-
tamoite o que tem lugar para a função y = x^ no ponto x = 0.
Com efeito, a derivada desta função é igual a / = 3x*, logo
(l/%=o = 0, (y % < j> 0 , (i/')x > o > 0 .
Isto significa que a função não tem nem máximo nem mínimo
no ponto X = 0 (ver fig. 101).

§ 4. Caminho a seguir para o estudo do máximo e do mínimo


duma função derivável com o auxílio da derivada primeira
Referindo-nos ao parágrafo anterior, podemos enunciar a seguinte
regra respeitante ao estudo do máximo e do mínimo duma função
derivável
y = f{x).

1. Calcula-se a derivada primeira f ( x) da função.


2. Procuram-se os valores críticos da variável independente x;
para iisso:
á) Procuram-se as raízes reais da equação obtida, igualando a
zero a derivada primeira f (x) = 0;
184 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

b) Procuram-se os valores de x para os quais a derivada f { x )


tem descontinuidades.
3. Estuda-se o sinal da derivada à esquerda e à direita do
ponto crítico. Como o sinal da derivada não muda no inter­
valo compreendido entre dois pontos críticos consecutivos, hasta,
estudar, por exemplo, o sinal da derivada à esquerda e à direita do
ponto crítico Xz (fig. 103). deteiminar o sinal da derivada no ponto
a e p (jci < a < Xz. XzK P < Xi, em que Xi e x^ são os pontos
críticos vizinhos de jcz).
4. Calcula-se o valor da função f(x) para cada valor critico
da variável independente.
Obtemos assim o esquema seguinte exprimindo os diferentes casos
que se podem apresentar.
Sinal da derivada f'(x) na vizinhança
do ponto critico xi
Natureza do ponto critico
x < x 1 X = Xl X > Xl

+ f (x^) = 0 ou descontinuidade - Máximo

- f (xj) = 0 ou descontinuidade \ Mínimo


~r

+ f (Xj) = 0 ou descontinuidade + N em máximo nem mínimo (a


função é crescente)

- f (Xj) = 0 ou descontinuidade - Nem máximo nem mínimo (a


função é decrescente)

E xem plo— 1. Achar os máximos e os mínimos da funçSo

y — "2— 2 x 2 _j_ 3x -f- 1 .

Resolução— 1. Calculemos a derivada primeira desta funçSo:


y' = x2 - 4x + 3.
2. Achemos as raízes reais da derivada:
Ax + 3 = 0,
Por conseguinte.
Xi = 1. X2 = 3.
A derivada é sempre contínua; nSo há, pois, outro ponto crítico.
3. Estudemos os valores críticos e representemos os resultados na
figura 106.
Estudemos o primeiro ponto crítico = 1. Como y' = (x — 1) (x — 3),
então.
para x < 1, temos y' = (—) • ( — ) > 0;
para x > 1, temos y' = ( + ) . ( — ) < 0.
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 185

Logo na vizinhança do ponto -x, = 1 (quando se passa da esquerda para


t direita) a derivada muda de sinal; ela passa de mais para menos.
A função admite, então, um máximo para x ^ l. O valor , da função
neste ponto é:

(í/)x=i = '^ •
Estudemos o segundo ponto crítico ^2 = 3:
para x <C 3 , temos y' = ( + ) • ( — ) < 0;
para a; > 3, temos y' = ( + ) • ( + ) > 0.
Isto significa que na vizinhança do ponto x = 3, a derivada muda de
línal; ela passa de menos para mais. A função tem, pois, um mínimo para
jc = 3. O valor da função neste ponto é:
(y)x = i = 1.
Os resultados do nosso estudo permitem-
-nos construir o gráfico da função (fig. 106).
Exernplo — 2. Achar* os máximos e os
mínimos da função
y = ( x - l)
Resolução— 1. Calculemos a derivada:

^ sYx sYi ■
2. Achemos os valores críticos da variável
independente: à) achemos os pontos onde a deri­
vada se anula
5x — 2
y =--■ -0.
3 y/"x ^‘=-5 =
b) determinemos os pontos de descontinuidade
da derivada (neste presente caso a função
torna-se infinita). O ponto
^2 = 0
está evidentemente no número destes últimos. (Notemos que a função é definida
e contínua no ponto x^ = 0).
N ão há outros pontos críticos.
3. Determinemos a natureza dos pontos críticos encontrados. Estudemos
2
o ponto X] . Notem os que

(y') 2 (y') 2> o;


^<5 *>5
podemos, então, concluir que a função admite um mínimo no ponto x = -g-.
O valor da função no ponto mínimo é igual a
186 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Estudemos o segundo ponto crítico jc = 0. Resulta de

(í^)ac<0>0» (íí%>0 < 0


que a função tem um máximo no ponto x = 0. Além disto, (ff)x=o * 0.
O gráfico da função considerada eatá
representado na figura 107.

§ 5. Estado do máximo e
do mínimo das funções com
auxOio da derivada seganda
Seja y = f(x) uma função cuja
derivada se anula no ponto x = Xu
isto é. f (xi) = 0. Suponhamos, além
disso, que a derivada segunda f'(jc)
existe e é contínua numa vizinhança
do ponto Xi. Podemos, então, enun­
ciar o teorema seguinte.
Teorema — Seja f (X j) = 0: en­
tão, a função tem um máximo no
Fig. 107 ponto X = Xi se ff' (Xi) < 0 e um
mínimo se ff' (Xi) > 0.
Demonstração — Demonstremos, primeíramente, a primeira parte
do teorema. Sejam
/'(xi) = 0 e / " ( x i ) < 0.
Sendo f"(x), por hipótese, contínua numa certa vizinhança do
ponto X = Xi, existe, evidentemente, um segmento suficientemente
pequeno que contém o ponto Xi em todo o ponto, no qual a derivada
segunda f' ( x ) é negativa.
Mas f" (x) é derivada da derivada primeira f ' (x) = (f' (x))'; eis
porque resulta da condição ( f (x)Y < 0 que a função f (x) é decres­
cente sobre o segmento que contém x = Xi (§ 2, Cap. 5). Mas f (x) = 0,
por conseguinte, sobre este segmento temos f ( x ) > 0 para x < Xi o
f' (x) < 0 para x > Xi, isto é, que a derivada f' (x) muda o xeu sinal
de mais para menos quando se passa pelo ponto x = Xi. Isto significa
precisamente que a função f(x) tem um máximo no ponto Xi. A pri­
meira parte do teorema está assim demonstrada.
Demonstra-se, duma maneira análoga, a s^unda parte do teo­
rema: se f" (Xi) > 0, então, f ' (x) > 0 em todos os pontos dum certo
segmento contendo o ponto Xi, logo sobre este s^ n en to f ' (x) =
= (/' (•*))' > 0. e. por conseguinte, f (x) é crescente. Como f'(xi) = 0,
isso significa que passando pelo ponto Xi, a derivada f ( x ) muda
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS PUNÇÕES 187

o seu sinal de menos para mais, por outras palavras, a função f(x)
tem um mínimo no ponto x = Xi.
Se no ponto crítico /" (Xi) = 0, a função pode, ou admitir neste
È ^nto um máximo ou um mínimo, ou não ter extremo neste ponto.
m casos semelhantes, o estudo da função deverá ser feito s^undo
0 primeiro método (ver § 4, Cap. 5).
O estudo dos extremos com o auxilio da derivada s^unda pode
scr esquematizado no quadro seguinte.

Natureza do ponto
/' (Xl) /" (:>Cl) critico

0 — Máximo Q

0 + Mínimo 1

0 0 N ão determinada

Exem plo— 1. Determinar os máximos e os mínimos da funçáo


y = 2 sen a; + cos 2x.
Resolução — Sendo a função periódica (o período é i^iual a 2^), basta
estudar o comportamento da função sobre o segmento [0, 2<7t].
1. Calculemos a derivada:
v' = 2 COS X — 2 sen 2x = 2 (cos ar— 2 sen x cos a;) = 2 cos x (1— 2 sen x).
2. Achemos os valores críticos da variável independente:
2 cosa; (1— 2 se n a ;)= 0 ,
ji 5 jc 3 jx
- 1= 6-: - 2= y ; ^3=-6~:
Calculemos a derivada segunda:
= — 2 sen a:— 4 cos 2a;.
4) Determinemos a natureza de cada ponto crítico:

( ,• ) — 2 4 - 4 4 =. - 3<0.
6
Por conseguinte, temos um máximo no ponto ^ ;

6
Por outro lado.
(y’) „ = - 2 . 1 + 4. 1 = 2 > 0 ,
188 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Por conseguinte, a funçSo tem um mínimo no ponto ^2 ^ :

(y) „ = 2 . 1 - 1 = 1.
^=T
5ji
No ponto Xj = temos:

(yl -3< 0.
6
Por conseguinte, a função tem um máximo no ponto :

1 1 3
(y) 5jt 2 *"õ"
2 "õ""
2 ■ ~" ”õ~
2‘
6“
Finalmente
{yl 3 n
= —2 ( —1)—4( —1) = 6 > 0.
3ji
Por conseguinte, a função tem um mínimo no ponto *
(y) 3^ ^ 2(-1)-1= -3.
^ 2
O gráfico da função considerada está representado na figura 108.

Fig. 108

Mostremos, com exemplos, que se f (jcO = 0 c f ' (jci) = 0, a


função pode ter no ponto JCi ou um máximo ou um mínimo, ou
não ter qualquer extremo.
Exemplo — 2. Determinar os máximos e os mínimos da função:
y = 1—
Resolução — 1. Achemos os pontos críticos:
/ = — 4x8^ - 4c» = 0, X = 0.
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇôES 189

2. Determinemos o sinal da derivada segunda no ponto jc = 0:


- i2x\ (í/^)*=o = 0.
Por conseguinte, não podemos, neste caso, determinar a natuzera do ponto
crítico considerado com o auxílio do sinal da derivada segunda.
3. Estudemos a natureza do ponto crítico empregando o primeiro método
(ver § 4, Cap. V).
(í/')íc<o > 0, (y)x>o < 0.
A função tem, pois, um máximo no ponto x = 0. O valor da função
neste ponto é:
(í/)x=0 = 1-
o gráfico da função considerada está representado na figura 109.

Fig. 110

Exemplo — 3. Determinar os máximos e os mínimos da função:


y = X®.
Resolução — Procedendo de acordo com o segundo método, encontramos:
1) y ' = 6x®, y' = = 0, X = 0; 2) y " = 30x^, { y " ) x = o = 0.
O segundo método não permite, pois, julgar da natureza dos pontos
críticos. O emprego do primeiro método impõe-se:
(y')x<0 C 0, {y')x>o > 0.
Por conseguinte, a função tem um mínimo no ponto x = 0 (fig. 110).
Exemplo — 4. Achar os máximos e os mínimos da função:
y = { x - ^ 1)3.

Resolução — Segundo método:


í/' = 3 (x — 1)2, 3 (x — 1)2 = 0, X = 1 ;
i/"=6 (x-l), = 0;
assim, o emprego do primeiro método impõe-se, visto que o segundo método
é ineficaz:
(y'W i > 0, (!^% >i>0.
Por conseguinte, a função não tem nem máximo nem mínimo no ponto
x = l (fig. 111).
190 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

§ 6. Maior e menor valor doma função sobre um segmento


Seja y = f(x) uma função contínua sobre um segmento [a, ij.
Ela atinge, então, sobre este segmento o seu maior valor e o seu
menor valor (ver § 10, Cap. II). Suponhamos que esta função tem
um número fínito de pontos críticos sobre este segmento. Se o maior
valor é atingido no interior do segmento [a, 6], ele idâitificar-se-á,
evidentemente, com um dos máximos da função
(se houver vários máximos), inais precisamente,
com o maior destes máximos. Mas pode igual­
mente suceder que o maior valor seja atingido
numa das extremidades do segmento considerado.
Assim, sobre o segmento [a, b] a função
f(x) atinge o seu maior valor, quer numa das
extremidades do segmento considerado, quer num
dos pontos críticos interiores que é precisamente
um máximo.
Este raciocínio aplica-se igualmente ao
menor valor duma função definida num dado
intervalo; ele é atingido quer numa das extre­
midades do segmento, quer num dos pontos
críticos interiores que é i.m mínimo.
Resulta do precedente a seguinte regra: para
calcular o maior valor duma função contínua
sobre o segmento [a, b] procede-se do seguinte
modo:
1) procura-se todos os máximos da função
sobre o segmento considerado;
2) determina-se o valor da função nas
extremidades do segmento calculando-se / {á)
e f(b);
3) escolhe-se o maior destes valores; cie
será justamente o maior valor da função sobre
o segmento considerado.
Proceder-se-á duma maneira semelhante para determinar o menor
valor duma função sobre um dado segmento.
Exemplo — Determinar o maior e o menor valor da função y = o:* — 3x -1- 3
sobre o segmento -y j .

R esolução— 1. Achemos os máximos e os mínimos da função sobre


o segmento

y' = — 3, — 3 = 0, zi = 1, JT2 = 1.
y" = 6x, = 6 > 0.
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 191

Por conseguinte, a função tem um mínimo no ponto x = 1:

{y)x=i = 1 ‘-
Por outro lado,
(y")x=-i = - 6 < 0 .

Por conseguinte, a função tem um máximo no ponto x = — 1:

i/x=-i = 5.
2. Calculemos o valor da função nas extremidades do intervalo:

o maior valor da funçio considerada sobre o segmento —3; é:

(y)*=-i = 5,
o seu menor valor é:
(y)*=-3 = - 15.
o gráfico da função considerada, está representado na figura 112.

§ 7. A{dicasão da teoria do máximo e do mínimo


dao funções na resolução de problemas
A teoria do máximo e do mínimo das funções permite resolver
numerosos problemas de geometria, de mecânica, etc. Consideremos
alguns problemas desta natureza.

Problema.— 1. O alcance da trajectória R = OA (fig. 113) dum


projéctil lançado (no vácuo) com uma velocidade inicial Vo sob um
ângulo f com o horizonte é dado pela fórmula
Vqsen 2q)
R:
g
(sendo g a aceleração da gravidade). Para uma dada velocidade inicial
Vo, determinar para que valor do ângulo <f o alcance da trajectória
será máximo.
192 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Resolução — A grandeza R é uma função do ângulo (p.


71
Estudemos os máximos desta função sobre o se d e n to 0 <

dR 2i>ocos2q) 2vlcos2(p ^
— — > — ;
dq> g g

o valor critico é f = ^

por outro lado.


(Í^R _____ iv l sen 2<p í <PR \ <0
d(p* ^ ’ V dq>^ )a>=JL g
A função R apresmta, por cons^uinte. um máximo para o
valor f = - ^

^=— g

Os valores da função R nas extremidades do segmento


sao:
(i?)^=o = 0, n=0. (R)
^ 2
o máximo achado é o maior valor de R.
Problema — 2. Quais devOTi ser as dimensões dum cilindro de
volume V para que a sua superfície total 5 seja mínima.
Resolução — Designando por r o raio da base do cilindro e
por h a altura, temos:
S = 2jir^ + I z ir h .

Sendo dado o volume, h exprime-se em função de r pela fórmula


V = 7ir%,
donde

jir
Substituindo este valor de A na expressão de S, temos:

S = 2jir* + 2jtr —r
jir^
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 193

OU

5=

V é aqui um número dado. Por conseguinte, exprimimos S em função


duma só variável independente r.
Achemos o menor valor desta função no intervalo 0 < r < oa:

f-(--i).
2 n r - ^ = 0,
r

Por conseguinte, a função S tem um mínimo no ponto r = rx.


Notemos que lim S = oo e lim S = oo, isto é, que a superfície total
r-vO
se toma infinita para r 0 ou r - ^ oo. Concluímos, pois. que a
função S atinge o seu menor valor no ponto r = rx.

Mas. se r = então.
V 2j i ’

h = ~ = 2 | / * í = 2r.
irr* P 9.IT

Daí resulta que a área total dum cilindro, para iim dado volume,
será minimo se a altura do cilindro for igual ao diâmetro da base.

§ 8. Estado dos máximos e dos mínimos dama fon j^


com o aaxflio da fõrmala de Taylor

Indicamos, no § 5 do Capitulo V. que se no ponto x = o. f (a) = 0


e f ' (a) = 0. a função pode ter ou um máximo, ou um minimo neste
ponto, mas pode igualmente não ter extremo. Em casos semelhantes
recomendamos determinar os extremos estudando o comportamaento
da derivada primeira à esquerda e à direita do ponto critico x = a.
Vamos mostrar agora como esta questão pode ser resolvida com
0 auxílio da fórmula de Taylor (§ 6, Cap. IV).
13
194 CAl/:!ÜLO D IFERBN CU Ii E INTEGRAI.

Suponhamos que. não sòmrate f'( x ) , mas também as derivadas


sucessivas da função f(x), até à ordem n, inchisívé. se anulam no
ponto jc = o:
/'(a) = r ( a ) = . . . = / " ^ ( a ) = 0, ( 1)
mas que

Suponhamos, além disso, que as derivadas da função f(x) de


ordem w + 1, inclusivé, são contínuas na vizinhança do ponto x = a.
Tendo em conta (1), a fórmula de Taylor para a função / ( jc)
tomará a forma:
= + ( 2)
{n + 1)1
em que ^ é um número compreendido entre a t x.
Como /<»+!) (jc) é continua na vizinhança do ponto a e que
^(n+i) (a) 0. existe um número positivo h, bastante pequeno, tal que
para todo x satisfazendo a desigualdade | x — a | < á se tem /(*+D (jc) ^
Mais, se /<*»-^i> (a) > 0, teremos / ( jc) > 0 em qualquer pcmto
do intervalo (a — h, a + h)\ se /<"+i> (a) < 0 teremos /<**+W(x) < 0
em qualquer ponto deste intervalo.
Ponhamos a fórmula (2) sob a forma
(x —a) n + l.^.+D (^)
f { x ) — f{a) = (2 ')
(n + 1)1
e consideremos diferentes casos.
Primàro caso — n é ímpar.
a) Seja /<**+i) (a) < 0. Então, existe um intervalo (a — h, a + h)
em qUe a derivada (n + 1) é negativa em cada ponto. Se x é um
ponto deste intervalo, ^ está igualmente compreendido entre a — h
e a + h e, por conseguinte, /(“+D (|) < 0. Sendo n + 1 um número
par, (x — fl)"+i > 0 para x ^ a e deste modo o monbro direito da
fórmula (20 é negativo.
Por conseguinte, para x ^ a temos em qualquer ponto do intervalo
(a — h, a + h):
f(x)-f(a )< 0 ;
o que significa que a função tem um máximo no ponto x = a.
b) Seja /(»+i) (a) > 0. Neste caso, para h suficientemente pequeno
temos /(»+!) (I) > 0 em todo o ponto x do intervalo (a — h, a + h).
Por conseguinte, o membro direito da fórmula (20 é positivo,
isto é, que em todo o ponto do intervalo considerado teremos:
/(^ )-/(a )> 0 ,
o que significa que a fonção tem um mínimo no ponto x = a.
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 195

Segundo caso — n é par.


Então n + 1 é ímpar e a quantidade (x — tem diferentes
sinais, consoante seja x < a ou x > a.
Se A é suficientemente pequeno em valor absoluto, a derivada
(n + 1) conserva em todo o ponto do intervalo (a — h, a + h) o
mesmo sinal que no ponto a. Resulta daí que f(x) — f (a) têm dife­
rentes sinais conforme seja x < a ou x > a. Isto significa precisa­
mente que a função não tem extremo no ponto x = a.
Notemos que se para n par /<»»+!> (a) > 0, então, f ( x ) < f (a)
para x < a e f ( x ) > f ( á ) para x > a.
Se para n par (a) < 0, então, f ( x ) > f (a) para jc < a e
f ( x ) < f (á) para x > a.
Pode-se enunciar os resultados obtidos da maneira seguinte.
Se se tem para x — a\
r(a ) = r ( a ) = . . . = / " ^ ( « ) = 0

c se a primeira derivada que não se anula no ponto a é de


ordem par, então,
f (x) tem um máximo no ponto a se (a) < 0;
/ (jc) tem um mínimo no ponto a se (a) > 0.
Se a primeira derivada que não se anula no ponto a é de ordem
ímpar, a função não tem extremo neste ponto. Além disso,
f (x) é crescente se (a) > 0;
/ (x) é decrescente se (a) < 0.
Exemplo — Achar os máximos e os mínimos da funçSo:
/ (x) = — 4x + 1.
Resolução — Procuremos os valores críticos da funçSo:
f' (x) 4x^ — \2x^ + 12a: — 4 = 4 (a:^ — 3x^ + 3x — 1).
Encontramos a equação:
4 (x^ — 3x^ + 3x — 1) = 0
em que o único ponto crítico é:
X= 1
(pois esta equação apenas tem u n u única raíz real).
Determinemos a natureza do ponto crítico x = 1:
f" (x) - 12** — 24* + 12 =í= 0 para * = 1.
/" (*) = 24* — 24 = 0 P»ra x = í ,
(*) = 2 4 > 0 qualquer que seja x.
Por conseguinte, a funçSo / ( * ) tem um mínimo no ponto 1.
196 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

§ 9. Convexidade e concavidade das curvas. Pontos de inílexio


Consideremos no plano uma curva y = f(x) cujo gráfico 6 0
duma função unívoca e derivável.
Definição— 1. Diz-se que a curva tem a sua convexidade vol­
tada no sentidos dos y positivos no intervalo (a, b) se todos os pOlitos
da curva se encontram por baixo da tangente em qualquer um dOS
pontos desta curva nesse intervalo.
Diz-se que a curva tem a sua convexidade voltada para os y
negativos no intervalo (6, c), se todos os pontos desta curva se encon*
tram por cima da tangente em qual­
quer um dos pontos desta curva nesse
intervalo.
Diz-se que uma curva, cuja
convexidade está voltada para os 3^
positivos, é uma curva convexa", de
igual modo diz-se que uma curva,
cuja convexidade está voltada para
os y negativos, é uma curva côncava.
Dá-se na figura 114 uma curva
Fig. 114 que é convexa no intervalo {a, b) e
côncava no intervalo (b, c).
A orientação da convexidade é uma característica importante
da forma da curva. Neste parágrafo determinaremos os critérios que
permitem definir a orientação da convexidade da curva representativa
da função y = f(x) em diversos intervalos.
Demostremos o seguinte teorema.
Teorema — 1. Se a derivada segunda da função f(x) é negativa
em qualquer ponto do intervalo (a, b), isto é, se f" (x) < 0, a curva
y = f (x) tem, então, a sua convexidade voltada para os y positivos
(a curva é convexa) neste intervalo.
Demonstração — Escolhamos um ponto arbitrário x = Jt» no inter­
valo (a, b) (fig. 114) e tracemos a tangente à curva no prmto da
abcissa x = Xo. O teorema ficará demonstrado se provarmos que todos
os pontos da curva neste intervalo estão dispostos por baixo da tan­
gente, ou, por outras palavras, se a ordenada dum ponto arbitrário
da curva y = f(x) é menor que a ordenada y da tangente para um
mesmo valor de x.
A equação da curva é
y = f{3^)- (1)
A equação da tangente à curva no ponto x = Xo é
y —/ = / (xq) (x Xo)
ESTUDO Í)A VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 197

ou
y = f (xo) + f (^o) (« — a^o)- ( 2)

Resulta das equações (1) e (2) que a diferença das ordenadas


da curva e da tangente correspondente a um mesmo valor de x 6
igual a _
y — y = f ( x ) — f(xo)— f'(xo) ( x — X o ) .

Apliquemos o teorema de Lagrange à diferença /(x) —/(xo):


p — p = f (c)-(x — Xo) — f(X o )(x — Xo)

(em que c está compreendido entre Xo e x); então,


y — y = [ f (c) — f (a^o)] (x — Xo).
Apliquemos de novo o teorema de Lagrange à expressão entre
parêntesis: então,
y — y = r (ci) (c — X o ) (x —Xo) (3)
(em que Ci está compreendido entre Xo e c).
Consideremos, primeiramente, o caso x > Xo. Neste caso Xo <
< c < x; dado que
X Xo 0, c — Xo 0
e que, por hipótese.
r(c i)< o ,
resulta da igualdade (3) que y —y < 0 .
Consideremos agora o caso x < Xo. Neste caso x < c < Ci < x*
e _x — Xo < 0, c — Xo < 0; mas, como por hipótese, f ' (cO < 0, resulta
da igualdade (3) que
y —y < 0 .
Assim demonstramos que cada ponto da curva se encontra por
baixo da tangente à curva neste ponto quaisquer que sejam os valores
de X e de Xo no intervalo (a, b). Isto significa justameote que a curva
é convexa. O teorema está demonstrado.
Demonstra-se duma maneira análoga o teorema s^iuinte.
Teorema— 1'. Se a derivada segunda da função f(x) i positiya
ent cada ponto do intervaio (b, c), isto i, se f" (x) > 0, q curva y = f (x)
tem, então, a sua convexidade voltada para os y negativos nesse inter-
tervalo (a curva é côncava).
Nota — Os teoremas l e i ' podem ser interpretados geomètri-
camente da maneira seguinte. Consideremos uma curva y = / (x) cuja
convfiüdade está voltada para os y positivos no intervalo (a, b) (fig. 11^ .
198 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

A derivada f (jc) 6 igual à tangente do ângulo a formado pela tangente


à curva no ponto de abcissa e o eixo Ox\ por outras palavras»
f W = tg a . Eis porque /" (x) f= [tg a]'». Se f ' (x) < 0 para todo o x
do intervalo (a. b), então, tg a decresce para x crescente. Geomètri-

camente é evidente que se tga decresce para x crescente, a curva


correspondente é convexa. O teorema 1 dá a demonstração analítica
desta propriedade geométrica.
O teorema V é susceptível duma interpretação geométrica aná­
loga (fig. IIQ .

E xem plo— 1. Determinar os intervalos de convexidade e de concavidade


da curva
y= 2—
Resolução — A derivada segunda
y'' = - 2 < 0
para todos os valores de x. Por conseguinte, a convexidade da curva é sempre
orientada para cima (a curva é sempre convexa) (fig. 117).
Exemplo — 2. Seja y = e®.
Como
í/" = > 0
para todos os valores de x, a curva é côncava, isto é, a sua convexidade está
orientada para baixo (fig. 118).
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 199

Exemplo— 3. Seja a curva d efin id a p ela equaçSo


y =
C om o
y"" = 6x,
y" < 0 para x<0 e y" > 0 para ar > 0. P o r co n se g u in te , a cu rva te m a
sua co n v e x id a d e o rien tad a para cim a para a: < 0 e para b a ix o p ara x > 0
(fig. 119).
Definição — 2. Chama-se ponto de inflexão ao ponto que separa
a parte convexa duma curva contínua da sua parte côncava.
Os pontos O, A e B das figuras 119, 120 e 121 são pontos de
inflexão.
É evidente que num ponto de inflexão a tangente atravessa a
curva, visto que dum lado deste ponto a curva está disposta por
baixo da tangente e do outro lado por cima.

Fig. 120

Estabeleçamos agora as condições suficientes paia que um ponto


da curva seja um ponto de inflexão.
Teorema — 2. Seja y = f (x) a equação da curva. Se f" (a) = 0
ou se f" (a) não existe e a derivada segunda f" (x) muda de sinal pas^
sando pelo valor x = a, o ponto da curva da abcissa x = à é um
ponto de inflexão.
Demonstração— 1. Seja f ' (x) < 0 para x < a e f ' (x) > 0 para
x > a.
Então, a convexidade da curva está voltada para os y positivos
para x < a e para os y negativos para x > a. Por conseguinte, o
ponto A da curva da abcissa x = a é um ponto de inflexão (fig. 120)
2. Se /" (x) > 0 para x < b e f ' (x) < 0 para x > b, a curva
tem a sua convexidade voltada para os y negativos para x < b e para
os y positivos para x > b. Por conseguinte, o ponto B da curva de
abcissa x = ô é um ponto de inflexão (ver (fig. 121).
Exem plo— 4. Achar os pontos de inflexão e determinar os intervalos de
convexidade e de concavidade da curva
= (curva de Gauss).
Resolução — 1 . Calculemos as derivadas primeira e segunda:
y'=—2xe~^^, y”=^2e-^\ (2x^—i),
200 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

2. A derivada segunda existe sempre. Achemos os valores de x para


08 quais = 0
2e-*’ (2x2—1) = 0,
1 1
^1 — /— I ^2
V 2 ’ V2 •
3. Estudemos os valores obtidos:
1
para V 2 ’ tem-se

para ^ r > - tem-se y'< 0 ;


V2 *
a derivada segunda muda de sinal na vizinhança do ponto Por conseguinte,
1
o ponto da curva de abcissa Jc, = — --y - ’ é um ponto de inflexão. As
_1
coordenadas deste ponto são:
y i
1
para x < —-y=r ^ tem-se y'" < 0,
y2
1
para x > ^ tem-se y" > 0.
y2
1
Por conseguinte, para X2 = — i=r a curva tem igualmente um ponto de
V2
1
inflexão. A s coordenadas deste ponto são:
' ( V2 ’ ^) •
Por outro lado, a existência deste segundo ponto de inflexão, resulta
imediatamente da simetria da curva em relação ao eixo Oy,
4. Resulta do que se acaba de dizer que
a curva é côncava para —o o < a : < - 1
V 2 ’
1 , 1
a curva é convexa para
1 /2 V2 ’
a curva é côncava para
1
< a : < + oo.
V2
S. Resulta da expressão da derivada primeira
y' = — 2xe -xi
que
para x < 0 se tem y' > 0, logo a função é crescente;
para x> 0 se tem y' < 0, logo afunção é decrescente
para Jt= 0 se tem y' = 0.
A função tem um máximo neste ponto, a saber y = 1.
Agora é fácil graças aos resultados obtidos, traçar o gráfico desta
função (figs 122).
Exemplo — 5. Achar os pontos de inflexão da curva
y = x^.
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNCOES 201

R esolução— 1. Calculemos a derivada segunda:


y" = Í2x^.
2. Determinemos as raízes da equação y'' -
12a;2 = 0, x = 0.
3. Estudemos o valor obtido jf = 0
para jc < 0, tem-se y" > 0, a curva é côncava;
para jc > 0, tem-se y" > 0, a curva é convexa*
Por conseguinte, a curva não tem ponto de inflexão (fig. 123).

Exemplo — 6. Achar os pontos de inflexão da curva

í/ = (x—1) ®.
Resolução — 1. Calculemos as derivadas primeira t segunda:
í _^ 5
( x - i) 3 :
2. A derivada segunda não se anula em nenhum ponto, m ai ela n lo
existe para jc = 1 (y'' = ± oo).

3. Estudemos o valor x = 1
para x < 1, tem-se y"' > 0, a curva é côncava;
para x > 1, tem-se y'' < 0, a curva é convexa.
A curva tem, pois, um ponto de inflexão para x 1. Ê o ponto (1; 0 \
Notemos que y' = oo para x » 1, isto é, que a tangente à curva
ponto é paralela ao eixo O y (Gg. 124X
202 CALCULO DIFERBNCIAL E INTEGRAL

§ 10. Assfmptotas
Acontece frequentemente ter-se que estudar a forma da curva
y = f(x) e, por conseguinte, o comportamento da função quando
as coordenadas dum ponto variável da curva tendam para o infinito
(em valor absoluto). No decurso dum tal estudo, um caso particular
nos retém sobretudo a atenção. É aquele em que a curva considerada
se aproxima indefinidamente duma dada recta, quando um ponto variá­
vel tomado sobre esta curva tende para o infinito (*).

Definição— A recta A chama-se assimptota duma curva, se a


distância 8 dum ponto variável M da curva a esta recta toide para
zero, quando o ponto M tende para o infinito (fig. 125 e 126).
Na sequência, distinguiremos as assímptotas paralelas (isto é,
paralelas ao eixo das ordenadas) e oblíquas ôsto é, não paralelas ao
eixo das ordenadas).
I. Assfmptotas paralelas ao eixo Oy.
Resulta da definição de assimptota que se lim f (x) — eo
x -» -a+ 0
ou lim f ( x ) = 00, ou lim f ( x ) = oo, então, a recta x = a 6 uma
x -* -a—0
assimptota da curva y = f (x). Inversamente, se a recta x = a é uma
assimptota a esta curva, então, uma das igualdades anteriores é satisfeita.
Por conseguinte, para determinar as assimptotas paralelas ao
eixo Oy, é necessário achar os valores x = a para os quais a função
y = f (x) tende para o infinito quando x - » a. Se um tal valor de
X existe, a recta x = a será uma assimptota da curva paralela ao
eixo Oy.

(*) Diz-se que o ponto variável M tonudo sobre a curva tende para
o infinito, se a distância deste ponto da origem das coordenadas aumenta
indefinidamente.
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 203

E xem plo— 1. A curva y = tem uma assímptota paralela ao eixo


X —5
Oy, é a recta jc = 5, visto que y -> oo para x - ^ 5 (fig. 127).

Exemplo — 2. A curva y = tg jc tem uma infinidade de assímptotas para­


lelas ao eixo Oy. São as rectas
JC 3JC 5 jc
2 ’ 2 ’

Isto resulta de tg oo quando x tende para um dos valores

jT 3ji 5.1
T ’

Exemplo ^ 3 . A recta x = 0 é uma assímptota paralela ao eixo Oy

para a curva y ^ e ^ visto que lim e * = oo (fig. 129).


x-^+0
204 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

II. As assimptotas obliquas.


Suponhamos que a curva y = f (x). tem uma assimptota obliqua
cuja equação é
y — k x -\-b . (1)
Determinemos os números k e b (fig. 130). Seja M (x, y) um
ponto da curva e N [x, y) um ponto da assimpota.

Fig. 130

O comprimento do segmento MP é igual à distância do ponto M


à assimptota. Por hipótese
lim MP = 0. (2)
X—^+ 00
Designemos por o ângulo formado pela assimptota e o eixo Ox.
Resulta do triângulo NMP que
MP
NM =
COS (p

sendo f um ângulo constante ^diferente de j . resulta da igualdade


anterior que
lim N M = 0, (2 ')
X-^ + oo
e inversamente, da igualdade (20 resulta a igualdade (2). Mas
N M = - \ Q M - Q N \ = \ y - ' i f \ = \ f ( x ) - ( k x + b)\,
e a igualdade (20 se transforma em
lim [ / (x ) — Aa: — 6 ] = 0. (3 )

Assim, se a r^ ta (1) é uma assimptota, a igualdade (3) é veri*


ficada, e reclprocamente, se as cmistantes k e b verificam a igual­
dade (3), a recta y = kx + b é uma assimptota.
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 205

Determinemos agora k ^ b. Pondo x em factor na igualdade (3)»


temos:
lim X /(^) - * - ± 1 = 0.
X J

Como jt-> + 00, devemos ter

lim
.<^-►+ 00 X J
.. b
Mas como b é constante, lim — = 0. Por conseguinte,
X-+-00 ^

lim fipc) = 0,
X-^+ oo
OU

k= lim f{x)
(4)

Conhecendo k, achamos b da igualdade (3):


b= lim [/ (x) — kx\. (5)
X-^+ OO
Assim, se a recta y = kx + b é uma assimptota, acha>se os
coeficientes k e b com a ajuda das fórmulas (4) e (5). Inversamente,
se os limites (4) e (5) existem, a igualdade (3) é verificada e a recta
y = kx + b é uma assimptota. Se um dos dois limites (4) e (S) não
existe, a curva não tem assimptota.
Notemos que estudamos esta questão referindo-nos à figura 130
para x - * + co, mas todos os nossos raciocínios são igualmente válidos
para o caso em que x -» —
Exemplo — 4. Achar as assímptotas da curva
x^ + 2 x — í
V - ----- í ----- •
R esolução— 1. Procuremos as assímptotas paralelas ao eixo Oy:
quando x — 0, y - > + o o ;
quando x - ^ + 0 , y — oo .
A recu jc s= 0 é, por conseguinte, uma assimptota paralela ao eixo Oy.
2. Procuremos as assímptotas oblíquas:
- f 2x— 1
k = lim - ^ = lim
X -> ± 0 0 ^ X -> ± 0 O
206 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

k=U
isto é.
b= lim [y — x ] = lim I" \ -----^1 =
:k-v±oo jc->±ooL X J

. ,I „ r 2 !± 2 £ = i^ -]„ r 2 _ j:]_ 2 .
ac-+±oo X J x-^±oo L X J

assim,
b = 2.
Por conseguinte, a recta
y = x + 2
é uma assímptota oblíqua da curva considerada.
Para estudar a posição da curva em relação à sua assímptota, consi*
deremos a diferença das ordenadas da curva e da assímptota correspondente
a um mesmo valor de x:

Para x > 0 esta diferença é nega­


tiva, e para x < 0 positiva, por conseguinte,
para x > 0 a^^curva está disposta por baixo
e para x < 0 por cima da sua assímptota
(fíg. 131).
Exemplo — 5. Achar as assímptotas
da curva

Resolução — 1. Ê evidente que não


há assímptota paralela ao eixo Oy.
2. Procuremos as assímptotas <^lí-
quas:
A= lim lim
x - * - \- o o ^ ac-^+oo

im
lim [ £ l ^ + l ] = l.

b -- lim [e“* s e n x + x — x] —
a’->4-oo
= lim e“* s e n x = 0.

Por conseguinte, a recta

é uma assímptota oblíqua para x + QO.


A curva considerada não tem assímptota para x —> — oo. Com efeito,
. »-*
lim ^ não______
_______ existe, visto que sen x + l ( o primeiro termo cresce
X-v~oo X ' ^ X X
indefillidaiiiente quando x « e, por conseguinte, o limite não existe).
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 207

§ 11. Esqaema geral do estudo das funções


e da construção dos gráficos
O estudo das funções resume-se geralmente em determinar:
1) O domínio natural de definição da função;
2) Os pontos de descontinuidade da função;
3) Os intervalos de crescimento e decrescimento da função;
4) Os pontos de máximo e de mínimo, bem como os valores
máximos e mínimos da função;
5) Os domínios de convexidade e de concavidade do gráfico,
os pontos de inflexão;
6) As assímptotas do gráfico da função.
Este estudo permite traçar o gráfico da função (por vezes é
preferível esboçar os elementos do gráfico destes elementois paralela­
mente ao desenvolvimento do estudo).
Nota— 1. Se a função considerada y — f(x) é par, isto 6, tal
que o valor da função não mude quando a variável independente
muda de sinal, por outras palavras, se
f ( — x) = f ( x ) ,

basta estudar a função e construir o seu gráfico únicamente para os


valores positivos da variável independente pertencente ao domínio de
definição. No que respeita à parte do gráfico correspondente aos valores
negativos da variável independente, basta notar que o gráfico duma
função par é simétrico em relação ao eixo das ordenadas.
E xem plo— 1. - A função y = é par, visto que ( — x)* = (x*) (ver fig. 5).
Exemplo — 2. A função y = cos x é par, visto que cos ( — x) = cos x
(ver fig. 16).

Nota — 2. Se a função y = f(x) é impar, isto é, que ela muda


o seu sinal quando a variável independente muda de sinal, por outras
palavras, se
fi-x)= -f(x),

basta estudar únicamente os valores positivos da variável independente.


O gráfico duma função impar é simétrico em relação à origem das
coordenadas.
Exemplo — 3. A função y = x* é (mpar, visto que ( — x)* = — x *
(ver fig. 7).
Exemplo — 4. A função y = sen x é impar, visto que sen ( — x) = — sen x
(ver fig. 15).

Nota — 3. É, por vezes, preferível inverter a ordem das operações


a éfectuar quando se inicia o estudo duma função concreta, porque
208 CALCÜLO DIFERENCIAL E INTEGRAL

certas propriedades da função permitem, por vezes, deduzir outras.


Por exemplo, se estabelecemos já que a função considerada é continua
e derivável, e que determinamos os pontos do máximo e do minimo,
por isso mesmo determinamos os intervalos de crescimento e de decres­
cimento da função.
Exemplo — 5. Estudar a função
X

l + :ta
e construir o seu gráfico.
Resolução — 1. O domínio dc definição da função é o intervalo
— 00 < a: < 00. Notemos imediatamente que y < 0 para < 0 e que y > 0
para jc > 0.
2. A função é sempre contínua.
3. Procuremos os máximos e os mínimos desta função. Partindo da
igualdade

~ ( l + x2)a~®
encontramos os pontos críticos:

^1 = — 1| X2=^ 1.
Estudemos a natureza dos pontos críticos:

/ < 0 para a: < — l ,


> 0 para ar > _ i .

A função tem, pois, um mínimo no ponto x — — 1:

ymín = (y)x*»-l= —0,5.


Por outro lado.
y' > 0 para x < 1 ,
y' < 0 para ^ > 1.
Por conseguinte, a função admite um máximo no ponto x = 1:
i^max = (y )x -1 = 0,5.
4. Determinemos os intervalos de crescimento e de decrescimento da
função:
y' < 0 para — o o < x < — 1, a função é decrescente;
y' > 0 para — 1 < x < 1, a função é crescente;
y' < 0 para 1 < x < oo, a função é decrescente.

5. Determinemos os intervalos de convexidade, de concavidade e o t


pontos de inflexão da curva.
Resulta da igualdade
(l + a:2)3 —^
que
Xi — *]/3, j?2— 0, 5:3 = " j/3 .
ESTUDO DA VARIACAO DAS FUNÇÕES 209

Estudemos y'' cm função de x:

para — o o < x < — 1 / 3 tem-se y '< o , a curva é convexa;


para — l / 3 < x < 0 tem-se y’ > 0 . a curva é côncava;
para 0 < x < “\ / 3 tem-se y '< 0 . a curva é convexa;
para 1 / 3 < x < 00 tem-se a curva é côncava.
1 /3
Por conseguinte, o ponto de coordenadas — "|/3, y = é um

ponto de inflexão. Vê-se igualmente que os pontos (0, 0) c ^ l / 3 , j


são também pontos de inflexão.
6. Determinemos as assímptotas da curva:

para a: -► + o o , y -> 0 ; para x — oo, y 0.

Por conseguinte, a recta y = 0 é a única assfmptota oblíqua. A curva


não tem assímptotas paralelas ao eixo Oy, porque para nenhum valor finito
de X o valor correspondente da função tende para o infinito.
O £ráfico da curva estudada está representado na figura 132.

y^
0,5
-V3 -1
T T J
0 1 VS X

F ig. 132

Exemplo — 6. Estudar a função


y= y 2ax^ — x^
e construir o seu gráfico.
Resolução — 1. A função é definida para todos os valores de x.
2. A função é sempre contínua.
3. Procuremos os máximos e os mínimos desta fUnção:
, Aax— 3x2 _ 4a — 32;
^ ~ 3 >/'"(2Õz 5^ " z 3)2 ~ 3 '

A derivada existe sempre, menos nos pontos


x i= 0 c X2= 2a.
Estudemos os valores limites da derivada quando —0 c x - > + ô
4 a — 3x 4a — 3x
lim __________ lim ”3/ _________ = + C O
x-v-O 3 y ( 2 a — X)2 x 3 y (2a — x )2 x
para x < 0 tem-se y' < 0 ; para x > 0 tem-se y' > 0.
Por conseguinte, a função tem um mínimo no ponto x = 0. O valor da
função neste ponto é igual a zero.
14
210 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Estudemos agora o comportamento da funçfio na víiánhança do segundo


ponto crítico X2 = 2a, Quando 2a a derivada tende também para o
infinito. Todavia, neste caso, a derivada é negativa para todos os valores
de X suficientemente vizinhos de 2a (bem como para os valores de jt situados
à esquerda e à direita do ponto 2a). A função não tem, pois, extremo neste
ponto. Na vizinhança do ponto x^ = 2a,
bem como, neste ponto, a função é
decrescente; a tangente á curva neste
ponto é paralela ao eixo Oy,
A derivada anula-se para
o
Estudemos este ponto crítico. Resulta
da expressão da derivada primeira que
Aa
para x < — tem-se i/' > 0,

4c
para x > — tem-se y < 0.

Por conseguinte, a função admite


um máximo no ponto x = - ^ :
o
2 3
í/max — ■ J' ® y 4.
4. Utilizando os resultados do estudo efectuado deduzimos os inter­
valos de crescimento e de decrescimento da função:
a função é decrescente para — 00 < x < 0 ;

a função é crescente para - 0 < a; <


3 *
a função é decrescente para ^ <c x < ; c » .
o
5. Determinemos os intervalos de convexidade e de concavidade da
curva, bem como os pontos de inflexão: a derivada segunda
8a2
9x^/3 (2a —x)^/3

não se anula em nenhum ponto; contudo, ela tem dois pontos de descon<»
tinuidade: são os pontos x, = 0 e x ^ ^ i a .
Estudemos o sinal da derivada segunda na vizinhança de cada unt
destes pontos:
para x < 0, tem-se y" < 0, a convexidade da curva está, pois, orientada
para cima;
para x > 0, tem-se < 0, a convexidade da curva está ainda orientada
para cima.
O ponto de abeissa x = 0 não é, pois, um ponto de inflexão.
Para x < 2a, tem-se y"' < 0, a convexidade da curva está, pois, orientada
para cima;
para x > 2a, tem-se y" > 0, a convexidade da curva é orientada para
baixo.
O ponto (2a, 0) é, pois, um ponto de inflexão.
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 211

6. Determinemos as assímptotas da curva:


3
k= lim Ü = lim = lim
ac-^ioo> ^ xac->
-*±-fo
o oo ^ x -*‘ ±.<x> ^
jc-v-i-CD ^

h= lim
f3
\y / 2ax^ — x® + =
ac->±oo
2ax2—^3_|_ 2a
= lim
ac-^±cD y (2aa:2 — jp 3)2 — xy^2ax^ — 3

A recta
y = - z 1^ 2a
~

é, pois, uma assímptota oblíqua da curva y = 2ax^ — 3? . O gráfico da


curva estudada está representado na figura 133.

§ 12. Estudo das curvas dadas sob a forma paramétrica


Sejam
jr = i|5 (f) / ( 1)

as equações paramétricas duma curva.


Neste caso o estudo e o traçado desta curva fazem-se da mesma
maneira que para uma curva dada pela equação

11— /
Calculemos as derivadas ^ ^ "
dx .... (2)
— = (p (f),
dt

dt
(3)
Calculemos a derivada dy 'il?'(í)
dx cp' {t)

para os pontos da curva na vizinhança dos quais o gráfico desta última


tem por equação y = f (a:), em que / U) é uma certa função.
Determinemos os valores do parâmetro t = tu Í2 ....... para os
quais uma pelo menos das derivadas / e ^ '(0 se anula ou tem um
ponto de descontinuidade. (Tais valores de t serão chamados valores
críticos.) Em virtude da fórmula (3), define-se em cada intervalo {tu ^2),
{t2 , .... th) c, por conseguinte, em cada intervalo {xu X2 ),
(xz, Xs)....... {xh-ii Xk) (em que jc» = <p{ti)), o sinal de ^ c por isso
\'i*
212 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

mesmo se determinam os intervalos de crescimento ou de decrescimento.


Isto permite determinar a natureza dos pontos correspondentes aos
valores tu ^2....... tk do parâmetro. Calculemos agora:

(4)
W ifíf
Esta fórmula permite-nos definir a orientação da convexidade
em cada ponto da curva.
Para determinar as assímptotas, procuram-se os valores de t tais
que nas suas vizinhanças quer x , quer y tenda para o infinito, e os
valores de t tais que nas suas vizinhanças x q y tendam simultânea­
mente para o infinito. O estudo da curva se processa da maneira habitual.
Mostremos, com exemplos, certas particularidades do estudo das
curvas dadas sob a forma paramétrica.
E xem plo— I. Estudar a curva dada pelas equações
X = a cos^ t, ^
y = a sen^ t, j (!')
Resolução — As grandezas x e y são definidas para todos os valores
de Mas, tendo em conta a periodicidade das funções cos^ t e sen* / (o seu
período é igual a 27t), basta considerar a variação do parâmetro / entre
0 e Z-t ; jc varia, então, sobre o segmento [ — a, à\\ o domínio de definição
da função v é o segmento [ — a, a\. A curva considerada não tem, pois,
assímptotas. Achamos em seguida:
dx
-3 —= — 3a cos2 t sen í ,
dt
( 2' )
— 3a sen* t cos t.
dt
3 ji
Estas derivadas anulam-se para / = 0, — 2 j i . Determinemos:
2
dy 3a sen* t cos t
-tg t. (3')
dx — 3a cos2 t sen t
Utilizando as fórmulas (2'), (3'), formemos o quadro seguinte:

Sinal Carácter da
Domínio de Domínio de variação Domínio de variação de variação de y
variação de t correspondente de x correspondente de y dy em função de x
dx (V- / ( » ) )

a > X> 0 0 < y < a — decresce


0 < '< T

0 > x > -a a > y > 0 + cresce

n < t < ^ —a < X < 0 0 > y > -a - decresce

0< X< a - a < y < a + cresce


ESTUDO DA VARIAÇÃO DAS FUNÇÕES 213

Este quadro mostra-nos que a relação (H define duas funçOes contínuas


da forma y = f{ x ) tais que para 0 < / < ^ se tem y > 0 (ver as duas pri­
meiras linhas do quadro) e para ^ < r < 2^ tem-se y < 0 (ver as duas últimas
linhas do quadro). Resulta da fórmula

lim - ^ = o o
, ji dx

lim -^ = o o .
3ji d x
2
A tangente à curva nestes pontos é paralela
ao eixo Oy, Além disso
dy dy I dy j
dt L o ~ ® ’ dt t—ji
= 0, = 0. Fig. 134
dt |/=2 ji
A tangente à curva nestes pontos é, pois, paralela ao eixo Ox. Achemos,
em seguida:
d»y í
dx^ 3a COS*/«sin í

donde concluímos:

paraO t <C,n tem-se a curva é côncava,


s > » .

d^y
para ji < t < 2 jilem-se
dx^ < 0. a curva é convexa.

Os resultados obtidos permitem-nos construir a curva considerada (fig. 134).


Esta curva chama-se asteróide.
E xem plo — 2. Construir a curva dada pelas equações (fólio de Descartes).
3at 3afa
l + í3 ’ (r)
Resolução — Estas duas funções são definidas para todos os valores t
excepto / = — 1 .
Além disso.
lim x = lim = -fc o .

3aí2
hm y= hm -1 - 7- 75-: -0 0 ;

lim x = — 00, lim w=+oo.


t- ^ - i+ o 1+0

Por outro lado, notemos que


para t= 0 se tem a; = 0 , y = 0,
quando t -> -+ 0 0 tem-se x- -0, 0,
quando t — 00 tem-se x - -0, ^0.
214 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

Calculemos ^ c ^
dt dt

6a
dx ( I - ) dy 3at (2 — t^)
~dT~~ (l + í3)2 H i~ (l + /8)2 (2^)
D aí deduzimos os valores críticos seguintes para f:
1
t \ = — 1,
V~2
Achamos em seguida:

dy
dy dt í (2—/3)
(3'')

Servíndo>nos das fórmulas (r')» (2"), (3")> formemos o quadro seguinte:

Sinal Ci^Açter da
Domínio de Domínio de variacAo Domínio de variacAo de variaçao de y
varlac&o de t correspondente de x correspondente de y dy em funcAo de m
dx { y - í («))

—o o < < < —1 0 < X < + oo 0 > i/> -o o decresce


- l < / < 0 —CO < X < 0 + oo> j/> 0 decresce

0 < í < ^ - 0 < a;< av 4 0 < y < a > ^ 2 : cresce

av ^ > x > a a Y 2 < . y < . a >/ 4 - decresce

f / ' 2 < í < + oo a .y i > I > 0 a.yi> y> Q + cresce

Resulta da fórmula (3"):

( ! ■ ) , . . =»• ( ^ ) , . „ -» ■
( í3 ) fâ )
Por conseguinte, a curva passa duas vezes pela origem das coordenadas
(a origem das coordenadas é um ponto duplo da curva, na vizinhança da
origem a curva tem dois ramos); o primeiro ramo tem uma tangente paralela
ao eixo Ox e o segundo uma tangente paralela ao eixo Oy. Por outro lado,

m , j_ =“ ■

\V=aY^)
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 215

Neste ponto a tangente à curva é paralela ao eixo Oy,

\í-f^
àx) = 0-
(a;=o^/^\
v^ayi]
Neste ponto a tangene à curva é paralela ao eixo Ox. Procuremos as
assünptotas:

lim
a*->+oo ^
lim
í_»._i_o 3aí(l + t3) - 1,
3aí2 3a t
h= lim (y — k x ) z = lim - ( - 1)
*-►+00 ac_^_i4.o [ t + í3 1+
r 3 a í(í+ l)-| 3o<
= J T - . L -t+ 7 3 -J = J jr. r=7+r.— “■
Por conseguinte, a recta y = — x — a é uma assímptota de um dos
ramos da curva quando —> + oo.
D o mesmo modo, achamos:

k — lim — = — 1,
oo ^
h= lim (y — kx)-^— a.

Assim, a recta y = — x — a 6 uma assímptota


de um dos ramos da curva quando x — QO.
Segundo o estudo que acaba de ser feito,
podemos traçar a curva (fíg. 135).
Certas questões relativas ao estudo das cur*
vas serão tratadas no Capítulo VIII, § 19, tPontos
singulares duma curvai.

Exercícios

Achar os extremos das funções:

1. y x^ — 2 x -|-3 . Resp. í/niin"~^ para


3 7
2. ! / = ^ -----2a:2 + 3 i + l . Resp. !/max = y P » » x = l, !/mln = l P»» 3: = 3.

3. j/ r = i3 _ 9 a ;2 _ j.i5 x - ) - 3 .R e s p . ! / n ia i= 1 0 Para ^ = 1, !/ m in = — 22 para x — 5.


4 . y--.= — 1 3 + 2x3. Resp. í/max = l para x = ± l , !/inin = 0 para x — 0.
5. y = x * — 8x3 + 2. Resp. ymax = 2 para x = 0 , i / i n i n = — 1''* Para x = ± 2 .
6. 1/ ==3x3— 125x3 + 2160x. Resp. máx. para x = — 4 et x = 3, min. para x =
=: — 3 et x = A .

2 — { x — 1)^. Resp. í/ma X— 2 para ^ — !•


216 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

8 . !/ =3 — 2 ( x + l)^. Resp, N ío há extremos.


- _- 3 i 4+ - 22
j-2 — /— —
9. y . Resp. mín. para x = y 2 ^ máx. para x = — “(/2*
x2 + 3 x + 2
_ (x -2 ) (3 -x )
10. y X2 . Resp. máx. para x = ~ .
u
Log2
11. y = 2e* + e"*. Resp. mín. para o: =

12. y . Resp. i/nj,n = e para x = e.


Logx

13. y =cosx-^scna; ^ ---- ^ ^ < - y ) . Resp. í/n ia x = l / 2 Para .

14. y =s e n 2 x — ^ j .Resp. máx. parax = - ^ , mín. para x =

T
15. y = x + t g x . Resp. Sem extremos.

16. y = =e*scnar. Resp. mín. para x = 2 k n ---- máx. para x = 2kn + ^ n .

17. y = x ^ - 2 x ^ - \- 2 , Resp. máx. para x = 0 ; mín. para x = — 1 c para x = í .

18. ij = =(x — 2)3 ( 2 x - f 1). Resp í/min =^ — 8 ,2 4 para ^ = -g- •

1
19. y-- =x - |- — . Resp. mín. para x = l ; máx. para x = — í .

20. y = =i 2 ( o — x)2. Resp. y m a i = - |^ : y m in = 0 P*""» * = 0 ^ e para


X -

a- 62
21. //- --------- . Resp. máx. para x = -------- r - ; mín para x = — r -r -•
fl — X a— b ^ a+ 6
22 . y ^^ •í^ -r V l — Resp. ymax = ^/^ P^^^a x = 3fA; í / m i n = — 1 x = = — 1.
____ 2 /"~í~ 2
23. /y-= x V l — I ( a :< l) .R e s p . j/ m a x = - 3 } / y P a ^ j .

X
24. — p a r a x = — 1 ; máx. para x =

25. 1/ - x L o g x . Resp. mín. para x-— He, ^


26. y = xLog2x. Resp. máx. para x = e mín. para x = \ ,
27. í/ -L ogj; — arc tg X. Resp. A função cresce
28. y s e nSx— 3 sen X. Resp. mín. para x = n / 2 \ máx. para x = 3jx/2.
29. y 2./ — a r c t g x . Resp. Sem extremos.
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 217

30. y = sen x cos2 X. Rcsp. mín. p a r a x = — ; dois máx.: para x = a r c c o s

c para x = arccos
( V í )
Oi /
31. y — arc sen (sen x). Resp.
Xn ^
máx. para x = ^ ----- ' ■
(4/714-3) n
; mín. p a r a x = '----- -- ►

Achar o maior e menor valor das funções nos segmentos indicados;

32. y = — 3x*4-6x2 — 1 ( ^ 2 < x < ; 2 ) . Resp. O maior valor -é y= *2 para


o menor valor é y = — 25 para x = - f - 2 .
23
33. y — ^ — 2 x 2 4 -3 x 4 -1 ( — 1 < x < 5 ) . Resp. O maior valor 6 V—
13
para x = 5 , o menor valor é y = — ^ para x = — 1 .
j . ___ ^ 3
34. y - (0 -^ * -< ;4 ).R e sp . O maior valor é V — ~^ x = 4 , o menor
valor é y = — 1 para ® = 0 .

35. ( — ^Jl ^
Jt \
J • R^sp. o maior valor é
Jl
Jl
menor valor é
1 ^ Jl
y = ---- ^
Jl
para x = -;r- .
T ?
3 6. Deseja-se fazer uma caixa sem cobertura de volume máximo cortándo e
dobrando dum modo apropriado, quadrados iguais numa folha de chapa
do lado a. Qual deve ser o comprimento do lado destes quadrados? Resp. .
6
37. Mostrar que entre todos os rectângulos inscritos num dado círculo, o
quadrado tem uma superfície máxima. Mostrar também que o perímetro
é máximo para o quadrado.
38. Mostrar que entre todos os triângulos isósceles inscritos num dado círculo,
o triângulo equilátero tem um perímetro máximo.
39. Achar, entre os triângulos rectângulos cuja hipotenusa é igual a h, o que
tem uma superfície máxima. Resp. O comprimento de cada lado é igual
h
" V2-
40. Achar, entre os cilindros rectos inscritos numa esfera de raio R, o que
tem um volume máximo. Resp. A altura deste cilindro é igual a — 7=
2R
1/3-
41. Determinar entre os cilindros rectos inscritos numa dada esfera de raio R
o que tem área lateral máxima. Resp. A altura deste cilindro é igual
a R 1 /2 .
42. Achar entre os cones rectos circunscritos a uma esfera do raio R, a
altura do que tem volume mínimo. Resp. A altura é igual a 4R, (O volume
é, então, igual ao dobro do da esfera.)
43. O interior de um reservatório sem cobertura cujo fundo tem a forma ^
um quadrado deve ser recoberto de chumbo. A capacidade do reservatório
é 321. Quais devem ser as dimensões deste reservatório, para que a
quantidade de chumbo utilizado seja mínimo? Resp. Altura 0,2 m; lado
da base 0,4 m, (isto é, o lado da base deve ser o dobro da altura).
218 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

44. Um trolha deve fazer uma goteira de capacidade máxima cujo fundo
e lados laterais tenham 10 cm de largura; mais, os lados laterais devem
ser igualmente inclinados em relação ao fundo. Qual será, no cimo,
a largura da goteira? Resp. 20 cm.

45. Demonstrar que a fabricação de uma tenda cónica, de capacidade dada,


exige uma despesa de tecido mínimo, quando a altura da tenda é ~{/2
vezes maior que o raio da base.

46. Tem-se de fabricar um cilindro, sem cobertura, cujas paredes e fundo


tenham uma dada espessura. Quais devem ser as dimenssões deste cilindro,
para uma dada capacidade, se se desejar que a quantidade de material
empregada seja mínima? Resp. Se R designa o raio interior da base e v

o volume interior do cilindro, então, R = y .

4 7 . Tem-se de fabricar uma caldeira soldando às extremidades dum cilindro


duas semi-esferas. As paredes da caldeira tem uma espessura constante.
Para um dado volume v da caldeira, como proceder para que a super­
fície exterior seja mínima? Resp. A caldeira deve ter a forma duma
*V 37
esfera de raio interior R = ] / — .
r 4ji
48. Construir um trapézio isósceles de perímetro mínimo para uma dada
superfície S; o ângulo da base é igual a a. Resp. O comprimento dos
-
lados laterais é igual a 1 / -------•
r sen a
49. Inscrever numa esfera de raio R um prisma triângular regular de volume
máximo. Resp. a altura do prisma é igual a
2R
y r
50. Circunscrever um cone de volume mínimo a uma semi-esfera de raio R,
A base deste cone coincide com o plano diametral de base da semi-
-esfera. Calcular a altura deste cone. Resp. A altura do cone é R I / 3 .

5 1 . Circunscrever um cone recto de volume mínimo a um cilindro de raio r


supondo que as suas bases estão num mesmo plano e que os centros
o
destas últimas coincidem. Resp. O raio da base do cone é igual a — r.
2
52. Cortar um sector num círculo de cartão de raio R de modo que enro­
lando-o se obtenha um funil de capacidade máxima. Resp. O ângulo ao
centro deste sector é ig;ual a 2c7

53. Entre todos os cilindros circulares inscritos num cubo de aresta a


cujo eixo coincide com a diagonal do cubo e cujos círculos de bases
são tangentes às faces do cubo, determinar o que tem volume máximo.
Resposta. A altura do cilindro é igual a !a y ^ o raio da base é
3
a
igual a
Ve ■
5 4 . Seja no plano um sistema ortogonal de coordenadas e um ponto (x^, y^)
tomado no primeiro quadrante. Traçar uma recta passando por este
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FÜNCOBS 219

ponto de maneira que forme com as direcções positivas dos eixos coor­
denados um triângulo de superfície mínima. Resp. A equação da recta é

:1.
23*0 2í/o
55. S^a dado um ponto sobre o eixo da parábola = 2px e situado à
distância a do vértice desta parábola. Encontrar a abcissa do ponto da
curva mais próxima deste ponto. Resp. jc =■ o — p.
56. Estima-se que a resistência duma trave paralelipipédica é proporcional à
sua largura e ao cubo da sua altura; encontrar a largura da trave mais
resistente que se pode debitar dum tronco de 16 cm de diâmetro. Resp.
A largura é igual a 8 cm.
57. Um barco está num ancoradouro a 9 km do ponto mais próximo da
costa. Um mensageiro deve alcançaro mais rápido a uma localidade
situada a L5 km do ponto da extremidade mais próxima do barco. Dado
que um mensageiro percorre 5 km por hora, a pé, e 4 km por hora cm
canoa, em que ponto da extremidade deve acostar para chegar o mais
rápido possível a esta localidade? Resp. a 3 km da localidade.
58. Um ponto material desloca-se no plano à velocidade em redor da
linha recta M N e à velocidade v, sobre esta linha. Que caminho deve
percorrer para satisfazer, no tempo mais curto, trajecto AB, se B for
um ponto da linha MN'! A distância do ponto A à linha M N 6 igual
sí h, 2L distância entre o ponto R e a projecção a do ponto A sobre a
a linha M N é igual a a. Resp. Se ACB for o caminho percorrido, então.
aC Vi a B ^ Vi ^ r* olB ^ lu
— se > —L e a C = a B se < —L .
AC V2 AB V2 AB V2
59. Eleva-se um peso w com a ajuda duma alavanca. O fardo encòntra-se à
distância a cms do ponto de apoio; cada parte da alavanca de 1 cm de
comprimento pesa v gramas. Qual deve ser o comprimento da alavanca
para que a força necessária para elevar o peso seja mínimo? Resp.
T/ 2 a w
x = y — cm .

60. As medidas sucessivas duma grandeza x desconhecida deu os restíltados


seguintes: xi, Xj,. Mostrar que a soma dos quadrados dos desvios
(z — + (x — X2 f + • • • + (a: — Xj^f será mínimo se sç- escolher

..._+ ^2 “i" • • • +
61. A fim de reduzir ao máximo a fricção dum fluído contra as paredes
dum canal, concebe-se este último de maneira que a superfície de contacto
seja mínima. Mostrar que a forma ideal dum canal paralelipipédico aberto,
cuja área da secção transversal é dada, é obtida quando a largura do
canal é dupla da altura
Determinar os pontos de inflexão e os intervalos de convexidade e de
concavidade das curvas*
62. y = x^ Resp. Para jc < 0 a curva é convexa e para x > 0 côncava; x = 0
é um ponto de inflexão.
63. y = 1 — x^. Resp. A curva é sempre convexa.
64. y = X® — 3x^ — 9x + 9. Resp. Ponto de inflexão para Jf = 1.
220 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

65. y = {x — 6)*. Resp. Ponto de inflexão para jc = 6.


66. y = Resp. A curva é sempre côncava.
1 1
67. y = o , .■. Resp. Ponto de inflexão para x = ± —— .
^^ + 1 V3
68. y = t g x . Resp. Ponto de inflexão para jc = ncr.
69. y=xe-^. Resp. Ponto de inflexão para jc = 2.

70. y = a — j/'X — b. Resp. Ponto de inflexão para x = b.


71. y = a — V (a;— 6)2. Resp. A curva não tem ponto de inflexão.
Encontrar as asslmptotas das seguintes curvas:
72 y= . Resp. x — l ; y = 0.

73. y
(^ + 2)3* Resp. x = — 2 ; y = 0.
a3
74. y = c -{
(X—6)2 . Resp. x = b ; y = c.
75. y = — 1. Resp. a; = 0 ; y = 0 .
76. y = L o g x . Resp. a := 0 . 77. y^ = 6x^-^x^, Resp. y = a : + 2.
x3
78. y9 = a^— x3. Resp. z/4"^ = 0. 79. y^- Resp. x = 2a.
2a— X '
80. j/2 (x — 2a ) = x 3 — Resp. x = 2a, y = ± (a: + a).
Estudar o comportam ento e construir o gráfico das funções:
8fl3
81. y = x^—2a:+10. 82. y =
-|- 4fl2 83. y = e

õx 4+ x 86. í/ = x2—1 *
X
84. y 85. y =
"l + x2 • x2 *
X-}- 2 x2 89. — X.
87. y 88. y = y ^ -— x ^
x3 1+ x
x3
90. y 91. y-— y x2-[-2. 92. ^ =
■3—a:2 *
X —1
93. y 94. y = xe”*. 95. =
- V \ X -|- 1
96. y = x — L o g ( x + l ) . 97. i/= L o g (x2 + l) . 98. y = a c n 3 x .
99. y = x + senx. 100. y = x ^ n x . 101. y = senx.

102. y = L ogsenjr. 103. s ,= . 104. . í


X
1 2
s e n t), J x = ae^ COS t
1 0 6 .1 107.
\ l / = a ( l - •COS í ) . \ y = ae*3en t,
ESTUDO DA VARIAÇAO DAS FUNÇÕES 221

Exercícios suplementares

Encontrar as assímptotas das curvas:

108. y = . 7 -- • ^ = — 1;
= 1. 109. y = x + e^*. Resp. y = x.
110. 2 y { x + i ) ^ = x ^ . Resp. x = — 1 y — y x — 1.
111. y3 = a3 — x2. Resp. Sem assímptotas. 112. y = e-^^^enx. Resp. y = C .
113. í^= e“*sen 2 x -|-x . Resp. y = x.

114. y = x L o g 1 . Resp. x = — 1 ^ 1
( ' + t : T= J/ = * + T -
1
JJÇ g —
í2
115. y = xe . Resp. X= 0 ; y = x. * 1 — í2 *
1 1
= ±Y *- 2 *
Estudar o comportam ento e construir o gráfico das funções:
117. y = \ x \ . 118. y = L o g \ x \ . 119. y^ = x^— x.
120. (a:-f 1)2 (x — 2). 121. j/ = x + | x | . 122. y==>/x2 — x.

123. y = x2 V x + i . 124. í/ = - ^ — L o g x . 125. y = - ^ L o g x .


L og x
126. y= 127. y = 128. y = x-
—1 L og x '
1
129. y = x L o g x . 130. y = e^ — x. 131. i/ = lse n 3 x |.

132. . 133. y = x a r c t g x . 134. y = x — 2 a r c t g x .

135. y = e-2*sen3x. 136. y = |s e n x | + x. 137. y = sen(x2).


x-4-1 x I
138. y = COS®x + sen® X. 139. y=-------------
2
X— X ( x + l x| \ X—
140. í/ = - 141. y = sen^ -------- (—n < x < ji)
/X —l x | \ a: + | x | ( n ^ ^ ^
142. y = COs ( ----- ------------------ •

143. J , = l ( 3 x + l i | ) + l . 144. y = ^ { 3 ( x - l ) + l x - l l l + l (0<x< 2).


C a^ tn lo VI

CURVATURA DUMA CURVA

§ 1. Comprimento do arco e sua derivada

Suponhamos que o arco da curva MoM (fig. 136), é o gráfico


da função y = f (x) definida no intervalo (a, b). Definamos o com­
primento do arco da curva. Tomemos sobre a curva AB os pontos
M q, Mi, M 2 , - 1» Mi,. . Mn - 1, Aí. Juntando estes pontos pelos
segmentos de recta obtemos uma linha
poligonal M 0M M 2 ... Mi _i Mi . . . Mn - \ M
inscrita no arco M qM. Designemos por Pn
o comprimento desta linha poligonal.
Chama-se comprimento do arco AB
(e designa-se por 5) o limite para o qual
tende o comprimento desta linha poligonal,
quando o comprimento do maior dos
segmentos Mi _i Mi que constituem esta
Fig. 136
linha tende para zero, se este limite existir
e não depender da escolha dos vértices da linha poligonal M 0M JA 2 ...
M i ^iMi . . . Mn - í M.
Notemos que esta definição do comprimento dum arco de curva
qualquer, é análoga à do comprimento da circunferência.
Mostraremos, no Capítulo XII, que se a função f(x) e a sua
derivada f ( x ) são contínuas sobre o segmento [a. b], o arco da curva
y = f(x) compreendido entre os pontos [a, f (a)] e [b, f (fc)], tem um
comprimento bem determinado que se pode calcular com o auxílio
de fórmulas apropriadas. Demonstrar-se-á, no mesmo capítulo, que
sob as condições acima citadas o quociente do comprimento do arco
e do comprimento da corda correspondente tende para a unidade,
quando o comprimento da corda tende para zero, isto é.
comprimento A/qAT
lim 1.
M0M-^ 0 comprimento AfoAÍ
CURVATURA DUMA CURVA 223

Pode-se fàcilmente demonstrar este teorema pela circunferência (*).


No entanto, para o caso geral, admiti-lo-emos por agora sem demons­
tração.
Consideremos o seguinte problema.
Seja y = f (jc), a equação duma curva do plano Oxy,
Seja AfoUo, >o). um ponto dado tomado sobre esta curva e
M{x, y), um ponto variável desta curva. Designemos por s o compri­
mento do arco M qM (fig. 138).

Quando a abcissa x do ponto M varia, o comprimento s do


arco varia igualmente; é, por conseguinte, uma função de jc. Calculemos
a derivada de s em relação a jc.
Demos a jc um crescimento Ajc. O arco s sofre, então, um cres­
cimento A5 = comprimento MM^, Seja MMx a corda que subtende
este arco. Para determinar o limite Itm — , procedemos da maneira
Ax-vO
seguinte: obtemos do triângulo MM^Q:
à ÍM l = {àxf + {A y)\
Multipliquemos e dividamos o primeiro membro por às^:

( ^ ^ y - à s ^ = { A x f + (Ayf.

Dividamos os dois membros da igualdade por Ajc^:

(*) Consideremos o arco AB correspondente ao ângulo ao centro 2a


(fig. 137). O comprimento deste arco é igual a 2Ra (R designa o raio do círculo);
o comprimento da corda correspondente é 2R sen a. Eis porque
comprimento AB _ 2/?g
:1.
a-^o comprimento AB 2/? sen a
2 24 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Achemos o limite dos membros, esquerdo e direito, quando Ax • 0.


MM,
Como lim : 1 e lim ^ ^ , temos:
As Ax—^0 As: dx

OU

Obtemos a seguinte expressão pelo diferencial do arco:

ds= | / l - f (2)

ou(*)
ds = Vdx^ + dyK (2')
Obtivemos a expressão do diferencial do comprimento do arco
para uma curva cuja equação é y = f (jc). Contudo, a fórmula (20
é igualmente válida, no caso em que a curva é expressa por equações
paramétricas.
Se as expressões paramétricas da curva são;

então.
dx = (p' (t) dt, dy = if' (í) dt,
e a expressão (20, escreve-se sob a forma

tís= V [< p '(í)r-^ [ii;'(í)rd í.

§ 2. Curvatura
Um dos elementos que caracterizam a forma duma curva é o
seu grau de flexão, de encurvamento. Seja dada uma curva que não
tem pontos duplos e que tem uma tangente determinada em cada ponto.
Tracemos as tangentes à curva\ em dois pontos quaisquer A
e 0 e designemos por a o ângulo formado por estas tangentes ou,

(*) Verdadeiramente falando, a fórmula (2') apenas está certa se d x > 0 .


Se í/x < 0, então, ds = ^ Eis a razão porque é mais justo se
escrever oara o caso eeral:
| * | = V áÍ2+ |i j2.
CURVATURA DUMA CURVA 225

mais exactamente, o ângulo de rotação da tangente quando se passa


do ponto A ao ponto B (fig. 139). Chama-se a este ângulo, ângulo
de contingência do arco AB, De dois arcos do mesmo comprimento,
o mais encurvado é aquele cujo âneulo de contingência é maior
(fig. 139 e 140).
Por outro lado, não se pode, evidentemente, caracterizar o grau
de encurvamento dos arcos de curva de comprimentos diferentes

Fig. 140

baseando-se unicamente no ângulo de contingência. Por conseguinte,


a característica completa da curvatura duma curva qualquer será o
quociente do ângulo de contingência pelo comprimento do arco cor­
respondente.
Definição— 1. Chama-se curvatura média do arco A B ao
quociente do ângulo de contingência correspondente a e do comprimento
do arco que ele subtende:

. •
AB

A curvatura média dos diferentes arcos duma curva pode variar


com o arco escolhido; assim, a curvatura média dos arcos A B tA ^B x
da curva representada sobre a figura 141 não é igual, ainda que
estes arcos sejam de igual comprimento. Mais, o grau de encurva­
mento desta curva varia gradualmente. Eis porque, a fim de caracterizar
o grau de encurvamento duma curva dada na vizinhança imediata
dum dado ponto A, introduzimos a noção de curvatura num ponto.
Definição — 2. Chama-se curvatura da curva no ponto A e
nota-se K a ao limite para o qual tende a curvatura média do arco A B
15
226 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

quando o comprimento deste arco tende para zero (isto é, quando B


se apro>xima(*) indefinidamente do ponto A):

K a = lim ÍTm = lini •


S->A AB
Exemplo — Dado um círculo de raio r: 1) determinar a curvatura média
do arco AB correspondente ao ângulo ao centro a (fig. 142); 2) determinar
a curvatura no ponto A.
Resolução — 1. É evidente que o ângulo de contingência do arco AB
é igual a a e que o comprimento deste arco é igual a ar.. Por conseguinte.

OU

K-m—— •
A
2. A curvatura no ponto A é igual a

a-*-0
Assim, a curvatura média dum arco do círculo
de raio r não depende da posição e do comprimento
F ig . 142 1
desse arco; ela é igual para todos os arcos a — . Do
mesmo modo, a curvatura do círculo num ponto dado não depende da posição
I
deste ponto e é também igual a — .

Nota — Notemos que para uma curva qualquer a curvatura pode


geralmente variar quando se passa dum ponto para outro. É o que
veremos em seguida.

§ 3. Cálculo da curvatura
Vamos estabelecer uma fórmula que nos permitirá calcular a
curvatura em cada ponto M (x, y) duma curva. Suporemos que num
sistema de coordenadas cartesianas a curva é dada por uma equação
da forma
y = f(x ) (1)

e que a função f(x) tem uma derivada segunda contínua.


Tracemos as tangentes à curva nos pontos M e Mi dc abcissas x
e X + Ajc e designemos por e ^ os ângulos formados por
estas tangentes com o eixo Ox positivo (fig. 143).

(*) Supomos que o valor do limite é independente da escolha do ponto


variável B (à esquerda ou à direita do ponto A).
CURVATURA DUMA CURVA 227

Designemos por s o comprimento do arco M qM contado a partir


dum ponto dado Mo (chama-se-lhe, por vezes, a abcissa curvilínea do
ponto M); então, ^s = M qM í — M qÁí ^ c | A5 | = M M i.
Vê-se, imediatamente, da figura 143, que o ângulo de contingência
correspondente ao arco M M \é igual ao valor absoluto (*) da diferença
dos ângulos <p t <p + A(p, isto é, que ele é igual a j |.
Em virtude da definição da curva-^..__^
tura média, temos para o arco MM^:
A(p
Km =
As
Para calcular a curvatura no ponto
M, é preciso achar o limite desta expres­
são quando o comprimento do arco M M \
tende para zero:
A(p
K = lim F ig. 143
As-►o As

Como ^ e s dependem de x (são funções de x), podemos con­


siderar <p como uma função de s e supor que esta função é expressa
por equações paramétricas com o auxílio do parâmetro x. Então,
A(p dcp
lim
As->o As ds
e, por conseguinte.
dcp
( 2)
ds
dcp
Para calcular utilizemos a fórmula de derivação das funções
ds
paramétricas:
dcp
dcp dx
ds ds
dx

(*) É evidente que para a curva representada na figura 143 | Ap | s: Ap


visto que Ap > 0. *
228 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Para exprimir com a ajuda da função y = f (x), notemos


ds

que tg ^ ^ e, por conseguinte,
dy
cp = a rc tg ^ .

Derivemos esta igualdade em relação a x\ temos:

dcp__ dx^
dx
1+
(ir
No que respeita à derivada — , achámos já no § 1, Capítulo VI
dx . ^
que

l / i + Í ^ Y

d x ^ \d x )
Eis porque.
<Py
da?

dcp dx \d x ) dx^
_____________
3/2

d^
ou, visto que K = temos finalmente:
ds
I— I
I da^
K=

-e)i 2V/o • (3)

Por conseguinte, em qualquer ponto da curva onde a derivada


s^unda existe e é contínua, pode-se calcular a curvatura com
dx^
o auxílio da fórmula (3). Notemos que, no decurso do cálculo da
curvatura, afecta-se de sinal mais a raiz do denominador, visto que a
curvatura é, por definição, uma quantidade não negativa.
CURVATURA DUMA CURVA 229

Exemplo — 1 Determinar a curvatura da parábola y® — 2px:


a) num ponto arbitrário M (x, y);
b) no ponto Af ^ (0, 0);
c) no ponto Af« ^ j .

Resolução — Achemos as derivadas, primeira c segunda, da função


y='\/2p^>
dy p ^ d^y
d ^ " Y ^ ' dx^ (2px)^'^
Substituindo estas expressões na fórmula (3), temos:

à) K -.
(2px + p2f'^

b) (« U o , =-=7 :

c) K^_p .
2 ’ 2y ip
y= p
Exemplo — 2. Determinar a curvatura da recta y = ax + b num ponto
arbitrário M (x, y).
Resolução,
y'--=a,

Em virtude da fórmula (3) temos:

A recta é, pois, «uma curva de curvatura nula». Este resultado pode


ser fàcilmente reencontrado partindo da própria definição de curvatura.

§ 4. Cálculo da curvatura das curvas sob forma paramétrica

x = q>(í), y = ylp{t)

as equações paramétricas duma curva.


Então, (ver § 24. Capitulo III):

dx (p'(í) ' dx* ((pT


Substituindo estas expressões na fórmula (3) do parágrafo anterior.
t^ o s :
;2i 3/2
230 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Exemplo — Determinar a curvatura da ciclòide


X = a (í — sen í), y = a (1 — cos /)
num ponto arbitrário (x, y).

Resolução,
dx _ d^x dy d^u
— _fl (1 —COS0 » dí2 - .........d t
Substituindo estas expressões na fórmula (3), temos:
I fl ( 1 — COS <) g COS t — f l s e n t - a s e n t | __
I fl2 (1 _ COS 0 * + sen 2 1
I CO S/ — II 1 1
2* /* a (l-c o s í)® '* 2 *'='a(l — cos<)‘ ^* 4a |s e n |- |

§ 6. Cálculo da curvatura das curvas em coordenadas polares


Suponhamos que a curva é dada pela equação

P = /(0). (1)
Escrevamos as fórmulas de passagem das coordenadas polares
às coordenadas cartesianas:
x = pcos0, 1
i/ = p s « i0. / (2)

Substituindo nestas fórmulas p pela sua expressão em função


de 0, isto é. por / ( 0). temos:
X— /(0)-cos0, 1
y = / ( 0).sen 0. J (3)

Pode-se considerar estas equações como sendo as equações para­


métricas da curva (1) com 6 por parâmetro.
Então, , , j j
; |c o s 0 - p s e n 0, ^ = ^ s e n 0 + pcos0,
d0 d0 d0 d0
d^x ^ £ - COS0 — 2 —^ sen0 — p cos0,
d0" d0* d0

sén 0 + 2 -^ G o s 0 — p sen 0.
d0* d0^ d0
CURVATURA DUMA CURVA 231

Substituindo as expressões acima na fórmula (1) do parágrafo


anterior, daí deduzimos uma fórmula que permite calcular a curvatura
duma curva em coordenadas polares:

^ / 2 I '2\Vo ’
(p + P ) -
Exemplo — Determinar a curvatura da espiral de Arquimedes p = aQ
(d > C) num ponto arbitrário (fig. 144).

Resolução,
^= a- -^ -0
de ’ de*
Por conseguinte. |a 2^2-|-2o2[ 1 92 + 2
(a2ea + oa)*/»~ « (02.j.i)*/2 ‘
Notemos que para grandes valores de 9 sSo verificadas as igualdades
aproximadas seguintes: 02 + 1

eis porque, substituindo na fórmula precedente 0^ + 2 por 0® e 0* + 1 por


02, deduzimos uma fórmula aproximada (para grandes valores de 0):
1 0* 1
K
a (02)*/* 00 '
Assim, a espiral de Arquimedes tem para grandes valores de 0, a
mesma curvatura que um círculo de raio c0.

§ 6. Raio e círculo de curvatura. Centro de curvatura.


Evoluta e evolvente
Definição — Chatna-se raio de curvatura duma curva num ponto
dado M à grandeza R igual ao inverso da curvatura K desta curva
neste ponto:
R= — (1)
K
232 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

OU

R= H iíl
I— I
( 2)

I dx^ I

Tracemos no ponto M da curva, a normal (fig. 145), orientada


no sentido da concavidade desta curva, e apoiemos nesta normal
o segmento MC igual ao raio de curvatura R desta curva no ponto M.
O ponto C chama-se centro de curvatura desta curva no ponto M,

F ig . 146

e o círculo de raio e de centro no ponto C (passando pelo ponto M)


círculo de curvatura desta curva no ponto M,
Resulta da definição de circulo de curvatura que num dado
ponto, a curvatura da curva é igual à do círculo de curvatura.
Estabeleçamos as fórmulas que definem as coordenadas do
círculo de curvatura.
Seja
y = /(^) (3)

a equação da curva.
Fixemos sobre a curva um ponto M (x, y) e determinemos as
coordenadas a e /? do centro de curvatura correspondente a este ponto
(fig. 146). Para isso, formemos a equação da normal à curva no
ponto M:
Y - y = - ^ ( X - x ) (4)
y
(X Q Y designam as coordenadas correntes dum ponto da normal).
CURVATURA DUMA CURVA 233

O ponto C (a, p) estando sobre a normal, as suas coordenadas


devem verificar a equação (4):
1
P - y = ----- r ( a - a : ) . (5)
y
A distância do ponto C ( a . j8) no ponto M(x, y), é igual ao
raio de curvatura R:
(a — a:)®+ (P — jí)* = R \ (6)
Resolvendo as equações (5) e (6), determinamos a e p:

( a - x f + ^ ( a - x f = R\

(a — a:)* = R^\

donde
a= x± R, P= í/T R.
V í + y Vl

M _|_ i,'2\3/2
Mas como R = ^—, " , ' ,então.

a = x ± y '( i + y'^ i + y*
P = y=F
\y " \ \y
Para saber que sinal devemos tomar nestas últimas fórmulas,
teremos de considerar dois casos: y ' > 0 e / ' < 0. Se y ' > 0 a
curva é côncava neste ponto e, por conseguinte, p > y (fig. 146),
logo deveremos tomar os sinais de baixo. Como neste caso 1/ ' | = / '•
as fórmulas das coordenadas do centro de curvatura exprimir-se-ão
pelas fórmulas:
a= x—
y
(7)
i + y \
P=í/ +
y"

Pode-se demonstrar duma maneira análoga, que as fórmulas (7)


são válidas igualmente no caso em que / ' < 0.
Se a curva é dada pelas equações paramétricas
x = (p(0 , y=
234 CALCULO DIFERENCIAL E INTECfRAL

pode-se, fàcilmente, determinar as coordenadas do centro de curva­


tura, a partir das fórmulas (7), substituindo nestas últimas / e
pelas suas expressões correspondentes em função do parâmetro:
xtVt — xt yt
.• - 4 ; y =
Xt Xf
Então.

xy — X y
(T)
x(x^-^y^)-
P= y+
xy — X y
E xem plo— 1. Determinar as coordenadas do centro de curvatura da
parábo*la
= 2pa:

à) num ponto arbitrário M (jc, y);


b) no ponto (0, 0);
c) no ponto Aí,
( í - ) -
Resolução — Substituindo os valores correspondentes de e nas
fórmulas (7), temos, (fig. 147):

VP
b) para jc = 0, tem-se: a = p, = 0;
c) para x = -^ , tem-se: a = ^ , p = — p.

Se no ponto Mi(x, y) a curvatura da curva não é igual a zero.


corresponde a este ponto um centro *de curvatura bem determinado
Cl (a, p). O conjunto de todos os centros de curvatura duma curva
constitui uma nova curva chamada evoluía da curva considerada.
Assim, chama-se evoluta de uma curva ao lugar geométrico dos
centros de curvatura desta curva. A curva em questão é, então, cha­
mada evolvente,
Se a curva é dada pela equação y = f (jc), pode-se, então, con­
siderar as equações (7) como sendo as equações paramétricas da
evoluta, com jc por parâmetro. Eliminando o parâmetro jc destas
equações (se isso for possível), deduz-se aexpressão da dependência
directa entre as coordenadas correntes a e daevoluta. Se a curva
é dada pelas equações paramétricas jc = 9 (/), y = ^ (0* as equações (70
serão, então, as equações paramétricas da evoluta (visto que as quan­
tidades jc, y, jc', / , jc", y" são funções de 0 *
CURVATURA DUMA CURVA 235

Exemplo — 2. Achar a equação da evoluta da parábola


= 2px,
Resolução — Servindo-nos dos resultados do exemplo (1), podemos escrever
em qualquer ponto arbitrário {x, y) da parábola:
oc — 3x -j- p,
(2 ^ 2
p=
Vp *
Eliminando o parâmetro x entre estas duas relações, encontramos:

Ê a equação duma parábola semi-cúbica (fig. 148).

Exemplo — 3. Determinar a equação da evoluta da elipse definida pelas


equações paramétricas
X = a co^ t , y = b sen i .

Resolução — Calculemos as derivadas de jc e y em relação a /:


x' = — a sen y' = h cos t ;
x'^ = —a COS y" = — b sen t.
Substituindo a expressão destas derivadas na fórmula (7'), temos:
b COS t (g^ sen* t - \ - b ^ cos^ t)
a=a COS t-
ab sen* t - \ - a b cos^ t
62 / 62 \
-a COS t—a COS t sen* t -------- co s^ / = ( a --------- | cos^ t
a \ a )
Assim,
a = ^ a ------- c o s 3 1,

Determinamos, duma maneira análoga:

P= ^6— ^ j sen*/.
236 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Eliminando o parâmetro /, deduzimos a equação da evoluta da elipse


sob a forma

a e j9 São aqui as coordenadas correntes da evoluta (fig. 149).

Exemplo — 4. Achar as equações paramétricas da evoluta da ciclóide

X = a {t — sen f),
y — a (í — COS t).
Resolução.
x' = a (í — COS t), y = a sen t ;
x" = a sen í, y" = a COS t.

Substituindo as expressões achadas na fórmula (1% temos:


a = a (í + sen 0» P = — a (1 — cos t).
Procedendo a uma mudança de variáveis, fazendo
a = ê — P= ^ —2a, t= T — ji;
CURVATURA DUMA CURVA 237

as equações da evoluta escrevem-se, entáo, sob a forma


Ç= a (t — sen t ), t] = fl (1 — COS t ).

Em relação às coordenadas £ e i| estas equações definem igualmente


uma ciclóide gerada por uma circunferência de raio a.
Assim, a evoluía da ciclóide é a própria ciclóide mas que sofreu uma
transformação — era no sentido do eixo Ojc e — la no sentido do eixo Oy
(fig. 150).

§ 7. Propriedades da evoluta
Teorema— 1. A normal a uma dada curva é a tangente da
sua evoluta.
Demonstração — O coeficiente angular da tangente à evoluta
definida pelas equações paramétricas (7') do precedente parágrafo 6

dp dx
da da
dx

Atendendo a que [em virtude dessas mesmas equações (7')]

—y . ( 1)
dx y

^ y " V — y '" — y'^y'"


( 2)
dx y
deduzimos a relação

da y

Mas / é 0 coeficiente angular da tangente à curva no ponto


correspondente. Por conseguinte, resulta desta última relação que a
tangente à curva é perpendicular à tangente à evoluta desta curva no
ponto correspondente; por outras palavras, a normal à curva é a
tangente à evoluta desta curva.
Teorema — 2. Se o raio de curvatura varia duma maneira
monótona (isto é, permanecendo crescente ou decrescente), numa certa
parte M1M2 da curva, o crescimento do comprimento do arco da
evoluta nessa parte da curva é igual (em valor absoluto) ao cresci­
mento correspondente do raio de curvatura desta curva.
238 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

Demonstração — Em virtude da fórmula (20 do § 1 Capitulo VI,


temos;

em que ds é o diferencial do comprimento do arco da evoluta; resulta


por conseguinte,

\d x / \d x / \d x /

Substituindo nesta última relação as expressões (1) e (2), temos

Calculemos agora • Como

R = (1 + então. B,’‘ = (1 + p T
’y " y
Derivemos, em relação a x, os dois membros desta igualdade;
achamos, depois de termos efectuado as transformações adequadas

2 ^ _ 2 ( 1 + y Y ( W ' '- - y'" - y ' Y " )


dx {y "f
Dividamos os dois membros desta igualdade por 2R
y
temos:
d i ? _ (1 + y'^í'^ i^y'y"^ - y " ' - y 'S " )
dx '

Elevando ao quadrado, temos:

(4)

Das equações (3) e (4), obtemos:

dx / \d x /
donde
dR _ ^
dx dx
CURVATURA DUMA CURVA 239

Por hipótese não muda o seu sinal (R é, ou crescente, ou


dx
ds
decrescente), por conseguinte, — conserva igualmente o seu sinal.
dx
Tomemos para fixar ideias << Ü, ^ 0 (o que corresponde à
dx dx

fig. 151). Por conseguinte. .


dx dx
Sejam e JCg, as abcissas dos pontos Mi e M 2 . Apliquemos o
teorema de Cauchy às funções s (jc)
e R (x) sobre o segmento [jCi, JC2]:

Demonstrar-se-ia duma maneira idêntica, esta igualdade para o


caso em que o raio de curvatura fosse crescente.
Demonstrámos os teoremas 1 e 2 no caso em que a curva
é definida por uma equação explícita y = f (x).
Estes teoremas são igualmenie válidos no caso em que a curva
é definida por equações paramétricas. A demonstração é idêntica.

Indiquemos um processo mecânico elementar que per­


mite construir a curva (evolvente) a partir da sua evoluta.
Demos a uma régua flexível a forma da evoluta C0C5 (fig. 152).
Suponhamos que uma das extremidades dum fio inextensivel é fixado
240 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

no ponto Co e toma a forma da régua. Se desenrolarmos o fio


conservando-o esticado, a outra extremidade descreverá a curva M^Mo
que é a evolvente. É , de resto, esta pro'priedade quem deu à curva
o nome de evolvente. Pode-se demonstrar, apoiando-se nas proprie­
dades da evoluta, estabelecidas mais acima, que a curva assim traçada
é precisamente a evolvente.
Notemos igualmente que a cada evoluta dada, corresponde uma
infinidade de evolventes (fig. 152).

Exemplo — Seja um círculo de raio a (fig. 153). Escolhamos entre as


evolventes deste círculo a que passa pelo ponto M q {a, 0).
Encontra-se facilmente a equação da evolvente do círculo, notando que
C M = C M q = a t:
O P = X = a (cos t + t stn t),
P M =s y ^ a (sen t — t cos t).

Notemos que, na maioria dos casos, os cortes verticais dos dentes duma
engrenagem têm a forma da evolvente do círculo.

§ 8. Cálculo aproximado das raízes reais duma equa;ção


Os métodos de estudo da variação das funções permitem o
cálculo dos valores aproximados das raízes da equação
/ (x) = 0.
Se é uma equação algébrica (*) do primeiro, segundo, terceiro
ou quarto grau, existem, então, fórmulas que dão as raízes desta

(*) Diz-se que / (jc) = 0 é uma equação algébrica se f { x) é um poli­


nómio (ver § 6, Cap. VII).
CURVATURA DUMA CURVA 241

equação em função dos seus coeficientes depois de um número finito


de operações de adição, subtracção, multiplicação, divisão e de extrac-
ção de raiz. Tais fóimulas não existem no caso geral, se o grau
dessas equações for superior a quatro. Se os coeficientes de uma
equação qualquer, algébrica ou não (transcendente), não forem letras,
mas números, é, então, possível calcular o valor aproximado das
raizes desta equação com o grau de precisão desejado. Notemos, igual­
mente, que o emprego dos métodos práticos do cálculo de valores
aproximados das raízes duma equação dada, impõe-se frequentemente.

mesmo no caso em que o valor exacto das raízes da equação algébrica


possa ser expresso por radicais. Exporemos, a seguir, certos métodos
de cálculo do valor aproximado das raizes duma equação.

1. Métdodo das cordas {*), Seja


/(^) = 0 ( 1)
uma equação, em que f (x) é uma função contínua sobre o segmento
[a, b], cuja derivada de ordem dois existe. De acordo com o estudo
da função / (x), suponhamos que no intervalo (a, b) existe .um
segmento [Xi, X2], no interior do qual a função é monótona (cres­
cente ou decrescente) e que toma valores de sinais contrários
nas extremidades desse segmento. Tomemos, para fixar ideias,
/ ( ^ i ) < 0 e /(X 2 )> 0 (fig. 154). A função y = /(x) sendo contínua

(*) Este método chama-se igualmente método de Legrange ou método


das partes proporcionais.
16
242 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

sobre o segmento [o(i. atz]. o seu gráfico deve necessàriamente cortar


o eixo Ox num ponto do intervalo (xi, x^.
Tracemos a corda A B juntando os pontos da curva de abcissas
Xi e Xt. A abcissa do ponto de intersecção desta corda cem o
eixo Ox, será o valor aproximado da raiz (fig. 155). Para determinar
este valor aproximado, formemos a equação da recta A B que passa
pelos pontos dados A [xu f(xi)] e B [xa.

y— _ x — xi
/(^2) —/(^l) —

Como y = 0 para x = Ou temos:

-fjxi) — X-,

/ (•^2) f ( ^ 1 ) ^ 2 ^ 1

donde
— (^2 ^1) / (^1)
( 2)

A fim de obter uma melhor aproxi­


mação do valor da raiz, determinemos /(aO.
Se /(ai) < 0, repetimos o processo que aca­
bamos de indicar, aplicando a fórmula (2)
no sarnento [ai, Xo]. Se / (aO > 0, aplicamos
esta fórmula no segmento [jCi, ai].
Aplicando este processo várias vezes,
encontramos uma aproximação sempre me­
lhor Ü2 , üz, etc., da raiz procurada.

E xem plo— 1. Determinar os valores aproxi­


mados das raízes da equação

t {x) = + 2= 0,
Resolução — Determinamos, em primeiro lugar, os intervalos de monotonia,
da função. O cálculo da derivada f (x) = — 6 mostra que esta última é
positiva para x < , negativa para — < a: < + V í « àe novo
positiva para x > l / í (fig. 156). A função tem, pois, três intervalos dc
monotonia; no interior de cada um deles encontra-se uma raiz.
A fim de simplificar os cálculos ulteriores, estreitamos os intervalos de
monotonia (tendo em atenção que em cada intervalo se encontra a raiz cor­
respondente).
CURVATURA DUMA CURVA 243

Para isso, tendo escolhido ao acaso certos valores de jc e tendo-os


substituído na expressão de /( x ), delimitam-se os intervalos de monotonia menores
nas extremidades dos quais a função toma os valores de sinais contrários:

Xi = 0, / (0) = 2,
X2 1, / (1) = - 3,
X3 = — 3, / ( - 3) = - 7,
Xi = - 2, / ( - 2) = 6,
X5 = 2, / (2) = - 2,
X6 = 3, / (3) = 11.
As raízes encontram-se, pois, no interior dos intervalos
(0; 1), ( - 3 ; - 2 ) , (2; 3).
Calculemos o valor aproximado da raiz compreendida no intervalo (0; 1).
Em virtude da fórmula (2), temos:

aj = 0- -Í1:z 5 ) 2 _ 1 _ o 4
- 3 - 2 5 •
Mas
/ (0,4) 0 ,4 3 - 6 .0,4 + 2 = - 0 , 3 3 5 ^ / (q) 2,

por tonseguinte, a raiz está compreendida entre 0 e 0,4. Apliquemos de novo


a fórmula (2) no intervalo (0; 0,4); encontranTos o valor aproximado seguinte:
(0,4— 0).2 _ 0,8
02= 0- — 0,336 — 2 2,336"
^0,342, etc.

Proceder-se-á do mesmo modo para achar os valores aproximados das


raízes compreendidas nos outros intervalos.

2. Método das tangentes (método de Newton). Suponhamos, de


novo, que / (;ci) < 0, / {X2 ) > 0 e que, além disso, a derivada primeira
conserva o seu sinal sobre o segmento [jci, X2\. Então, o intervalo (aci,
JC2), contém apenas uma única raiz da equação / ( ) = 0, Suponhamos, jc

além disso, que a derivada segunda conserva, igualmente, o seu sinal


sobre o segmento [jCi, .^2]; podemos chegar aí, reduzindo o compri­
mento do intervalo, que contém a raiz.
Do facto da derivada segunda não mudar o seu sinal sobre o
segmento [jCi, JC2], deduz-se que a curva é, ou convexa, ou côncava
sobre este segmento.
Tracemos a tangente à curva no ponto B (fig. 157). A abcissa «i
do ponto de encontro desta tangente com o eixo O , será o valor jc

aproximado da raiz procurada. Formemos a equação da tangente no


ponto B para achar esta abcissa:

Notando que y = 0 para x = «i. temos:


-- Xn (3)
fi^2 ) ■
244 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Traçando em seguida a tangente à curva no ponto Bi, dedu­


zimos, uma melhor aproximação Uz da raiz. Repetindo-se este
processo um número de vezes suficientemente grande, pode-se calcular
o valor aproximado da raiz com o grau de precisão desejado.
Chamemos a atenção para o seguinte ponto. Se tivesemos tra­
çado a tangente à curva não no ponto B mas no ponto A, o ponto
de encontro desta tangente com o eixo Ox, poder-se-ia ter encontrado
fora do intervalo (jci, Xo).
Vê-se imediatamente, das figuras 157 e 158, que se deve traçar
a tangente à curva na extremidade do arco onde os sinais da função
e da sua derivada segunda coincidem. Por hipótese, a derivada segunda

conserva o seu sinal e, por conseguinte, os sinais da função e da


derivada segunda coincidirão, necessàriamente, numa das extremidades.
Esta regra é igualmente válida para o caso f' (x) < 0 . Se se traça a
tangente no ponto da curva cuja abcissa é a extremidade esquerda
do intervalo, é preciso substituir na fórmula (3) Xz por Xii
(3')

Se no interior do intervalo (xi, Xz) se encontra um ponto de


inflexão C, o método das tangentes pode dar um valor aproximado
da raiz situada fora do intervalo (xu Xz) (fig. 159).
Exemplo — 2. Apliquemos a fórmula (3) no cálculo da raiz da equação
/ (x) = X* — 6x + 2 = 0,
situada no intervalo (0; 1). Temos:
/ (0) = 2, r (0) = (3x2 _ 6) 1^^^ = 6,
eis porque encontramos em virtude da fórmula (3):

a i = 0 - - ^ = y = 0 ,3 3 3 .
3. Método combinado (fig. 16cl). Aplicando simultâneamente ao
segmento [xu Xz] o método das cordas e o método das tangentes.
CURVATURA DUMA CURVA 245

obtém-se dois pontos ai e ãu dispostos de um e de outro lado da


raiz a procurada, (visto que, / ( a j e /(âi), têm sinais diferentes).
Aplica-se em seguida ao segmento [ai, ãi] o método das cordas e o
método das tangentes. Encontramos dois números Uz e ãz, que estão
ainda mais próximos do valor da raiz.

Aplica-se, sucessivamente, este método até que a diferença dos


valores aproximados assim obtidos, seja inferior à margem de precisão
desejada.
Notemos que aplicando o método combinado aproximamo-nos do
valor procurado da raiz dos dois lados ao mesmo tempo (isto é,
que determinamos simultâneamente os valores aproximados por excesso
e por defeito da raiz).
Assim, verifica-se para o exemplo considerado que
/ (0,333) > 0, / (0,342) < 0.
Por conseguinte, o valor da raiz está compreendido entre os valores
aproximados calculados:
0,333 < a: < 0,342.

Exercícios

Determinar a curvatura das curvas nos pontos indicados:

1. 62x2 + a 2y 2 = a 252 nos pontos (0, b) c (a, 0). R e s p . ^ n o ponto (0, 6 );

-p - no ponto (a, 0).


24
2. x y = í 2 no ponto (3 ; 4). Resp. — .
12Õ
246 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

3. y = x^ 00 pooto ( í | , i/j). Resp.


6xi
(1 + 9x1)”'» ■
4. 16y2“ 4a:4 — .T« no ponto (2, 0).R csp. y .
2 2 2
5. -{-y^ = a^ mo ponto arbitrário. Resp.-
3 (axy)^^^
Determinar o raio de curvatura das curvas nos pontos indicados; construir
cada curva e o círculo de curvatura correspondente:

6. y^ = x^ no ponto (4; 8). Resp. •

7. x^ = Aay no ponto (0; 0). Rcsp. R = 2a,


(&«Xi + oVi)”/»
8. — a!^y^ = a^b^ no ponto (xi, yi), Resp. B =
a*M
9. y = L o g x no ponto (1 ; 0). Resp. i? = 2 ~[/2.
10. jí = sen x no ponto . Resp. i í = l .
X '— a cos^ t ^
11. y = a sèn^t J R = Sa s e n t ic o s íj .
Determinar o raio de curvatura das seguintes curvas:
x = 2t^
12. para í = l . Resp. fí = 6.
y — 3t

13. A circunferência p = asenO . Resp. R = — .


2
(p2 + aa)»/*
14. A espiral de Arquímedes p = a0. Resp R=
p2 + 2a2 ■

15. A cardioide p — a (1 — cos 0). Resp. 7? = — "l/2ap.


à
a2
16. A lemniscata p2 = fl2 COS 20. Resp. R = -— .
3p
0 0
17. A parábola) p = a sec2 - - . Resp. i? = 2a sec^ ~ .
^ Z
18. Ç) — a sen® y . Resp. R = ^ a sen® y .

Determinar os pontos das curvas onde o raio de curvatura é menor:.

19. i/= = L ogx. Resp. ( 3 ^ , _ - Í L o g 2 ) •

20. y e*. Resp. ( Log 2 , 3 ^ ) •

21. V x + Y y ^ y ã . Resp. ( | .^ ) •

22. y ~ a Log ^1 — Resp. N o ponto (0, 0 ) / ? = ^ ■


CURVATURA DUMA CURVA 247

Determ inar as coordenadas do centro da curvatura (a, fi) e a equaçõo


da evoluta de cada uma das curvas seguintes
(a2 + ^2)«^. a _ +
23- -p — p- = l- ResP- a= a4 ’ P 64
1 2 2 1
24. = R esp . a = x -\-3 x ^ y ^ ; P = y + 3 x ^ y ^.

2 5 . i/3 =_ R esp . a =
a4i/ —9^6
oa^y P= 2a4
r x=3/, P= 3 .2 ^ ^ .
26.
\ í/ = /2_6. Resp. a = — ;

í x: = k Log ctg
ct — k cos í,
27. R esp . + e ) (tractriz).
t ^ — /í sen t.
2g ( x = a ( c o s t + t sen t), „ a = a COS í ;
Resp. o
l í / = a ( s e n í — t c o sí). p = a s e n í.
J X — a c o s 3 í, a = a c o s ^ í + 3a c o s í sen^ í ;
29.
\ y = a scn^t. P = a sen^ í + 3a c o s * í sen í.
3 0 . Calcular as raízes da equação jc» — 4 jc + 2 = 0, aproximadamente a 0,00K
Resp. Xi = 1,675, X2 = 0,539, xs = — 2,214.
31. Calcular o valor aproximado da raiz da equação / (x) = x* — x — OJt = 0,
compreendida no intervalo (1; 1,1). Resp. 1,045.
3 2 . Calcular as raízes da equação x^ + 2x^ — 6x + 2 <= 0, aproximadamente
a 0,01. Resp. 0,38 < xj < 0 ,3 9 ; 1,24 < xa < 1,25.
33. Determinar o valor aproximado das raízes da equação x^ — 5 0l

Resp. X f : 1,71, x2.3 = 1 , 7 1 - 1 ^ Í 3 ^ .


34. Achar o valor aproximado da raiz da equação x — tg x = 0, compreendido
entre 0 e 2 ? . Resp. 4,4935.

35, Achar a raiz aproximada da equação sen x = 1 — x, aproximadamente


a 0,001. Indicação. Pôr a equação sob a forma /( x ) = 0. Resp. 0,5110 <
< x < 0 ,5 1 1 1 .

Problemas diversos

3 6 . Mostrar que em cada ponto da lemniscata p^ = a^cos2fp a curvatura é


proporcional ao raio vector nesse ponto.
3 7 . Determinar o maior valor do raio de curvatura da curva p = a sen*J|L.
o
Resp. R = 3a/4.
3 8 . Achar as coordenadas po centro de curvatura da curva y = x Log x no ponto
em que y' = 0. Resp. (e“^, 0).
3 9. Demonstrar que para os pontos da espiral de Arquímedes p = 09 o valor
da diferença entre o raio vector e o raio de curvatura^ tende para zero
quando 9 00.
248 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

40. Achar a parábola y = ax^ + bx + €, tendo com a sinusóidey = sen x


uma tangente comum e a mesma curvatura no ponto ('tt/2, 1). Fazer
nx Ji2
um desenho. Resp. y = -----^ — f-1 -----— .

A função y = / (x) é assim determinada:


f (jc) = sobre o intervalo — oo < x < 1,
/( x ) = íix2 + bx + c sobre o intervalo 1 < x < + co.
41. Quais devem ser os valores de a, b, c para que a curva y = f ( x) tenha
sempre uma curvatura contínua? Fazer um desenho. Resp. a = 3, b = — 3,
c = 1.
42. Mostrar que o raio de curvatura duma ciclóide é em cada ponto o dobro
do comprimento da normal nesse ponto.
43. Escrever a equação do circulo de curvatura da paVábola y = x^ no
ponto (1. 1). Resp. ( x + 4 ) a + ( y

44. Escrever a equação do círculo de curvatura da curva y = tg jc no ponto


a\ b - c- ( n — 40»2 / 9\2 125

45. Achar o comprimento da evoduta da elipse, cujos semi-eixos são iguais


9L a e b. Resp. 4 {a^ — b^)lab.
4 6 . Achar o valor aproximado das raízes da equação xe^ = 2, aproximadamente
a 0,01. Resp. A equação tem uma raiz real única x 0,84.
47. Achar o valor aproximado das raízes da equação x Log x = 0,8, aproxi­
madamente a 0,01. A equação tem uma raiz real única x ;::í 1,64.
48. Achar o valor aproximado das raízes da equação x 2 a r c t g x = l , aproxi­
madamente a 0,01. Resp. A equação tem uma raiz real única x ;::r 1,096.
C a p ítu lo V n

NÜMEROS CX)MPLEXOS. POLINÓMIOS

§ 1. Números complexos. Definições


Chama-se número complexo a toda a expressão da forma
(I -j- biy (1)
em que a c b são números reais e i a unidade imaginária deftnida
pela relação ___
i = V — 1 ou = —1; (2)

a chama-se parte real e bi a parte imaginária do número complexo.


Diz-se que dois números complexos a bi e a — bi são conjugados,
se eles apenas diferem pelo sinal da sua parte imaginária.
Se a = 0, o número 0 + bi = bi diz-se imaginário puro: se
6 = 0, encontra-se um número real: a + Oi = a.
Adopta-se duas convenções fundamentais:
1) dois números complexos ai + b j c az + bzi, são iguais se
= ^2» = ^2 >
2) um número complexo é igual a zero:
a>“j- bi = 0
se, e sòmente se, a = 0, b = 0.
1. Representação geométrica dos números complexos — Todo o
número complexo a + bi pode ser representado sobre o plano Oxy
por um ponto A (a, b) de coordenadas a c b (fig. 161), e, reclproca-
mente, todo o ponto M(a, b) do plano Oxy pode ser considerado
como a imagem geométrica do número complexo a + bi (*).
Mas se a todo o ponto A (a, b) corresponde um número com­
plexo a + bi, então, em particular, a todo o ponto do eixo Ox cor­
responde um número real (b = 0). Todo o ponto do eixo Oy representa
um número imaginário puro, visto que neste caso a = 0.

(*) a -H bi, é, entSo, chamado o afixo do ponto M (a, b).


250 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Eis porque, a respeito de uma tal representação dos números


complexos sobre o plano, se chama ao eixo Oy eixo imaginário e ao
eixo Ox eixo real.
Juntando o ponto A (a, b) à origem das coordenadas, obtém-se
o vector OA,
Por razões de comodidade, compara-se muitas vezes o número
complexo a + bi ao vector OA correspondente.
2. Forma trigonométrica dos números complexos — Designemos
por <p e r (r 0) SiS coordenadas polares do ponto A (a, b), tomando
a origem das coordenadas para pólo e o sentido positivo do eixo Ox
para eixo polar. Então, (fig. 161) tem-se as
relações seguintes:
y<l a = r cos (p, b = r sen q)
e, por conseguinte, todo o número complexo
pode ser posto sob a forma
0
a + 6j = r (cos q) + i sen q>). (3)
Fig. 16i A expressão que figura no monhro
direito desta relação é a forma trigonométrica
do número complexo a + bi. As quantidades r e ip exprimem-se em
função de a e 6 pelas fórmulas
r = Va^ + 9 = Arc tg — .
a
r diz-se módulo e ^ argumento do número complexo a + bi,
O argumento do número complexo, o ângulo ip, é positivo se é
contado a partir do eixo dos x positivos no sentido inverso dos
ponteiros dum relógio e negativo no caso contrário. É evidente, que
o argumento <p não é definido duma maneira unívoca, mas próximo
de I ttIc, em que â: é um número inteiro qualquer.
Designa-se, por vezes, o módulo r dum número complexo a + bi
pelo símbolo \a + bi |:
r = | a + f c | .

Notemos que todo o número real A pode ser igualmente posto


sob a forma (3). a saber:
A = \A \ (cos 0 + ^ sen 0) quando A > 0,
A = \A |(cos + i sen Ji) quando A < 0 .
O módulo do número complexo 0 é igual a zero: ] 0 j = 0. Pode-se
tomar para argumento do número zero um ângulo qualquer. Com
efeito, qualquer que seja f, ter-se-á
0 = 0 -(cos <p + i sen q>).
NÚMEROS COMPLEXOS. POLINÓMIOS 251

§ 2. Principais operações sobre os números complexos

1. Adição dos números complexos — A soma de dois números


complexos «i + b j e 02 + 62/ é o número complexo definido pela
igualdade
(Oj + bii) + {Ü2 + 62O = (% + ^) + (^1 + ^2) (1)
Vê-se, da fórmula (1), que a adição dos números complexos
representados sob a forma de vectores, satisfaz as regras da adição
dos vectores.

2. Subtracção dos números complexos


—A diferença de dois números complexos
Ü2 + b>i e ai + bii é o número complexo que.
somado a + b j, dá ão + Ó2Í.
Vê-se, fàcilmente, que

(aa + 62O — (% + =
= («2 — %) + (62 — W) (2)

Notemos que o módulo da diferença de dois números complexos,


K («1 «2)^ + {bi — 62)^ é igual à distância entre os dois pontos cor­
respondentes do plano complexo (fig. 162).

3. Multiplicação dos números complexos — O produto dos núme­


ros complexos ãi + />,/ e + Ó2/ é o número complexo que se
obtém multiplicando estes números como binómios, segundo as regras
do cálculo algébrico e tendo em atenção as relações:
i* = — 1; i^ = (—í ) i = — i; i * = ( —i ) ( í ) = — í* = l ;

etc.,
e, em geral, para todo o inteiro k:

Em virtude desta r^ ra , temos:


(Oi + bii) (Ojj + 6,0 =
ou
( f l i “1“ Í > i0 ( f l , “1” ^ (® i® 2 ^ 1 ^ 2 ) “1“ (^ i® 2 “1“ ^ 1^ 2) (3)
252 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Se OS números complsxos são dados sob a forma trigonométrica,


ter-se-á:
(cos q>i + i sen q>j) rj (cos (pj + i sen q),) =
= [cos <Pi cos <P2 -f- i sen (p^ cos ipj i cos <Pi sen q>2
- f i®sèn <Pi sen (pj = [(cos <pi cos q>2 — sen <Pi seo <Pa) +
-f- i (sen (pi cos q>2 + cos q^i sen %)] = rir^ [cos (q>i -+-92) +
- f i sen (<pi + (P2)].
Assim, Ti (cos + i s«i (pj T2 ( c o s + i sen 92) =
= [cos (q>i -f q>2) + »“ “ (<Pi + <Ps)]. (3 ')
isto é, o produto de dois números complexos é um número complexo
cujo módulo é igual ao produto aos módulos dos factores e o argu^
mento à soma dos argumentos das factores.

N ota— 1. Em virtude da fórmula (3), os números complexos


conjugados a + bi e a — bi, verificam a relação
(c + bi) {a — bi) = a® - f ft®,

isto é, que o produto de dois números complexos conjugados é um


número real, igual à soma dos quadrados dos seus módulos.

4. Divisão de números complexos — A divisão de dois números


complexos é a operação inversa do seu produto; se

■x + yi
th ”1“
(em que }^al + bl=^ 0), então, x e y devem ser tais, que se tenha
Oi + óii = (Oa + í»aO(tc + yi)
ou
% + bii = {a ^ — b^y) + (oaí/ + b^x) i-
Por conseguinte,

Oj = O jX — b^ y, 61 = ó j* + ch y,

donde encontramos:
a^bi thp2
x = tt\th ~l~ ^i^a
<^ + b\ ' 4 + bl
NÚMEROS CJOMPLBXOS. POLINÚMiOS 253

e temos finalmente:
dl -|- bii diÜ2 “f" I — ^1^2 ,
“I :: "1 (4)
d2 -j- i>2^ ^2 "t" ^2 (4 + bl
Na prática, procede-se da seguinte maneira para efectuar a
divisão de dois números complexos; para dividir di + b j por ü2 + 62/.
multiplica-se o dividendo e o divisor pelo número complexo conjugado
do divisor (isto é, por — 62/). O divisor toma-se, então, um número
real; dividindo por este número real a parte real e a parte imaginária
do dividendo, obtém-se o quociente:
dl + bii ^ {oi + bii) (^2 — b2Í)
0^2 ^2^ (^2 “1“ ^2p) (^2 —
_ (^1^2 ^1^2) ~í~ (^^1 — ^^2) ^ _
a\ + b\

_^1^2 “f~ ^1^2 I ^^1 — ^^2 •


~ d\ + b\ a\ + b\
No caso dos números complexos, expressos sob a forma trigo­
nométrica, tem-se:
ri(cos(pi + tsencpi) ^ ^ i sen (<Pi — (p,)].
r,(c o sq )a + I seoçg) r,
Para verificar esta igualdade, basta multiplicar o divisor pdo
quociente: '
r, (cos (p, + i sen ipa) — [cos ((pi — (pa) + seo («Pi — <pa)] =

= r, -ÍÍ-[cos(<Pj + (pi — q>a) + i sen((p, + <Pi — <p,)] =

= Tx (cos <px + i sen (pj).


Assim, o módulo do quoàente de dois números complexos, é
igual ao quociente dos módulos do dividendo e do divisor; a argu­
mento do quociente é igual à diferença dos argumentos respectivos
do dividendo e do divisor.
Nota — 2. As regras que regem as operações efectuadas com
os números complexos mostram que a soma, a diferença, o produto
e o quociente dos número$ complexos são também números complexos.
254 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Se se aplica aos números reais, considerados como um caso


particular dos números complexos, as regras que regem as operações
efectuadas com os números complexos, vê-se que elas concordam com
as regras usuais de aritmética.
Nota — 3. Voltando às definições da soma, da diferença, do
produto e do quociente dos números complexos, verifica-se fàcilmente,
que se se os substituir pelos seus conjugados respectivos, os resultados
das operações indicadas devem também ser substituídos pelos seus
conjugados. Em particular, resulta o teorema seguinte.
Teorema — Se no polinómio de coeficientes reais
+ AiX^ ^ + . . . + ^ 7 1
se substitui por x o número a + bi, depois o número conjugado a — bi,
os resultados obtidos, serão, respectivamente, conjugados.

§ 3. Elevação dum número complexo a uma potência e


extracção da raiz dum número complexo
1. Elevação a uma potência — Resulta da fórmula (30 do pará­
grafo precedente, que se /i é um inteiro positivo, então,
[r (cos (p + i sen cp)]^ = (cos/up + i sén ncp). (1>
Esta fórmula é chamada fórmula de Moivre. Ela mostra que
quando se eleva um número complexo a uma potência inteira e
positiva, o módulo deste número é elevado a esta potência e o argu-
mento é multiplicado pelo expoente desta potência.
Prestemos atenção a uma aplicação da fórmula de Moivre.
Fazendo nesta fórmula r = 1, temos:
(cos (p + i s® 9)^ = cosAiq) + i sennq).
Desenvolvendo o primeiro membro, segundo a fórmula do binó­
mio de Newton. e identificando as partes reais e os coeficientes de i,
pode-se exprimir senn^ e cosn^ em função das potências de seof
e cos ip. Por exemplo, para n = 3, temos:
cos^q) + ^3cos^cp-sen q> — 3 cosq)« sen*q) — i sen^q) =
= cos 3q) + ^ 3<P*
Resulta da igualdade destes números complexos, que
cos 3q) = cos^ q) — 3 cos q) sen* q),
sen 3q) = — sen ^q> + 3 cos *q> q>.
NÚMEROS COMPLEXOS. POLINÓMIOS 255

2. Extracção da raiz — Chama-se raiz n dum número complexo,


ao número complexo que, elevado à potência n, dá o número que
figura debaixo da raiz, isto é,
n > ------------------------------------------------
V r (cos q) + i sèn (p) = p (cos + i seni|j),
se
(cos + i scri n\|)) = r (cos (p + i sen (p).
Visto que, para dois números complexos iguais, os seus módulos
são iguais e a diferença dos seus argumentos é um múltiplo de
podemos escrever:
= r, w-ij? = (p + 2kn.
Donde encontramos:
(p + 2kn
n

em que A: é um inteiro arbitrário, e a raiz aritmética (isto é,


um número real positivo) do número positivo r. Por conseguinte.

V r(cos (p + i sen (p) = V~ricos + i sen 2ã:3t\ ( 2)


\ n n /
Dando aA: osvalores 0, 1, 2, ..., n — \ encontramos nvalores
diferentes da raiz. Cada valor da raiz obtida, dando a A:um valor
maior que n — 1, não se distingue de qualquer dos valores precedentes,
a não ser por um múltiplo de lir e, por conseguinte, estes dois valores
da raiz identificam-se.
A raiz Índice n dum núinero complexo tem, pois, n valores
diferentes.
A raiz índice n do número real A, diferente de zero, tem igual­
mente n valores diferentes, visto que os números reais são um caso
particular dos números complexos e podem ser expressos, igualmente,
sob a forma trigonométrica:
se ^ > 0, então, A = \ A \ (cos 0 + i sen 0);
se ^ < 0, então, A = \ A \ (cos Ji + i sen jc).
E xem plo— 1. Seja calcular as raízes cúbicas’ da unidade.

Resolução — Escrevamos a unidade sob a forma trigonométrica:


1 = cos 0 + I sen 0.
Obtemos a fórmula (2):

y i = y cos 0 + 1 sen 0 — cos — ----- 1 sen — L_------,


d O
256 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Para A: = 0, 1, 2, temos os três valores da raiz:

Xi = co s0 + isen 0 = l ; 0:2 =
2ji
cos- ^ + i s e n ; a:3 = c o s - ^ + í sen ^
X 3 ------- 3 •
Ora.
2n 1 2k 1 — Vã
— ’
temos, por conseguinte:
V 3. V ã
Xi — 1 ; X2— 2 ^ ^ ~ 2~ ’ ~ — 2 — ^
2 *

Os pontos A, B, C da figura 163, são as imagens geométricas das raízes


obtidas.

3. Resolução das equações binómios — Chama-se equação binô­


mia, a toda a equação da forma
x^ = A .

Procuremos as raízes desta equação.


Se A 6 um número real positivo, então.
y - ( 2kn , . 2 k n \
i X = y A \ COS------ 1- I sen---- )
\ n n I
{ k = 0 , 1, 2, n-í).

F lg . 1 6 3A expressão, entre parêntesis, dá todos


os valores da raiz índice n da unidade.
Se A é um número real negativo, então,

A, / jc -f" 2/cjx jx -f- 2A:jx\


X= K I ^ 11 COS — ^---------1 sen — !--------- I .
\ n n /

A expressão entre parêntesis dá todos os valores da raiz índice


« d e — 1.
Se .4 é um número complexo, acha-se os valores de x a partir
da fórmula(2).
Exemplo — 2. Resolver a equação

x^= í.
Resolução.

x = \/^co3 2Acji + i sen2A:jx = c o s - ^ ^ + i sen


2kn
4 4
NÚMEROS CJOMPLEXOS. POLINÓMIOS 257

Para A: = 0, 1, 2, 3, temos:

X| = cos 0 + / sen 0 = 1,
2ji 2 ji
X2 ~ c o s-^ — f-isen — = i ,

X3= co s-^ + i s c n ^ ~ —1^

0:4= COS
6n—f- i sen —
6 ji
= — i.

§ 4. Função exponencial de expoente complexo


e suas propriedades
Seja z — x +iy. Se ar e y são variáveis reais, z é uma variável
complexa. A cada valor da variável z, corresponde um ponto bem
determinado (fig. 161) no plano Oxy {plano da variável complexa).
Definição — Diz-se que w é uma função da variável complexa z,
se a cada valor da variável z, tomada num certo domínio do plano
da variável complexa, corresponde um valor bem definido da variável
complexa w; esta função da variável complexa é anotada por: w = f(z)
ou w = w (z).
Consideraremos aqui uma única função de variável complexa, a
função exponencial
w=e^
ou

Os valores complexos da função w definem-se como se segue (*):


^x+iy_
= e"" (cos y + isen y ) , ( 1)
isto é.
w (z) = (cos y + i sen y). ( 2)
Exemplos.

“T
1) 2= , l + _ í , * í = e ( c o s ^ + < sen i)r= e ,

Ji
2) 2 = 0 + ^ i, e
"+T* = e0 ^ c o s y + i s e n i^ = i ,

3) 2 = l + i, ei+» = e ^ c o s 1 + i sen 1) = 0 ,5 4 -t-i*0,83,


A) z = x , número real, = (cos 0 - f í sen 0) = e* é a função exponencial
ordinária.

(*) O bom fundamento duma tal definição da função exponencial da


variável complexa, aparecerá no seguimento, ver § 21, Cap. XIII e § 18,
Cap. XVI, t II.
258 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Propriedades da função exponenaal— 1. Se e Z2 são dois


números complexos, então,
^21+22 ^ ^2, ^^2
(3)

Demonstração — Seja,
Zi = Xi + z^ = x^ + iy^ ;
então. ^^1+22_ + _ Áx^+x^+Üy^+y^)_

= [cos (i/i + í/a) + i sen {y^ + (4)


Por outra via, em virtude do teorema relativo ao produto de
dois números complexos, expressos sob a forma trigonométrica, temos:
_ ^X^-^-iyiçX2+iy2 _ ^Xi _j_ . y^ ^

X (cos í/2 + i sen y^) = [cos {y^ + y<ò + i sen {y^ + y^)], (5)

Os termos da direita nas igualdades (4) e (5) são iguais e, por


conseguinte, os termos da esquerda são-no também:
2. Demonstra-se, duma maneira análoga, a fórmula
Z2_ . ( 6)

Se m é um número inteiro, tem-se:


{e^)^ = é ^ \ (7)
Para rn > 0 esta fórmula demonstra-se fàcilmente a partir da
fórmula (3); se m < 0 esta fórmula é deduzida das fórmulas (3) e (6).
4. Demonstremos a identidade
_2+2Jli = e^
(8)
Com efeito, obtém-se das fórmulas (3) e (1):
^2+2Jii _ gZ^23Xí _ 2jt -|- i sen 2n) = e^.
Resulta da identidade (8) que a função exponecial e® é uma
função periódica de período 2ttí.
5. Consideremos, agora, a quantidade complexa
w = u{x) + iu\x),
em que m (jc) e v (x), são funções reais da variável real ;c. É o que se
chama uma função complexa da variável real x.
d) Suponhamos que os limites
lim u{x) = u (xq), lim v{x) = v{x^
^-►aco X^Xq
NOMEROS COMPLEXOS. POLINOMIOS 259

existem. Então, chama-se u (jCo) -1- iv (xo) = Wo. o limite da variável


complexa w.
b) Se as derivadas 1/ (x) e v'(x) existem, chama-se à expressão
w 'x = U {x) - f iv{x) (9)
a derivada da função complexa da variável real em relação a esta
variável real.
Consideremos em seguida a função exponencial
_ ^ (a + ift ) x

em que a t p são números reais constantes e x uma variável real.


É uma função complexa de variável real que se pode, em virtude da
fórmula (1), pôr sob a forma:

w= [cos + i sen ^x]


ou
w = e^'^cos ^ ^^n p^:.

Calculemos a derivada w'x. Em virtude da fórmula (9), temos:


w'x = {e°'^ C O S ^x)' + i sen Pj:)' =
= (a COS P:r — p sen p^:) + (a sen P^ + p cos P^:) =
= a (cos Px + i sen px)] + ip (cos Px + i sen p^:)] =
= (a + iP) (cos Px + i sen p:r)] = a + ip)
Logo, scw = então. w' (a + ip) ou
(a + iP) (10)
Assim, se k é um número complexo (em particular um número
real) e x um número real, então,
{e^y = ke^\ (9')
Obtemos a fórmula usual de derivação da função exponêncial. Por
outra via,
(e**)' = [ { e ^ y \ = k e**)' = )t*e**,

e, para n qualquer

Estas fórmulas ser-nos-ão úteis no seguimento.


260 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

§ 6. Fórmula de Eoler. Forma exponencial


dum número complexo
Se se põe na fórmula (1) do parágrafo anterior x = 0, tem-se:
e^v = COS y-f i sen y. (1 )

É a fórmula de Euler que exprime o elo de ligação entre a função


exponencial de expoente imaginário e as funções trigonométricas.
Substituindo na fórmula (1) y por — y, tem-se:
COS y — i sen y. ( 2)

Deduz-se das. igualdades (1) e (2) a expressão de sen 3^ e de cos y\


o^y + er^y
COS y =

o^y o~^y (3)


s in l/:
2i
Utiliza-se, em particular, estas últimas fórmulas para exprimir as
potências de cos e seu y>, bem como os seus produtos em função
dos senos e de cossenos dos arcos múltiplos.
E xem plos— 1. cos^

= - ^ [(cos 2y 4- i sen 2y) + 2-\- (cos 2y — i sen 2y)] =

= - ^ (2 cos 2y + 2) = y (1 + cos 2y),

2. cos2 (psin2q>= ^
2i
g-i2<pj2
= J74Í2 y c o s 4q) + -g--

Forma exponencial dos números complexos — Representemos o


número complexo z sob a forma trigonométrica:
z = r (cos q) + i sen q>),
em que r é o módulo q (p o argumento deste número complexo. Em
virtude da fórmula de Euler
cos q) + i sen q) = e^^.
Por conseguinte, todo o número complexo pode ser posto sob
a forma, dita exponencial:
z = re*q)
NÚMEROS COMPLEXOS. POLINÓMIOS 261

Exemplos — Pôr os números 1, i, — 2, — i, sob a forma exponencial.

Resolução — 1 = cos 2kn + i sen 2kn, ~ ^


ji
. ji
i = cos y + i s e n y = , 2

— 2 = 2 (cos Ji-j-í sen ji) = 2e”\


__ n .
—i = c o s y —i. se nny = ^ 2^ *

§ 6. Decomposição dum polinómio em factores


Chama-se polihómio ou função racional inteira de x a, função
/ (^) = ^ 0^^ + ^
em que n é um número inteiro; como se sabe, o número n é chamado
grau de polinómio. Os coeficientes /4o, ....... An são aqui números
reais ou complexos. A variável independente x pode. igualmente, tomar
ou valores reais ou valores complexos.
Chama-se raiz dum polinómio ao valor da variável x, para o
qual o polinómio se anula.
Teorema— 1. (Teorema de Bézout). O resto da divisão do poli­
nómio f (x) pelo monómio x - a é igual a f (a).
Demonstração — O quociente da divisão de / (x) por x — a é
um polinómio /i (x) de grau inferior duma unidade ao do polinómio
f(x); o resto é um número constante R, Podemos, então, escrever
f(x) = (x-a)f,(x) + fí. (i)
Esta igualdade é verdadeira para todos os valores de x diferentes
de a (a divisão por x — a não tem sentido para x = a).
Se agora x tende para a, o limite do primeiro membro da
igualdade (1) será igual a f (a) e o limite do segundo membro sen.
igual a R, As funções / (x) e (x — a) /i (x) + R sendo iguais para
todos os valores de x ^ a , os seus limites quando x - > a são também
iguais, isto é, / (a) = R.
Corolário — Se a é uma raiz do polinómio, isto é, se t (a) = 0,
f (x) é divisível exactamente por x — a, e pode ser, por conseguinte,
posto sob a forma de produto
/(a :) = (x -o )/i(i),

em que fx(x) é um polinómio.


262 CALCULO DIFERENCIAL J&^INTBORAL

E xem plo— 1. O polinómio / (jc) = + 1 Ijc — 6 anula-se para


= 1, isto é, /(1 ) = 0, logo, o polinómio é divisível exactamente por jc— 1:
— 6 = (x— 1) (x^— 5x-}-6).

Consideremos agora as equações a uma incógnita x.


Chama-se raiz duma equação a todo o número (real ou complexo)
que, substituído em x na equação, a transforma em identidade.

Exemplo— 2. Os números arj = ; X2 = - ^ ; :t3 = - ^ ••• sáo as raízes


da equação cos jc = sen jc.

Chama-se equaçao algébrica de grau n às equações da fònná


P (x) = 0 em que P (jc) é um polinómio de grau n. Resulta da definição
que as raízes da equação algébrica P ( jc) = 0 se identificam às do
polinómio P ( ) . jc

Põe-se, naturalmente, a questão de saber se toda a equação tem .


raízes. A resposta é negativa, se se considera as equações não algé­
bricas, porque existe equações deste género qüe não têm nem ratees
reais nem raízes complexas: por exemplo, a equação e® = 0 (♦).
Todavia, se se considera as equações algébricas, deve-se responder
pela afirmativa a esta questão. Neste caso, a resposta constitui o que
se chama o teorema fundamental da álgebra.

Teorema — 2. (Teorema fundamental da álgebra). Toda a função


racional inteira f (x) tem, pelo menos, uma raiz real ou complexa.
Demonstra-se este teorema na álgebra superior. Admitimo-lo aqui
sem demonstração.
Servindo-nos do teorema fundamental da álgebra, demonstra-se
fàcilmente a proposição seguinte.

Teorema — 3. Todo o polinómio de grau n decompõe-se em d


factores lineares da forma x — a e um factor igual ao coeficiente de x”.

Demonstração — Seja / ( jc) um polinómio de grau n:

/ [x) = A qX^ -f” ^ -f" • • • “I” n-

(*) Com efeito, se um número x^ = a + bi fosse a raiz desta equaçfto,


ter-se-ia a identidade e<^+^* = 0 (em virtude da fórmüla de Eüler), e®
(cos ò -h sen 6) = 0. Mas e® não se pode anular, qualquer qué seja o expoente
real a; do mesmo modo, cos b + i sen b não é nulo (visto que o módiilo deste
número é igual a V cos2 ^ + sen^ b = l, qualquer que seja b). Por conseguinte,
o produto eo (cos ò -h i sen ò) ^ 0, isto é, o que significa que a
equação e^ = 0 não tem raízes.
NÚMEROS COMPLEXOS. POLINÓMIOS 263

Em virtude do teorema fundamental da álgebra, este polinómio


tem, pelo menos, uma raiz; designemo-la por a^. Então, em virtude do
corolário do teorema de Bézout, podemos escrever:
/(x) = (x — ai)*/i(x),
em que fi (x) é um polinómio de grau {n — 1); fi (jc) tem igualmente
uma raiz. Designamo-la por ü2 . Então,

em que /2 (jc) é um polinómio de grau (n — 2). Do mesmo modo,


f2{x) = (x-as)-f3{x).
Procedendo, assim, o número de vezes necessário, chega-se à
relação

em que fn é um polinómio de grau zéro, isto é, uma constante. Esta


constante é igual, evidentemente, ao coeficiente de jc",, isto é, fn = Ao.
Podemos, então, escrever em virtude das igualdades obtidas
f(x) = Ao(x — ffli) (x — o ,). . . (x — a„). ( 2)

Resulta da decomposição (2) que os números au ....... cín são


as raízes do polinómio / (jc), visto que o segundo membro, e por conse­
guinte, . o primeiro membro, é igual a zero desde que se substitui
JC = fli, JC = JC = aa........JC = an.
Exemplo — 3. O polinómio f (x) = — 6x^ -f 1 I jc — 6, anula-se para

x = í, x = 2y x~3.
Por conseguinte.
— 6 x 2 l l x — 6 = ( x — 1) ( x — 2 ) ( x — 3 ).

Nenhum outro valor x = a, diferente de au a^, .... «n, pode


uma raiz do polinómio / (jc), visto que nenhum factor do segund
membro da igualdade (2) se anula para x = a. Podemos, então, enunc
a proposição seguinte.
Todo 0 polinómio de grau n não pode ter mais de n raízes
diferentes. Este resultado conduz-nos a enunciar o teorema seguinte.
Teorema — 4. Se os valores de dois polinómios (x) e (x),
de grau n, coincidem para n + 1 valores diferentes ao, ai ........ an da
variável independente x, então^ estes dois polinómios são idênticos.
Demonstração — Designemos por / (jc) a diferença destes polinómios

/(x) = (Pi(x) — (P2(x).


264 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

f ( x ) é, por hipótese, um polinómio de grau não superior a n que


que se anula nos pontos Oi....... On. Podemos, então, pô-lo sob a forma
f{x) = A o { x - - a i (a: — 02) . . . (a: — a^).
Mas, sempre segundo a hipótese, / ( jc) anula-se igualmente no
ponto ao. Então, / (ao) = 0, se bem que, nenhum dos factores lineares
se anule. Deste modo. Ao = 0, e resulta da igualdade (2) que o
polinómio / (Jc) é idênticamente nulo. Por conseguinte, (jc) — ^ 2 (x) = 0
ou (x) = ip2 (x).
Teorema — 5. Se o polinómio
P (x ) = A qX ^ + A iX ^ ^ + . . . + .4 n -lX + n

é idênticamente nulo, todos os seus coeficientes são, então, iguais a zero.


Demonstração — Decomponhamos este polinómio em factores. Em
virtude da fórmula (2):
P (x) = A qX^ + AiX^ ^ • “h A n-iX An =
= A q (x — fli) . . . (x aji). (1 )
Se este polinómio é idênticamente nulo, deve sê-lo igualmente
para um valor de jc diferente de ai....... an. Neste caso, os factores
JC — ai....... X — an, não se anulam e, por conseguinte. Ao = 0.
Demonstra-se, do mesmo modo. que, Ai = 0, A 2 = 0, etc.
Teorema — 6. Os coeficientes respectivos de dois polinómios
idênticamente iguais, são iguais.
Isto resulta do facto de a diferença destes polinómios ser um
polinómio idênticamente nulo. Por conseguinte, em virtude do teorema
anterior, todos os seus coeficientes são nulos.
Exemplo — 4. Se o polinómio ax^ -I- bx^ -¥ cx d é idênticamente igual
ao polinómio x"^ — 5x, então, a = 0, b = 1, c = — 5, d = 0.

§ 7. Raízes múltiplas do polinómio


Se certos factores lineares da decomposição dum polinómio de
grau n
/ (x) = A q(x — ãj) (x ã2) . . . (x an) (1)
são iguais, pode-se, então, agrupá-los e decompôr este polinómio em
factores da maneira seguinte

onde / (x) — A q(x — o^) ‘ (x a2) * • • • (^ thn) 1 (n

+ /C2 + . .. -\-k m= ti.


NÚMEROS COMPLEXOS. POLINÓMIOS 265

Nesle caso, diz-se que í/, é uma raiz múltipla de ordem e kx


chama-se multiplicidade da raiz. Dir-se-á, do mesmo modo, que ^ é
uma raiz múltipla de ordem k,, etc.
Exem plo— O p o lin ó m io / (x) = —5x- -f 8jc — 4, d e c o m p õ e -se em fac-
tores da m an eira seguinte:
/ (x) = (X - 2) (X - 2) (X - 1).
E sta d e c o m p o siç ã o p od e-se pôr sob a form a:
/ (x) = (X - 2)* (x - 1).
<1 , = 2, é um a raiz dupla e a. = 1, uma raiz sim ples.

Se o ipolinómio tem uma raiz múltipla a de ordem k, considerá-


-lo-emos como tendo k raízes iguais.
Resulta, então, do teorema relativo à decomposição dum poli­
nómio em factores lineares, o teorema seguinte.
Todo o polinómio de grau n tem, exactaniente, n raizes (reais ou
complexas).
Nota — Tudo o que tem sido dito a respeito das raízes do
polinómio
f{x) = AoX + A i X ^ +
é igualmente verdadeiro para as raízes da equação algébrica
A qx"" + -f . . . - f = 0.
Demonstremos, agora, o teorema seguinte.
Teorema — Se a, é uma raiz múltipla de ordem ki > 1 para o
polinómio f (x). é, então, uma raiz de ordem ki — 1 para a derivada
t' (x) deste polinómio.
Demonstração — Sendo a^ uma raiz múltipla de ordem kx em que
Â:, > 1, resulta da fórmula (T) que:
/ (x ) = (x — <p (x ),

em que ^ (x) = (x — ... (x — Um)’*”' não se anula no ponto


X = üi, isto é, (f (a j ^ 0. Derivando, temos:

/'( x ) = k i(x — <p(x) + ( x — « i)* * <p'(x) =

Ponhamos: = (^ - [*i<P (^) + (^ - «i) <P'(a:)].

Então. il) (x) = Ai(p (x) + (x - ai) <p'{x,.

/ '( x ) = (x —
266 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

em que
t]) { a ^ == Aijíp ( a ^ + («1 — « i) (p' (« i) = /ciÇ (« i) =7^ 0 ,

isto é, que, x = ai é uma raiz de ordem ki — I do polinómio f (jc).


Vê-se imediatamente, segundo a demonstração, que se ki = l, Oi não
é uma raiz para a derivada f ( ) . jc

Resulta deste teorema que üi é uma raiz de ordem — 2 para


a derivada /" ( ) , uma raiz de ordem ki — 3 para a derivada
jc (jc),
..., etc., por fim, uma raiz de ordem 1 (uma raiz simples) para a
derivada f{ki^){x)i não é uma raiz para a derivada /fci(jc), por outras
palavras,
/ (ai) = 0, r (a,) = 0, r (ai) = 0, . .., (oi) = 0.
mas

§ 8. Decomposição em factores dum polinómio


no caso das raizes complexas
As raizes a-.......ctn. da fórmula (1) do § 7, Cap. VII, podem
ser ou reais, ou complexas. Em casos semelhantes, pode-se enunciar o
teorema seguinte.
Teorema — Se a + bi é uma raiz complexa do polinómio f (x)
de coeficientes reais, este polinómio tem igualmente por raít, o número
conjugado a — bi.
Demonstração — Se substituirmos na variável x do polinómio / (jc)
o número a + hi, encontramos, depois de termos efectuado as operações
correspondentes e agrupado separadamente os coeficientes de i, e os
que não contêm /, que
/ (a + bi) = M + Ni,
em que M e N são expressões que não contêm /.
Sendo a + bi uma raiz do polinómio, temos
f(a + bi) = M + N i = 0,
donde
M = 0, N = 0.
Substituamos na variável do polinómio o número a — bi. En­
jc

contramos, então, depois de termos efectuado as operações correspon­


dentes (em virtude da nota 3 feita no fim do § 2 do presente capítulo),
o número conjugado de Af + Ni, por outras palavras,
f(a — bi) = M — Ni.
NÚMEROS COMPLEXOS. POLINÓMIOS 267

Mas como Aí = 0 e ^ = 0, verificamos que /(a — 60 = 0, o


que exprime bem que a — 6i é uma raiz do polinómio.
Por conseguinte, as raízes complexas entram na decomposição
do polinómio.
/ (^) = -^0 %) ^2) • • • (^ —
por pares conjugados.
Multiplicando entre si os factores correspondentes ao par de
raízes complexas conjugadas, obtemos um trinómio do segundo grau
de coeficientes reais:
[a : — ( a + ^ 0 ] — bi)] = [{x — a) — bi\ [{x — a ) + bi\ =

= (x — a f -\-b^ = x^ — 2ax = x^ px q,

em que p = — 2a e q = a" + são números reais.


Se o número a + 6/ é uma raiz múltipla de ordem k, o número
conjugado a — bi é também uma raiz múltipla de ordem k, de modo
que na decomposição dum polinómio em factores entram tantos factores
lineares x — (a 4- hi) como factores lineares jc — (a — hi).
Por conseguinte, todo o polinómio de coeficientes reais pode ser
decomposto em factores de coeficientes reais do primeiro e do segundo
grau de multiplicidade correspondente, isto é,

••• — flr)*'" + P i3 : + Qif ' . .. (x* + P s X +


onde
+ ^2 H~ • • • H“ + 2/1 + • • • + 2Z3 = n.

§ 9. Interpolação. Fórmula de interpolação de Lagrange


Suponhamos que ao estudar um certo fenómeno, se tinha demons­
trado a existência de uma dependência funcional entre grandezas x
e 3^ exprimindo o asi>ecto quantitativo deste fenómeno; a função
y = (p(x) não é conhecida, mas estabeleceu-se, ao proceder a uma série
de experiências que a função y = (p (x) toma, respectivamente, os
valcwes >^o, y u J2, . .. yn quando se dá à variável independente os
valores Xq, jci, X2, ..., Xn pertencentes ao segmento [a, 6].
O problema que se põe é de achar uma função o mais simples
possível (um polinómio, por exemplo), que seja a expressão exacta
ou aproximada da função desconhecida y = (p(x) sobre o segmento [a, 6].
Duma maneira mais generalizada. 0 problema pode ser posto como
268 CALiCULO DIFERENCIAL. E INTEGRAL

se segue: o valor da função )' = v*(-^) é dado em n + 1 pontos dife­


rentes Xo, Xi........ Xn do segmento [a, 6]:
yo = <PW. »i = <p(a;i),..., yn = <p(a:„);
pede-se para achar um polinómio P (x) de grau < n que exprima,
duma maneira aproximada, a função <e(x).
É muito natural escolher o polinómio de maneira que tome
nos pontos Xo, Xi, ..., xn, os valores yo, yi, y 2 i ..., y»» da função <f{x)
(fig. 164). Neste caso, o problona
que pusemos e que se chama «pro­
blema de interpolação da função»
pode ser formulado da maneira se­

dada y>(x) um polinómio P (x) de


gau < n que tome nos pontos Xo,
X i, ..., Xn os valores

j/o = <p (xo), = (p ( x i ) , . . . ,

í/ n = f (a^n)-

Para este fim, escolhamos um polinómio de grau n da forma


P{x) = Co{x — Xi) •(x — X,). .. (x — x„) - f
+ Cl (x — Xo) (x — X j ) . . . (x — x„) - f
-|“ C , (x X q) (x Xi) (x X3) . . . (x X,j) -|- . . .

. .. -f C„ (x — Xo) (x — Xi) . . . (x — X„_i) (1)

e determinemos os coeficientes Co, Cu , Çii de maneira que sejam


verificadas as condições
p (a^o) = yo> P (a^i) = í/i, • • •, P (Xn) = yn- ( 2)

Façamos na fórmula (1), x = x„; então, em virtude das igual­


dades (2), tm os:
y<) — Cq(Xo Xi) (Xo X,) . . . (Xo — X„),
donde
Co = - yo
(Xo — X i) (Xo — Xjs) . . . (Xo — x„)

Façamos em seguida x — xú temos:


y i = Cl (X i — Xo) (X j — X ,) . . , (X j — x„).
NOMEROS COMPLEXOS. POLINÓMIOS 269

donde
í/l
(Xi — Xo) (a^i — 3:2) . . . (Xi — x„)

Procedendo desta maneira, obtemos sucessivamente


f, ____________ Vi________________ ^
* (X j — Xo) (X j — Xi) (Xj — X3) . . . ( x , — x „ )

í tn
(x „ Xo) ( x „ X j) ( x „ X j) . . . ( x „ X ^ —2)

Substituindo os valores assim encontrados dos coeficientes na


fórmula (1), temos:
j >(x ) = ( ^ - ^ i ) ( ^ - ^ 2) - ( a^ - ^ ^ ^^_,.
(^0 — ^1) (^0 ^2) • • • (^0 ^n)
^ {x — Xo){x — X ^ . , . { x — Xn) I _
(^1 — ^0) (^1 — ^2) • • • (^1 ^n)

_|_ ^0) ^1) ♦ ■»(3? ^ n -l) y


(3)
{^ n ^0) (^n ^ 1) •••(^71 ^ n —1)

Esta fórmula é chamada jàrmula de interpolação de Lagrange,


Indiquemos, sem dar a demonstração, que se <p(x) tem uma
derivada de ordem ( a? + 1) sobre o segmento [a, 6], o erro cometido
substituindo a função ^ ( jc) pelo polinómio P (x), isto é, a quantidade
R(x) = (f (jc) — P (jc) verifica a desigualdade

I R (x) I < I — ^o) — ^l) • • • (^ ^n) I X


1
X m ax|(p‘'‘+^(x)|.
(n + í)\
Nota — Resulta do teorema 4, § 6, Capítulo VII, que o poli­
nómio obtido P (x) é o único, polinómio que satisfaz às condições
do problema posto.
Exemplo — Os resultados duma experiência forneceram-nos os valores <ia
função y = <p {x): >’o = = ” 5, y , = 4, correspondentes aos valores 1,
2, — 4, da variável independente x.
Exprimir a função y = <p {x), duma maneira aproximada, por um poli­
nómio do segundo grau.
270 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Resolução — Em virtude da fórmula (3), temos (para n = 2):

^ (14-4) ^ ‘ (2 — 1) (2-f4) ^ ^^ ( - 4 - 1 ) ( - 4 - 2 )

3 9 1 2 3 , 2 5 2
P (X)—
3 0 3 0 ‘

Notemos que existe igualmente outras fórmulas de interpolação.


Uma, entre elas, a fórmula de Newton, é considerada no Anexo II.

§ 10. Melhor aproxim ação dum a função pelos polinómios.


Teoria de Tchébychev

O problema considerado no parágrafo precedente conduz-nos,


muito naturalmente, a pôr a nós próprios a questão seguinte: seja uma
função contínua <p{x) definida sobre o segmento [a, b\. Pode-se apro­
ximar esta função com o auxílio dlirn polinómio P {x) com um grau
de precisão arbitràriameníe dado antecipadamente'? Por outras palavras,
pode-se obter um polinómio P (x) tal que a diferença, em valor
absoluto, entre (p{x) e P (or) seja inferior em cada ponto do segmento
[a, b\ a um número arbitrário dado e > 0?
O teorema seguinte, que enunciamos sem dar a demonstração,
responde afirmativamente (*) a esta questão.

Teorema de Weierstrass — Se a função (x) é contínua sobre- o


segmento [a, b], então, para todo e > 0 existe um polinómio P (x)
tal que em cada ponto deste segmento a desigualdade
\(f{x) — P { x ) \ < . z
é satisfeita.
O célebre matemático soviético S. Bemstein indicou um método
racional para construir polinómios sensivelmente iguais à função con­
tínua dada sobre o segmento considerado.
Suponhamos que a função <p(jc) seja contínua sobre o segmento
[0, 1]. Formemos a expressão
n

Bn (X) = 2
m = 0
(■ 7 )

(*) Notemos que o polinómio de interpolação de Lagrange [ver (3), § 9],


não permite responder à questão posta. N os pontos Xq, jCj, ..., os valorei,
deste polinómio são efectivamente iguais aos valores correspondentes da funçfto,
mas em qualquer outro ponto do segmento [^i, b]^ estes valores podem diferir
notàvelmente.
NÚMEROS COMPLEXOS. POLINÓMIOS 271

Nesta expressão Cn são os coeficientes do binómio de Newton


e (p valor da função dada no ponto x = ^ . A expressão Bn(x)
é um polinómio de grau n; chama-se polinómio de Bernstein,
Para toio o número arbitràriamente pequeno e > 0, pode-se
sempre obter um polinómio de Bernstein de grau tal, que seja veri­
ficada a desigualdade
\Bn
em todos os pontos do segmento [0, 1].
Notemos que a escolha do segmento [0, 1] não restringe a
generalidade, porque se pode sempre reduzir um segmento qualquer
[a, b\ ao segmento [0, 1] com o auxílio da modificação da variável
X = a -V t {h — a). Esta transformação conserva o grau do polinómio.
É ao célebre matemático russo P. Tchébychev (1821 — 1894),
um dos representantes mais eminentes do pensamento matemático, que
pertence o mérito de ter elaborado a teoria da melhor aproximação
das funções com o auxílio de polinómios. Pertencem-lhe, neste domínio
das matemáticas, resultados fundamentais que abriram o caminho aos
trabalhos ulteriores dos seus numerosos continuadores.
O ponto de partida desta teoria de Tchébychev foi a sua memória
sobre a teoria dos mecanismos articulados. Ê juslamente o estudo destes
mecanismos que o conduziu a procurar no meio de todos os polinómios
dum dado grau /?, cujo coeficiente de é igual a um, aquele que
difere a menos de zero, sobre o segmento dado. Este grande
matemático conseguiu resolver este problema, e os polinómios obtidos
foram chamados, por consequência, polinómios de Tchébychev, Estes
polinómios têm numerosas propriedades notáveis e constituem na hora
actual um poderoso meio de investigação nos numerosos problemas
matemáticos e técnicos.

Exercícios

1. Calcular (3+ 50(4—i)* Resp. 17 + 17L


2. Calcular ( 6 + 1 1 0 (7 + 3i). Resp. 9 + 95i.

3. Calcular .^ n L .
4 + 5i
4 . C a lcu la r ( 4 — 7 í )3. Resp. _ 5244-71.

5. Calcular ~ \ / i . 1 4 -i
Resp. ±
V2
6. Calcular V —5 — 12 í . Reso. ± (2 - 3<).
272 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Por sob a forma trigonométrica as expressões:

a) 1+/. Resp. 1 /2 ( c o s i + í s e n j J .

b) 1 - /. Resp. ^ COS fse n -^ ) .

+V3 . .. i - V ã
Achar • • Resp. : —i;

9. Exprimir as expressões seguintes, em função das potências de sen x e cosx:


sen 2x, cos 2x, sen 4x, cos 4x, sen 5x, cos 5;r.
10. Exprimir em função dos senos e cosenos dos arcos múltiplos, as expressões:
cps2 X, cos3 cos'‘ jc, cos’ x. cos ^v; sen- jc, sen^ jc, sen* ar, sen® x,
11. Dividir f (x) = — 4x® - 4 - 8o: — 1 por x + A, Resp. / (x) = (x + 4) X
X (x* — 8x 40) — 161,isto é, quociente: x* — 8x + 4 0 ; resto: / ( — 4) =
/ (-4 ) = -1 6 1 .
12 Dividir / (x) = x ^ + 12x» + 54x* - f 108x 81 por x - f 3. Resp. / (x) =
= (X -h 3) (X» + 9x* H- 27x + 27). .

13. Dividir / (x) = x’— 1 por x — 1. Resp./ (x) = (x — 1) (x* + ** -^" *^ “i"
+ X* 4- X* 4- X + 1).
D ecom por em factores os polinómios seguintes:
14. / (X) = x^- 1. Resp. / W = (X - 1) (X + 1) (X* + 1).
15. / (x) = X*— X — 2. Resp. / (x) = (x — 2) (x + 1).
16. / (x) = X»- f 1. Resp. / (a;) = (a: + 1) - X + 1).
17. Os resultados das experiências deram os valores seguintes da função y de x:
y i =■ A para xi = 0,
^2 = 6 para X2 = 1»
ys = 10 para xs = 2.
Exprimir esta função duma maneira aproximada, com o auxílio dum
polinómio do segundo grau. Resp. x- -f jc -h 4.
18. Achar um polinómio do quarto grau, que tome, respectivamente, os
valores 2, 1, — 1, 5, 0 para os valores de 1, 2, 3, 4, 5, de x.
_ 7 . . 79 3 151 226

19. Achar o polinómio de grau o mais pequeno possível, que tome, respectiva­
mente, os valores 3, 7, 9, 19 para x = 2, 4, 5, 10. Resp. 2x — 1.
20. Achar os polinómios de Bernstein do primeiro, segundo, terceiro e quarto
grau, para a função y = sen crx sobre o segmento [0, 1]. Resp. (x) = 0;

B2 (x) = 2 x (i-x)-, Ba * (1—i ) ; B^ { x) =2 x (1—x) x

X 1 (2 1 / 2 - 3 ) * a - ( 2 V ^ - 3 ) * + 1 /2 1 .
C apitulo V m

FUNÇÕES DE VARIAS VABIAVEIS

§ 1. Definição das funções de várias variáveis


Ao estudarmos as funções de uma só variável, notamos que a
análise de numerosos fenómenos necessita do emprego das funções
de duas ou mais variáveis independentes. Citemos alguns exemplos.
Exemplo — 1. A área de um rectângulo de lados jc e y é dada pela
fórmula bem conhecida
S = x y,

A cada par de valores de a: e y corresponde um valor bem determinado


da superfície 5. 5 é, pois, uma função de duas variáveis.

Exemplo — 2. O volume V dum paralelepípedo rectângulo, cujo compri­


mento das arestas é respectívamente x, y, z, é dado pela fórmula
V == xyz.
Aqui V é uma função de três variáveis x, y, z.

Exemplo — 3. O alcance R da trajeçtória dum projéctil lançado à velo­


cidade inicial sob um ângulo <jp com o horizonte, é ~dado pela fórmula

R=-Ff)«sen 2(p
g
(se se desprezar a resjstência do ar), g designa aqui, a aceleração da gravidade.
A cada par dt valores e <p corresponde um valor bem determinado
de R, por outras palavras, R é uma função de duas variáveis e <p

Exemplo — 4.

u é, aqui, uma função de quatro variáveis x, y, z» t.

Definição — 1. Se a cada par {x, y) de valòfes de duas variáveis


X e y, independentes, tomados num certo domínio de definição D,
corresponde um valor bem determinado da variável diz-se que z é
uma função de duas variáveis independentes x e y definida no domínio D.
Designà-se uma função de duas variáveis pela notação -
z = f(x, y) ou z = F{x, y), etc.
18
274 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

Uma função de duas variáveis pode ser expressa, quer com o


auxílio de quadros, quer analiticamente, com o auxílio duma fórmula
como o fizemos nos quatro exemplos acima citados. A fórmula permite
estabelecer o quadro dos valores que toma a função para cada par
de valores Jas variáveis independentes. Por exemplo, pode-se formar
o quadro de dupla entrada seguinte, no caso do primeiro exemplo:
S = xy

Neste quadro, acha-se o valor da função 5 pela intersecção da


linha e da coluna correspondente aos valores escolhidos de x e de y.
Se a dependência funcional z = / (x, >^), foi estabelecida após
medrJas efectuadas sobre a variável z no decurso do estudo experi­
mental dum fenómeno qualquer, obtém-se, então, um quadro de dupla
entrada definindo z em função das duas variáveis x e y. Neste caso,
a função é dada ünicamente por um quadro.
A função de duas variáveis, do mesmo.modo que a função duma
só variável, pode não ser definida para todos os valores arbitrários
das variáveis independentes x e y.
Definição — 2. Chama-se domínio de definição ou domínio de
existência da função
z = f ( x , y)

ao conjunto dos pares (x, y) dos valores de x e dé y para os quais


esta função é definida.
O domínio de existência duma função de duas variáveis pode
ser geomètricamente interpretado como se segue: se se representa cada
par de valores x e y por um ponto M (x, y) do plano Oxy, o domínio
de definição da função será representado por um conjunto de pontos
deste plano. Chamaremos a este conjunto de pontos, domínio de
definição da função. Ém particular, este domínio pode ocupar o
plano Oxy completamente. No seguimento, os domínios de definição,
que tivermos de considerar, serão constituídos por partes do plano
delimitadas por certas curvas, A curva que delimita o domínio de
definição chama-se fronteira deste domínio. Os pontos do domínio que
PUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 275

não pertencem à fronteira são chamados pontos interiores do domínio.


Todo o domínio constituído de pontos interiores chama-se domínio
aberto. Um domínio completado peja süa fronteira diz-se domínio
fechado. O domínio diz-se limitado se existe uma constante C tal
que a distância M de qualquer ponto deste domínio à origem das
coordenadas O é inferior a C, por outras palavras, | OM | < C.
Exemplo — 5. Determinar o domínio natural de definição da função
z = 2x ^ y .
A expressão analítica 2.r — y é definida para todos os valores arbitrários
de jc e de y. Por conseguinte, o domínio natural de definição desta função
coincide com o plano Oxy inteiro.

Exemplo — 6. —í/2.

Para que z seja real é necessário que o radial seja um número não
negativo ou, por outras palavras, que x q y verifiquem as desigualdades
i — ^ 0 i)\i ^ i.
O conjunto dos pontos M {x, y), cujas
coordenadas verificam esta desigualdade, é a
parte do plano delimitado pelo círculo de raio 1
e de centro, na origem das coordenadas (mais
exactamente, o interior deste círculo e sua cir­
cunferência).

Exemplo — 7. z = Log (x + y).

Sendo os logaritmos apenas definidos para


os números positivos, deve-se ter, necessària-
mente, a desigualdade
x - | - í / > 0 o u í/ > — X.
O domínio natural de definição desta função é, por conseguinte, o
semi-plano colocado por cima da recta y = — x (os pontos da recta não
pertencem ao domínio) (fig. 165).

Exemplo — 8. A superfície 5 dum triângulo, é uma função da base x


e da altura y:
s= ^.

o domínio de definição desta função é, evidentemente, o domínio x > 0,


y > 0 (é claro que a base e a altura não podem ser expressas a não ser
por números estriíamente posiivos).
Notemos que o domínio de definição da função considerada não se
identifica com o domínio natural de definição da expressão analítica que a define,

o domínio natural de definição da expressão ocupando, evidentemente, o
plano Oxy completamente.
276 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Pode-se estender, fàcilmente, a definição de função de duas variá­


veis reais independentes ao caso de três e mais variáveis independentes.
Definição Sc a todo o sistema ordenado de valores das
variáveis x, y, x, ...» w, /, corresponde um valor bem determinado
da variável vv, diz-se que w é uma função das variáveis independentes
X, y, z, 14, /, e nota-se w = F (x, y\ z, ... 0 ou w = f(x, y, z,
.... w. /). etc.
Define-se o domínio de definição duma função de três, quatro
ou dum número qualquer de variáveis do mesmo modo que no caso
de uma função de duas variáveis.
Assim, o domínio de definição duma função de três variáveis
é um #conjunto de sistemas ordenados dos valores \x, y , z). Notemos
imediatamente que todo o sistema ordenado de três números define
um ponto M (jc, y, z) do espaço Oxyz. Resulta que o domínio de
definição duma função de três variáveis é um certo conjunto de pontos
do espaço.
Pode-se definir, do mesmo modo, o domínio de definição duma
função de quatro variáveis independentes u = f (x, y, z, t), como um
certo conjunto de sistemas ordenados dos quatro valores (jc, y, z, /)•
Todavia, não é possível neste caso, bem como nos casos dum maior
número de variáveis independentes, dar uma interpretação geométrica
simples ao domínio de definição.
A função considerada no exemplo 2, é uma função de três
variáveis indepedentes definida para todos os valores de jc, y, z,
A função considerada no exemplo 4, é uma função de quatro
variáveis independentes.
Exemplo — 9.

w é, aqui, uma função de quatro variáveis independentes x, y, z, u\ ela é definida


para os valorès das variáveis independentes que verificam a desigualdade

1 — X* — Í> 0.

§ 2. Representação geométrica duma função de duas variáveis


Seja
z = f(x, y) ( 1)

uma função definida num domínio C do plano Oxy (este domínio


pode ocupar, em particular, o plano completamente) e seja Oxyz um
sistema de coordenadas cartesianas no espaço (fig. 166). Em cada
ponto (JC, y ) do domínio G elevemos uma perpendicular ao plano Oxy
sobre o qual traçamos um segmento igual ao valor de f(x, y).
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 277

Obtemos, então, um ponto P do espaço, cujas coordenadas são


X, y, z = f{x, y).

O lugar geométrico de todos os pontos P, cujas coordenadas


verificam a equação (1). chama-se o gráfico da função de duas variá­
veis. Sabe-se. do curso de geometria analítica, que a equação (1)
define uma superfície no espaço. O gráfico duma função de duas

Fig. 166 Fig. 167

variáveis é. pois. uma superfície cuja projecção no plano Oxy é o


domínio de definição desta função. Cada perpendicular ao plano Oxy
corta a superfície z — / (jc, y) no máximo dum só ponto.
Exemplo — Sabs-se, do curso de geometria analítica, que o gráfico da
função z = é um parabolóide de revolução (fig. 167).

Nota — Não é possível representar, geomètricamente. no espaço,


o gráfico duma função de três ou dum número mais elevado de
variáveis independentes.

§ 3. Crescimento parcial e crescimento total da função


Consideremos a curva PS definida pela intersecção da superfície
Z = f{x, y)
com o plano y = const. paralela ao plano Oxz (fig. 168).
Sendo y constante em todo o ponto deste plano, z variará ao longo
da curva PS sòmente em função de x. Demos à variável independente x
um crescimento àx-, o crescimento correspondente de z é. então, chamado
crescimento parcial de z em relação a xi é notado por A^z (o segmento
55' da figura 168) e definido pela relação:
AxZ = / ( ^ + A x , y ) —f{x, y). (1)
278 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

Do mesmo modo, se x é constante e se dá a y um crescimento Ay,


0 crescimento correspondente de 7 chama-se, então, crescimento parcial
de z em relação a y c anota-se (o segmento T V da figura 168):
AyZ = f{x, y + Ay)— /(x , y), (2)
A função recebe, então, o crescimento A^^.z «ao longo da curva»,
definida pela intersecção da superfície z = f (x, y) e do plano x = const.,
paralelo ao plano Oyz.
Se agora se der, simultâneamente, um crescimento Ajc à variável
independente jc e um crescimento Ay à variável independente y, o

crescimento correspondente Az de z que daí resultará chama-se cres~


cimento total da função z; o crescimento total é definido pela fórmula:
A z==/(x + Ax, y ^ y ) — f{x, y). (3)
O crescimento Az • está representado pelo segmento Q f f da
figura 168.
Notemos que, em geral, o crescimento total não é igual à soma
dos crescimentos parciais:

Az AxZ “1“ AyZ«


Exemplo ~ z = jry.
AjcZ = ( x - f A x) y^xy = yA x,

AyZ = x ( y + Ay) — xy = xAy^


Az = (x + Ax) (y + Ay) — xy = yA x + xAy + AxAy.
Para x = l , y = 2, Ax = 0,2, Ay = 0,3, tcm-scAxZ = 0,4,
AyZ = 0 j S , A z = 0 , 7 6 .
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 279

Define-se, duma maneira análoga, o crescimento total e os cres­


cimentos parciais das funções dum número qualquer de variáveis.
Ter-se-â, por exemplo, para uma função de três variáveis indepen­
dentes u = f(x, y, t):
A ^ = f { x - \ - Ax , y, t) / í/t 0 »

Aj,u = /(x, y + Ay, y, í),


AfU = f{x, y, í + A í)— f{x, y, í),
Au = f { x - \ - Ax, y A y , í + ^ f ) — /(^» ^)-
§ 4. Contínuidade das funções de várias variáveis
Introduzamos, primeiramente, a noção importante de vizinhança
dum ponto dado. Chama-se vizinhança do ponto MqÍXq, yo) de raio r, ao
conjunto de todos os pontos (x, y) que satis­
façam à desigualdade ^ /( x —Xof + (3^—yoV <
< r, isto é, o conjunto de todos os pontos
situados no interior do círculo de raio r e
de centro no ponto M q(xo, 3^0).
Por consequência, quando dissermos que
a função f(.r, >) tem uma certa propriedade
«na vizinhança do ponto Mo(xo, yo)», isso
significará que existe um círculo de centro
no ponto M o\Xq, Vq) em todos os pontos
do qual a propriedade dada da função é
verificada.
Antes de passarmos ao estudo da continuidade das funções de várias
variáveis, detenhamo-nos na noção do limite das funções de várias
variáveis (*). Seja dada
Z = f(x, y)
uma função definida num certo domínio G do plano Oxy.
Consideremos um certo ponto Mo (xo, yo) situado no interior
ou sobre a fronteira do domínio G (fig. 169).
Definição — 1. Diz-se que 0 número A é o limite da função
fix, y) quando o ponto Af(jc, y) tende para o ponto Mo{Xo, yoX
se para todo e > 0 existe um número r > 0 tal que para todos os
pontos M (jc, >0 Que verificam a desigualdade MMo < r, a, desigualdade
| / ( x , y) — A \< ie
é satisfeita.
(*) De facto, apenas estudaremos as funções de duas variáveis,
porque o estudo das funções de três ou dum número mais elevado de variáveis
náo traz nenhum elemento novo, mas provoca dificuldades ccnnpleitieotares
de ordem técnica.
280 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Se O número A é o limite da função f(x, y), quando Mfic, y ) ‘


-* Mo{xo, yo), nota-se:
lim /(x , y) = A .
y-^vo
Definição — 2. Seja Aio (Ao, yo) um ponto pertencendo ao domínio
de definição da função / {x, y). Diz-se que a função z = f(x, y) é
contínua no ponto Mo(.Xo, yo) se a igualdade
lim /(a:, y) = f{xo, yo) (1)
ac-^aeo
y-*yo
é verificada, quando o ponto M{x, y), tende arbitràriamente, (perma­
necendo no interior do domínio de definição) para o ponto Afo (Xo, yo)-
Façamos, x = Xo + àx, y = yo ày. A igualdade íl) pode, então,
escrever-se:
lim / (xo - f Ax, yo + Ay) = / (a:o, Vo) (1')
AX-^0
Ay-^0
OU
lim [/ (xo -j- Ax, yo + Ay) — / (xo, yo)] — 0. (!')
ãx-^0
Aí/-^0
Façamos, à p = V (Ax)^ + (ver íig. 168). Quando Ajc ->0 e
Ay 0, Ap 0 e, inversamente, se A p -> 0,. então, A jf 0 e Ay 0.
A expressão entre parêntesis na igualdade (1"). não é mais do
que o crescimento total Az da função z -
Por conseguinte, a igualdade (1") pode ser posta sob a forma
lim Az = 0, (!"')
AP-+0
Uma função contínua em cada ponto dum certo domínio diz-se,
contínua nesse domínio,
Se a condição (1) não é preenchida num certo ponto N (xo, yo),
este ponto chama-se ponto de descontinuidade da função z = f{x, y).
Citemos alguns exemplos em que a condição (T) não tem lugar:
1) z = /(jc, y) é definida em cada ponto duma certa vizinhança
do ponto N (xo, yo), mas não é definida nesse ponto:
2) A função z = f(x, y) é definida em cada ponto duma vizi­
nhança do ponto N (jco, yo) mas o limite lim / (jc, y) não existe;
V-^Vq
3) A função é definida em cada ponto da vizinhança de N (Xo, yo).
o limite lim f(x, y) existe, tnas
v-*vo limf{x,.y)=!^f{xo, yo).
.«-► Xo
y-^í/0
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 281

Exemplo — \. A função
z = X* +
é contínua para todos os valores de
jc e y, isto é, em cada ponto do plano Oxy.
Com efeito, quaisquer que sejam os números x, y, Ax e Ay, tem-se:
Az = [(x + A x )2 + (y + A y )2 ] — [x* + yH = 2xA x - f 2y^y + Ax^ - f A?/2.
Por conseguinte,
lim Az = 0,
Ax-»>0
Ai/»-*-0
Citemos, agora, um exemplo de função descontínua.
Exemplo — 2. A função
_ 2xy
x 2 - |- y 2

é sempre definida, excepto no ponto .r = 0, y = 0 (fig. 170, 171).

Fig. 170 Fig. 171

Consideremos os valores que toma z nos pontos situados sobre a recta


y = kx (A: = const). É evidente que para todos os pontos desta recta
2Ax2 2k
2 = -------------- = - — —= const,
x2+ A:2a;2 1+ ^2
por outras palavras, sobre cada recta que passa pela origem, a função z,
tem um valor constante, mas que depende do coeficiente angular k desta recta.
É esta a razão porque o valor limite da função z depende do caminho
percorrido pelo ponto [x, y) quando ele tende para a origem das coordenadas.
Esta função tem, por conseguinte, uma descontinuidade nesse ponto.
Esta descontinuidade é tal, que não se pode fazê-la desaparecer dando
à função z um valor apropriado na origem. Por outro lado, vê-se, fàcilmente,
que em qualquer ponto diferente da origem a função é contínua.

§ 5. Derivadas parciais duma função de várias variáveis


Definição — Chama-se derivada parcial em relação a x da, função
z = f(x, y) ao limite do quociente de crescimento parcial A^z em
relação a ac e do crescimento JSx da variável jc, quando Ax tende
para zero.
282 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Designa-se a derivada parcial em relação a a: da função z = f (x, y)


por uma das notações seguintes
Zx-, fx{x, y); — ; — .
dx ox
Logo. por definição,
àz _ ^ ^ /(a r+ A x , y ) — j(x, y)
dx Aac->o Ax A*-^o A:r
Define-se, do mesmo modo, a derivada parcial da função
z = f (x, y), em relação a y como o limite do quociente do cresci­
mento parcial àyz em relação a e do crescimento ^y quando Ay
tende para zero. Designa-se a derivada parcial em relação a y por
uma das notações seguintes
dz df
> y)> / y ( ^ . — ; .
dy dy
Assim,
dz _ /(x , y - f A y)—/(x , y)
dy Ay->o Ay Ay->o Ay
Notando que AxZ é calculado deixando y sem alteração e A y z
deixando x sem alteração, pode-se, então,definir a derivada parcial
da maneira seguinte: chama-se derivada parcial da funçãoz = f(x, y
em relação a x, a derivada em relação a x calculada supondo y
constante.
Do mesmo modo, chama-se derivada parcial da função z = f(x, y),
em relação a y, à derivada em relação a y calculada supondo x
constante.
Resulta desta definição, que as regras de cálculo das derivadas
parciais são as mesmas que as empregadas para calcular a derivada
das funções de uma variável; é preciso, sòmente, ter-se em atenção
cm relação a que variável se efectua a derivação.
E xem plo— 1. Achar as derivadas parciais

4^ e da função z = x } s t n y,
ox dy
Resolução.

- j ^ = 2ox s e n y ; — = x o^ c o sy .

Exemplo — 2. « = arV,
N esie caso,
dz
-S -= ^‘'Logx.
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 283

Define-se. duma maneira análoga, as derivadas parciais duma


função dum número qualquer dc variáveis. Por exemplo, se tomamos
uma função u de quatro variáveis x, y. z. t\

y, z, t),
então.
í ( . r + ^ x , y, z, y, z, t)
dx A.r

—= l i m / y+ y . 2 . 0
dy Ay-^o Ay
E xem plo— 3. u = x^-\-y'^-\-xtz^,

o I 4 *1
Q ^ - 2 x + tz ;
àu ^
2y;
n.o àu
- j ^ — xz
-

§ 6. Interpretação geométrica das derivadas parciais


dama função de duas variáveis
Seja
2 = í{x, y)

a equação da superfície representada na figura 172.


Tracemos o plano x = const. A intersecção deste plano e da
superfície, define uma curva PT. Consideremos para ufti valor dado
de X um ponto M (jc, y) do plano Oxy.Ao ponto M corresponde
um ponto P (jc, y, z) sobre a superfície z = f (x, y). Deixando x sem
alteração, demos a >’ um crescimento Sy = MN = P T . A função z
recebe, então, um crescimento ^yZ = T T [ao pK>nto N {x, y + ^y)
corresponde um ponto T (x, y Ay. z + ^ y ^ ) ) da superfície z = f(x, y )].
^yZ
O quociente----- é igual à tangente do ângulo formado pela
secante PT com o eixo dos y positivos:

= tg T p r .
Ay
Por conseguinte, o limite
dz
lim
Ay-^o Ay dy
284 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

é igual à tangente do ângulo p formado pela tangente PB (no sentido


geométrico) à curva PT no ponto P com o eixo dos y positivos:
dz
= tn:p.
ày
o valor da derivada parcial ' *
oy
c. pois, igual à tangente do ângulo
formado pela tangente (no sentido
geométrico) à curva definida pela
intersecção da superfície z = f {x, y)
e do plano x = const., por um lado,
e a linha de intersecção dos planos
xOy e jc = const., por outro.
Do mesmo modo, o valor da
derivada parcial — é igual à tangente
dx
do ângulo a formado pela tangente à
curva, definida pela intersecção da superfície z = f (x, y) e do plano
V = const. e a linha dos planos xOy c y = const.

§ 7. Crescimento total e diferencial total


Por definição, o crescimento total da função z = f{x, y) é
igual a (ver § 3, Cap. VIII):
Az = f ( x + ^ x , y + A y ) — f { x , y ) . (1)
Suponhamos que as derivadas parciais da função / (x, y) no
ponto considerado existem c são contínuas.
Exprimamos Az com o auxílio das derivadas parciais. Para isso
juntemos e diminuamos / ( jc, >^ + A>^) no segundo membro da igual­
dade (1): ,
Az = [ f { x + Ax, y + Al/) y + Ai/)] +
+ [ / {x, y + A y ) - f (x,/ í/)]. (2)
A expressão
/(x , y + A y ) - f { x , y),
que figura no segundo parêntesis, pode ser considerada como a dife­
rença de dois valores, duma função duma só variável y (sendo jc
constante). Apliquemos o teorema de Lagrange a esta diferença; temos:
df{x, y)
/ (x, y + A y ) — f (x, y) = Ay- ( 3)
dy
cm que y está comprendido entre y e >> + Aj».
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 285

Do mesmo. modo, poJc-se considerar a expressão que figura


no primeiro parêntesis da igualdade (2) como a diferença de dois
valores duma função duma só variável independente x (sendo a segunda
variável constante e igual sl y + A>). Apliquemos a esta diferença o
teorema de Lagrange; temos:

df{x, y + Ay)
f { x + A x , y + A y ) — f{x, y + Ay) = à x (4)
dx

em que x está compreendido entre x e ac + Ajc.


Substituindo as expressões (3) e (4) na igualdade (2). tem-se:

A z=
dx
+ Ay-^/ f o
dy
yy. (5)

As derivadas parciais sendo» contínuas por hipótese, tem-se


df(x, y + Ay) dfjx, y)
lim
A x -> 0 dx dx
Ay-^0 (6)
dfjx, y) dfjx, y)
lim ■
A3c-^0 dy dy
A y -* » 0

(estando x e y, respectivamente, compreendidos entre jc e jc + Ax, y e


y + ^y, tendem, respectivamente, para x e y para A oc->0 e A y -> 0).
Pode-se, então, por a igualdade (6) sobre a forma

df (x, y + Ay) _ dfjx, y)


+ Vi.
dx dx
( 6')
dfjx, y) dfjx, y)
+ Y2.
dy dy

em que yi e y, tendem para zero quando Ax e Ay tendem para zero


(isto é, quando Ap = Ap = Ax* + Ay* -► 0).
Em virtude da igualdade (60. a relação (S) toma-se

A2= W U í L Ax + Ay 4 . Yx Ax 4 V2 Ay. (5')


dx dy

A expressão yi Ax 4- 72Ay é um infinitamente pequeno de ordem


superior em relação a Ap = Ax* 4 Ay*. Com efeito, o quociente
286 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

ViAx
0 , quando Ap -> 0, visto que yi é um infinitamente pequeno
Ap
Ax ,
e que limitado Verifica-se, do mesmo modo.
Ãp
que VaAy 0.
Ap
A soma dos dois primeiros termos é uma expressão linear em
Ajc e A>’. Ela representa, quando fx \x , y) =t«^ 0 e /y {x, y) =7^ 0 ,a parte
principal de crescimento e difere de Az por um infinitamente pequeno
de ordem superior em relação a Ap = ]/^Ax* + Ay®.
Definição — Diz-se que a função z = f {x, y) é diferenciável no
ponto (x, y) se o crescimento total (Az) nesse ponto puder ser posto
sob a forma duma soma composta de dois termos: sendo o primeiro
uma expressão, linear em Ajc e A;^ e o segundo um infinitamente
pequeno de ordem superior em relaçao a Ap. A parte linear do cresci­
mento é, então, chamada diferencial total e anotada dz ou df.
Resulta da igualdade (5') que se as derivadas parciais da função
/ (jc, y) são contínuas num ponto dado, esta função é diferenciável
nesse ponto; o diferencial total é, então.
dz = 1x{x, y) ^ x-{-f y{x, y)Ay.

Pode-se pôr a igualdade (5') sob a forma


Az = dz +V iA x +VjAy

e escrever a igualdade aproximada seguinte:


Az

sendo o erro cometido, um infinitamente pequeno de ordem superior


em relação a Ap.
Chamam-se diferenciais das variáveis independentes e y e jc

designa-se, respectivamente, por dx e dy aos crescimentos A e ^y das


jc

variáveis jc e
Pode-se, então, escrever o diferencial total da seguinte maneira

dz = — dx H---- - dy.
dx dy
Por conseguinte, se a função z = /(jc, >’) tem derivadas parciais
contínuas, ela é diferenciável no ponto ( , >^) e
jc seu diferencial total
o

é igual à soma dos produtos das derivadas parciais pelos diferenciais


das variáveis independentes correspondentes.
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 287

E xem plo— 1. Calcular o diferencial total e o crescimento total da função


xy no ponto Í2; 3), se Ar = 0.1 e = 0,2.

Resolução.
Az = (x + Aj:) (y + A y ) — = S x + x Ay + A x Ay,

d y = y d x -\-x d y = y Aj: + x Ay.

Por conseguinte,
Az = 3 .0 ,1 + 2 -0 ,2 + 0 ,1 .0 ,2 = 0,72 ;
dz = 3 .0 ,1 + 2 .0 ,2 = 0 ,7 .

A figura 173 ilustra este exemplo.

As definições e os raciocínios precedentes podem ser generalizados


ao caso duma função dum número qualquer de variáveis independentes.
Seja w = f(x, y, z, w, .... r). uma fun­
ção dum número qualquer de variáveis, em que 4 4m m m m i i . âxÃy
todas as derivadas parciais são continuas no xAy
ponto U, y, z. t).
A expressão

d w = — dx
dx
— dy
dy
— dz
dz dt
dt r
At
constitui, então, a parte principal do cres­
cimento total da função: denomina-se dife­ Fig. 173
rencial total. Demonstra-se, fàcilmente, da
mesma maneira, que o caso de uma função de duas variáveis, que
a diferença Aw — dw é um infinitamente pequeno de ordem superior
em relação a K(Aa:)* + (Ay)'" + . . . + (A<)^
Exemplo — 2. Achar o diferencial total da função u = sen* z de
três variáveis x, y, z.

Resolução — As derivadas parciais

oz
1^ = e**+w*2y sena z,

2 sen 2 COS z .= sen 2z

são contínuas para todos os valores de x, y, z, por conseguinte,


du
du = 4 “ ^^ + 4 ”
Áf
dx ' fit
dyi /iTl
' “ã
= (2xsen2 4 2y sen2 z d y +
s d j: - sen 2z d z).
288 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

§ 8. Emprego do diferencial total para cálcnlos aproximados


. Seja z = f(x, y) uma função diferenciável no ponto (x, y).
Calculemos o crescimento total desta função
Az = f( x + Ax, y + A y )— f{x, y).
donde
/ (x + Ax, y-\- Ay) = f (x, y) + Az. ( 1)
Tínhamos a fórmula aproximada:
Az « dz, ( 2)
onde
dz = Ax 4* Ay. (3)
dx dy
Substituindo na fórmula (I) Az pela expressão explícita de dz,
encontra-se a fórmula aproximada:

/ (X - f Ax, y + Ay) Ay, (4)


dx dy
sendo o erro cometido, um infinitamente pequeno de ordem superior
em relação a Ao: e Aj.
Mostremos como utilizar as fórmulas (2) e (4) para os cálculos
aproximados.
Problema — Calcular o volume da matéria utilizachi para a fabricação
dum cilindro cujas dimensões são (fig. 174):
R — raio interior do cilindro,
H — altura do cilindro interior,
k — espessura das paredes e do fundo.
Resolução — Daremos duas soluções deste problema:
uma exacta e outra aproximada.
H a) Solução exacta — O volume procurado v é
igual à diferença dos volumes dos cilindros exterior e
interior, sendo o raio do cilindro exterior R + A e a
altura H + k, tem-se:
v = n { R + k)*.(H + k ) - nR*H

T t, = n (2 R H k + R^k + Hk» -f 2R]^ + h»). (5)


b) Solução aproximada — Designemos por / o vo-
Fig. 174 jJq cilindro interior, então, / = 't R^H. / é uma
função de duas variáveis R c H. Se se junta k 2l R
e 3i 2l função / recebe um crescimento correspondente A/; este crescimento
será, precisamente, o volume procurado, isto é, v = A f
FlYNCõBS DE VARIAS VARIAVEIS 289

Em virtude da relação (1), temos a igualdade aproximada


V df
ou
df
A ií- AH.
ÕR ÔH
Mas como
J L =2nRH, ÍL = nR^, A R = A H = k ,
ÕR dH
temos
i; » Ji {2RH k + R^k). (6)
Comparando os resultados (5) e (6), vemos que eles diferem pela quan­
tidade -TT{Hk^ 4- 2Rk^ + A:3), composta unicamente de termos que contêm k
ao quadrado e ao cubo.
Apliquemos estas fórmulas para dados concretos. Seja R = 4 cm, H = 20 cm,
k = 0,1 cm.

Aplicando (5), temos o valor exacto do volume procurado:


v= 71 ( 2 .4 .2 0 .0 4 + 42.04 + 20. 0 4 a + 2 . 4 . 0 4 a + 0 4 a) = 17,881Ji.
Aplicando (6), temos o valor aproximado
i; » ji (2 . 4 . 2 0 .0 4 + 42. 0 4 ) = 17,6 ji.
O erro cometido, aplicando a fórmula aproximada (6), é inferior a 0,3^,
ou seja, 100»^^ %. isto é, menos de 2 % da quantidade medida.

§ 9. Emprego do diferencial para avaliar o erro cometido


durante os c&lcalos numéricos
Seja
u — / (^» y» ...» 0

uma função das variáveis x, y, z, t. Suponhamos que a avaliação


dos valores numéricos das quantidades jc, z, . . . , / , é feita com um
certo erro (respectivamente, a Ajc, Ay, Az, ..., At, aproximadamente).
O valor de u será igualmente determinado com um certo erro
A u = f { x + A x , y + Ay^ z-f-Az, í + Af) —
— y, z, í),
devido ao erro de avaliação das variáveis independentes. Propomo-nos
avalia o erro Au, se se supõe conhecidos os erros Ajc, Ay, ..., At.
upondo os valores absolutos dos Ajc, Ay, ..., At, suficientemente
peque os, pode-se substituir o crescimento total da função pelo dife­
rencial total; obtém-se, então, a igualdade aproximada

A u « ^ A a : + - |^ A y + . . . + - ^ A í .
dx dy dt
290 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

As derivadas parciais e os erros relativos às variáveis indepen­


dentes são ou positivas ou negativas. Substituamo-las pelos seus valores
absolutos; encontra-se, então, a desigualdade
df dí df
I Aa < Axl + I Ay I + . . . + |A í|.
dx dy dt (1)
Se se designar por I A*x |, | A*y |, . . | A*Wos erros absolutos
máximos das variáveis correspondentes (os limites dos valores absolutos
dos erros), pode-se, evidentemente, admitir que;

df df df
I A*u I = |A x |- f |A yi + . . . + iA*í|.
dx dy dt
Exemplos.
1) Seja u= X+ y + z, então, ( 2)
\ ^* u \ = \ A*x \ + \ ^*y \ + \ A*z |.
2) Seja u -- X — y, então,
I ^*u I = I A*x I + I |.
3) Seja u = x y, então,
\à*u\= \ x\ \A*y\ + \ y \ \A*x |.

y
4) Seja u = — , então.

I A * u 1=

5. Mede-se a hipotenusa c e o lado b dum triângulo rectângulo ABC


com os erros absolutos máximos | A*c | = 0,2,1 A*a | = 0,1. Acha-se, respecti­
vamente, c = 15 e fl = 32. Determinar o ângulo A pela fórmula sen A = -^
e o erro máximo absoluto | AA | cometido ao calcular este ângulo.
a
Resolução — Sen A = - - j A = arc sen , por conseguinte.
âA 1 âA
àa de ~ c -y/c 2 _ a 2 '

Encontramoa, seguodo a fórmula (2):

1 „ • . 32
|A/1| = 0,2 = 0,00275 r d = 9 ' 3 8 '.
V (7 5 )2 — (32)**°’^ '^ 7 5 y (75)8— (32)*
Logo,
32
yl = a r c s e n ^ ± 9 38 .

6. Determinou-se o lado ò = 121,56 m e o ângulo A = 2 5 ^ 2 V 4 0 ' ' dum


triângulo rectângulo ABC. Os erros absolutos máximos, cometidos no decurso da
avaliação destas grandezas, são, respectivamente, | A*6 | = 0,05 m e | A*A \ = 12*^.
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 291

Determinar o erro máximo absoluto cometido, calculando o lado a pela


fórmula a = b ’ XgA,

Resolução — Achamos, em virtude da fórmula (2):

lA*«| = |tg ^ |.|A * 6 | + ^ ^ | A M | .


Substituindo os valores correspondentes (e exprimindo | | em radianos),
temos:
1 2 1 ,5 6 12
A * a l = t g 2 5 ° 2 1 '4 0 " .0 ,0 5 + = 0 ,0 2 3 7 + 0 ,0 0 8 7 = r. 0 , 0 3 2 4 m .
c o s 2 2 5 ° 2 1 '4 0 '' 2 0 6 2 6 5

Chama-se erro relativo da grandeza x ao quociente do erro Ax


pelo valor aproximado x desta grandeza. Designa-se por òx,
« àx
ox = — .

Chama-se erro relativo máximo da grandeza x e anota-se | 8*x |


ao quociente do erro máximo absoluto e do valor absoluto de x.

(3)

Para avaliar o erro relativo máximo da fun<;ão dividamos


todos os membros da igualdade (2) por m — /(.r. y, z. .... í ) ’

Of Of 0]
|A * u | dx Oy dt
1A*x 1 + 1 A*y| + ..• • + (4)
l«l f f í
mas
IL Of
dx d , dy
— = — L o g |/|; = — L o g1^1
|/ |; — = _^L T
o g | /tít
|..
7 óx f dy } dt
Eis porque se pode pôr a igualdade (3) sob a forma:

|6 U|: | u g | / | |A x | + ^ L o g | / | |i g| + ...

— L o g |/| (5)
ot
ou sob uma forma compacta:
|ô*u| = | A * L o g |/||. (6)
1 9 *
292 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Resulta da fórmula (3), bem como da fórmula (5), que o erro


relativo máximo duma função é igual ao erro absoluto máximo do
logaritmo desta função.
Deduzimos da fórmula (6) as regras que se devem aiplicar
durante os cálculos aproximados.
1. Seja u = xy.
Utilizando os resultados do exemplo 3, tem-se

\xy\ \xy\ \x\ \y\


= \ b \ \ + \ò*y\,
isto é> o erro relativo máximo do produto é igual à soma dos erros
relativos máximos de cada um dos factores.
X
2. Seja u = utilizando os resultados do exemplo 4, temos:
| ô V | = | 6 V | + | ô * í / l .

Nota — Resulta do exemplo 2, que se u = x — y, então,

|6 V | = t â ! £ l + ! 4 j l l .
\^-y\
Se os valores de jc e esiüo próximos, pode acontecer qüe ( B*u |
seja muito grande em relação à grandeza procurada x — y. É preciso
ter em conta esta circunstância durante os cálculos.
Exemplo — 7. O período das oscilações dum pêndulo é igual a

em que / designa o comprimento do pêndulo e g a aceleração da gravidade.


Que erro cometemos nós, ao determinar 7 por esta fórmula, tomando
7 ;::r 3,14 (aproximadamente a 0,005), / = l m (aproximadamente a 0,01),
g = 9,8 m/s2).
Resolução — O erro relativo máximo, é igual, em virtude da fórmula (6), a
|ô * r I = I A* Log T |.
Mas
1 1
Eog 7 = L o g 2 + L o g J i + y Log í — y L og g.

Calculemos | A* Log 7 1. Tendo em atenção de que ít sr 3,14, A*sr = 0,005,


/ = 1 m, A*i = 0,01 m, g = 9 3 tn/s*, A*g = 0,02 m/s*, temos
, A*i , ^*g _ 0 , 0 0 5 , 0 , 0 1 . 0 ,0 2
A* Log r = _ + _ + _ = _ + _ + _ = 0 . 0 0 7 6 .

O erro oúixiino relativo 6, pois, igual a


Ô*T = 0,0076 = 0 ,7 6 % .
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 293

§ 10. Derivada duma função composta. Derivada total


Suponhamos que na equação
z = F ( u , v) (1)
li Q V .são funções das variáveis independentes x e y:
u = (Ç)(x, y); v= y). (2)
Neste caso. z é uma função composta das variáveis jc e
Pode-se. evidentemente, exprimir z directamente em função de
X e y\
z = F[^)(x, y), ^p{x, y)]. (3)
E xem plo— 1. Seja
z = -H a + 1 : u = X* + y * ; v = -f 1;
então, 2 = + í / 2 )3 (^ + y + 1 )3 + (^ 2 + y ^ ) + i.

Suponhamos que todas as derivadas parciais da função F ( m, v ),

9Íx, y), 4f(x, >•) são contínuas e proponhamo-nos calcular


dz a partir das equações (1) e (2) sem utilizar a igualdade (3).dx

E)emos à variável x um crescimento ix , conservando y constante.


Então, M e V recebem, respectivamente, em virtude da equação (2),
um crescimento e AxV,
Mas, então, se as variáveis u e v recebem, respectivamente, o
crescimento A^u e A^Vy a função z = F(u, v) receberá, por sua vez,
um crescimento Az, definido pela fórmula (5'). § 7, Cap. VIII:
dF õF
^z = — + — A:,V + Yi A.^U + Y2A*1^.
ou ov
Dividamos todos os membros desta igualdade por AJc:

Az
Ar
—dF AyM ,
du Ax
'
dF A^v ,
dv Ax
AxU
•+ Yi ■
Ax
V-2
Ax
Se A .r-> 0, então, A ^ u -^ 0 e A x V -^ 0 (em virtude da conti­
nuidade das funções u e v). Mas, então, >i e ya tendem igualmente
para zero. Passando ao limite, para A;c 0, tem-se:
Az dz ,. AxU du ,. AxV_.
lin i lim ----- = — ; lim
0 Ax dx Ax-^o Ax dx A.v-^o Ax dx'
lim Y i = 0 ; limY2 = t)
A.y-^-O A.x-^0
294 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

e, por conseguinte.
dz _ dF du ^ dF dv
(4)
dx du dx dv dx
Se livessemos dado um crescimento Ly à variável y e conser­
vado X constante, teríamos tido, raciocinando da mesma maneira:
dz dF du ^ dF dv
(4')
dy du dy dv dy
Exemplo — 2.
z = Log —
dz 2u dz 1
du u ^ -\-v' du 1/2-|- i; *
du
1 ^ = 2 .; 1^=1.
Utilizando as fórmulas (4) e (4')> encontra-se:
dz 2u x+y2 1 ^
dx 1/ 2 - f i; ' l/2 _|_i; 1/2-f y
dz 2u ^ . 1 1
ày l/2+ i; 1/2-j. i; 1/2 i; (2 u y e * + " * + l) .

As fórmulas (4) e (4') podem ser naturalmente generalizadas ao


caso dum maior número de variáveis.
Por exemplo, se w = F ( z , , . s ) é uma função d è quatro variá­
íy v

veis z, if, V, 5 e se cada uma destas variáveis depende, por sua vez,
de e as fórmulas (4) e (4') transformam-se em:
dw dw dz ^ dw du ^ dw dv ^ dw ds
dx dz dx du dx dv dx ds dx
(5)
dw dw dz , dw du , dw dv dw ds
+
ày dz dy ' du dy ' dv dy ds dy
Se a função ^ = F (jc, y, w, v) é tal que as variáveis y, m, v
dependem, por sua vez, da única variável x:
ij = f{x); u = ^){x); v = '\í)(x),
ela é, em suma, função duma só variável jc; pode-se, então, propor
calcular a derivada ^ .
dx
Esta derivada pode ser calculada segundo a primeira das fór­
mulas (5):
dz dz àx , dz dv^
dx dx dx dy dx du dx dv dx'
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 295

mas com o y, m, v não dependem senão de uma só variável x, as


derivadas parciais correspondentes são, de facto, derivadas ordinárias;
dx
além disso, ^ Por conseguinte.

dz __ ^ du ^ dz du
(e )
dx dx dy dx du dx dv dx

É a fórmula da derivada total ^ I por oposição à derivada


dx \
p«chl I ) .

Exemplo — 3.
2= j/ = senxf
dz dz í dy
= 2x; = COS X,
dx ’ dy 2VP dx
Segundo a fórmula (6),
dz dz dz dy ^ 1 1 COS X.
----- 7=- COS x i= 2 x -|--------—
dx dx ' dy dx 2 l/y 2 "j/ sen x

§ 11. Derivaição das funções implícitas


Vamos abordar este problema pelo estudo duma função implícita
duma só variável (*). Seja y a função de x definida pela equação

F{x, y) = 0.
Demonstremos o teorema seguinte.
Teorema — Seja y uma função contínua de x, definida pela equação
implícita
F{x, y) = 0,

em que F (x, y), F'^ (x, y), F'y (x, y) são funções continuas num
certo domínio D contendo o ponto (x, y), cujas coordenadas verificam
a equação (1); além disso, suponhamos que nesse ponto F 'y(x, y ):^ 0 .
A derivada da função y de x, é, então, igual a
F'x{x, y)
V x = —
F 'y{x , y)
(*) N o § 11 do Cap. III, resolvemos o problema da derivação das
funções implícitas. Contudo, apsnas tínhamos considerado certos exemplos e
não tínhamos obtido a fórmula geral, nem determinado as condições de
existência desta derivada.
296 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAI,

Demonstração— Suponhamos que a um certo valor de x cor­


responde um certo valor da função implícita y. Logo,
y) = (). '
Atribuamos à variável independente x um crescimento Ajc. A fun*
ção yrecebe, então, um crescimento A y, por outras palavras, ao valor
a: + Aat da variável independente corresponde o valor y + A y da função.
Em virtude da equação F (x, y ) = 0, temos:
F {x + Ax, y-\- Ay) = 0.
Por conseguinte.
F{x-\- Ax, y + Ay) — F {x, y) = 0.
O primeiro membro desta igualdade representa o crescimento
total da função de duas variáveis. Em virtude da fórmula (SO, § 7,
pode-se iJÔ-lo sob a forma:
dF dF
F (x + Ax, y + Ay) — F {x, y) = — Ax + — Ay - f + y^Ay,
ax ay
em que yi e yi tendem para zero quando A x e A y tendem para zero.
Sendo o primeiro membro desta última igualdade igual a zero. pode-se
escrever
dF dF
-----Ax ------- Ay + Yi Ax -j- y^Ay = 0.
dx dy

Dividamos esta igualdade por Ax e calculemos


dF
+ Yi
dx
Ax dF
Ys
dy
Façamos tender A x para zero. Temos, então, no limite, visto
dF
que yi e 72 tendem igualmente para zero e que ^ 0:
dF
dx
Vx-
dF
( 1)
dy
Assim, demonstramos a existência da derivada y'* duma função
implícita e obtivemos uma fórmula adequada para o cálculo desta
derivada.
FUNÇÕES DE VARIAS VARUVEIS 297

E xem plo— 1. A equação


x2-|-y2-«l_0
define, implicitamente, y em função de jc. Neste caso

F (z ,y )^ x ^ + y^-X , ^= 2 x ■ ^= 2y.
Por conseguinte, em virtude da fórmula (1),
dy 2x X
dx~ 2y ~ y '

Notemos que esta equação define duas funções implícitas diferentes


(visto que, a cada Valor de x tomado no intervalo 1, 1), correspondem
dois valores de y), mas que o valor encontrado da derivada é válida
para ambas.

Exemplo — 2. Seja a equação

eV-^e^ + xy = 0,
Aqui F (x, y) = eV + xy ;

-g -= -e * + í/: ~ ^ = ev+ x.

Por conseguinte, obtém-se em virtude da fórmula (1):


dy _ — e^ + y _ e^— y
dx ey-\-x 4- X *

Consideremos, agora, uma equação da forma


F { x , y, z) = 0. (2>

Se a cada par de valores jr e 3^, tomados num certo domínio,


correspondem um ou vários valores de z que satisfaçam à equação (2),
esta equação define, implicitamente, uma ou várias funções unívocas
z de j : e y.
Por exemplo. equação

+ + = 0

define, implicitamente, duas funções contínuas z de x e y que se


pode exprimir explicitamente resolvendo a equação em relação a z;
obtemos, então.

d dz
Calculemos as derivadas parciais — e da função implícita
dx oy
z de X e y definida pela equação (2).
298 CAIX7ÜLO DIFERENCIAL E INTEGRAL

dz
Para calcular ^ ,, supomos v constante. Eis porque podemos
utilizar a fórmula (1). considerando z como uma função da variável
independente x. Logo,
dF
dx
Zx =
~dF'
dz
Obter-se-ia, do mesmo modo,
dF
dy
Zu =
dF
dz
. àF
supondo — 17^= 0.
Definem-se e calculam-se, da mesma maneira, as funções implí­
citas dum número qualquer de variáveis e suas derivadas parciais.
Exemplo — 3. « «

dz _ 2x_ X dz y
~dx T ’ T*

Tcr-sc-ia obtido o mesmo resultado derivando a função explícita como


se a tivesse resolvido em relação a z.

Exemplo — A, z 1 2 1 1 c a
+ z + 5 = 0.
Aqui F (x, y, z) = e^ + x^^y + z + 5,

_ = 2 xo í , ;. = 2 2 +. 4 .

dz 2xy dz .t2
dx + l ’ dy + l *

§ 1 2 . Derivadas parciais de diferentes ordens


Seja 2 = f{x, y)

uma função de duas variáveis independentes.


As derivadas parciais ~ ® ~ desta fun­
ção são, «n regra, funções de a: e de y. Eis porque podemos calcular
as suas derivadas parciais. Por conseguinte« as derivadas parciais de
FUNÇOEJS DE VARIAS VARIAVEIS 299

segunda ordem duma função de duas variáveis são em número de


q u a tr o , visto que cada função ^ ® ^ derivada em
relação a jc e em relação a y.
Designam-se, pelas notações seguintes, as derivadas parciais de
segunda ordem:
^ [x , y ) ; deriva-se, sucessivamente, a função / duas vezes
em relação a x\
■ - == f x y {x, y ) ; deriva-se, em primeiro lugar, / em relação a jc,
dx uy
depois 0 resultado em relação a y\
_ _ = f y. (x , y ) ; deriva-se, em primeiro lugar, / em relação a y,
oy ox
depois 0 resultado em relação a jc;

= fyy (x, y) ; deriva-se, sucessivamente, a função / duas vezes


em relação a y.
Pode-se em seguida derivar, de novo, as derivadas parciais de
segunda ordem em relação a jc ou a >?. Obtém-se, então, as derivadas
parciais de terceira ordem, que são em número de oito:
d\ , e^z c^z d^z
dx^ dy ’ dx dy dx ’ dxdy^

d^z d^z cPz


dy dx^ ’ dy dx dy ' dy^ dx ’ dy^

Duma maneira geral, chama-se derivada parcial da ordem n à


derivada primeira da derivada de ordem (n — 1).
d^z
Por exemplo, é uma derivada de ordem n\ derivamos,
neste caso, primeiramente p vezes z em relação a jc e em seguida n — p
vezes em relação a y.
Definem-se, da mesma maneira, as derivadas parciais de ordem
superior para funções dum número qualquer de variáveis.
E xem plo— ]. Calcular as derivadas parciais de segunda ordem da função
/( a : , í/) = 2
ar y + í/3.

Resolução — Obtemos, sucessivamente:

dx
^2/ _ d ( 2 x y ) _ d^f
dx'^ = ; dx dy dy * dy dx dx dy^
300 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

d^z ^ dH
Exemplo — 2. Calcular
dx^dy ® dydx^
1.
Resolução Obtemos, sucessivamente:
d: d^z d^z
= y^e^ + 2xy^ ; = 2ye* + 6y2,
dx dx^ = y2exj^2y^\ dx^ dy
ô^z d^z
| ^ = 2ye«+3i*í/2 : dy dx
—2ye^ + Qxy^ ; 2ye*4-6.v*.
dy dx^
d^u se M= 22e*+ "“.
Exemplo — 3. Calcular
dx^ dy dz
Resolução.

^ _ - 2 p*+I/2 d^u =2yz^e^-^y^, d^u -Ayze-,*+!/*


^ = 22í *+»* ;
ox dx^~~ dx* dy ^ ’ dx* dy dz
Uma questão se põe. O resultado da derivação duma função
de várias variáveis depende da ordem pela qual se efectuem as derivadas
sucessivas em relação às diferentes variáveis independentes; por outras
palavras, as derivadas

d^í
dx dy dy dx
ou
y, t) ® ^ /(•r,y, t)
etc.
dx dy dt dt dx dy
serão idênticas?
A resposta a esta pergunta é-nos dada pelo teorema seguinte.
Teorema — Se a função z = f (x, y) e as suas derivadas pardais
f'x. f'y. f"xy ^ í"yx são definidas e contínuas fio ponto M(x, y) e
na vizinhança deste ponto então, neste ponto,
d^f
dx dy dy dx

Demonstração — Consideremos a expressão:


A = [ í { x + à x , y + A y ) —/ ( a : + A x , y)]—
— [f{x, y + Ay) —/(x , y)].
Introduzamos a função auxiliar f (x). definida pela igualdade
(f>(x) = f{x, y + A y)— /(x , y).
FUNCOES DE VARIAS VARIAVEI8 301

Pode-se, então, pôr A sob a forma:


A = ^ { x -\- Ax) — (p(x).
Sendo /« , por hipótese, definida na vizinhança do ponto (z, y),
a função f ( x ) é derivável sobre o segmento [ jc , x + a j c ] ; mas, então,
aplicando o teorema de Lagrange, tem-se:
A = Axq)'(x),
em que x está compreendido entre x e x + Ax.
Mas
fp'ix) = fx{x, y + A y )— flc{x, y).
Por outro lado, f'xy é definida na vizinhança do ponto (x, y),
por conseguinte, /'» é derivável sobre o segmento [y, >» + Ay] e apli­
cando o teorema de Lagrange a esta diferença (relativamente à variá­
vel y), tem-se:
/ ; (í, y + A y ) — fx (x, y) = Ayfxy (x, y),
em que y está compreendido entre y e y -I- Ay.
Obtemos, então, a expressão seguinte para A
A = Ax Ayfxy (x, y). (1)
Mudando a ordem dos termos, ter-se-á
A = [ f { x + Ax, y + A y )— f(x , y + Ay)] —
— [/ (x - f Ax, y) — / (x, y)].
Introduzamos a função auxiliar
^{y) = f{ x + A x , y ) — f{ x ,y ) ,
então.
A = ^ ( y + A y )— ‘^ (y).
Aplicando de novo o teorema de Lagrange, tem-se:
A = Ay-i|)'(y),
em que y está compremdido entre y e y -t- Ay.
Mas ^ =
(y) = fv ( x + Ax, y) — fy (x, y).
Aplicando uma vez mais o teorema de Lagrange, obtém-se:
/ ' (x - f Ax, y) — fy (x, y) = Axfyx (x, y),
em que x está compreendido entre x c x + Ax.
Então. Á pode ser posto sob a ftmna
A = Ay Axfyx {x, y). (2)
302 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Os primeiros membros das igualdade (1) e (2) são iguais a A,


por conseguinte, os segundos membros são iguais entre si; por outras
palavras, _
t^x ts,yfiy{x, y) = à y òixfyxix, y).
donde
fxy y) -- fyx (5, U)-

Passando ao limite nesta igualdade, quando Ax 0 e Ay 0,


tem-se:
lim fxy{x, y ) = lim fyx(X y y).
Ax-í-0
Aj/-^0 Ay-^0
As derivadas fxy e fyx sendo contínuas no ponto (x, y), tem-se:
lim /;;(í, y) = r^'y(x, y ) et y) = fyA x, y).
Aae.-^0 Ax->0
Aj/->0 Ay-^0
Temos, fiiialmente:
fxy{x, y ) = fy x ( x , y),
O que queríamos demonstrar.
9”/
Resulta deste teorema que se as derivadas parciais âx^dy,n - te
9"/ são continuas, então, tem-se
9y""*9x*
97 97
9x* 9i/""* 9y"“ * 9x* ■
Um teorema análogo é verdadeiro para as funções dum número
qualquer de variáveis.
â^u d^u
E xem plo- 4 . Calcular g T d f d z * d ^ d T d i **
u = e^v sen z.
Resolução^
du d^u
— = ye^y scnz ; senz + arye^ scnz = e*v ( 1 + x y ) scnz ;

——d^U— = e^y
ru /4
(1 +t ory)\ cosz ; ‘TI,
dxdydz v • dy =i:e*Vsen z ; -r—
dxdz cos 3 ;
d^u
dy dz d x ~ ^ ^ COSz + xyc*V cos z = é^y (1 + x y ) cos z.

Por conseguintè.

dxdydz dy dz dx
(os exemplos, I e 2, deste pairá^rafo).
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 303

§ 13. Superfícies de nível


Seja no espaço (x, y, z) um domínio D no qual é dada a função
u = u{x, y, z), (1)
Diz-se, neste caso, que no domínio D está definido um campo
escalar. Se, por exemplo, u (x, y\ z) designa a temperatura no ponto
^ {x, y, z) di2-se que está definido um campo escalar de temperatura;

Fig. 175 Fig. 176

se o domínio D está cheio de líquido ou de gás e se m (x, y, z) designar


a pressão, está-se em presença dum campo escalar de pressão, etc.
Consideremos o ponto do domínio D em que a função u (x, y, z)
possui um valor constante c\
u{x, y, z) = c. (2)
O conjunto destes pontos constitui uma certa superfície. Se se
toma um outro valor de c, obtém-se uma outra superfície. Estas
superfícies são chamadas superfícies de nível.
E xem plo— 1. Seja daclo o campo escalar

/ ^ I O-

As superfícies de nível serão, aqui.


Z2

isto é, elipsóides de semi^eixos 2 “] /? , 3 "]/c, 4 l / c .


304 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Se a função u depende de duas variáveis jc e


u = u{x, y),

as «superfícies» de nível serão linhas no plano üxy:


u (x, y) = c, (2)
que se chamam linhas de nível
Se conduzirmos os valores de u sobre o eixo Oz:
Z = u{x, y),
as linhas de nível no plano Oxy serão as projecções das linhas for­
madas pela intersecção da superfície z = u(x, y) com os planos
z = c (fig. 175). Conhecendo as linhas de nível pode-se fàcilmente
estudar a natureza da superfície z = w(x, y).
Exempla — 2. Determinar as linhas de nível da função z = 1 — x* —
As linhas de nível serão as linhas de equações 1 — — y2 = c. São círculos
(fig. 176) de raio — c. Em particular, quando c = 0, obtemos o círculo
X» + y* = 1.

§ 14. Derivada segundo uma dada direcção


Consideremos no domínio D uma função u(x, y, z) e um ponto
M (x, y, z). Tracemos do ponto M o vector 8 cujos cossenos directores
são COS a , cosp, COSy (fig, 177).
Consideremos sobre o vector 8
a uma distância às da sua ori­
gem o ponto Afi (jc + àx, y + ày,
Z + Az). Assim.

A s = V Ax^ +

Suporemos que a função


u(x, y, z) é contínua e possui
derivadas contínuas em relação
às variáveis independentes no
Fig. 177 domínio D,
Do mesmo modo que o fizemos no § 7, representemos o cres­
cimento total da função da maneira seguinte:

Au = — Ax -j- — Ay + — Az + Ax + eg Ay -f £3 Az, (1)


dx dy dz
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 305

em que Ci, Cz, e Ca tendem para zero quando Dividamos


todos os tennos da igualdade (1) por às:
Au du Ax ^ du \ y ^ du Az . Ax Ay . Az
+ ei- A ”1” AAs ( 2)
As dx As dy As dz As As As
É evidente que:
Ax Aí/ Q Az
= cosa, -----= cosp, ----- = cosY.
As As As
Por conseguinte, a igualdade (2) poJe ser posta spb a forma
Au du , du du
: — COS a H----- COS p H------ COS y +
As dx dy dz

4“ Cl COS a
+ Cg COS P + 63 COS y. (3)
Au
O limite do quociente — quando As 0 chama-se d e r i v a d a d a
As
função u = u{x, y, z) no ponto (x, y, z) segundo a direcção do vector
/S,e notado por ^ , isto é,
ds
,. Au du
h m -----= — . (4)
As-^o As ds
Assim, passando ao limite na igualdade (3), obtemos:
du du ^ du o X du
---- = — cosa 4----- cosp -]-------cosY. (5)
ds dx dy dz
Resulta da fórmula (5) que, conhecendo as derivadas parciais,
se pode detenninar fàcilmente a derivada, segundo uma direcção qual­
quer 5. As derivadas parciais apenas são um caso particular da
TL
derivada, segundo uma dada direcção. Por exemplo, se « = 0, jS =
JT ,
7 = -y , obtemos:
du du rx X du Ji , du zi du
---- = ----- C O S 0 4 -------- C O S ------- --------- C O S — = — .*
dx dx dy 2 dz 2 dx
Exemplo — Seja dada a fUnção
w= jc* 4- y* 4- 2*.
Achar a derivada È!L no ponto A f(l, 1, 1):
ds
a) na direcçSo do vector 5 i = 2 < 4 - ^ 4 - 3 f c ;
b) na direcção do vector S 2 = i + J + k .
20
306 CALCULO DIFERENCIAL B O ^EG R A L

Resolução — à) Acham-se os cossenos dkectores do veçtor N i:


2 2 . i 3
cos a= -----> — = ---- 7 = r f COS P'=cx-TT-^=r • cos7=-
V 4+ 1 + 9 V Í4 V Í4 *
Por consegíuinte,
du du du du
âst dx - |/ Í 4 dy di -^/Í4 *
As derivadas parciais no ponto A f(l, 1, 1), serão
du ^ du ^ du -
_ = 2 x . — = 2y, -^=2z;

/ du >\ __2 / du y\ _2
( — \ -—
V dy J m V dz ,fM
Assim,
du 3 12
:2. 2 11 ^
2.
dsi ~ y u ' ■ VT4 V Í4 . y í4 ‘
b) Calculemos os cossenos directores do vectòr S t :

COSa = —— , COS P= COS V = — 7= .


V 3’ "1/3 V3
Por conseguinte.

4 €\
Notemos que, 2 V s > (fig . 178).
1 /1 4

§ 16. Gradiente
Em cada ponto do domínio D onde
é dada uma certa função u = u(x, y, z),
Fig. 178 definamos um vector, cujas projecções
sobre os eixos das coordenadas são os*
valores das derivadas parciais ^ ^ ^ dessa função no ponto
dx dy dz
correspondente:
, du du du .
grad u = — 1-\-----j + ( 1)
dx dy dz
Este vector chama-se gradiente da função u (x, y, z). Diz-se, então,
que no domínio D está definido o campo vectorial dos gtadientes.
Demonstremos o teorema seguinte, estabelecendo a ligação entre o
gradiente e a derivada segundo uma dada direcção.
PUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 307

Teorema — Seja dado um campo escalar u = u (x, y, z) e neste


)sampo escalar o campo dos gradientes
j du . ^ du , ^ du ^
grad u = — -----J-]-------k.
dx dy dz
A derivada ^ segundo a direcção dum certo vector 8 é igual
ds
à projecção do vector grad u sobre o vector 8.

Fig. 179

Demonstração — Consideremos o vector unitário S®, correspondente


ao vector 8 :
8 ^ = i COS a + J COS P + fc COS y.
Calculemos o produto escalar dos vectores grad u t 8^:
grad u- 82^0_= — cos a H----- cosp -|--------cos^y. ( 2)
dx dy dz
A expressão do segundo membro desta igualdade é a derivada
da função u (x, y, z), segundo a direcção 8 , Por conseguinte, podemos
escrever.
gradu«/S = — .
ds
Designando por ^ o ângulo ccmipreendido entre os vectores grad u
e 8^ (fig. 179) podemos escrever:
du
I grad u Icos q) = (3)

ou
, du
pr^o grad u = ---- , (4)
ds
O teorema está demonstrado.
O teorema que demonstramos estabelece uma ligação concreta
entre o gradiente da derivada segundo uma dada direcção. Construamos
no ponto M (jc, y, z) o vector grad u (fig. 180). Construamos a esfera
308 CALCULO DIFBRBNCIAL B INTB6RAL

para a qual grad u é o diâmetro. Do ponto M tracemos o vector S.


Designemos o ponto de intersecção do vector 8 com a superfície
da esfera por P. É, então, evidente que MP = | grad u \ cos <p, se <f
for o ângulo compreendido entre as direcções do gradiente e o seg­
mento MP ^ então, (f < j , isto
i; é. MP = ^
ds
É evidente que quando se inverte a direcção do vector S, a
derivada muda de sinal, logo, o seu valor absoluto não é modificado.
Estabeleçamos certas propriedades do gradiente.
1) A derivada num dado ponto segundo a direcção do vector S
admite um valor máximo quando a direcção do vector 8 coincide
com a do gradiente: este valor máximo da derivada é igual a grad u .
Esta proposição resulta imediatamente da igualdade (3): o valor
máximo — ds será para ^ = 0 e neste caso
du ^ ^
— = |gI r a dA u |.I
ds

2) A derivada, segundo a direcção do vector tangente, à superfície


de nível é nula.
Esta afirmação resulta da fórmula (3).
Com efeito, neste caso.
jt
(p = COS (p = 0

= I grad u I COS q) = 0.
ds
Exemplo — 1. Seja dada a função
lí = X* + {/» +
a) Determinar o gradiente no ponto M (I, 1, 1). A expressão do gra-
diente desta função num ponto arbitrário será
grad u = 2 x i + 2 y J + 2 zk .
Por conseguinte,
(grad u)m = 2 i 2 J + 21c, | grad u \m =
b) Determinemos a derivada da função u no ponto Af (1, 1, 1) na
direcção do gradiente. Os cossenos directores do gradiente serão
2 1
co sa = -
yp+ãã+p - y r
1 I
c o sP = -— , cos Y=
V3 V 3'
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 309

Por conseguinte.

Vi V ã^ 1/3
isto é,
- g - = |g r a d « |.

Nota — Se a função u = u(x, y) p uma função de duas variáveis,


o vector
, du. du
g r,d » = j j í + _ í
está situado no plano Oxy, Demonstremos que o grad u está orientado
perpendicularmente à linha de nível u(x, y} = c, situada no plano Oxy,

e passando pelo ponto correspondente. Com efeito, o coeficiente angu-


Ux
lar kl da tangente à linha de nível u ( jc, y) = c será igual sl ki = --------r .
u
O coeficiente angular kz do gradiente é igual a kz = - r • Ê evi-
Ux
dente que kikz.= — 1.
Isto demonstra a exactidão da nossa afirmação (fig. 181). Esta­
beleceremos uma propriedade análoga do gradiente duma função de
três variáveis no § 6 do Cap. IX.
Exemplo — 2. Determinar o gradiente da função
no ponto M (2 , 4).
Resolução — Aqui,
du _9 du _ 2
~dk l y ~ T ^ m~ 3
Por conseguinte.
grad u = 2 i - \ - ^ j .

A equação da Unha de nível (fig. 183), que passa pelo ponto dado, será

2 3 “ 3 *
310 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

§ 16. Fórmula de Taylor para uma função de duas variáveis


Scj3
Z = f { x , y)

uma função de duas variáveis, continua, bem como as suas derivadas


parciais de ordem (n + 1) inclusivé, numa certa vizinhança do ponto
M(a, b). Pode-se, então, representar (do mesmo modo que no caso
duma função duma só variável independente, ver § 6, Cap. IV), esta
função de duas variáveis como sendo a soma dum polinómio de
grau n segundo as potências inteiras de {x — á) e {y — b) e de um
resto. Vamos demonstrar que para n = 2 esta fóimula é da forma
/ (^» y) — A q D {x — (í) h {y — ó) “f“
1
+ + 25 (X - a) (y - 6) + C (y - bf] + (1)
em que os coeficientes Ao, D, E, A, B, C não dependem de jc e y e
o resto tem uma estrutura análoga à do resto da fórmula de
Taylor para uma função duma só variável.
Apliquemos a fórmula de Taylor à função f(x, y) considerada
como função duma só variável y, sendo x considerado constante
(limitemo-nos aos termos da segunda ordem).

f ( x , y) = f { x , b) + ^ r , ( x , b) +

(y b) ,, (y b)^,,,, /-r 1
+ (2)

em que r}^ ^ b + Q^(y — b \ 0 < 0i < 1.


Desenvolvamos as funções / (a:, 6), fy {x, fc), fyy {x^ 6) segundo
as potências inteiras de (jc — m) pela fórmula de Taylor, limitando-nos
às derivadas mistas da terceira ordem inclusivé:
f { x , b) = f { a , 6) + ? - ^ / ; ( a , + 6 )+
12
(£ -^
(h , b), (3)
1 .2 .3
em que
gi=rz + 0j(a; — a), O<J02<1;
íy (x, b) =? fy {a, b) -|-
, x — a ,„ —
— fyx (o, b) -|- 2 (4)
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 311

em que
^ +63 0 < 0 3 < 1;

íyyix, b)=fyy(.a, b), (5)


1
em que
|3 = a; + e4(a; — a), 0<64<1.
Substituindo as expressões (3). (4). (S) na fórmula (2). temos:

/(« . y) = fifl, ó )-f + fxx{a, 6) +


1 1-2

4- (ii. b) + ^ [/; (a, b) +


1-2-3

+ V ^ /;;(a , + b) +
1 1 *Z

{ y -b )\.
+ b ) + ^ f y y A l > . b) fyyy (^. li)-
1.23
Restabelecendo a ordem da escrita indicada na fórmula (1), temos:
t(x , y) = f{a, 6) + (z — a )/;(a , 6) + (1/— 6 ) / '(a, ó )+

+ ^ [(X - a f / ; ; (a, b) + 2 { x - a ) { y - b) / ” (a, 6) +

+ ( y - 6 ) * /;y K 6) 4

+ 3 (X - a)» (y - 6) ( i„ 6) + 3 (í - a) (y - (^ , b) +
+ (y — fr)Vyyy («. Tl)]. (6)
Esta expressão constitui precisamente a fórmula de Taylor para
n = 2. A expressão

= — b) + 3 ( x - a f ( y - b ) r : ^ y i l „ ó) +
oI

4 ” 3 (j: — a ) (y — 6)* fxyy (^> 4" (y f y y y (^9 'n)l


312 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

é chamada resto. Façamos, em seguida, jc —a = A jc, y — b = Ay,


Ap = y (Ax)* + (Ay)*.
Transformemos /?,:

,Ap=

, AxAi/* r
I ^ r~3~/ar*V.(Í3. b) + ^ J - y ( a , t, ) ] ap ».
Ap^
Dado que | Ax | < Ap, | Ai/ 1< Ap e que, por hipótese, as
derivadas de ordem três são limitadas, então, o coeficiente de Ap*
é limitado no domínio considerado; designemo-lo por ao.
Pode-se, então, escrever:
= aoAp^
A fórmula de Taylor (6), para o caso n = 2, pode, então, ser
posta sob a forma
/ (^. y) = f (a, b) + Ax/; (a, b) + Ayfy (a, b) +

+ (a, b) + 2 A x Ayf-y {a, b) +

-{■Ay%'y(a, &)] + aoAp®. (6 ')


Para qualquer n, a fórmula de Taylor exprime-se sob uma
forma análoga.

§ 17. Máximo e mínimo duma função de várias variáveis


Definição— 1. Diz-se que a função z = /(x, y) admite um
máximo no ponto M q(jco. .Vo), (isto é, quando jc = jco e y = yo), se
y o ) > f ( x , y)
/(^ o.

para todos os pontos (x, j') suficíentemente vizinhos do ponto (xo, yo),
mas diferentes deste ponto.
Definição — 2. Diz-se que a função z = f(x, y) tem um mínimo
no ponto Mo(Xo, yo). se
f(xo, y o X f ( x , y)
para todos os pontos (x, y) suficientemente vizinhos do ponto (xo> yo).
mas diferente deste ponto.
FUNCOES DE VARIAS VARIÁVEIS 313

Ao máximo e ao mínimo duma função chamam-se extremos dessa


função; por outras palavras, diz-se que uma função admite um extremo
num dado ponto, se ela tem nesse ponto um máximo ou um mínimo.
Exemplo — 1. A fuoção
z = (x - 1)* 4- (y - 2)2 - 1
admite um mínimo para jc = 1, y = 2, isto é, no ponto (1, 2). Com efeito,
/( l, 2) = — 1, e como (jc — 1)2 e (y — 2)2 são sempre positivos para jc = ^ 1 ,
y ^ 2 , tem-se
- 1)^ + (y - 2)2 - 1 > - 1,
isto é.
y ) > f { U 2).
Vê-se, na figura 184, a significação geométrica deste resultado.

Exemplo — 2. A função
1
z = y — sen(a:2 + í/2)

admite um máximo na origem das coordenadas (fig. 185).


Com efeito, pjira jc = 0, y = 0

/ ( 0 ,0 ) = 1 .

Escolhamos no interior do círculo = ^ um ponto (x, y\ diferente


0
do ponto (0, 0); então, para 0 < x2 + ^2 i ^

sen (a;2 + y 2) > o


e deste m odo
í { x , y) = y — sen (* 2 + 1/2) < y ,

isto é.
/ (X, y) < / (0, 0).
314 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

Pode-se, igualmente, formular como se segue as d^inições do


máximo e do mínimo.
Façamos X = Xo + A x; y = jfo i r jentão,

/ ( a ; . y ) — f(^o, yo) =
= / (xo + Ax, yo + A y ) — f (xo, yo) = A/.

1) Se A/ < 0 para todos os crescimentos suficientemente peque­


nos das variáveis independmtes, a função f(x, y) admite um máximo
no ponto M(xo, y o) .
2) Se Af > 0 para todos os crescimentos suficientemente peque­
nos das variáveis independentes, a função f(x, y) admite um mínimo
no ponto M { x o , y o ) .
Estas definições são igualmente válidas para uma função dum
número qualquer de variáveis.
m

Teorema— 1. (Condições necessárias para a existência dum


extremo). Se a função z = f (x, y) admite um extremo para os valores
X = Xo e y = yo. então, cada derivada par-
ciai de primeira ordem de z anula-se para
esses valores das variáveis independentes
ou não existe.
Com efeito, fixemos o Valor de y,
y = }■,). A função f (x, yo) será. então, uma
função duma só variável x. Esta função
admite, por hipótese, um extremo (máximo
ou mínimo) no ponto x = jCo, por con-
seguinte,
(I).
(^ |
y^yo
anula-se ou não existe neste ponto. Demonstra-se,
(Q ^\
do mesmo modo, que | — | se anula ou não existe neste ponto.
\^y)x=xo
i/= y o
Este teorema não dá uma condição suficiente para a existência
dum extremo. Contudo, se estamos certos da existência dos extremos,
ele permite determinar os seus valores. No caso contrário, é preciso
fazer um estudo mais detalhado.

Por exemplo, as derivadas ^ + 2jc e ^ — 2y da função z = Jc* — y*


ox oy
anularn-se, para jf = 0,^ y = 0. Mas esta função não tem nem máximo nem mínimo
para estes valores. Com efeito, ela anula-se na origem das coordenadas, mas
toma, na vizinhança imediata deste ponto, tanto valores positivos como valores
negativos. O valor zero, não é, por conseguinte, um extremo (fig. 186).
FUNÇOBS DE VARIAS VARIAVEIS 315

dz dz
Os pontos em que ^ ~ 0 existe) e ^ = 0 (ou não
existe) cbamam-se pontos críticos da função z =^f (x, y). Resulta do
teorema 1 que uma função não pode ter extremo a não ser num
ponto critico.
Para fazer o estudo duma função nos pontos críticos estabele­
çamos as condições suficientes do extremo duma função de duas
variáveis.
Teorema — 2. Seja f(x, y) uma função definidq num domínio
que contém o ponto Mo(xo, yo) e cujas derivadas parciais são contínuas '
até à terceira ordem inclusivé: suponhamos, além disso, que o ponto
Mo(Xo, yo) seja um ponto crítico da função f(x, y), isto é,
dfjxo, yo) Q dfjxo, yo) Q
dx * dy
Então, para x = Xo. y — yo:
1) f(x, y) tem um máximo, se
yo) yo) yo) 0
dx^ dii^
dy \ dxdy )

e ^ 7 (ai). Vo)

2) f(x, y) tem um mínimo, se


yo) yo) ( í'o)_y^Q , ^f{xp, yo) ^ Q .

doi? dy^ V dxdy / dx^


3) f(x, y) não tem nem máximo nem mínimo, se
dy(xp, yo) d"^f{xo, yo) í d^fjxp, yp) V
dx* dy* V dxdu ) < 0;
4) Se yp) d*/(xp, yp) _ / d*/(xp, yp) V ^ ^
dx* dy* \ dxdy )
pode ou não existir extremo (neste caso, o estudo devç ser mais
detalhado).
Demonstração — Escrevamos a fórmula de Taylor para a função
/(x, >■), limitando-se às derivadas de segunda ordem [fórmula (6),
§ 16]. Façamos
a = xp, 6 = yo, x = Xp + Ax, y = yp + Ay.
316 CALCULO DIFERENCIAL E INTBORAL

Temos, então:

/(X o + Ao:, yo +A y) = / (x o , Uo) + + Ay +


ax ay

+i Íl/(^ o . yo) ^ ^ 2 ^ 2
dx dy
AxAy +

^V(3?o» yo) A y * + a o (A p )^
+
dy^
em que Ap = 1 / Ax® + Ay®, e «o tende para zero, quando Ap - » 0 .
Por Úpótese
df (x0, yo) _Q df (xq, yo) _ ^
dx ’ dy
Por conseguinte.
A/ = / (a:o + Ax, yo + Ay) — / (Xo, yo) =

= - ^ [ - ^ A x * + 2 : : ^ A x A y + 44-^í'M +«o(Ap)’. ( 1)
dxdy df
Designemos, respectivamente por A, B, C, os valores tomados no
ponto Mo (xo. yo) pelas derivadas parciais da segunda ordem:

\ dx^ ) Mo ’
(1L\
\dxdy/Mo
=5;
’ \ dy^ / Mo
=C.
Designemos por <p o ângulo formado pelo segmento M qM, em
que M é o ponto de coordenadas M (xo + ^x, yo + A3;), e o eixo Ox;
A A A A
Ax = Ap COS q); Ay = Ap sen <p.

Substituindo estas expressões na fórmula (1), temos:


1
A/ = y (Ap)^ [A COS* q) + cos q) sen q> + C sen* cp + 2ao Ap],

Suponhamos que A ^ O .
Multipliquemos e dividamos por A a expressão entre parêntesis;
temos:
A /= j(Ap)* X

(A COS q> + 5 sen q>)®+ (^C — B*) sen* <p


X 2ao Ap (3)

Consideremos, separadamente, os quatro casos possívm.


FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 317

1) Seja AC — > 0, A < 0. Temos, então, no numerador da


fracção a soma de duas quantidades não negativas. Elas não se anulam
A
ao mesmo tempo, visto que a primeira se anula para tg^ = — 5- e
t>
a segunda para sen ^ = 0.
Se < 0, a fracção é igual a um número negativo, não nulo.
Designemo-lo por — m^\ então.

2 (Ap)* [ — + 2oo Ap],

em que m não depende de Ap, aoAp 0, para Ap 0.


Por conseguinte, para Ap, suficientemente pequeno, ter-se-á:

A /< 0
ou
/ (xo + Ax, yo + Ay) — / (xo, yo) < 0.

Mas então, para todos os pontos (xo + A x , y„+ A y ) suficiente­


mente vizinhos do ponto (xo, yo) terá lugar a desigualdade

/(xo-t-Ax, yo + Ay)</(xo, yo),

o que quer dizer que no ponto (xo, yo) a função /(x, y) admite um
máximo.
2) Seja AC — > 0, A > 0. Obtém-se, raciocinando da mesma
maneira, que:
A/=y.(Ap)*K + 2aoAp]
ou
/ (^0 "t" Ho (*o* !/o)i

isto é, que a função / (x, y) admite um mínimo no ponto (xo, yo).


3') Seja AC — < 0, A > 0. Neste caso, a função não tem
nem máximo nem mínimo. A função cresce, quando se afasta do
ponto (xo, yo). segundo certas direcções, e decresce, segundo outras
direcções. Com efeito, se se desloca ao longo do raio = 0, tem-se:
A/ = i (Ap)* [A + 2ao Ap] > 0;
318 CALCULO DXFERENCLUJ E INTEGRAL

a função cresce quando se desloca ao longo deste raio. Se se desloca


ao longo do raio <f = fo ^onde tg<po = — ^ j,te m -se , quando > 0:

A/ = i(A p )> [ . sen^ço + 2ao Ap < 0;

A função decresce quando se desloca ao longo deste raio.


3") Seja AC — B- < 0 , A < 0 . A função não admite, neste caso,
máximo nem mínimo.
O estudo detalhado é feito da mesma maneira que no caso 3^
3"') Seja AC - B- < 0 , 'A = 0.
Entãp. B ^ O c pode-se escrever a igualdade (2) sob a forma:
A/ = y (Ap)* [sén (p {2B cos (p + C sen <p) + 2ao Ap],
Quando tp é suficientemente pequeno, a expressão entre parêntesis
conserva o seu sinal, visto que ela é vizinha de 2B, logo o factor
sen (f muda de sinal conforme (p é maior ou menor que zero (depois
de ter escolhido ^ > 0 e ^ < 0, pode-se tomar p suficientemente
pequeno para que 2ao não influa no sinal da expressão entre parên­
tesis). Por conseguinte, neste caso, igualmente A/ muda o seu sinal
para diferentes (p, isto é, para diferentes Ajc e Ay. Logo, a função não
apresenta nem máximo nem mínimo neste ponto.
Pode-se, então, qualquer que seja o sinal de A, enunciar a
preposição seguinte:
Se AC — B^ < 0 no ponto (xo, >’o), a função não admite extremo
neste ponto. A superfície que representa gràficamente esta função
pode, então, por exemplo, ter na vizinhança deste ponto à forma
de uma sela (ver mais acima, fig. 186). Diz-se, em casos semelhantes,
que a função tem um mínimo neste ponto.
4) Seja AC — B^ = 0. Neste caso, as fórmulas (2) e (3) não
nos dão nenhuma indicação sobre o sinal de A/. Por exemplo, se
A 9^=0, tem-se:
A/ = -(A p )* l A--------'ÍLIL-------- l i _ + 2aoA pJ;

para ^ = arc tg ( — o sinal de A/ é determinado pdo sinal de


2ao. Deve-se, então, empreender um estudo especicd (por exemplo,
tomando da fórmula de Taylor, um número mais elevado de termos,
ou por um outro processo). Demonstrámos, assim, inteíramente o
teorema 2.
Exem plo — 3. Estudar os máximos e mínimos da função
2 ?= * * — « y + y* + 3* — 2y + 1.
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 319

Resolução — 1. Determinemos os pontos críticos:


^ = 2 x - y + 3; -g -= -z+ 2 y -2 .
Resolvendo o sistema de equações
2 x -y + 3=0, I
— ^ + 2y—2 = 0, J
achamos:
4
r= -^ ;
2. Calculemos os valores das derivadas parciais de segunda ordem, no
ponto crítico ^ ® estabeleçamos a natureza deste ponto crítico:

A - dx'2~^^
^-2- d^z
dx dy~
1; C =dy^
^ = 2;
— ^2 = 2 . 2 — ( — l)2 ::r r 3 > 0 .

4 1 \
(— — j a função tem um mínimo que
6 igual a 4

Exemplo — 4. Estudar os máximos e mínimos da função


Z = y ^ - 3xy.
Resolução— 1. Determinemos os pontos críticos, utilizando as condições
necessárias para a existência dum extremo:

Í = 3 .2 _ 3 ,= 0
dz
dy
=
Obtemos os dois pontos críticos:
3 i= 0 . !
x\ = i , yi = 1 e X2 = 0, ^2 = 0,
2. Calculemos as derivadas parciais de segunda ordem:
d^z d2z
dx^ ’ dx dy 3-
3. Estudemos a natureza do primeiro ponto crítico:

v=l V=1

^ C _ í ?2 = 3 6 _ 9 = 2 7 > 0 ; ^>0.
Por conseguinte, a função admite um mínimo no ponto (1, 1); o valor
da função neste ponto é:

v=i
320 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

4. Estudemos a natureza do segundo ponto crítico M 2 (0, 0):


^ = 0; B = — 3; C = 0;
= — 9 < 0.
Por conseguinte, o segundo ponto crítico não é, nem um mínimo
nem um máximo (minimax).
Exemplo— 5. Determinar três números positivos, cuja soma é igual a
um número positivo a e cujo produto é máximo.
Resolução— Designemos, respectivamente, estes três números por x, y, c
a — jc — O seu produto é, então, igual a
u = x - y (a — X — y).
Por hipótese, jc > 0, y > 0, a ^ x— y 0, isto é, x + y Kq, m > 0.
Por conseguinte, jc e y tomam valores pertencentes ao domínio limitado pelas
rectas jc = 0, y = 0, x + y =
Calculemos as derivadas' parciais da função u:

^ ^ y (a -2 x -y ),

- g - = x ( a - 2í , - z ) .

Igualando estas derivadas a zero, obtém-se o sistema de equações:


y { a — 2x — i / ) = 0 ; x { a — 2y — x ) = 0 .
Resolvendo este sistema, obtém-se os pontos críticos:
^1=0, í/i = 0, Ml (0,0):
^ Z = 0, í/2 = ^ » -^ 2 (0 , a)
xz^a, yz = 0, M z ( a , 0)
a a UM ( o. a \
*4— 3 . Ví— 3 , <-J) ’
Os três primeiros pontos estão situados sobre a fronteira e o último
no interior do domínio. A função u é positiva no interior do domínio e
anula-se sobre a fronteira; por conseguinte, a função u admite um máximo
no ponto (é o único extremo no interior d o triângulo). O valor
máximo do produto é, pois:
_ a a / a a \

Estudemos a natureza dos pontos críticos (servindo-nos das condições


suficientes da existência dum extremo). Calculemos as derivadas parciais de
segunda c^dem da função u:
d^u d^u ^ ^

. d^u d^u
No ponto A fi(0, Ó), temos ^ = 5 -2 = 0; ® a; C - dy% - 0 ;
dx2
A C — D2= 0.
PUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 321

Por conseguinte, no ponto não há nem máximo nem mínimo. N o


d'^u â^u d^u
ponto Afg (0, a), temos A = = — 2a; B = - ^
âx dy = — a; C = ^ày^ = 0;
AC —B ^= —a^C0,
Por conseguinte, no ponto não há nem máximo nem mínimo. N o
ponto M 3 (a, 0), temos = 0; B = — a: C = — 2a ;
AC — CO.
N o ponto M 3 não há, igualmente, nem máximo nem mínimo. Temos no

A C -B 2 = ^-^> 0 ; A <0.
Por conseguinte, a função admite um máximo no ponto

Nota — A teoria dos máximos e dos mínimos das funções de


várias variáveis está na base dum método para obter as fórmulas
que permitem representar as dependências funcionais segundo os dados
experimentais. Esta questão «Estabelecimento duma dependência fun­
cional a partir dos dados experimentais pelo método dos mínimos
quadrados» está exposta no Anexo, no fim do 1 volume.

§ 18. Máximos e mínimos das funções de várias variáveis


submetidas a certas condições (máximos e mfnimos ligados)
Muitas vezes o problema da determinação dos maiores e dos
menores valores duma função resume-se na procura dos máximos
e dos mínimos duma função de várias variáveis que não são indepen­
dentes, mas ligadas entre si por certas condições suplementares (por
exemplo, sujeitos a verificar certas equações).
Consideremos, por exemplo, o seguinte problema. Pede-se para
fabricar uma caixa paralelipipédica de volume máximo com uma folha
de chapa metálica de superfície 2a.
Designemos, respectivamente, o comprimento, a largura e a
altura da caixa por jc, y, z. O problema resume-se, por conseguinte,
na procura do máximo da função
v = xyz,
em que x, y, z verificam a condição 2xy + 2xz + 2yz = 2a.
Estamos, pois, em presença do problema da procura dos extre­
mos ligados (♦): as variáveis x, >’, z estão ligadas pela relação

{*) Por oposição ao extremo usual que se chama também extremo livre.
21
322 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

2xy + 2xz H 2yz = 2a. Vamos considerar neste parágrafo os métodos


de resolução dos problemas deste género.
Consideremos primeiramente o problefna de um extremo ligado
duma função de duas variáveis quando elas não estão ligadas entre
si a não ser por uma só condição.
Seja calcular os máximos e os mínimos da função
u= í{x, y), (1)
em que x t y estão ligados pela equação
q)(x, y) = 0. (2>
A condição (2) implica que só uma das variáveis x t y é inde­
pendente, por exemplo, jc, pois y é, então, determinado a partir da
igualdade (2) como função de x. Se se resolve a equação (2) em
relação a y, e se se substitui na igualdade (1) a expressão encontrada
para y, u será função duma só variável jc e o problema será assim
reduzido ao estudo do máximo e do mínimo duma função duma só
variável independente x.
Mas pode-se resolver o problema posto sem que seja necessário
resolver a equação (2) em relação a jc ou a y. A derivada de em
relação a x deve-se anular para os valores de jc onde a função u
é susceptível de admitir um máximo ou um mínimo.
Calculemos — a partir de (1), sabendo que y é uma função de jc:
dx
du_
dx dx dy dx
Por conseguinte, nos pontos de extremo

( 3 )

dy dx
Obtém-se a igualdade (2):
■ d<f dy _ Q
( 4 )

dx dy dx
Esta equação é satisfeita para todos os jc e que verificam a
equação (2) (ver § 11, Cap. VIII).
Multipliquemos todos os termos da igualdade (4) por um coefi­
ciente indeterminado X e juntemo-los aos termos correspondentes da
igualdade (3). Obtemos

V dx dy dx) V dx dy d x)
VARIAS V A R IA V EIS 323
on

(#
V dy
\ & = 0.
dy )' dx
(5)

Esta igualdade tem lugar para todos os pontos em que houver


um extremo. Escolhamos A de maneira que para os valores de x e
onde a função u ^ apresenta um extremo, o segundo parêntesis da
igualdade (5) se anule (♦)

dy dy
Mas, então, para estes valores de x e de y resulta da igual­
dade (5) que
Ü + I Í ! L = 0.
dx dx
Assim, nos pontos do extremo as três equações

dx dx
( 6)
- ^ + A - ^ = 0,
dy dy
q)(x, í/) = 0

a três incógnitas x, y\ A são verificadas. A resolução destas equações


dá-nos as incógnitas x, y, e A que apenas desempenharam um papel
auxiliar e de que já não teremos necessidade.
É claro que as equações (6) são as condições necessárias para
a existência dum extremo ligado, isto é, em todo o ponto de extremo
as equações (6) são verificadas. O recíproco não é verdadeiro porque
a função pode não ter extremo ligado para os valores correspondentes
de X, y e A tirados das equações (6). É-se, pois levado a empreender
um estudo detalhado da natureza do ponto crítico. Resolvendo pro­
blemas concretos, pode-se, por vezes, determinar a natureza do ponto
crítico segundo o próprio carácter do problema. Notemos que os
primeiros membros das equações (6) são as derivadas parciais em
relação às variáveis x, y, A da função
F {x, y, K) = f (x, y) + X(p (x, y). (7)

(♦) Para fixar ideias, suporemos que nos críticos


d(p
#=0.
~W
324 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Assim, para obter os valores á t x t y que verificam a condi­


ção (2) para os quais a função w = / (jc, y) admite um máximo ou
um mínimo ligado, é preciso formar a função auxiliar (7), igualar
a zero as suas derivadas parciais em relação a x, 3^, X e determinar
as incógnitas x, y (bem como o factor auxiliar X) das três equações (6)
assim obtidas. Este método pode ser fàcilmente generalizado à deter­
minação dos extremos ligados duma função dum número qualquer
de variáveis.
Seja determinar os máximos e os mínimos da função u = f (xi,
X2, . .. Xn) de n variáveis Xi, Xa........ Xn sujeitas a verificar as m
equações (m < ri):
(Pi (xj, X2 , . . 0,
X ji) —

^^2 (^1 » ^2» •••» = 0»


(8)
(^1» ^2» • • •» ^n) = 0.
Para encontrar os. valores de Xi, Xa, .... Xn susceptíveis de dar
máximos oü mínimos ligados desta função, deve-se formar a função
auxiliar
F (Xj, X2, ...» Xyi, Xj, ...» Xyyj) = / (Xj, ...» Xj^) -|-
+ ^1^1 (^1» • • •» ^n) + ^^2 (^1» • • •» ^n) + • • •

igualar a zero as suas derivadas parciais em rdação a Xi, Xn


df
K , - ^ + . . . + K n ^ = 0,
dxi oxi dxi

0,
dXi dX2 dX2 (9)

df
= 0
dXn dXn dXn
e determinar m + n equações (8) e (9) Xi, Xa....... Xn e as incógnitas
auxiliares Xi, .... X^. Tal como para uma função de duas variáveis,
a questão de saber se aos valores encontrados das variáveis cor­
responde verdadeiramente um máximo ou um mínimo da fu n ^o ou
se esta última não admite extremo neste ponto fica sem resposta
no caso geral. Esta questão será resolvida com 0 auxílio de consi­
derações particulares decorrentes de cada problema concreto.
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 325

Exemplo— 1. Voltemos ao problema considerado no começo deste pará­


grafo: achar o máximo da função
V = xyz
se as variáveis x, y, z estão sujeitas a verificar a relação
xy xz yz — a = 0 (x > 0, y > 0, z >► 0). (10)
Formemos a função auxiliar
F (x, yy X) = xyz X (xy + xz yz — a).
Calculemos as suas derivadas parciais e igualemo-las a zero:
yz + X (y + z) = 0y \
xz + A, (x + z ) = 0 , > (11)
xy -^X (x-{- y) = 0. J
O problema reduz-se, pois, à resolução do sistema das quatro equa­
ções (lü) e ( 1 1 ) a quatro incógnitas (x, y, z e X). Para resolver este sistema
dc equações, multipliquemos a primeira equação de (11) por x, a segunda
por V, a terceira por c e juntemos as expressões assim obtidas. Servindo-nos
da equação (10), obtemos A. = — Substituamos este valor de X na
2a
equação (11); temos:

(!/ + «)] -=0,

Visto que x, y e z. segundo a natureza do problema, são diferentes


de zero, deduz-se destas equações, que

+ ^ { x + z) = l , | i ( x + í , ) = l.

Das duas primeiras equações, obtemos .v = y, da segu n d ^ e da terceira,


V = z. Mas, então, resulta da equação (10), a= y = z= *
Obtivemos, assim, o único sistema de valores das variáveis x, y, e z,
para os quais a função é susceptível de ter um máximo ou um mínimo.
Pode-se demonstrar que este ponto é, precisamente, um ponto máximo.
Isto resulta, igualmente, de certas considerações geométricas (sendo as con­
dições do problema tais, que o volume da caixa não possa ser infinitamente
grande; deve ser, por conseguinte, máximo para certos valores das dimensões
dos lados).
O volume da caixa é, pois, máximo quando ela tem a forma dum

cubo de areata
V i '
Exemplo — 2. Determinar o valor máximo da raiz índice n do produto
dos números x,, x.,, x^, se a soma destes números for igual a um número
326 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

dado a. Pode-se, pois, pôr o problema da maneira seguinte: pede-se para


n -------------
determinar o máximo da função u — > a-i . . . j:,, , se as variáveis jc,,
forem sujeitas a verificar a relação

^1+ 3:2+ ••• +®n—a = 0 ( 12)


(x i> 0 , i2 > 0 , .... i„ > 0 ).
Formemos a função auxiliar

F (Xj, ..., k) - y Xi ,,, Xn~{-K (^1 -t - - ^2+ ••• — ^)*

Calculemos as derivadas parciais

J2-«-3 • • ‘
n—1 — X — —
n xj
_L X - 0 ou u - - — n k x i,

(Xi ... ”
ou u = — nkx‘2»
*^2 n X2

— -^X=--0 ou u — — nkxji.
// Xn
Resulta destas últimas igualdades:

Xi ~ X2 ~ = x„
e em virtude da equação (12), obtemos
a
X^z^X2=^...^
n

A natureza do problema dita-nos que neste ponto crítico a função


> x^ , , , Xf^ apresenta um máximo igual a — . ,
TI
Por conseguinte, todo o sistema de números positivos Xg, x ^ que
verificam a relação x^ + X2 -b ... + x„ = «, satisfaz a desigualdade

>/ Xi . . . — ( 1 3 )

^ sendo — o maior valor desta função j Substituindo na desigualdade (13)


a pela sua expressão tirada da igualdade (12), obtém-se:

ijx a . . . x„ < £ t ••• +



_
• ( 1 4 )

Esta desigualdade tem lugar para todos os números positivos x^, Xj, ..., Xn-
O primeiro membro da desigualdade (14) chama-se média geométrica desses
números. Assim, a média geométrica dum número finito de números posi­
tivos não é superior à média aritmética desses números.
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 327

§ 19. Pontos singulares duma curva


Emprega-se. igualmente, as derivadas parciais para o estudo das
curvas.
Seja
F{x, y) = Q
a equação duma curva.
O valor do coeficiente angular da tangente à curva é dado pela
fórmula
dF
dx
dx dF
dy
(ver § 11. Cap. VIII).
Se pelo menos uma das derivadas parciais — t ^ não se
^ ^ d x d y
anula no ponto dado M (x, y) tomado sobre a curva, a quantidade ~
dx
ou — é, então, bem determinada. A curva F {x, y) = 0, tem,
dy
pois, neste ponto, uma tangente bem determinada. Diz-se, então, em
casos semelhantes, que M{x, y) é um ponto simples da curva.
Se pelo contrário o ponto Mo Uo. yo) é tal, que:

(— ) =0 e (— ) =0,
\ dx /x=xo
=Xo \ dy /x=xo
y=Vo y=Uo
o coeficiente angular da tangente é indeterminado.
Definição — Chama-se ponto singular duma curva F (jc, y) = 0
dF dF
ao ponto Mo úo, yo), onde as derivadas parciais - -- e --- se anulam.
óx dy
Resulta da definição que os pontos singulares são definidos pelo sistema
de equações
F = 0\ — = 0; — = 0.
dx dy

É evidente, que todas as curvas não têm, necessàriamente, pontos


singulares. Por exemplo, para a elipse

9. ^ i 9
328 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

temos, evidentemente.
dF 2x dF 2y
dx ày

As derivadas — e — não se anulam a não ser no ponto x = 0,


dx dy
y = 0, que não pertencem à elipse. Por conseguinte, a elipse não tem
pontos singulares.
Sem empreender um estudo detalhado do comportamento duma
curva na vizinhança dos pontos singulares, limitar-nos-emos a con­
siderar alguns exemplos de curvas que têm pontos singulares.
E xem plo— 1. Estudar os pontos singulares da curva
— X (x — a)^ = 0 (a > 0).
Resolução — N o caso dado F(jc, y) = — x ( x —a)^ e, por consequência,

- |f = ( x - a ) ( a - 3 x ) ;
Resolvendo o sistema das três equações:

/•(x .,)= 0 . ^= 0. ^= 0.
obtemos:
Xq — a, pq — 0.
O ponto Mç^(a, 0) é, por conseguinte, um ponto singular.
Estudemos o comportamento da curva na vizinhança do ponto singular
e construamos esta curva.
Escrevamos esta equação sob a forma
y = ± ( x — a) "j/x.
Vê-se, desta fórmula, que a curva: 1) não é definida a não ser para
X > 0; 2) é simétrica em relação ao eixo Ox; 3) corta o eixo Ox nos pon­
tos (0, 0) e {a, 0). Este último ponto é um ponto singular.
Consideremos, primeiramente, a parte da curva correspondente aos valores
positivos:
y = ( x — a) y x ' .

Calculemos as derivadas de y de primeira e da segunda ordem em


relação a x: „
, 3x — a „ 3 x -f-a

Para x = 0, tem-se y' = oc. Por conseguinte, a curva é tangente ao


a
eixo Oy na origem das coordenadas. Para x = . tem-se y' = 0, y" > 0,
ã
isto é, que a função y apresenta um minimo para ^
2a - , / T
T-
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 329

Sobre o segmentò 0 < < a, tem-se y < 0; para jc > , y' > 0; quando
3
> 00, j —> 00. Para x = a, y' = ^^ã, isto é, o ramo da curva y = + (x — a)
V I T tem por tangente no ponto singular Afo (n, 0) a recta
y = ^ a ( x — a),
O segundo ramo da curva y = — (a- — a) V I T sendo simétrica da primeira
em relação ao eixo Ox, a curva tem, por conseguinte, uma segunda tangente
no ponto singular, definida pela equação

y= — «)•
A curva passa duas vezes pelo ponto singular. Um ponto que apresenta
uma tal particularidade chama-se ponto duplo. A curva considerada está repre­
sentada na figura 187.

Fig. 188

Exemplo — 2. Estudar os pontos singulares da curva (parábola semicúbica)


^2 _ X3 _ 0.
Resolução — Determina-se as coordenadas dos pontos singulares a partir
do sistema de equações:
= 3x^ = 0; 2y = 0.
Daí resulta que o ponto (0. 0) é um ponto singular.
Ponhamos a equação considerada sob a forma
y = ± l/Jã.
Para construir esta curva procedemos da maneira seguinte: estudamos
primeiramente o ramo da curva correspondente aos valores positivos; o ramo
correspondente ao sinal menos não exige um estudo particular, visto que, ele
é simétrico do primeiro ramo em relação ao eixo Ox,
330 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

A fuAçâo y apenas é definida para x > 0» ela é não negatíva e cresce


com jt.
Calculemos as derivadas primeira e segunda da função y = V ^ *
1
4 Va:
Para jc = 0, tem-se y = 0, y' = 0. Por conseguinte, o ramo considerado
da curva tem por tangente na origem das coordenadas a recta y = 0. O segundo
ramo da curva y = — passa igualmente pela origem das coordenadas e
tem também por tangente nesse ponto a recta y = 0. Por conseguinte, os
dois ramos da curva passam pela origem das coordenadas, y têm uma mesma
tangente e estão dispostas simètricamente dum e doutro lado desta tangente.
Um ponto singular desta espécie chama-se ponto de reversão de primeira
espécie (fig. 188).
Nota — Pode-se considerar a curva y^ — = 0 como um caso limite
da curva y^ — x ( x — a)^ = 0 (considerado no exemplo 1), para u 0, isto é,
quando o arco se contrai até ser reduzido a um só ponto.
Exemplo — 3. Estudar a curva
(y - - X® = 0.
Resolução — Determinam-se os pontos singulares a partir do sistema de
equações
4x {y — x2) - = 0; 2 {y — x^) = 0.
Este sistema tem uma solução única: x = 0, y = 0. A origem das
coordenadas é, por conseguinte, um ponto singular.
Ponhamos a equação considerada sob a forma
y = x^ dz
Daí resulta que x é susceptível de tomar todos os valores compreendidos
entre 0 c -f-
Calculemos as derivadas primeira e segunda:

y '= 2 x ± ^ V x 3 -
Estudemos, separadamente, os ramos da curva que correspondem respec­
tivamente ao sinal mais e ao sinal menos do radical. Nos dois casos, para
jc = 0, temos y = 0, y' = 0. Por conseguinte, o eixo Ox é uma tangente pari
os dois ramos Ja curva.
Consideremos, primeiramente, o ramo
y^x2 + “|/Í5.
Quando x cresce de 0 a oo, >* cresce de 0 a oo.
O segundo ramo
y = x2 —1 / ^
corta o eixo Ox nos pontos (0, 0) e (1, 0).
A função y = jc2 — ^ apresenta um máximo para ^
JC - h 00, y — 00.
Os dois ramos da curva passam pela origem das coordenadas; elas
têm uma tangente comum e estão dispostas do mesmo lado da tangente
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 331

na vizinhança do ponto de tangência. Um tal ponto singular chama-se ponto


de reversão de segunda espécie, O gráfico da funçfio considerada está repre­
sentado na figura 189.

Exemplo — 4. Estudar a curva


1/2 — = 0.
Resolução — A origem das coordenadas é um ponto singular. Para estudar
a variação da curva na vizinhança deste ponto singular p o isa m o s a equação
da curva sob a forma
y = ±L V í—
A curva é simétrica em relação aos eixos das coordenadas, visto que
na equação da curva apenas entram potências pares das variáveis e, por

conseguinte, basta estudar a curva para os valores positivos de jc e y. Resulta


desta última equação que x varia de 0 a 1, isto é, 0 < x < 1.
Calculemos a derivada do ramo da curva cuja equação é
í/ = -|- V 1 •
. :r ( 2 - 3 x 2 )
^ l/íiT ir
Para ;c = 0, tem-se y = 0, y' = 0. A curva é, pois, tangente ao eixo Ox
na origem das coordenadas. Para x = 1, y = 0. y' = oo; por conseguinte, no
ponto (1, 0) a tangente à curva é paralela ao eixo Oy. Além disso, a função

admite um máximo para x = j / | (fig. 190).


Na origem (no ponto singular) os dois ramos da curva são tangentes.
Um ponto singular deste género chama-se ponto de tangência.

Exemplo — 5. Estudar a curva


í/2 - x2 (x 1) = 0.
332 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Resolução — Os pontos singulares sAo determinados a partir do sistema


de equações:
y2 _ 1) = 0 ; — 3x* + 2x = 0, 2y = 0.

Este sistema admite para soluçfto x = 0, y = 0. O ponto (0, 0) 6, por


conseguinte, um ponto singular da curva. Ponhamos a equação da curva sob
a forma
»= y * —1.
£ evidente que x pode tomar todos os valores compreendidos entre 1 e oo,
bem cómo o valor zero (neste caso y 0).

Estudemos o ramo da curva correspondente ao sinal mais do radical.


Quando x cresce de 1 a oo, y cresce de 0 a oo. A derivada de y é

y= 2 y i = r i
S x— 2

Para x = 1, tem-se y' = oo. A tangente à curva no ponto (1, 0) é, pois,


paralela ao eixo Oy.
O segundo ramo da curva (correspondente ao sinal menos do radical)
é simétrico ao primeiro em relação ao eixo Ox,
As coordenadas do ponto (0, 0) verificam a equação da curva, mas
nenhum outro ponto da sua vizinhança pertencem à curva (fig. 191).
Neste caso, chama-se a um ponto singular deste género ponto isolado da curva.

Exercícios

Calcular as derivadas parciais das funções seguintes:


1. z = x2sen * y . Resp. - ^ = 2 x s e n 2 y ; ^ = z x ^ s e t í ^ 2 y .

2. z = Resp. ; A = * V * .2 y L og*.
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 333

3. Rcsp. 4 íi= 2 y ^ * * + í'* + ^ * ; — =


àx dy dz

4 . U— *]/x 2 + y 2 _^22. Resp.


__ X
dx “j / x 2 _ | - y 2 _ | _ z 2

y dz X
5 . 2 = arc tg (xy). Rcsp.
dx l+ x 2 y 2 ’ 1+ X2y2
X
6. 2 = arc tg — . Resp. —
®X dx x2.-|-y2 * dy x2 -[-y2 •

#77. z= T
Log T/^*+y^—^ D
" V ' ^ ------- . Rcsp. 2 dz 2x
yx* + j,a+x ôx y í ã q r ^ ’ dy y y i» + j,2 ‘
z
o8. u = z e ^V +%e ^y . T
È
Rcsp. — =r—
du
1 e^V ; — = -----^-- e V
1*'/ ; du
^ eV
*'------^ - 1 y
—e
dx y dy
ày y2 |^2 y
dz 1 dz
9 . z —arc sen (x -j- y ). Resp,
dx ■l / l — (x + J,)2 «íy

, , / x2—J/* „ dz dz —y
10. Z = a r c t g |/ - ^ . R e s p .- g ^
X x ^— y4 ^y "[/x4—

Calcular os diferenciais totais das funções seguintes:


11. Z:^x2 4-xy2_|_scn y. Rcsp. dz = (2x + y 2 ) dx + (2 x y + cOS y) dy.
12. z = Log (xy). Resp. dz= .
X y

13. z — Rcsp. dz ~ 2^^^"^*^^ • (x dx-f- y dy),


3dx , / 1
14. u ^ t g ( 3 x — y) + 6*'+^. Resp. du~ COS2 (3jj COS2 (3x_y)
4- 6^“^* Log 6 j dy -f- õ*' Log 6 dz.

ydx—xdy
15. í/?“- arc «<ín — . Resp. do; — ";— . -■ / » =F •
» U lV y® —a;*
16. Calcular / ; ( 2 , 3) e /;,(2 , 3), se / (x, j,). xH -y® . Resp. / ; (2, 3) = 4 ,
/ ' (2 ,3 ) = 27.
1 1
17. Calcular d /( x , j/) para x 1, y — 0 ; d x = - — , d y — - ^ , $e / ( x , y) =

- - |/ x 2 + y2. Resp. y .

Determinar para pequenos valores absolutos das variáveis x, y, z uma


fórmula aproximada para as expressões:

18
-V (T W T 7 )-
/" 14- X 1
I!). 1 / Tq -^+z • 1 í-Y (^ -y -^ )-
334 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

dz dz
20. Calcular — c ^ , sc z = u-{- v^y u -- sen v = Log (x y)^
^ dz í dz 1
Resp. — =r2x + 2 y — ^— ; — = c o s y + 2 i;— ^— .
dx x ^ y ' dy ^ ' x-\-y

21. Calcular dz T 1 -f _ dz
T + ÍT ’ ^ - - co sx; í; cosa:. Resp. -— =
dx

2 cos2 Y

22. Calcular e , se z— u—
-s c n x y v = x ^ 4 - y ^ . Resp. - ^ =
ax oy dx
dz
^^e^-2i>(cosa: — 6x2) ; — r=e^-^^(0— 2 - 2 y ) = — ^ye^-^^.

Calcular as derivadas totais das funções seguintes:


n dz
23. z = arc sen (m+ í^) ; u = = sen x co sa ; cos x sen a . Resp. — 1.

si 2 * n — ^ < i 4 a < 2 f e j t + ; . ^ = — 1, se 2Arn + - ^ < z + a < (2 A ; +

4 1) « + 1 .
(y — z) _ du
24. u -r------——- — ; y = a sen X \ Z -- cos x. Resp. - 3— — sen x.
^ dx
23. z = L o g (l — «*); * = V se n O ; - ^ = — 2 t g 0 .

Calcular as derivadas das funções implícitas de x dadas pelas equações:

dy Ò2 X
26.
a2 + 62 = Resp.
da: a2 ^
x2 62 X
27. : t ^ - . ^ = l . R e s p . ^ = ^ - .
a2 62 dx «2
28. y * -- x í/. Resp.
ífy —y^Logy
dx xy^~^ — xí^L ogx*
29. s e n ( ^ j ,) - e * i / - x 2 j ,= 0 . Resp. ^ iÜ £ ? 4 M r i* * ''r : 2 x |
dx x [ x + ^^^— co s(x i/)l
dz dz dz c2x d3
30, -fl2
í i 4 Í62Í j1
C2 dx dy ’
c2y
bH
dw dw _ dw; cos 2 aw dw
31. u — y t g a a ; ~ 0 ; Calcular
du InT- du av ’ dv
SCn2aw
2av

32. 22 _j_ — = :y " y 2 _ 3 2 mostrar que x 2 4“ = — •


X ^ dx y dy z
33. , mostrar que x ^ - \ - y qualquer que seja a função
derivável F.
FUNÇÕES DE VARIAS VARIAVEIS 335

Calcular as derivadas parciais da segunda ordem:

34. z — x^— 4x 2y - |- 5 y 2 . Resp. « d^z


dx^ =6x —81/; dy dx
35. z = e^ Log y + sen y Log x. Resp.
d^z seo y d^z
I.og y — -+
dx^ dx dy
COS y d'^z
— ^ — sen y Log x.
X * dy'^

36. Mostrar que se u = ■— V — .então, Í ! ü 4- ü f i . i . ü ü = o .


1 / x 2 -^^ 2_}_22 ^ dy^ ^ dz^
X2y2 c^2z d'^z
37. Mostrar que sez —
= — -T— s então, X -] y ———
X -j- // dx^ dx dy

d^z d^z _
38. Mostrar que se z ^ L o g (j:2 4 j/2)^ então, : 0.

d^z d^z
39. Mostrar que se 2 = (p (i/4 -a x ) 4 ^ (í/ — então. .0 =0 quais-
oyz« óxz
quer que sejam as funções arbitrárias 9 e ^ deriváveis até ã segunda ordem.
40. Calcular a derivada d a função z= 3 — j c y -h y s no ponto Af ( l , 2)
jc^

segundo uma direcção formando um ângulo de 6 0 ’ com o eixo O at.


11 V T
Resp. 5 -
2
41. Calcular a derivada da função z = 5x^ — 3jc — y — 1 no ponto M (2, 1)
segundo a direcção da recta que une este ponto ao ponto N (5, 5).
Resp. 9,4.
42. Calcular a derivada da função f{x, y) segundo as direcções: 1 ) da bis-
sectriz do ângulo das coordenadas Oxy. Resp. -J l_ M ^ ; 2) do eixo
gf -1 / 2 \ d x ^ d y !
_^^dds X negativos. Resp. _ - - ,
àx /2 4 \
43 . f (x, y) = + 3x^ 4 - 4xy 4 " Mostrar que no ponlo M ^ j a
derivada é igual a zero segundo qualquer direcção («função estacionária»).
44. Determinar entre os triângulos que têm um mesmo perímetro 2p aquele
cuja superfície é maior. Resp. O triângulo equilátero.
45. Determinar entre os paralelepípedos rectângulos de dada área 5 aquele
cujo volume é maior. Resp. O cubo de aresta / ! ■

46. Calcular a distância entre duas rectas do espaço de equações

l u L — y — ^ * y ^ iiM n V 2
— j— y - T * — ’
Estudar o máximo e o mínimo das funções

47 . z = x^y^{a — x — y). Resp. z é máximo oara ; y= -^ ,

48. z = x ^ - \ - x y - \ - y ^ - \ - ^ + ^ . Resp. z é mínimo para x = y z


X y
n *
336 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

=..sena: + sen y + s e i i( x + y ) ;Resp. z 6 máximo

para x^^y = — .

50. z = sen x sen y sen ( x + y ) (0 - 0 < y < J i). Resp. z é máximo


para x = y = - ^ .

Obter os pontos singulares das seguintes curvas, estudar a natureza desses


pontos singulares e formar a equação das tangentes nesses pontos:
51. X* + — Saxy = 0. Resp. Af„ (0, 0) é um ponto múltiplo; equações das
tangentes: ;r = 0, > = 0.
52. a*y^ = x* {à^ — x^). Resp. A origem é um ponto de tangência. Tangente
dupla = 0.
x3
53. y 2 ^ —— Resp. M q ÍO, 0) é um ponto de reversão de primeira espécie;
= 0 é a equação da tangente.
54. (9 — x^). Resp. Af^ (0, 0) é um ponto múltiplo; equações das tangen­
tes; y = ± 3x.
55. X* — 2ax^y — axy^ + a^x^ — 0. Re!sp. Af^ (0, 0) é um ponto de reversão de.
segunda espécie; ys = 0 é a equação da tangente dupla.
56. y* (a* + x*) = x* (a* — x*). Resp. Af□ (0, 0) é um ponto múltiplo; equações
das tangentes: y = :r x.
57. ò*x* + = x*y3. Resp. Af„ (0, 0) é um ponto isolado.
5 8 . Móstrar que a origem das coordenadas é um ponto terminal para a
curva y = X Log x e que neste ponto o eixo Oy é tangente à curva.
^9. Mostrar que a origem das coordenadas é um ponto múltiplo da curva
X , A s tangentes neste ponto são: à direita y = Or à esquerda
y=- j_
l + e*
y=*.
Capítulo IX

APLICAÇÕES DO CALCULO DIFERENCIAL


NA GEOMETRIA DO ESPAÇO

§ 1. Equação duma curva no espaço


Consideremos o vector OA = T unindo a origem das coorde­
nadas a um ponto variável A (ar, y, z) (fig. 192). Este vector diama-se
raio vector.
Exprimamos este vector com o auxílio das suas projecçÕes sobre
os dxos coordenados:
f + y j + zk. (1)
Suponhamos que as projecções do vector r são funções dum
certo parâmetro t:
X = (p ( í )

(2)
■]
A fórmula (1) pode ser. então, posta sob
a forma
. r = (p it)i + '<í>(t) J + x ( t ) k (!')
OU
r = r (t). ( 1" ) F ig. 192

Quando / varia, as coordenadas .r, y, z variam e o ponto A,


extremidade do raio vector r , descreve no espaço uma determinada
curva que se chama odografo do vector = r ( í ) . As equações (10
e (1'0 chamam-se equações vectoriais duma curva no espaço ou curva
empenada. As equações (2) chamam-se equações paramétricas duma
curva empenada. A cada valor de estas equações fazem corresponder
valores bem determinados , das coordenadas jc, y, z dum certo ponto
da curva.
Nota — Pode-se igualmente definir uma curva empenada como
sendo o lugar geométrico dos pontos de intersecção de duas superfícies.
A curva pode. pois. ser definida pelas duas equações destas superfícies:
® i(*. y, z) = o, 1
y. z) = 0. / (3)
22
338 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Por exemplo, as equações


+ + = z= í
são as equações dum círculo no espaço, sendo esse círcido definido
como a intersecção duma esfera e dum plano (fig. 193).
Uma curva empenada pode, então, ser expressa quer pelas equa­
ções paramétricas (2), quer pelas duas equações das superfícies (3).

Passa-se das curvas paramétricas às curvas expressas pela inter­


secção de duas superfícies eliminando o parâmetro / das equações (2):
obtém-se, então, duas equações ligando x, y e z- Inversamente, se
se põe jc = (0 (em que (p (t) é uma função arbitrária) e se se exprime
y c z cm função de r a partir das equações
y. z] = 0, <i>2[<p(í), y, z] = o,
efectua-se a passagem das curvas expressas pela intersecção de superfície,
às curvas definidas paramètricamente.
Exem plo— 1. Sejam
X = 4 í — 1, y = 3t, z = t + 2
as equações paramétricas duma recta. Eliminando o parâmetro /, deduzimos
as equações de dois planos. Por exemplo, subtraindo sucessivamente da pri­
meira equação a segunda e a terceira, tem-se x — y — z = — 3. Subtraindo
da primeira a terceira, multiplicada prèviamente por quatro, tem-se x ^ 4z =
= — 9. A recta dada é, pois, a curva definida pela intersecção dos dois planòs
X — y — z-j-3 = 0 4z + 9 = 0.
Exemplo — 2. Consideremos um cilindro recto de revolução de raiç a,
cujo eixo coincide com o eixo Oz (fig- 194). Enrolemos à volta do cilindro
um triângulo rectângulo flexível C^AC, de modo que o vértice A do triângulo
APLICAÇÕES DO CALC. DIFER. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 339

coindde com o ponto de encontro da geratriz do cilindro e do eixo Ox» e


que o lado AC^ se enrola sobre a secção deste cilindro situado no plano Oxy.
A hipotenusa determina, então, sobre o cilindro uma curva chamada hélice.
Designemos por x, y, z as coordenadas dum ponto variável M da
hélice e por t o ângulo AOP (ver fig. 194). Então,
X = a COS í, y = a sen tj z = P M = y lP tg 0,
em que ^ d e s ig n a o ângulo agudo do triângulo C^AC. Notemos que A P = ar,
porque A P à o arco de circunferência de raio a correspondente ao ângulo
ao centro /. Designando tgO por m, obtém-se as equações paramétricas da hélice
X= a COS ty y = a sen ty z = amt
(em que / é o parâmetro), ou sob a forma vectorial
r = ia COS sen amt.
Elimina-se o parâmetro / das equações paramétricas da hélice, elevando
as duas primeiras equações ao quadrado e, juntando-as, obtém-se -h y* = a*.

Ê precisamente a equação do cilindro sobre o qual está traçada a hélice.


Em seguida, dividindo termo a termo a segunda equação pela primeira e
substituindo na relação obtida t pela sua expressão tirada da terceira equação,
obtém-se a equação duma outra superfície sobre a qual está traçada a hélice:

X ° am
Ela chama-se helicóide com plano director. Pode-se considera-la como
gerada por uma semi-recta paralela ao plano Oxy de extremidade, situada
sobre o eixo Oz. quando esta semi-recta gira com uma velocidade angular
constante em volta do eixo Oz e que ela se desloque para cima com uma
velocidade constante, de modo que a sua extremidade permaneça constante­
mente sobre o eixo Oz. A hélice é definida pela intercepção do cilindro e
da superfície helicoidal. Eis porque, se pode defini-la pelas duas equações:
X2+ J,2= fl2 J^ = tg — .
X ^ am
340 C A JJC Ü IX ) Dlfi'ERBNCIAL E INTEGRAL.

§ 2. Ljmite e derivada duma função vectorial duma variável


escidar independente. Elqnação da tangente a uma curva.
Equação do plano normal
Voltemos às fórmulas (10 e (1'0 do precedente parágrafo:
r = q)(<)i + i|>(í) J + X(t)k
OU
r = r(t).

Em geral, quando t varia, a grandeza e a direcção do vector r

variam igualmente. Diz-se, então, que r é uma função vectorial da


variável escalar independente t. Suponhamos que
lim (p (í) = (Po, lim (í) = 'to,
lim x(í) = Xo.
<-<o
Diz-se, então, que o vector »*o = <Po* + ifo/ + Xo*6 o limite do
vector r = r (t) e escreve-se, (fig. 195):
lim r { t) = ro.

Daí resulta as igualdades evidentes:

lim |r(< ) — ro | =
______ _________________________
= lim V[(f> (0 — (pol®- f [i|3 (t) - %]* + Ix (0 — Xof = ^ -

l i m |r ( í ) | = |r o |.
t-^to
APLICAÇÕES DO CALC. DIFER. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 341

Passemos agora à noção de derivada duma função vectorial duma


variável escalar independente
V (t) = + J + x (t) k . (1)
supondo que a origem do vector v (t) coincide com a origem das
coordenadas. Sabemos que a equação (1) é a equação vectorial duma
curva empenada.
Escolhamos um valor de t que corresponde a um determinado
ponto M da curva e dêmos a t um crescimento A/; temos, então,
o vector
r { t + M) = ^ { t + M ) i + ^ { t + M ) j + x {t + M ) k ,
que determina sobre a curva um ponto (fig. 169). Calculemos o
o crescimento do vector
^ r = r { t + Aí) — r (í) = [<}>(í + Aí) — q) (í)] i +
+ [i|) (í + Aí) - ,1, (í)] j + [x (< + Aí) - X(í)] k .

Este crescimento está representado na figura 196 pelo vector


WM^ = Ai* (í),eni queOM = r (í), OMi = i* (í + Aí) Consideremos
o quociente do crescimento da função vectorial pelo crescimento

escalar independente; é, evidentemente, um vector colinear ao vector
Al* (í) visto que se obtém multiplicando At* (í) pelo factor escalar — .
Podemos pôr este vector sob a forma:

At»(í) _ q>(í + A í)-q > (í) ^ r|)(í + Aí) - (í)


Aí Aí Aí

X(í + A í ) - x ( í )

Se as derivadas das funções <P (í)« ^ X (0 existem para o
valor escolhido de t, os coeficientes de i , J, Jb tenderão, respectivamente,
para q>' (í), t|)' (í), %' (í) guando Aí ^ 0.
A"!*
Por conseguinte, neste caso o limite — existe quando A/ 0

é igual ao vector q>' (í) í + yp' {t) i + x ' (0 ^ •
A/ft
í im — = q)' (í) i + ( 0 i + X (t) k.
A<->0 Aí
342 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Chama-se ao vector definido por esta última igualdade derivada


do vector r (t) em relação à variável escalar t. Designa-se a derivada
dn*
pelo símbolo -3- ou r \
dt
Assim,
dn*

at
= = r ' = < p '( í ) * + 't > '( 0 i + x ' ( 0 * (2)

ou
dr dx , ^ dy , , dz ^
— = — 'í H— ^ 3 H------ A?. (2')
dt dt dt dt

Vejamos qual é a direcção do vector d r .


ât
Quando Aí 0, o ponto A/, tende para o pooto Af; a direcção
da secante A/A/i coincide no limite com a da tangente. Por coase-
dr
quência, o vector derivado — está orientado segundo a tangente à
dt dr
curva no ponto M. O comprimento do vector — é dado pda
. '* dt
fórmula (♦)
dr
= V [q)'(í)r + [^'(í)j* + [x '(í)f.
dt ( 3 )

Os resultados obtidos permitem escrever fàcilmente a equação


da tangente à curva
r = x i-\- y j zk

no ponto M (x, y, z)\ basta recordar-se que r = q> (í), y = tf (í),


z -- X (0-
A equação da recta que passa pelo ponto M {x, y, z) é

X —X Y —y Z —z
m n
em que X, Y, Z são as coordenadas do ponto variável da recta
c m, n, p quantidades proporcionais aos cossenos directores desta recta
(isto é. às projecções do vector unitário da recta).

(*) Suporemos que nos pontos considerados 0.


APLICAÇÕES DO CALC. DIFER. NA GEOBfETRIA DO ESPAÇO 343

Por outro lado, estabelecemos que o vector


dv dx . du
— = ----^ + — j + k
dt dt dt dt
está orientado segundo atangente. Eis porque as projecções deste
vector são números proporcionais aos cossenos directores da tangente
e, por conseguinte, aos números m, /i, p. A equação da tangente será.
então,
X — xY — y _ Z — z
dx dy dz
dt dt dt

E xem plo — 1. Escrever a equação da tangente â * hélice

x = a co stj y = a sen t, z = amt

para i qualquer e para

Resolução.
dy ^ dz
■— — a se n í. — = aco st,
dt
Temos, segundo a fórmula (4):

X — a COS t Y — a sen t Z — amt


— a sen t a COS t
n
Em particular, encontramos para ^

aV F g V2 Z—

g V2 V í am

Do mesmo modo que para uma curva plana, chama-se normal


a uma curva empenada num dado ponto, à recta perpendicular à
tangente e que passa pelo ponto de tangência. Existe, evidentemente,
uma infinidade de normais em cada ponto duma curva empenada.
Todas estas normais estão situadas no plano perpendicular à tangente
à curva. Chama-se a este plano plano normal.
Deduzmos a equação do plano normal partindo da sua definição
no que r e b it a ao plano perpendicular à tangente (4):
■ ^ ( X - x ) + ^ { Y - y ) + ^ ( Z - z ) = 0. (5)
dt dt dt
344 CALCUIX) I>IFERENC1AL. E INTEGRAL.

Exemplo — 2. Formar a equação do plano normal à hélice no ponto


correspondente ao valor / = -^ do parâmetro.
4
Resolução — Utilizando os resultados do exemplo (1) e a fórmula (5),
tem-se:
V2 , V2

Estabeleçamos agora a equação da tangente e do plano normal


a uma curva empenada, no caso duma curva expressa pelas equações:
fDi(x, y, z) = 0, O j(x, y, z) = 0. (6)
Exprimamos as coordenadas x, y, z desta curva em função dum
parâmetro arbitrário t:
^ (0. y= ( 0 . 2 = X(0- (7)
Suporemos que<p (0. ^ (0> X (Osão funções deriváveis de t.
Substituindo na equação (6) as expressões de x, y, z em função
de t para os pontos da curva, obtemos duas identidades em t:
^ {t), %{t)] = 0, (8a)
<I>2[(p(í), i|)(í), x(í)] = 0. (8b)
Derivando as identídades (8a) e (8b) em relação a r, obtemos:
d(Di dx dy dCD^ dz
=0 .
dx dt dy dt dz dt
(9)
dx dy d02 dz :0.
dx dt dy dt dz dt

Resulta destas equações que:

dx 501300 501502 dy 501502 501502


dt dy dz dz dy dt dz dx dx dz
(1 0 )
dz ~ d(t>i dOg dz ~d<Did<I)a dQ>idQ>2
dt dx dy dy dx dt dx dy dy dx
Suposemos, aqui, que a expressão
501502 501502 =0 ,
dx dy dy dx
APLICAÇÕES DO CALC. DIFER. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 345

mas pode-se demonstrar que as fórmulas definitivas (11) e (12) (ver


mais abaixo) são igualmente válidas no caso em que esta expressão
é igual ã zero, e que pelo menos um dos determinantes que figuram
nestas fórmulas é diferente de zero.
Resulta desta igualdade (10):
dx dy dz
dt dt dt
5 0 ,0 0 ), 5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 ,
dy dz dz dy dz dx dx dz dx dy dy dx
Por conseguinte, podemos, em virtude da fórmula (4). pôr
quação da tangente sob a forma
X -x Y -y Z -z
5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 ,
dy dz dz dy dz dx dx dz dx dy dy dx

ou. servindo-nos dos determinantes,


X -x Y --y (11)
5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 ,
dy dz dz dx dx dy
5 0 ,5 0 , j5 0 , 5 0 ,
dy dz dx dy
A equação do plano normal é, então.
5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 , 5 0 ,5 0 ,
dy dz dz dx dx dy
{X-x) + {Y -y ) + {Z -z) = 0 . (12)
5 0 ,5 0 , 5 0 ,^ , 5 0 ,5 0 ,
dy dz dz dx dx dy

Estas fórmulas são válidas quando pelo menos um dos deter­


minantes é diferente de zero. Se num ponto da curva os três deter­
minantes
50, 50, 5 0 ,5 0 ,
dy dz dz dx dx dy
5 0 ,5 0 , ôO, 5 0 , »
5d>2 ^ 2
dy dz dz dx dx dy
346 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

se anulam simultânamente, o ponto considerado chama-se jonto sin­


gular da curva empenada. A curva pode não ter tangente neste ponto,
do mesmo como nos pontos singulares duma curva plana (ver § 19,
Cap. VIII).

Exemplo — V Achar a equação da tangente e do plano normal à


curva definida pela intersecção da esfera = 4r^ e do cilindro
.T? + = 2ry no ponto M (r, r, r \ / 2 ) (fig. 197).
Resolução,
^ l(^ , y. z) = a:2 + y2 + 2 2 _ 4 r2 ^
y, z) = a:2+ y2_2ry,

dx
= 2.r, Í ÍdyL = 2v ^ ()z- 2 z'
d(D2 _ o , _ o .. o.

Os valores das derivadas no ponto M são, respectivamentc:


dO i___
-=2r, ^ = 2___
r, ^ dz = 2 . V 2 .
dx ~

- dx
^ = 2 ., ^ ày= . 0 , d(t)2 =0.
dz
A equação da tangente 6:
X—r Y—r Z—r l/2
0 “ V2 ~ -1
A equação do plano normal é:
- \ / 2 ( Y — r) — (Z — r l / 2 ) = 0.
APLICAÇÕES DO CALC. DIFER. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 347

§ 3. Regras de derivação dos vectores (funções vectoriais)


Definimos a derivada do vector
f (í) = ( p(0i + n^W j + x { t) k (1)
pda rdação
r (t) = (p' (t) i + ^' { t ) j + X (t) fc. (2)

Resulta imediatamente desta d^inição que as principais regras


de derivação das funções são válidas igualmente para os vectores.
Estabeleceremos aqui as fórmulas de derivação da soma e do produto
escalar de vectores, e limitar-nos-emos a enunciar as outras fórmulas
deixando ao leitor o cuidado de as demonstrar.
1. A derivada da soma de vectores é igual à soma das deri­
vadas desses vectores,
Com efeito, sendo dados dois vectores
í*i (t) = <pi (í) i + ipi (í) J + Xi {t) k , 1
í*2 (t) = (Pij (t) í + (t) j + Xa (<) k , ) (3)

a sua soma é igual a


n ( 0 + »*2 (t) = [<Pl (í) + <P2 ( 0 ] 'í +

+ [ ' l ’! ( 0 + % ( O J j + [ X l ( 0 + X 2 ( í ) ]

Por definição, a derivada do vector variável é:


rf[n (0 + y2(0] : [Cpi (í) + (p2 {t)]'Í +
dt
+ ( 0 + ^ 2 ( í ) ] ' J + [ X l it) + X 2 ( 0 1 '*

OU
^[nw±r2ffl] _ (í)] j +
dt
+ [xí (í) + Ú (<)] * = [<PÍ (<) i + + xí (0 k] + w , (í) i +
+ ■ ^2 (t) J + X 2 ( í ) f c ] = n + »*2-

Por conseguinte.
d [» ^ í) + r,( í) ] d r^ , a r^
(I)
dt dt dt
II. A derivada do produto escalar de dois vectores é dada
pela fórmula
diviv^) dvi , dro
348 CALCUIX) DIFERENCIAL E INTEGRAL

Com efeito, se os vectores Vx (t) e 9*2 (t) são definidos pelas


fórmulas (3). o seu produto escalar é igual a
n (<) »*2 (0 == <Pi<P2 + + XiXa-

Eis porque

= <PÍ<P2 + <Pi<Pá 4 - 'fita + + X1X2 + X1X2 —


dt

= (<PÍ<}>2+ + XiXa) + (<Pi«P2 + + XiXá) =


= (íPÍ* + + XÍ*) («Pa»' + ta / + Xa*) +
dVi dr^
+ («Pi» + t i i + Xi*) (<Paí + ta 'i + xá*) = + dt
O teorema está demonstrado.
Deduzimos da fórmula (II) um corolário duma grande impor­
tância.
Corolário — A derivada do vector unitário e (isto é, tal que
\ e I = 1) é perpendicular a este vector.

Demonstração — Se 6? é um vector unitário, então,


ee = í.

Derivemos, os dois membros desta igualdade, em relação a t:


ãe de
e ------ ------ e = 0
dt dt
ou

le—dt = 0.

Logo, o produto escalar


de ^
e ----= 0;
dt
de
isto significa, justamente, que o vector é perpendicular ao vector e,
11r. P(xle-se tirar um factor constante debaixo do sinal de
derivação:
= = (III)
dl dt
APLICAÇÕES DO CALC. DIFER. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 349

IV. A derivada do produto vectorial dos vedores e


definida pela fórmula

d[ri X . d,r~
(IV)
dt dt ctt
§ 4. Derivadas, primeira e segunda, dum vector em
relação ao comprimento do arco. Curvatura da curva.
Normal principal
O comprimento do arco(*) duma curva empenada M qA = s t
definida da mesma maneira que para uma curva plana (fig. 198).
O comprimento do arco a varia quando o ponto variável A (jc, y, z)
se desloca ao longo da curva; inversamente, quando s varia, as coor­
denadas jc, y\ z do ponto variável A da
curva, variam.
Por conseguinte, podem-se considerar
as coordenadas x, y\ z do ponto variável A
da curva, como funções do comprimento
do arco s:
:c = Cf (s), y = yS^{s), z = X(»)•
Nestas equações paramétricas, o parâ­
metro é o comprimento do arco s,
O vector OA = r exprime-se da
seguinte maneira:
r = (p (s) i + iH s ) j + X (s) /»•
OU
r = r{s), (1)
isto é, o vector r é uma função do comprimento do arco s.
Elucidemos a significação geométrica da derivada — .
ds
Resulta da figura 198 as igualdades:

MoA= s, AB= ^s, = s + As,


OA= r{s), OB = t* (s + As),
à B = A r = r ( s + As) — r(s).
Ar AB
As AB
(*) Ver, definição do comprimento do arco duma curva plana, § I,
Cap. VI e § 3, Cap. XU.
350 CALCUIwO DIFERENCIAL E INTEGRAL

dv . Al*
Vimos, no § 2. que o vector ^ é dirigido segundo
a tangente à curva no ponto A no sentido dos s crescentes. Por outro
AB
lado, temos a igualdade lim = 1 (o limite do quociente do
AB
comprimento da corda e do comprimento do arco subtendido (♦). Por
conseguinte, ^ é um vector unitário dirigido segundo a tangente.
ds
Designemo-lo por a :
dr
---- = a. (2)
ds
Se o vector r é dado pelas suas projecções:

V = x i + ij J + zk.
então.
dx . . dy , . dz ,
o = ---- 1 -\------ j ------k, ( 3 )
ds ds ds
em que

Consideremos, em seguida, a derivada segunda — da função


vectorial r , isto é, a derivada de _í/t* ^ e demos a significação geo­
ds
métrica desta derivada segunda.
Resulta da fórmula (2), que
(Pr r dr I da
ds^ ds L J ds
Aor
Por conseguinte, devemos calcular l i m — .
__ As->0 A s ____
Segundo a figura 199,^45 = As, A L — a, B K = o + Ao, Tra­
cemos do ponto B o vector B L i= o. Resulta do triângulo BKLii
BK = BL^-\~ L J i

(*) Demonstrámos esta igualdade para as curvas planas no § 1, Cap. VI.


Ela é igualmente verdadeira para as curvas empenadas r {t) = q? (í) < + 4^ ( 0 J +
X (0 ^ derivadas das funções 9 (0^ ^ (0 ^ X (0 forem contínuas c
não se anulem simultâneamente.
APLICAÇÕES DO CALC. DIFER. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 351

a + Aa = a + L^K.

Por conseguinte, Li/iT = Aor. Visto que o comprimento do vector


6 constante,
|o | = | a + . A o | ;

resulta que o triângulo BKL^ é isósceles. O ângulo no vértice deste


triângulo é o ângulo de rotação da tangente à curva quando se
passa do ponto Á ao ponto B. Corresponde,
pois, ao crescimento do comprimento do arco
A5. Resulta do triângulo BKL^:
Aq)
L^K = \^ a \ = 2\i3\ sen —1. = 2 sen
2 2
(pois I a I = 1).
Pividamos ambos os membros da igual­
dade por Aj :
Aq)
sen —i Aq)
sen ——
Ao _ 0 2 2 A(p
-- A
As As Acp As
T
Passemos ao limite nos dois membros desta igualdade, fazendo
tender As para zero. À esquerda, obtemos:

Aa da
lim
As-^O As ds
Além disso.

sen Aq)
lim = 1,
As-^O Aq)
T
Aq)
visto que consideramos curvas para as quais o limite lim ~
Asr^O As
existe e que, por cons^uinte, A^ 0 quando As 0. Assim, temos,
depois da passagem ao limite.
da Aq)
■lim (4)
ds A«-^0 As
352 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Chama-se curvatura média do arco AB da curva considerada


ao quociente do ângulo de rotação da tangente, quando se passa
do ponto A ao ponto B, ao valor absoluto do comprimento A^ do
arco AB:
A(p
curvatura média =±
As
O limite da curvatura média quando As 0 chama-se curvatura
da curva no ponto A e designa-se pela letra K:
A(p
K = lim
As->€ As
da
I
rfs
= K , isto é, o
comprimento da derivada em relação ao comprimento do arco do
vector unitário (♦) da tangente é igual à curvatura da curva neste
ponto. O vector a sendo um vector unitário, a derivada í??. é-lhe
ds
perpendicular (ver § 3, Cap. IX. Corolário).
Assim, o vector ~ é dirigido, segundo a perpendicular ao vector
ds
da tangente, o seu comprimento é igual à curvatura nesse ponto.
Definição — Chama-se normal principal à curva, num dado ponto»
a uma recta que coincide com o suporte do vector — Designa-se
ds ’
por n vector unitário desta direcção.
O comprimento do vector ^ é igual à cun/atura K da curva»
ds
por conseguinte.
da
= K n.
ds
4

A quantidade — chama-se raio de curvatura desta curva no


K I
ponto dado, e designa-se-la por R, isto é, = R , Pode-se» então»
K
escrever:
da n
(5)
ds^ ds R

(*) Recordemos qiiie a derivada dum vector é ainda, um vector» de


maneira que tem cabimento o considerar-se o eomprimento desta derivada.
APLICAÇÕES DO CALC. DIFER. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 353

Resulta desta fórmula;


1 (6)
R ^ ~ \d s ^ ) ■
Mas
d*r d*x ÉL d*z
fc.
ds® ds* ds* ds*
Por coDS^uinte,

V W F W R W
A fórmula (60 permite calcular a curvatura num ponto qualquer
r - «
duma dada curva pelas suas equações paramétricas, cujo parâmetro
é o comprimento do arco 5 (isto é, quando o raio vector do ponto
variável desta curva é uma função do comprimento do arco).
Consideremos o caso em que o raio vector r é função dum
parâmetro qualquer t:
r = r (í).
Neste caso, consideraremos s como uma função do parâmetro t.
O cálculo da curvatura é, então, efectuado da seguinte maneira*
dr d r ds
(7)
dt ds dt
Como

I ds I
então.

V dt dt ) T=(
Derivemos os dois membros desta igualdade e simplifiquemos
(8)

por 2; tanos , ^ ^
d r d*r ds d*s
(9)
dt dt* dt dt* '

(•) Esta igualdade resulta de que I 1= Um I ) . Mas, A r é a


' ds 1 A^+0 |A s |
corda que subtende o arco de comprimento As. Eis porque tende para 1,
As
quando A s—>0.
23
354 CAJLOTLO DIFERENCIAL. B INTEGRALr

Resulta, da fórmula (7):


dr dr 1
ds dt ds
dt
Derivemos em relação a .r os dois membros desta igualdade:
d^s
d^r _ d^r 1 dr dt^
ds^ dt^ / ds \2
y dt (/ ds y ’
\ dt ) ^ dt )
Substituindo a expressão encontrada por, na fórmula (6),
ds^
temos:
(JPs
1 dr ~dê
dt^ í ds Y dt í ds Y
V"^/ ‘ \~ d t)

/ ^^Yf ^ Y 2 ^ 4-Y Y( Y
\ dt^ ) \ dt ) dt^ dt dt dt^ \ dt / V dí" /

ds d^s
Exprimindo, agora, ^ e — a partir das fórmulas (8) e (9)
dt dt^
em função das derivadas de r (t), temos (*):
/ dPr Y / dr y í d ^r d r y
1 _V dt^ / \ d í / \ dt^ d t /
( 10)

m r

(*) Transformamos o denominador da maneira seguinte:

( T ) ‘= { ( | - ) T = { ( ^ / r -
N ão podemos escrever r porque designa o quadrado

escalar do vector ----- e


d"t* ^ j ^ j- designa o cubo do número ^ j .
dt
d r \ 66
( não tem sentido.
APUCACOES DO CALC. D IFBR. NA OEOME7TRIA DO ESPAÇO 35S

A fórmula (10) pode ser posta sob a forma (•):

r ^ x ^ r
1 v dt dt^ J
IC

(($)T
(H )

Estabelecemos, então, uma fórmula que permite o cálculo da cur­


vatura on todo o ponto duma curva dada pelas equações paramétricas
de parâmetro qualquer.
Se, em particular, a curva é plana e está situada no plano Oxy,
ela tem. para equações paramétricas;
^ = < p (í). y = z=o.
Substituindo estas expressões de x, y, z na fórmula (11). reen­
contramos a fórmula que exprime a curvatura duma curva plana, dada
pelas equações paramétricas, que tínhamos estabelecido anteriormente
(cf. Cap. VI):
K.
|2\*/2
{ [< p '(í)r+ [^ '(o n '
Exemplo — Calcular a curvatura da hélice
r = ia COS t - ^ j a sen t + k am t,
num ponto qualquer.
Resolução,
dr
— — ia sen t -\-ja cos t + Icam,
~dt
d^r
~d^ = — ia cos t — j a sen í,

i j h
dr d^r
— a sin t a cos t am = ia^m sen t —Ja^m cos t + fea*.
dt ^ dt^
— a c o s í — a sen í 0
/ dr d^r \2 « , ..v

^ J = «2 jen* cos* t a*m2 = o* (i + m*).

(*) Utilizamos a identidade


a* 62—( a 6)2 = (a x ft)*
que se verifica fàcilmente, pondo-a sob a forma:
fl262 — (a6 cos 9)2 = {ah sen 9 ) 2.
356 CÁIiCUIiO D IFE R E N C IA I j e in t e o r a i«

Por conseguinte.
(m2+1)
i?2 [a2(l+m2)]3 a2(l_|_;n2)2
donde
jR= a íl + m2) — const.
Concluímos, entáo, que o raio da curvatura da hélice é constante.

Nota — Pode-se sempre supor que uma curva plana está situada
no plano Oxy. (Basta efectuar uma mudança de eixos de coordenadas.)
d^z
No plano Oxy, z = 0; mas. então, ^ 0, e, por cons^uinte, o
vector n está, igualmente, situado no plano Oxy, Uma conclusão
se impõe, então: a normal principal duma curva plana está situada
no plano da curva.

§ 5. Plano oscolador. Binormal. Torção doma curva empenada


Definição— 1. Chama-se plano osculador a uma dada curva no
ponto A ao plano definido pela tangente à curva e à normal principal
nesse ponto.

Fig. 201

É evidente que o plano osculador a uma curva plana coincide


ccMn o plano dessa curva. Se a curva não 6 plana, os planos oscula-
dores, correspondentes a dois pontos P e Pi da curva, formam entre
si um ângulo diedro /i. (^anto maior for /m, mais a curva difere
duma curva plana. Para ser mais preciso, introduzamos a definição
s^uinte.

Definição — 2. Chama-se binornud à normal à curva perp«idi-


cular ao plano osculador.
Escolhamos, sobre a binormal, um vector unitário b e orientêmo-lo
de modo que os vectores formem um triedro trirectângular
da mesma orientação que os vectores unitários h dos eixos das
coordenadas (fig. 200, 201).
APLICAÇÕES DO CALC. DIPER. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO- 357

Temos, em virtude da definição dos produtos escalar e vectorial:


6= 0 Xn; 66 = 1. (1)

Calculemos a derivada — . Em virtude da fórmula (IV). § 3.


ds
lemos:
jg -x n + a x ^ . ( 2)
ds ds ds ds

Mas - - z = ~ (ver § 4), eis porque


ds R
do i .
— X n = — n X H = 0,
ds R

e a fórmula (2) pode ser posta sob a forma


db dn
---- = a X ----- . (3)
ds ds
db
Resulta da definição do produto vectorial que o vector — é
db
perpendicular ao vector da tangente a . Por outro lado, - - é per­
us
pendicular a 6, visto que 6 é um vector unitário (ver § 3. Corolário).
Concluímos, então, que o vector — é perpendicular a o e a 6,
ds
isto é. colinear ao vector n .
1 dh
Designemos por — o comprimento do vector __ isto é,
1 ds ’
façamos:
db
ds T

então.
db 1
— = — n, (4)
ds T

1
Chama-se a — torção da curva dada.
O ângulo diedro p., formado pelos planos osculadores cor­
respondente a dois pontos da curva, é igual ao ângulo formado pelas
binormais.
358 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

PodCTios, então, escrever uma fórmula análoga à fórmula (4) do


§ 4. Gap. IX:
dh
= lim ^ -^ .
ds As-^o I As\

Assim, a torção da curva no ponto A é igual, em valor abscduto,


ao limite do quociente do ângulo /t, formado pelos planos osculadores
no ponto A Q no ponto vizinho B, pelo comprimento | às | do arco AB
quando às 0.
Se a curva é plana, o plano osculador não varia e, por conseguinte,
a torção é igual a zero.
Resulta da definição de torção que esta quantidade caracteriza,
o afastamento entre uma curva empenada e uma curva plana.
A quantidade T chama-se raio de torção da curva. Determinemos
a fórmula que dá a torção. Resulta das fórmulas (3) e (4):

1 dn
— n = o X ----
T ds
Multiplicando, escalarmente. os dois membros da igualdade
por n , temos:
I dn
— nn n
T ds .

O segundo membro desta igualdade é o que se chama o pro-


dn^ -*
dulo misto de três vedores n . or e — . Sabe-se que este produto não
ds
varia pela p>ermutaçâo circular dos factores. Como n n = \, podemos
pôr a última igualdade sob a forma:

1 dn 1
= a ---- X n
ds J
ou
dn
= —Q n X (5)
ds
^ dh*
Mas. como n R ^ , então,

dn U^
ds ds^ ds ds^
APLICAÇÕES DO CALC. DIFER. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 359

n X
dn
ds
R—- X

drr ^ d^r
ds^ ds^
dR (T-r
ds* r}=
(Pr
ds^ ds^ ds I ds- ds^

O produto vectorial dum vcctor por si próprio sendo igual a zero,

f ^ x — 1=0.
I ds* ds* J
Assim
d n 1 ^ ^2 r dV ^
n X
J L ds^ ds^
Verificando que a = d r c voltando à igualdade (5), tem-se
ds
^ ..... jfi d r r drr ^
(6)
T ds I ds* ds* J
Se /• é expresso em função dum p a r â m e tr o arbitário t,
pode-se demonstrar (♦). da mesma maneira que no parágrafo pre-

(♦) Com cfciio.


dr* dr ds
~dr ds dt
derivemos, uma vez mais, esta igualdade em relação a t:
d^r d If ddrr \\ ds
ds ds . dr d^s d^r dr d~s
dt"^ ds \ ds )J ~dt
dt dt ' ds dt^ ds^ m ds dV^
Derivemos de novo *a relação obtida cm relação a /:
d^r d I( dd^r
^ r \\ dds
s ( s \\ 2 ^ d^r ^ ds d^s
í dds' dd t d r \ ds d'^s
dt^ ds / “5T V"5T) ds^ “ dt dt^ ' ds V dí / dt dt^-
d r ê^s d^r / ds \ 3 , „ d^r ds d^s dr d^s
ds dt^ iVTdtr j) +‘ 2 ds2 i r ~it* ds dt^
Formemos cm. seguida o produto misto:
dr d*r d*í-
d|ã X dí3 ) "
__ d r ds C r d®r V \ 2 d r d^s
ds dí \ L \ dt / ds dt^

x
r d»r / d5 \3
L -s i-(á r)
(P r ds éPs d r d^s
ds^ d t d P ^ ds ^
DesenvolvMBos este produto, seguado a regra de imdtiplicação dot poli-
nóBiioe, omkuido todos os termos noa qf»sà$ entram, píelo menos, dois vectores
]}
360 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

cedente.
d r [ (Pr dPr
d r (Pr d^r 1 dt I dP dP- 1j
ds V ds^ J

Substituindo esta expressão na fórmula (6) e substituindo R*


pela sua expressão obtida da fórmula (11). § 4. obtemos, finalmente:

d r r tPr cPr 1
~ ^V dF ^
(7)
T
I dt dt^ J

Esta fórmula permite-nos calcular a torção em qualquer ponto


duma dada curva pelas suas equações paramétricas no caso dum
parâmetro arbitrário t.
Notemos que as fórmulas que exprimem as derivadas dos vectores
a, 6, n são chamadas fórmulas de Serret-Frenet:
da n db n dn_ a b
~ds~~R' ~d^~T'
De entre elas. a última pode ser estabelecida como se segue:
n — bXú
dn di b X a ) db , ^ da n , n
—------- - = ---- X a + b X ----- = — x a + b X — =
ds ds ds ds T R

1 1
= — 71 X a ----- b X n ;
T R

^idênticos (porque o produto misto de três vectores, em que dois são idênticos,
é igual a zero); obtemos:
dr
dt
Verificando que
/ d^r
\ dt^
X
d^r d r / d^r d^r
~di^ ) = í ( ds2 ^X ds9 )(ír
/ ds \ 2 /d r \2 / ds \ 6 f/d r \2 '|3
I dí ) “ ( d/ ) ’ t dí ) ” • I ( dí ) } •
obtemos a igualdade procurada.
APLJCAÇOES DO CALO. D IFBR. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 361

mas
n X a = — 6; f t x n = — a,

eis porque án b a
~dT T

Exemplo — Calcular a torção da hélice


r= ía COS t~\-Ja sen t-\^ kam t.
Resolução.
— a sen t a cos t am
d r r d^r d^r ”| _
— a COS í — a sen í 0 = a^m.
a sen / — a cos t 0
[ dr d^r “|2
~ d t ^ ~ l ü % \ = « ^ ( 1 + '^^) (ver exemplo do § 4).
Por conseguinte,

T = o « ( l+ r o a ) a ( l+ m g )
a^/Ti m
§ 6. Plano tangente e normal a uma snperficie
Seja
F{x, y, z) = 0 (1)
a equação duma superfície.
Introduzamos as definições spguintes.
Definição— 1. Diz-se que uma recta é tangente a uma superfície
num ponto P(x, y. z) se ela é tangente a uma curva qualquer traçada
sobre esta superfície e que passe por aquele ponto.
Visto que uma infinidade de curvas traçadas sobre a superfície
passa pelo ponto P (ji*. y. z), haverá igualmente neste ponto uma
infinidade de tangentes a esta superfície.
Definamos os pontos simples e os pontos singulares duma super­
fície F (x\ }\ z) = 0.
Diz-se que o ponto M é um ponto singular da superfície se
d F* dF dF
as três derivadas ^ _ se anulam, simultâneamente, neste ponto
ox oy oz
ou se uma, pelo menos, das derivadas não existe nesse ponto.
O ponto M diz-se ponto simples se as derivadas ^ ^ existem
são contínuas nesse ponto e se uma .de entre elas, pelp menos, é
diferente de zero.
Enunciemos o teorema seguinte.
CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL
?S L

Teorona — Todas as rectas tangentes à superfície (1) rto ponto


simples P pertencem a um mesmo plano.
Demonstração — Consideremos sobre a superfície uma curva
(fig. 202) que passa por um dado ponto P da superfície. Sejam
x = (p (í); y = ' l ’ (í); z=x(t) (2)
as equações paramétricas desta curva.
A tangente a esta curva é, por definição,
uma tangente à superfície. As equações desta
tangente são
X — X_ Y —y Z —z
dx dy dz
dt dt dt
Se se substitui as expressões (2)^^ na
equação (1), esta equação toma-se numa
identidade em relação a visto que a curva (2) está traçada sobre
a superfície (1). Derivando esta identidade em relação a r, temos (♦):
õFdx dFdy dF dz
0. (3)
dx dt dy dt dz di

Consideremos, em seguida, os vectores iV e ^ , que passam pelo


ponto P: dt '
^ dF . . dF . aF ^ ,,,
dx dy dz

As proiecções ^ ^ ^ deste vector dependem das coorde-


dx dy dz
nadas jc, y, z do ponto P. Notemos que estas projecções não se
anulam simultâneamente no ponto P, visto que P é um ponto simples.
Eis porque ________________________

O vector
dr dx . , dy . , dz ,
(5)
dt dt dt dt

(*) Utilizamos aqui a regra de derivação das funções compostas de


três variáveis. Esta regra é válida no caso presente, visto que, as derivadas
. . dF dF dF
parciais _ — — são contínuas por hipótese.
dx dy dz
APUCAÇ0B8 DO CAIiC. DIFBR. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 363

6 tangrate à curva que passa pelo ponto P e traçada sobre a superfície.


Podem-se calcular as projecções deste vector a partir da equação (2)»
dando ao parâmetro t o valor que corresponde ao ponto P. Gilcule-
j
mos o produto escalar dos vectores l í e — ; ele é igual à soma dos
dt
produtos das projecções correspondentes:
dr dFdx dF dy dF dz
JV
dt dx dt dy dt dz dt
Em virtude da fórmula (3), o segundo membro desta expressão
é igual a zero e, por conseguinte,
dv
N — = 0.
dt
E>eduz-se desta igualdade
que ó
df* Plano
vector N é perpendicular ao vector — tangente
dt
da tangente à curva (2) no ponto P,
A demonstração que acabamos de dar é
válida para toda a curva (2) que passa
pelo ponto P e traçada sobre a superfície. F ig . 2 0 3
Por conseguinte, todas as tangentes a esta
superfície no ponto P são perpendiculares a um mesmo vector N
pertencem, pois. todas a um mesmo plano perpendicular ao vector 2T.
O teorema está demonstrado.
Definição — 2. O plano formado por todas as tangentes num
ponto P às curvas traçadas sobre uma superfície que passe por este
ponto chama-se plano tangente à superfície no ponto P (fig. 203).
Notemos que o plano tangente pode não existir se P é um
ponto singular da superfície. Em tais pontos, as rectas tangentes
à superfície podem não pertencer a um plano único. O vértice dum
cone. por exemplo, é um ponto singular e neste ponto as tangentes
à superfície não pertencem a um plano único (elas Constituem preci­
samente a superfície cónica).
Formemos a equação do plano tangente à superfície (1) num
ponto simples. Sendo este plano perpendicular ao vector (4), a sua
equação é da forma
dF dF
(Y - y) (Z - z) = 0. (6)
dy dz
Se a superfície é dada pela equação
z = f{x, y) ou z — f{x, y) = 0.
364 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

então»
dF ÍL dF M. dF
= 1,
dx dx ày dy dz

e a equação do plano tangente 6

Z -z = -^(X -x) + ^ (Y -y ). ( 6' )


dx dy
Nota — Se se fizer na fórmula (60 X — x = Az; Y — y = Ay,
tem-se

Z - z = -^Ax-\--^Ay;
dx dy

o segundo membro é o diferencial total da função z = f (x, y). Por


conseguinte, Z — z = dz. Assim, o diferencial total de uma função
de duas variáveis no ponto M (jc, y), que corresponde aos crescimentos
Ajc e Ay das variáveis independentes jc e y, é igual ao crescimrato
correspondente da cota (z) do plano tangente à superfície que repre­
senta o gráfico dessa função.

Definição— 3. Chama-se normal à superfície (1) num ponto


P(x, y, z) à recta perpendicular ao plano tangente nesse ponto (fig. 203).
Formemos a equação da normal. Sendo esta orientada segundo o
vector a sua equação é
X -x Y - y Z -z
(7)
dF ~ dF ~ dF '
dx dy dz
Se a equação da superfície é z — f{x, y) ou
z — f{x, y) = 0,
a equação da normal será:
X —x Y —y Z —z
M. 1
dx dy
Nota — Suponhamos que a superfície F (x, y, z) = 0 é a . super­
fície de nível para uma função de três variáveis u(x, y, z). isto é.
F(x, y, z) = u{x, y, z) — C = 0.
APLICAÇÕES DO CALC. DIFER. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 365

É evidente que o vector definido pela fórmula (4), dirigido


segundo a normal à superfície de nível F = u (x, y, z) — C = 0, será

dx dy dz
isto é»
N = grad u.
Por isso mesmo demonstramos que o gradiante da função u (x, y, z)
é dirigido segundo a normal à superfície de nível que passa pelo
ponto dado,^
Exemplo — Formar a equação do plano tangente e a equação da normal
à e^era + ^2 = 14 no ponto P (1, 2, 3).
Resolução,
F { x , y, 2) = x 2 + y 2 _|_22— 1 4 = Q .
dF
dx * fin
dy ’ dz ^ »
para x = \, y == 2, z = 3, temos:

- ^ = 2* -^ = 4 - iíl-fi
dx ' dy * dz '
Por conseguinte, a equação do plano tangente 6:
2(x—l ) + 4 ( y - 2 ) + 6 (z ~ 3 ) = 0
ou
x + 2 y + 3z—14=0.
A equação da normal e:
X—1 y—2 «—3
2 “ 4~ “ 6 ~ •
ou
^— 1 p— 2 z—3
1 2 ~~3 •
Exercidos
Calcular a derivada dos vectores:

1. r = i c t g í + ^ a r c t g í . Rcsp. r ' = - 1 . .
J-
2. J2í-j-|pLog<. Rcsp. + .

3. R e ,p .r '= 2 r t + - ^ _ ^ .
4. Achar o vector da tangente, a equaçSo da tangente e a equaçáo do
piano normal à curva r = H + t » J + t » k no ponto (3; 9, 27).
R e s p ..ir ' = 4 + « > + 2 7 * ; a tangente d z— 27-; o (dano
27
■armai: x+6p +27*=786.
366 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

5. Achar o vector da tangente, a equação da tangente e a equação do


plano normal à curva : r = i c o s ^ - |--[ --^ J s e n í + fe s e n -^ .R e s p .r ' —

= — ^ i sen 4" ^+ 4" í * e q u a ç ã o da t a n g e n t e é

X — c o sa -i y — is e n í z _ s e n |-
; a equação do plano normal é
— sen t COS t t
CO Sy

t t
+ X sení—y C O S Í— Z C O S + x s e n í — y cos í — z c o s — , c m queo;, z
são as coordenadas do ponto da curva por onde passa o plano normal
^ isto é, x==cos2 •

6. Achar a equação da tangente à curva x — z — s e ní , y = \ — c o s í ,


^
2=4 s e n e os cosenos directores desta tangente. Resp. ----------íí- =
2 ___ ÍQ
sen
2
c o s a = s e n 2 - ^ ; cosp = 4" í cos y = cos4 ? -•
ÍQ
COS-^ C. tgÍQ
^ ^ ^ ^

7. Achar a equação do plano normal à curva z = y = x na origem


das coordenadas. Indicação. Exprimir a curva com o auxílio das equações
paramétricas. Resp. x + y = 0.
Zlt
8. Achar a , n , h no ponto í = - ^ para a curva r = i (cos í + sen^ í) 4-
1 —5 i —4 i —fe
+^*senZ (1 — c o s í ) — fc cos í. Resp. = ( — * + . / + * ) *» ’

V Í3
9. Achar a e q u a ç ã o da normal principal e da binormal à curva
í* í* í2 . X — Xq y — yn
* = T -= =
Z— Zq x — xq _ y — yp _ z — zq
—2íq—íq 1 2íq
10. Determinar a equação do plano osculador à curva y^ = x; x^ = z no ponto
M (1. 1. 1). Resp. 6x - 8y - z + 3 = 0.
11. Determinar o raio de curvatura da curva dada pelas equações +
+ z2 — 4 = 0, x + y - - z = 0. Resp. R = 2.
—e ^
12. Determinar o raio de torção da curva: r = i cos í - | - ^ + * ■— õ— •

Resp. T = ' ^ .
2 (e '-e -0
13. Determinar o raio de curvatura e o raio de torção da curva

+2*V- Resp. ü = -| <(1+91*)*/*, r=oo.


APLICAÇÕES DO CALC. DIFER. NA GEOMETRIA DO ESPAÇO 367

14. Demonstrar que a curva r i + (a 2Í^ + &2^+ C2) ^ + ( « 3^2 +


+ ^3^+ ^3) ^ é uma curva plana. Resp t '" = 0, razão porque a torção é
nula.
, y = «” ' , Z= t y i.
Resp. A curvatura é igual a
V2 . a torção é - T / 2
(X+ í,)2 ’ (* _y)3

s e n t; y=e~^ COS t ;

* T ‘ '-
X2 Z2
a2 62 c2 “
x\x yxy z\z
= 1 no ponto (xj, 2j). Resp. ^2 ^2 1
= .

18. Determinar a equação da normal à superfície x - — 4^2-}>2z2 = 6 no ponto


(2, 2, 3). Resp. y + 4x = 1 0 ; 3x— z = 3.
19. Determinar a equação do plano tangente à superfície z = 2x 2 -|- 4^2 qq ponto
Af (2, 1, 12). Resp. 8 x + 8 y — z = 12.
20. Traçar um plano tange ate à superfície + ly^ + z* = 1 de modo que
seja paralelo ao plano—í/ + 2z = 0. Resp. x — y + 2z = ± .
Ckpitalo X

INTEGRAL INDEFINIDO

§ 1. Primitiva e integral indefinido


Estudámos, no Capitulo III, o problema seguinte: sendo dada
uma função F (x), achar a sua derivada, isto é, a função / (ac) = F' (x).
Neste capítulo, consideraremos o problema inverso: sendo dada
uma função f{x). achar uma função F (x) tal. que a sua derivada
seja igual a f{x), isto é,
F'{x) = f(x),

Definição — 1. Diz-se que a função F (jc) é uma primitiva da


função f(x) sobre o segmento [a, ô], se em todo o ponto deste
segmento se tiver a igualdade F' (jc) = f (jc).
Exemplo — Determinar uma primitiva da função / U ) = x~.
Verifica-se imediatamente, segundo a definição, que a primitiva procurada
é F (x ) = - ^ , Com efeito,

Verifica-se fàcilmente que se a função f(x) admite uma primitiva,


esta última não é única. Assim, no exemplo precedente, teríamos
podido tomar como primitivas as funções seguintes: (x) = -^ + 1 ;
X® X®
(x) = -g — 7 ou mais geralmente. F {x) = C («n que C é
uma constante arbitrária). Com efeito.

Por outro lado, pode-se demonstrar que uma primitiva qualquer


da função é, necessàriamente, da forma ^ + C. Isso resulta do
teorema seguinte.

T e o r i a — Se Fi (x) e Fz (x) são duas primitivas da função t (x)


sobre o segmento [a, b], a sua diferença é uma constante.
INTE9GRAL INDBFINIDO 369

Demonstração — Temos, em virtude da definição da primitiva:


F[{x) = f(x), 1
( 1)
= J
para qualquer x do segmento [a, 6].
Façamos
Fi (x) — {x) = (p(x), (2)

Podemos, então, escrever, em virtude da igualdade (1):


F'Ax)-F',{x) = f { x ) - f { x ) = 0
ou

para todos os x pertencentes ao segmento [a, ò]. Mas resulta da


igualdade / ( jc) = 0 que (p(jc) é uma constante.
Com efeito, apliquemos o teorema de Lagrange (ver § 2, Cap. IV).
a função v>(jc) que é contínua e derivável sobre o segmento [a, b].
Em virtude do teorema de Lagrange, para todo o x arbitrário
do segmento [a, b], tem-se
(p(a:) — q) (a) = (x — a) (p'(|),
em que a < $ < x.
Mas, visto que / (í) = 0, então.
(p(j :) — cp(a) = 0
ou
q>(x) = (p( ). (3)
Assim, a função 9>(x) conserva, em qualquer ponto do segmento
[a, b], o valor <p(a), Ela é, pois, constante sobre o segmento [a, 6].
Designemos a constante <p{a) por C. Resulta, então, das igual­
dades (2) e (3):
F , { x ) - F , ( x ) = C.
Resulta deste teorema que se conhecemos uma primitiva qual­
quer F (x) da função / (ar), qualquer outra primitiva desta função
será da forma F (jc) + C, em que C é uma consatnte.
Definição — 2. Chama-se integral indefinido da função / ( jc) c

nota-se por J / (x) dx a toda a expressão da forma F (x) + C, em


que F(jc) é uma primitiva de / ( jc). Assim, por definição,
lf(x)dx=F(x)-]rC,
370 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

se
r(x)=f{x).
Mais, / (jc) chama-se função sob o sinal soma ou função a integrar;
f{x)dx, expressão sob o sinal soma, e o sinal ^ , sinal de inte­
gração ou sinal ^oma».
Assim, o integral indefinido representa uma família de funções
y = F (x) + C.
Geomètricamente, pode-se considerar o integral indefinido como
um conjunto (uma família) de curvas tais que se passa de uma a outra
efectuando uma translação no sentido positivo ou negativo do eixo Oy.
Uma pergunta se põe naturalmente: toda a função / ( jc) possui
uma primitiva (e, por conseguinte, um integral indefinido)? A resposta
é negativa, mas todavia notemos, sem o demonstrar, que toda a função
/ ( jc) contínua sobre o segmento [a, b] possui uma primitiva (e, por
conseguinte, um integral indefinido).
O presente capítulo é consagrado à exposição dos diferentes
métodos que permitem determinar a primitiva (e, por conseguinte,
o integral indefinido) para certas classes de funções elementares.
O processo que permite encontrar a primitiva de uma função / (jc)
chama-se integração da função / ( jc).
Façamos a nota seguinte: no encontro da derivada que para
uma função elementar é sempre uma função elementar, a primitiva
duma função elementar pode não se exprimir com o auxílio dum
número finito de funções elementares. Voltaremos, de resto, a esta
questão no fim deste capítulo.
Resulta da definição 2 que:
1. A derivada dum integral indefinido é igual à função a inte­
grar, isto é, se F' (x) = f (x), então
(í f (z) d z ) '= (F (X) + C )' = f (X). (4)
Esta igualdade exprime que a derivada duma primitiva qualquer
é igual à função a integrar.
2. O diferencial dum integral indefinido é igual à expressão sob
o sinal de soma
d (x) d x ) = f (x) dx. (5)
Isto resulta da fórmula (4).
3. O integral indefinido do diferencial duma certa função é
igual à soma desta função e duma constante arbitrária
l dF{ x ) = F { x ) + C .
É fácil verificar esta igualdade por derivação (o diferencial de
cada membro da igualdade é igual a dF (x)).
INTEJGRAL INDEFINIDO 371

§ 2. Quadro de integrais
Antes de começar a exposição dos diferentes métodos de inte­
gração, daremos uma lista das primitivas de certas funções elementares.
Este quadro pode ser obtido directamente a partir da definição 2.
§ 1, Cap. X, e do quadro das derivadas (§ 15, Cap. 111). (É fácil
justificar todos os detalhes do quadro por derivação; isto é, pode-se
verificar que a derivada do membro direito é igual à função a integrar).

f
1. \ d x = --------- \-C (a ^ — 1). (Aqui e nas fórmulas seguín-
J a + 1
tes, C designa uma constante arbitrária).

2. j ^ = L o g |x | 4-C.

3. J sen x d x = — cos x-\-C .


4. J COS x d x = sen x-\-C .
f dx
5. \ — = + C.
J COS X

dx
6. ctg X -\-C.
sen* X
7. 5 t g x d x = — Log I COS XI + í '•
8. J ctg x d x — Log I sen x | +
9.

10. í ffl*dx = — ---- 1- C.


j Loga

11. f ^ arc tg X + C.
3 1 + X®

r dx 1
11' . arc t g ---- \-C.
3 o* + X* a a
f dx _ 1 a-{- X
12. Log + C.
3 a*-x *~ 2 ú a — X
372 CAIX^ULO DIFERENCIAL. B INTEGRAL.

dx
13. : arc sen x -\-C.
V l -X *
, f dx
arc sen---- C.
J Vo® — X.2 a

\ Vx®±o=
= Loglx + Vx®±o®l + C.

híota — No quadro das derivadas (§ 15, Cáp. lU), as fórmulas


corre^xmdentes às fórmulas 7, 8, IT. 12, 13' e 14 faltam. É todavia
fácil de as justificar por derivação.
No caso da fórmula 7, temos:
/ T Log|cosa:|)
(— I IV= ---------------
— sena: = tgx,
^
cosx

por conseguinte, ^ ig x dx = — Log | cos x \ + C,


No caso da fórmula 8,
. .V' cosa;
(Log sen x\) = --------= ctg x,
' sen a:

por conseguinte, ^ ctg a: = Log | sen a: | + C.


No caso da fórmula 12,
( —L o g l" - h = -;;^ [L o g |a + x | — L o g |o — xl]' =
\2fl lo — x |/ 2o

1 r 1 ^ ^ ] _ *
2 o lo + x o — xJ o®— X*

por conseguinte. \ ——— =- — Log E-ZÍZ-E + C.


J o®— X® 2o o —X

Notemos gue esta última fórmula resulta igualmente dos resultados


gerais do § 9. Cap. X.
INTEGRAL, INDEFINIDO 373

No caso da fórmula 14,

(Log IX + Vx® ± a* | ) '=

i + V i’ ±o*

dx
por conseguinte, = L ogIX + Va^ á z C^ \ +C.
V x^ ±
Esta fórmula resulta igualmente dos resultados gerais do § 11.
Poder-se-ia justificar, duma maneira análoga, as fórmulas 11' c 13'.
Notemos, todavia, que cias são uma consequência imediata das fórmulas
11 e 13 que estabeleceremos mais adiante (ver § 4, exemplos 3 e 4).

§ 3. Algumas propriedades do integral indefínido


Teorema — 1. O integral indefinido da soma algébrica de duas
OH várias funções é igual à soma algébrica dos seus integrais
í [fi (a:) + h (a:)] dx = J /i (x) dx + J /j (x) dx. (1)
Derivemos os dois membros desta igualdade. Em virtude da
igualdade (4) do precedente parágrafo, podemos escrever:

(í [/i (^)+ Í2 (^)j = fi (a:)+ Í2 w .


(í /i {^) dx + J /a (x) dx)' =
= (J /i (x) d x ) ' + (J U (^) = fi (^) + / 2Í^)-

Assim, a derivada do primeiro membro da igualdade (1) é igt


à derivada do segundo membro, isto é, a derivada duma priinit^
qualquer do segundo membro é igual à derivada duma função a
trária que figura à direita. Resulta, daí, em virtude do teorema do §
Capítulo X, que toda a função do primeiro membro da igualdade (1)
apenas difere de qualquer função do segundo membro por uma cons­
tante. É neste caso que o sentido da igualdade (1) deve ser com­
preendido.
Teorema — 2. Pode-se retirar um factor constante de debaixo do
sinal soma, isto é, se ã = const., então,
I a f ( x ) d x = a l f (x) dx, (2)
374 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Justifica-se esta igualdade derivando os dois membros:


af (x) dx)' = af {x),
{a l i {x) dx)' = c (J / (x) dx)' = af (x).
As derivadas destes dois membros são iguais; por conseguinte,
a diferença das funções que figuram à esquerda e à direita é constante.
A igualdade (2) deve ser compreendida neste sentido.
No decurso do cálculo dos integrais indefinidos, é, por vezes,
útil recordar-se as regras seguintes:
I. Se
l f {x) dx==F{x) + C,
então.
1
í
/ (ax) d x = — F (ax) + C. (3)
Coni efeito, derivando os dois membros da igualdade (3), temos:
i l f (ax) dx)' = f {ax),

\ — F {ax) ! = —( / ’ {ax))'x = — F' {ax) a — F' {ax) = / {ax).

As derivadas destes dois membros são iguais, c. q. d.


II. Se
l f { x ) d x = F { x ) - \ - C,
então.
I f {x b) dx = F {x + b) -\- C. (4)
III. Se
J f { x ) d x = F{x) + C ,
então.
^ / {ax -|- If) dx = — F {ax b) C. (5)

Demonstra-se, igualmente, as igualdades (4) e (5), derivando os


dois membros.
Exemplo — 1.

^ (2x3— 3 sen x+ 5 V^x) dx = ^ 2x^ dx —

— ^ 3 sen X dx -f- ^ 5 ^ x dx = 2 ^ d x — 3 ^ sen x dx + 5 ^ x^ dx =

5+i
— 3 (— COS x ) -t-5 ------------- \-C = - ^ x 4 + 3 c o s x - 1 - - ^ x Y x + C.
T+'
INTEGRAL INDEFINIDO 375

Exemplo — 2.

- |+ ‘
- r - |- J X '^dx-\- ^ íix = 3 -í-j -+ -
“ T+* -1 + 1 J+ i

+ c =4- + V i +4- í ' í + c-


Exemplo — 3.

5^ = Logl*+31 + C-
Exemplo — 4.
^ COS 7 x á x = - y sen 7 x + C .

Exemplo • - 5.
^ seo ( 2 x — 6 ) ^ COS ( 2 x — 6 ) H - C .

§ 4. Integração por mudança de variável


Seja calcular o integral
lf{x )d x \

ainda que não saibamos calcular a primitiva da função / ( a ), sabemos


que ela existe.
Efectuemos neste integral a mudança de variável
x = (p (í), ( 1)
em que 9 (/) é uma função contínua, bem como a sua derivada, e
admitindo uma função inversa. Então. dx = / ( í ) dr , demonstremos
que neste caso a igualdade
[ f { x ) d x = I f[q> (í)] <p'(t) dt (2
é satisfeita.
Subentende-se aqui que a variável t será substituída depois da
integração do segundo membro pela sua expressão em função de x
tirado de (1).
Para justificar a igualdade (2) neste sentido, basta mostrar que
as duas quantidades consideradas de que cada uma apenas é definida
a menos de uma constante arbitrária, têm a mesma derivada em
relação a a . A derivada do primeiro membro é
(J/(x )d x ); = /(x).
376 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Derivemos o segundo membro em relação a jc tendo em conta


que / 6 uma função de x. Resulta da igualdade (1) que — = <p' (t)
dt
e, em virtude da regra de derivação das funções inversas,
dt 1
dx cp' {t)
Temos, por conseguinte:

( I / [<p (0] <jp' {t) J

1
= /[<p W] :/[(p (t)] = f(x).
<p'(í)
As derivadas em relação a x dos dois membros da igualdade (2)
são pois iguais, c. q. d.
A função X - <p(í) deve ser escolhida de maneira que se saiba
calcular o integral indefinido que figura à direita da igualdade (2).
Nota — É, por vezes, preferível escolher a mudança de variável
sob a forma / = (jc) em vez de jc = ^ (0. Mostramo-lo num exemplo.
Proponhamo-nos calcular um integral da forma

f il)' (x) dx
J \1) (x)
Aqui é cômodo fazer
^ (^) = t,
então,
yp' {x) dx<= dt,
f yp (x) dx { dt

Demos, coroo aplicação do que precede, alguns exemplos de


integração por mudança de variáveis.

E xem plo— l. \ yscnxcosxdx = l Efectuemos a mudança da variá­

vel i = sen jc; então, dt = cos x dx e, por conseguinte, i V ss e n X COS xdx =

.2
= j V íd t= j í^ á < = ? Ç + C = |- s e n ^ x + C .
u r r m K à ís in d e f in id o 377

X dx
E xem plo - PFáçamos 1= 1 entlo, d t= 2 x d x c
’ ^ Í l + X*
x ddxx i C dt í 1
Í J ~ r ~ 'Y ^ ^~ ^

Façamos t= — ; então.

dx
Ç dx 1 f adí 1 f dí 1
-'* '* * ’ J a2 + x2 “ a* J 1 + ta ~ a J l + <» ~ a + —
= — arc tg ---hC^-
a ® a '

dx
E xem plo -

(supomos aqui que


J V a2—x2

a > 0).
« J
/ ‘-(fr
^_______ n. Façamos í = — ; então,

d x = a d t, f ^ = —Ç f -^ iL = |= a rc sení+C=arc sen-í- +C
J y a2_x2 aj-|/i_í2 J y r ^ r íi a
Demonstra-se, nos exemplos 3 e 4, as fórmulas 11' e 13' do
quadro de integrais (ver mais acima, § 2).

Í dx
(Logx)3 — = ? Façamos í= L o g a :; então, d t= ^
dx
;
X X

J (L o g x )* ^ = J t3 d í= -J - + C = - i (Logi)4-i-C.

E xem plo — t . j Façamos í = x 2 ; entáo, * = 2z dx, j


1 r dí 1 1

O método de integração por mudança de variáveis é um dos


métodos mais importantes do cálculo dos integrais indefinidos. Mesmo
quando empregamos um outro método, sucede muitas vezes que se
deve efectuar uma mudança de variáveis durante os cálculos inter­
mediários. O sucesso da integração depende frequentemente da nossa
habilidade em escolher a mudança de variável apropriada que sim­
plifique os cálculos. Eis porque o estudo dos métodos de integração
se reduz à determinação da mudança de variáveis a efectuar para
integrar uma dada função. O presente capítulo é consagrado, cm
grande parte, à resolução deste trabalho.
378 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

§ 5. Integração de certas expressões contendo


o trinómio ojc^ + íjc -f c
1. Consideremos o integral
dx
cur -\- bx-{- c
Transformemos, primeiramente, o denominador pondo-o sob a
forma de uma soma ou de uma diferença de quadrados

a x^ hx c= a\x^ —X =
[ a a\

= “ [" ''+ ^ â " ’+ ( â ) + 7 “ ( â ) ]=■

=“[("+èy+(i- )]-“[("+èy=^‘']’ 5

em que se fez
c 2
-------------r = zb
a 4a^

Tomar-se-á o sinal mais ou o sinal menos, consoante o sinal do


primeiro membro da relação precedente seja positivo ou negativo,
isto é. consoante sejam as raízes do trinómio ax^ + bx + c complexas
ou reais.
O integral 7i pode, pois, ser posto sob a forma

dx dx
aor bx c a J
[ ( * + è ) =^‘ ‘1
Efectuemos uma mudança de variável fazendo

dx = dt.
Temos, então.
dt
h = - \
t^±k^
são precisamente os integrais 11' e 12 do quadro.
INTEGRAL. INDEFINIDO 379

Exemplo — 1. Seja calcular o integral


r dx
J 2í 2+8 x+ 20*
Resolução.
/ = f ____^ ___ = l f dx
J 2x2 + 8 ar+ 20 2 J x2 + 4x + 10
dx dx
= 4 Í x a+ 4r+ 4+ l0 (x + 2)2+ 6*
Façamos a mudança de variável jc + 2 = /, dx = dt.
Depois da substituição em I, encontraremos um integral do quadro dos
integrais
r 1 f áí 1 1 . í .^
' - 2 ) - ü + 6 = - 2 ^ " ' ‘e y j + ‘'-

Substituindo t pela sua expressão em função de x» temos, finalmente:

r 1 x4-2
2 Vê * -|/6
II. Consideremos um integral de um tipo mais geral
Ax + B
dx.
■ = í ax^ -\- bx-{- c
Ponhamos a função a integrar sob a forma seguinte

{2ax + 6) +

í A x -^B
dx
ax^ -^ b x -\- c = í
2àCi

Este integral pode ser posto sob a forma duma soma de dois
d:r -\-bx-\- c
dx.

integrais e. retirando os factores constantes de debaixo do sinal


soma, temos
dx
L= _ 2 ^ £ ± _ L -d z + ÍB -^ ) f —
2(1 J CLX bx -j- c \ 2 cl ) J CLx^ bx-\- c
O segundo integral é justamente h que sabemos calcular.
Efectuemos unàa mudança de variável no primeiro integral fazendo
ax^ bx c = t , {2ax + fe) dz = dt.

Por conseguinte,

r (2 a x + fc)dx ^ f = L o g |í | + C = Log|ax* + fex + c| + C.


J ax + fcz + c J í
380 CALCUU) D IF E B E N dA I< E IN TEG RA I.

Temos» eatão. finalmente:

/a = ^ L o g lo o :* + 6a: + c| + /j.

E xem plo^ !. Seja calcular o integral

Utilizemos o processo que acabamos de indicar:

, f .+ 3 f4 < ^ - » + (^ + T 2 )
dx =
J i2 —2x—5 J r i—2x—5
_ 1 r (2x— 2) dx C dx __
— 2 J x2 —2x—5"^^ J x2—2x—5“
_ 1 L o g |..- 2 . - 5 1 + 4 J

V 6-(x-l)
= i L og I x » - 2 x - 5 1+ 2 Log +C.
V 6 + (x -l)
III. Consideremos o int^ral

í dx
ax^ -[-bx c
Com a ajuda da mudança de variável indicada no ponto / deste
parágrafo reduz-se este integral segundo o sinal de a ou a um
integral do tipo

í dt
V t^ ± k ^
no caso em que a > 0, ou a um integal do tipo

\ V k^ -
dt

no caso em que a < 0; estes dois integrais figuravam no quadro


de integrais (ver as fórmulas 13' e 14).
IV. O integral
f Ax + B
: dx
^ OfX^ -\-bx-\- c
INTEGRAL. INDEFINIDO 381

pode ser calculado com o auxílio de transformações análogas às


consideradas no ponto II:
{2ax “j-
Ab
f Ax + B 2a 2a )
dx dx =
J -\-bx-\- c ^03? + + C
_ f ___22ax + h dx
dx +
2a J ax -\-bx-\- c ~\/ax^ -j- bx -j- c
Efectuemos no primeiro integral uma mudança de variável»
fazendo
bx c = t, {2ax - \ - b ) d x = dt,
temos:
f (2 0 0 :+ ! .) ^ = f ^ ^ 2 V ; + C = 2 V L .- + i , x + c + C.
^ V b x c J V í

O segundo integral foi já calculado no ponto m .


Exemplo — 3.

-^ (2 * + 4 ) + ( 3 -1 0 )
5a;-[- 3
V x 2 -f4 x + 1 0
d,=j
V xa+4x+10
dx=
-A f 2x+4 ^ -7 f ^ =
’ 2 J y i2 + 4 i+ 1 0 J V(x + 2)2 + 6
= õ + + —7 L o g l x + 2 + V ( x + 2)2 + 6| + C =
= 5 Va:2 _j_4x + 1 0 — 7 Log I X+ 2 + V ^ a + 4 + 1 0 1+ C.

§ 6. Integração por partes


Se w e V designam duas funções deriváveis de x, sabe-se que
o diferencial do produto uv é:
d (uv) = u d v V du.
Integrando-se, obtém-se:
uv=ludv-\-lvdu
ou
^ udv = uv — ^ vdu, (1)
É o que se chama a fórmula de integração por partes. Utiliza-se
geralmente esta fórmula para a integração das expressões que podem
ser postas sob a forma de dois factores u e dv, tais que a procura
382 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

da função v a partir do seu diferencial Jv e do cálculo do integral


^ vdu constituem um problema mais simples que o cálculo directo
integral j* udv, A habilidade requerida para efectuar uma escolha
judiciosa dos dois factores u e dv necessita uma certa experiência que se
adquire pela resolução dos exercícios. Indicaremos, nos exemplos, como
é preciso proceder em casos semelhantes.

E xem p lo — \. Seja calcular j x s e n x d x = ?. Façamos

u=x, ^0 = sen x dx ;
eiUão,
du=dx^ v = — c o sx .

Por conseguinte,

^ X sen x d x = ^ x c o s a :+ ^ cos x — x cos s e n x + C.

Nota — Quando determinamos v a partir do seu diferencial dv,


podemos tomar uma constante arbitrária, visto que ela não figura
no resultado final (o que é fácil de verificar, substituindo na igual­
dade (1) V por V -f C). Eis porque é preferível escolher esta constante
igual a zero.
O método de integração por partes, emprega-se frequentemente.
Por exemplo, pode-se calcular com o auxílio deste método os integrais
da forma
J sen ax dx, ^ x^ cos ax dx,
5 x^dxj ^ x^ Log X dx,

assim como outros integrais nos quais entrem as funções trigonomé­


tricas inversas.

Exemplo — 2. Seja calcular I arc tg x dx. Façamos u = arc tg x, dv = dx :


dx
então, du - , v = x. Por conseguinte.
1+ x2

Í r X dx 1
arc t g x dx = x arc t g x — \ -£^7^ = ^ arc tg x — ^ L o g | l + x2 j + C.

Exemplo — 3. Seja calcular ^ x^e* dx. Façamos u = x2, dv — e ^ d x ;


então, du = 2xdx^ y =

^ x^e^dx —x^e^—2 ^ xe^dx.


INTEGRAL INDEFINIDO 383

Apliquemos de novo a este último integral o método de integração


por partes, fazendo:
Ui = x, du^ = dx,
dv^ = e^dx^ v^ = e^.
Então,

^ xe^ dx ~ x e ^ ~ ^ dxr= xe^ — e ^ ^ C ,


Temos, finalmente:

^ x^e^dx = x^e^— 2 (xe*— e’f ) - f C = i2 e * — 2xe* + 2e» + C = e* (x2 — 2 * + 2 ) + C.

Exemplo — 4. Seja calcular j (x 2 -|-7 x — 5) c o s 2 x d x Façamos u = x * +

— 7x—5 ; dv = COS 2x dx ; então,


sen 2x
d u — (2x-]- 7)dXy V
2

J (x2 + 7 x -5 )c o s2 x ix = :.(x 2 + 7 x - 5 ) - ? ^ - J ( 2 x + 7 ) ? ? ^ d x .

Apliquemos o método de integração por partes a este último integral


2x4-7
fazendo , dv^ — sen 2x dx ; então.
COS 2x
du^-~dx,
f 2x-{-7 2x4-7/ cos2x\ f / cos2x\ ,

(2x4-7) COS 2x sen 2x ,

Donde, em definitivo:

j (x2 + 7 x — 5) COS 2x dx ^ (x^ + 7 x — 5) —° +(2x+7) -\-C.

Exemplo — 5. ^ "j/a*— x* á x = ?

Multipliquemos e dividamos a função a integrar por :

{ V n2 — x2(íx= Ç dx=gi f f =
J J V o 2 — x2 J V<»®— ** J V o 2 — X*
X r X dx
= a2 arc sen -
"“ ~ j * V “®—
Apliquemos a este integral o método de integração por partes, fazendo
u = x, du = dx,
X dx
dv = , v=i^—j/a*—X*;
V«2—l2
384 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

então.
f = r ^ xàx f 1 /a 2 — i2 á x .

Substituindo este resultado na expressão que acabamos de obter ante-


riormente pelo integral procurado, determinamos

^ “j/a 2 — dx = a2 arcscn J "j/a^— dx ,

Efectuando certas transformações elementares evidentes, temos, finalmente:

í l/a 2 — d x = - ^ arc sen — +


n, ^
"^/a^ — x^-\-C,

Exemplo — 6, Calcular os integrais

/j = ^ COS b x d x et ^ 2 = ^

Aplicando o método de integração por partes ao primeiro integral, tem-se:

u = e ° * , du = ae^^,
1
dv = COS bx dx, v = -z~ s e n bx,
0

e ® * COS h x d x = ’-r^ sen bx e'®* sen bx dx.


-T Í
Apliquemos de novo o método de integração por partes a este último
integral:
tt = e®*, du = ae^^.
1
d v = sen bx dx, v — — —cos bx,
b
^ e®* sen bx d x = — ^ e®* cos ^ e ® * COS bx dx.

Substituindo a expressão obtida na igualdade precedente, temos:

Í 1 ,
e®* cos b x d x = - r ^ e®* sen bx - f
a «2 f
e®* cos bx— — \ e®* cos bx dx.

Deduzimos desta igualdade:

+ ^ e® * c o s6 x d x = e ® * ( y ® ® ® ^ * + ^ c o s 6 x ^ + C * ,
donde.

r __ . - e®* (b sen b x + a cos 6x) , „


/ j - È \ e«*co8Òx d x = ----- i------- r-p-ts---------- í + C.
* j aS+ò*
Obtém-se, do mesmo modo:
W r
^ L J e®* (a sen bx— 6 cos bx) , _
/ 2 = J e » * i e n 6 * d x = _ i ----- - g ^ ^ , ------- -'+ C .
INTSQRAL INDEFINIDO 385

§ 7. Fracções raciomus.
Fracções racionais dementares e soa integração
Como vamos ver, não são todas as funções elementares que se
integram com a ajuda de funções elementares. Eis porque é muito
importante definir as classes de funções cujos integrais podem ser
expressos com o auxílio dc funções elementares. Entre estas classes,
a mais simples é a das funções racionais.
Toda a função racional pixle ser posta sob a forma dc fraoção
racional, isto é, sob a forma de quociente de dois pdinómips:
Q [x) gpj;" + + .. ■+
/( .c ) + +

Podemos supor, sem restringir a generalidade, que estes polinó­


mios não têm raízes comuns.
Se o grau do numerador é inferior ao do denominador, diz-se.
então, que a tracção é regular no caso contrário diz-se que ela é
irregular.
Se a fracção é irregular, dividindo o numerador peh) denominador
(segundo a regra de divisão dos polinómios), pode-se representar a
fracção inicial como a soma dum polinómio c duma fracção r^ulan
Q (x) F(x)
M{x) +
H^) f(x)
F(x)
em que M (jc) é um polinómio e , uma fracção regular.
f{x)
E xem p lo — 1. Seja
x*— 3
x2 + 2 i + l
uma fracção racional irregular.
Dividindo o numerador pelo denominador (segundo a regra de divisão
dos polinómios), temos:
X* — 3 4x— 6
- j :2 — 2 x -; 3 -
— 2x— 1 — 2 x -f-l

A integração dos polinómios não representam nenhuma dificul­


dade, o nosso trabalho consiste, então, em integrar as fracções racionais
regulares.
Definição — As fracções racionais regulares do tipo:
A
I.
X— a
A
II. é um número inteiro positivo > 2).
(x — a y
25
386 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

III. px-\-q
A x -\-B
1]^ raízes do deDominador são complexas, isto é.

(^2
Ax +B^
-f-
(A é um inteiro > 2; as raizes do denominador
são complexas) chamam-se, respectivamente, elementos simples de
tipcs I, U, III e IV.
Demonstraremos, no parágrafo 8, que toda a fracção racional
pode ser posta sob a forma de soma de elementos simples. Por esta
razão, consideraremos primeiro; os integrais dos elementos simples.
A integração dos elementos simples de tipos I, II e III não
apresenta grandes dificuldades, eis porque integramo-los sem dar expli­
cações detalhadas:

I. T —
òX —dx= Ahog\x—a\-\-C.
—a

-A ; + l (1 - k ) ( x - a)

— {2x+ p) + ( ^ - t )
dx =
III
j ^-\-px-\-q
px q J X+px-\-q
2x-|- p dx
=TÍ x^ px q ' (V - f 2)/íôx^ px q
= ^ L o g \ x ^ + p x + q\ + (B -à £ ^ X

f ________ ____________ A ■Logla:*+pa: + gr1+

2B—Ap
^ arc tg ^
2x+P- +, Cr’
V4gr—j V 4gr— j (ver § 5).
INTEGRAL INDEFINIDO 387

A integração dos elementos simples do tipo IV está ligada a


cálculos mais complicados. Seja calcular um integral:

IV. t + dx.

E fetu e m o s as transformações:

y (2 x + p ) + ( B - ^ )
A x - \- B
í {x ^ + p x + q f
dx
{j^ + p x + q f
dx-

r 2£ + p _ / _ ^ \ r dx
2 j {3^ A-px q) ' 2 / JI
O primeiro int^ ral pode ser calculado por uma mudança é t
variável pondo px q = t- {^x + p) dx = dt:

J (x® + px + a)* J í* J i —k

1
—k){x'^+px+ qf
Qiam em ps Ik ao segundo integral e ponhamo-lo sob a fom ia
dx
(x^ + px + q f

= í
dx
\ dt

em que se fez

dx = dt, qn - ~P" = m

(por hipótese, as raízes do denominador são com plexos e, por conse-


guinte q _ ^ > 0).
Procedemos, em seguida, da maneira seguinte:
^ dt 1 f + m^) —
2 \k
dt =
‘“ J (í® + m®)* “ m® J (í® + m®)

_ J_ f d t ______ f
dt .
2\A
IV? J {f" + rr?)^~^ rr? J {t^ + m^y
388 CALCULO DIFBRBNCIAL B INTBORAL

Traosfonnemos este último int^ral:


f t^d t _ f t td t
J (<®
í < ®44- - TO*)*
to*)* ~ J ((Í*
í*+- T O * )*

+
2 J (í*H+ TO*)* 2 (k ^ ‘^ ( ( Í * + T O * ) * " * )

Integrando por partes, obtemos:

f—
J
*^dt
(í* + TO*)*
(í* +
1 ff
2 (A - 1) L'
1
L (í* + TO*)*"*
[ ____ Ê.____ 1
m®)*
J (í* + TO*)*' * J
Substituindo esta expressão na igualdade (1). temos:
_ f ddtt __________^
1 fr dt
J (í* 4 - TO*)* TO* J (í* 4 -m * )* -*

dt
+ ± _ i _
f _______?__________ (
M -l
TO*2(ft-l ) I (í * 4 - to*)*"* J1

t 2* — 3 f dt
2to* (A: — 1) (<* 4- w*)‘ í„2\A-1
2 m ^ { k - \ ) ò (í*4-wi )
O integral que figura no segundo membro é do mesmo tipo
que Ik. com a diferença de que o grau do denominador da função
a integrar é duma unidade inferior (k — 1); então, exprimimos
em função de /fc_i.
Aplicando, sucessivamente, este processo chega-se ao integral
conhecido:
^1= 1 — ^ = — a rctg — + C.
J t -\- m~ m m

Substituindo em seguida / e m pelas suas expressões correspon­


dentes em função de jc. obtém-se a expressão do integral IV em
função de . A, B, p, q.
jc

Exemplo — 2.
-(2 x + 2 ) + ( - l - l )
f X— 1
d x = 1 ------ ^ ^ ^ -------dx
(x2 2 x + 3)2 “ J (x2 + 2 x + 3 ) 2
2 x -f2
(^2 + 2x + 3)2 2 i + 3)2“
1 1 dx
2 (x2 + 2x + 3 )' {i * 4 -2 x+ 3 ) 2 -
INTEGRAL. INDEFINIDO

Façamos neste último integral .r + 1 = /:

í dx
(i* + 2 í+ 3)â
ir dx
<tr __f
J I(x+1)* f2 J » ~ J (í* + 2)*“ T 3 (í*+2)*
_ i r * 1 r I* 1 1 t * * f
2 3 ti+ 2 2 3 (<* + 2)* 2 2 3 (< * + 2 )* '

Consideremos, agora, este último integral:

( r-d t 1 ç td(t*+ 2) 1 \ _
3 (í*+2)2 2 3 (<»+2)a 2 3 1 <*+2) ) ~
1 í . 1 f á< 1 —a r c ,t g t
2 2 3 +2 2 { /* + 2 ) • 2V 2 V2
(é inútil juntar uma constante arbitrária; escreve-la-emos na expressão defi­
nitiva). Por conseguinte.
dx
(x *+ 2 x + 3 )í
1 i+ 1 1 r x + i 1 . x+1
- a rc tg + a rc tg -—
2 1 / 2 v 2 K
2 - 2 (i* + 2 x + 3 ) ' 2 V 2 1/2 ] •
Temos, finalmente

f X— 1 x+2 1 /2
dx=
(x a 4 - 2 x + 3 )a 2 (x * + 2 x + 3 )
4

§ 8. Decomposição das fracções racionais


em elementos simples

Demonstremos que toda a fracção racional regular pode ser


posta, e isso duma só maneira, sob a forma duma soma de elementos
simples.
Seja:

f{x)

uma fracção racional regular.


Suporemos que os coeficientes dos polinómios que a compõem
são reais e que, além disso, a fracção é irredutível (isto é, que o
numerador e o denominador não têm raízes comuns).

Teorema — 1. S e j a x —a uma raiz midtipla de ordem k do


denominador, isto é. f (x) = (x - a)*' f i (x), em que f. (a) :=^ 0 (ver 9 6.
390 CALCUIX) D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

F ix\
Cap. VII); a fracçào regular — ^ pode, então, decompor-se numa
H^)
soma de duas fracçôes regulares da seguinte maneira:
F {x ) _ A , F ,(x )
+ ( 1)
f(x ) (x - a f ' ( x - a f - ^ f iix )
em que o coeficiente A é diferente de zero e Fi (x) é um polinómio
de grau inferior ao do denominador (x — a) fi (x).
Demonstração — Escrevamos a identidade
F {x) F {x)-A h(x)
+ ( 2)
/( ^ ) (x _ a )« (z -a )V i(x )

(esta tem lugar qualquer que seja A ) e determinemos A de modo


que o polinómio F (x ) — A fi(x ) seja divisível por x — a. Em virtude
do teorema de Bezout, é preciso e basta que a igualdade
F {a )^ A U {a ) = 0
seja verificada. Como fi (a) ^ 0 , F (a) ^ 0, pode-se determinar A duma
maneira unívoca a partir desta igualdade com

fi(a)
Para um tal A temos

F {x )- A U (x ) = {x - a )F ,{x ),
em que F i (x) é um polinómio de grau inferior ao do polinómio
(x — a)*"" Vi (^)-Simplifiquemos a fracçào na fórmula (2) dividindo o
numerador e o denominador por (x — a). Obtemos, então, a igualdade
procurada (1).
Corolário — Pode-se aplicar um raciocínio análogo à fracçào racio­
nal regular
^ i( ^ )
{x — a f~ ^ U {x )

que entra na composição da igualdade (1). Assim, se o denominador


da fracçào tem uma raiz múltipla x = a ác ordem k, pode-se escrever:
F {x ) F k jx )
k -i
f (x ) {x — a f (x — à) /i(^ )
F ^ (t )
em que é uma fracçào regular irredutível. Pode-se aplicar o
/i( ® )
teorema que acabamos de demonstrar a esta nova fracçào, se fi (x)
tiver outras raizes reais.
INTEGRAL. INDEFINIDO 391

Estudemos agora o caso em que o denominador tem raizes


complexas. Lembremo-nos, primeiramente, que as raízes complexas dum
polinámio de coeficientes reais são conjugadas duas a duas (ver § 8,
cap. vn).
Na decomposição do polinómio em factores reais, a cada par
de raizes conjugadas corresponde uma expressão da forma + px + q\
se as raízes complexas conjugadas são múltiplas de ordem /i, a
expressão correspondente será (x® + pa: + qY.
Teorema — 2. S e t (x) = (x^ + px + q)** (x) em que o polinómio
F{x)
(x) não é divisível por -f- px + q, a fracção racional regular
/ W
pode ser representada pela soma de duas fracçôes regulares da maneira
seguinte
F {x ) Mx + N ________ O i {x)________
(3)
/ (^) + <lT + p x + q f ^<Pi (^)

em que (x) é um polinómio de grau inferior ao do polinómio


(x* + px + q)>*-ií»i(x).
Demonstração — Escrevamos a identidade
F{x) F(x)
f(x) {x^-\-px + q) q>i(x)
Mx-\-N F{x) — { M x N ) ( Ç i { x )
+ (4)
{x^ -\-px + q f (x* + px 4- q f (p^(x)
que tem lugar, quaisquer que sejam M e N. Determinemos M t N
de modo que o polinómio F (x) — {Mx + N) (x) seja divisível por
X* + px + g. Para isso, é preciso e basta que a equação
/ ’( x ) - ( M x + iV)q>i(^) = 0
tenha as mesmas raízes o ± ij8 que o polinómio x* + px + q. Por
conseguinte.
F (a + ip) - {M (a + ip) + TV] (p^(a + íP) = 0
ou

T l/( a + iP) + TV = -:^ L ^ ^ + 2 ^ .


(Pi (a -f ip)
jP ( a + iP)
Mas —7— é número complexo, hem determinado, que
~r ^P; ^
se pode pôr sob a forma +/X, em que e L são números reais.
Assim,
M ( o í - \ - iP) + N = K + íL ;
392 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

donde
M a + N = K, M^ = L
ou
Kp — L a
N-
P
Se se escolherem os coeficientes M t N desta maneira, o polinómio
F (x) — (Mx + N) <fi (jc) terá por raiz a + ij8, e, por conseguinte, a
raiz conjugada a — ip. Assim, este polinómio é divisivel exactamente
por X — ( a + ip) e X — {a — ip), e, por conseguinte, pelo seu produto,
isto é, por x^ + px + q. Designando o quociente desta divisão por
(x). obtonos:
F (x) — (M x + - ^ <Pi (x) = (^ + p x - \ - q ) (Dl (j:).

Simplificando por + px + q a última fracção da igualdade (4).


deduzimos a igualdade (3), e é claro que (x) é um polinómio de
grau inferior ao do denominador, c. q. d.
Aplicando os teoremas 1 e 2 à fracção regular , determinam-se
todos os elementos simples correspondentes às raízes do denomi­
nador f (x). Podemos, então, enunciar a proposição seguinte.
Se
f (x) = (x — c)“ (x — b f . . . (x^ +px-\- q f .. .
...(x ^ - \ - lx + s )\

a fracção pode ser decomposta da maneira seguinte:


J{x)
F (x )
+
f(^ ) (x — a)“ (x — a)' X—a
B
+ 7(x — b f (x — b)
6 -1 +

Mx + N M i X + -^1 (5)
+
(x^ + p x + q f (x* + p x + q)'
I M n —iX -j- N n - i j I Px + Q
+
xr-}-px + q (3^ lx-\- s)

+ ^1 Pv-iX -|- Çv- 1


+ ;r i + •••+
(x^ -\-lx-\- s)' X®-|- Zx + s
XNTBGRAL. IN DEFINIDO 393

Podem-se determinar os coeficientes A, At, B, Bt....... tendo


cm conta as considerações seguintes. A igualdade (S) é uma identidade,
por conseguinte, se reduzirmos estas fracções ao mesmo denominador,
teremos nos denominadores à direita e à esquerda polinómios idên-
ticamente iguais. Igualando os coeficientes das mesmas potências de x.
obtemos um sistema de equações para determinar os coeficientes des­
conhecidos A, A l....... B, Bu ...
Podemos, igualmente, determinar estes coeficientes tendo em
conta a nota seguinte: os polinómios que se obtêm à direita e i
esquerda da igualdade após redução das fracções ao mesmo deno­
minador devem ser idênticamente iguais, por conseguinte, os vsdores
destes polinómios são iguais qualquer que seja o valor de x. Damdo
a X certos valores concretos, obtemos as equações necessárias para
determinar os coeficientes.
Assim, demonstramos que toda a fracção racional regular pode
ser posta sob a forma duma soma de elementos simples.
x2+2
Exemplo — Seja decompor a fracção eni elementos
(x - fl) 3 (o :-2 )
Em virtude da fórmula (5), temos:
x2+2 A . , A2 B
(x + l ) 3 ( x - 2 ) (x + l)3 ' (x + l)2 ^ ^ x—2 •
Reduzamos ao mesmo denominador comum as fracções e igualemos os
numeradores. Obtemos:
x ^ J -2 = A ( x ^ 2 ) + A ^ (x + i ) ( x - 2 ) + A 2 { x + \ ) ^ ( x - 2 ) + B ( x + i ) \ (6)
ou
j:2 + 2 --(.4 2 + ^) x^ + (Ai + 3B) x^ + ( A - ^ A i—3A2 + 3B) x +
+ { — 2 A — 2 A í — 2A2 + B).
Igualando os coeficientes de x^, x-, x>, x \ obtemos um sistema de
equações para determinar os coeficientes:
0=A 2~{-B ,
í = Ai + 3B,
0 = A — A i — 3A2 + 3B,
2 = — 2 A — 2 A í — 2A2 + B,
A resolução deste sistema dá:
1 2 ‘ 2
.4 = - - — 1 ; .4i = — ; . I 2-

Poder-se-ia. igualmente, determinar certos coeficientes a partir das equa­


ções que se obtêm da igualdade (6) que é uma identidade em x. dando à
variável x certos valores particulares.
Assim, fazendo x = — 1, obtemos 3 = ^3<4 ou = — 1; fazendo x = 2,
2
obtemos 6 ^ 27B; B = — . Se juntarmos a estas duas equações duas outras
obtidas igualando os coeficientes das mesmas potências de x, teremos quatro
equações a quatro incógnitas para determinar os coeficientes. Temos, finalmente,
á decomposição:
x2 + 2
(x + l)3 (x -2 ) (x + l)9 + 3 ( x + l)2 9 (x + l) 9 ( x — 2)
394 CALiCDIX) DIFESENCIAI j B INTEGRAL

S 9. lntegni$ão das frao^ões nudonais

Seja calcular o int^ral da fracção racional isto é. o integral


f(x )

í Q (^)
/( ^ )
dx.

Se a fracção dada 6 irregular, pomo-la sob a forma duma soma


P ('r\
dum polinómio M{x) e duma fracção racional regular (ver § 7).
F(x)
Pomos, em seguida, a fracção ' ' sob a forma duma soma de
f{x)
elementos simples (ver (5). § 8). Assim, a integração duma fracção
racional arbitrária reduz>se à integração dum polinómio e de vários
elementos simples.
Vimos, no § 8. que estes elementos simples eram definidos pelas
raizes do denominador /(;c) Os diferentes casos são possíveis:
l.° caso — As raízes do denominador são reais e diferentes, isto é,

f{x) = {x — a){x— b ) .. .{ x — d).

Neste caso, a fracção decompõe-se em elementos simples


/( ^ )
do primeiro tipo:

F{x) B D
f{x) X—a X—b X—d
e, então.

f f — f - 5 - , f c + ... + =
d j {x) j X—a j X—b J X—d

= A Log\x — a\-\- B Log | a: — 6 1+ . . .


D Log\x — d\-\-C.
2.° caso — As raízes do denominador são todas reais, mas algumas
são múltiplas:
f{x) = (ar - o)“ ã f.

Neste caso a fracção pode ser decomposta em elementos


/(* )
simples dos tipos 1 e II.
IN TE»R A L INDBFINIDO 39S

E xem plo — I. (Ver exemplo no $ 8, Cap. X|.

í ** + 2
(x + l ) 3 ( x -_22 >> ”
, 2 f dx
rf _

1
f
J
1
( x + li ) 3 +
1 f
^ 3 J
1
( x + l ) 23
2 - ,
2 f
9 J
dx
x+1

9 J X— 2 2 (x + l)2 3 (x + l) 9 +

+ A Log IX - 2 1+ C = — Lo g I I+ C.

3.* caso — O dmominador tmn náztt complexas simptes (isto é,


diferentes):
/( x ) = (i* + p a :-t- ?)(*■ + Zx+ s ) . . .{x — ay*. . .(x —íZ)«.
Neste caso, a fracçlo £(£) deoorapõe-se em elementos simples
/( « )
dos tipos I. II. III.
Exemplo — 2. Seja calcular o i n t e ^ l
V x dx .
Í (X3-H 1)(X -1) •
Decomponhamos a fraççfio que figura sob o luial áe iniegraçSo em
elementos simples (ver (5), § 8, Cap. X'.

X A x -\-B , C
( l 2 + l ) ( X — 1) X*-|- 1 "^X— 1 •
Por conseguinte.
x = (A x-\-B ) (x — 1) + C

Fazendo a: = 1, obtemos: 1 = 2C, C = ^ ;

Fazendo a: = 0, obtemos: 0 = - B + C, B = ^

Igualando os coeficientes de temos 0 = ^4 + C, donde A ^ .


Assim,
r _ 1 f — f
J (x2 + l ) ( x — 1 ) “ 2 Jx2 + 1 "^2 J X— 1

2 ] x2 + l ~^~2 J x2 + l "*■ 2 J X— 1 “

= — ^ Log 1 x2 + 1 1+ - i - are tg -r -f-^ Log | x — 1 1+ C.

4.® caso — O denominador comporta iguaimente raízes complexas


múltiplas:
f (x) = (x* + p x + g)*^(x * + Ix + s f . . . (x — o )“ . . . (x — d)®.

Neste caso, os elementos simples do tipo IV entram também


na decomposição da fracção
39 6 CAIXULQ D IF E R ^ C IA L . E INT1ÇGRAL

E xem p lo — 3. Seja calcular o integral

f ^ \ -\\x ^ -^ \2 x + S
dx.
J 3 )^ (x + l)

Resolução — Decomponhamos a fracçáo em elementos simples:

I 1 2 x 4 -8 Ax-{-B
(x H -2 r H 8 ) i ( x I I) - (x i + 2x4-3)2 ' ( x 2 - f 2 x ~ 3 ) x+ í ’

-fJ -f + 11x2 4_ i 2 x - f 8 ^
- {Ax B ) { x + Í ) + {Cx 4- D) (x2 4- 2 x 4- 3) (x + Ij 4 - £ (x2 4 - 2x 4- 3)*.

Combinando os dois métodos dados para • determinaçSo dos coeficientes,


obtemos:

4=-l, B=^^ — L C^O, D= 0, E = í.


Tem-se assim:
x4 4 -/, x3^ -11 x2 4 -1 2 x ~ 8 x—{ 4 ^
dx= dx
2x-i-3)2(x hl) (x2 + 2x-h3)2 J ^+1
x4-2
^^arc tg -i- Log | x -f t \+C.
2 ( j ; 2 - |- 2 i- f 3 ) ^ /2
Calculámos, no exemplo 2, § 7. Cap. X, o f^imeiro integral do :»egundo
membro. O segundo integral pode ser* calculado imedia^amente.

Resulta do estudo efectuado que o integral duma função racional


qualquer pode ser expressa por funções elementares em número finito:
1) por logaritmos, se os elementos simples são do tipo I;
2) por funções racionais, se os elementos simples são do tipo II;
3) por logaritmos e arcos tangentes se os elementos simples
são do tipo III;
4) por funções racionais e arcos tangentes se os elementos sim­
ples são do tipo IV,

§ 10. Método de Ostrog^dsky


Pode-se empregar um outro método para calcular o integral
duma função racional quando o denominador tem raízes múltiplas.
Este método é muito mais simples: cic jicrmite isolar a parte racional
Jo integral sem decompor a fracçâo cm elementos simples e, em seguida,
integrar uma fracçâo racional cujo denominador só tem raízes simples.
A integração de umi tal fracçâo não apresenta nenhuma dificuldade,
visto que ela pode ser decomposta cm elementos simples dos tipos I
c III. Este método é devido ao célebre matemático russo M. Ostro-
gradsky (1801-1861) e é baseado nas considerações seguintes.
INTEGRAL INDEFINIDO 397

Seja integrar uma fracção racional regular , em que


/ W

/ (X) = (X ~ a r ( x ~ 6) P. .. (x’- + p x + g)^ .. (x* + l x + s)\

Neste caso, em virtude da fórmula (S), § 8, a operação reduz-se


simplesmente à integração de elementos simples dos quatro tipos con­
siderados (ver § 7). Mais:

1) O integral duma fracção do tipo 6 uma fracção


(x— a)o
do tipo
(x —
M xA- N
2) O integral da fracção-------- —------ é uma soma de fracções
M * -\-N* (x* + p x + ?)i*
do tipo ------ ----------- em que /i* < /i — 1, e dum integral do tipo
(x2 + p x + g)^^♦

N
dx.
x^+ px + q
Deixemos de lado, por momentos, a integração das fracções de
tipos I e III.
Adicionemos as fracções racionais que se obtêm após interação
das fracções dos tipos II e IV; deduzimos uma fracção racional
regular do tipo H í í í , em que o polinómio Q (x) é igual a
Q(x)
Q{x) = { x - a r - ^ { x - b f - \ . ,
...{x^ + p x + . . . (x^* + Zx + s y ~ \
Y (x) é um polinómio cujo grau 6 inferior em uma unidade ao
grau do polinómio Q.
Adicionando os integrais de todas as fracções dos tipos I e III
f N**
(compreendidos os integrais do tipo j obtidos por inte­
gração de elementos simples do tipo IV), deduzimos o integral duma
fracção regular do tipo ^ polinómio,

P (x) = (x — a) (x — 6 ) ... (x^ + p x + g). . . (x^ + Zx 4- g).


398 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Assim, determina-se que


j _ Y{x) X(x)
+ dx. (1)
f{x) Q(x) P{x)

X (jc) é um polinómio cujo grau é inferior em uma unidade, à


do polinómio P{x).
Determinemos agora os polinómios X {x) e Y ( jc) . Para tal deri­
vemos em relaçào a jc cs dois membros da igualdade (1):
F(x) _ Q Y '- Q Y
f(x) “ (?- ^ P

ou

(2)

Mostremos que a expressão que figura à direita é um polinómio.


Lembremos que / ( jc) = PQ\ por conseguinte, podemos pôr a iguâl-
dade (2) sob a forma

F {x ) = p y (2'>

.. -
Resta-nos, então, provar que a expressão — —^— é um poli­
- P Q 'Y .

nómio ou que PQ' é divisível por Q. Notem os para isso que

=--- [Loí- (?]' = [(cí - 1) L og (a — a) + (P — 1) Log (z — ft) + . . .

. . . + (H — l)L og(a:* + /?a; + g) + . . .

. . . -|- (v — 1) Log (x“ + /á: -f- s)] = ------------- [- ^----- - + . . .


x — a x — b

(\i — i ) { 2 x + p ) (v _ l)(2 x + 0
x'^-\-px + q -\- Ix s

o polinómio P será o denominador comum das fracções que


figuram no s^undo membro. O numerador será um polinómio de grau
inferior ao de P. Designemo-lo por T, Assim,
^ _ T _
Q ~ P '
IN TEG RA L. IN D E F IN ID O 399

Por conseguinte, a expressão


0' T
P ^ Y = P — Y = T Y
Q P
é um polinómio. A igualdade (20 torna-se, então,

F (x) = P y ' - T Y + QX, (3)

Igualando os coeficientes das mesmas potências de x, obtemos


um sistema de equações de onde determinamos os coeficientes des­
conhecidos dos polinómios X q Y,
Exemplo — Seja calcular

dx.
J (X3 — 1)2
Resolução — Neste caso
f( x ) = { x - í ) 2 ( x ' i + x + íy 2 ^
P ( x ) = (x — Í) {x^ + x + í ) = x ^ — í ,
Q {x)= = x 3 — 1.
A igualdade (1) transforma-se, então, em:
r dx Ax^ + Bx + C , f Ex^ + Fx + G
i -1 )2
(^ » -i x 3 _ l I J i S _ l
dx. (4)
Derivemos os dois membros desta igualdade; temos:

1 (x^ — \)(2Ax + B) — (Ax^ + Bx-\-C)?^x’^ E x ^ + F x + G


( x 3 _ i ) 2 "" (i 3 _ 1 ) 2 + xò — \
donde
1 = (a ; 3 _ 1) {^Ax B) — {Ax^ + Bx + C) 3 x 2
+ + (x 3 — 1) ^£x^ -^Fx + G),
Igualemos os coeficientes das mesmas potências de x. Obtemos um
sistema de seis equações para determinar os coeficientes A, B, C, E, F, G:
0=^E, 0 = 3 C — E,
0 = —A + F, 0 = — 2A — Z’,
0 = — 2B + G, í = —B ^ G ,
A resolução deste sistema dá-nos:

E = 0 , A =^0, G = 0 , B = — F=0, G = — .

Substituamos os valores achados dos coeficientes na igualdade (4). Temps^


1 2
r dx 3 r 3 ,
J (x3__1)2 — x8 — 1 J x3_l
4 00 CALCULO D IP E H B N C IA L fi IN T E G R A L

O denominador deste üüimo integrai só tem raízes simples, por con­


seguinte, a integração não apresenta nenhuma dificuldade e temos, finalmente:

dx “ 5- T ^ + T
(x 3 _ 1 ) 2 — 3(a;8 + ** + x + l dx=
r®-—1) ^ J L
T(x^-\)~~5~ ^ I I+ 4 Log (X2+ X+ 1) +
,2 1 /3 , 2;r+l , ^
+ --^ a r c tg +^-
1/3

§ 11. Integração das fnnções irracionais


Não é sempre possível exprimir o integral duma função irracional
qualquer com o auxílio de funções elementares. Vamos estudar, neste
parágrafo e nos parágrafos seguintes, as funções irracionais cujos
integrais podem ser reduzidos por mudança de variáveis apropriadas
às funções racionais que sabemos integrar.

I. Consideremos o integral^ R ^ x , x ^ , . . dx,tm que R


é uma função racional dos seus integrais (*).
Seja k o denominador comum das fracções ............. _1_,
- n s‘
Efectuemos a substituição
x = t^ ^ d x =k t ^ ~ ^ dt .
Cada potência fraccionária de x pode, então, ser expressa por
uma potência inteira de t, e, por conseguinte, a função a integrar
transforma-se numa função racional de /.
Exemplo — ] Seja calcular o integral
1
x^dx

x^ + i

(*) o símbolo R{x^ x ^ , . . . , x * ) indica que se efectua, íinicamente,


operações racionais sobre as quantidades de z , ar”*/", . . . , x**/*.
m
O s s ím b o lo s ^ l / a x 2 -i- bx c ),

R (sen X, cos jc), etc., que empregaremos adiante, devem ser interpretados da
mesma maneira. Por exemplo, R { x n x ^ cosx) indica que se efectua operações
racionais sobre seo x e cos x.
INTEGRAL INDEFINIDO 401

J o
Resolução — O denominador comum das fracções — e — é 4. Façamos,
2 4
por conseguinte, x = t*, dx = dt; então.

í 4^-^ í
x^ + i
í í -=
= 4 J í2rfí_4 |-Log|í3 + i | + c =

3 3
= - |- [ ® * - L o g |x * + l | ] + C.

n. Coosklexemos agora os integrais do tipo


m ^

Efectuando a mudança de variável


d x + b
= í* .
cx -\- d
reduz-se esteintegral ao duma fracção racional em que k de^gna o
. - « m r
denominador comum das iracçoes — , . .
n s
Exemplo — 2. Seja calcular o integral

í 1 / 3^ + 4
dx.

Resolução — Façamos jc + 4 = /*, jc = £* — 4. í / jc = 2/ dt\ então,

J J ^ « = 2 J (1+ ^ ) .«= 2 J í<+8 J ^

= 2 l + 2 L o s J -i^ + C = 2 V I + 4 + 2 L o g |J ^ S ; y 2 4 ' l + '^-


I I V ^ + 4+ 2 I

§ 1 2 . Integrais do tipo | R{x. ax' + bx ■¥ c) dx


Consideremos o integral
J R {x, Vax^ + 6x + c) dx. ( 1)
Este integral pode ser reduzido ao duma função racional pdas
substituições de variáveis de Euler
2e
402 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

1. Primeira substituição de Euler, Se a > 0. faz-se:

Voa:^ + bx ‘\ - c = ± V a x + t.
Tomeinos, para fixar ideias, o sinal mais antes de yfcL Então,

ax^-f 6o:+ c= ax^+ 2Vaxt +


donde x é definido como uma função racional de t:
t^ -c

b-2V ãt
(dx é t), por cons^uinte,
também uma função racional de

Vax^+ bx+ c= Vax + t—Va—^-- ^-=r- f,


b—2tVa
isto é, que ]/ ax^ + bx +1: é reduzida a uma função racional de f.
Visto que V"ox^ + bx + c, x e dx se exprimem por funções
racionais de r. o integral (1) é. pois. reduzido ao duma função
racional de /.
E xem plo— 1. Seja calcular o integral

J + C ■
Resolução — Visto que aqui a = I > 0, fazemos l/a:* + C = — * + < ; entâo^

a:2 + C = x 2 — 2xí + í2^


donde

2í *
Por conseguinte,

V S + c = — + ,= _ Ü ^ + ,_ i+ f

Voltando ao integral inicial, temos:

í vfts-í-ür" í +c.
2t
(ver a fórmula 14 do quadro de integrais).
INTEGRAL. INDEFINIDO 40 3

2. Segunda substituição de Euler. Se c > 0, fazemos:


-\-bx-\-c=xt± Vc;
então.
-\-bx-\- c=xV+ 2xíVc + c
(tomamos, para fixar ideias, o sinal mais antes da raiz), donde x
é definido como uma função racional de /:

x=
2Vct-b
a—f'
Visto que dx c Y -\-bx + c se exprimem igualmente por
funções racionais de t. então substituindo os valores de x,Yax^ + + c
e de dx em função de t no integral^ R {x,'Y ax^ bx c) dx reduz-se
este último ao integral duma função racional de t.
Exemplo — 2. Seja calcular o integral
r ( 1 - V i-F x + x 2 )^
dx.
J \ X x ^
Resolução — Façamos ~^i-\-x-\-x'^ — x t - \ - i ; então,

l + x + ,« = ^2,2 + 2xr + l ; x = ^ ; áx = ? Í Í = ^ d t ;

V r - f x + x2 = xr + l = Ü ^-;^ + ^ ;

Substituindo as expressões assim obtidas no integral que desejamos calcular


obtemos:

( 1 - V l4 -x + x 2 ) ^ r ( — 2 t 2 + / ) 2 ( i__ í2)2 (1 — í2) (2/2 — 2/ + 2)


dx =
x2 y i + x + x a J ( l - t 2 ) 2 ( 2 í — 1)2 ( t 2 _ t + l ) (1_<2)2

-j— ^ á t + C = — 2í + Log ^ ^ +c=


= 2 ( V f + ^ + X^— l) . ^ | x + V i + X+ x8 — 1
+ C=
® jx — "y/l + X + X ^ + l
= _ 2 ( V l - f X + X« —

3. Terceira substituição de Euler, Sejam a e p ãs raizes reais


do trinómio ax^ + éjc + c, Façamos:
V o x * + 6x + c = (x — a ) f.
404 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Comoox* hx c = a {x — a) {x — p),iesulta:

V a (x — a) (x — P) = (a: — a) t,

a{x — a){x — p) = (x — a)^


a{x — P) = (x — a) ;
X €xprime-se, então, por uma função racional de t:
___ap — aí*
^ --- 2 •
a ~ r

Dado que dx c Y b x + c são igualmcnte funções racionais


de /, o integral considerado, reduz-se, por consequência, ao duma
função racional de t.
N ota— 1. A mudança de variáveis indicada na terceira substi­
tuição pode ser aplicada não somente quando a < 0, mas também
quando a > 0, se somente o trihómio ax^ bx c tiver raízes reais.
Exemplo - 3. Seja calcular o integral
r dx
J Y x ^ + Sx — A'
Resolução — Como -[- 3 x — 4 = (x + 4) (x — 1) façamos
y ( i+ 4 ) ( x - l) = (x + 4 )t;
entflo,
(X+ 4 ) (X - 1 ) = (X+ 4 )* í*, X - 1 = (X+ 4 ) í*,
1 + 4I® , lOt
dx=-
1 — í* ’ ” (1 — ta)2'

Voltemos ao integral considerado; temos:


dx f 1 0 /( 1 - t * ) f 2 1+ 1 I ,
y í q r 3 í = 4 ” J (i-i* )* 5 t J 1 -1 * ^ * 1 1 -1

1+ / Í + 1 V x + 4+ V x —1
= Log + C =Log
V í+ 4 —V í ^
V x+4
Nota — 2. Notemos que as substituições de variáveis de Euler
indicadas nos casoí. 1 e 3 bastam para que o integral (1) seja reduzido
ao duma função racional. Com efeito, consideremos o trinómio
ax^ H- éjc + c. Se h" — 4ac > 0 as raízes do trinómio são reais, c
INTEGRAL INDEFINIDO 405

estamos, pois, em presença do caso 3. Se —4ac < 0. temos,


neste caso

üx -j~ bx -|- c = |[(2gx -f- ò)^ -|- (4gc —


e. por conseguinte, o sinal do trinómio coincide com o de a. Para
que Y bx c seja real, é preciso que o trinómio seja positivo
e, partindo daí, que a > 0. Estamos, então, em presença do pri­
meiro caso.

§ 13. Integração dos binómios diferenciais


Chama-se binómio diferencial à expressão
x ^ (a + b x ^ fd x ,

em que m, n, p, a, b são constantes.


Teorema — (> integral do binómio diferencial
í (a + dx
pode ser reduzido, se m, n, p forem números racionais, ao integral duma
função racional, e, por conseguinte, pode ^èr expresso com o auxílio
de funções elementares, nos três casos seguintes:
\) p é um número inteiro (positivo, negativo ou nulo);
2) ÍÍLhl é um número inteiro (positivo, negativo ou nulo);
n
m -\-\
3) + p é um número inteiro (positivo, negativo ou nulo).
n
Demonstração — Façamos a mudança de variável

-i- 1 -í--'
x= z^, d x = — z^ dz,
n
Então,
i r !iLü_ *
Í x^{a-f- bx^Y j(®+ —
= ^ ^ (a + bz)^ dz. (1 )
em que
m + 1
n
406 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

1. p é um número inteiro, sendo q um número racional;


designemo-lo por L- . O integral (1), é, então, da forma
s
_r _

í /? (z ®, z) dz.

Indicámos no § 11, Cap. X, que um integral deste género


pode ser reduzido ao integral duma função racional pela mudança
de variável z =
2. ^ é um número inteiro. Então, q = —------ 1 é também
n n
um número inteiro, p é um número racional, pois, p = — . O integral (1)
está pois, reduzido a um integral da forma

J {a + bz)^]dz.
Estudámos os integrais deste género no § 11, Cap. X. Pode-se
reduzi-lo ao integral duma função racional, fazendo a + bz =
3. — !— + p é um numero inteiro. Mas, então, — !— — 1 + p =
1% TV
= 9 + p é também um número inteiro. Transformemos o integral (1):

J z’ (a + bz)^ dz = J z^^^

k
em que ^ + p é um número inteiro, p.= y é um número racional.
O integral obtido é, pois, da forma

Este integral foi considerado no § 11, Cap. X. Ele pode ser


reduzido ao integral duma função racional pela mudança de variável

Consideremos exemplos destes três casos de integração.


Exemplo — 1.
_2 2

í dx
(l + f í ã )
j* ® íl + x V ‘ á*.
IN TE G R A L . IN D E F IN ID O 407

Aqui p = — 1 (número inteiro). Façamos x^ = z. O parêntesis torna-se,


então, uma expressão linear de z:

• 5 *
Jx ^ l + x V ‘ áx = J 2 - i ( l + z ) - l | - z 2 d 2 = | . J z +

Façamos agora ^ = Então, z = t^^ dz = 2 t d t , c


_ 2 2 _ 1
Jx ^(l + x V ^ d í ^ = y J Z ^(l + 2)-ldz = | - J <- i(l + <*)-12/d< =

Í dt — —
= 3 are tg í + C = 3 are tg 'Y z - { - C = 2 are tg f x + C,

1
Exemplo — 2.

Aqui m = 3, n = 2, p = _ ± ÍL ±1 = =2 (número inteiro). Façamos


2 ’ n
x'^ = z então, x = z ^ , < f a = y z ^ <fe «

í y f e r ‘^ = í ^ * = 1 Jz(i-z) ^dz.

Façamos (1 — z)^^^ = t ; o segundo parêntesis toma-se, então, uma função


racional. Temos, com efeito, í — z = t^; z = — í \ dz = 2t dt. Por con­
seguinte,
_ 1
J - : j ^ ^ = d x = l j z ( l- z ) ^ á z = y J (t2 -l)t-i2 tá t= J { f i - i ) d l =

í3
= - f - < + C = -i(/2 -3 ) + ( 7 = 3 ^ Ç l( - z - 2 ) + C =
1—

Vi—I®( — x 2 — 2 ) - f C.

. .
“’■í V(t+.«).°í "■*i*
3 m 1 , m. t 0 . .
Aqui m = — 2, n = 2, p = ^ ^ e — ^— + p = — 2 (número inteiro).
2à fi
Transformemos a expressão entre parêntesis, numa função linear:
i _1
i2 = z ; x=z^ ; dx=^z ^ dz ;

3 1
J x - 2 ( l + x2) ^ d x = ^ Z-1{Í + Z) 2 ^ z 2
“ dz =
3
408 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

O primeiro factor é uma função racional. Para que o segundo factor


o fique igualmente, façamos:

então,
2tdt
z í 2 *_ l » dz-

Por conseguinte,
3
J X -2 (l+ l2 ) j ^ -3

=1í
___ l/ l- f X
+ C.
1 / í-\-x^

Nora — P. Tchébychev demonstrou que o integral dos binómios


diferenciais de expoentes racionais não podem ser expressos por funções
elementares a não ser nos três casos citados anteriormente (com a
condição, bem entendido, de a ^ O e b ^ O ) . Se nenhum dos núme­
ros p, L í Í!LLÍ p for inteiro, este integral não pode ser expresso
n ’ n
por funções elementares.

§ 14. Integração de certas classes de funções trigonométricas

Apenas estudamos até aqui os integrais das funções algébricas


(racionais ou irracionais).
Neste parágrafo consideraremos a integração de certas classes
de funções não algébricas, e, em primeiro lugar, a das funções tri­
gonométricas. Seja um integral da forma
í i?(sena:, cos^x)dx. ( 1)
Mostremos que este integral pode ser sempre reduzido a um
integral duma função racional pela mudança de variável
tg ^ = í. (2 )
INTEGRAL. INDEFINIIX) 409

Exprimamos senx e cosx em função de tg e partindo dai em


2
função de t:

2 sen -^cos y 2 sen y ®®®y


sena: =
1
sen* y +COS ^

2 t g |-
2t

o X o X 9 X n X
COS^ ----- c o s^ ^ ^ -se n » -
COS X =

co s^ ^ -^ + se n * -

1 - r

Além disso.
2dt
x = 2 arc tg t. dx-
1 ■
Podemos, então, exprimir senx, cosx e dx por funções racionais
de t. Uma função composta de funções racionais sendo uma função
racional, substituindo as expressões assim obtidas no integral 0 ).
reduzimo-la a um integral duma função racional:
2t 1— 2dt
í i?(senx, cosx)dx =
Í«[t r + i2 •
E xem plo — 1. Consideremos o integral

f ^
J scna:'
Em virtude das fórmulas precedentes, pòdemos escrever:
2dt
+ C.
sen X
l+ í2
410 CALCULO D IF E R E N C IA L B IN T E G R A L

A mudança de variável considerada resolve o problema da inte­


gração de toda a expressão da forma R (cos x, sen jc). Eis porque é,
por vezes, chamada «mudança de variável universal para a integração
das expressões trigonométricas». Na realidade esta mudança de
variável conduz frequentemente a funções racionais muito complicadas.
Por esta razão, é, por vezes, preferível não utilizar a mudança de
variável, mas recorrer a outros métodos que conduzam mais rápida-
mente ao fim.
1) Se o integral é da forma J / { (sen x) cos x t/jc, a mudança
de variável sen x = í, cos xd x = dt conduz-nos a um integral da forma
2) Se o integral é da forma ] R (cos x) sen x dx, ele pode ser
reduzido a um integral duma função racional pela mudança de variável
cos X = /, sen Xdx = —dt.
3) Se a função a integrar apenas depende de tgx, efectuando
a mudança de variável tgx= í, x = arctgr, dx = , reduzimos
l + t*
o seu integral ao integral de uma função racional:
dt
^ ü (tgx)dx= I i?( 0
1 + ‘
4) Se a função a integrar é da forma R (sen x, cos x) em que
senx e cosx apenas figuram nas potências pares, empregaremos a
mudança de variável:
tgx=í, (2')
pois sen^ X e cos^ x podem ser expressos por expressões racionais
djB tgx:
cos X: 1 1
1+tg^x 1+ í^
sen^ X —
tg X *2
r
l + tg"x 1+ r
dt
dx =
1 4 -r

Depois de ter efectuado esta mudança de variável, obtemos o


integral duma função racional.
Exemplo — 2. Calcular o integral
sen^ X
dx.
2 + cos a;
INTEGRAL INDEFINIDO 411

Resolução — Este integral reduz-se fàcilmente a um integral da forma


R (cos z)sen x dx,
Com efeito.
sen* X
í
Efectuemos
2 + cosx
dx-

a mudança
í
J
sen* X sin x dx

de
2 + cosa:
variável cos x — z.
— COS2 X
J 2 + co sx
Então,
sen X dx.

sen x d x = — dz:

= _ 23 + 3 Log (z+ 2 ) + ( 7 = - 2 COS I + 3 Log (COS X+ 2 ) -f-C.


dx
Exemplo — 3. Calcular | '
Efectuemos a mudança de vanavel tg .r = /:
r dx r dt dt
2 — sen*a: 5 - í 2 + í2
( 2 - r í i r ) i‘ + " i
1
_ arc tg — C - ^ .r o ,g ( ^ ) + C .
y i
5) Consideremos, agora, um integral do tipo j R (sen x, cos x) dx,
em que R (sen x, cos jc) = sen»" x cos" x dx (em que m e n são números
inteiros). É preciso, aqui, considerar três casos.
a) I sen"^A: cos"jc dx, em que pelo menos um dos números
m t n é ímpar. Suponhamos, para fixar ideias, que n é impar.
Façamos n = 2p + 1 e transformemos o integral:
Jsen X x d x = l s t n ^ x cos^^ x cosx d x =
= I sen x { i — sen* x Y cos x dx.
Efectuemos a mudança de variável
sen x = t, cos x d x = dt.
Substituindo estas expressões no integral considerado, obtemos:
í sen"‘x c o s ^ x d r = J í^ (l — dt.
É o integral duma função racional de t.
Exemplo — 4.
f co s3 x , r cos3 X cos X dx r ( l — sen*a:) c o s x d x
J sen* X J sen* x sen* X
Fazendo sen x = r, cos x dx = dt, temos
f cos 3x p dt r dt 1
J sen< X 3 t* } t* J

3 sen* X ' s e n x
412 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

b) J sen^x cos^x dx, em que m c n são números pares não


negativos.
Façamos m = 2p, n — 2q. Escrevamos as fórmulas trigonomé­
tricas bem conhecidas:
1 1 1 1
sen* ^ = -2 ---- 2 ~ "2
Substituindo estas expressões no integral considerado, obtém-se:

^ sen*^ Xcos^^ x d x = ^ ^ -^ — cos 2x^ X

XM
l y +. y 1C 0s 2o x l ax.

Efectuando as operações indicadas, obtém-se um desenvolvimento


segundo as potências pares e impares de c o s 2 jc. O s termos que
contêm potências ímpares podem ser integrados como indicámos no
caso a), No que respeita aos termos que contêm potências pares,
aplicamos, sucessivamente, a fórmula (3), a fim de baixar o grau
destas potências. Procedendo desta maneira, chega-se, finalmente, a
termos da forma ] cos kxdx que se integra fàcilmente.
Exemplo — 5.

j sen^ x d 2:= - ^ j (1 — cos 2 j:)2 = i ^ (1 — 2 cos 2a: + cos2 2a:)

[ a ;— *en2x + y j (1 + cos 4x) íL : J = : A scn2x + ? ^ ^ J + C .

c) Se OS dois expoentes são pares e se um deles pelo menos


é negativo, o método indicado no caso b) não tem efeito. É preciso,
então, neste caso. fazer tg x = t (ou cotg x = r).
Exemplo — 6.

Í sen2 x d x
cos» X ~
Ç sen* X ( sen* x + cos2 x)^
] cos® a:
íir= : ^ tg2 X (1 + tg2 x)2 dx.

dt
Façamos i g x = t ; então. x = a r c t g í , dx- e temos:
l + í2

í Sf *=í '•«+-)*-rfir=j <•(!+<■)*=


tg » x ^ tg ftj ^ ^
^ T + “5~ + ^= 3 ^ 5
6) Consideremos, por fim, os integrais seguintes:
5 cos mx cos nx dx, J sen mx cos nxdx, J sén mx sen nx dx.
IN TE G R A L . IN D E F IN ID O 413

Pode-se calculá-los utilizando as fórmulas (*) seguintes (m ^ n ):


I
COSmx COSn x = [cos (m + /i) x + cos {m — n) z],
1
sonmxcoswx= y[scn(/n + + sen {m — n)x],
I
sen mx sen n x = cos (m + w) x + cos {m — n) x].

Subtituindo e integrando, obtém-se:

^ cos mx cos nxdx =


1 f
= -^ j [cos {m-{-n)x ^ cos (m — n) xj dx =

sen ( m ^ n ) x sen (m — n)x ^


2{m-\-n) 2{m — n)
Os dois outros integrais calculam-se duma maneira análoga.
Exemplo — 7.

^ sen 5x scn3x dx J [ — cos 8x + cos 2x] dx= *eo8x , sen 2x f C .


16

§ 15. Integração de certas funções irracionais com o


auxflio de transformações trigonométricas
Voltemos ao integral considerado no § 12, Cap. X.
J R (x, Vaa:^+ bx + c)dx. (1)
Vamos mostrar como este integral pode ser reduzido a um
integral da forma
J R (sen z, çosz) dz ( 2)
estudado na parágrafo anterior.

(*) Pode-se estabelecer, fàcílmente, estas fórmulas como sc segue:


cos (m + fi) jr = cos mx cos nx — sen nix sen nx, cos (m — n) x = cos mx cos nx -H
+ sen mx sen nx. Adicionando membro a membro e dividindo por dois, obtém-se
a primeira das três fórmulas. D o mesmo modo, diminuindo membro a membro
depois dividindo por dois, obtém-se a terceira fórmula. A segunda fórmula
pode ser estabelecida da mesma maneira escrevendo os desenvolvimentos de
sen (m + n )x e de sen (m — n) x depois somando as expressões correspondentes
414 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Transformemos o trinómio que figura sob o sinal de raiz:

ax^

Façamos
x - \ - - ^ = t, dx = dt.
Za
Então.

y a x ^ + bx + c = +

Estudemos, separadamente, os diversos casos possíveis.


bi b^
1. Seja a > 0 , c — > 0 . Façamos a = m*, c —- ^ = re*. Te­
remos. então, neste caso:
y a x ^ b x c = mH^ -|- n * .

2- S c j a ^ ^ o , c — - ^ < 0 . Então.
4a
6*
a = m^, c- = — ra“
4a
Por conseguinte.
y oz* -\-bx-\-c = y mH^ — n®.

3- Seja a <; 0, c — ^ > 0. Então.


4a

b‘‘
a— —m , c ------- = nr.2
4a
Por conseguinte
Voz® + 6 z c = Vra® — mH^.

4. Seja a < 0, c — ~ 0. Neste caso.l^aa:® -f 6z + c é uma


4a
quantidade complexa, qualquer que seja x.
O integral (1) pode. então, ser reduzido a um integral de um
dos tipos seguintes:
I. J i? (í, Vm®í*-f-/i*)dí. (3.1)

II. J R (í, V m V -ra*) dt. (3.2)

III. í i? (í, Vn® - dí. (3.3)


IN T E G R A L IN D E F IN ID O 415

É evidente que o integral (3.1) se reduz a um integral da


forma (2). se se efectua a mudança de variável,
t = — tgz.
m
O integral (3.2) reduz-se a um integral da forma’(2), se se fizer

í = — sec z.
m
O integral (3.2) reduz-se a um integral da forma (2), se se fizer

í = ~ sení.
m
Exemplo — Calcular o integral
dx

Resolução — Este integral é do tipo 111. Façamos x ^ a sen z\ entüo,


d x = a c o s z dz^
Í dx __r a co sz dz ___ f* a cos z dz *)
J 2)3 J
i r At i i sen T
C=

l / l — sen* a2 y ^ 2 _ x 2

§ 16. Funções cujos integrais não podem ser expressos


por funções elementares
Indicámos no § 1, Gap. X (sem dar demonstração), que toda a
função f(x) contínua num intervalo (a, h) tem neste intervalo uma
primitiva, isto é, que existe uma função F (jc) tal que F' (x) = f (jc).
Entretanto, qualquer primitiva, mesmo que ela exista, não se exprime
por combinações em número finito de funções elementares.
Tais são, por exemplo, as primitivas expressas pelos integrais
dx
^ ^ ^ ^ K l —A:2 sen*xdx, ^
Logx
bem como ainda outras.

(♦) V I — sen* z = I COS z I, consideraremos, para fixar ideias, um único


caso: I COS z| =cos z-
416 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Em todos estes casos, a primitiva que não pode ser expressa por
combinações em número finito de funções elementares representa,
cvídentemente, uma função duma natureza nova.
Por exemplo, as das primitivas

J ^ \ e - ^ ^ d x + C,
Vn J
que se anula para x = 0, chama-se função de Gauss e designa-se
pela notação ^ ( jc). Assim.

6 dx -j-
Vn
se
0)(0) = ü.
Esta função está muito bem estudada. Existe quadros detalhados
que dão os valores desta função para diversos valores de x. Veremos
no § 21. Cap. XVI, como isto pode ser realizado.

Os gráficos da função y = c da função de Gauss y = ^ ( ) jc

estão representados nas figuras 204 e 205. Do mesmo modo, o das


primitivas __________
K l — sen* x d x -\-C (/c < 1),

que se anula para jc = 0, chama-se «integral elíptico]» e é designado


pela notação E(x),
E (x) = J dx + Cg
se
£ (0 )= 0 .
Existe, igualmente, quadros detalhados que dão o valor desta
função para diversos valores de x.
INTEGRAL. INDEFINIDO 417

Exercksios

I. Calcular os integrais:

^ dx. Resp. - ^ +

,j
2. J ( x + y i ) )dx.
, Kcsp. _ j .-------±
2a; T/-----
í -c .

3.

4. ' ^ T - V Í t C.

5.

♦i. f # R « ^ 4 r3 -,-c .

j R e s p .- ^ + ^ x 2 : 3 ^ 'x f C .

Integração por mudança de variável:

s. ^ dx. Resp.
1
^eõx ] C. 9. ^ c o s b x d x , Resp. ?®í 5 Í 4 - C .

10 . ^ sen ^-.r ría-. Resp. - - f C. II. ^ dar. Rcsp. Log^ a: + C ,

^ dx D..o..
Resp. cotgSa; + 13. f — í ^ . Resp. Í i l £ + C .
12.
sen* 3x 3 ^ J <o.s2 n
dx 1
14. ] V l-7 y L o g |3 x — 7 | + r .

l.S. j I . Resp. — r,og 11 — X 1-r f ’•

10 . Resp. - - - Í L o g | 5 - 2 x | + C .

17. ^ Ui 2x £/x. Resp. — ^ Log I COS 2x l + C .

18. ^ v o \ i i Cy x— l ) d j . Resp. Log | sen (5ar— 7) | - f

10. í — - Resp. — H- C.

20. ^ rcilg f- d x . Resp. 3 Log | sen j + ^-

21 . í|* Ig t| --n - <1 r/ip. Resp. — tg2

27
418 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

22. J (cotg e^) dx. Resp. i:,og | sen e-* | -f C.

23. ^ ^ tg4iS’— cotg-^ j diS*. Rcsp. — Log I COS 4âS'I— 4Log j sen |-|-C .
scn* X
24. Í sen^ a: COS X dx. Resp. — ----- f-C.

25.
Ç cos^ X senx dx. Resp. —

26.
I V íã ^ íx d r. Resp. V (x2 + 1)®+^-

27.
ív f r s '
28.

2Í).
fço s^ R„p. _ _ ! _ + c , f íü ií;. ^P. > ^ + c.
J sen*i sen* J cos-i r 2cos*x
:u.
K c s p .% l+ c . 32. í ^ d x . R e s p ._ £ £ |Íf 4 - C
J cos2 X 2 ^ J sen* x 2
3 3.
Ç ------- -
^y- . Resp. 2 1/tgx— 1 + C .
J COS2 X ^ tg X— 1
34.
jL o |(x 4 ^ ^ ^ Resp. J í » i l ^ ± l l + C.

3 5.
í COS X dx
T/2lcn x-J-1
Resp. 1/2 sen x + 1 -f- C.

.36.

37.
í sen 2x dx
(1 + cos 2x)2
sen 2x dx
. Resp. -
1
2 (l + cos 2x)

. Resp. 2 V l+ s e n * x + C.
í l / l + sen* X

38.

Resp. 1 +
39.
(2+ 3 sen 2x)3 1 2 ( 2 + 3 scii 2 x )2
sen 3x dx
40.
í \ cos^Sx
. Resp.
^ COS 3x

41.
í _arc_ sen
_ X, R
. Resp. Í £ g Í f + C.

dx „
+ xC, ^.
. . p . _arc^sen*
42.
í
43. P a rc^ ^ Resp. 5 E £ ^ + C .
J 1 r ^
INTEGRAL INDEFINIDO 419

/|4.
J 1/í —a:2
p y c c o tg x a r c c o tg 2 x
45. -h(\
J l+ i2 2

46. ) ^ - yLog(^.i-; I) + C.
47. Í Y (■'"+ 2i + 3) + C.
COS ar dv _ 1
48. Í ■ R“ P- YLog(2scnx + 3) + C.
dx
49. Í T ü ^ - **“ P- Log|Logxl + C.
50. j 2x (j-2 -1 1) í dj:. Resp. ^ ^

51. J tg^ X í/x. Resp. tg X+ X + C.


52.
í 7 T ~ ^arc tgx •‘^“ P- I ‘g ^I+
55.
í -ír..^ xllíg x-; 1) • ‘^“ P- Y 13 ^8^+1 l+ í-
54. ( J 4 £ d x . R e s p . Í H _ ; ± - |. C .
J cos2 a: 4
55. f rfa:
J
1 T1/1
/7----~õ~-----------•
— a - arc sen a*
I scna: 1+ C.

56.
C COS 2 a j 1
dx. -g- Log I 2 + 3 sen 2a | -}- C.
J^ 2x
dx
57.
Í COS (Log x) — . Resp. sen (Log x) + C.

58.
^ COS (a -j bx) dx. Resp. sen {a + hx) + C.

.59.
^ e2»dx:.Resp. -i.e 2 * -i C. 60. | <-"^dx. Resp. 3 e ' ^ + C .

61.
f c o s a d a . Resp. i C’. 62. \a ^ ^ td x . Resp. — ------- -4-C
J J 2 Log a ’
.t X
63.
j e ^ d x . Resp. ae " -[ C. 64. j (^2^)2 dx. Resp. + C.

-' í* i
65.

67.
S 3 * e * d i. Resp. I ^ . q q i j <"’• ®®* J Resp. —y « -a * + C .

J (e*x + „5*)d^.R esp. | ( . s » + ^ + c ) .

68.
^ e'^*+4-'+^ ( x 4 2 ) d i . Resp. -1 e**+4*+3 ^-C.
27*
420 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

09. f ( f ! z Z ^ < k .R e s p .íp (l)


J Log a — Log h

70.

71.
í - g f ^ . R « p . l L o g ( 3 + 4.») + C.

. Resp. 1 Log (2 .*•'•) 4- C.

72. ( V 2 i ) + C.

73. — ^ . Resp. arc sen (V ^ ) +


V i-3 x 2 y z

74.
í ^
y i 6 — 9 i2
.R esp. i a r c s e n - ^ + C.
3 4

75. j^ .R e s p . _ a rctg y + C .
í y f e - ” ' 5

dx
77.
í dx
Resp. 1 arc t g ^ + C .

„ 1 , |2 + 3 x
78. +C.
4 _ 9i 2 • 12 2 — 3x
dx
79. . Resp. Log 1 x + y x * + 9 | + C.
Vxa + 9
80. , ^ — . Resp. 4 - L o g l 6 x l + C.
■J/62x2_r^ o
dx
81. . Resp. — Log 1 a x + V fc 2 + a 2 x a | + C.
Vfca + oaxa
dx ax — c
82.
«axí-c* • 2^ ax+c
r x*dx „
83. I) 5ê—Z» • ***P- e~T7=‘ Log + C.
— x« ys^ X» — V s

84. [ — * - Resp. +
I y i —X* 2
xd x _ 1 x2
85.
í - ^ j q r ^ .R e s p . ^ a r c t g - p - n - C .

tf* dx
86. Resp. arc sen tf* + C .
í y i_ e * x
87. f . Resp. aresen l / ^ - ^ x + C .
J y s —5x* y r 3
88 . 5 COS X dx «
— ------------. Resp.
flS -f sen* *
1


. l sen x \
arc tg ( ---------- ) + C.
\ a /
INTEGRAL INDEFINIDO 421

90.
í X ’[ / \ — Log2 X

C are ^ 8 x -—^ ^
;. Resp. arc sen (Log x ) + C,

Resp. — L (are cos x ) 3 + " j/l — - f C.


J y í —x^ ^
91. j dx. Resp. y L o g (1 4 -a r 2 ) — y (a r e tg x )? r C .

92. J Resp. | . V ( l + L o g * )8 ^ C .

93. í * « P - T ^ ( í + V * ) » -h C .

94.
XV
e^dx
95.
í Í+^- **• í eos X dx
Resp. 3 í/se n x -^ C .

97. "V^l 4- 3 eos3 X sen 2x dx. Resp. — — ' \ / ( l + 3 eos^ x)3 + C.

98. f 88°2x«fa _ 2 - j / i + cos* I + C .


J V 'l + cos»x
f ^ ® - d x .R e s p ._ L 1
99. C.
J sén4i; sen:
sena: 3 sen*J^ ‘
3
100. dx. Resp. y tg® a:-]-C.
eos2 X 5

101.
2sen2 a; + 3 eos2 X *
A x ^ B dx :
Integrais do tipo J
ax^ -\-bx-\-c
C dx D 1 x_ ^ + 1 .

102. C.
x2-f 2x4-5
1 3x— 1
103. ___ dx
? . Resp. — arc tg — r = - - \ - C .
J 3x2- 2 i+ 4 ^ Y ii ® y ii ^

f dx ^ 1 T_ 2x4“3 — + C.
104.
) ^ 3 x + i ■• 2 i+ 3 + V s
r dx X— 5
105.
J x 2 — 6 x 4 --5 • T X— 1 I '

106. f ____^dz . Resp. are tg (2z — 1 )4 -^ -


J 2 z 2 _ -22 s 4 - l'
C dl
dx , l > , . p . ^ . r c t g 2 ^ + C.
107.
J 3x2— 2x4-2
422 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

‘®*- í R«P- L o g | 3 x a - 7 x - H l l + C.

*®*' Í S - 3I + 2 • i ^"8 (5x2- 3 x + 2) _ arc tg C

Í ^ Í ^ < < ^ - R « p . |L o g ( x 2 _ z + l ) + ^ a r c t g ^ ^ + C.

lil. ^ íix. Rcsp. — L og (3 i — 1 ) + — Log ( 2 x + l ) + C;

2x_1 i iC)x_^
Í 5 ..- .+ 2
Ã
ROP- -5 Loí ( 5 . . - , + 2) + ^ « P t | ! ^ + C.

-------17=- arc + 1 +I ^
t g ---- 7=r- C.
2 VT ** 1/7
m. J dx
2 cos2 X4 - sen X cos x + sen* ^
2 2 tgar+ 1
. Resp. — — are tg —
^ /T ^ VT
4 6 .

Integrais do tipo AxJrB • dx :


l/ax2-}-6x^C
115 r dx
. Resp. arc ien 4- C,
• J V 2 - 3 x- 4x2 2 ^
dx
116. . Resp. Log x-f-i-4-Vx^ + x + l + C.
*1/14-^+a?2
dS
■17. I . Resp. Log I 5 + a + l / 2 a 5 + S2 ] + c .
V 2aS-f 52
118. ____ D
. Resp. —1 “f" 1 C ‘
arc s e n— -r-----\-
J V S — 7 x —-3í x 2 - j/3 y íÕ 9

119. Ç —p = É = = r . Resp. — lx)g | 6 x + 5 + V l2 x ( 3 x + 5 )|-!-í^


d ~Y X (3x 4~ 5) ~y 3

120. Ç . Resp. arc sen + C.


J V 2 —3x—J
-x2 y i7
dx
121. ____________.— . Resp. — ^ Log I lOx — 1 - “|/ 2 0 (5x2 _ j r _ i) | _i_
1/5x2 —X—1 yò
122. í 2flx4-fe Resp. 2 1/ax2 4 - 4 . ^4 - C.
J 1/ flx2 4_ 4-

123. í vsSSfr +|l.*i7.+.+


4 -V '4 x2 + 4 Í + 3 ' | + C.
INTEGRAL INDEFINIDO 423

r {x— 3) dx 1 y______________
124.
J ~ Í /3 + 6 f o - llx 2 • ~ l í V 3 + fi6 x -llx 2 + C .

125.
í y S - ^ / i x — Ax^ - t V 3 + 4 ^ -4 ^ * + 1 a r c s e n 5 í^ + C .

126.
í V M 2 .-1 ) I V Í ^ + j ^ I x ,g ( 4 .- .+

- h V 8 ( 2 i 2 — x)) + C .

II. Integração por parles:

127. ^ xe^ dx. Resp. e* (x —

128. j x L o g x d x . Resp. ^ ^ Log ^ - - i j + C.

129. J X sen X dx. Resp. sen x — r cos x-\-C .

130. j Log X dx. Resp. x (Log x — 1) - f 6’.

131. ^ a r c s e n x d x . Resp. x are sen x \ y ] — x^-\-C.

132. j L o g (l — x)£?x. Resp. — X— (1 — a:) L o g (l — x) + C.

1.13. Í x^Logxdx. Resp.


x^^+i /
(L o g .r — —
i \
)+ C .

134. J x a r c t g x á x . Resp. y [(o;2 f l) arc tg x — x ] + C.

135. j X arc sen x áx.Resp. [(2x2 — 1) are sen x + x y { - . x ^ - \ - C .

1.36. j Log(x2 + l) dx. Resp. x L o g (x 2 [ l ) _ 2 x + 2 a r c t g x + 6 \

1.37. J arc tg y i c dx. Resp. ( x + 1) arc tg V ^ — V ^ + ^-

138.
í
139. J arc sen
arc sen y x
Vx
dx. Resp. 2*V^xarcsen V^x + 2 l / l — x-{- C.

x + 1 dx. Resp. X arc sen v ^ -


+1
v i + arc tg y x - \ ~ C.

x2 1 1
140., Í X co s2 X dx. Resp. — y x sen 2 x + y c o s 2x -f C.

xa rcsen x ,
141. Í — 7 = = —
_ ------ -
Resp. X — V I — x2 arc se n x 4 -C .
y í —x^
424 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

X arc X ,1 ^ 1 arc tg j: , ^
142.
í (x2 + i)2 ‘**-ResP- 4 ( 1 ^ 1 2 ) ~ 4 " C t g i 2 i^ a ; 2 +<^-

143.
í X arc tg "V^i*— 1 dx. lUsp. -i-
2
1— y r n ^
arc t g ~ \ / x ^ — 1 ^ 4 "
2 ^-

144.
í arc sen x
dx. Resp. Log ------ arc sen x + C.
x

145. j Log ( x - f l / l dx, Resp. X Log f '.

xdx _ arc sen x


146.
í -------- — . Resp.— --------
1 /(1 _ X 2 )3 V l — X 2 2
Log

N os exemplos seguintes, introduzir variáveis trigonométricas:


f Va2—x2 dx. Resp.
l / a 2 — x2 X , ,,
147. • ^ --------------- arc sen ----- PC.
J X* X a

148.
i x2

dx
— x2 dx. Resp. 2 arc sen ~ ^x ‘j / 4 — x^

149.
í x2 “j / 14" Resp. -C.

150.
í dx
X
^ dx. Resp. ■j/x2 — q2 — ej arc cos — - f C.

151. —— ^ ^ = = r . Resp. ___ __. -C.


V(a* + x2)3 a2 -|/a2 + x2
Integração das fracções racionais:
r 2x—1 dx. Resp. Log 1^X — 11 4- C\
152.
(^-1) (^-2)
X dx
153. Resp. _L L o g ------ +
( x + l ) ( x + 3 ) ( x + 5) • ‘ 8 (x + 5 )6 (x + l) •

154.
x^+x^—8 , „ .T X2 (X— 2)5
+ C.
x 3 -4 x T '" (*+2)3
155.
x^dx x2
------------------------. Re.p. — _ 2 x - , - - g - L
1 (^ —1)
o g i^
16
Log (x -f-2) C.
(x2_l)(x+2)
156.
dx
. Resp.
1
-t-Log
ÍZl2 C.
(X— l) 2 (x — 2) X—1 X—

X— 8 3 (*-2)3 C.
157. dx. Resp. -L og
x3— 4x2-J-4x X— 2 X2
158.
3x -}- 2 4 x -|-3 X2
(*+1)2 -1-C.
dx. Resp. Log
X (X + l)3 2 (x -f-l)2
x2 dx 5x -p 12
159. . Resp.
(x + 2 ) 3 (x + 4)2 x2-f6x + 8
dx
160.
X (x2 -i- 1)
. Resp. Log + c.
Vx2+1
INTEGRAL INDEFINIDO 42 5
£
(x2—2a;+5) _2 + _ 1a r c t g -X ^—-1r C .
X— 1
f x3—6 x2-:-4 . 33 X
162
• ) - T """T -

—^ arc tg - ^ ^ - r C .
V2 V2
.6 3 . J D 1. (X ,-ir^ 1 , 2x — 1
arc tg - -C.
x3— 1 * 6 x2— X — 1 ‘ ■|/3" V3
4íif f 3x— 7 x2 + 4 , 1 X
x»+** + 4 x - 4 ‘ 1 )2 + 2 " ® * * 2

,6 5 . f 4 ^ . Resp. - L L o g ^‘^ ^ ^ y ^ + ^ ^ y 2 a T C t g f ^ + C .
J X44-1 *' y ã *x 2 -x V 2 -rl “l-x 2 ^

■“• í dx. R e s p . [ x 3 - f Log (x3— 1)J -C .

,6 7 .
2—X
Jf íTÍH
! + TãF''"-
^ l 4 (í^ -^ « S (-^ -2 )--^ a rc tg ^ + C
jgjj P (4x2— 8 x ) f e „ _ 3x2— 1
Resp. Log ^!a-r
J (*— -l)2 (x 2 -|-l)2 • ( X — 1) ( x 2 -j- l) X2+ 1l - + « f c tg 2^+t;

‘®
»-Jf(X2—X) (X2—X-|- 1)2
/x -2 _ x ) Log-
X— 1 10
3 T /3
tg
2x— 1
V3
------ ----------- 1. c
3 ( x 2 — X — 1) '

Integração das funções irracionais:



170. f ~ r ^ — R« p. A [ { /x S _ L o g ( } ^ ^ x 3 - f 1 )1 + C .
J y / X3 1 O

171 ■ ( K«g- ê27 13

172.
h V x -M
x^-i-yx*
dx. Resp.

+ 2 Log X — 24 Log (*y'^ + 1) - f C.


y/ic
6 . 12
+

173.
P 2 + |/ ^
dx. Resp. - 3 - V ^ ----^ x^H-4 x2-j-
J x -f-|/x 4 -y x + 1
o
-j- 6 y X— 9 Log ( y X-{-1) Log (y' x 2 l ) - f - 3 arc tg C,

Vi— Vi +^ Vi— -c.


V i — ^— v ^ + ^
426 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

"»• í w l l r -
i(«p. 14 [ r ; - 4 - ^ - í + | ' i ^ - 4 - v ^ + | ' í ‘3 ] ^ t .

Resp. V 3 x 2 - 7 T - ^ - ^ - - ^ L o g - ] / x ^ --l^ -2 )-f-C .


2 V3
Integrais do tipo: ^ 7? (x, " l/ax 2 + 6x + c) dx :

178
•5 - y .
dx
X ^ x 2 — x -f-3
^
17= L^ 0g T/a:2__x + 3—1/3
z = .R e s p . y
T^3 ^
. 1
---------------------
21/3
^ C.
^

179

180
í ----- y -
x “l/2 + x—x2
dx
R esp .------ 7=L og
"j/2
1
y 2 4 -x —X2---1/2 . 1 + C.

X— 2
^

,_________ = . Resp. - y arc se n ------ 7=- -f- C.


2 1 /2

' í ; "^ ^ x2 + 4 x — 4 2 X 1 /2

181 . I ^^JL—L ^ d x . Resp. l/x2-{-2x-[-Log I x-f- 1 ^ l/x2 - -2 x I - - 6 ’.

C dx X— 1
182 . Resp.-
J l / ( 2 x — X2)3 l / 2 x — x2

:^3. ^ l / 2 x — x2 dx. R e s p . [ ( x — 1) l / 2 x — x2 - arc sen (x —1)|


183 .

Ç dx X2
184 Resp. - l / x 2 — 1 — y Log I X y l / x 2 3 l I-4.-r .
J X— 1/ x2 — í

185

186.
í dx
(1 + *)
(i-j-l)
. Resp. Log

dx. Resp.
: 1 / 1 ^ X -j- x2
2-i X-; l/l-;-x -x2
1
-;-c.
f í ’.

(2x + x2) 1 / 2 x + x2 l/ 2 x - f - x 2 ‘

187.
87. J
\
1—']/i——X ‘x —‘^dx.
x l/í+ ^ T ^
Resp. Log
2-í-x —2 1/1-f-^ H"
x2
8
188. \ y ^ ^ ' T ^ ^ dx. Resp. — - ______ |-L og I x + 2 y l/^ ^ + 4^ I- r e ­

integração dos binómios diferenciais:

-í% f ■dx. Resp. 2 (1 -h


13
3\2_+ e.
INTEGRAL. INDEFINIDO 427

2 1 25
190. j (2 + x®)*dx. Resp. ( 2 + j :3)4 + C.
15
dx
191. y . Resp. _ _ £ ^ + (7.
\ V l+ l2
(1 + i2)2
1
192.
í x2 (1"+ 2)23 x
. Resp. _ ( i + i 2) 2 ^ 2 i-f-lj+ C .

4/
193. J ' V ( m - x ^ ) ^ d x . Resp. A ( 7 l / a - 4 ) {x + ^ x Y + C.

194. j Resp.
Yi

195. j x5 ( l+ l3 )2 d i. Resp- + •
Integração das funções trigonométricas:

196. ^ sen* X dx, Resp. cos^ x — cos x-f- C.

197. ^ sen ^ a; dx. Resp. — cos x c o s ^ x — —1 . ^ -[-C.

198.
Í 1
cos4 X sen* x dx. Resp. — ^ cos^
1
~T ^

cos3 X , „
199.
Í 1 „
-------— dx. Resp. c o s e c x — — cosec^ x 4 -C .
sen^a; 3 '
x 1
200. 5 cos2 X dx. Resp. ~ ~ sen 2x -p C,

201. J sen«xdx.Resp. | x * ® " 2x,sen 4* c.


sen 3 2x , 3
202. ^ cos® xdx. Resp. ^ ( 5 ® + 4 sen; sen 4x ) + c .

203. j sen 4 X cos4 x dx. Resp. ^ ^3a:— sen 4 r +

204. j tgSxdx. Resp. -í^ -í+ L o g |c o » x | + C.

1 cotg4 1 cotg^ x+ Lo g) sen x | + C.


205. Í cotg® X dx. Resp. —

206.
^ cotg3 X dx. Resp. — ^— Log ] sen x | + C.
428 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

207. ^ sec® X dx. Rcsp.

208. ^ tg* X sec* X dx. Resp. ^ C.

209. í -íêr-
cos^x W«+4-ie’--+c
COSX
. sen> X
210
í dx. Rcsp. c — c o se c x .
1
scn^xdx
211 . f
J í/ COS^X
rnsi T.
. Rcsp. ~ c o s ^ x + 3 c o s
5
^x-^C.

sen 4x , sen 2x
212. ^ sen xscn 3x dx. Rcsp. - ^C.
8 * 4
sen l l x , sen3x
213. ^ COS 4x COS 7x dx. Rcsp. . fC .
22 ^ 6
COS 6x COS 2x
214. ^ COS 2x sen 4x dx. Rcsp. -C.
12
cosx 1
215.
Í 1
sen — X COS
3
X dx. Rcsp. -COS — x + C.

t g |- 2
216. + C.
2 t g |- l

217. 3 - |^ .R e s p .i - a r c t g |2 t g | -j-C.
scnxdx
218. . Resp. -x+ C .
1+ scn^ i+ tg ^
cosxdx ^ 4. ^
219. 1 + ^ - — tg y + í^ -
sen 2x
220.
í c o s 4 x + sen* x
dx
dx. Resp. arc tg (2 sen* x — 1) + C.

?21.

222.

223. 5 V 2 » 'c > í ( - ^ ) — í-c


Capitulo XI

INTEGRAL DEFINIDO

§ 1. Posição do problema. Somas integrais inferior e snperior


Um forte meio de investigação em matemáticas, em física, em
mecânica, assim como noutras disciplinas é fornecido pelo integral
definido, umas das noções fundamentais da análise. O cálculo das
áreas delimitadas por curvas, arcos, volumes, trabalho, velocidade,
trajecto, momentos de inércia, etc., reduz-se ao cálculo dum integral
definido.

Seja y — f{x) uma função contínua dada sobre o segmento [a, b]


(fig. 206 e 207). Sèjam m e M, respectivamente, o seu menor c o
seu maior valor sobre este segmento. Dividamos o segmento [a, 6]
em n partes pelos pontos
a Xq, ^2» • • •»
com
:^ 2 < - • *

e façamos
= Axj,
maior valor de f(x)
[^o> Xi] por mi c M l,
Xj] por m, c M^,

x„J por m „ eM „ .
430 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Fonnemos as somas
n
s„ = nii Axi + Ax^ + . . . + m„ Ax„ = nii Axi, (1)
i= l
71

SJ^ = A íi - j - 71^2 H “ • • • “ f“ S ^ i (2)


i= l

A soma chama-se soma integral inferior e , soma integral


superior
Quando / (jc) > 0, a soma integral inferior tem para valor numé­
rico a área da figura em escada «inscrita» AC qN^C^No ... Cn-iNr,BA
e a soma integral superior, a área da fieura em escada «circunscrita»
AK ^C .K , . . . Cn-iKn-,C^BA,
Indiquemos algumas propriedades das somas integrais inferiores
e superiores.
a) Dado que /Mí < Aí* qualquer que seja i ( / = 1, 2, n).
tem-se, em virtude das fórmulas (1) e (2):
f n < f „

(a igualdade correspondente a f(x) = const).


b) Dado que
T rila m ,
em que m é o menor valor de /W sobre [a, b], tem-se
fn = ^1 + mo Ax^ + . . . + A,r„ ;> m A^i + m Ax^, + . ..
.. . -f m Axr, = m (A xy+ Ax^ + . . . + Ar„) = m{b a).
Assim,
Sfi ^ t n { b — a).
c) Dado que
Mn < M,
em que Aí é o maior valor de f (ac) sobre [a, 6], tem-se
Sn = M l AXi + M 2 A x2 + . . . + Mn AXn M AXi + *1/ Ax^ + . . .
... uM AXn — M (Aj :i + A x.2+ .. .
. . . + Axn) = M {b — a).
Assim,
$n ^ {b n).
Reunindo as duas desigualdades obtidas, tem-se:
m {ly — Sn ^ ^)*
INTEGRAL DEFINIDO 431

Quando / (jc) > 0, a dupla desigualdade obtida admite uma inter­


pretação geométrica simples (fig. 208), dado que os produtos m (b — a)

e M {b — á) representam, respectivamente, os valores numéricos das


áreas do rectângulo «inscrito» A L 1 L 2 B e do rectângulo «circunscrito»
A U L 2 B.

§ 2. Integral* definido
Continuemos 0 exame da questão do parágrafo anterior. Tomemos

um ponto sobre cada segmento [xo. Xi], [Xi, Xx],. . .1, Xj^Jque
designaremos, respectivamente, por ^1, ^2, ...»
. . . (íig. 209),
Xq<C[ <C Xj, Xi <C €2 ^ ^2» • • •» ^71^1 Sn -
43 2 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Sejam f (íi), /(íz)....... / (In) os valores da função nestes pontos.


Formemos a soma

«n = / (li) Axi + / ( y Axj + . . . + / (ê„) Ax„ = V / (10 A.Ci (1)


i —1

que se chama soma integral para a função / (jc) sobre o segmento [a, b].
Dado que, qualquer que seja sobre o segmento rO, se tem

e que > 0. deduz-se


m i Ax.- < / {li) A x i < M l A x i,

por conseguinte.
2 nii A x; < 2 / (li) Ax; < 2 A x j.
i=l i =1 i=]
OU

• C^)
A interpretação geométrica desta última desigualdade é que»
para / (x) > 0» a fígura que tem 5n por área é delimitada por uma
curva compreendida entre as curvas em escada «inscrita» e «cir­
cunscrita».
A soma Sn depende do modo de decomposição do segmento [a, b\
em sarnentos Ixi-i, x j e da escolha dos pontos sobre estes segmentos.
E>esignemos. agora, por máximo x j o comprimento do
maior dos segmentos [xq, xJ , [xi, X2I, . . Consideremos
diversos cortes do segmentos [a, b\ em segmentos parciais xj
tais que máx x j -> 0. É evidente que o número n de segmentos
duma decomposição tende para o infinito. Pode-se formar para cada
corte, escolhendo os valores correspondentes a soma integral

S/(li)A x,
i=l
de maneira que se pode falar de cortes sucessivos e da série das
somas integrais que lhes correspondem. Suponhamos que, para uma
série de cortes dados, com máx AXj-»0, esta soma(*) tende para
um limite /.
Se para os cortes arbitrários do segmento [a, 6], tais que máx
n
AXi->0, e para ^ quaisquer, a soma 2 / ( 1 0 Ax,- tende para um
i=l

(*) N o caso dado, a soma é uma grandc2a variável ordenada.


INTE5GRAL DEFINIDO 43 3

SÓ e mesmo limite I. diz-se que a função f{x) 6 htíegrável sobre o


sarnento [a, ó]: o limite I chama-se in t ^ a l definido da função f(x)
b
sobre o segmento [a, b]. Designa-se por ^ / (x) dx e escreve-se:
a

lim S / ili) Axj = í / (x) dx.


m a x A » i- > 0 i = l a

O número a é o limite inferior do integral e 6 o limite superior.


O segmento [a, b] é o segmento de integração, x a variável de irrtegração.
Indiquemos, sem o demonstrar, que' se a função y = f(x) é
contínua sobre o segmento [a, b], ela é iptegrável sobre esse segmento.
É evidente que se no decorrer dos cortes sucessivos para os quais
max Ajci-> 0 se verifica para a função contínua /(x), a série das
somas integrais inferiores sn e das somas integrais superiores sn,
constata-se, então que as somas tendem para
o mesmo limite /, que é o int^ral definido de
fix):
n h
lim ^ f (x) dx,
m a x A acj-^O i = i a

n /b
lim 2 -^i Axj = 5 / (x) dx.
m a x A * i-» -O i= i a

Entre as funções descontínuas, encontra-se tanto funções integráveis


como funções não integráveis.
Se se construir o gráfico da função sob o sinal soma (o sinal
de interação) y = / (x), quando, / (x) > 0 o integral
b
lí{ x ) á x
a

é numèricamente igual à área do trapézio curvilíneo formado pela


curva y = f (x), pelas rectas x = a, x = b e pelo eixo Ox (fig. 210).
Por conseguinte, calcular-se-à a área do trapézio curvilíneo for­
mado pela curva y — f (x), pelas rectas x = a, x = é e pelo eixo Ox
por meio do integral

Q= (3)

Nota— 1. Notemos que o integral definido depende sòmente


da função y = f (x) e dos limites de integração, mas não da variável
de interação, que é licito designar por uma letra qualquer. Poder-se-á,
28
434 CAL.CULO DITERENCIAL. B INTEGRAI^

então, sem mudar o valor do int^ral definido, substituir a letra x


por qualquer letra:

a a ^
Quando introduzimos a noção de integral definido
b
suposonos a < b. Se b < a , tomar-se-á por definição \ f {x) dx,

í f(x)dx= — l f (x ) dx. (4)


Assim,
5 X® d x = — f X* d x .
s 0

Enfim, SC a = b, por-se-á, por definição, para toda a função f (x)

5 /(x )d x = 0. (5)
a

Isto é natural sob o ponto de vista geométrico. Com efeito»


o comprimento da base do trapézio curvilíneo é nulo. e, portanto,
também a sua área.
Exemplo — i . Calcular o integral

f k x d x { b ' ^ a).

Resolução — Geomètrícamente, o probkma


reside em calcular a área Q do trapézio formado
pelas rectas y = kx, x = a» x = b, y = 0 (fig. 211).
A função y = kx debaixo do sinal soma
é contínua. Por conseguinte, é-nos permitido
no cálculo do integral definido, com o se veri­
ficou anteriormente, cortar o segmento [a, b]
Fig. 211 arbitràriamente e escolher intermediários arbi­
trários.
O resultado do cálculo não depende do processo da construção da soma
integral, desde que o maior dos segmentos parciais tenda para zero.
Dividamos o segmento [a, b] em n partes iguais.
O comprimento de cada segmento é Ax = --------- - , que se chama
A jt
n
«limiar» da divisão. As abcissas dos pontos de divisão são:
a = Xo, Xi = a Ax, X2 = fl + 2Ax, = a + nAx.
Tomemos para pontos ík as extremidades esquerdas de cada segmento
l i = O. Í 2 = a + á x , Is = a 2A x, . .
Í„ = a + (» - 1) Ax.
INTEGRAL. DEFINIDO 435

Formemos a soma integral (1). Deduz-se de / iÍl) —

= ^ liA x + AÇ2AX + . . . + Ac|;iAx =


= k a A x + [ k (a + Ax)] A x + . . . -f{A Ax —
= k {a -j- (a -|- Ax) ~f" 2Ax) -{“ ••• “j” [fl ~f~ (w — 1) Ax]} Ax =
= /c{na + [Ax + 2 A x + . . . + ( « — 1) Ax]} A x =
= {na + [1 + 2 + . . . + (n — 1)] Ax} Ax,
b— a
em que Ax . Dado que

1+ 2 + . . . + ( b - 1 ) = ” <"^

(a soma duma progressão aritmética),


r n («—1)
{n— 1) b&—a
— a "I
“I b
6—^ aa . T , n —1 6—a"| .

Como
1l i. m -------
^ 1= 1 , tem-se;
n -»> oo ^

b^^— a^
lim s „ = Q = k r a + ^ - ^ 1 (6— o) = *
n -^ o o L ^ J
Assim,

íu
kx dx — k

O cálculo da área ABba (fig. 211) em


62—aa

geometria
elementar é trivial. O resultado é o mesmo.
o
Exemplo — 1. Calcular ^ x2 dx.

Resolução — O integral dado é igual à área G do


trapézio curvilíneo formado pela parábola y = as.rectas Fig. 212
X = b e y = 0 (fig. 212).
Cortemos o segmento [a, 6] em n partes iguais pelos pontos:

xo= 0, xi = Ax, X2=2Ax, ..., Xn^b = nAx,


Ax=— .
n
Tomemos, para as extremidades direitas dos. segmentos.
Formemos a soma integral:
»fi=^Ax+xÍAx+... +x* Ax=
= [(Ax)2 Ax+(2Ax)« A x+... +(/»Ax)2 Ax] =
= (Ax)3 [12+22+...+112].
436 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Como se sabe

então,

ra(n + l) ( 2 n + l) **
«3
b
lim Sn— Q = f x ^ d x — ^ .
n -> -o o J o
0
b
Exemplo — 3. Calcular ^ m d x (ni = const).
a

Resolução,
^ 71 n
\ m dx= lim rn ^ x i= lim m V Axí =
J
a
max Aa: *• -> 0 1=1
“ max A a cI. -►0 i^_ i

=m lim V , A x i= m (6 — a),
max AXf -^0 ^
i= i

Aqui 2 é a soma dos comprimentos dos segmentos parciais


i= í
que constituem o segmento [a, ò]. Qualquer que seja o corte, esta soma é
igual ao comprimento do segmento b — a.

Exemplo — 4. Calcular i dx.

Resolução — Dividamos de novo o segmento [a, b] cm n partes iguais:

XQ= a, Xj = a + Aa:, x^ = a + »Aa;;


A x = ---------
h— a .
A
n
Tomemos para pontos i i as extremidades esquerdas. Formemos a soma
integral:
*„ = <?«Ax + e“+'^*A a:+. . . + e “+ < " -‘ )^ * A x =
= e» (1 + e ^ + « 2 ^ + . . . + e(n-DA *)

A expressão entre parêntesis ê uma progressão geoméiica de razão


de primeiro termo 1, logo,

Sn - A x = e“ 1)
e ^^-i
1NTB6RAL DEFINIDO 437

Tem-se, cm seguida:
Sx
nAx = h — a : lim - = 1.
Aar-^0 —1
z 1 \
Segundo a regra de L*Hospital, lim —z— = = 1. ) Por con-
2->0 «^—1 2->0 « /
seguinte,
lim Sn = Q = e^ — =

isto é.

e* dx = e^ — e®.

Nota — 2. Os exemplos dados mostram que o cálculo dos inte­


grais definidos no que respeita a somas integrais está sujeito a dificul­
dades consideráveis. Mesmo quando as funções a integrar são muito
simples (kx, jc^, este processo exige cálculos fastidiosos. Os cálculos
tomam-se inextricáveis quando se trata de funções mais complicadas.
Ê, então, natural procurar um método prático de cálculo dos integrais
definidos. Este método, devido a Newton e a Leibniz, utiliza o elo
profundo entre a integração e a derivação. Os parágrafos seguintes
do presente capítulo têm por objecto a exposição dos fundamentos
deste método.

§ 3. Propriedades fundamentais do integral definido


Propriedade— 1. Pode-^se retirar um factor constante de debaixo
do sinal soma: se A = const,.
b b
^ A f (x) dx = A J / {x) dx. (1)
a a

Demonstração.
\ Af{x)dx= lim 2 Aarj =
a max Ax->o i=i

= A lim 2 /( i í) Aa;i = ^ í/(x )c ír.


max Ax-^0 i= i a

Propriedade — 2. O integral definido da soma algébrica de várias


funções é igual à soma algébrica dos integrais das funções.
Assim, no caso de duas funções
b b b
I [fi (x) U +àx=U i M ] d x + y ^ (x) d x .
W ( 2 )
438 CALCULO DIFERKNCIAL E INTEGRAL

Demonstração,

í [fi (^) + U (^)] àxz= lim 2 [/i (li) + h (li)] A^i =


a m a x A x -> 0 i = i

= lim [2 A (li) Axí + 2 /* (li) Á xt] =


m a x A x -^ 0 i= i í= l

= lim 2/i(li)A ^ i+ lim 2 / 2 (li)^^i =


m a x A x -^ o i = i m a x A x -> 0 í = l

= J / i (x) á r + J /a (x) dx.


a a

A demonstteção é válida para um número arbitrário de funções.


As propriedades 1 e 2, demonstradas para o caso a < b. subsistem
para a '^ b.
Todavia, a propriedade seguinte não tem lugar a não ser para
a < b:
Propriedade — 3. Se sobre o segmento [a, b], (a < b), as funções
f(x) e f(x) satisfazem à condição f (x )< ^ (x ), tem-se
b b

5 / ( x ) d x < J <p(x)dx. ( 3 )

a a

Demonstração — Consideremos a diferença


b h b

y <p (x) dx — J / ( x ) d x = J [(p (x) — / (x)] dx =


a a a

= lim 2 [9(li) — /(li)] A^i-


m a x A x -^ o í = i

Tem-se cp (E^) — / 0, Axj 0. Então, cada um dos ter­


mos é positivo ou nulo, e do mesmo modo a soma e o seu limite:
b

J [(p (x) — / (x)] dx > 0


a

OU
b b

J <p (x) dx — J / (x) dx > 0,


a á

donde se deduz a desigualdade (3).


Se / ( x ) > 0 e r ( x ) > 0 , a fig. 213 dá uma ilustração getuné-
trica desta propriedade. Resulta de ^ (x) > / (x) que a área do trapézio
curvilíneo aAiBib não é superior à do trapézio oA^Bib.
INTEGRAL DEFINIDO 439

Propriedade— 4. Sendo m e M. respectivamente, o menor e o


maior valor de f (x) sobre o segmento [a. b] ^ a < b, tem-se

/w(6 — a ) < j / ( x ) d x < M ( 6 — a). (4)


a

Demonstração — Tem-se, por hipótese.


m ^ f (x) M.

Deduz-se da propriedade (3):


b b b

J m d x ^ J / ( x ) d x < í Mdx . (4')


a a a

l m d x = m { b — a), l M d x = M { b — a)

(ver exemplo 3, § 2. Cap. XI). Substituindo estas expressões na


desigualdade (40. obtém-se a desigualdade (4).

Quando / (x) > 0, esta condição está ilustrada geomètricamente


pela fig. 214: a área do trapézio curvilíneo aABb está empreendida
entre as áreas dos rectângulos aAiBjb e aA^Bib.

Propriedade — 5. (Teorema da média). Sendo a função f (x) con­


tínua sobre o segmento [a, b], existe sobre este segmento um ponto $
tal que se tem:
l f { x ) d x = {b — a) f {l ). (5)
440 CAIXIULO DIFERENCIAL. E INTEGRAL.

Demonstração — Seja, para fixar ideias, a<. b. Se //t e M são,


respectivamente, o menor e o maior valor de / (x) sobre [a, ft], tem-se,
em virtude da fórmula (4), >,

/w < f{:c)dx<^ M .

Donde b

1 f
------\ f ( x ) d x = i i , oú
'—a J

Sendo f(x) continua, toma todos os valores compreendidos entre


m e Af. Ter-se-á, então, para um certo valor \ {a 1^ = / (5),
ou seja
\í(x)dx = f{\){b-a).
a
Propriedade — 6. Sendo a, b. c três números arbitrários, tem-se

y {x) d x = ^ f (x) dx I f (x) dx, (6)


a a c

desde que estes três integrais existam.


Demonstração — Suponhamos, primeiramente, que a < c < b e
formemos a soma integral para a função f{x) sobre [a, b].
Dado que o limite das somas integrais não depende do modo
de corte de [a. 6], cortaremos [a, b] em segmentos parciais de modo
que c seja um ponto de divisão. Decomponhamos, em seguida, a soma
b b
integral 2 , correspondente ao segmento [a, b] em duas somas 2
c a c

e 2 correspondentes, respectivamente, aos segmentos [a, c] e [c, b\.


a

Tem-se, nestas condições

S / (ÊO Axi = i ] / (li) Axi + / (li) Axi.


a a c

Passando a limite quando max AXi -> 0, obtém-se a relação (6).


Se a < b < c, pode-se escrever, em virtude do que precede:

l f { x ) d x = \f(x)dx-\- l í { x ) d x
a a b

OU
6 c c
lf{x)dx=lí{x)dx— (x) d x ;
a a b
INTTORAIi DEFINIDO 441

mas. em virtude da fórmula (4) do § 2:

I f {x) d x = — I f {x) dx,


b e
por coos^uinte.

5 f ( x ) d x = í /(x) íir + J /(x) dx.


a a c

Demonstra-se. duma maneira análoga, esta propriedade para uma


disposição qualquer dos pontos a. b e c.
A figura 215 ilustra a propriedade 6
no caso em que / (x) > 0 e a < c < b; a
área do trapézio aABb é a soma das áreas
dos trapézios aACc c cCBb.

§ 4. GUcolo do integiál definido.


Fónmda de Newton-Leibniz
No int^ral

j/( x ) d x

fixemos o limite inferior a e façamos variar o limite superior b.


O valor do integral variara, por conseguinte, isto é, que o integral
será uma função do seu limite superior.
Designemos o limite superior por x para voltar ás notações
familiares e, para evitar qualquer confusão, designemos a variável de
integração por t, (O valor do integral não
depende da designação da variável de inte-
X

gração). Tem-se o integral | / (t) dt.


a

Sendo a constante, este integral é


uma função do seu limite superior jc.
Seja $-(x) esta função:
<t>{x)=]f{t)dt. (1) pj 216
a
Sc a função f(t) for não negativa,
^ (x ) é, numèricamente. igual à área do
aAXx (fig. 216). É evidente que esta área varia x.
Determinemos a derivada de $ (x) em relação a x, isto é. a
derivada do integral (1) em relação ao seu limite superior.
442 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Teorema — 1. Sendo f(x) uma função contínua e se se faz


* (x) = i f (t) dt.
4>'(x) = £(x).
Por outras palavras, a derivada dum iníegral definido em relação
ao seu limite superior é iguai à função debaixo do sina! de soma na
qual a variável de itüegração foi substituída pelo valor do limite
superior (sob a condição de a função debaixo do sinal soma ser
continua).
Demonstração — Dando à variável x um acréscimo arbitrário Ax
positivo ou negativo, tem-se (tendo em atenção a propriedade 6 do
integral definido):
ac+Ax X x+òiX
0 (a : + A x ) = í í{t)d t= U {t)d t+ í

O acréscimo da função 4>(x) é igual a


A® = (D (o; + Aa:) — (D (x) =
x + A x

= í / (0 4" y / (0 — í / (0
ou seja
x+Ax
A® = J f { t ) dt.

Apliquemos a este último integral o teorema da média (pro­


priedade 5).
AO = / ( | ) (x + A x - x ) = f { \ ) ^x,

em que í está compreendido entre jc e jc + Ajc.


Formemos o quociente do acréscimo da função pelo acréscimo
da variável:

Aa: Aa:

Por conseguinte.

(D'(x)=.^ lim —— = lim f { l ) .
A x -^ 0 AX A x -> 0

Mas como í jc quando Ajc 0, tem-se


lim / ( ! ) = lim /(g ),
Ax->-0 \ - ^ x
INTESaRAL DEFINIDO 443

e como f(x) é contínua


h m f a ) = f{x).

Tem-se. pois. (x) = f(x) e o teorema está demonstrado.


Este teorema admite uma ilustração geométrica simples (fig. 216):
o acréscimo S* = f ( i ) á x é igual à área do trapézio curvilíneo de
base Ajc e a derivada (x) = / (x) é igual ao comprimento do
segmento xX.
Nota — Resulta, especialmente do teorema demonstrado, que toda
a função contínua admite uma primitiva. Com efeito, se a função /(x)
é continua sobre o segmento [a, x]. como foi indicado no § 2, Cap. XI,
X

o integral ^ / (0 existe, isto é. que existe a função


a

0(x)=]f(t)dt
a

que é, como se demonstrou em cima, uma primitiva de j{x).


Teorema — 2. Sendo f (x) uma primitiva da função contínua f (x).
tem-se
U(x)dx=F.(b)-F{a). ( 2)

Esta fórmula chama-se a fórmula de Newton-Leibniz (*).


Demonstração — Seja F(x) uma primitiva de /(x).
X

Segundo o teorema 1, a função Í f { t ) d t é também uma primi-


a
tiva de /(x). Ora, duas primitivas arbitrárias duma dada função
distinguem-se por uma constante C*. Pode-se escrever, por conseguinte,

]fit)dt=F(x) + C\ (3)
a

Sendo C* adequadamente escolhido, esta igualdade é verdadeira


para todos os x; é, então, uma identidade, Para determinar a cons­
tante C*, façamos nesta identidade x — ai éntão.

] f { t ) d t ^ F { a ) + C*,
(*) Notemos que este chamamento da fórmula (2) é convencional,
porque nem N ew ton nem Lelbnítz deram, expllcitamente, esta fórmula. Mas
é importante 'sublinhar que foram, precisamenté, Leibniz e Newton. quem
primeiramente estabeleceram o eÍo'd e ligação ei^tre a iiitegração e a derivação
que permitiu enunciar uma regra de çãlçulo dos integrais definidos.
CAL.CULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

OU
0= +
logo.
C*=-F{a).
Por conseguinte.
]f{t)dt=F{x)-F(a).

Fazendo x = b, obtém-se a fórmula de Newton-Leiboiz:

\f(t)dt=F{b)-F(^a)
a
OU. voltando à variável de integração x,

\t{x)dx=F{b)-F{a).
a
Notemos que a diferença F (b) — F (a) não depende da escolha
da primitiva F, porque todas as primitivas se distinguem umas das
outras por uma constante que desaparece na subtraoção..
Intrcxluzindo a notação (*).
F ( 6 ) - F ( a ) = F(x)|S,
pode-se pôr a fórmula (2) sob a forma

íf(x)dx=F(x)i^a = F ( b ) - F ( a ) .
a
A fórmula de Newton-Leibniz fornece um meio de cálculo prático
dos integrais definidos quando se conhece uma primitiva da função
a integrar. É a descoberta desta fórmula que conferiu ao integral
definido o alcance que ele tem hoje em matemáticas. Se bem que
um processo análogo de cálculo do integral definido no que respeita
ao limite duma soma integral fosse já conhecido na Antiguidade (Arqui-
medes), as aplicações deste método eram limitadas, todavia, aoS/ casos
mais simples em que o limite da soma integral podia ser calculado
directamente. A fórmula de Newton-Leibniz ampliou consideràvelmente
o domínio da aplicação do integral definido, tendo os matemáticos

(*) Utiliza-se as duas transcrições equivalentes


F ( b ) - F (a) = [F (x)l^

F ( b ) - F (a) = F (X)
Utilizaremos, em seguida, indiferentemente uma ou outni transcriçfto.
1NTE»RAL. DEFINIDO 44 5

recebido um método geral que permitiu resolver diferentes problemas


particulares, e dai resultou um alargamento considerável da esfera das
aplicações do integral definido em técnica, cm mecânica, em astro­
nomia, etc.
Exemplo — 1.
b b ^ — a^

la 2
a

Exemplo — 2.
b b^ — d^
3

Exemplo — 3.
b
b ftn+i_^n+i
d x-
n-^i a n - |- 1

Exemplo — 4.

e^dx = e^

Exemplo — 5.
2ji
2ji
sen x d x — — cos x — — (cos 2 ji — COS 0) = 0.

Exemplo — 6.

§ S. Mndaoça de variável'num integral definido


Teorana — Seja dado o integral

\f{x)dx,
a

em que f(x) é contínua sobre o segmento [a, b].


Introduzamos a nova variável t pela fórmula

Se
1) f ( o ) = fl, f(0) = b,
2) f(t) e /(O são contínuas sobre o segmento [a. p\.
446 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

3) f[9Í0] é definida e contínua sobre [a, /91, então»

J / (a;) áx = J / [<p (#)] q>' (0 dt. (1)


a a

Demonsírc^ão — Sc F (jt) é uma primitiva de / (x), pode-se escrever


as igualdades s^uintes:
lf{x)dx=F{x)+C, (2)
J /[ q ) ( í) ] ( p '( í) d í= > í'[ ? ( 0 ] + C (3)
de que se verifica a legitimidade derivando os dois monbros em
relação a t. (Ela resulta tambéoi da fórmula (2), § 4, Cap. X.) Deduz-se
da igualdade (2):

\f(x)dx=F{x)\l = F{b)-F{a)
a

e da igualdade (3):
í / [9 (0] 9 (0 dt=F[q> (t)] iS =
a

= F[q> (P)] - F [cp (a)] = F ( b ) - F (a).


Os segundos membros destas igualdades são iguais e, por con­
seguinte. os primeiros são-no também, c. q. d.

Nota — No cálculo do integral definido pela aplicação da fór­


mula (1) não voltamos à antiga variável. Os valores numéricos dos
dois integrais da igualdade (1) são iguais.
Exemplo — Calcular o integral

a:2 dx.
INTEGRAL, DEFINIDO 447

Resolução — Façamos a mudança de variável;

x=rscní, dx = r COS t d t .
Determinemos os novos limites:
a := 0 pour í=0,

x= r pour •

Por conseguinte,
jt Jt
2 2
^ "j/r2 — x'2 d x = J ■\/r2 — r2 sen* t r cos t dt=^r^ J — t cos I dt —

Jt
2

Geomètricamente, calculámos a área do quarto de círculo jt* +


(fig. 217).

§ 6. Integração por partes


Sejam u t v duas funções de x deriváveis. Tem-se

[uvY = u u uv.

Integrando os dois membros desta identidade de a a 6, obtém-se:


b b b
J {uuY d x = J u u dx-\- I uv dx. (1 >
a a a

b.
Dado que J {uv)' dx = u v C, tem-se S (uv)' dx = uv
a
pode-se, então, escrever a igualdade (1) sob a forma

b b
u v ^ = ^ Vdu I u dv,
a a
ou, finalmente.
b b
j u d v = u v \ a — í udu
448 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Exemplo — Calcular o integral = \ ^ dx.

n n
2 2 2
senT* X d x = j se n ^ -l j; sen i; d x = — ^ sc n n -iLX
- dcosx=
dv
31
2
= —sen X COS x + (/». sen^-2 X COS x co s x dx =
*’ í
31 31
2 2
= (n — 1) J scn’»-2 Xcos2 j: íix= (n —1) J sen '*-2 ^ —aen2 x) d x =

2 2
= (n—1) j senn-axáz—(n—1) | xan^dx.

Com as notaçdes escolhidas, pode-se tornar a copiar a última igualdade


sob a forma
— ^n-2— —1) ^Ttf
donde se obtém:
T —Í L^ z/ ní/- 2 -
//i— (2)

Obtém-se. do mesmo modo:


f _” —3 -

e, então.
T n — 3

Continuando assim, chega-se até ou / , . segundo a pariedade de n.


Examinemos os dois casos:
1) n é par, n = 2m:

f 2m — 1 2m — 3 3 1 ,

1) n é ímpar, n = 2m + 1:

, 2m 2m—2 4 2
IN TB Q R A L . D E F IN ID O 449

n
2 2

/ i = J sen X d x — \^

logo,

1^^=. f sen2m^ dx = ^ —- J_.Ü


J 2m 2/??— 2 “ 6 4 2 2 *
JT

'2m+l | « n .•2 m-M T 2^ 2m— 2 £ j4 2


2m + l* 2 m — 1 7 ' 5 ‘ 3

Destaà duas fórmulas resulta a fórmula de Wallis, que exprime sob


a forma de produto infinito.
Com efeito, deduz-se destas duas últimas fórmulas, dividindo membro a
membro:
Ji / 2 -4 .6 . . . 2m \2 1 I,2m (3)
2 “ I 3.5... (2m—1) j 2m + í ^2m+i
I 2,
Mostremos agora que,

lim =1.
m->oo -«Zm+l

Tem-se, qualquer que seja x no intervalo


sen2m-i ^sen,2m ^ ^ se n 2m+i ^

Integrando de 0 a obtém-se

^2m-l ^ ^ *^2m+lt
donde
*2m-l »2m (4)
^2m+i ^2m+i > 1 .
Resulta da iguiddade (2):
'2m -l 2m +l
^2m+l 2m •
Por conseguinte.
lim Í 2 = t l= lim 2m + l = 1.
m-voo -«Zm+l m^oc 2/71

29
450 CALCULO D IF E R E N C IA L B IN T E G R A L

Deduz-se da desigualdade (4):

m-^co -*2m+l

Passando ao limite em (3), obtém-se a fórmula de Wallis:


i . „ V í 2*4.6 . . . 2m ^2 1-1
T “ ^ ÍL 'S > L V 3 -5 ... ( 2 ; n - l ) j 2m + l J *
Pode-se tomar a copiar esta fórmula sob a forma:

jt / 2 2 4 4 6 2m — 2 2m 2m \
2 = m->oo
hm * y "5 • 5" ••• 2m — r 2 m — r 2 m + l j *

§ 7. Alargamento da noção de integral


1. Integrais com limites irtfinitos.
Seja f(x) uma função definida e continua para todos os x tais
que « < X < + 00. Consideronos o integral

/( 6 ) = í,( x ) d x .
a
Este integral tem um sentido para todo b > a. Quando b varia,
o integral varia, ele é uma função contínua de b (ver § 4, Cap. XI).
Estudemos o comportamento deste integral quando b -> + oo (fig. 218).

Definição — Quando o limite seguinte


b
lim ]f{x )d x
b-> + oo a
existe, representa-se-lo por

J f{x )d x .
a
Tem-se, por definição,
+ 00 b
J f(x )d x = lim [f{x )d x .
a b-^+oo a
IN TE G R A L . D E F IN ID O 451

+00

Díz-se, ainda, que o integral I f (x) dx existe ou converge (*).


a
b
Se I f (x ) dx não tem limite finito quando -> + oo, diz-se que
a
+00
f / (x) dx não existe ou diverge.
a +00

É fácil de ver qual é o sentido geomátrico do integral I f (x) dx


b a

quando f ( x ) ^ 0 : se o int^ral f j (x) dx representa a área do domi-


a

nio delimitado pela curva y — j (jc), o eixo das abcissas e as rectaa


-foo
JC = a, JC = ò , é natural dizer-se que O integral
J / {x) dx exprime a
a
área do domínio infinito compreendido entre as curvas y = f (x)„ jc = a
e o eixo dos jc.
Define-se, duma maneira análoga, os integrais noutros intervalos
infinitos: a u
j f ( x ) d x = lim l f { x ) d x ,
■OO Q j_ ^_ o o (X
+00 C “f"^
í fix)dx= í 1{x)dx-\- l f { x ) d x .

Esta última igualdade deve ser compreendida amio se segue:


se cada um dos int^rais do segundo membro existe, dir-se-á que
o int^ral do primeiro membro existe (converge).
+00
E xem plo — 1. Calcular o integral

Resolução — Tem-re, por definiçSo,


h dx
+ x*
(ver fig. 219 e 220).

4-00 b
Ç dx Ç dx 1*^ , ji
\ T~r~Z¥~ I “7 ~ i— 9 — a r c t g x = l i m arcti?6 = —
J l + l2 t^ + o o J l + I * b-+oo * lo b - “ co
b-»-4^oo ^ 2

(*) Chama-se, também, por vezes integral impróprio.


452 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

O integral consideratlo exprime a área do domínio infinito tracejado


na figura 220.
Exemplo — 2. Discutir os valores de a para os quais o integral
-Í-OO
r ^
J
1
converge ou diverge (fig. 221 ).
Resolução — Dado que (para a ^ 1)

Ç— — í— x*-»!*’- ^ l 6‘ - “ II
1
tem-se
-t-oo
( lim
J 6-+ool—«
ò->-|-oo '
1
Por conseguinte,
+00
dx 1
Í — _I »o integral converge;
1
4 -0 0

sea<l, J - ^ = oo, integral diverge.

4 -0 0
, r dx ^ 1+00
Quando a = l , \ = L o g a :| =oo, 0 Iintegral diverge.

4-00
Calcular j
ax
l + x2 •
Resolução. —CX)
4-00 u 1oo

—oo
f - í
-oo
^ 1 j
u
r dx
i+ í®

O segundo integral é igual a ^ (ver o exemplo 1). Calculemos o


primeiro integral:
0 0
C dx C dx , |0
\ T -T -T = \ a r c tg x =
J 1-j-x ^ a -^ —oo J 1+ ^ a-^—oo |a

= lim (a r c tg O — a r c t g a ) = - ^
a-»>—oo ^
Por conseguinte.
4 -0 0

dx _
IN T B 6 R A L D E F IN ID O 453

Em muitos casos, basta estabelecer que o int^ral dado converge


ou diverge e avaliar o seu valor. É útil basear-se, para este efeito,
nos te o r i a s seguintes que limitar-nos-mos a enunciar e dos quais
mostraremos as aplicações nos cxesafios.
Teorema— 1. Se, qualquer que seja x (x > a), se tem a desi-
-f-oo "f"®®
gualdade 0 < f (x) < (x) e se J f (x) dx converge. J f (x) dx converge
a a
também e
+ 00 + P®

í f ( x ) d x ^ J (p(j;)dx.
+00
dx
Exemplo — 4. Estudar a convergência do integral ^ ^
(1 + ^) •
Resolução — Notem os que para 1 < JC
1 1
Seguidamente,
4oo

Logo,
+00

í x2 (1

converge e é inferior à unidade.

Teorema — 2. Se, qucdquer que seja x (x > a), se tem a desi-


+00 -foo
gucddade 0 < ^ (x) < f (x) e se J <p(x) dx diverge, o irttegral J f (x) dx
a o
diverge também.
Exemplo — 5* Estudar a convergência do integral
+00

f ^+ 1
= - dx.
J V x3
Verifica-se que
x + 1 ^ X

Ora,

f ^ lim 2 '] /x \ = + o o .
J yx b-^+oo li
Por conseguinte, o integral dado diverge.
454 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Os dois teoremas anteriores respeitavam aos integrais de domínios


de interação infiiiitos, não sendo n^ativa a função sob o sinal soma.
Quando se integra num domínio infinito uma função f(x) de sinal
variável, tem-se o teorema seguinte.
+O0
Teorema — 3. Se o integral J | f (x) [ dx converge, o mesmo sucede
4-00 ®
a J f(x)dx.
a
Diz-se, então, que este último integral é absolutamente convergente.
Exemplo — 6. Estudar a convergência do integral
i-oo
sen ^
dx.

Resolução — Aqui, a função a integrar 6 de sinal variável. Tem-se,


4-00
sen XI I 1 I r dx 1 |+°o 1
—^ —õT • M ais \ —5- — — 7T-S- ~ -r -.
1
4 -0 0

Por conseguinte, o integral J | se n x I dx converge. D aí resulta a con-

vergência do integral dado. ^

2. Integral duma junção descontínua.


Seja / (jc) uma função definida e contínua quando a < jc < c,
não sendo a função definida no ponto jc c, ou, melhor ainda, tendo
c
uma descontinuidade. Pode-se definir, então, | / (x) dx como limite
a
de somas integrais, não sendo f{x) contínua sobre o segmento [a, c]
e podendo este limite não existir.
c
Define-se, como se segue, o integral J / {x) dx duma função / (jc)
descontínua no ponto c:
c b
5 / (x) dx = lim J f {x) dx.
a h-*-c~0 d

Este integral diz-se convergente quando o limite do segundo


membro existe, e divergente no caso contrário.
Se a função f (x) tem uma descontinuidade na extremidade esquerda
do segmento [a. c] (isto 6. para x = a), põe-se, por definição,

J f{x)dx= lim I f(x) dx.


a 6-^a4-0 b
IN T E G R A L . D E F IN ID O 455

Se / (jc) tem uma descontinuidade num ponto x = Xo no interior


do segmento [a, c], põe-se

y { x ) d x = J / ( x ) d x + lf { x ) d x ,

quando os dois integrais do segundo membro existem.


Exemplo — 7.
7. Calcular
1
í dx
y i —x
Resolução,

f
J y i —x
Um(
6->i-o J Y í —x
= — lim 2 l / l — i | S = _ lim 2 n / l — 6 — 1 ] = 2 .
b-^1—0
1
dx
Í —r • 222
-1

Resolução — Tendo a função sob o sinal soma uma descontinuidade no


ponto JT= 0, decompor-se^á o integral em dois:

C—
J
5-=e ilim f—
- * - 0 .1 8 2->+0 J
í 12“
dx

-1 -1 £2
Calculemos cada limite separadamente:
Cl
li„ f i|.„ _ Um - L Um ( - ! — i , ) = CX).
£!-►—0 ^ £i->^—0 ^ £!-►—0 V

Por conseguinte, o integral diverge no intervalo [-* 1 , 0]. Por outra via:
1
lim f = — lim (1 ----í - ] —CX).
; 82->-+0 J ^ £2->+0 V ^2 /
C2

Então, o inte^al diverge igualmente no intervalo [0, 1]


Vê-se que o integral dado diverge sobre o segmento [— 1, 1].
Se se o tivesse integrado, omitindo a descontinuidade no ponto x = 0,
ter-se-ia obtido um resultado erróneo. Com efeito,

^ dx 1 1 _ /I 1 \ ___ 9
\l -li
o que é evidentemente falso (fig. 222).
456 C A l^ U L O D IF E R E N C IA L . B IN T B O R A D

Nota — Se a função f(x) definida no s^m «ito [a, 6] possui


sobre este segmento descontinuidides em número finito nos pontos
Ot. Oi........om. define-se o in t^n d de i{x) sobre o segmoito [o, b].
como se s^ue:
b
j'/ ( a r ) d i= Í f { x ) d x + ' ^ f { x ) d x + . . . - \ - 5J f{x)dx.
at an

se cada um dos integrais da direita converge. Se um qualquer destes


b
int^rais diverge, então I f (x) dx diz-se divergente.
a
Para determinar a convergência dos integrais das funções descon­
tinuas e avaliar os seus valores, é muitas vezes possível utilizar teoremas
análogos aos teoremas sobre os integrais com limite infinitos.
Teorema — T. Se as funções t(x) e f (x) são descontínuas no
ponto c do segmento [a, c], se se tem em cada ponto deste segmento
a desigualdade
9 (a :)> /(x )> 0
C C
e se I f(x )d x converge, o mesmo sucede a J f(x)dx.
« a
Teorema — T. Se as funções f(x) e f(x) são descontínuas no
ponto c do segmento [a, c], se se tem em cada ponto deste segmento

/(a :)> c p (j:)> 0


e e
e se f(x )d x diverge, o mesmo sucede a J f(x)dx.

Teorema — 3'. Se a função f(x) é de sinal variável sobre o


segmento [a, c], se ela é descontínua sòmente no ponto c e se o inte-
c
gral 5 If (x) I dx do valor absoluto desta função converge, o mesnio
® C
sucede a J f(x)dx.
® 1
Muitas vezes toma-se como função de comparação.

É fácil d« ver que 5 ^ dx converge para a < 1, diveige para


- (c x)
a ^ 1.
Isto respeita igualmente aos integrais 5 dx.
{x-vY
IN T E G R A L . D E F IN ID O 457

Exemplo — 9, O integral ^ «mvcrge?

Resolução — A função a integrar é descontínua na extremidade esquerda


do segmento [0, 1]. Obtém-se. comparando-a à função
yx
^ < :
~yx
1 1

o integral f existe. D aí resulta que f — ------ dx, o integral


0 0
da função dada, que é menor, existe também.

§ 8. Calciilo aproximado dos integrais definidos


Indicámos, no fim do Capítulo X. que a primitiva duma função
contínua arbitrária podia não se exprimir por meio de funções ele­
mentares. O cálculo dos integrais definidos pela aplicação da fórmula
de Newton-Leibniz é, então, difícil e tem-se de recorrer a diversos
métodos de cálculo aproximado. Vamos expor, agora, vários métodos
de integração aproximada, partindo da noção do integral definido como
limite duma soma.

I. Fórmula dos rectângulos — Sjpja dada sobre o segmento [a, b]


uma função contínua y ~ f (x). Propõe-se calcular o integral definido

]f(a:)dx.
a

Cortemos o segmento [a, b] pelos pontos a = Xp, Xi, X2 .......Xn = b


em n partes iguais de comprimento Ax:
b —a
Ax =

Designemos, seguidamente, por yp, yi, yz, .... í/n-1» os valores


da função nos pontos Xp, Xi, Xz........ Xn, seja:

yo=f M V i = í (a^i): . • y n = / («»)•


Formemos as somas
1^0 Ax + Ai + . . . + Ax,
í^i Ax + Ax + . . . + Ax.
458 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Cada uma destas somas é uma soma integral para a função


f(x) sobre o segmento {a. b] e. por conseguinte, represoita. aproxi­
madamente, o int^ral
0

í f { x ) d x w ----- - (i/o + í/l + í/2 + • • • + yn-l)y


n
(1)

í / (x) dx -— - {yi + y 2 + . . . + yn)-


n
(1)

São as fórmulas dos rectângulos. Resulta da fíg. 223 que se f(x)


é uma função positiva crescente, a fórmula (1) representa a área dos
rectângulos que se encontram sob a curva y = f{x) e (10, a área
dos rectângulos que se estendem sobre a curva.

O erro cometido, ao calcular o integral, segundo a fórmula dos


rectângulos, é tanto mais pequeno quanto maior for n (isto é, que os
segmentos parciais Ajc = são menores).
n
II. Fórmula dos trapézios — É natural esperar-se um valor mais
exacto do integral definido se se substituir a curva dada y — f(x)
não fK>r uma curva em escada, como para a fórmula dos rectângulos,
mas por uma linha quebrada inscrita (fig. 224). Toma-se, então, em
vez da área do trapézio curvilíneo aABb a soma das áreas de trapézios
rectângulos cujas cordas AAi, A 1 A 2 .......An^iB figuram entre os lados.
IN T E G R A L D E F IN ID O 469

Sendo as áreas destés trapézios, sucessivamente. Ax, ^


tem-se:

Vn-l + Vn

b
yo + Un (2)
^ t ( x ) d x ^ ----- - ^ + í/l + í^2 + • • • + y»i -i).

É a fórmula dos trapézios,


O número n é tomado arbitràriamente. Quanto maior for n e mais
pequenos forem os segmentos parciais Ajc =
, mais precisa é a
n
aproximação fornecida pela expressão do segundo membro da igual­
dade aproximada (2).
III. Fórmula das parábolas (fórmula de Simpson) — Dividamos
o segmento [a, b\ num número par n = 2m de partes iguais. Substi­
tuamos a área do trapézio curvilíneo correspondente aos dois primeiros
segmentos [xo, Xi] e [jCi, X2 ] e delimitado superiormente pela curva
dada y = f (x), pela dum trapézio curvilíneo semelhante limitado por
uma parábola do segundo grau que passa pelos três pontos:
M {xq^ Po); í/i)í í/2)»
e cujo eixo é paralelo ao eixo Oy (fig. 225). Chamaremos a um tal
trapézio um trapézio parabólico.
A equação duma parábola, cujo eixo é paralelo ao eixo Oy,
escreve-se
y = Ax^ + B x + C.

Determinam-se os coeficientes A, B, C univocamente da condição


de a parábola passar pelos três pontos dados. Constroiem-se parábolas
análogas para os outros pares de segmentos. A soma das áreas dos
trapézios parabólicos fornecerá um valor aproximado do integral.
Calculemos, primeiramente, a área dum trapézio parabólico.
Lema — Um trapézio curvilíneo delimitado pela parábola
y = Ax^ + B x + C,
460 C A lX m .O D IF E R E N C IA L . E IN TE G R A L .

O d x o Ox e duas rectas paralelas ao eixo Oy distantes d e 2b. tem


por área

S = y (yo + + ya). (3)

^ tfue yo e y2 wo ordenadas extremas e yi. a ordenada da curva


no m eio do segmento.

Demonstração — Tomemos os eixos de coordenadas como está


indicado na figura 226.

D eduz^-se os coeficientes da parábola y = A j^ + Bx + C das


equações seguintes:
Xq— pQ= A — Bh -f- Cj
^1 = 0.
=
V i=
= -\-B h -\-C ,
Supondo os coeficientes A, B, C, conhecidos, calcula-se a área
C\
il (4)

do trapézio parabólico por meio do integral definido:


h
5 = J (Ax^ + Bx-{-C)dx =
-h

Mas resulta da igualdade (4)


Uo + 4yi j^2 = 2Ah* + QC.
IN T E » R A L D E F IN ID O 461

Por conseguinte.

s = + yòt
c. q. d.
Voltemos ao nosso problema inicial (ver fig. 225). Utilizando a
fórmula (3), pode-se escrever as igualdades aproximadas {h = Ajc):
*2

a~Xo
í
*4
\x
f ( x ) d x fí í — (.Vo + 4 í/4 + y^),
O

í \x
f { x ) d x í v — (ij,^ + 4^3 -I- jrO,
O

*2m—b

í
**m-*
\x
f{x)dx7ü — + 4y3„_i + J.

Juntando membro a membro, obtém-se, à esquerda, o integral


procurado e à direita o seu valor aproximado:

f { x ) d x ^ ^ (yo + 4yi + 2y2 + 4ys + .

• • . + 2y2m-2 “l" 4y2m_i y2m)» (5)


ou melhor
h

|/ ( x ) d x - [ í/o + 2
í/ m + 2 (^2 + i/4 + • • • + y 2 m -2 ) +
Qm

"h ^ iUl 4" i^3 “h • • • “f” y2m-l)]-


Ê a fórmula de Simpson. O número de pontos de divisão 2m
6 arbitrário, mas quanto maior ele for, mais a soma do sçgundo
membro de (5) nos dá um valor exacto do in t^ a l(* ).

(*) Para determinar o número de pontos de divisXo que é predso


tomar para calcular o integral com uma precisão dada, poder-se-á utilizar
fórmulas que permitam *avaliar o erro que resulta do cálculo aproximado do
integral. N ão indicaremos aqui estas avaliaçóes.
462 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Exemplo — Calcular aproximadamente


2
L o g 2 = J^.

Resolução — Dividamos o segmento [1, 2] em 10 partes iguais (fig. 127).


Façamos ^__
A .= y = o ,i,
e formemos o quadro dos valores da função sob o sinal soma:

X
1
.X
1
*' = 1T

a - 0 = 1 ,0 y o = 1,00000 *e = 1 , 6 = 0 ,6 2 5 0 0
*1 = 1 , 1 = 0 ,9 0 9 0 9 *7 = 1 , 7 í/7 = 0 ,5 8 8 2 4
X 2 = 1 ,2 í/2 = 0 , 8 3 3 3 3 *8 = 1 , 8 y g = 0 ,5 5 5 5 6

* 3 = 1 ,3 j,3 = 0 , 7 6 9 2 3 *9 = 1 , 9 í/9 = 0 , 5 2 6 3 2
* 4 = 1 ,4 í/4 = 0 , 7 1 4 2 9 *10 = 2 , 0 í/io = 0 » 5 0 0 0 0
*5 = 1 , 5 ií5 = 0 , 6 6 6 6 7

I. Obtém-se segundo a primeira fórmula dos rectângulos (1):


2
j 0,1 ( y o + y i + - - - + y 9 ) = 0 4 ‘ 7.18773 = 0 ,71877.
1
Obtém se segundo a segunda fórmula dos rectângulos (1*):
2
J ^ 0,1 (Í /1 + Í /2 + . • .+ y i o ) = 0 .1 * 6,68773=0,66877.
1
Resulta imediata mente da figura 227 que no nosso caso a primeira
fórmula dá o valor do integral por excesso e o segundo por defeito,
II. Obtém-se segundo a fórmula dos trapézios (2):
2
j ^ = ^ 0 , 1 ( í - t ^ + 6 , 1 8 7 7 3 1=0,69377.
1
III. Tem-se segundo a fórmula de Simpson (5):
2
^ [yO+ yiO+ 2 (á/2+ y4+ ye+ y8)+'^ (yi + í/3+ y5+ íf7+ y9)l=^
1
= 2 ^ (1 + 0,5 + 2-2,72818 + 4.3,45955)=0,69315.

dx
Í — :=0,6931472 (a menos de sete casas decimais).
IN TEG RA L. D E F IN ID O 463

Por conseguinte, dividindo o segmento [0, 1] em dez partes iguais, a


fórmula de Simpson dá cinco dédmais exactas, a fórmula dos trapézios.

somente três. e apenas podemos responder à primeira décimal quando se


aplica a fórmula dos rectângulos.

§ 9. Fórmula de Tchébychev

Nos cálculos técnicos, tem-se muitas vezes de recorrer à fórmula


de integração aproximada de Tchébychev.
b

Seja ainda calcular | / (x) dx.


a
Substituamos a função sob o sinal soma pelos polinómios de
interpolação de Lagrange P (x) (§ 9, Cap. VII) tomando sobre o
segmento [,a b]n certos valores da função: f{x,), .... f(xn),
onde Xi, X2 ........Xn são pontos arbitrários do segmento [a, 6]:

P {X) = f
(Xl X,) (Xj X3) . . . (Xj x„)

(x Xj) (x X3) . . . (x ^n)


+ / (^2) +
(X2 — X i) ( X j — X3) . . . (Xj5 — X „ )

^ 1
— ^ ) — ^ 2) — X n -l) ^ J
(1 )
(^ n — X i) (X „ — X2) . . . (X „ — X „ _ i)
464 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Obtém-se a fórmula seguinte de integração aproximada:


b h
I j {x)dx ^ I P {x)dx (2)
a a
que. após cálculos, toma a forma

J / (x) dx ^ Cif (Xj) -|- C2/ (^2) + • . . H“ Cfi/ (^n)* (3)

em que os coeficientes são dados pelas fórmulas


b
^ _ f ^1 ) «»- 1) ^<+l) »«« ^
Ja (Xf — X j) . . . (X i — 1 ) (^i ““ ^i+l) • • • ( ^ i ^Fi)

A fórmula (3) é difícil e incómoda para os cálculos, dado que


os coeficientes C f se exprimem em função de fracções complicadas.
Tchébychev pôs o problema inverso: dar, não as abcissas Xu
X2, . . . . X n , mas os coeficientes C u C2, . . . , Cn e determinar as abcissas
Xu X 2 ................. Xn.
Tomam-se os coeficientes Q de modo que fórmula (3) fique
o mais simples possível para os cálculos. É, evidentemente assim quando
todos os Q são iguais:
Ci = C2 = . . . = C^.

Designando o valor comum dos coeficientes C u C2, . .. Cn por Cn,


a fórmula (3) torna-se

J / (x) d* « [/ (xJ + / (X,) + . . . + / (X„)]. (5)

A fórmula (5) representa, em geral, uma igualdade aproximada,


mas se f(x) é um polinómio de grau não superior a n — 1, tem-se»
então, uma igualdade exacta. É esta circunstância que permite deter­
minar as quantidades Cn, JCi, X2 , Xn.
A fim de obter uma fórmula que convenha a todo o intervalo
de integração, reduzamos o segmento de integração [a, b\ ao segmento
[— 1, 1]. Façamos, para esse efeito
a-\- b b — a
x= — --------------- ----------------------- 1;
2 2
ter-se-á, então, x = a para / = — l e x = 6 para / = 1.
IN T E G R A L D E F IN ID O 465

Por conseguinte.

I
a
/ (X )d x _ I
-1
/ < ) <i< = I
-1
.K O <«,

em que se designou por <f{\) a função de / sob o sinal soma. Por


conseguinte, a integração duma função j{x) dada sobre um segmento
[a, b] pode ser sempre (reduzida à integração duma outra função f(x)
sobre o segmento [— 1. IJ.
Assim, o problema reside em escolher os números X u X2 , Xn
na fórmula
j j {x ) d x = C „ (/(x j) + / (Xj) + — + / (x„)] (6)

de modo que esta fórmula seja exacta para toda a função /(x) da
forma
/ (x) = Oo + aiX + OjX* + . . . + (7)
Notemos que
1 1

I / ( x ) d x = j (oo + «ix + OjX®+ . . . + a „ _ ix " '^ )d x =


-1 -1

2(00 + - ^ + - ^ + - ^ + . . . + — j se ó ünpar;

(8)
n — 1/
Por outra via, tendo em atenção (7), a soma do segundo membro
da igualdade (6) é igual a
(^1 + ^2 + • • • + ^ n ) + ^ (^1 + ^2 + • • •

. . . 4~ ^n) “h • • • 4 “ ^ n - 1 (^1 ' + ^2 ^ • 4“ ^)]* (^)


Igualando as expressões (8) e (9), obtém-se uma igualdade que
deve ser verdadeira, quaisquer que sejam Uo, üu ^2....... t *

K“-+ T + y+ f+ -■•) =
= ('n [w a, "l“ a j (Xj -|- X., . -f- x „) -f-
+ Oj(aí + x| + . . . + X®) + ..
. . . + a„_i (xT-‘ + x r * + . . . + x r> )].
30
466 C A LcaiJO p n ró E R c iâ i. a

Igualemos os coefícisptes de Oo, Ox. a». .... a„_i nos dois membros:
2,
2 =^ C „n Ou C„ = — ;
n
+ ^2 + • • • + ^71 = 0;
2 I 2 I I 2 2 ^ ( 10)
^1 + ^2 + • *• + ;

^1 + ^2 + • • • + = Oí
4 I 4 I I 4 2 n
^i + X2 + . . . + X n = — = -^;

Deduzem-se as abcissas jci. jcs, ...» Xn destas n últimas equações.


Estas soluções foram encontradas por Tchébychev para diversos valores
de n. Damos abaixo as soluções que ele encontrou quando o número
de pontos de divisão n é igual a 3. 4, 5, 6, 7, 9:
N úm ero de Coeficientes Valores das abcissas jci, X2 » • •» .
«ordenadas n

2 Xj = _ j :3 =
0 ,7 0 7 1 0 7
3
3 X2 = 0

1 a : i = — X4 = 0 ,7 9 4 6 5 4
4
2 ^2 = — 3 :3 = 0 ,1 8 7 5 9 2

2 i i = — x5 = 0 ,8 3 2 4 9 8
5 Z 2 = — X 4 = 0 , 374541
o x, = 0

1 a : i = — are = 0 ,8 6 6 2 4 7
6 X 2 = — «5 = 0 ,4 2 2 5 1 9
3 a : 3 = — a:4 = 0 ,2 6 6 6 3 5

x i = — x7 = 0 ,8 8 3 8 6 2
2 a : 2 = — are = 0 , 529657
7 X 3 = — X5 = 0 , 323912
7
X4 = 0

xi = — X0 = 0 ,9 1 1 5 8 9
2 X 2 = — xg = 0 ,6 0 1 0 1 9
9 3 :3 = - — X7 = 0 ,5 2 8 7 6 2
9 X 4 = — X0 = 0 ,1 6 7 9 0 6
X5 = 0
IN T E G R A L . D E F IN ID O 467

Por conseguinte, efectuar-se-á o cálculo aproximado do int^ral


sobre o segmento [— 1, 1] aplicando a fórmula seguinte de Tchébychev:
1
f{x)dx=^[f{x,)+f{x^ + . ..+f{Xn)l
“1
em que n é escolhido no grupo 3, 4, 5. 6. 7, 9, e estando Xi, Xg,
representados no quadro. Não se pode tomar para n o número 8
ou números superiores a 9; o sistema de equações (10) dá, então,
raízes complexas.
Quando os limites de integração do integral dado são a e b,
a fórmula de Tchébychev torna-se
b

í f ( x ) d x = ^— ^ [ f ( X ^ + /(X ,) + . . . + /(X„)],
n

64-fl b— a
em que X i = — -----1----- ^ (* = 1. 2, ..., n), e tendo os os
valores dados no quadro.
Demos um exemplo de cálculo por aplicação da fórmula de
Tchébychev.
2
— ( = L o g 2).

Resolução — Reduzamos por uma mudança de variável, o segmento de


integração ao segmento [ — 1, 1]:

1+ 2 , 2 — 1 , 3 , / 3+ í
* 22 H-
' ^ 2^ I—
* ~ 2 ' ^ 2 ~ —rr—,
2
dx= éL
2 •

\ dx _ r dt
j X “ J 3 -fí •
-1
C alculem os. este último integral para n 3, aplicando a fórmula de
Tchébychev:
1
J / (n * = 4 (0 ,7 0 7 1 0 7 )+ / (0) + / (-0 ,7 0 7 1 0 7 )J .
-1
468 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Dado que
/ (0,707107). =0,269752,
'3 + 0 ,7 0 7 1 0 7 3,707107
1
f{o y- 0,333333,
'3 + 0

/ (-0 ,7 0 7 1 0 7 ) =
i 1
=0,436130,
3 — 0,707107 2,292893
tem-se

j (0,269752 -h 0,333333 + 0,436130) =

= -j . 1.039215 = 0,692810 0,693,

Comparando este resultado aos resultados fornecidos pelas fdnuulas dos


rectángulos, dos trapézios e de Simpson (ver o exemplo do pfirágrafo antenoc),
verifica-se que o resultado obtidó pela aplicação da fórmula de Tctiébychev
(com três pontos de divisão) é mais preciso que o resulta^p obtidp pela
aplicação da fórmula dos trapézios (com nove pontos de divisão).

Indiquemos que a teoria do cálculo aproximado dos mtegrais


foi desenvolvido iros trabalhos de A. Krylov (1863-1945).

§ 10. Integrais q|ie dependem dum parainetro


Derivação dos integrais que depéndem dum parâmetro. Seja o
integral
/ ( a ) = S / ( i , a)da: (1)

no qual a função sob o sinal soma depende dum certo parâmetro a .


Se o parâmetrp a varia, o valor do integral variará também. Resulta
que o integral definido é função de a; poder-se-á, então, designá-la
por / ( a ) .
1. Suponhamos que /(jc, a ) e f a { x , a ) são funções continuas
quando
c< a< d e a < x < 6. (2)
Determinemos a derivada do integral em relação a a:
/ (a + Aa) — / (a)
lim Iá(a).
Aa-^0 Aa
Verifiquemos, para esse efeito, que

/ (a -f Aa) = 5 / (ar, a + Aot) dx-


IN T B G R A L D E F IN ID O 46 9

e, por conseguinte.
6 b
/ (a + Aa) — / (a) = J / (x, a + Aa) dr — J / (x, a) dx =
a a
b
= J [f(x, a + A a ) — f(x, a)]dx\
b
7 (a + Aa) — / (a) + Aa) —/ ( j , g)
dr.
Aa Aa
Apliquemos a fórmula di^ crescimentos finitos de Lagrange à
função sob o sinal soma; obtém-se:
/(ar, a + A a)—/(x, a)
= /á(^, a + 0 A a ),
Aa
cm que 0 < 0 < 1.
Dado que /„ (x, a) é contínua no domínio fechado (2). tem-se
/ ; (x, a + 0 Aa) = fá (x, a) + e,
em que a quantidade e. que depende de x, «t. Aa. tende para zero
quando Aa~>0.
De modo que
h
/(« + A » )-/(« )^ f =
Aa J
a
b b

= I /á (^. a) dx + I e dx.
« a
Passando ao limite, fazendo Aa -> 0, obtém-se (*):

lim ^ == / ; (a) = [ / ; (x, a) dx


Aa—o Aa J

(•) A função sob o sinal soma no integral ^ e d r tende para zero


a
quando 4 a —> 0. D o facto de a função sob o sinal soma tender em cada
ponto para zero, não é forçoso que o integral tenda também para zero.
b
Todavia, no caso dado ^ • d* tende para zero quando Aa —> 0. Admiti-lo-emos
a
■em demonstração.
470 CALCULO D IF E R E N C IA L B IN T E G R A L

[ J /(x , a ) d x \a = í / ; (x, a ) dx.


a a

É a fórmula de l^b n iz.


2. Suponhamos, agora, que os limites de integração e b em (1)
são funções de a:
b(a)
7(a) = (D[a, a (a), ft(a )]= Ç /(x, a)dx. (1')
ata)

4»[u. fr(a)} é uma função composta de a. por intermédio de


a e h. Para determinar a denvada de /(»>. apliquemos a regra de
derivação das funções compostas (ver § 10. Cap. VIU)
,,, , M) . dd) da , M) d6
(3)
da da da db da
Em virtude do teorema de derivação dum integral definido cm
relação ao seu limite superior variável (ver fórmula (1). § 4). obtém-se:
b
d(t> d Ç
= — J /(^ . a )d x = f[b(a), a],
a
h a
dd) d [ d Ç

a h
d(D
Por fim. para calcular utilizemos a fórmula de Leibniz
oa
estabelecida em cima:
b
dd> f ,
-------= \ fa (^1 a) dx.
da J

Obtém-se. substituindo na fórmula (3) as expressões obtidas das


derivadas:
b(a)

í
^f aá {( a ) = \ fa{x,
oTa)
/á l a)d x + /[6 (a ), a ] - ^ — /[ a ( a ) ,

A fórmula de Leibniz permite calcular certos integrais definidos.


IN T E G R A L . D E F IN ID O 471

Exemplo — Calcular o integral


oo
f sen OLx
dx.

Resolução — Notemos, primeiramente, que não se pode calcular directa-


mente este integral dado que a primitiva da função não se
X
exprime por meio das funções elementares. Para calcular este integral, con-
sidererar-se-á como função do parâmetro a:

. senaor
(a)= J dx.

Calcula*se, então, a sua derivada em relação a a aplicando a fórmula


de Leibniz (*):

-sen a a r“|' f ^
/ '( « ) = J \e —^ J ^

Mas este último integral calcula-se fàcilipente por meio das funções
dementares; obtém-se . Por conseguinte.
l + a»

‘l + a2*
Determina-se / (a), integrando a identidade obtida:
/ (a) = arc tg a + C. (^)
Resta determinar C. Verifiquemos para este efeito que

/(0)= J 7 0dx=Q.
0 U
Por outra via, arc tg 0 =? 0.
Substituindo a = 0 na igualdade (5), obtém-se
I (0) = arc tgO + C,

em que C = 0. Tem-se, então, para todo o valor de a a igualdade seguinte.


/ (a) = arc t g a .
Isto é.

. sen a x
dx — arc tg a .

(*) Estabeleceu-se a fórmula de Leibniz supondo que os limites de


integração a e b eram finitos. Todavia, a fórmula de Leibniz convém neste
presente caso, ainda que um dos limites de integração seja infinito.
472 CAL.CUL.O D IF E R E N C IA L . E IN T E G R A L

ExereidoB

Calcular os integrais definidos seguintes, considerando-os com o limites


de somas integrais

dx.

Indicação — Cortar o segmento [a, b] em n partes pelos pontos x; —


63 — fl3
(i = 0, 1, 2, .... n) em que q Resp.

o
2. J ,em que 0 < a < 6. Resp. L og .

indicação — Cortar o segmento [a, b] como no exemplo anterior.

3. ^ y id x . Resp. -|.(6 3 /2 _ _ ^ 3 /2 j

indicação — Ver o exemplo anterior.

4. J « „ X dx. Resp. COS a — cos 6.

indicação — Estabelecer, prè viamente, a identidade seguinte:

sen a + sen (a -f 6) - f sen (a + 26) + . . . + sen [a + (/i — 1) h] =


_ COS (a — h) — COS (a nh)
2 sen 6 ’
é preciso, para este efeito, multiplicar e dividir todos os termos dc
primeiro membro por sen h e substituir os produtos de senos pela$
diferenças de cossenos.
b
5. ^ COS X dx. Resp. sen 6 — sen a.
a

Utilizar a fórmula de N ewton-Leibniz para calcular os integrais definidos:


1
6. J x4 dx. Resp. ~ . 7. J e* dx, Resp. €— 1.
0 ü
Res)
2 1
8 . J sen X dx. Resp. 1. Q r dx n
IN TD G R A L. D B F n O D O 473 f

2
dx ^ r
10. —7-r ^ — ■ R«*A -j - II. J t g X dx. Resp. Log 2.
ü
X
12. J ^ .R e s p . 1. 13. I . Resp. Log X.
1
Jt X

«. J sen X dx. Resp. 2 sin2 — . 15. J X* dx. Resp. ,


fZ
n
2

j 2^1• • —
*)• 17. ^ COS® X dx. Resp.

n
2
18. V sen* X dx. Resp. ÍL .
i ^

Celcular os integrais segiiintes, fazendo as mudanças de Variáveis indicadas:


ji
2
19. \ sêin X COS® X dx, COS x — t. Resp. — .
'• í

J 3 + 2COSX »

4
xàx „ , . „ 3 1 /2
21. jI _ > , 2 J- 4x = í*. Re s p. — .
^ V2+4X ^

22- R«p- X + y •

“• 1
V ^ —1 djT, .1—1=1- /2. Resp. 2(2—arctg2).

24. f i = - . Resp. Log -5-


474 CAIXXJLO D IF E R E N C IA L . E IN T E G R A L .

M ostrar que
1 1
26. j X™ (1 — x)" d x = I X" (1 — x)"* dx (m > 0, i» > 0).

27.
b

a
b

J / (x) d x = J / (a + 6 - x ) dx.
a
28.
a

0
J / (xâ) d x = - i
a

J
—a
/ (x*) dx.

C a lc u la r o s in t e g r a is i m p r ó p r i o s s e g u in t e s ( lim it e s i n f i n i t o s o u s in g u la r id a d e
da fu n ç ã o a in te g ra r):

CX>

30. J e~ * dx. Resp. 1.


0

0
1
32.
Jf —
y i^l ^i p. R esp . 4 -.
*' 2

0
1
34. J L o g x d x . Resp. — 1.
0
CJO

35. ^ xscn X dx. Resp. O integrai diverge


0
oo
f dx
36 • \ • Resp. O integral diverge
J yx
+f-oo
00
í x^ + 2x + 2
. Resp. jx.
IN T B 6 R A L . D E F IN ID O 475

“ • Í0 W i
2
39. I . Resp. O integral diveige

oo

Ç ------. R « p . ^ .
z V iã Z Il 2
A
dx
Í — . R e^ . O integral diverge

oo

42. j «-»* sên 6x áx (a > 0). Resp. — .

‘í
43. \ e -“* COS bx d x (a > 0). Resp. a2 + 62 •

Calcular os valores aproximados dos integrais.


5
dx
Í por .aplicação da fórmula dos trapézios e da fórmula de

Simpson (n = I2j. Resp. 1,6182 (segundo a fórmula dos trapézios);


1,6098 (Simpson).
11
45. J segundo a fórmula dos trapézios e a fórmula de Simpson (n = 10).
1
Resp. 3690; 3660.
1
46. j y i — dx segundo a fórmula dos trapézios (n = 6). Resp. 0,8109.
0
3
47. J ^ segundo a fórmula de Simpson (n = ’4). Resp. 0,8111.
1
10
1 lo g io x d x segundo a fórmula dos trapézios e a fórmula de Simpson
1
(n = 1 0 ). Resp. 6,0656; 6.0896.
1
49. Calcular o valor de cr partindo de que f — por aplicação
4 Jü l + a;2
da fórmula de Simpson (/i = 10). Resp. 3,14159.
476 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Ji
2
Ç sen X j
j —- — dx segundo a fórmula dc Simpson (n = 10). Resp. 1,371.
0
03
51. Partindo da igualdade J d x = ^ , cm que a > 0, determinar para o
0
oo

inteiro n > 0 o valor do integral ^ dx, Resp. n!


0
oo

52. Partindo da igualdade J = — ^ 7 ^ * determinar o valor do integral


0 ^^
dx Ji 1-3.5 ... (2n—1)
J (j:2 + i)n+i* P* 2 ^
oo
À —ox
S — dx. Resp. Log (1 + a ) (a > — 1).
í)
1
54. Servir-se da igualdade f dx= ^ calcular o integral

. i
\ (Logi)** dx. Resp. ( — i)ft
í n*+l ■
C apttolo X U

APUCAÇOES GEOMÉTRICAS E MECÂNICAS


DO INTEGRAL DEFINIDO

§ 1. Cálculo das áreas em coordenadas rectaagulares


Sc a função / (jt) > 0 sobre o segmento [a, b], sabe-se que (§ 2,
Cap. XI) a área do trapézio curvilíneo formado pela curva y = / (x).
o eixo Ox e as rectas a = a e x = h ífig. 210) é dada por

0' — Í f { ^ ) dr
( 1)
Se / (a ) < 0 sobre [a, 6], o integral definido J / (x) dx é tam-
a
bém < 0. O seu valor absoluto é igual à área Q do trapézio curvilíneo
correspondente:
— Ç = í f(x)dx.
a

Se / (j:) muda um número finito de vezes de sinal sohre o


segmento [a. 6], decompor-se-á o integral sobre [a, b\ em integrais

parciais. O integral é positivo sobre os segmentos em que / (jc) > 0 e


negativo sobre aqueles em que / ( ) < 0 . O integral sobre o segmento
jc

completo representa a diferença das áreas que se encontram dum


lado e doutro do eixo Ox (fig. 228). Para obter a soma das áreas
no sentido ordinátio, é preciso encontrar a soma dos valores absolutos
dos integrais sobre os intervalos parciais indicados ou, melhor, calcular
o integrai ^
Ç = íl/(x )|d x .

E xem plo— 1. Calcular a área Q delimitada pela sinusóide y = seü x e


o eixo Ox quando 0 < jr < 20* (fig. 229).
478 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Resolução — Dado que sen x > 0 para 0 < x < sr e sen x < 0 para
< X < 2ít, tem*se,
n 2jc 2jc
Q = ^ sen x d x - f I ^ sen x dx | = ^ |sen x | dx,
0 JC Jl
n
I sen x d x = — c o s x Iq = — (cos Ji— cosO) = — ( — 1 — 1) = 2,
0
2ji
^ sen X dx== — c o s x — (c o s 2 n — c o s n ) = — 2 .

n
Por conseguinte, Ç = 2 + | — 2 | = 4.

n!/

Se for preciso calcular a área delimitada pelas curvas y = / i (x), y = Í 2 M


e as rectas x = a, x = b com a condição / , (x) > (x), ter-se-á, evidentemente,
(fig. 230):
h b b
Q= j / i (*) d x — j Í 2 {x) d x = j [ /, (x )— / , (x)l d x . (2)

Exemplo — 2. Calcular a área delimitada pelas curvas (fig. 231)


y = “| / x et y=x*.

Resolução — Determinemos os pontos de intersecçâo das curvas: “j / x = x*,


X = X*, donde x , = 0, Xj — 1.
Por conseguinte,

Q = ^ y - x d x - J J (V i-x í) .
APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS E MECÂNICAS DO INT. DEFINIDO 479

Cálculemos agora a área do trapézio curvilíneo delimitado pela


curva de equações paramétricas (fig. 232).
x=q>(í), y= (3)
onde
a<í<p
e
(p (a) = a, (p (P) = b.

Suponhamos que a curva definida pelas equações (3) pode ser


posta ainda sob a forma y = f(x) com o segmento [a, b] para domínio
de definição. Poder-se-á calcular, então, a área como se segue:
6 b
<?= í f { x ) d x — í ydx.
a a

Façamos a mudança de variável:


x=q> (t); dx=iç>' {t) dt.
Tem-se, tendo em vista as equações
y=í(x)=f[(f>(0] = 'K0-
Por conseguinte.
3
Q = ^ ip{t)(p'{t)dt.
a

Tal é a fórmula que permite calcular a área dum trapézio


curvilíneo delimitado superiormente por uma curva em coordenadas
paramétricas.
Exemplo — 3. Calcular a área do domínio delimitado pela elipse
X = a COS í, y = b %cnt.
Resolução — Calculemos a área delimitada pela semi-elípse superior e
dupliquemos o resultado obtido. Aqui, x varia entre — a e + a por conse­
guinte, t varia de «tt a 0,
u ü Jl
Q = 2 ^ (b sen t) { — a sen t dt) = — 2ab ^ scq2 t d t = 2 a b J «en,2 t dt =
31 JC 0 sen<
=2ab

Exemplo — 4. Calcular a área delimitada pelo eixo Ox e um arco da


ciclóide
X = a (t sen /), y = a { i — cos í).
480 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Resolução — Quando / varia de zero a 2-77, x varia dc zero a 2irú.


ndo a fórmula (4):
2n 2ji
I (1— COS í) ú1(1 — COS t) d í

2n 2n
=
í<
0

—2 f COS
u 0
2ji 2ji 2n 2ji
1 COS / df = 0 ; 1 COS?
J
ü 0
Obtém-se, finalmente:
Q = a^ (2 j i + n ) =

§ 2. Area dum sector curvilíneo eni coofdenadM polares


Seja
P = /(6)
a equação duma curva em coordenadas polares, em que /(9) 6 uma
função contínua quando « < 0 <
Determinemos a área do sector OAB delimitada pela curva p = / (6)
e os raios vectores 0 = « e Q = p.

Dividamos a área dada em n partes pelos raios 0„ = a, 0 = 0i,


.... 0n = Designemos por A0i, A0^........ A0n os ângulos formados
por estes raios (fig. 233).
Designemos por p. o comprimento do raio vectoi correspondente
a um ângulo qualquer 0^,-compreendido entre -i c 0i+i-
Consideremos o sector circular de raio pi e de ângulo ao centro
aO, a sua área é

A(?. = ip ? A e í.
APUCAÇOES OBOMATRICAS E HECANICAS DO INT. DEFINIDO 481

A soma n n

1=1 i= l

dá a área do sector em «escada».


Sendo esta soma uma soma integral da função = [f (6)? sobre
o segmento a < 0 < o seu limite quando máx. A04 0 dá o
integral definido

Ijp ^ d e .
a

Ele não depende do raio vector pi escolhido no ângulo aO^.


É natural considerar que este limite representa a área procurada (*).

Assim, a área do sector OAB é igual a


P
(? = ijp * d e (1)
a
on
P
Ç = y j [ / ( 0) r d e .
(!')
a
Exemplo — Calcular a área interior à lemniscata

p = a 'Ycos 20
(fig. 234).

(*) Poder-se-ia mostrar que esta definição da área não contradiz a dada
anteriormente; por outras palavras, calculando a área do sector curvilíneo por
meio de trapézios curvilíneos obter-se-ia o mesmo resultado.
482 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Resolução — O raio vector abrange o quadro da área procurada quando


6 varia de 0 a ü :
4

4 4
\ cos2 0 d0 =
sen 20 a'^
~
por conseguinte.
Q = aK

§ S. Comprimento dum arco de curva


1. Comprimento dum arco de curva em coordenadas cartesianas —
Seja y = f{x) a equação duma curva plana em coordenadas rectan-
gulares. Procuremos o comprimento do arco
AB desta curva compreendido entre as ver­
ticais X = a e X = b (fig. 235).
Deu-se, no Capítulo VI (§ 1), a definição
do comprimento dum arco de curva. Recor­
demo-la. Tpmemos sobre o arco AB os
pontos A, Mu Mo, ..., Mi, ..., B de abeissas
tJ X Xo — Uu Xu X‘>.......Xi, ..., b = Xn c tiRcemos
as cordas AMu M^M^, ..., de que
Fig. 235 designaremos os comprimentos por òsu
A.Í2. A5n. Obtém-se, então, a linha poli-
gonal A M 1 M 2 ... Mn-íB inscrita no arco AB, O comprimento desta
linha poligonal é

ín = 2 ASi.
i= l

Chama-se comprimento s do arco AB ao limite para o qual


tende o comprimento da linha poligonal inscrita quando a maior
corda tende para zero:

s= lim 2 (1)
max Asi~>0 i= l

Vamos mostrar agora que se a função / (jc) e a sua derivada f (x)


são contínuas sobre o segmento u < jc < 6, este limite exi«e. Assim
fazendo, ter-se-á dado ao mesmo tempo um processo de cálculo do
comiprimento dum arco.
Introduzamos a notação;
A PLIC A Ç Õ E S G EO M ÉTR IC A S B H BCANICAS DO IN T . D E F IN ID O 483

Eatão,
àSi = V i A x i f + (Al/,)* = Ax,.

Segundo a fórmula do$ crescimentos finitos


Ay; ^ / ( x , ) - / ( x , - i ) ^
àXi Xi-'Xi-i
onde

Por conseguinte.
As, = V l + [ f ( |, ) r A x , .
De modo que o comprimento da linha poligonal inscrita é

S n = S V l + [ / '( ! , )rA x „
i= l

Sendo a função f'(x) continua, por hipótese, o mesmo se dirá


de 1^1 + [/' (x)l*. Dai resulta que a soma integral tem um limite
que é igual ao integral definido:

5 = lim S V l + [/' (li)]** Ax, = í V l + [ f { x ) f dx.


m a x Aacj-^O f = l a
Assim, obteve-se para o cálculo dos arcos a fórmula
b b ____________

. = jvi+ [/'(x)]*d x= j ^\+i^£jdx. ( 2)

Nota— 1. Pode-se obter, partindo desta última fórmula, a deri­


vada do arco em relação à abeissa. Se se supõe que o limite superior
de integração é variável e se se o designa por jc (não mudaremos a
variável de integração), o comprimento do arco s será uma função de x\

Derivando este int^ral em relação ao limite superior, obtém-se:

l - i / ‘+(!)’• ( 3 )

Esta fórmula foi estabelecida no § 1, Cap. VI, sob outras


hipóteses.
48 4 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Exem plo — 1 . Determinar o comprimento da circunferência


x ^ + y ^ = rK
Resolução — Calculemos, primeiramente, o comprimento do quarto de
circunferência no primeiro quadrante. A equação desta porção de arco escreve-se
y —x2,
donde,
dy X
dx V r2- ;
Por conseguinte.

r , x \r n
1 , . . j + j
—7—■■ d x : - r a rc sen — = r —
y r 2 _ a :2 r 0 2
0 ü
O comprimento da circunferência completa é s = 2wr,

Determinemos agora o comprimento dum arco de curva quando


a curva é dada pelas equações paramétricas:
X = q)(í), y = ^(í) (a< í< P ).
cm que y>(0 e f (/) sãu funções contínuas dotadas de derivadas
igualmente contínuas, e não se anulando / ( r ) sobre o segmento con­
siderado. Nestas condições, as equações (4) determinam uma certa
função y = f(x) contínua com a soma derivada

dy
dx c p '( t )

Seja a = <f(a). b = <f()8).


Fazendo, então, no integral (2) a substituição

x = (p(t), d x = ( f ' (t) d t ,


obtém-se

(t)
’= I
ou, finalmente.

S = í V [c p ' ( í ) f + [ij)' ( í ) f d t. (5)

Nota — 2. Demonsfra-se que a fórmula ^(5) se m a n t^ válida


para curvas que são cortadas por verticais em mais dum ponto (prin­
cipalmente para curvas fechadas), desde que as duas derivadas / ( r )
e il>'(t) sejam continuas on qyalquer ponto da curva.
APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS E MECÂNICAS DO INT. DEFINIDO 485

Exem plo — 2. Calcular o comprimento da hipociclóide (astróide);


X — a COS® ty y — a sen^ t.
Resolução — Sendo a curva simétrica relativamente aos dois eixos dc
coordenadas, calculemos, primeiramente, o quarto do comprimento desta curva
que se encontra no primeiro quadrante. Obtém-se:

— 3a COS* í sení, scn*ícosí.


at at

O parâmetro / variará de 0 a . Por conseguinte,


ji
2
^ s = ^ l/9 a * COS* / sen* / - f 9a* sen41 cos* t d t =

— 3a ^ “l/cos* t sen* t d t —

ji
sen2 t \~2 .3a .
- 3a J sen t cos t d t = 3a = s==ba.
0

Nota — 3. Se se tem uma curva empenada definida por equa­


ções paramétricas
3^= <p(0 . í/ = t( í) . 2 = x(0 . (6)
em que a ^ t ^ p (ver § 1. Cap. JX). define-se o seu comprimento
(como para uma curva plana) comò o limite duma linha poligonal
inscrita, quando a maior corda tende para zero. Se as funções
^(t) e x (0 são contínuas com as suas derivadas sobre o segmento
[«. p], a curva tem um comprimento determinado (isto é, o limite
indicado acima existe), dado pela fórmula

s= j v w m + + [%{t)Tdt. (7)
a
Admitiremos este resultado sem demonstração.
Exem plo — 3. Calcular o comprimento do arco da hélice
X — a cos ty y = a sen í, z = am t
correspondente a / entre zero e I tt.
Resolução — Deduz-se das equações dadas
dx — — a sen t dty dy = a cos t dty dz — am dt.
Obtém-se, substituindo na fórmula (7):
2 ji 2 ji

^ " l/a 2 scn2 c o s */-|-a 2m2 d/ = a ^ "y /l + m* d t = 2sia .


u *0
486 CAIX:ULO UIPERBNCIAL E INTEGRAL

2. Comprimento dum arco de curva em coordenadas polares —


Seja
P = /(0) ( 8)

a equação duma curva em coordenadas polares, sendo p o raio polar


e 0 o ângulo polar.
As coordenadas rectângulares exprimem-
-se por meio das coordenadas polares
x = p c o s 0, i/ = p s e n 0.
Se se substitui p pela expressão (8) em
função de 0, obtêm-se as equações
x = f{Q)cos 0, y = f{Q) sen 0.
Pode-se considerar estas equações como
Fig. 236
sendo as equações paramétricas da curva e
aplicar a fórmula (5). Determinemos para
esse efeito as derivadas de x e de em relação ao parâmetro 0:

dx
— = /'(6) COS0 - /(0) sen0;
J0
dy
= f' (0) sen 0 + / (0) COS0.
de
Tem-se, então.

Por conseguinte,
s = I Vp^+p^de.
eo
Exem plo — 4. Calcular o comprimento da cardióide (fig. 236)
p = a (1 + COS 0).
Fazendo variar o ângulo polar 6 de 0 a tt, obtém-se a metade do
comprimento procurado. Tem-se aqui p' = — o sen 0. Por conseguinte,

s = 2 j V a 2 (1 + COS 0 ) 2 + 8cn* 0 d0 ^

n -^71
= 2a J ’|/2 -j-2 COS 0 d0 = 4a ^ c o s y d0 = 8ascn ^ ^ = Sa
APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS E MECÂNICAS DO INT. DEFINIDO 487

E xem plo — 5. Calcular o comprimento da elipse


a: = a COS í, 1 ^ ^ ^ ^o

supondo a '> b
Resolução — Sirvamo-nos da fórmula (5). Calculemos, primeiramente, ~
4
do comprimento, isto é, o comprimento do arco correspondente às variações do
parâmetro t entre 0 et
jt
2
jien^* í + ò2 cos2 t d t —
0
Jl
2 2
— ^ l / a 2 ( 1 — cos2 í)4 -6 2 cos2 í d í= ^ l / a 2 — (a 2 — b^) cos^ t d t -

Jl Jl
2 2
—a ^ ^ cos2 t d t = a ^ " j/l — A:2 cos2 t d t,
ü ü

que k - 1 . Por conseguinte.


Jl
2

í
s ~ 4 a \ l / l — /c2 cos2 í d í.

Nada mais resta do que calcular este último integral. Mas sabe-se que
ele não se exprime por meio das funções elementafes (ver § 16, Gap. X ). Este
integral não pode ser calculado a não ser por métodos aproximados (pela
fórmula de Simpson, por exemplo).
Em particular, se a metade do eixo maior da elipse fôr igual a 5 e
3
o semi-eixo menor fôr 4, tem-se A = e o comprimento da elipse é
n 5
Z ____________ _
J --4 .5 ^ | / 1— c os 2 Í

Calculando este último integral, por aplicação da fórmula de Simpson,


^dividindo o segmento quatro partesj , obtém-se o valor apro­
ximado do integral:

í/ 1--- ^cos2 r dí ^ 1,298 ;


o

o comprimento total da elipse é, aproximadamente, igual a


a 25,96 unidades de comprimento.
488 CALCULO DIFERENCIAL B INTEGRAL

§ 4. CáUculo do viduine dum corpo em função das áreas


das secções paralelas
Consideremos um corpo T e suponhamos conhecida a área de
toda a secção arbitrária deste corpo por um plano perpendicular ao
eixo Ox (fig. 237).
Esta área depende do piano secante,
isto é. que ela é função de x:
Q = Q {x ).

Suponhamos que Q(x) é uma função


contínua de x e determinemos o vdume
do corpo dado.
Tracemos os plapos x = Xn = a, x =
= X = X i .......... X = = b.
Estes planos cortam o corpo em
secções. Tomemos em cada segmento par-
cial.Ti-1 ^ • T i u m ponto arbitrário e construamos para cada
secção I = 1, 2.......n um cilindro cuja geratriz paralela ao eixo dos x
se apoia sobre o contorno da secção pelo plano x = ii.
A área da base dum tal cilindro elementar é
Ç (li) i í ^ i ) >

a altura ajc^ e o volume


QaoAxi.
o volume de todos estes cilindros 6

1=1
Ao limite desta soma quando max. AXí 0 (quando ele existe)
chama-se o volume do corpo dado
n
v= lim SÇ(Íi)A xi.
max A x i-* -o i = i

Como Vn representa, evidentemente, uma soma integral para a


função contínua Q (x) sobre o segmento a < x < 6, o limite indicado
existe e exprime-se pelo integral definido

V= ] q (x ) dx. (1)

E xem plo — Calcular o volume delimitado pela elipsòide (fig. 238

^ ^ ^2 ^ C2
A PLIC A Ç Õ E S 6E O M A T R IC A S E MECANICAS DO IN T . D E F IN ID O 489

Resolução — A secção para um plano paraldo ao plano O yz e que se


encontra à distánoia de x deste últímo, dá a elipse
y2

com os semi*eixos

Mas a área duma tal elipse é igual a (ver o exemplo 3 do § 1).

Por conseguinte.

Q{x). .:ibc ^1— íj- j .

O volume da elipsóide é igual a

(l— ) d x = n 6o ( x — Jiabc,

Em especial, se a = b = c, a elipsóide torna-se uma esfera cujo volume


delimitado é
v = -^7ia^.
490 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

§ 5. Volume dum corpo de revolução


Consideremos o corpo de revolução gerado pela rotação cm
volta do eixo Ox do trapézio curvilíneo aABb formado pela curva
y — o eixo Ox e as rectas
X = a, X = b.
Neste caso. qualquer secção
deste corpo para um plano per­
pendicular ao eixo das abcissas 6
um circulo, tendo por área
Q = ny^ = n[ f{x)f .
Determina-se, aplicando a
fórmula usual do cálculo dos volu­
mes [(1). § 4], a fórmula que
permite calcular os volumes dos
corpos de revolução:
b b
v = n 5 y^dx = n j [f{x)fdx.

Exemplo — Determinar o volume do corpo gerado pela rotação da


catenária.
- _f

cm volta do eixo Ox entre os planos x = 0 e jc = (fig. 239).

Resolução.

b X X b 2x
a2 . ia 2
e~ “)2dx= - 1- 2 f í “ )<
0 a

2x 2.V 2b 2b
.*xa3
-t-2x ( e - -
[ i J1u ' - "8“

§ 6. Area dum corpo de revolução


Consideremos a superfície de revolução obtida fazendo rodar
a curva y = f (x) em volta do eixo Ox. Calculemos a área desta
superfície no intervalo a < x < ó. Suporemos a função / (x) contínua
com a sua derivada em todos os pontos do segmento [a, b].
Como no § 3, tracemos as cordas AMu .... M ^- íB de
que designaremos os comprimentos por \Su ........ (fig. 240).
A P U C A C O B S GEM>1UTRICAS E H ECA N ICA S DO IN T . D E F IN ID O 49 1

Na sua rotação, cada corda de comprimento As^O* = 1 , 2, .... n)


gera um tronco de cone cuja área AP4 é igual a

AP. = 2jt + As..

Ora,

ASi = VAarf + Aj/f = ^^í-

Obtém-se, aplicando a fórmula dos crescimentos finitos:

OU Xi-^CliCXi-,

por conseguinte.

Asi = V í + r ( l ^ ) Axi,

A P . = 2n V T + f ^ ) Air,.
2

A área da superfície gerada pela linha poligonal será igual a

Pn = 2n + A x i,
i=i 2

ou melhor ainda, à soma

P n = n s [f{Xi-:,)+f(xt)]Ví + r m ^ x t , ( 1)
i= l

estendida a todas as cordas. O limite desta soma, quando a maior


corda ASí tende para zero, chama-se área da superfície de revolução
considerada. A soma (1) não é uma soma integral para a função.

2 n /(x )V l+ /'(x )*, ( 2)

dado que no termo corresipoiidente ao segmento figuram


vários pontos deste segmento: Xi, ij. Mas pode-se demonstrar
492 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

que o limite da soma (1) é igual ao limite da soma integral da


função (2), isto é.

P= lini JT ^ [ f Í 2 ’i-j) + f ( j r i ) ] V i + f ^ { h ) A x i =
niax A-Vj-^o / —]

= litn n ^ 2;(Í,)V l
niax A.x/-»>o /= l
on
P=2n J / ( ./ • ) V l + r ( x ) d a '. ( 3 )

E xem plo — Calcular a área da parabolóide gerada pela rotação em volta


de Ox da parábola y'^ = 2px. Límitar-se-á à porção compreendida entre os
planos X = 0 e x = a.

Resolução.

e obtém-se aplicando a fórmula (3):

P ^ 2k Ç V 2 p x y ' ' ^ í ^ d x -I^i V p Ç y 2x + p d x ■


.

g 2n V p
= 2 n y j ^ ( 2 x r p f ' ^ Y o"' 3

§ 7. Cálculo do trabalho por meio do integral definido


Suponhamos que um ponto material M solicitado por uma força
F se move sobre uma recta Os e que a direcção da força coincide
com a do movimento. Pede-se. para calcular o trabalho efectuado
pela força F, para deslocar o ponto M da posição s = a k posição
s = b.
1) Se a força F é constante, o trabalho A é dado pelo produto
de F pelo caminho percorrido, ou seja
A = F(b-a).
2) Suponhamos que a força F varia continuamente em função
da posição do ponto material, isto é, que ela representa uma função
F (s) contínua sobre o segmento a ^ s ^ b.
Cortemos o segmento [a, b] em n partes arbitrárias de compri­
mentos
Asi, As.y,
APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS É MECÂNICAS DO INT. DEFINIDO 493

depois escolhamos em cada segmento parcial ^/1 um ponto


arbitrário èi e substituamos o trabalho da força F (s) sobre o caminho
ASiii = 1. 2, .... n) pelo produto
F{h) às^.
Isto significa que supomos a força F constante sobre cada
segmento, a saber F = F (èi). Nestas condições, a expressão /('(SijAsi
dá, para suficientemente pequeno, um valor aproximado do tra­
balho de F sobre o caminho e a soma

S /'(iO A Sí
i= l

exprime, aproximadamente, o trabalho de F sobre todo o segmento


[a. b l
É evidente que An representa uma
soma integral para a função F = F (s)
sobre o segmento [a, b]. O limite desta
soma, quando max. (A^j) -> 0, existe e
exprime o trabalho da força F ( 5) sobre
o caminho entre os pontos s = a t s = b:

A = ] F (s) ds. ( 1)

Exemplo— I. A compressão S duma mola


em espiral é proporcional à força aplicada F.
Calcular o trabalho de F quando a mola é
comprimida de 5 cm, se for necessário aplicar uma
força de 1 kg para comprimir a mola de 1 cm
(fig. 241).
Resolução — A força F t 2l deslocação S estão ligadas, por hipótese,
pela relação F = kS, cm que k é uma constante.
Exprimiremos S em metros e F em kilogramas. Para 5 = 0,01 tem-se F = 1,
isto é, que 1 = A'*0.01, donde k = 100 e F = 1005.
Tem-se, em virtude da fórmula (1):
0,05
r 52 10,05
= \ 1005 d5r^ 100— --0,125 kgm.
b
Exemplo — 2. A força de repulsão entre duas cargas eléctricas do mesmo
sinal e^ e e^ distantes de r exprime-se pela fórmula

f r2
em que k é uma constante.
Determinar o trabalho da força F para deslocar a carga e^ do ponto
encontrando-se à distância r, de e,, no ponto A 2* à distância de e^, admi­
tindo que a carga e^ se encontra na origem A^^.
494 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Resolução — Tem-se, segundo a fónnula (1):


T*2
= (^ _ ^ ) .

Obtém-se, para r^ =

ke\€2 dr- ke\^62


'= í r2

Para €2 =^ tem-se A ^ k ^ . Esta ültima quantidade chama-se potencial


do campo criado pela carga ey

§ 8. C oordenadas do centro de gravidade


Seja dado no plano Oxy um sistema de pontos materiais
P 1 (^1» ^l)» ^2( ^2» 1/2)^ •• •’ Pni ^ny Vri)
de massas mi, mg, .... rrin.
Chama-se aos produtos e Ví^ í momentos estáticos da massa
rriiçm relação aos eixos Oy e Ox.
Designemos por e Vc as coordenadas do centro de gravidade
(baricentro) do sistema dado. Como se sabe do curso de mecânica,
as coordenadas do baricentro dum sistema de pontos materiais são
definidos pelas fórmulas:

Xi/Tii - f + . . . -f Xnmj, <=i


( 1)
mi + m^ + . . . + mn
2 nii
i—1
n
S Uirrii
Uifrh + y.WH» + • • • + ynfnn i=l____
Uc — n (2)
TOi -(- TO, m„
2 mi
i= l

Vamos utilizar estas fórmulas para determinar os centros de


gravidade de diversos corpos e figuras.
1. Centro de gravidade de uma curva plana pesada — Seja uma
curva material AB dada pela sua equação y = f (x), a ^ x ^ b .
Seja y a densidade linear (♦) desta curva. Cortemos a curva
cm n partes de comprimento Asi. A5o, .... Ajn. As massas destas partes
(*) Chama-se densidade linear à massa da unidade de comprimento da
curva dada. Suporemos que a densidade linear é a mesma em todos os pontos
da curva.
APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS E MECANICAS DO INT. DEFINIDO 495

serão iguais aos produtos dos comprimentos pela densidade cons-


tante)-.' = yAsi. Tomemos um ponto arbitrário de abcissa
sobre cada porção do arco Considerando agora que cada porção
ASi representa um ponto material P j [^i, / (^01 d® massa y^Si e substi­
tuindo nas fórmulas (1) e (2) em vez de Xi e yi respectivamente
ii e /(li) e em vez de o valor yAsi (a massa da porção As,),
obtém-se as fórmulas aproximadas que determinam o centro de gra­
vidade
S h y Así ^fih)yA st
Vc
S y

Se a função y = f(x) é contínua bem como a sua derivada, as


somas do numerador e do denominador de cada fracção têm limites
quando max As, -> 0. Por conseguinte, as coordenadas do centro de
gravidade da curva exprimem-se pelos integrais definidos

I xds ^ XV l + /'* (x) dz


Xr = (!')
J ds ^ V í -fp{x)dx

U(x)ds J/(x) V l + f * ( x ) d x

5 ds í V l -f-f*(x)dx

E xe m p lo — 1. Determinar as coordenadas do centro de gravidade da


semi-circunferência -h que se encontram por cima do eixo Ox.

Resolução — Determinemos a abcissa do centro de gravidade:

dy
i/ = ']/a2—x2,
dx y o 2—I*

ds- dx,
x2,
a
X dx
a
J ya2_x2 — a “j/fl2 — x2
—a ^ __ —o 0 _
0.
a X o ~~ n a
r dx a arc sen —
a —a
J T /fl2 _ a :2
—a
496 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Determinemos agora a ordenada do centro de gravidade:

a o
f - dx a f dx
J ^ x2 J
-a 2a2 2a
Uc=--- na na n

2. Centro de gravidade duma figura plana — Suponhamos que


a figura dada é delimitada pelas curvas y = fi (x), y = f 2 (x), x =
X = b e representa uma figura plana material. Suporemos que a den­
sidade superficial, isto é, a massa da unidade da área, é constante e
igual a 8 para todas as partes da figura.

Dividamos a figura dada em secções paralelas pelas rectas


jc = jCi, x = xn = b de larguras ^Xu Ajcz, ..., AjCn. A massa
de cada secção será igual ao produto da sua área pela densidade 8.
Assimilando cada secção a um rectângulo (fig. 242) de base e de
altura fz ih ) — /i (^i),em que + massa desta secção
2
será, aproximadamente, igual a

Am; = ô [/2U O - / i ( I O ] A ^ í (i = l, 2, . . n ).
APUCACOBS GEOMÉTRICAS E MECANICAS DO INT. DEFINIDO 497

O centro de gravidade desta secção encontrar-se-á. aproximada­


mente, no centro do rectãngulo correspondente:

/2(S0 + / i ( i 0
(^i)c = Ih {ydc

Localizando agora a massa de cada secção no seu centro de


gravidade, encontra-se as coordenadas aproximadas do baricratro de
qualquer figura [em virtude das fórmulas (1) e (2)]:

T s [/2 (i.) + U ih)] à [U (li) - /i (li)] Axt


Vc-
S * [ /2 ( li) - 7 i( li) ] A a :í

Passando ao limite, quando* ^x,i 0, obtém-se as coordenadas


exactos do baricentro da figura dada:

SX lf 2 (x) — ft (x)]dx
Xec—
= b
I lf 2 (x) — fi(x)]dx
õ
J j [U (X) + /x (X)] [A (X) - h (X)] dx
Vc = -

í [U{x) — f^{x)]dx

Estas fórmulas adaptam-se a qualquer figura plana homogénea


(que tenha uma densidade constante em todos os pontos). Vê-se que
as coordenadas do centro de gravidade não dependem da densidade 3
da figura (ela elimina-se nos cálculos).
E xem plo — 2. Determinar as coordenadas do centro de gravidade do
segmento da parábole = ax cortada pela recta x = a (fig. 243).

32
498 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Resolução — No caso dado Í2 (^) = / j (a;) = — "j/Õ í, logo

2 lx y z id x 2 2 1 /5 * '/ * a 4
"ê"
. -
0 _ 5 0 5 3Q
2jV ^ d x 2 V 5 - |- x * / í

l f c = ^ (dado que o segmento é simétrico em relação ao eixo Ox).

Exercícios

Cálculo das áreas

I Determinar a área da figura delimitada pelas curvas = 9x, y » 3x.


Resp. y .

2 . Determinar a área da figura delimitada pela hipérbole equilátera xy » a \


o eixo O x e as rectas x = a, x = 2a, Resp. Log 2.
3 , Determinar a área da figura compreendida entre a curva y = 4 — x* e
2
o eixo Ox. Resp. 10-5- .
o

Determinar a área da figura delimitada pela hipocicloíde


Resp. — jia2.
* —*
Uf // -.ã
® A I ^ ã\
A\
5. Determinar a área da figura delimitada pela catenária ^
a2
o eixo Ox, o eixo Oy e a recta x = a. Resp. _ _ ( e 2 — 1 ).

6 . Determinar a área da figura delimitada pela curva y = x*, a recta y = 8


e o eixo Oy. Resp. 12.
A PLIC A Ç Õ E S GEOMJ&TRICAS E M ECANICAS DO IN T . D E F IN ID O 499

Detenninar a área do domínio delimitado por uma semi-onda de sinusòide


e o eixo das abcissas. Resp. 2.
Determinar a área do domínio compreendido entre as parábolas —2px,
4
x^ = 2py, Resp.

Determinar a área total da figura delimiada pelas curvas > = > = 2x,
3
y * X. Resp. y .
10 .
Determinar a área do domínio delimitado por um arco de ciclóide
jc = (r — sen /), y = a (1 — cos /) e o eixo das abcissas. Resp. Z*7ra^,
11. Determinar a área da figura delimitada pela hipociclóide jc = n cos* t,
3
y = n sen * t. Resp. jta*.
8
12. Determinar a área do domínio delimitado pela lemniscata = a^ cosltp.
Resp. a*.
13. Determinar a área do domínio delimitado por um arco da curva
1
p = u sen 2ç>. Resp. — na^,
o
14. Calcular a área total do domínio delimitado pela cardióide p = u (1 — cos 9 ).
Resp. -y n a 2.
Jia2
15. Calcular a área do domínio delimitado pela curva p = a co stp . Resp.

16. Determinar a área do domínio delimitado pela curva p = a cos 29 . Resp. ,

17. Determinar a área do domínio delimitado pela curva p = d cos 39 . Resp.


4
18. Determinar a área do domínio delimitado pela curva p = u cos 49 . Resp.
4
Cálculo de volumes

ÍL
19. Fez-se rodar a elipse " ^ + "62
p '= l em torno do eixo Ox, Detenninar o
volume do sólido de revolução. Resp.

Fez-se rodar o segmento de recta que reúne a origem e o ponto {a, b)


20 .
em torno do eixo dos y. Determinar o volume dò cone obtido. Resp. — j i a ^ ò .

21. Determinar o volume do toro gerado pela rotação do círculo jc* H- (y — 6)* =
= «2 em torno do eixo Ox (supõe-se que b > a). Resp. l^jr^á^b.
22 . Fez-se rodar o arco da parábole y^ = 2px limitada pela recta jc = u em
torno do eixo Ox. Calcular o volume do corpo de revolução obtido.
Resp. rrpa^.
23. A figura delimitada pela hipociclóide + y * /* = a*/* roda em torno
32jTfl3
do eixo Ox. Determinar o volume do corpo de revolução. R esp .---------- .
105
500 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

24. Determinar o vc^ume gerado pela rotação em torno do eixo O x dum


aroo de sinusóide y = sen x. Resp. ÜL
2 *
25. A figura delimitada pela parábola = 4x e a recta x = 4 roda em
torno do eixo Ox. Determinar o volume do corpo de revolução Resp.
26. A figura delimitada pela curva y = xe^ e as rectas y = 0, x = 1 roda
em voKa de Ox. Determinar o volume do corpo de revc^ução. Resp.

27. A figura delimitada por um arco da ciclóide x = (t — sen /), y = a (1 —


— COS í) e o eixo O x gira em torno do eixo Ox. Determinar o volume
do corpo de revolução. Resp.
28. A figura do problema 27 roda em torno do eixo Oy. Determinar o
volume do corpo de revolução. Resp.
29 ^ A figura do problema 27 gira cm torno da recta que passa pelo vértice
da ciclóide paralelamente ao eixo Oy. Determinar o volume do corpo
de revolução. Resp. (9ji 2 __ 16).
6
30. A figura do problema 27 roda em tomo da tangente no vértice da
ciclóide. Determinar o volume do corpo de revolução. Resp. Inr^a^.
31. Um cilindro de raio R é cortado por um plano que passa por um
diâmetro da base sob um ângulo a com a base. Determinar o volume da
2
parte troncada). Resp. i?® tg a .

32. Determinar o volume comum aos dois cilindros: = 7?^» í/^ + ** —

= R *. Resp. ~ R».

33. O ponto de intersecção das diagonais dum quadrado descreve o diâmetro


duma circunferência de raio a, o plano do quadrado que permanece cons­
tantemente perpendicular ao plano da circunferência, e dois vértices opostos
do quadrado que se apoia sobre esta circunferência (a grandeza do
quadrado varia, evidentemente, durante o movimento). Determinar o
volume do corpo gerado por este quadrado. Resp. -^a®.
o
34.
Calcular o volume do segmento obtido cortando o parabolóide elíptico
= x pelo plano x = a. Resp. jia^ T /p ? .
2p 2q
35. Calcular o volume do corpo delimitado pelos planos z = 0, y = 0, as

superfícies cilíndricas x® = 2py e = 2px e o plano x = u. Resp. g8


(no primeiro triedro).
tV p

36. Uma recta move-se paralelamente ao plano O yz apoiando-se sobre as


elipses := !, — ^ -|-----encontrando-se, respectivamente, nos
planos O xy e Oxz- Calcular o volume do corpo obtido Resp. - ^ a b c .
APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS E MECANICAS DO INT. DEFINIDO 501

Cálculo dos arcos


3 7 . Determinar o comprimento total da hipociclóide Resp. 6a.
38. Calcular o comprimento do arco da parábola semi-cúbica ay^ = jr* da
335
origem das coordenadas ao ponto de abeissa = 5a. Resp. a.
X

39. Determinar o comprimento da catenáría !/ = y (e® + ^ °) da origem ao

ponto (jc, .v) Resp. (e® — e <^) = “[ /y 2 — ^2.

40. Determinar o comprimento dum arco de ciclóide = a (/ — sen /), y =


= a (1 — COS t). Resp. 8a.
41. Determinar o arco da curva y = Log x entre os limites x = *|/3 t x = “[ /s .
1 3
Resp. 1 — Log y .
42. Determinar o comprimento da curva y = 1 — Log cos x entre os limites

JC= 0 e JC= ^ Resp. Log tg ,


4 8
43. Determinar o comprimento da primeira espira da espiral de Arquimedes

p = a<p a partir do pólo. Resp. oxa V l-|- 4 ji2 4 - y Log (2 n + V ^ T + ^ jS )-

Determinar o comprimento da espiral logarítmica p= do pólo ao


T/4 cr2
ponto (p, ç>). Resp. _ l— J-—
OL
y r+ õ ã .
CL ^
Cp 3
45. Determinar o comprimento total da curva p = a sen» . Resp. jxa.íi.
^ 2
c2
46. Determinar o comprimento da evõluta da elipse x ~ ---- cos^ t \ y =
sen^í. Resp.
b ab
47. Determinar o comprimento da cardióide p = a (1 + cos ç>). Resp. 8a.
48. Determinar o comprimento da evolvente do círculo x = a (cos + <p sen (p),
1
y = a (sèn q) — 9 cos (p) de cp = 0 a (p = cpj. Resp. y acpj.

Cálculo das áreas dos sólidos de revolução


49. Determinar a área da superfície obtida fazendo girar a parábola y* = 4ajc
rC
em torno do eixo Ox, da origem ao ponto da abeissa jc = 3a. Resp. — jia®.
ó
50. Determinar a área do cone gerado pela rotação do segmento de recta
y = 2x, 0 < X < 2: a) Em torno do eixo O j c . Resp. 8jt “l/F . b) Em torno
do eixo Oy. Resp. 4ji 2 2
51. Determinar a área do toro obtido fazendo girar o círculo y—b ) = d
em torno do eixo Ox {b > a). Resp. A^rr^ab.
52. Determinar a área da superfície de revolução gerada pela rotação da
cardióide de equações paramétricas jc = a (2 cos 9 — cos 2 ç>), y = a (2 sen 9 —
— sen 29) cm tomo do eixo Ojc. Resp.
5
502 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

5 3 . Determinar a área da superfície obtida fazendo girar um arco da ciclóide


jc = a (t — sen /); ^ (1 — cos /) em torno do eixo Ox. Resp. — ^— •
54 . Faz-se girar um arco da ciclóide (ver problema. 53) em volta do eixo O y,
64
Determinar a área da superfície de revolução. Resp. Jia*.
5 5 . O arco da ciclóide (problema 53) gira em volta da tangente no seu
32jia*
vértice. Determinar a área da superfície de revolução. Resp. — ^— .
56. O astróide x = a sen^ r, y = a cos^ t gira em volta do eixo Ox. Determinar
a área da superfície de revolução. Resp.
5
57. O arco de sinosóide y = sen x de jc = 0 a jc = 2^ gira cm volta do
eixo Ojc. Determinar a área da superfície de revolução. Resp. 4 jx ['\^2
+ L o g (V 2 -H 1)J.
A elipse volta do eixo O jc . Determinar a
área da superfície de revolução. Resp. 2 jifc2 + 2na 6 -^ í 5^ 2 L l , em que
Vga—

D iferentes aplicações do integral definido


jc2 ^2
59. Determinar o centro de gravidade do quarto de elipse -5 + f:? = 1 (íc > 0.
y > 0 ) . Resp. —
60. Determinar o centro de gravidade da figura delimitada pela parábola
jc2 -f 4y — 16 = 0 c o eixo O jc. Resp. ^ 0; - |- j .
61. Determinar o centro de gravidade duma meia esfera. Resp^ Sobre o
eixo de simetria, à distância de
3 R da base.
62. Determinar o centro de gravidade da superfície duma semi-esfera. Resp.
Sobre o eixo de simetria, à distância da base.
63. Deierminar o centro de gravidade da superfície dum cone circular recto
cujo raio da base é R e a altura é h. Resp. Sobre o eixo de simetria,
à distância — da base.
RA
04.
^
Determinar o centro de gravidade da superfície plana limitada pelas
curvas >» = sen a: (0 < jr < tt), y = 0. Resp. j .
65. Determinar o centro de gravidade duma área plana delimitada pelas
parábolas y^ = 2 0 jc, jc^ 5= 20y. Resp. (9; 9).
66 . Determinar o centro de gravidade da área dum sector circular do ângulo
ao centro 2a e de raio R. Resp. Sobre o eixo de simetria, à distância
A R do vértice do sector.
3 . a
APLICAÇÕES GEOMÉTRICAS E MECÂNICAS DO INT. DEFINIDO 5Q3

87. Determinar a grandeza de pressão da água sobre um rectângulo que aí


foi lançado verticalmente: a base é de 8 m, a altura de 12 m e a base
superior encontra-se a 5 m da superfície, paralelamente a esta última.
Resp. 1056 toneladas.
<68 . O bordo superior duma represa quadrada de 8 m de lado encontra-se
à superfície da água. Qual é a pressão exercida pela água sobre cada
um dos triângulos da represa obtidos traçando uma diagonal do quadrado.
Resp. 85 333,33 kg, 170 666,67 kg.
69» Calcular o trabalho necessário para bombar água contida num reservatório
em forma de semi-esfera de 20 m de diâmetro. Resp. 2,5 * 16® -tt kgm.
70. Um corpo está animado dum movimento rectilínio, segundo a lei x = c/®,
em que jc é o caminho percorrido durante o tempo t, c = const. A resis­
tência do meio é proporcional ao quadrado da velocidade, o coeficiente
de proporcionalidade é k. Calcular o trabalho devido à resistência ao
avanço quando o corpo passa do ponto x = 0 ao ponto x = a,

Resp. ^ k
71. Calcular o trabalho dispendido para bombar um líquido de densidade y
contido num reservatório cónico, com o vértice voltado para baixo, de
altura / / e de raio da base R , Resp. ^
12 *

72. Um flutuador de madeira cilíndrico cuja superfície da base é S = 4000 cm®


e a altura ^ = 50 cm flutua sobre a água. Qual é o trabalho dis­
pendido para o tirar da água? (o peso específico da madeira é de 0,8).
Resp. 32 kgm.

"73. Calcular a pressão total exercida pela água sobre uma barragem em forma
de trapézio isósceles, de dimensões: base superior a = 6,4 m, base inferior
b = 4,2 m, altura H = 3 m. Resp. 22,2 toneladas.
74. Determinar a componente axial Pkg da pressão total do vapor exercido
sobre o fundo esférico duma caldeira. O diâmetro da parte cilíndrica
da caldeira é de D mm, a pressão do vapor na caldeira P kg/cm®.

75. Uma árvore vertical de raio r é sustentada por uma tela plana. O peso P
da árvore está uniformemente repartido sobre toda a superfície de apoio.
Calcular o trabalho total das forças de atrito quando a árvore gira
4
uma volta. O coeficiente de atrito é /i. Resp.
ô
76. Uma árvore vertical termina por um tronco de cone. A pressão específica
deste tronco de cone sobre a tela é constante e igual a P. O diâmetro
superior do cone troncado é D, o diâmetro inferior d, o ângulo no
vértice 2 a . O coeficiente de atrito é /i. Calcularo trabalho das forças
Jl®P|Lt (Z)3 _
de atrito para uma volta da árvore. Resp.
6 sen a
7 7 . Um tronco prismático de comprimento / estende-se progressivamente sob
a acção duma força crescente de O a P de maneira que a força de
extensão é equilibrada em cada instante pelas forças elásticas do tronco.
Calcular o trabalho A da força de extensão, supondo que o prolonga­
mento é elástico. A secção transversal do tronco 6 F, o módulo de
elasticidade do material £ .
504 CALCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL

Indicação — Se X é o prolongamento e f força ai^icada, tem-se


PI
X. O prolongamento sob a acção da força P é .
I ÍLr
PM PH
Rcsp. A = ^ =
2E F

78. Uma barra prismática está suspensa verticalmente e uma força de exten­
são P está apUcada à sua extremidade inferior. Calcular o prolongamento
da barra sob a acção do seu próprio peso e da força P, conhecendo
o comprimento da barra em repouso l, a secção transversal F, o seu
peso Q é o módulo de elasticidade do material E, Resp. A / = (Q + 2P ) I
2E F
79. Calcular o tempo durante o qual se vaza um reservatório prismático
cheio até ao nível H. A secção transversal é F, b, secção de abertura f,
a velocidade de vazamento é dada pela fórmula v = \i ’\/2 g h j em que
ft é o coeficiente de viscosidade, g a aceleração da força de gravidade,
2FH
h a distância da abertura ao nível do líquido. Resp. T = -------■ •==

IXl V t '
30 ^ Determinar o débito Q de água (quantidade de água evacuada durante
a unidade de tempo) através dum escoadouro de secção rectangular.
2
A altura do escoadouro é h, a sua largura b. Resp. Q = — •

Determinar o débito Q de água que rola através duma abertura rectangular


lateral de altura n e de largura b, sendo H a altura da superfície do

lado interior do rectângulo. Resp. Q = . ^ [^®/2 _


o
ANEXO I

Estabelecimento duma dependência funcional a partir dos dados


experimentais pelo método dos mínimos quadrados

Suponhamos que se deve estabelecer, segundo os dados experimentais,


a dependência funcional que permite exprimir a grandeza y em funçSo da
grandeza x:
y = <p (x). (1 )

Os resultados experimentais forneceram-nos n valores da função y para


os valores correspondentes da variável independente. Estabeleçamos, como se
segue, o quadro desses valores:

X ^2 ...

y yi í/2 ... yn

A forma da função x = (p (x) é estabelecida ou com o apoio de consi­


derações teóricas, ou segundo a disposição no plano das coordenadas dos
pontos correspondentes aos valores experimentais. (Estes pontos chamar-se-ão
«pontos experimentais».) Suponhamos, por exemplo, que os pontos experimentais
esftão situados no plano das coordenadas da maneira indicada na figura 243a.
Tendo em atenção o facto de que no decorrer do desenvolvimento da expe­
riência, se podem cometer erras, é natural supor que a função incógnita
y = <P(x) possa ser procurada sob a forma duma função linear y = a x + b,
Se os pontos experimentais estão dispostos como está indicado na
figura 243^, é natural procurar a função y = q>{x) sob a forma y = ax ^ t etc.
Quando a forma da função y = (jc, a. b, c, ...) é escolhida, resta
calcular os parâmetros a, b, c........ dessa função, de maneira que num certo
sentido ela descreva da melhor maneira o processo considerado.
Um método largamente aplicado na resolução deste problema é o
m étodo dos m ínim os quadrados. Ele consiste no que se segue. Consideremos
os quadrados das diferenças entre os valores y^^ obtidos experimentalmente
e os valores da função q>(x, a, b, c» ...,) nos pontos correspondentes:

S (a, b, c, . . . ) = 2 [í/i — (2)


i= l
Escolhamos os parâmetros a, b, c, ..., de modo que esta soma tenha
um valor mínimo;
n
S (a, b, c, . . . ) = 2 [«'i — <P(®í- ...) ] * = m in . (3)
i=l
506 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

O problema reduz-se, assim, a determinar os valores dos parâmetros


a, b, c, para os quais a função S (a b, c, ...) admite um mínimo:
Resulta do teorema 1 (Gap. V ill, máximo e mínimo) que estes valores
a, b, c, verificam o sistema de equações

da
= 0' ^db = 0' -dc^ = 0’ ... ’ (4)
ou sob uma forma explícita:
^q) (x f, rt, 6 , c, .
0,
da
i= l
n
5 (p (x j, a, 6 , c, .
2 [í/i— •••)! 0,
db (5)
t= l
n
dcp (x£, a, 6 , c, ,. . . ) _

i=l

Fig. 2436

O númsro de equações é aqui igual ao das incógnitas. Em cada caso


concreto analisa-se o problema da existência da solução do sistema de equa­
ções (5) e da existência do mínimo da função S {a» 6, c, ...).
Consideremos certos casos de determinação da função y = ç> (x, a, b, c, ...)•
ANEXO I 607

1 . Seja y = ax + b. Neste caSo a funçSo S (a, b) é da forma (con­


frontar a expressão (2)):

S(a,b)= 2 + «>)]*• ( 6)
i=l

Ê uma função de duas variáveis a t b e são os números dados:


cf. o quadro anterior). Por conseguinte:

2 ^ [yi—(<wi+i)]®i=o.
i=l

- g - = - 2 2 lyi-(a®i+6)l=o.
i=l

isto é, o sistema de equações (5) é neste caso da forma:

2 2j S ^i=o>
i=l i=l i=l
n n <7>
2 Vi—<^ ®i—Í"‘=0-
Í=1 i=t

Obtivemos um sistema de duas equações lineares a duas incógnitas a e b.


É evidente que este sistema tem uma solução determinada e que para o
valores encontrados a e b a, função 5 {a, b) admite um mínimo (*).

II. Suponhamos que tínhamos escolhido na qualidade de função de


aproximação o trinómio do segundo grau

y = ax^ +

(*) Isto pode ser também fàcilmente estabelecido com o apoio das
condições suficientes (teor. 2, Gap. V III, máx. e mín. duma função). Com
efeito, aqui

dfl2 2^x1; da db
=2 2 * , ; 4âb^
^ = 2n.
i=l 1=1
Por conseguinte,

d^s d^s
da2 aò2
i=l i= l

= 4 2 (*,-*,)* > 0 , - g - > 0 .


Gi;
i<j
508 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Neste caso, a expressão (2 ), é da forma:

5 (a, 6 , c )= 2 [yi — (ax\ + bxi + c)]^, (8)


i=l
É uma função de três variáveis a, b. c. O sistema das equações (5)
escreve-se, então:

S lyi — i^^i + bxi + c)] x \ = 0y


i= l

2 [í//—(«^i+^^i + c)]a:j = 0,
i= l
n
2 (í/i —(“*i + *^í + c)] = 0,
i= l
ou sob a forma explícita:

2 ViXi — a 2 xi —b 2 —c 2
i= l i= l i= l i= l

2 y ,x i~ a 2 x i— b 2 c 2 ^ < = 0* (9)
t= l t= l 1= 1 1= 1
n n n
2 ! /í— “ 2 S ® í— c « = o -
1= 1 1= 1 1= 1

Obtemos um sistema de equações lineares para determinar as incógnitas


a» b, c. Resulta da natureza do problema que o sistema possui, uma solução
determinada e que para os valores obtidos a, b, c a, função 5 (a, b, c) admite
um mínimo.
E xem plo — Suponhamos que a experiência nos tenha fornecido quatro
valores da função y = <p (x) para os quatro valores da variável independente
(n = 4) apresentadas sob a forma de quadro:

^ I ^ 2 3 5

y 1 3 4 2,5 0,5

Procuraremos a função <p sob a forma de função linear y = ax + 6.


Formemos a expressão S {a, b):

S (a, b ) = 2 [í/i —(“*i+ *’)]*•


1=1
ANEXO I 50 9

Para formar o sistema (7) com o fim de determinar os coeficientes a t b


calculemos, primeiramente:
4 4 4 4
V í,ix ,- = 2 1 ; 2 *‘= 39 : 2 j = ■- S =
i=l i=l i=l i= l
o sistema (2) põe-se sob a forma:

21_39a — 116 = 0, ^
10 — 11a — 46 = 0. I
Resolvendo este sistema, encontramos a e b:

““ 35 ’ 35 •
A recta procurada, (fig. 243c), é

26 . 159
35^"*’ 35 •
ANEXO n

Fórmula de Interp<dasão de Newton. Derivação numérica

Suponhamos que são conhecidos (n + 1 ) valores y^, ... da função


«p U ) para os (n + 1) valores da variável independente ..., Xn. A dife­
rença entre os valores consecutivos da variável independente supôe-se cons­
tante. Designemo'la por /i. Podemos assim estabelecer o quadro seguinte dos
valores da função desconhecida y = 9 (x) para os valores correspondentes da
variável independente.

X ^0 Xi = XQ + h X2 = xq+ 2h ... Xn = Xn + nh

y í/o y\ yi ... yn

Formemos um polinómio de grau não superior a n que toma os valoces


correspondentes de y para os valores correspondentes de x. Este polinòniio
representará, aproximadamente, a função 9 (x).
Introduzamos, primeiramente, as .notações:

àyo = Ui — ijo, Ayi=í/2—yi, ^ y z = y z — V2^ •••»


A2 í/o= i/2 —2yi + z/o=Aí/i —A[/o, A2yi = Ai/2 — Ai/i,
A^í/o= !/3—3í/2+ 3y1—z/o= A2í/ i —A2z/o, ...»

A"i/o = A^-ij/i —A^-iz/o-


É o que se chama diferenças de 1 .*, 2 .*, ..., n ordem. Escrevamos o
polinómio que formam os valores y^, y^, respectivamente, para x^, x^.
Este será o polinómio do 1 .^ grau.

Pi (x) = 1/0+ Az/o — ( 1)


Com efeito.

P i (x) = P i \x=xi = yo + ^yo *^=í/o + (i/i — í/o) = í^i-

Escrevamos o polinómio que fonna os valores y^, y^, yj* resp©ctivamente.


para x^,
Este será um polinómio do 2.® grau.
X—Xq , A2f/o X— Xq (X —Xq_ ^ \
Pi (^) = yo+ Ayo (2)
2! h \ h j *
ANEXO II 511

De facto,
^2 lx=^„ = yo, 2 lx=JCi = í/l>
D l _ 1A Oj A^yo 2h (12h
2h \
^2\ x=xq yo . Ayo*2+ 2j (A
O polinómio de terceira ordem será da forma:

- P 3 W = !/o + A y o — ---- h -y j j;— [ — 1J +


^0yQ X — Xq ( X — Xq

3!
(3)
Finalmente, o polinómio de ordem n que toma os valores y^,
>2. •» yn» respectivamente, x^, a:,, x^, será da forma:
D / X IA ^ — ^0 , A2yo X — Xq ( X — Xq
Pn(^)=yo+àyo— — h-g-j----- *

nI
o que SC pode verificar por substituiçSÍo directa. É o que se chama a fórm ula
de interpolação ou o polinóm io de Interpolação de ffew to n .
De facto, para este quadro, o polinómio de Mgrange e o polinómio de
Newton são idênticos, se bem que diferentemente escritos, porque o polinómio
de grau não superior a n que toma n + 1 valores dados para os n + 1 valores
dados de x, é determinado univocamente.
Em numerosos casos o polinómio de interpolação de Newton é mais
cómodo do que o polinómio de interpolação de Lagrange. A particularidade
deste polinómio reside no facto dc que ao passar do polinómio do grau k
ao polinómio do grau (k + \) os (A: + 1) primeiros termos não são modificados;
só um novo termo se vem juntar que é igual a zero para todos os valores
anteriores da variável independente.
N ota — Segundo as fórmulas de interpolação de Lagrange (conforme a
fórmula (3), § 10) e de Newton (fórmula (4)) os valores da função são deter­
minados sobre o intervalo < a: < jc^. Se se determina segundo estas fórmulas
o valor da função ac < at^ (pode-se fazê-lo para baixos valores de | ac — aCq |),
diz-se, então que se efectua uma extrapolação do quadro no passado, ^
se determina o valor da função para x ^ < x, diz-se que se efectua uma
extrapolação do quadro no futuro.
Suponhamos que os valores de uma certa função incógnita ç> ( ac) são
dados pelp quadro apresentado no começo deste anexo. Pede-se, para deter­
minar aproximadamnte a derivada desta função. Este problema resolve-se da
maneira seguinte. Constrói-se o polinómio de interpolação de Lagrange ou
de Newton e determina-se a derivada deste polinómio.
Como a maior parte das vezes se considera quadros para os quais
as diferenças entre osvalores consecutivos da variável independente são cons­
tantes, utilizaremos a fórmula de interpolação de Newton. Sejam dados três
valores da função yj» 3^2 valores ac„, x ^, x ^ da variável independente.
Escrevamos, então, o polinómio (2) e derivemo-lo. Obtemos o valor aproximado
da derivada da função sobre o segmento x^ < x < X2
A2yo (5)
2h
Paca X = x^, obtemos

«p'(xo)^i’á(*o) = - ^ (6)
■ 2h
512 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Se considerarmos o polinómio do 3.° grau (3), obtemos, para derivada


a expressão:

(7)
Em particular, para x = Xq, obtemos:
^ ~ P' Ayp Agyp A»yo
(p (xo)~P j(a:)— ^ 2A 3fc ■ (8)

Se utilizarmos a fórmula (4), obtemos, para a expressão aproximada da


derivada para x = Xq

ç. (Xo) ^ P n { x ) - J ^ w^~3h 4F + '-- (9)


Notemos que para as funções que têip derivadas, a diferença ày^ é
um infinitamente pequeno de primeira ordem, um infinitamente pequeno
da segunda ordem, um infinitamente pequeno de terceira ordem e assim
sucessivamente, em relação a h.
tNDICE ALFABÉTICO

Aceleração, 130 — duma figura plana, 496


— instantânea, 130 — polares, 30
— niédia, 130 Coseno, 24, 83-84, 170
Ângulo de contingência, 225 — hiperbólico, 115, 117
Área, 477-482 Cotangente, 24
— dum corpo de revolução, 490 — hiperbólica, 115,117
Argumento dum número complexo, 250 Crescimento e decrescimento da função,
Assímptota, 202, 204 175-176
Astróide, 112, 213, 485 Ciclóide, 111, 237, 479
Curvatura, 224-237, 352-356
Binómio diferencial, 405
Binomial, 356-357 Dependência funcional, 20
Derivação, 75
Cálculo aproximado das raízes reais, — quadro das fórmulas, 106
240-245 — dos vectores, 347-349
Cardióide, 33, 246, 486, 499, 501 Derivada, 74
Centro de curvatura, 232 — total, 295
— de gravidade, 494-498 — duma constante, 83
— de vizinhança, 18 — segundo uma dada direcção, 3Ò4,
Círculo, 31, 110 305
— de curvatura, 232 Derivada de diferentes ordens, 123,
Catenária, 490, 498, 501 124, 125
Circunferência, 246, 484. — duma função complexa, 259
Comprimento dum arco de curva, 222 — duma função composta, 89, 293
— em coordenadas cartesianas, 482 — duma função dada sob a forma
— polares, 486 paramétrica, 113
Concavidade da curvatura, 196-201 — duma função implícita, 94, 295
Constante, 16 — duma função vectorial, 340, 342
— absoluta, 17 — interpretação geométrica, 76, 283
Continuidade duma função, 34, 279-281. — mecânica, 129
Convexidade da curvatura, 196-201 — logarítmica, 98
Coordenadas do centro de gravidade, — parcial, 281
494-498 — de ordem n 298-302
— duma curva plana, 494 — dum produto, 85
CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L
514

Derivada do quociente de duas fun­ — de Moivre, 254


ções, 87 — de Newton-Leibniz, 441, 443
— duma soma, 84 — de Simpson, 459, 461
— lotai, 295 — Serret-Frénet, 360
Diferencial, 118-122 — de Taylor, 162-166
— de ordem n, 126 — de Tchébychev, 467, 468
— total, 284, 286 — de Wallis, 450
— da variável independente, 286 — das parábolas, 459
Diferenciais duma função composta, 121 — dos rectângulos, 457-458
— de diferentes ordens, 125 — dos trapézios, 458-459
Domínio limitado, 275 Fracção racional, 29, 385
— de definição (de existência) duma Fronteira do domínio, 274
função, 20, 23, 274 Função, 20
— fechado, 275 — algébrica, 29
— aberto (não fechado), 275 — limitada, 42, 43
— de definição duma variável, 17 — complexa duma variável real, 258
— composta (função de função), 26
Eixo imaginário, 204 — exponencial, 97
— numérico, 13 — contínua, 60, 62-63
— polar, 30 — crescente, 21
— real, 257 — decrescente, 21
Elipse, 110, 479 — derivável, 78
Elipsóide, 488 — de duas variáveis, 273
Equação algébrica, 262 — do segundo grau, 29
— binómio, 256 — diferenciável, 286
— paramétricas, 108, 337 — descontínua, 63
— vectoriais duma curva, 337 — dada sob a forma paramétrica, 108
Erro. 289-292 — dada sob a forma derivada, 113
— relativo, 291 — exponencial, 24, 96, 258
— máximo, 291 — dada com o auxílio de quadros, 21
Esfera, volume, 489 — elementares, 28, 61
Espiral de Arquimedes, 32, 231, 247 — hiperbólicas, 114
Evoluta, 234-237 — irracional, 29
Evolvente, 234 — par e ímpar, 207,
Expressão analítica, 22 — transcendentes, 30
— sob o sinal somativo, 370 — trigonométricas, 25-27
Extremidades dum segmento (intervalo — inversas, 24, 102, 103
fechado), 18 — de função (composta), 26
Extremo, 178, 313, 314 — de Gauss, 416
— ligado, 321 — ímpar 207
— implícita, 94, 95
Fólio de Descartes, 213 — implícita, derivada, 94
Fórmula de Euler, 260 — a integrar, 370
— de Leibniz, 125, 469-470 — inversa, 98-102
— de Maçlaurin, 166 — lienar, 29
ÍN D IC E A L FA B É T IC O 515

— logarítmica, 25, 88 Lagrange, fórmula de interpolação, 267


— multívoca, 21 — fórmula para o resto, 165
— não limitada, 43 — teorema, 150
— par, 207 Lemniscata, 33, 246, 481
^ periódica, 25 Limite, 34, 37-40, 47-52. 54-59, 279
— dc várias variáveis, 73 Limite inferior do integral, 433
— potência, 24, 96 — superior, 433
— racional inteira, 29, 261 Linha (superfície) de nível, 304
— sob o sinal soma, 37Õ Logaritmo décimal, 50, 60
— unívoca, 21 — natural (neperiano), 59, 60
— da variável complexa, 257
— vectorial, 340 Maior e menor valor duma função sobre
um segmento, 64, 190
Gradiante, 306 Máximo e mínimo duma função, 177-
Gráfico da função, 22, 207-211 -183, 193-195, 312-326
Grau de polinómio, 261 — ligado, 321
Melhor aproximação, 270
Hélice, 339, 343, 344, 356. 361, 485 Método de integração de Ostrogradsky,
Helicóide, 339 — das cordas, 241
Hipoclóide, 498, 500 — de Newton (método das tangentes),
Hodográfico do vector, 337 243
Minimax, 318
Infinitamente grande, 36 Módulo (valor absoluto), 15
Infinitamente pequenos, 45-48, 67-68 — dum número complexo, 250
— equivalentes, 67 — de transição, 60
Integração (da função), 370 Moivre, fórmula de, 254
— por mudança de variável, 375-377 Mudança dc variável, 375, 445
— pelo método de Ostrogradsky, 396-
— universal para a integração das
-400 expressões trigonométricas, 410
— por partes, 381-384
Integral absolutamente convergente, 454 Normal, 131-134, 343. 361, 364
— definido. 429, 431-437 — principal, 352
— definido, cálculo aproximado, 457 Número complexo, forma exponencial,
— definido, propriedades, 437 260
— dependendo dum parâmetro, 468 — forma trigonométrica, 250
— eléptico, 416 — parte imaginária, 249
— geométrico do diferencial, 122 — parte real, 249
— indefinido, 368-370 — representação geométrica, 249
— indefinido, propriedades, 373 Número e, 54, 56
— indefinido, quadro, 371 — real, 13
— impróprio, 467 Números irracionais, 13
Interpolação, 268 — racionais, 13
Intervalo, 17 Números reais, 13, 249
— fechado, 17
Interpretação geométrica do diferencial, Parábola, 23
122 — fórmula, 459
516 CALCULO D IF E R E N C IA L E IN T E G R A L

Parabolóide de revolução, 277 Sub-normal, 131, 132-134


Parâmetro, 108-109 Substituição de Euler, 401-405
Período jduma função, 25 Sub-tangente, 131, 132-134
Período dum pêndulo, 292 Superfície, 277
Plano normal, 343, 345 — de nível, 303
— osculador, 356 — de revolução, 490
— tangente, 361, 363
Polinómio, 29-261, 267 Tangente, 24, 131
— de Bernstein, 271 —hiperbólica, 115, 117
— de Tchébychev, 271 Taylor, fórmula de, 162-166, 310-312
Pólo, 31
Tchébychev, fórmula de, 467, 468
Ponto duplo, 329
Teorema de Bézout, 261
— de descontinuidade, 63
— de Cauchy, 152
— de inflexão, 196, 199
— interior do domínio, 275 — fundamental da álgebra, 262
— isolado da curva, 332 — de Lagrange, 151
— de reversão de primeira espécie, 330 — de Rolle, 148
— de reversão de segunda espécie, 331 — de Weierstrass, 270
— singular da superfície, 361 Torção, 357, 360
— da tàngência, 331 Trabalho, 492,493
Pontos singulares duma curva, 327-332 Tração (tractrice), 247
— valores críticos, 186, 326 Transformações trigonométricas, 413
Potencial do campo, 494 Trapézio curvilíneo, 433
Primitiva, 368 Trapézios, fórmula dos, 458-459
Principais funções elementares, 23

Raio de curvatura, 231, 352 Valor absoluto (módulo), 15


— de torção, 358 Variável, 16
— vector, 337 — limitada, 29
— de vizinhança, 18 — crescente, 19
Raiz da equação, 261 — decrescente, 19
— da função, 148 — independente, 20
— do polinómio, 261 — intermediária, 89
Regra de UHospital, 153 — monótona, 19
Representação analítica duiiia função, 22 — ordenada, 19
— gráfico, 22 Velocidade, 72
Resto da fórmula de Taylor, 164 — instantânea do movimento, 73
— média, 72
Segmento (intervalo fechado), 17
Verdadeiro valor das indeterminações,
Semi-intervalo aberto, 18
Senos, 24, 81,166 153, 156
— hiperbólico, 115, 116, 117 Vizinhança, 18, 279
Serret-Frenete, fórmulas de, 360 Volume, 488
Soma integral, 432 — dum corpo de revolução, 490
— inferior, 430
— superior, 430 Weierstrass, teorema de, 270

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