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6* edição
WÊLSBM
COLEÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA
C o n s tru ç õ e s G e o m é tr ic a s
Copyright © 2007, 2005, 2001, 2000, 1999, 1993, Eduardo Wagner
Direitos reservados pela Sociedade Brasileira de Matemática.
C o le çã o d o P ro fe sso r d e M a te m á tica
C o m itê E d itoria l
Abdênago Alves de Barros
Abramo Hefez
Djairo Guedes de Figueiredo
Helena J. Nussenzveig Lopes (Bditora-Chefe)
José Alberto Cuminato
Sílvia Regina Costa Lopes
Capa
Ana Luisa Passos Videira sob projeto de Rodolfo Capeto
S o c ie d a d e B ra sileira d e M a te m á tica
Presidente: Hilário Alencar
Vice-Presidente: Marcelo Miranda Viana da Silva
Primeiro Secretário: Maria Aparecida Soares Ruas
Segundo Secretário: Ronaldo Alves Garcia
Tesoureira: Nancy Garcia
IS B N : 978-85-244-0084-1
F IC H A C A T A L O G R Â F IC A P R E P A R A D A P E L A S E Ç Ã O D E T R A T A M E N T O D A
I N F O R M A Ç Ã O D A B I B L I O T E C A P R O F E S S O R A C H IL L E B A S S I - I C M C /U S P
Wagner, Eduardo
W132c Construções geométricas / Eduardo Wagner com a
colaboração de José Paulo Q. Carneiro- - 6.ed.
Rio de Janeiro: SBM, 2007.
ISBN 978-85-244-0084-1
6* edição
WÊLSBM
COLEÇÃO DO PROFESSOR DE MATEMÁTICA
H sbm
C O L E Ç Ã O D O P R O F E SSO R D E M A T E M Á T I C A
• Logaritmos - E. L. Lima
• Análise Combinatóría e Probabilidade com as soluções dos exercícios - A. C. Morgado,
J. B. Pitombeira, P. C. P. Carvalho e P. Fernandez
• Medida e Forma em Geometria (Comprimento, Área, Volume e Semelhança,) -
E. L. Lima
• Meu Professor de Matemática e outras Histórias - E. L. Lima
• Coordenadas no Plano com as soluções dos exercícios - E. L. Lima com a colaboração
de P. C. P. Carvalho
• THgonometria, JVúmeros Complexos - M. P. do Carmo, A. C. Morgado, E. Wagner,
Notas Históricas de J, B. Pitombeira
• Coordenadas no Espaço - E. L. Lima
• Progressões e Matemática Financeira - A, C. Morgado, E. Wagner e S. C. Zani
• Construções Geométricas - E. Wagner com a colaboração de J. P. Q. Carneiro
• Introdução à Geometria Espacial - P. C. P. Carvalho
• Geometria Euclidiana Plana - J. L. M. Barbosa
• Isoinctrias - E. L. Lima
• A Matemática do Ensino Médio Vol. 1 - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e
A. C. Morgado
• A Matemática do Ensino Médio V ol 2 - E. L. Lima, P, C. P. Carvalho, E. Wagner e
A. C. Morgado
• A Matemática do Ensino Médio Vol. 3 - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e
A. C. Morgado
• Matemática e Ensino - E. L. Lima
• Temas e Problemas - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e A. C. Morgado
• Episódios da História Antiga da Matemática - A. Aaboe
• Exame de Textos: Análise de livros de Matemática - E. L. Lima
• Temas e Probíemas Elementares - E. L. Lima, P. C. P. Carvalho, E. Wagner e A. C.
Morgado
• A Matemática do Ensino Médio: Soluções e Exercícios- E. L. Lima, P. C. P. Carvalho,
E. Wagner e A. C. Morgàdo
• Construções Geométricás: Exercícios e Soluções - S. Lima Netto
C O L E Ç Ã O IN IC IA Ç Ã O C IE N T ÍF IC A
Desejo agradecer aos professores Elon Lages Lima e Paulo Cesar Pinto
de Carvalho pelas valiosas sugestões que recebi, ao professor José Paulo
Quinhões Carneiro pela autoria do Apêndice e ao professor Jonas Miranda
pela diagramação e composição do livro e pela possibilidade de utilizar o
computador como versão moderna da régua e do compasso. Desejo
igualmente agradecer a Canrobert Mac-Cormick Maia pela qualidade das
figuras que acompanham o texto.
6. — , a2 e Vã 42
a
Exercícios 45
Capítulo 3 - Áreas 49
1. Equivalências 49
2. Partições 52
Exercícios 58
1. Introdução
As construções com régua e compasso já aparecem no século V
aC, época dos pitagóricos, e tiveram enorme importância no de
senvolvimento da Matemática grega. Na Grécia antiga, a palavra
número era usada só para os inteiros e uma fração era considerada
apenas uma razão entre números. Estes conceitos, naturalmente,
causavam dificuldades nas medidas das grandezas. A noção de
número real estava ainda muito longe de ser concebida, mas, na
época de Euclides (século III aC) uma idéia nova apareceu. As
grandezas, no lugar de serem associadas a números, passaram a
ser associadas a segmentos de reta. Assim, o conjunto dos números
continuava discreto e o das grandezas contínuas passou a ser tra
tado por métodos geométricos. Nasce então nesse período uma
nova álgebra, completamente geométrica onde a palavra resolver
era sinônimo de construir. Nessa álgebra, por exemplo, a equação
ax = b não tinha significado porque o lado esquerdo era associado
à área de um retângulo., o lado direito a um segmento de reta e um
segmento não pode ser igual a uma área. Entretanto, resolver a
equação ax = bc significava encontrar a altura x de um retângulo
de base a que tivesse a mesma área de um retângulo de dimensões
b e c. Vamos mostrar, como primeiro exemplo, como esse problema
era resolvido na Grécia antiga.
Constrói-se o retângulo OADB com OA = u e OB = b (figura
1). Sobre o lado OA toma-se um ponto C tal que OC = c (se c > a,
C está no prolongamento de OA) e traça-se CE paralelo a OB que
intersecta OD em P. Traça-se então por P a paralela XY a OA e a
2 Construções Elementares
solução é OX = X.
2. Paralelas e perpendiculares
Para traçar por um ponto P uma perpendicular a uma reta r,
traçamos um círculo de centro P cortando a reta r em A e B (figura
2). Em seguida, traçamos círculos de mesmo raio com centros em
A e B obtendo Q, um dos pontos de interseção. A reta PQ é perpen
dicular a AB e a justificativa é fácil. Como PA = PB e QA = QB, a
reta PQ é mediatriz de AB e portanto perpendicular a AB.
Para traçar por um ponto P uma paralela a uma reta r pode
mos proceder da seguinte forma. Traçamos três círculos, sempre
com mesmo raio: o primeiro com centro em P, determinando um
Construções Elementares 3
3. A mediatriz
A mediatriz de um segmento AB é a reta perpendicular a AB que
contém o seu ponto médio. Para construir, traçamos dois círculos
de mesmo raio, com centros em A e B. Sejam P e Q os pontos de
interseção desses círculos (figura 4). A reta PQ é a mediatriz de
AB porque sendo APBQ um losango, suas diagonais são perpen
diculares e cortam-se ao meio. E importante lembrar a seguinte
propriedade:
A mediatriz de um segmento é o conjunto de todos os pontos
que equidistam dos extremos do segmento.
4. A bissetriz
A bissetriz de um ângulo AOB é a semi-reta OC tal que AOC =
COB. Costuma-se dizer que a bissetriz “divide” um ângulo em
Construções Elementares 5
5. O arço capaz
Consideremos dois pontos, A e B sobre um círculo. Para todo ponto
M sobre um dos arcos, o ângulo AMB = 0 é constante. Este arco
chama-se arco capaz do ângulo 0 sobre o segmento AB (figura 6).
Um observador, portanto, que se mova sobre este arco, consegue
ver o segmento AB sempre sob mesmo ângulo. Naturalmente que
se um ponto N pertence ao outro arco, o ângulo ANB é também
constante e igual a 180° — 0.
E ainda interessante notar que se M é qualquer ponto do
6 Construções Elementares
(*) A resposta é ^ ).
14 Construções Elementares
Fig. 19A
16 Construções Elementares
Fig. 19B
A r
Fíg. 26
Exercícios
(£) Construir um quadrado conhecendo sua diagonal.
2. Construir um quadrado dados em posição os pontos médios de
dois lados adjacentes.
3, ' Construir o círculo circunscrito a um triângulo.
47) Construir o círculo ipscrito em um triângulo.
5. Construir um trapézio conhecendo as bases a e b e os outros
dois lados c e d.
6. Construir um hexágono regular, dado em posição um lado.
7. Construir uma perpendicular ao segmento AB pelo ponto A,
estando este ponto muito próximo do bordo do papel.
8. Dados em posição um círculo C e uma reta r construir um círculo
de raio dado tangente a r e tangente exteriormente a C.
22 Construções Elementares
33. Traçar por P uma reta que passe pelo ponto de interseção
(inacessível) das retas r e s (figura 28).
A •
•B
Fig. 29
Fig. 30
26 Construções Elementares
• 8
M
h
43. São dados os círculos C e C ' como na figura 33. Traçar por A
ía secante PAQ a esses círculos ( P e C , Q G C') de forma que se
tenha PQ = a (dado).
45. ) Usando ainda a figura 33, traçar a secante PAQ de forma que
se tenha PA = AQ.
Fig. 34
28 Construções Elementares
s = a[y/l + 1),
a = — ou ainda
v/2 + 1
Q = $ { V l — 1 ).
1. A 4^ proporcional
Dizemos que o segmento x é a 4 - proporcional entre os segmentos
a, b e c quando
£
b
= -.
x
m
Esta relação é equivalente a ax = bc que discutimos na introdução
deste livro, usando as idéias dos gregos antigos. Porém, usando
o ainda mais antigo Teorema de Tales podemos obter uma outra
30 Expressões Algébricas
Fig. 35
Fig. 37
x h —x
a H
Daí,
xh = ah — ax,
ax + xh = ah
e
ah
a+ h
2
( )
a+ h h
a x
Fig. 38 - Construção de
2. V a2 ± b2
40B).
x = y/a2 + b2 + c2.
Fig. 41 - Construindo y / a ^ + b ^ + c 2.
34 Expressões Algébricas
3. ay^n, n natural
Dado um segmento a, podemos obter todos os segmentos da se-
qüência ay/l, a>/3, ay/4, . .. pela óbvia construção da figura 42.
4. A média geométrica
Dados dois segmentos a e b, definimos a sua média aritmética por
a+ b
m= 2
e a sua média geométrica por
g= V^.
I
36 Expressões Algébricas
i — a ------------------ b ----------------
Fig. 46A
Expressões Algébricas 37
Fig. 46B
a ± V o 2 —4b^
x =
2
38 Expressões Algébricas
5. O segmento áureo
Tomemos um segmento AB e um ponto C no seu interior dividindo-
o em duas partes com a seguinte propriedade: a razão entre a
menor parte e a maior parte é igual a razão entre a maior parte e
o segmento total, ou seja,
CB AC
(figura 51).
AC AB
A C B
Fig. 51
ou seja,
BC'
— (figura 52).
ÃB
A B C'
Fig. 52
AC ■AC' = a
\/5 — 1 V5 + 1
= a = AB2
2 a — ^—
6. i,a2e x/ã
Se a e b são segmentos a soma a + b e a diferença a —b (se a > b)
foram utilizadas sem uma definição explícita. Isto pode, entre
tanto, ser feito de forma natural. Tomemos AB - a. O círculo de
centro B e raio b determina na reta AB um ponto C tal que B esteja
entre A e C (figura 54). Definimos então a + b = AC. S e b < a, o
círculo de centro B e raio b detrmina na reta AB um ponto D entre
A e B. Definimos então a —b = AD.
Fig. 54
b _ 1
a x
Fig. 55
reta de abscissa a.
í> (D
as expressões ay^n, \/u2 + b2, v^ãb, \/a4 + b4 são homogêneas
podem ser construídas independente do segmento unitário.*
última delas, entretanto, não possui significado geométrico. De
vemos então imaginar aqui que a e b são números reais que re
presentam os comprimentos de dois segmentos dados. Expressões
como as que aparecem nos exercícios 13 e 14, por exemplo, devem
ser interpretadas da mesma forma.
Exercícios
1. Construir x = onde a, b, c, d, e são segm entos dados.
6. C onstruir x = ^ b _ c.
7 . - Construir x = ■
8. íResolver o sistem a:
xp = b
9 .} Resolver o sistem a:
x2 —p 2 = a2
x+ p =b
(* ) Veja [6] página 190 e o Apêndice deste livro para saber mais sobre expressões
construtíveis.
46 Expressões Algébricas
r
j 10. Resolver o sistema:
x2 + y 2 a
xy = b2
1. Equivalências
Neste capítulo trataremos das áreas dos polígonos. Não diremos
aqui que a área de um polígono P é igual a A, mas sim que a área de
P é igual a a2, onde a é um segmento. Isto quer dizer que o polígono
P é equivalente a um quadrado de lado u. Precisamos portanto de
um método que permita transformar um polígono qualquer em
um quadrado de mesma área. Podemos iniciar considerando um
triângulo.
Fig. 59
2 bh
a = — ou
Fig. 60
2. Partições
Nesta seção vamos examinar alguns problemas que consistem em
dividir uma área em partes que satisfazem a certas condições. Não
desenvolveremos aqui uma teoria. Os exemplos mostrarão as prin
cipais idéias. É preciso, entretanto lembrar duas propriedades da
Geometria que utilizaremos com freqüência:
1 - Se dois triângulos têm mesma altura então a razão entre suas
áreas é a razão entre suas bases.
2 - A razão entre as áreas de figuras semelhantes é o quadrado
Áreas 53
da razão de semelhança.
A primeira propriedade tem demonstração simples e dela de
corre que qualquer mediana de um triângulo divide esse triângulo
em dois outros de mesma área. A segunda propriedade demonstra-
se facilmente para triângulos (e conseqüentemente para polígo
nos) e para o círculo. Para o caso geral, o leitor pode encontrar a
demonstração em [3], pág. 48.
Exem plo 11. Traçar pelo vértice A do triângulo ABC dado uma
reta AD que divida esse triângulo em dois outros, ADB e ACD
cujas áreas sejam proporcionais aos segmentos m e n, dados.
Utilizando a Propriedade 1 desta seção, para que a razão entre
as áreas de ADB e ADC sejam respectivamente proporcionais aos
segmentos dados m e n é preciso que se tenha D B /D C = m /n . A
figura 65 mostra essa construção.
Área de A D B __ m
Fig. 6 5 - Área deA D C ti 1
ABC. Traçar por P uma reta que divida esse triângulo em duas
partes equivalentes.
Para resolver este problema, transformemos o triângulo ABC
no triângulo equivalente PBA ' traçando por A a reta A A ' paralela
a PC (figura 66). A
b M1 C A'
Área de AM N 1 /A M \ 2
Área de ABC 2 \ AB /
O D 2 - OB ■OA
Como O A = r e OB/O A = m /m + n,
OD2 ---------•r
m+ n
ou
m
m+ n’
portanto, OD = r' o raio do círculo C'.
Exercícios
l) Dado um triângulo ABC construir o triângulo A ^ C ' equiva
lente a ABC e tal que  ' =  e A 'B ' = A 'C '.
2^ Construir um quadrado equivalente a um trapézio dado.
(3/ Construir um quadrado cuja área seja a soma das áreas de dois
outros quadrados dados.
Construir um triângulo equilátero cuja área seja a diferença
das áreas de dois outros triângulos equiláteros dados.
(5) Construir um triângulo equilátero equivalente a um triângulo
dado.
6. Dado o triângulo ABC, construir o triângulo A 'B 'C' equivalente
a ABC conhecendo dois lados de A ^ C '.
7. São dados um quadrado e dois segmentos m e n. Traçar por
um vértice do quadrado uma reta que divida sua área em partes
proporcionais a m e n.
( & ) Inscrever em um círculo dado um retângulo equivalente a um
quadrado dado.
9. Dado um triângulo ABC traçar DE paralelo a BC de forma que
a área de ADE seja 2/3 da área de ABC.
10. Determinar o ponto P no interior do triângulo ABC de forma
que as áreas dos triângulos PAB, PBC e PCA sejam iguais.
Áreas 59
11. Traçar pelo ponto P (figura 71) duas retas que dividam o
triângulo ABC em três partes de mesma área.
A
12. Traçar pelo ponto P (figura 72) uma reta que divida o quadri
látero ABCD em duas partes equivalentes.
Fig. 73
4* Construções Aproximadas
V2 + \/3 ~ n
Considerar a igualdade nesta relação significa cometer um
erro relativo inferior a 0,15%. Para se ter uma idéia de como este
erro é pequeno, basta notar que em uma medida de 100 metros a
diferença entre 0 valor aproximado e 0 real ficaria em menos de
15 centímetros. Na figura 74 mostramos esta construção onde o
segmento PQ é aproximadamente igual ao comprimento do semi
círculo de diâmetro AB.
estamos retificando.
Fig. 77
ou ainda
11 sen X
y = _ _ ----------
7 + 4 cos X
5
x — cos— ~ 72°
16
e é menor que 1%. Seu gráfico da função pode ser visto na figura
78 e uma análise maiá detalhada do seu comportamento encontra-
se em [4], pág. 21. Uma variante desta construção, com traçados
mais simples está no exercício 7 deste capítulo.
Um outro interessante método aproximado para retificar ar
cos de círculo deve-se a M. d’Ocagne (1867-1938). Dado um arco AB
(menor que 170°) em um círculo de centro O, inicialmente divide-
se a corda AB em 3 partes iguais pelos pontos E e F como mostra
a figura 79. A reta OF determina D sobre o círculo e a paralela
traçada por B à O D encontra AD em C. O segmento AC é uma
64 Construções Aproximadas
R ,. «0 - Grático d« tj = ^ ^
Exercícios
1. Construir um quadrado equivalente a um círculo dado.
2. Determinar sobre um círculo dado um arco de comprimento
dado.
3. Construir um quadrado equivalente a um setor circular dado.
4. Construir um círculo cujo comprimento é dado.
5. Construir um eneágono regular inscrito num círculo dado.
6. Dividir um ângulo em três partes iguais.
7. Um dos processos descritos no texto para retificar, aproximada
mente arcos até 90° possui a seguinte variante.
Se AB é o arco que desejamos retificar, traçamos o diâmetro
A A ' e o diâmetro MN perpendicular a AA'. Determina-se então
o vértice C do triângulo equilátero M.NC de forma que A ' seja
interior a esse triângulo. A reta CB encontra a tangente traçada
por A em D e o segmento AD é uma boa aproximação para o arco
AB. _
Mostre que se no círculo unitário AB = x e AD = y então
( l + x / 3 ) sen X
\/3 + cos X
T o T 1 = T 1 o T = Id.
d[T(A),T(B)] = d(A,B)
5.1. Translações
A translação determinada pelo vetor v é a transformação Tv: FI —» TT
que leva cada ponto A do plano TT no ponto A ' = A + v desse plano
(figura 85).
Ci (figura 87).
5.2. Reflexões
Dada uma reta r, dizemos que o ponto A ' é simétrico do ponto A
em relação a r quando r é mediatriz de A A '. Se A pertence a r,
diremos que o seu simétrico em relação a r é ele próprio.
A reflexão em tom o da reta r (também chamada de simetria
em relação a r) é a transformação ST que faz corresponder a cada
ponto A do plano o ponto A' = Sr(A), simétrico de A em relação a
r (figura 89).
Fig. 89 - S 1 A ) = A'.
74 Transformações Geométricas
A'
Fig. 90 -A reflexão STtransforma ABC emA ^ C '.
Q dessa reta,
QA + QB = QA + QB' > AB' = PA + PB' = PA + PB.
5.3. Rotações
Fixemos um ponto O no plano TT agora orientado (como a tradição
recomenda, o sentido positivo é o anti-horário). Dado um ângulo
a, a rotação de centro O -e amplitude a é a transformação que a
cada ponto A do plano Fí associa o ponto A ' — Ra(A) de forma que
se tenha O A ' = OA, ÁO~A = a e o sentido de A para A ' (em torno
de O), positivo (figura 92).
Para todo k inteiro, as rotações de amplitudes <x + k 360° são
idênticas. Em particular para 0°^a<360°, a rotação de amplitude
a é igual à rotação de amplitude 360° — a.
A rotação é uma isometria e portanto transforma retas em
retas. A figura 93 mostra como construir a reta r', imagem da reta
76 Transformações Geométricas
A'
c'
a solução.
s
A'
Fig. 98- A simetria emrelação a O leva A emA ;.
5.4. Homotetias
Fixado um ponto O no plano 11 e dado um número real k ^ 0, a
homotetia de centro O e razão k é a transformação que a cada ponto
A do plano 11 associa o ponto A ' = H0lk(A) tal que
ÕÃ? = k ■õ X
Fig. 101 - A homotetia de centro transforma a reta r em uma reta r' ||r.
OU
ou ainda
x = V2 ■\/d2 —r2.
Assim, PB = x pode ser facilmente construído como mostra a
figura 105 e 0 problema está resolvido.
Exercícios
1- Parte. Transformações
1 . a) Se Tv é a translação determinada pelo vetor v, determine sua
inversa T " 1.
b) Determine a composta de duas translações: Tu e Tv.
86 Transformações Geométricas
R b ,P ° R a , cc= R c , oc+|J
Transformações Geométricas 87
2^ Parte. Construções
17. N a figura 109, os pontos A e B representam cidades e as
paralelas r e s representam um rio. D eterm inar a posição de um a
ponte M N (M sobre ,r e N sobre s) perpendicular às m argens de
form a que se tenha AM . — NB.
e AC pertençam a r e s , respectivamente.
A
B
Fig. 1 0 9 - Dados do exercício 17.
r lfa T A ABCDE
regular dB
ac°D Fde
T forma que
" 7C *e D estejam
T' C°sobre
" r. ° pentá« “ °
A8BCD°„ndeaR
S dT rl ‘ aS r 6 * 6 POn‘ ° A ' Construir 0 lad rad o
ABCD onde B e C pertencem respectivamente à r e s.
1. Introdução
Conta a lenda que, em 429 a.C., os atenienses dirigiram-se ao
célebre oráculo de Apoio na ilha de Delos, suplicando a graça de
fazer cessar uma peste que então assolava a sua cidade. O oráculo
respondeu, exigindo que fosse construído um outro altar no tem
plo da divindade, com o dobro do tamanho do que lá existia. Os
atenienses construiram então o novo altar, dobrando a aresta do
antigo (em forma de um cubo), o que, naturalmente, multiplicou o
volume do altar por oito (a nova aresta, claro, deveria ser ^ 2 vezes
a anterior). Devido a esta falha, a peste continuou e dizimou um
grande número de atenienses. Assim, o problema de “duplicar o
cubo” ficou conhecido como o “problema de Delos”. Construir, deve
ser ressaltado, significava para os gregos, construir apenas com
régua e compasso.
Esta lenda, que não faz justiça à brilhante escola ateniense
que, logo em seguida, produziría Platão (428-347 a.C.), Teeteto
(415-369 a.C.) e Eudoxo (408-355 a.C.), deve ter contribuído para
formar a convicção de que a exigência de utilizar somente régua e
compasso para construções geométricas tinha uma origem quase
religiosa e mística. No entanto, já o historiador e pensador Plu-
tarco (46-120 d.C.) testemunhava que a separação exigida por
Platão entre “a mecânica e a geometria” tinha raízes profundas
nas próprias concepções filosóficas do platonismo, que sublinha
92 Apêndice: Conslruções Possíveis Usando Régua e Compasso
2. As regras do jogo
Para abordar o problema de quais construções são possíveis com
régua e compasso, comecemos por lembrar que as construções “per
mitidas” são: traçar uma reta, conhecendo dois de seus pontos;
traçar um círculo, conhecendo o seu centro e um ponto do círculo;
determinar as interseções de retas ou círculos já construídos com
retas ou círculos já construídos.
93
Fig. 111
A B P ,
---------------- ,--------- i------------------------------- 1-------------------- -
0 1 x
Fig. 112
Por outro lado, é fácil ver que não só os racionais são cons-
trutíveis. A figura 115 mostra que, se a > 0 for construtível, então
^/ã também será construtível.
ax + by + c = 0
E xercício 4.
{ a/x + b 'y + c ' = 0 ^
J x 2 + p 2 + ax + bp + c = 0
j a'x + b'p + c' = 0 ^
f x2 + p 2 + ax + bp + c = 0
1 x 2 + p 2 + a 'x + b 'p + c y = 0
x2 p 2 + ax + bp + c = 0
(3 ')
(a — a')x + (b —b y)p + (c — c y) = 0
3 - 0 , 2 \Kl +y/2
\ 2/11 + \ / 6 ■
(Evidentemente, não é para construí-lo; basta argumentar como
ele seria construído).
5. Um critério de não-construtibilidade
O problema agora é como reconhecer se um dado número (por
exemplo, s/2 ou n) pode ou não ser escrito da forma há pouco des
crita.
Observe, primeiro, este exemplo de um número da forma indi
cada e, portanto, construtível: y/2+V 1 + y/% = a. Escrevendo esta
igualdade ná forma: \/l + \/3 — oi — y/2 e elevando ao quadrado,
obtém-se: 1 + \/3 = ocz + 2 —2 \f2a, isto é: \/3 + 2\/2a = oc2 + 1 . Ele
vando novamente ao quadrado, e simplificando, obtém-se: 4\/6a =
oâ —6oc2 —2. Elevando mais uma vez ao quadrado, verifica-se que:
a 8 —1 2 a 6 + 32a4 —72a2+ 4 = 0. Ou seja, constata-se que o número
a é raiz de um polinômio (no caso: x 8 — 12x6 + 32x4 — 72x2 + 4)
com coeficientes racionais, e até mesmo inteiros. Naturalmente,
isto foi só um exemplo, mas cremos que não seja muito difícil se
convencer de que um número que possa ser escrito apenas com
somas, produtos, etc., e raízes quadradas de números racionais,
seja sempre raiz de um polinômio de coeficientes inteiros; basta
ria partir de uma expressão tal como a do exercício 9, chamá-la de
x, e, seguindo o que foi feito no exemplo, elevar à quarta potência,
passar alguns termos para o outro lado, depois elevar a uma outra
potência de 2 conveniente, etc. De fato, temos aí um teorema: todo
número construtível é raiz de uma equação polinomial (também
dita algébrica) de coeficientes inteiros.
Aproveitamos para informar que os números (reais ou com
plexos) que são raízes de polinômios coeficientes inteiros são ditos
algébricos, enquanto os outros são ditos transcendentes. Por exem
100 Apêndice: Construções Possíveis Usando Régua e Compasso
i
102 Apêndice: Construções Possíveis Usando Régua e Compasso
L
106 Apêndice: Construções Possíveis Usando Régua e Compasso
[16] Carl Friedrich Gauss - Hall, T. The MIT Press, Cambridge, 1970.
C O L E Ç Ã O T E X T O S U N IV E R S IT Á R IO S
C O L E Ç Ã O M A T E M Á T I C A A P L IC A D A
C O L E Ç Ã O O L IM P ÍA D A S D E M A T E M Á T I C A