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EQUINÓCIOS E SOLSTICIOS

SOB A VISÃO DA FILOSOFIA MAÇÔNICA

Tendo a Maçonaria, como missão à de ilustrar moralmente


todas as classes da ordem social, nada mais correto de que tomar
como padrão o modelo de importantíssimos eventos do quadro físico
de curso dos fenômenos solares – solstícios e equinócios -,
amoldando os pequenos templos da loja aos ciclos da natureza. Por
isto os interiores das lojas simbolizam alegoricamente à trajetória do
sol e da lua simbolizadas na abobada celeste.

O Sol tem grande importância para a ordem, como síntese


magnífica de seus princípios fundamentais, e como símbolo da
redenção da humanidade; com seus solstícios e seus equinócios,
com seu calor que fecunda os meses; com sua luz que acompanha o
lavrador e guia o viajante pelos caminhos do espírito, com toda a sua
majestosa marcha pelos domínios do espaço com um manancial
inesgotável de vida e sua expressão de beleza e bondade.

Os fenícios, os etíopes e demais povos da Ásia e áfrica


oriental os reproduziam em seus hieroglíficos como um menino recém
nascido, no solstício de inverno; em figura de adolescente, no
equinócio da primavera e como um homem maduro com barba no
solstício de verão, como um ancião no equinócio de outono.

O sol representa simbolicamente por um circulo alado ente


dois assírios e egípcios também por Osíris entre os egípcios. Os
sacerdotes egípcios apresentavam sol aos iniciados como um homem
seminu, com a parte da cabeça raspada como simboliza de sua
faculdade de morrer e renascer.

Os hebreus representaram o sol por meio de um triângulo


radiante tão conhecido de todos os maçons, significando a
inteligência, o calor e a força criadora, em cujo centro está inscrito o
nome de JEOVA.

Os Solstícios designam as datas do ano em que são


desiguais ao extremo as durações do dia e da noite devido à máxima
distância entre do sol em relação à Terra
.
No dia 21 de junho por causa da inclinação do eixo terrestre e
da posição da Terra em relação ao Sol, os raios solares estão
exatamente perpendiculares ao Trópico de Câncer. Isso significa que
a parte norte do planeta está recebendo mais luz solar que a parte
sul. No sul, portanto a noite é bem maior que o dia. Enquanto isto no
hemisfério norte ocorre o inverso.

No dia 21 de dezembro os raios solares estão exatamente


perpendiculares ao trópico de Capricórnio. Neste dia a parte sul do
planeta está recebendo maior quantidade solar que a parte norte. O
dia no hemisfério sul é bem maior que à noite. No hemisfério norte
ocorre o inverso

A exemplo das religiões mais antigas, o culto cristão está


distribuído segundo a marcha do sol e da Lua. O nascimento de
Cristo coincide com o solstício de Inverno, considerando o hemisfério
norte.

E, é também o período no qual se celebram as duas grandes


festas anuais na Maçonaria e durante as quais eram eleitos e
empossados os novos Grão-Mestres. Estas festas correspondem à
época dos solstícios e por isso também se chamam Festas
Solsticiais.

A instituição de festas solsticiais vem dos tempos das


iniciações primitivas nos mistérios praticados nos rios sagrados do
Nilo, Iliso e Tibre. Os solstícios determinam a passagem das duas
grandes fases em que a natureza oferece as transformações, os
contrastes mais notáveis e opostos, fenômenos surpreendentes que
todas as religiões e todos os cultos comemoram sob várias formas e
alegorias.

Alegoricamente, nos Templos Maçônicos os solstícios,


acham-se representados, pelas duas colunas que figuram no
Ocidente, nos dois lados da porta de entrada. Estas marcam o Nec
plus ultra da marcha aparente do Sol durante os doze meses do ano,
simbolizados pelos doze trabalhos de Hércules, cujas viagens, têm
também por limites duas colunas semelhantes.

As festas solsticiares são solenemente dedicadas, no


Solstício de Verão, ao RECONHECIMENTO de termos os dias mais
longos e as noites mais curtas do ano: Já o Solstício de Inverno, que
em os dias mais curtos e as noites mais longas, são dedicadas a
ESPERANÇA. Estas datas são denominadas entre os Maçons, de
Festas de São João, em homenagem a São João Batista e São João
Evangelistas. Por ocasião da primeira, muitas administrações de Loja
e de Potências têm o costume, aliás, tradicional desde 1.717, de
tomar posse de seus cargos. Insta frisar que estas representações
ocorrem no Hemisfério Norte.

O conhecimento dos Solstícios permitiu por sua vez a


conceber os EQUINÓCIOS. O Equinócio significa dia e noite iguais,
ou seja, no dia de equinócio, a duração do período claro (o dia) é
aproximadamente igual à do período escuro (noite). Os equinócios
ocorrem em 21 de março e em 23 de setembro. Nestes dois dias, os
raios estão exatamente perpendiculares à linha do Equador,
iluminando igualmente os dois hemisférios”.
Também se diz, popularmente, que é a ocasião em que o sol
corta o equador em sua marcha do hemisfério sul para o norte
(primavera), e em seu regresso do hemisfério norte para o sul
(outono). Esse período tem sido simbolicamente representado, desde
a mais remota antiguidade, por mitos e lendas religiosas e maçônicas,
cultuando-se então a morte e a glorificação de deuses, heróis ou
instrutores entre os quais está HIRAM ABIFF.

O nascimento deles era e é comemorado por ocasião do


solstício de inverno: 25 de dezembro para o hemisfério norte. A data
de sua morte não é fixa como é a do seu nascimento, pois é
celebrada segundo as posições relativas do sol e da Lua no equinócio
da primavera as quais variam cada ano. A morte de todos os heróis
Solares era celebrada nesta época (25 de março ou próximo). Os
Capítulos Rosa-Cruz celebram solenemente a data do Equinócio
Vernal em data mais ou menos coincidente com as comemorações da
morte de Cristo.

O EQUINÓCIO de conformidade com a tradição chinesa


marca também o Dia do Equilíbrio. Tal data e significação originaram-
se de uma história, contada desde o antigo império chinês pois nesta
data, descobriu-se que se conseguem a façanha de equilibrar-se
OVOS.
Em 1945 uma edição da revista "LIFE" publicou que toda a
população da cidade chinesa de Chunking estava aliviando as
tensões da guerra tentando equilibrar ovos no primeiro dia da
primavera. O jornalista Walter Rundle, da United Press, decidiu tentar
por sí mesmo. O cético jornalista descobriu que era capaz de por de
pé vários ovos, e então acabou escrevendo a matéria para a revista.

A sabedoria chinesa afirma que num período de uma hora


antes e outra após o equinócio os ovos ficam de pé como em
nenhuma outra época do ano. Hoje se sabe que o evento pode
acontecer em qualquer dia do ano, mas o período entre uma semana
antes e uma semana após os equinócios, equilibrar ovos é
extremamente mais fácil.

Nos EUA já se estabeleceu até um certo ritual para celebrar o


evento cósmico. Lá se juntou o Dia do Ovo em pé com a antiga
crença pagã da deusa Eastre, divindade da primavera, e que é
celebrada no primeiro dia da estação. O ovo também é o símbolo da
fertilidade e do renascimento.

Os dois equinócios e dois solstícios marcam festas mágicas


importantes em que os “deuses” estão mais próximos dos humanos e,
portanto é mais indicado para serem feitos agradecimentos e pedidos,
tanto por que podem mais facilmente ser ouvido quanto mais
facilmente podem ser atendidos materialmente.
Cada uma dessas datas - solstícios e equinócios - têm a suas
características próprias. O equinócio da primavera é especial pois é a
data da comemoração da vida.É quando a natureza desperta de seu
recolhimento do inverno e a vida se mostra reciclada.É uma data
solar e dedicada à vida, à procriação, à prosperidade, à fertilidade e à
alegria.Para os menos atenciosos passa totalmente desapercebida.

Parafraseando as palavras do Irmão Milton Pedreira de


Cerqueira, publicadas na Revista O Prumo, n° 102 – Maio/Junho
1995. pps 25/26, revelam-se bem atuais ;. Acreditavam os antigos em
bênçãos divinas que decorriam principalmente do Equinócio do
Outono, quando depositavam as maiores esperanças na
concretização dos mais puros desejos para o homem, as bênçãos do
equilíbrio, da equidade e da justiça.

Assim é que nos equinócios, em que recebemos as bênçãos


do equilíbrio, da equidade e da justiça, devemos atentar para o
desequilibro Moral, Espiritual e Social vividos nos dias de hoje.
.
E, nos solstícios, em que são solenemente dedicadas ao
RECONHECIMENTO e a ESPERANÇA, devemos celebrar a
confirmação dos ideais na esperança de uma sociedade melhor, mais
justa, devendo os maçons na condição de agente formador de opinião
assumir o seu papel na sociedade atuando nos diversos segmentos
sociais.

O homem insiste em ignorar o verdadeiro sentido da vida. E o


que é pior, meus veneráveis Irmãos, vivemos numa época em que
alguns irmãos, poucos, graças a Deus, relegam a filosofia maçônica
a um plano secundário. Fazem críticas desairosas e inconseqüentes
a tudo e a todos. Nada escapa à ferocidade de suas críticas, sempre
destrutivas, nada constroem, Ignoram os mais simples e comezinhos
princípios de educação, postura e compostura.

A Ordem Maçônica não pode e não deve permitir tal


comportamento, pois tem como princípios fundamentais:
FRATERNIDADE entre os homens, LIBERDADE de consciência e
IGUALDADE como força de progresso. Cabendo aos seus lideres
com determinação e pela ação nesta hora, no sentido de abolir o
domínio da intolerância e toda forma de privação de direitos. Expandir
a Fraternidade e erigir o bom senso como força conciliadora dos
sentimentos humanos.

O que move o mundo é à busca constante da felicidade.

Que consigamos, todos nós, demonstrar por palavras e pelo


exemplo, que a Maçonaria e os Maçons no mundo de hoje, estejam
onde estiverem, sejam quais forem às condições ou situações,
continuam sendo, como sempre foram, instrumentos de Paz,
Felicidade, Carinho, Verdade e Vida. E, nesta datas comemorativas
que instamos a todos, mais do que nunca, a unirmos em reflexão, por
um mundo melhor, mais feliz e fraterno.

Past Eminente Grão Mestre da GLMEES– Irm.: Carlomar Silva Gomes de Almeida.

Fontes de Pesquisa:
FIGUEIREDO, Joaquim Gervácio de.Dicionário de Maçonaria
Editora Pensamento; São Paulo; 1990; 4ª Edição; pág. 135
PARRA, VH.: Adolfo Pino; Resp. Logia Reforma, n° 40 de Talca; in
Revista MASÓNICA N°. 7-8; in Solstício de Verão; Nov. Dic. 1999.
ASLAN’, Nicola; Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e
Simbologia, verbete Solcisticio e Equinócio; Ed. Artenova – VOL IV ,
VOL II, l976, Rio de Janeiro , páginas 999, 1051 - II - 368

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