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INSTITUTO FEDERAL DE BRASÍLIA RIACHO FUNDO


LICENCIATURA EM LETRAS LÍNGUA INGLESA
DISCIPLINA: Literaturas de Língua Inglesa - IV
PROFESSORA: Tarciana Alves Almeida
TURMA: VB6
ALUNA: Paola Cristina Ribeiro Marcellos

LIMA, Ana Cecília Acioli. Teorias Queer, feminismo/s e Jeanette Winterson: por uma
política possível. A voz e o outro – Volume I. Rio de Janeiro: UERJ, 2009.

Ana Cecília Acioli Lima é graduada em Letras pela Universidade Federal de


Alagoas (UFAL), mestre em Inglês e Literaturas Correspondentes pela Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutora em Teoria Literária pela Pós-
Graduação em Letras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Entre
outras atividades, atua como professora adjunta da UFAL. Tem experiência na área
de Letras, com ênfase em Literaturas em Língua Inglesa e Literatura contemporânea
escrita por mulheres em língua inglesa, atuando principalmente nos seguintes
temas: teorias-criticas feministas, estudos de gênero e teoria queer.

O texto Teorias Queer, feminismo/s e Jeanette Winterson: por uma política


possível resulta do Encontro da Linha de Pesquisa “A voz e o olhar do Outro:
questões de gênero e/ou etnia nas literaturas de língua inglesa”, realizado na
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 01 de outubro de 2009.

No início do texto, Lima explica o conceito de queer: gíria usada


pejorativamente para designar pessoas homossexuais e que foi “incorporado e
resignificado por novos modelos teóricos, nascidos dos feminismos, dos estudos
gays e lésbicos, e, sobretudo, das teorizações de Judith Butler sobre gênero e
identidades” (2009, p. 5). Nasciam, assim, as teorias queer — cunhadas no plural
para apontar a variedade de linhas de pesquisa existentes.

Em seguida, a professora afirma que, apesar de alguns interesses em comum


— como a crítica a discursos normativos e ruptura com noções de identidade —
aproximarem as teorias queer de vertentes do feminismo, para algumas teóricas
feministas as teorias queer têm representado o feminismo de modo quase caricato.
Muito disso deriva do fato de que as teorias queer são, em geral, elásticas, não-
fixas, não-definidas.
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Lima afirma, entretanto, que tais tensões e diferenças entre ambos os


seguimentos de estudos é importante para diferenciá-los. Enquanto movimentos
feministas, de gays e de lésbicas consideravam fundamental a delimitação e
valorização de uma identidade fixa para que a luta política seja efetiva, a professora
aponta que as teorias queer, a partir de uma perspectiva pós-estruturalista, abordam
identidades em transição, construção e desconstrução: identidades provisórias.

Para a professora, o pensamento desses movimentos feministas, de gays e


de lésbicas está baseado em senso comum e, diferentemente das teorias queer,
ignora os aspectos culturais. Lima defende que “uma compreensão diferente de
política faz-se necessária” (2009, p. 7), uma compreensão em que identidades fixas
não sejam pré-requisito para a eficácia política.

Na segunda parte do texto, a professora discorre sobre o aspecto queer


presente em obras da escritora inglesa e pós-modernista Jeanette Winterson.
Segundo Lima, embora a autora defina, a princípio, identidades para suas
personagens, elas assumem caráter fluido e descontínuo. Há, também, textos em
que a escritora descontrói a feminilidade normativa entre casais lésbicos. A
professora afirma que Winterson cria, em suas narrativas, “corpos fluidos,
sexualmente ambíguos, e, por fim, descorporificados” (2009, p. 12). Lima celebra a
abordagem da autora, por “priorizar o fluido e o ambíguo” (2009, p. 12) e assumir,
assim, uma posição queer, livre de padrões homogeneizantes e identidades fixas,
limitadas.

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