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FUNDAMENTOS
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O HOMEM WÊMÊk
Artur Neves
Gaio Prado Junior
S;Ròssine Ç, Guarnieri #\$-*
O ESCRITOR
Galeão Coutinho
Afonso Schmidt
DEPOIMENTOS ¦imã $«
Adolfo Jagle
Antonio B. Lefèvré
( Tulman Neto
Alceu M. Araújo
í Pedro Neme
Hugo de Barros
r LITERATURA
I Afonso Schmidt
I LEIS POLÍTICAS
Rivadávia Mendonça
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WROCLAW
y J. E. Fernandes WÊÈÊÊÊ
CRÍTICA isillli* mm
COMENTÁRIOS
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Máscara mortuária
de Monteiro Lobato
Revista de cultura moderna
São Paulo
Fundador
MONTEIRO LOBATO
Diretor-responsável
RUY BARBOSA CARDOSO
Redator-chefe
AFONSO SCHMIDT
Secretários
G. NONNENBERG e J. E. FERNANDES
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ESCALAS:
SÂO P AULO
RIO DE JANEIRO CARAVELAS
BELO HORIZONTE SALVADOR
CAMPO CRANDE RECIFE
MONTES CLAROS FORTALEZA
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Sede: R. Asdrubal Nascimento, 436 - Fones 3-7191 e 3-7192 (Rede Interna) Ind. Telegr. Itauar
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Agência: Rio de Janeiro - Rua Santa Luzia, 275-A - Fone 32-7449
A ÚNICA EMPRESA NO BRASIL ESPECIALIZADA EM TRANSPORTES COMERCIAIS AÉREOS DE CARGA
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BONIFICAÇÃO DAS ACUMULADAS
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COMPANHEIROS
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O INTERCÂMBIO M ALETA
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FRANCO BRASILEIRO
Recebe regularmente da França,
Suiça e Portugal, as últimas no-
vidadès literárias- técnicas e
científicas.
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Editorial 264
O HOMEM
O ESCRITOR
ANTOLOGIA
DEPOIMENTOS
LITERATURA
LEIS POLÍTICAS
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NOTAS 363
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publicadas.
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EDITORIAL — 265
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O HOMEM
Monteiro Lobato
ARTUR NEVES
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268 FUNDAMENTOS
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decadente do Vale do Paraiba. E' nessa cidadezinha do interior
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Na fatigante busca dum estilo correto e fácil, Monteiro Lobato
lê toda a obra de Camilo, analisándo-lhe os períodos com uma
minúcia e agudeza de observação admiráveis. Encara com tanta
seriedade o aperfeiçoamento de seu futuro instrumento de traba-
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Av-C:'-;'-
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270 — FUNDAMENTOS
.
MONTEIRO LOBATO — 271
nadava!»
Logo depois Monteiro Lobato iria ter oportunidade, senão de
mergulhar na massa do povo, como Gorki, pelo menos de se plan-
tar num excelente posto de observação que lhe permitiria pene-
trar fundo nos problemas,da nossa gente da roça. Assim é que,
com a morte de seu avô, o Visconde de Tremembé, Lobato recebe
uma extensa gleba de terra em Buquira e vê-se de um dia para
outro transformado em fazendeiro e posto em contacto direto com
as piraquaras do Vale do Paraíba. Em dezembro de 1911, es-
creve êle a Rangel: «Estou na fazenda há já uma semana, lidando
com doenças de bestas, bicheiras de carneiro, roças de milho e
mais coisas. Ainda não adquiri o olho exclusivamente utilitá-
rio. Uso muito o estético — e temo que isso me dê prejuízo no
fim do ano. E' a opinião do meu utilitaríssimo administrador».
Ê' na Fazenda do Buquira que começa o processo de gesta-
ção do Jeca Tatu. Como bem analisa Matias Arrudão, num dos
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274 FUNDAMENTOS
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276 — FUNDAMENTOS
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Torna-se capitão de indústria. Consulta técnicos, convoca en-
genheiros, reúne capitais e lança-se nesta grande tarefa de des-
cobrir o petróleo brasileiro. Não idealizou o assunto, não colo-
cou o problema em termos abstratos ou teóricos, o seu pensa-
mento não ficou pairando no mundo dos sonhos e dos projetos
e prédicas. Transformou-se em ação; e seu ideal de melhorar
a sorte do povo brasileiro, de regenerar o seu Jeca Tatu, mate-
rializou-se num negócio de grandes perspectivas e amplas pos-
sibilidades».
A longa história da luta de Lobato pelo petróleo nacional
vem contada em seu livro «O Escândalo do Petróleo», o mais
terrível libelo até hoje escrito contra o imperialismo e seus
agentes incrustados em nosso governo. E' nesse livro que pela
primeira vez se denuncia, com provas documentais, o acapara-
ramento das nossas terras petrolíferas e o vasto plano de sabota-
gem. realizados pelo trust da Standard Oii, — por esse mesmo
trust que hoje, não tendo mais interesse em negar a existência
do petróleo brasileiro, mas sim em explorá-lo imediatamente,
manobra no sentido de fazer com que seja aprovado pelo nosso
parlamento um «Estatuto» entreguista, cuja única finalidade é
servir de disfarce legal e jurídico a mais uma de suas invés-
tidas contra os interesses econômicos da nossa pátria.
Lobato lutou com tôdas as suas forças contra o trust da
Standard e corajosamente denunciou todas as manobras do
capital colonizador, que visavam manter o nosso país dentro '
dos cíngulos asfixiantes de uma economia de base latifundiária
e de estrutura semi-feudal: Logo de início, teve êlè a compre-
278 FUNDAMENTOS
uma ordem social que está contente com isso e arma-se até com
armas celestes contra qualquer mudança. A nossa ordem social
me é pessoalmente muito agradável, mas eu penso em mim mesmo
se. acaso houvesse nascido estéreo. Essa visão da realidade bra-
sileira sempre me preocupou e sempre me estragou a vida.
Nada mais lógico, pois, do que o meu grande interesse pelo
homem que não conheço mas acompanho desde os tempos em
que com um punhado de loucos* lutava contra todo o poder do
governo.
E lutava por que? Com que fim? Pela conquista do poder?
Fácil lhe seria isso, como íoi para os outros companheiros que
desandaram. Prestes não lutava por. Lutava contra. Contra que?
Contra a nossa ordem social tão conformada com o sistema do
mundo dividido em flores e estéreo. E pelo fato de sonhar com
a grande mudança foi condenado a trinta anos de prisão, como
pelo fato de sonhar um sonho semelhante, Jesus foi condenado a
morrer na tortura.
Os acontecimentos do mundo vieram libertar o nosso homem-
símbolo e ei-lo hoje na mais alta posição a que um homem pode
erguer-se num país. Ei-lo na posição da força de amanhã. Na
posição do homem que fatalmente será elevado ao poder e lá
agirá para que o regime de flores e estéreo se transforme em
algo mais equitativo e humano.
Todos nós, um país inteiro, esperamos em Luiz Carlos Prestes;
esperamos nele tanto quanto desesperamos de outros cujos pro-
gramas de governo botam acima de tudo a «manutenção da ordem»,
isto é, a conservação do sistema de flores e estéreo. E qualquer
coisa no fundo da nossa intuição nos diz que Prestes não nos
decepcionará, e que um dia o antigo Cavaleiro da Esperança se
transformará no Realizador das Nossas Esperanças».
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284 FUNDAMENTOS
i ii
cami-
e equivocados, a encontrar o verdadeiro caminho do patriotismo, o
nho de Lenine, de Barbusse e Romain Rolland.
lhe poderei dizer? Será
Quanto às idéias de Henry George, que de espacw
melhor esperarmos pelo encontro em que possamos «conversar •ri
:¦¦
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com entusias-
como duas criaturas...» Afirmo-lhe somente que apoiaremos
a ser toma-
mo todas as medidas efetivamente progressistas que venham
Se entre elas
das pelo sr. Adhemar de Barros no Governo de São Paulo.
melhor, porque
estiver a implantação das idéias de Henry George, tanto
será satisfeito o seu apelo.
se prolongue por
Assusta-me somente essa situação de ídolo, e que
me destina...
muito tempo a residência incomoda no nicho a que
sua saú<k
Creia-me grato e receba o abraço, de quem faz votos pela
e espera seu pronto regresso».
LUIZ CARLOS PRESTES
286 FUNDAMENTOS
4 de
A morte veiu buscar Lobato na fria madrugada de
de 1948 Com o seu desaparecimento, o povo brasileiro
julho
não só o seu maior-e mais querido, escritor, como o
perdeu da
arauto mais eloqüente e um dos militantes mais combativos
nossa revolução agrária e anti-imperialista.
Monteiro Lobato
CAIO PRADO JÚNIOR
'
Compare-se Monteiro Lobato com os homens de sua gera-
sX:'r
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ção, com seus amigos e companheiros de jornada literária. Con-
tem-se nos dedos aqueles que, no momento das grandes defini-
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290 FUNDAMENTOS
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Canto de amor para Monteiro Lobato
ROSSINE CAMARGO GUARNIERI
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292 — FUNDAMENTOS
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O ESCRITOR :¦
Lobato Panfletista
AFONSO SCHMIDT
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A primeira vez que lí esse nome íoi ali por 1904, nos pri-
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por
em considerações eruditas sobre a formação da terra.
praiava-se no fim, o sábio
'¦ Z'Z
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A assistência esforçava-se por acompanhá-lo. Iá
aquilo
tomou de uma pedra como qualquer outra, explicou que
era o gneis de que tanto falara e entregou-o a um cavalheiro. ¦1
ouvinte que
Este sopesou-o, cheirou-o, venerou-o e passou-o ao escuro
lhe ficava mais Durante dez minutos, o calhou
próximo. ia cau-
¦,
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'»"**». *
'¦.¦¦.'
284 — FUNDAMENTOS
as car-
fectíveis, exacerbaram-no. Daudet, sentimental, escreveu
intimas
tas do seu moinho; Lobato, panfletista, escreveu cartas
no dia
a Godofredo Rangel. Da festa com rojões improvizada
em que chegou o «neto do Visconde» à sua escolha para jurado,
se torna
da caça à Promotoria à sua iniciação na lavoura, ele
os
ainda mais inconformado, rebelde, por vezes alarmante para
o cercam. Lobato se revela palmatória do mundo. Nao
que refor-
santa-luzia de mestre escola, mas reformador, autentico
mador.
auto-
Até então, dedicara-se à leitura e à crítica dos grandes
sugere
res do mundo inteiro. Neste, sublinha belezas, nesse
deze-
reformas estilisticas, naquele condena de uma só penada
ao
nas de páginas que como se fossem de açúcar se dissolvem
violento esguicho do seu comentário. Enumera os motivos por
assim procede, com rigorosa lógica e alto senso estético.
que
Dali por diante, Lobato transfere-se do livro para a vida. Mas,
no seu caso, não se realiza a profecia de Cláudio Frolo: isto não
matará aquilo. Pelo contrário. A vida para Lobato foi a alma
da sua obra. Não sei de ninguém que, com tanta fidelidade,
i
IÍ.
levasse o cotidiano para a literatura.
I1;
ii
Quando chegou a Taubaté, e ainda nos primeiros tempos
o «estou ficando impresso», da
que lá esteve, poderia repetir
a
personagem de Eça. Logo depois, no entanto, resvalou para do
realidade, a pobre realidade de uma velha cidade do vale
Paraíba. Taubaté parecia, então, um livro de Daudet, de Camilo
ou de Machado, mas um livro por escrever. Era preciso refor-
mar tudo aquilo: os tipos, os costumes, os processos de trabalho.
E Lobato possuia em alto grau o senso da reforma. Onde caía
seu .olhar corrosivo, operava-se o fenômeno químico: o errado,
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dido numa fazenda do vale do Paraíba que sabia tão bem ver. ¦:-\
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ram uma revolução, pelo menos desempenharam o papel de
de sementes de catingueiro que o sitiante atira num
punhado de-
carrascal. Ninguém mais sabe das sementes. No entanto,
corrido muito tempo, uma poeira verde começa a cobrir as pe-
levou
dras. Jeca, que é aquilo? Aquilo é o catingueiro que
do ter-
muito tempo para medrar mas acabou por tomar conta
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A insatisfação de Monteiro Lobato era alarmante. Ele sur-
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giu num tempo em que o Brasil contava duas ou
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LOBATO PANFLETISTA — 297
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-^-volume ficava fechado por muito tempo, as estampas gruda-
nas outras, que nem decalcomama. E se escarape-
vam umas
lavam todas.
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FUNDAMENTOS
298
tura.
Papai, que é «caçoula»?
\ 4x- Caçoula, que eu saiba, é uma vasilha de cobre, de prata
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'."¦¦
''¦-.-
ou de ouro, onde se queima incenso...
Vejoh-aqui- na história; não deve ser isso. —
«O bicho
O pai botava os óculos de novo e lia em voz alta:
de cozinha deitou agua fervente na caçoula atestada de bel-
droegas e, azinha, partiu na treita dos três mariolas...» Depois
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LOBATO PANFLETISTA — 299
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— A final, por que não traduzem essas histórias portuguê- .**.*
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O hu mor e a sátira em
Monteiro Lobato >,
GALEÃO COUTINHO
2 FUNDAMENTOS
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Mas, sendo o humor entendido em nossa literatura como
simples disfarce técnico, motivado por umas tantas característi-
cas de escola, de que o mais alto e incompreendido exemplo
fora até então Machado de Assis, persistiu o engano em torno •'.
de Lobato.
Cético permaneceu êle até os últimos instantes de vida, mas
por não acreditar naquilo que os literatos bem-pensantes acre-
ditam, ou fingem acreditar: na estabilidade das instituições cadu-
cas, nos seus falsos valores entronisados, na onipotência e onis-
ciência dos governos charlatões, nos laureis acadêmicos, na
«cagoterie» dos medalhões bem postos na vida, em tudo, enfim,
se
que constitui a aparatosa fachada de um mundo jnorto que
esforça por parecer vivo. Em suma, Lobato não acreditava
naquilo que realmente não merece credito, e o seu mérito resi-
diu na posição de combate assumida desde o início até o fim,
sem desfalecimentos, contra os mistificadores.
defi-
Quando a posição do escritor se tornou perfeitamente
nida, mostrando-se êle irredutível à catequese dos bem-pensan-
estes atenuaram um pouco o julgamento, limitando-se a
tes,
dizer:
— Monteiro Lobato é um espírito de .contradição. ',
."¦¦
. /
V , ¦.:
..'¦¦.'
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* ;
e Recla-
literária, em vez de ir parar à vala-comum das Queixas
Barbosa,
mações Estava feita a sensacional descoberta que Rui
¦
' ?:
E A SÁTIRA — 305
O HUMOR
¦' ¦ ¦
fatalidade histórica. #
terra e numa sociedade tardiamente revolvidas
Sim numa
racionalista, exigir um Camilo diferente e tao
pela subverX Platão, a Grécia nao tivesse
absurdo como deplorar, lendo que
automóveis. O importante é haver Camilo perma-
Snese descontando- e
meio e à sua gente. Lê-lo
necido fiel ao seu do habito muito
do meio e da gente, é libertar-se
at influências com Eça de
e. no Brasil, de confrontá-lo
heauente em Portugal o paralelo resulta
yy
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FUNDAMENTOS
306 —
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— 307
O HUMOR E A SÁTIRA
rmer»2
.Ses ttíz&ttt
truir um tal esxaao inteligência
possa vence-la
«£="*» * '-possibilidade sardô-
rSa°' KSS
nica. e a vida, investe
O satírico eé airlc
diferente. Amando os
transformando homens
U o riso em arma de
contra as convenções odiosas, transl°™?™° V. esse
na de, por meio
esse meio,
combate. Porque acredita possibilidade
¦i\-_í':í..->-í i-l, -
—
FUNDAMENTOS
308
I
**%* entre o pobre Jeca em sua ™»?»?°&?£Z u^f|g|^
causas reais do seu pauperismo, a cultura ,,:•'••»**.:
' zm
nunca assás louvado ha de ser sempre
O mérito de Lobato, cultura Er^conhe o
o haver um dia reconhecido o erro dessa
em carta a Matias Arrudão, para explicar
i* no fim da vida, aos
de destacá-lo contraditonamente
outm atüude que o havia de empresas petrolíferas.
dhos de muL gente: a de incorporador
seuprc^J™™^
Espantosa fábrica de paradoxos foi terra
da classe fazendeiral renuncia a P^^f^
nascido da mausiria a»
industria dos livros; arruinado e desiludido
e analfabetismo, ambiciona lan-
ivros numa terra de pobresa a sonhar com a indus-
car se Hais largos horizontes e entra
, £££ta Modlsto em seus hábitos domésticos, de, fortuna
£-£*£» tendo
sóbrio, sem vícios, portanto sem necessidade
vivido com os seus na móis ausiem —^mTveXeTo
Iorque ~£™%a
SrZ^rdesciV-em^a'estre^,^terariar2Tde^
Ficcionista em sua auspiciosa ArtS
dejr£
as£aa
peio iomalismo a denho
"Encero
^P*
«ndar seus dias cc™
f. ..*¦
XnqeX^r S.
_ 311
O HUMOR E A SÁTIRA I
da literatura doce de coco, e começa a ver claro,
deformantes
a Eça de uuei-
apossa-se dele o mesmo remorso que assaltou
cometido.
roz por um crime que não havia Londres
Todo mundo sabe que Eça, antes de freqüentar
consular, viu-se despachado para Cubx
e Paris, na carreira aquilo a que 1
E eis que a função lhe apresenta sedutoramente
oportunidade.
hoje chamamos, num sentido imoralissimo,
Como? r-i u-^
bio-
nô-lo explica ao traçar o perfil
Muito simples. Quem
Prado:
aráfico de Eça, é o seu amigo Eduardo *«*™£
em Cuba o comércio dos chins
«Florescia então
porque era. do port» Portag^B
dos, nominalmente portugueses
de Macau que eles eram levados para ^^lÉcIõef eles, as 1 ^mSmVaa<i'
¦ íiv-GrijeÊi*
calor e de sofrimento
caiu* Queiroz que eram, para
nomeado^TOpL£ cônsul para
manter esse Por
Sgular Í-^iorS eE5apo£nto, *™h =«J«»
comércio.
»aata
uma aísposfção fiscal da lei que^
o cônsul. Aconteoeu^^.
mente lucrativo para campanha onciai
começou uma
foi Eça de Queiroz, que
., »>'\T(
culis. b escrevia au
são dos desgraçados
18/d:
do seu país, a 17 de maio de ha a*-*****-
aue nos
.Sucede, com efeito, ^e^os
de f^es.
mayoraes otque^os cmna
natos misteriosos
mas estes excessos .^^P^âD^^1 atribuir, também,
da desesperaçao. À d^^SSuteda das superstições reli-
colonos. Assim é. Esmo Sr.,
SSS,ade
S^S 5SLS2
FUNDAMENTOS
312 —
literatura
ultimo, ao fazer-se de vela pelo mar remançoso da en-
estética, ^&ta*/a^4_^J-trgamenle abastecido de socialismo,
o o autor de «Urupês», só veio a divisar a
quanto primeiro, consen-
Terra Pormetida quando a idade e a doença apenas lhe
tiam lançar a vista para o passado, à procura do tempo perdido.
¦¦¦" '
'
I ANTOLOGIA |
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LOBATO §
MONTEIRO
do Anhangabaú
Em 1947 realizou-se no Vale
comício de protesto contra a cassação dos Vi
í
uxn glde Monteiro Lo
mandatos dos parlamentares comunistas.
ir pessoalmente
bato á doenteP e impossibilitado de cnme se ia
voz de contra o que
levantar a sua protesto
contra a Constituição, escreveu *J*gwg
imeter lida ao micrdone. d^
histórinha do Rei Vesgo parn ser
"SS«SSáSSS. do Vada de
m
Tlã %ç,
nar a paisagem».
morro que
i'--« ^ r^rto rei do Oriente havia um
saaixiii^-tMxaía^imiíJa.iiKiisfirmriOf'
MW,ÍMIrr«!!eÍMlA!Ílifl
¦
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FUNDAMENTOS
314
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.
I
DEPOIMENTOS
t? ^n rp^istindo rep'¦
repeti, mais tarde,
COnsumo a pergunta ao pivv
cardíaca. E nao resistindo, naquele tem-
do qual fazilarg ^
bato. Atribuía tudo ao fumo ^
o mal se agravou
po. Deixou de fumar quando
^ recriminar o ágor.0 como
—idod:: ir o "»« «r^ - ~° -
£*, ««. lmto
^ ^^ ^
pedia paiu
un ,*, «_,;-- -r T0bato íôra operado de um
-— -
no Fomos visita 10nd; £¦£?*
*
quisto pulmão ^i^izendo a vida. Puro en-
aborrecido com os seus sofrimento^
doente,
~^»,fj^ ^S£. com o barulho
Deitado „« co™ ~» no local da ope.
gOTo.
o ar fazia ao entrar e sair pelot ^
troças< ^
que
ra5ão. Mesmo a *^™^ ZoéLa refletisse aspectos
tris-
permitindo assim que de sua preciosa existência. De-
manteve ^
tes, atitude alias que ^«^T^ ^^ como Q ^
pois de a fazer uma agudcTe profunda and,
«o w- aa -** e cor-
^.^0té°c^amCp°asPsou
í <
£-£"m?S_t,,rr^™
FUNDAMENTOS
316 —
uma j
das .nrrc
«^J^J tínicas e linconfundíveis gargalhados,
cluindo por soltar a modi{icaçâo do timbre im-
aW™
não sem antes nos chamar a
^LM-r^-r_r_T__--
_____ suos .uol.dod.s de protondo »**?••
5.
Ppor "_£__ ^T^S
_-__. Os oseentos »"f"™ ._£ SE
c.poode «-.—^ P^
se perd,o oa^eU ? ^ ^
<_. d"» dta es__ = enfado Cau^o peno
"<___.
£*_^3S__£
^o Um dia pedt perdão paro¦¦J~*£J?°EZJ£.
feito em seguida pelo dr. Augusto
um eletrocardiograma,
umo ineuticiéodo coronona . escleros,
&_*___* cio eu previro.
depois, o dr. Mascarenhas que Lobcno se an-
do miocárdio. Contou-me, saber, nao
do exame, tudo querendo
teressara pelos mínimos detalhes
mas como alguém realmente interessado em enriquecer
como paciente,
Mais tarde, pediu-me maiores esclarecimentos in-
seus conhecimentos.
inteligentes, e exigindo de tudo uma síntese
sistindo, com perguntas
com meias explicações, e tal era a sua sofregui-
clara Não se satisfazia
fundo das coisas, que me obrigava a rever certas questões,
dão de ir ao
Colocando a ciência acima de qualquer manifesta-
afim de satisfaze-lo.
não ter estudado medicina, chegando mesmo
ção do espírito, lamentava
sua filha Ruth que se não quisesse fazer o curso medico,
a propor à
ou biologia.
pelo menos estudasse íisiologia
tratamento, entre os medicamentos receitados encontra-
Instituído o
inhalação. Não só como poderoso anti-
va-se oxigênio sob a forma de
fornecer o gás ao organismo debilitado pela fal-
espasmódico como para
causa da. deficiência circulatório. Essa coisa
ta do mesmo, justamente por
constituía um divertimento para êle, e eram en-
desagradável a outros,
as observações que fazia, destruindo imediatamente a
graçadíssimas
de sua penclitante
atmosfera de apreensão que se formara a respeito
observei nele qualquer preocupação ou pavor, tao comum
saude. Jamais
moléstia cardíaca. Pelo contrário, Lobato de-
nos doentes atacados por
experiência que
monstrava satisfação em acompanhar qualquer nova
feita. Com o tratamento houve uma sensível melhoria no
se lhe fôsse
conduz ao seu
seu estado geral, a ponto de poder galgar a escada que
de um comentário
apartamento, sem muito esforço. A propósito, lembro
«Antes do trata-
leito por êle a respeito dessa melhora do seu estado:
descançar. Prós-
mento, falou, parava de quatro em quatro degraus para
até nova Aproveitava essas paradas força-
seguia em seguida, parada.
de construções».
das para observar o progresso de S. Paulo na sua febre
de onde se
Acontece que a escada passa rente a uma ampla janela,
'*r
.*?_
subo a escada de
descortina grande parte do centro da cidade. Agora
¦•'
*
.
l
LOBATO PERDE UM DOENTE... —^317
y>
arranha-céu».
desse tratamento, através da minha profissão, tornei-me in-
A partir
inesquecíveis me propor-
timo do círculo de Lobato, que tantas horas
Eis, a explicação destas linhas, nas quais, de caso pen-
cionou' portanto,
abordarei o aspecto clínico ou técnico de sua doença, assunto .
sado não
evidentemente não cabe nas páginas de uma revista leiga como esta.
que
isto sim, descrever a atitude de Lobato em relação a moles-
Procurarei,
o levou, e o seu comportamento diante da morte, que ele pres-
tia que
e enfrentava de cabeça erguida. A impressão exata que me ficou
sentia
seus últimos meses não é, como se poderá supor, a de um doente.
dos
o doente era êle mesmo. Mas a perspectiva de uma
E caso curioso,
diferente de todas até então usufruídas por ele, fe- o
nova experiência,
dessa maneira não perder um minuto
mobilisar o resto das energias para
Tornou-se médico para melhor observar-se doen-
siquer da nova aventura.
outra solução que a de acompanha-lo como par-
te A mim, não restava
Talvez por isso jamais pude supreender qualquer quei-
ceiro ou colega.
mesmo nos momentos mais trágicos. Quem se angus-
xa de sua Parte, lhe pesava sobre o
com a responsabilidade que
uava ea seu médico era e nao
ligava: queria pormenores,
ombros, porque o doente pouco
remédios.
vascular, fui chamado nao pena so-
Quando do primeiro espasmo em relação aos fenômenos
"i
neurológica. ,
naojo
após o primeiro espasmo vascular^
O repouso recomendado o segundo, este mais
¦!. nWecido e no mesmo «^dia sobreveio
rigorosamente obedeado que durou duas horas
grave, pois que .^ldo expectativa, pairando já no ar a cons-
P^ ^
e meia. No ambiente de«terrível
ciência da enorme olhos de todos a cada ^ instante
^«^T^, crescendo
e para o pais, a an^süa ^
o- --ge ^
que passava, e ninguém
tó° s" 3*2TJ™
d°^SCr ' £S~ * ******* »"- —uma r
^ ^
FUNDAMENTOS
318 —
os mais é que
ihumlldeiS-J;;7^te No entanto, em geral os outros
como
espone
desse esporte
^va o vocabulário
o tornou-se sombrio, e como
Ar>ós o segundo espasmo, prognóstico
- ert oosXel fazê-lo obedecer às prescrições médicas, tivemos que
~ em
_«rT> .inr\*> divertindo-as
aiverwwwu com «blagues»
ôV:~;,, incríveis u f^
o serviam «ians», ~ ronseauiu
«r-J*
de ,udo. Apà, curta peananéncla áe^is ^J^Si. lo
ao apartamento e poucos dias £*
sair, voltando
de seus <~~£^JZZJ.
„„do = ser o centro de atraco a
evidente, no entanto, que,n
espasmo cedia aos poucos. Era
espírito ágil e de fácil expressão, que em poucas pakm
BéTaqude
assunto e o transmitia como °J£?L*%£
pendia aualguer --
do p,6prio acontecimento. Prevendo ,»eo
£»f° ^ uns
„r ^ uma Peora no --«^—^ .Se
o^ pr~firo 16glco:
tempos em qualquer praia, tsquivuvu de tedo. Prefiro
com conversar. E morrerei
fôr a Santos não terei quem
amarelo». Seria,
o meu sitiozinho do picapau
então S Paulo, onde tenho do seu ambien-
condená-lo ao exílio, afastando-o
na verdad , um crime os amigos, e eston
deu para visitar
te Com as melhoras acentuando-se,
visita feita à casa de Edgard Cavalheiro a quem
bem lembrado de uma "£»*£
horas de converso sobre li.e_o.ura
Íl aueria. Apà, vários «Que famíha
a seguinte observação,
litica, etc, retirou-se, fazendo-me "uma a tk£
escolher companheira queMorna
feliz! Como Edgard soube humana. Apro
do casal um verdadeiro lar». Observação profundamente
então a discorrer sobre o casamento «fW«^»»*£
fundando-se
dos desentendimentos na maioria das famílias,
e às causas principais
vivas e originais.
levou o tema longe, sempre com idéias
relação aos homens, entu,
Apesar de muito cético com
aqueles que iam contra a maré
siasmLa^com .^_^^^J£. e ficava
foi Henry Wallace. Fazia previsões
de seus últimos entusiasmos
oo comprovar os resultado,. Cova es~,£.
ZZZ de alegria
e não deixava de 1 er os )ornais e revistas
colecionava pacientemente, a quem con
do movimento de Wallace,
que se referiam ao progresso
¦ V. i
*¦'.'¦'¦ í •'
'"'•¦-. .ri'»'
.;¦#; 4l
En
rno na exaltação dos seus heróis, não perdia oportunidade de uma «bla- '
y
"=
gue»: «Vejia só, dizia êle, até o «Estado de S. Paulo» já fala de Wallace
na primeira página. Cada dia as notícias são maiores». O fenômeno
Wallace entusiasmava-o como o entusiasmaria qualquer movimento que
contrariasse a rotina. Colocava-se logo na primeira fila, pronto para a
luta. Logo, porém, vinha uma observação pessimista: «Não me sinto com /¦?
isto sim, tombar como uma. árvore fulminada por um raio. Diante do
desastre que via próximo, mantinha, contudo, o bom humor. Jamais en-
V
, >
z<
con trei um doente que enfrentasse a morte com tal disposição de espírito.
a impressão
Bastava, aliás, olhar para êle, no seu caixão. Era perfeita
de repouso e resignação. Lobato, o pesquisador feito médico nos últimos
— um
tempos, perdera o seu doente. O seu primeiro e último doente
dúvida do ex-
Lobato portador de uma esclerose cerebral, provindo sem
saber a que
cesso de trabalho intelectual. E* uma pena não podermos ¦w
322 FUNDAMENTOS
viver mais alguns anos, para ficar preso em casa, comendo arroz co-
zido em água, sem poder sair ou conversar quanto eu quero?»
Lobato viveu como quiz até o seu último dia. O segundo icto íulmi-
nou-o instantaneamente. Quando cheguei à sua casa naquela fria madru-
de cal-
gada de domingo, êle já estava morto, com uma estranha expressão
ma e serenidade na face.
¦ ¦'.*• 7'7r
í»;tf*'.'-.* 7 f
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si;
Monteiro Lobato,
0 folclore e o çaa cy perereg
ALCEU MAYNARD ARAUJO ¦
328 — FUNDAMENTOS
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Lobato e o espiritismo
HUGO DE BARROS
¦...:'. "
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Lobato encarava o espritismo. como um investigador, mas não como
um crente, e jamais, entre outras coisas, poude entender o valor e a utili-
dade das preces que são ditas numa sessão espírita. Chegava mesmo a
ironizar os místicos «graças a Deus» que dizem os crentes diante de qual-
LOBATO PUBLICITÁRIO —329
quer fenômeno porventura constatado numa sessão. Além disso, seus co-
nhecimentos teóricos da doutrina eram dos mais limitados, pois lera ape-
nas superficialmente alguns livros de Allan Kardec. Aceitava, entretanto,
a hipótese do «sexto sentido» formulada por Charles Richet e, como disse
acima, embora ironizasse certas práticas, era grande ó seu respeito pèlò
espiritismo e seus adeptos. E disso posso dar meu testemunho pois, muitas
vezes tive a oportunidade de assistir discussões suas a esse respeito.
Ficava contrariado com pessoas que procuravam negar os fatos espíritas,
atribuindo ao charlatanismo e à fraude os fenômenos por ventura obser-
vados numa sessão espírita. «Fraude é uma coisa è espiritismo é outra
completamente diferente», dizia êle. Nessas ocasiões costumava contar que
já assistira diversos fenômenos realmente interessantes que haviam desar-
rumado por completo todas as idéias pacientemente arquivadas nas pra-
teleiras de seu cérebro, embora a arrumação primitiva houvesse sido feita
com o máximo cuidado.
De tudo isso se conclui que Lobato tinha pelo espiritismo um grande
respeito e um grande interesse, mas não se pode de forma alguma con-
cluir que êle se tenha tornado um adepto da religião de Allan Kardec.
Lobato Publicitário
PEDRO NEME
i'y:hf\JJJ:7-:7- -*'» "•
y:-yS"+j']Jj.7 7l:-.: '¦ .yr.-j''i V ;* :':'' :.J, J-
330 FUNDAMENTOS
Vimos assim que, já de começo, foi como publicitário que Lobato con-
seguiu provar sua grandeza. E, sem dúvida, uma grandeza proveitosa para
os fabricantes daqueles produtos que — consultadas as estatísticas teremos
a verdade — deveram sua penetração no mercado a esse veículo inteli-
gentemente elaborado.
Como folheto de propaganda o Jeca Tatuzinho está só. Não só por ter
sido o primeiro e único, mas também pela tiragem, algo espantoso no
nos esquecer
gênero: até agora 16 milhões de exemplares. E não devemos
de que Lobato abordou o tema pelo lado negativo, o processo mais difícil
da divulgação do anúncio. A explicação do sucesso está na seqüência re-
cuperadora e na personalisação indireta do assunto. O lado aventureiro
do tema também muito contribuiu, já que todos nós temos um pouquinho de
Crusoé no sangue.
Com o I. T., Lobato entrava no campo da publicidade como redator,
ou «copywriter», vocábulo corriqueiro nos meios propagandísticos. Um dos
primeiros, e o mais famoso. Mas, sua função de homem de propaganda
não parou aí, pois Lobato, ao que sei, redigiu e revisou muito texto de
toda a linha Fontoura durante vários anos. Essa informação eu colhi na
Standard, empresa que em certa época distribuiu a propaganda da Fon-
toura. E' a integração corpo e alma de Lobato a mais esse meio de vida.
Integração que se estendeu a muitas de suas atividades. Na editora que
levava seu nome e na que transformou em sociedade, Lobato sempre ti-
rou uma casquinha contribuindo com suas idéias publicitárias. A «Revis-
ta do Brasil», fundada por êle, não deixou igualmente de ser um veículo
de propaganda. A União Jornalística, mais tarde, então foi passo extremo
dentro da profissão. Êle a adquiriu para fazer a propaganda comercial
de sua companhia de petróleo. Também para uma campanha eleitorei-
ra... que não sei no que deu, pois tudo ficou escuro num certo 10 de
novembro. Essa fase, portanto, o situa não apenas como técnico em pro-
paganda, mas também como dono de agência de publicidade. Não se
poderá negar que Lobato tenha sido um pioneiro e um inovador da publi-
cidade no país, pois somente depois dele é que a propaganda começou
a desenvolver-se. Lobato fundou ainda um jornalzinho-revista «Coisas Nos-
sas» para tornar mais fácil a penetração no mercado, das coisas que vendia.
E' é ainda como publicitário que o encontro fornecendo testemunhos da
qualidade de certos produtos, a empresas de propaganda a serviço de
determinados clientes. Um dos exemplos é o fac-símile de um anúncio sô-
bre máquina de escrever, que reproduzo aqui, acompanhando êste depoi-
mento. Foi tão interessante esse testemunho, que o cabeçalho — «a máqui-
na tal» é positivamente um términus», — se espalhou e ainda hoje perdura
na lembrança de muita gente. Consultando, fui seguramente informado de
que esse anúncio produziu ótimos resultados. Foi ainda, através da mesma
carta que Lobato demonstrou sua facilidade para os neologismos ao lançar
¦ív ¦" .-¦,"¦ a público o termo «tipar», em substituição a escrever a máquina, longo e
pedante. Ao que sei, Manuel Bandeira empregou o mesmo vocábulo. De-
pois, por certo.
LOBATO PUBLICITÁRIO — 331
MONTEIRO LOBATO,
miajmmifv àa intwttçtnóo bro-utóru ateiam
• K*. í?'W1lr!ff -'/J -''*^A K'// '-¦'-/£¦' ÍX*l ¦*'*. 't •'/^^^OxBlSStS^!^/^^lÊmmmmmmmmmmm^mmmmm\ &' yHmmmm\
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332 — FUNDAMENTOS
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«RABISCANDO • • •
medico
Como soíria de insonia. escrevi a um conhecido
qual o melhor narcótico que êle conhecia, ao
perguntando
Ha trinta anos que sou
que me respondeu: «Caro Josbem: o ópio.
médico e sempre tenho empregado como narcóticoa Enciclo-
lendo
a codeina e outras. Mas ha poucos meses,
lá a seguinte anedota:
pedia do Riso e da Galhofa, encontrei
— Um escritor escreveu no
EMENDA PEOR QUE O SONETO
— outras coisas; na impressão
primeiro capítulo dum seu livro «ostras coisas».
saiu «oltras coisas»; e o editor pôs na Errata
Aa
Isto é o que se chama emenda peor que o soneto».
acabar de ler essa «anedota», um irresistível sono apoderou-se^
narcótico,
de mim, e cuando acordei vi que estava ali um
mais poderoso que quantos conhece a medicina. Tenho-o^ em-
sofre de insôma.
pregado com admiráveis resultados em quem
a é de fácil aplicação, porque basta ler duas ou três vezes.
Vou mandar felicitar o Sr. Pafuncio Semicupiu Pechincha,
autor de tao maravilhosa descoberta. (Assinado) Dr. Mebsoj».
— Nunca empreguei êsse narcótico como manda a fórmula
desse médico, porque desde êsse dia basta lembrar-me das
anedotas do tal Pafuncio para que a insonia fuja espavo-
rida». — JOSBEM.
de
Parece que essa «Enciclopédia do Riso e da Galhofa», da autoria
Monteiro.
Pafuncio Semicupio Pechincha, foi um dos primeiros livros que
o objeto
Lobato leu, — e muito se impressionou, porque não só fez dele
mais
de sua estreia nã imprensa colegial, como várias vezes o citou
dos.
tarde, em contos e artigos. No conto «O Engraçado Arrependido»,
«Urupês», ha este trecho, a propósito do Sousa Pontes, o tal engraçado:.
w_
'_$
,' th
¦ ,v
334
FUNDAMENTOS
**» .
«Sabia de cór a «Enciclopéa do Riso e da
Galhofa», de Fuão Pechincha,
a criatura mais dissaborida que Deus
plantou no mundo...»» Devia ser
terrivelmente dissaborida a tal enciplopédia, edição do velho
Garnier, por-
que Lo&ato leu-a em menino e dela nunca mais se esqueceu.
Essa «estréia» de Monteiro Lobato na «imprensa» ocorreu
em 1896.
Tinha êle pois 14 anos — e já prenunciava o escritor
de mais tarde.
Estilo correntio. conciso e já a contar coisas. Monteiro
Lobato nunca fez
estilo por estilo, nunca escreveu sonoridades
que nada dizem. Sempre
procurou contar alguma coisa, ou arrazar com alguma coisa. A sua fúria
arrazadora começou muito cedo. Aos 14 anos
já arrazava o tal Semicupio
Pechincha, que talvez sobreviva apenas através do
que Monteiro Lobato
disse dele no «Engraçado Arrependido»,
-...¦- ¦,
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x>v':':':'.::-:'_:::.">-:'vX;
:"x:x-:vXv'v:x':-:v_v
"Revista
Fotografia de formatura (1908) No tempo da do Bra|
Jovem estudante no tempo do
"Cenaculo "Minarete" sil" ponto de partida de sua|
e do
atividades editoriais
_£ 111^ ___k
Em 1923
' '*-'!. * '
Em 1947.
WÊ$m8mmzÈÊÊÊÈÈ$í'.<:¦'¦*•& '4&'
:•:•:•;¦:•:¦:•: ¦.'.-¦
•(';'*
A casa
de Campos do
Jordão onde Lobato es-
creveu alguns de seus
livros infantis
Fazenda São José, entre Caçapava e Buquira. onde Lobato criou o "Jeca Tatu"
e escreveu os magníficos
contos de "Urupês"
p.:.;.:.:..;_5..:_:_ ¦0mimA:.44...
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Fotografia de d. Purezinha tirada por Lobato na
fazenda São José, em 1916
O casal Monteiro Lobato em companhia de seus filhos Guilherme, Edgar, Martha e Ruth, nas vésperas de sua
partida para os Estados-Unidos
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v.v. H^^H * '^«fl^l
'¦'mÂ^Ê ^^¦fc'!'.¦>.'!¦.'¦.'. ^¦'''¦¦¦'•'-"^¦''•'¦'¦'¦'•¦•fl^^B^^^íB^flTJÍ'*^BSM^^H ^^K jflfll ^^B, «IflEKvSIEwH^^^^^^^HKr^Wi^fl^HF
wSK>'^tow ^B^vv-V ^V^u^. _m_^.-^_^_w
'flflrc^^Y^ Bife >BK3cRflfl6cHflB' ^S_^___t__(S_W
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^«¦ÉSL^ o^»*. f* fliiír»^ flW ._¥ fl flr&sÉI&S'**" w|L.- ^^BsSirflEl. •&•; BMOlumíiimj... iÊ WwKWmiL -W
¦
vSflj fl flMaK flsi^^f:S^flí' lÊu WfâmjftÈm^WÊW I HHÍ^ fl^fâsB?^ ¦ • :í!fS*;> C.-M fl
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¦V :5flflK'*-^^^-*íW ''y V V^Íb^^b^kI^:
/xí': ¦H-flBK^^^^K-- ^^v§R Jj^fô^!*^^K «fi HMfltt&Ãv'' & .flflBMSi68^ ^ ^5^^ **r*p^>vh^
sf&íÉfc* •*/;$£& ;
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Com Octalles Marcondes Ferreira foi seu Com Caio Prado Júnior e Artur Neves, seus sócio;
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editor até 1945 na "Brasiliense" editora de suas obras completas
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Lobat o e as crianças
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LITERATURA
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Carta n. 3
O homem da varinha mágica
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336 — FUNDAMENTOS
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maestro Gibóia, que deixara a imaginária batuta com o tocador
de^ requinta e seguira na frente, a fim de arrebanhar os novos
músicos da charanga.
Bwffft""-'"- .-_" Domingo, à meia-noite, depois do espetáculo, começou a
mudança. A lona, os mastros, as tábuas da arquibancada, a
cerca do picadeiro e o resto do material foram transportados
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A vida do palhaço era complicada. Nela havia uma mu- ¦.'-¦'¦¦; -x>;,
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com os companheiros. Hospedava-se nos hotéis de segunda ''S: •>¦;&
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classe. E, como era ciumento, tomava parte freqüentemente . - -Ü
em rixas. Um dia era êle a bater, outro dia a apanhar. Não '
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338 FUNDAMENTOS
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só mostrava a- ponta do nariz, que era uma lâmpada vermelha. '¦• '«¦'
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E eu que esqueci o «cache-col»! — lamentava-se o con-
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dutor do caminhão — «Sai daí, palhaço!», fazendo entrega de
grandes blocos de gelo.
As lojas da rua Mauá abriam-se com medo. Caixeiros
lisos erguiam com estrondo portas onduladas. As vitrinas só
exibiam cobertores, uns de vidro maleável, outros de camelo
sintético. E lâs de leite, de açúcar, até mesmo de ovelhas. E
flanelas de areia. E sedas de visgo. E veludos de mata-borrão.
Nos botequins, bebia-se café expresso feito de milho torrado,
com pâo de farelo e manteiga de coco. Os mais friorentos
entregavam-se ao vinho de laranjas, com açúcar de beterraba,
em cálices de galalite. As alegres dacülógrafas de Windsor
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340 FUNDAMENTOS
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342 FUNDAMENTOS
cor-
dialmente, como se fôssemos velhos conhecidos. Mas, à'
des-
pedida, para que a minha confissão clara e sincera não a dei-
xasse de todo desiludida, fiz menção de colher uma flor
em
imaginário jardim e dei-lha como lembrança.
Uma rosa! — exclamou ela.
Príncipe negro... — expliquei
eu, com naturalidade.
Prestidigitação ou ilusionismo?
Nada disso; apenas desejo de
agradá-la.
Ela ficou perplexa; aquele meu
gesto insignificante tinha
eito renascer em seu espírito todas as ilusões
lavras, pouco antes, haviam posto abaixo. que minhas pa-
No dia seguinte, à tarde, estava eu terminando os
endere-
ços quando Paula entrou. Encontrou-me em mangas de cami-
sa, com a garrafa e o copo à frente, como era
meu costume
bentou-se no sofá e ali ficou a estudar-me.
Toma um aperitivo? —
perguntei-lhe.
V°Cê 6Stá bebendo uisque e eu nâo <3°si° de
bebidas°fort9ada'
Um licor de cerejas?
Ora, vai-lhe dar trabalho...
Que trabalho?
bUS??r Cálice e' Peganclo na garrafa de uisque, ser-
-n iuFUr Tu
vi-lhe licor. Ela olhou o cristal cheio de um
líquido côr de rubi
e se pos a rir.
Explique-me isso...
Isso, o que?
De uma só
garrafa você tira diferentes bebidas?
¦
Só então reparei.
Esta garrafa escura é
dividida, por dentro, em quatro
compartimentos. Custa, vazia, dois dólares e
cinqüenta Ago-
ra deve estar mais cara. Graças à
pressão dos meus dedos num
ou noutro ponto, ela fornece vinho branco, licor de
cerejas, uis-
que ou absinto. Como já estivesse muito visto, retirei-a dos
programas. Você não conhecia esse truque? E' tão velho
Ficamos ali, um diante do outro; eu a trabalhar
e a beber
como era meu costume, ela a observar-me.
Quando vi que Pau-
la havia sorvido a última gota do licor, abri a
maço de estopa, dessa que se usa gaveta, tirei um
para limpar máquinas e oíe-
reci-lhe:
Coma.
Ela riu, divertida.
E' doce.
Dei o exemplo. Só então ela aceitou. A estopa era feita
de açúcar mascavinho tornado filamentoso
por um daqueles
moinhos que ainda hoje se encontram nas
quermesses, mani-
pulando o açúcar branco para torná-lo em algodão, guloseima
de que as crianças gostam tanto. Quando ela acabou de comer
um floco de estopa, dei-lhe um pedaço de ferradura velha, .*. ;
deformada pela ferrugem. Dessa vez, a moça viu logo
¦f: ¦¦¦Jí-;.
que sé
tratava de ilusionismo e levou-a com cuidado à boca:
Chocolate!
Ainda ficamos a conversar um bom pedaço. Quando as
luzes se acenderam no salão, ela achou que estava ficando
tarde e se despediu:
Eu não o aborreço?
Não. Ao contrário. Como vê, não tenho
visitas...
Conduzi-a até o salão. À despedida senti que sua mão
se demorava na minha um pouco mais do que seria
para es-
perar.
Vou encontrar meus
parentes já na mesa. . .
Só se eles se guiam
por outro relógio!
Por que?
.*"
Porque o seu marca ainda 4,30.
Ela ergueu depressa o braço esquerdo e consultou o reio-
ginho de pulso; tinha parado. Seus olhos dourados arredonda-
ram-se de admiração. E dessa vez desceu a escada, ràpidamen-
te, sem olhar para trás.
O zelador qüe andava por ali aproximou-se de mim e se
pôs a falar:
Conhece essa moça? Ela é minha conterrânea. De
muito
boa família. Ficou órfã e veio morar na casa dos tios. Era ••¦
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pia-
nista e de um dia para outro brigou com o piano. Cantava mui-
344 — FUNDAMENTOS
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LEIS POLÍTICAS
Lei d e segurança
para
suprimir a constituição
RIVADAVIA MENDONÇA
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346 FUNDAMENTOS
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350 FUNDAMENTOS
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ção, com os homens da situação promovendo a elaboração do
novo código de repressão política, a que deram o nome de lei
de defesa do estado. Em seu projeto se encontram as mesmas
heresias jurídicas perpetradas na lei de segurança do estado-
novo. Pretende-se criar as figuras de novos delitos e, si assim
não fosse, não seria necessária essa nova lei de exceção, por-
que o código penal vigente que foi elaborado em pleno apogeu
estadonovista, seria suficiente para punir delitos comprovados.
Mas é que a máquina repressiva necessita de mais amplo cre-
dito de arbítrio e irresponsabilidades, de modo que possa for-
jar processos tenebrosos em que os envolvidos sejam passíveis
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356 FUNDAMENTOS
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tura na vida dos povos, relembrou a pergunta de Gorki quando êste denun-
ciava a indigência do humanismo burguês e conclamava os intelectuais a mar-
char ao lado do povo: «Com quem estais, mestres da cultura?»
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versai tornar-se-á realidade um dia, porque uma nova ordem de coisas, uma S
ciência nova, novas necessidades econômicas imporão aos homens o estado I
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humana de ou-
ponto de vista do interesse geral do progresso e da felicidade
tro lado; 2) do ponto de vista da constatação das abomináveis perseguições
sofridas pela cultura nos paises fascistizados e da constatação de que o fas-
cismo militarmente vencido ainda não foi completamente extirpado; 3) do pon-
to de vista da constatação de que a identificação progressiva dos meios de
dificuldades crescen-
guerra com os meios econômicos, traz, em muitos paises,
tes à difusão das invenções e descobertas de interesse militar, imediato ou
'W:
remoto.
a
Logo a seguir, referindo-se especificamente à bomba atômica, diz que
atual etapa da civilização se caracteriza não só pelas grandes possibilidades
de felicidade que oferece aos homens como também por iguais possibilidades
não é su-
de destruição. Sabemos hoje, acrescenta, que o progresso científico
felicidade e a
ficiente para assegurar a felicidade dos homens, que entre esta
de classes
técnica se intercala a estrutura econômica e social com a divisão SS
XX
358 — FUNDAMENTOS
da
Gabriel Mareei e até mesmo Charles Nicolle. Após examinar outras épocas
história, aborda o problema da especificidade de nossa época no que concer-
ne às relações entre a cultura e a técnica: «temos a felicidade inaudita de
viver numa época onde a técnica, auxiliada pela ciência, ultrapassa as ne-
cessidades humanas». Nas épocas passadas, quando a humanidade não po-
dia produzir como desejava, era natural que sobreviesse a grande lei bioló-
nível técnico, melhor sa-
gica da luta pela vida. Na medida que se eleva o
tisfeitas são as necessidades dos homens; mais diminue o domínio da neces-
sidade; mais largamente pode se extender o domínio da liberdade e da res-
ponsabilidade que represntam a mais alta dignidade humana.
Ilya Ehrenburgo pronunciou veemente discurso na defesa da cultura dos ve-
lhos povos da Europa, denunciando o obscurantismo que reina novamente em
muitos paises. Estigmatizou a irresponsabilidade e a leviandade aaqueles qae
não deram ouvidos ao apelo feito, há 13 anos, em Paris, pelos escritores de
vanguarda então reunidos também num congresso internacional para a defesa
da cultura. A morte de milhões de homens e mulheres, entre os quais muitos
gênios que ainda não haviam tido tempo para se manifestar; a destruição de
monumentos em tantas cidades da Europa; a perda de homens como Vancura,
Seleuski, Garcia Lorca, Max Jacob e outros, tais alguns dos prejuizos decorren-
tes da leviandade de muitos intelectuais que não quizeram atender ao apelo
de lutar pela paz. Mostra como escritores do tipo de Drieu de la Rochelle to-
mados de intenso pessimismo, nada julgavam possível fazer e se tornaram, mais
tarde, sórdidos colaboradores do nazismo. Mostra que a mesma atitude prenuncia
a disposição de muitos escritores que jogam as flores de seus parques na-
cionais aos pés dos caixeiros-viajantes americanos. A seguir refere-se aos que
pretendem dividir a cultura que é indivisível sob o pretexto de defender a
II «cultura ocidental», quando na realidade pretendem defender essa mesma
«cultura ocidental» contra Aragon e Eluard, contra Joliot-Curie e Picasso. Acusa
os detentores do poder nos Estados Unidos que, dominados por uma agressi-
vidade de fanáticos, atentam contra as fisionomias nacionais dos paises da
Europa ocidental, inundando-os com a sub-literatura estandartizada de seus pio-
res escritores como se não tivessem homens como Einstein, Faulkner, Fast ou
Chaplin que propositadamente esquecem.
Ironisa, a seguir a tutela cultural que esses mesmos fanáticos pretendem
impor a Londres, Paris e Roma. Ataca a falsa idéia dos Estados Unidos da Eu-
ropa que, na concepção imperialista, seria mais um sindicato profissional de
servidores e gerentes do que um agrupamento de povos. Não será, diz ainda,
li
um Moch qualquer que nos fará esquecer a França de Rimbaud, Pasteur e
Zola. «Aos intelectuais, espíritos avançados do mundo, cabe esclarecer o fu-
turo e não temê-lo. Não se pode compreender os outros homens sem ama-los.
Paz aos homens».
O abade Jean Boulier leva a adesão do pensamento cristão à tese da con-
vergência — e não da oposição — do progresso técnico, do progresso so-
ciai e do progresso moral, formulada por Mareei Prenant. Sua oração, ele-
gantíssima na forma, demonstra a possibilidade e a necessidade da paz, da
cooperação de todos os homens no terreno prático da ordem social guiada
por um pensamento nacional unitário que leve em conta as novas necessidades
do mundo.
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E, entre estes muitos outros, não podemos esquecer Pablo Picasso que, de-
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pois de ter defendido com simplicidade e clareza uma moção de protesto con-
tra as perseguições movidas contra seu amigo Neruda, desce da tribuna acla-
mado pelo congresso em pé. Também' provocaram momentos de emoção no
congresso o poeta Aimé Césaire e o romancista hindu Mulk Raj Anaud, o
primeiro denunciando o horror das guerras coloniais onde corre sangue de
homens de todas as cores e onde a «Civilização dita ocidental usa as mais
vergonhosas armas», e o segundo descrevendo o sofrimento de seu grande
povo. As intervenções dos delegados coloniais impressionaram o congresso pelo c
•v
alto nível político revelado e pela fibra de seus lutadores. Jorge Amado de-
nunciou os atentados contra a liberdade no Brasil e descreveu a situação de
miséria e ignorância das grandes massas de nosso povo. No mesmo sentido
falou um delegado da China.
O Congresso também tomou conhecimento de diversas mensagens, entre
as quais uma de Vicente Lombardo Toledano, refutando a pretensa unidade :¦
política americana no que diz respeito aos planos bélicos e examinando a di-
versidade do desenvolvimento histórico dos Estados Unidos e dos paises da ¦-C:
-¦:¦
América Latina.
De um modo geral, todas as teses, mensagens, comunicações apresentadas
no Congresso assim como os debates que lá se travaram, revelar:, o ccnteúdo -
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necessariamente político que tem o problema da paz mundial sob o ângulo r..B
Manifesto
Nós, homens e mulheres de «cultura, de ciência e de arte de quarenta e cinco
paises, reunidos na cidade polonesa de Wroclaw, nos dirigimos aos intelectuais
do mundo inteiro.
Relembramos-lhe o perigo mortal que, recentemente ameaçou a civilização.
Fomos testemunhas da barbárie fascista que destruiu os monumentos históricos
e culturais, que perseguiu e assassinou os intelectuais, que espesinhou insolen-
temente todos os valores espirituais e ameaçou até mesmo as idéias de conscien-
'
&ZZ-Z":.
..' . ..V*. .
cia, de razão e de progresso.
*.
A civilização humana foi salva ao preço de inumeráveis vitimas e de sacri-
iicios indiscritiveis pela imensa tensão das iorças democráticas, as da União
Soviética, dos povos da Grã Bretanha e dos Estados Unidos e pelo heróico mo-
vimento de resistência dos paises dominados pelo fascismo.
Ora, eis que na América e na Europa, contra o desejo e a vontade dos povos
do mundo, um pequeno grupo de homens sequiosos de dinheiro, que herdaram
do fascismo suas teses de supremacia racial e de negação do progresso, que
fizeram sua a tendência fascista de tudo resolver pela força das armas, querem
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perpetrar um novo atentado contra o patriotismo espiritual dos povos.
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MANIFESTO — 361
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ção; apela para que todos os esforços sejam dirigidos no sentido de dar uma
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NOTAS
só os trustes norte-americanos têm
POLÍTICA capacidade e devem explorar as nos-
sas riquezas minerais.
Tudo indica que em nome da co-
MISSÃO ABBINK laboração continental seremos con-
vocados para grandes sacrifícios...
Encontra-se em nosso país, há já R. B. C.
algumas semanas uma comissão de
técnicos norte-americanos, compôs-
ta de especialistas dos mais varia-
dos setores de atividades econômi-
cas e financeiras. Essa comissão está LIVROS
sendo assistida por técnicos brasi-
leiros empenhados em proporcionar-
lhe as mais completas informações Le Marxismo est-il dépas-
a respeito de nossas riquezas natu-
econômico, sé? - V. Leduc.
rais, desenvolvimento
problemas financeiros e de governo. O triunfo definitivo de um sistema
Não obstante o desencontro que filosófico se avalia pela sua trans-
se observa nas opiniões a respeito formação em bom senso. Já nos fins
dos objetivos atribuidos à Missão do século 17 não era mais concebi-
Abbink, não padece dúvidas de que vel que um cientista baseasse os
ela está votada à elaboração de um seus raciocínios em dogmas revela-
plano econômico para o Brasil, en-
dos e indiscutíveis. Toda argumen-
quadrando-o nos planos de amplitu- tação científica devia ter como ponto
de continental orientados e controla- de partida a dúvida e desenvolver-
dos pelos Estados Unidos. A inspira- se por meio da observação, da ex-
ção de todos esses trabalhos é, como periência e do raciocínio. Era o sis-
se sabe, a próxima guerra, tão alar-
tema filosófico de Descartes, já triun-
deada que até parece ser desejada... do
fante; partira êle singelamente
Vale a pena lembrar que a vinda bom senso, como «a coisa mais es-
e os trabalhos da Missão Abbink palhada no mundo», e, reunindo as
estão relacionados com o «memoran- idéias dos seus predecessores Bacon,
dum» que o General Dutra entre- Da Vinci, Galileu, e encarnando as
gou a Mr. Snyder, quando esse Se- aspirações espirituais da classe bur-
cretario do Tesouro norte-america- guesa em ascensão, argumentou tão
no esteve em visita ao nosso país. convincentemente que as próprias
Não se sabe ao certo o que dizia idéias novas que êle conquistou para
aquele documento, mas, tratava, ao a Filosofia se transformaram também
que se alude, de um pedido do Ge- em bom senso.
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neral Dutra agora satisfeito com a A leitura de alguns modernos auto-
^
vinda da missão planificadora. Por res franceses nos dá a impressão de
outro lado, há algum tempo, andou que o mesmo está acontecendo com
por aqui a Missão Morris-Cook, preo- o marxismo. Já não se nota mais
cupada com as nossas riquezas mi- aquela agressividade com que os
nerais. próprios fundadores deste sistema ri-
Agora, depois das missões, visitas, dicularizavam os falsificadores da fi-
etc, surge o caso do petróleo, pro- losofia; nem o estilo panfletário dos
vocado pelo envio de um projeto de teóricos do comunismo r.usso, que uni-
lei ao Congresso, segundo o qual ram a essa teoria a sua ação cons-
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ciente sobre o desenrolar da histó- Outra análise mais longa e não ¦ ¦:¦ i
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ropa e na América. Ainda que não que a obcenidade atinge o mais alto m
tivesse sido um escritor de talento, nível de repugnância, eis o que está
bastaria que êle houvesse narrado a abarrotando as nossas' livrarias e ré-
suo: terrível experiência para que tal cebendo os aplausos, recheiados de
. sucesso se justificasse. Mas acontece auto-suficiente, mas falsa erudição, da
— como ressaltou Howard Fast — «claque» de críticos da chamada
grande imprensa. Koestler, calunia-
que Fucik escrevia como poucos. E
isso confere ao seu livro, sem dúvi- dor profissional, e Sartre, obceno e
da, uma qualidade digna de todo vil, fornecem os ingredientes com que
realce. se pretende envenenar a nossa ju-
O que, todavia, merece o maior ventude. Um suposto diário de Eva
realce é que-Fucik nos legou um dos Braun, amante de Hitler, se foi trom-
niais notáveis e vividos exemplos beteado na primeira página dos jor-
do novo humanismo, que se vai for- nai-s, cujo proprietário é, por coin- ¦
r..
¦¦
A seguir, Garaudy estuda Mauriac, diz qual pode ser o conteúdo da crí-
como escritor e como homem. Reco- tica que Garaudy faz da obra do
nhece seu grande valor. Mostra que, autor de «O Zero e o Infinito». Li- '
mens de sua classe. Daí seu respei- ram-lhe considerável nomeada. Laski ¦¦'
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to pelas elites, seu medo das mas- tem desempenhado cargos de impor-
sas, suas tentativas de ridicularl- tancia no Partido Trabalhista Brita-
zar o «homem novo», seu ódio con- nico, inclusive a presidência de sua - . .': . ' ."": . ',
tra os partidos e contra os países que comissão nacional executiva. Exerce
querem transformar os homens. Es- uma cátedra na Escola de Economia
critores como Mauriac que souberam e Política de Londres, e, colabora
revelar
* tudo que existe de sórdido com freqüência na imprensa burgue-
no mundo em que vivemos, que nos sa internacional. E' considerado por
ensinaram a dizer não, incapazes seu partido como a maior autorida- ?m
nifesto, e vários dos prefácios de En- de que, nesta altura da arte de es-
gles às sucessivas edições alemãs do crever, neste instante histórico da li-
grande documento. teratura de ficção, conformar-se com
I. E. F. os velhos modelos de todos os tem-
pos, e repetir as mesmas narrativas
de sempre, variando apenas o con-
teúdo de vida de acordo com a di-
versidade das atitudes humanas, não
REVISTAS vale a pena». Nada mais falso. Ciên-
cia, arte, literatura só têm sentido
quando vistam libertar o homem das
Província de São Pedro barreiras materiais que lhe dificul-
- N* 10. tam a vida e muitas vezes o aniqui-
lam, ou dos dramas interiores que o
Temos em mãos o número 10 da deformam e o inutilizam. ¦ 7-7'È
revista «Província de São Pedro», pu- Vidal de Oliveira escreve com en-
blicação trimestral da Editora Gio- tusiasmo sobre o livro «El lugar dei
bo, dirigida por Moisés Vellinho. Tra- hombre» de J. Sander que traduziu
ta-se, inegavelmente, de uma revista para o português. Trata-se de uma
séria e independente, mas que nos obra que, no dizer do próprio autor
dá a impressão de ser escrita à do artigo, «não apresenta solução
margem do mundo de hoje, como se para os males que esmiuça em tra-
êle não existisse. ços excepcionalmente vigorosos, mas r'J.J-y
dense caracterizam-se pelo seu con- tes se o livro «não apresenta solu- 7.•'.''¦
'.
teúdo idealista, ingênuo e inofensivo. çãa para os males que esmiuça»? Li-
Não encontramos nelas uma linha vros desse gênero são perfeitamente
sequer que não pudesse ter sido inúteis pois todos sabem que as des-
escrita há vinte anos atrás, o que graças humanas decorrem da guer-
bem demonstra o que dissemos aci- ra, da miséria, da fome, das doenças.
ma; Entretanto, como se trata de uma Precisamos de livros que nos apon-
revista séria e honesta mas que ape- tem a solução para os problemas so-
nas ainda não conseguiu libertar-se ciais, que nos digam, sem idealismo,
de um passado superado, permitimo- sem romantismo, concreta, objetiva,
nos uma crítica a nosso ver constru- cientificamente, como evitar a guer-
tiva. E, com essa finalidade, seja- ra, a miséria e a fome.
nos lícito apreciar superficialmente
os artigos de três autores que, pela
sua seriedade, merecem toda a nossa Os exemplos apontados acima,
estima. _ mostram perfeitamente o espírito e
Carlos Dante de Morais, um dos a orientação de uma revista gue, pe-
estudiosos de mais talento do Rio las suas condições e possibilidades,
Grande do Sul, ainda vive dentro do poderia ser um dos mais importan-
clima de 1922 quando escreve «Gra- tes órgãos da imprensa brasileira,
capaz de contribuir para a elevação
ça Aranha e o lado trágico da vida»,
tema há muito superado pela histó- do nível de vida de nosso povo, tan-
ria como demonstra Tristan Tzara no to do ponto de vista material, como
seu livro «Le surrealisme et 1'après do ponto de vista moral e cultural. ¦'¦'¦¦
¦
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paises democráticos da
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,
americana
,",
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e pratica — En-
'¦ . :,i **
da arquitetura
de contra-se em Birmingham, Inglaterra,
- Difusão do ensino Schenberg, catedrático
quitetura Regu- o prof. Mario
arquitetura - Programas, b) Racional de nossa Uni-
' III — A de Mecânica
lamentação da profissão. — A m- versidade. O prof. Schenberg que
a)
arquitetura e a indústria de um Congresso de ti-
arquitetura; participa
dústria na evolução da naquela cidade, irá depois a
materiais sica
b) A indústria nacional de onde tomará parte em outra
de construção e nossas necessidades Bristol
— ra-- de física teórica. Como se
— Modulação de construção reunião
IV - Temas Livres - sabe, o prof. Schenberg foi um dos
dronização. brasileiros ao
Teses e estudos avulsos. convidados especiais
Congresso Mundial de Intelectuais
Com tal temário é de se
^esperar co- de Wroclaw. Visitou rapidamente al-
de interesse
que muitos trabalhos guns paises europeus, antes de ir
letivo sejam apresentados, principal- a Inglaterra, onde acaba de
a habüa- para
mente no que diz respeito
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x MODAS CLIPPER
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sua homenagem a
também presta
— o saudoso
Monteiro Lobato
ofereceu sua vida e
brasileiro que
de idéias
sua capacidade de criador
e de homem de ação ao engrande-
cimento da pátria.
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LOBATO,
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vitrina MONTEIRO
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se ve ^ ^ __ ^decorada
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aos que ^
objetivo estimular — a. q monu.
brasileira
mente as crianças
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mento ao criador fatura ae .^
__ uma dívida de gratidão
nacionais.
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FUNDAMENTOS4
nos seus três primeiros números publicou
A USTA DE JOB
Anibal Machado
PÁGINA INÉDITA
Graciliano Ramos
CRISE DO ESPIRITO
Astrojildo Pereira
7 CARTAS LOUCAS — I e II
Afonso Schmidt
ARTE FUNCIONAL
H. J. Koellreutter
O FANDANGO EM CANANÉIA
Alceu Maynard Araújo
REALISMO E ABSTRACIONISMO
E. Di Cavalcanti