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É precisamente graças a esta última prova e à força que ela exige que a borboleta acumule
nas suas jovens asas, que esta desenvolve a musculatura de que terá necessidade depois
para voar.
Quem ignorar este dado importante e, imaginando ‘ajudar’ uma borboleta a nascer, romper o
casulo em seu lugar, assistirá ao nascimento de um lepidóptero totalmente incapaz de voar.
Esta não terá conseguido utilizar a resistência da sua sedosa prisão para construir a força
de que teria necessidade para subtrair-se àquela ganga e lançar-se seguidamente no céu.
duas vezes.
) concordo ( ) discordo
2) O texto fala da transformação da borboleta que você aprendeu nas aulas de ciências.
3_O autor utiliza-se do texto para orientar sobre o processo de transformação. Qual é a
grande lição que ele quer passar com o texto?
A força vem
A sabedoria vem
A prosperidade vem
A coragem vem
AMIGOS DA ESCOLA
Lembra deles?
Claudia Werneck
Amigos da escola são para sempre. Pelo menos, na memória afetiva. Dedicamos quase duas
décadas de nossas vidas à rotina dos uniformes, deveres de casa, das provas ... E o que afinal fica
dessa vivência quando nos tornamos adultos? Pouco do conteúdo aferido nos testes que nos davam
a glória de passar de ano - ou não. Bastante das brincadeiras no recreio, das festas e das
transgressões cometidas na hora da aula sem que o professor desconfiasse de nada.
Mas a melhor recordação da escola são os amigos. Ah, os amigos! Até hoje, aos 42 anos, lembro-me
bem dos talentos e das limitações, e também das personalidades, daqueles que dividiram comigo, por
um ano letivo, ou mais, a mesma classe. Se hoje eu fosse convidada a ser Ministro da Economia, por
exemplo, saberia exatamente quem deles chamar para me assessorar em cada detalhe. Neste
Ministério, gostaria que meu braço-direito fosse a Verônica. Ágil, empreendedora, estudiosa, uma
financista nata. Poupava cada centavo ganho para comprar lanche na cantina, controlava a mesada
como ninguém. O dinheiro dela dava para tudo. Jamais cedia a tentações de natureza consumista.
Organizada, ai de quem alterasse a ordem dos livros e dos discos dela na estante de sua casa.
Agora, eu jamais chamaria a Verônica para trabalhar comigo em uma situação que exigisse jogo de
cintura, flexibilidade, domínio e prazer nas relações humanas. Seria um fiasco. Minha amiga tinha
pavio curto. E ainda tem.
Gosto de recordar-me dos meus colegas do maternal ao vestibular. Posso revivê-los em detalhes.
Deles tenho boas e más lembranças, o que é ótimo. Reflete o quanto a criança ou o adolescente,
intuitivamente, se exercita e se articula eticamente no ambiente escolar. Desenvolve visão crítica.
Mesmo os colegas menos chegados deixaram em mim certa marca. Lembro-me de quem lia bem,
recortava ou desenhava mal, dos mais gulosos, ou desinibidos, da menina que ainda fazia xixi na
calça mesmo grande, dos bons no esporte, daqueles que tinham o hábito de mentir, de não pagar o
dinheiro pedido emprestado. E ainda de quem tinha asma e vivia perdendo prova. Ou tinha ferida na
perna que nunca cicatrizava. Também do menino que se destacava no coral e no grupo de percussão
e hoje é cantor lírico, soube recentemente. A menina que fumou o primeiro cigarro entre nós será para
sempre uma espécie de herói na marginal no meu coração. Havia outra que sabia tudo (errado) sobre
sexo. Uma de minhas amigas tinha um namorado firme que morava em outra cidade e nunca o traiu.
Revi recentemente a Nilda, que fazia as provas de matemática correndo e as entregava antes que eu
começasse a ensaiar o primeiro dos cálculos, deixando-me com uma inesquecível sensação de ser
muito, mas muito burra. Com detalhes recordo-me dos colegas cujos pais haviam morrido cedo. E
daquela menina cuja avó usava a dentadura mais feia que eu já vira.
Conto tudo isso para pontuar que, mesmo sem ter revisto a maioria desses amigos, é viva a
sensação de que o tempo todo estivemos juntos. E cada vez que, por um motivo ou outro, revejo
algum, toco-me profundamente e me emociono tão imediatamente vem a lembrança do dia em que
fomos parceiros em um trabalho de grupo ou trocamos cola em alguma prova. Das vezes em que eu
podia ajudar. Das vezes em que eu precisava de ajuda. Somos e seremos cúmplices. Porque
freqüentamos a mesma escola.
Escola, dizem os documentos internacionais de educação, deve ser o local de encontro universal de
gerações. E resistamos à tentação de reduzir o significado do vocábulo universal. Universal quer dizer
de TODOS. De TODOS, mesmo.
Criança que não vai a escola fica sem futuro. E não é apenas porque não se alfabetiza ou não tem
acesso à educação. É porque, principalmente, deixa de fazer parte da memória afetiva e dos planos
daqueles com quem vai dividir a responsabilidade de construir e dignificar sua nação. Instituições de
ensino em que não cabem TODOS os tipos de alunos, incluindo aqueles com comprometimentos
mental, sensorial, motor ou físico de qualquer natureza podem até ser muito boas, mas ainda não são
escolas.
Claudia Werneck é jornalista e autora de vários livros sobre a inclusão de pessoas com deficiências e
doenças crônicas na sociedade, entre eles o "Sociedade inclusiva. Quem cabe no seu TODOS?",
lançado pela WVA Editora.
Com a leitura, você pôde perceber que o eu-lírico da autora fez reminiscências
da sua vida escolar. Explorando o assunto estudado em sala de aula escreva
um texto narrativo em que o eu- lírico é marcado também por lembranças de
alguma época da vida. (não precisa ser da vida escolar).