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14 maio, 2016/
— Na sua forma última, o sentimento (de confiança) tem como base os mesmos cálculos
estatísticos que um computador realizaria — explica o pesquisador Adam Kepecs, professor de
neurociência da instituição americana.
Para isso, porém, Kepecs teve que buscar estudos anteriores que indicavam que o sentimento
de confiança é decorrente de aproximações e simplificações provenientes da forma como
trabalha nosso cérebro. Estas hipóteses são usadas para explicar por que a confiança estaria
tão sujeita a nos induzir a erros. O pesquisador, no entanto, desconfiava que essa imagem não
poderia estar certa, já que, se o sentimento fosse tão falho assim, ficaríamos como que
paralisados diante de qualquer dúvida.
Assim, para determinar se o sentimento de confiança poderia ser construído a partir de cálculos
objetivos, Kepecs e o estudante de graduação do laboratório Joshua Sanders criaram jogos para
comparar performances humanas e de computadores. Num experimento, voluntários ouviam
sons entremeados por cliques e tinham que determinar quais sons tinham cliques mais rápidos.
Os participantes, então, avaliavam suas escolhas em uma escala de um (chute completo) a
cinco (alta confiabilidade). Kepecs e seus colegas descobriram que as respostas humanas eram
similares a cálculos objetivos. A confiança em relação às respostas acompanhava a própria taxa
de acerto. Eles concluíram, então, que o cérebro produz esses sentimentos de confiança que
formulam decisões a partir de estatísticas.
Ainda assim, Kepecs ressalta que os cálculos estatísticos feitos pelo cérebro revelados no
estudo provavelmente são apenas um primeiro indicador de como o nosso órgão processa as
decisões que tomamos.
Ter uma teoria sobre o sentimento de confiança, segundo o pesquisador, é um primeiro passo
necessário para desvendar como o cérebro de fato faz isso e como os neurônios agem neste
processo:
— Afinal, seres humanos ainda são melhores que computadores na solução de problemas
realmente difíceis.
Fonte: O Globo