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pesquisa efetuada mundialmente pelo falecido professor de psiquiatria canadense da

Universidade da Virgínia, Ian Stevenson, desde os anos 1960 até 2007, com mais de três mil
estudos de casos, que segundo ele, fornecem evidências que sugerem não apenas a existência
de espíritos como também a mediunidade, o desdobramento espiritual e a reencarnação,
nomeadamente com a publicação de Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação
(1966).[102][103][104] Os médicos psiquiatras Jim Tucker e Bruce Greyson continuam o
trabalho de Stevenson relacionado à espiritualidade.[105]

O norte-americano Dr. Raymond Moody é outro cientista muito aclamado por seus estudos
que defendem conceitos espíritas, ele é autor do best seller Vida Depois da Vida e é
considerado o principal responsável pelo surgimento do interesse popular nas experiências de
quase morte.[106][107]

Mesmo que estudados por várias personalidades de renome que acabaram por contribuir de
outras formas, significativas ou não, à ciência em sua acepção moderna, as metodologias
utilizadas pelas correntes espíritas são até hoje diferentes ou transcendem o método
científico, e por tal o espiritismo permanece, hoje mais do que outrora, notoriamente muito
mais atrelado às religiões do que às academias científicas propriamente ditas.[108]

Muitos cientistas e intelectuais renomados empenharam-se em investigações sobre a


mediunidade e suas implicações para as relações mente-cérebro, entre eles: Allan Kardec,
Alfred Russel Wallace, Alexandre Aksakof, Cesare Lombroso, Camille Flammarion, Carl Jung,
Cesare Lombroso, Charles Richet, Gabriel Delanne, Frederic Myers, Hans Eysenck, Henri
Bergson, Ian Stevenson, J. J. Thomson, J. B. Rhine, James H. Hyslop, Johann K. F. Zöllner, Lord
Rayleigh, Marie Curie, Oliver Lodge, Pierre Curie, Pierre Janet, Théodore Flournoy, William
Crookes, William James e William McDougall.[109][110]

Medicina

Ver também: Tratamento espiritual e Terapia de vidas passadas

Hospital Espírita "André Luiz", em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Em termos de Medicina, indivíduos com sintomas como audição ou visão de espíritos já foram
apontados como sendo portadores de transtornos mentais mas há muito, com as atualizações
da Classificação internacional de doenças, a Medicina reconhece que esses sintomas não
possuem necessariamente causas patológicas.[111] É importante também lembrar que a
Organização Mundial de Saúde define "saúde" como o "estado de completo bem-estar físico,
mental e social, e não apenas como a ausência de doença ou enfermidade",[112] definição que
não sofreu emendas desde a fundação da Organização, em 1948.[113]
A Classificação internacional de doenças (CID) em sua décima atualização, a CID-10, prevê, em
seu item F.44.3 os chamados "Estados de transe e de possessão", definidos como:
"Transtornos caracterizados por uma perda transitória da consciência de sua própria
identidade, associada a uma conservação perfeita da consciência do meio ambiente."
Contudo, explicitamente descreve em alínea seguinte: "Devem aqui ser incluídos somente os
estados de transe involuntários e não desejados, excluídos aqueles de situações admitidas no
contexto cultural ou religioso do sujeito."[114]

Nesse sentido é feita a distinção entre o estado de transe normal - a exemplo a hipnose, não
mais considerado doença - e o transtorno dissociativo psicótico, uma patologia psiquiátrica.
Exclui-se desse item também, entre outros, a esquizofrenia. Evidencia-se também na CID que
os estados de transes tidos por espiritualistas como oriundos de "possessões espirituais" -
comuns em ambientes religiosos - não são acobertados pelo item F.44.3 citado, e não são
considerados patológicos; e apesar da CID reconhecer tais estados de transe ao excluí-los
explicitamente, também não aponta "espíritos" como causa de transe algum, mesmo que
alguns adeptos espiritualistas insistam em dizer o contrário.[115]

A expressão "possessão" figura no referido item da CID com acepção que remete aos estados
de agitação demasiada, de agressividade ou mesmo de fúria; e mediante tal acepção a leitura
do item associado em íntegra implica, nitidamente, o não reconhecimento da tal causa
"espiritual" (vide alínea). Argumento em favor da asserção inicial deriva também do fato de
que o reconhecimento de tal causa pela Organização Mundial de Saúde implicaria a inserção
compulsória dessa na CID bem como a necessidade de tratamento ou acompanhamento
específicos visto serem tais estados de "possessão" prontamente reconhecidos, antes de mais
nada pelos próprios espiritualistas, como situações muitas vezes prejudiciais à saúde do
"possuído" e que requerem por tal tratamento ou mesmo acompanhamento "espiritual"
imediato, tratamentos esses certamente fornecidos - segundo suas crenças - pelos referidos
grupos ou autoridades religiosas capacitadas junto aos seus templos ou ambientes de
reuniões; contudo não definidos, estabelecidos, tampouco cogitados pela Organização
Mundial de Saúde.[115][116][117]

Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti.

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, em sua quarta revisão (1994),


incluiu advertência contra a interpretação equivocada de experiências espirituais ou religiosas
como transtornos mentais e distinguiu dos transtornos mentais uma outra categoria de
problemas classificados como “outras circunstâncias que podem ser foco de atenção clínica”,
incluindo-se a isto uma subcategoria específica denominada “problemas espirituais ou
religiosos”, para a orientação de profissionais da saúde no diagnóstico e tratamento de alguns
possíveis problemas não patológicos dos pacientes.[118]
Já reconhecendo a influência do estado de espírito na saúde e bem-estar,[119] notórias
instituições científicas, como a The World Psychiatric Association, American Psychological
Association, American Psychiatric Association e Royal College of Psychiatrists, possuem seções
dedicadas à relação entre saúde e espiritualidade.[119]

A relação do espiritismo em si com a medicina é profunda, estando presente em muitos livros


espíritas e havendo inclusive a Associação Médico-Espírita Internacional, que congrega
associações médico-espírita de diversos países.[120] O espiritismo constitui um amplo
movimento internacional de instituições de caridade e saúde, como se constata
principalmente através da existência de tais associações, inúmeros hospitais e centros espíritas
e uma notória promoção da psiquiatria e da homeopatia.[121][122]

O médico e político Dr. Bezerra de Menezes, espírita, escreveu o clássico livro A Loucura sob
Novo Prisma, buscando principalmente relacionar a questão dos transtornos mentais com o
espiritismo e assim promover a aplicação de meios mais eficazes de tratamento no campo da
saúde mental.[123]

Atualmente o psiquiatra e parapsicólogo Dr. Alexander Moreira-Almeida, coordenador da


Seção de Espiritualidade, Religiosidade e Psiquiatria da World Psychiatric Association, é um dos
principais nomes no estudo científico da relação entre saúde e experiências espirituais,
principalmente a mediunidade.[110][124][125]

Outras religiões

Não há consenso entre os espíritas sobre o espiritismo ser ou não uma religião, apesar da
doutrina constar como religião em pesquisas demográficas. A causa disto é o tríplice aspecto
do espiritismo que permite classificá-lo como uma doutrina que faz um alinhamento "ciência-
filosofia-religião",[126][127] No preâmbulo do livro O Que É o Espiritismo?, Allan Kardec
afirma que o espiritismo é, ao mesmo tempo uma ciência de observação e uma doutrina
filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os
Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que emanam essas
mesmas relações. Há ainda quem conteste o aspecto religioso do espiritismo, contudo no livro
publicado pelo codificador, intitulado O Espiritismo na sua mais simples expressão,[5]
claramente ele assegura: Do ponto de vista religioso o espiritismo tem por base as verdades
fundamentais de todas as religiões: Deus, a alma, a imortalidade, as penas e as recompensas
futuras, sendo, porém, independente de qualquer culto em particular. Seu objetivo é provar
àqueles que negam, ou que duvidam, que a alma existe, que ela sobrevive ao corpo e que
sofre, após a morte, as consequências do bem e do mal que praticar durante a vida corpórea:
o objetivo de todas as religiões..[36] Kardec ainda esclarece que o espiritismo é religião no
Discurso de Abertura da Sessão Anual Comemorativa do dia dos Mortos (Sociedade de Paris,
1º de novembro de 1868), em que diz:

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