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Considerações sobre “energia vital” e a trajetória da homeopatia e

saúde mental no Brasil, investigadas a partir do livro “a loucura sob


novo prisma”
Paulo Pedro P. R. Costa / costapppr@gmail.com
http://medicinacomportamental.blogspot.com/2021/06/consideracoes-sobre-energia-vital-e.html

RESUMO
A partir do conceito de energia vital investiga-se a partir de revisão bibliográfica as
contribuições do Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831-1900) evidenciando-
se suas múltiplas acepções de ação orgânica, clínica e psicossocial, no tratamento dos
distúrbios mentais. Observou-se que esta concepção multidimensional, prismática,
desenvolveu-se ao longo da trajetória profissional do Dr. Bezerra de Menezes, desde
suas atividades como estudante de medicina, médico clínico, homeopata, político e
eminente representante da religião espírita. O problema das lacunas de documentos
históricos, evidências quanto ao período em que o livro foi escrito e fontes bibliográficas
primárias, foi contornado pela interpretação do Zeitgeist, espírito dos finais do séc. XIX
no Brasil, ou correlação de sua obra e história de vida. Identificou-se um nítido e
coerente emprego do conceito de energia vital análogo às modernas proposições das
práticas integrativas e complementares (PICS) integradas na concepção de paradigma
vitalista, psicologia analítica e clínica psicossocial com promissoras aplicações da
homeopatia na farmacopsicoterapia.
Palavras chave: Bezerra de Menezes, energia vital, doença, saúde mental

Texto publicado, como resenha do


livro A loucura sob novo prisma na
wikipédia, agora revisto para
integrar os estudos sobre a
construção do paradigma vitalista
do qual, obviamente, faz parte, e
pretende contribuir para orientar a
Política Nacional de Práticas
Integrativas e Complementares -
PNPIC, que incluía inicialmente a
Acupuntura, Homeopatia,
Fitoterapia e o Termalismo
Social/Crenoterapia (Portaria MS
nº 971, de 03 de maio de 2006) e
posteriormente adicionou-se as
seguintes práticas: aromaterapia,
apiterapia, bioenergética,
constelação familiar, cromoterapia,
geoterapia, hipnoterapia, imposição
de mãos, medicina antroposófica/
antroposofia aplicada à saúde,
ozonioterapia, terapia de florais
(Portaria MS n° 702, de 21 de
março de 2018)
Muito já se escreveu sobre “energia vital” inclusive sobre os possíveis paralelos entre
as racionalidades médicas orientais, especialmente as definições de Qi ou ch'i (氣) da
Medicina Tradicional Chinesa (MTC), Prāna (em sânscrito प्राण, sopro de vida) ou
Kundalini (em sânscrito: कुण्डलिनी , ora descrita como serpente, ora como deusa ou
energia) e a homeopatia, onde foi descrita por Samuel Hahnemann (1755 – 1843) no
Organon como: “a força (autocrática) que anima dinamicamente, reina com poder
ilimitado e mantém todas as partes do organismo em perfeito estado, e harmonia, nas
suas sensações e funções, integrando à alma (ou a mente e sentimentos) ao corpo”.
Literalmente ... “de maneira que o espírito dotado de razão, que reside em nós, pode
livremente dispor desse instrumento vivo e são para atender aos mais altos fins de
nossa existência” (Organon § 9) [1] [2] [3] Hahnemann, observa ainda Àvila-Pires,
comparava a força vital ao magnetismo e ao mesmerismo, em voga na sua época. [4]
Como se sabe o Espiritismo e a Homeopatia tiveram uma origem comum no Brasil,
ambos com lugar de destaque na corte e na medicina do período imperial. [5]. Consta
que Dom Pedro I (1798 - 1834) correspondia-se com Hahnemann e que José Bonifácio
(1763 - 1838) foi um dos primeiros experimentadores tanto da homeopatia como do
espiritismo e que um conhecido vereador e médico homeopata, Adolfo Bezerra de
Menezes Cavalcanti (1831-1900), objeto de nosso presente estudo, se destacou na
propagação dessa pretensa "ciência espírita" nos deixando algumas reflexões sobre
sua interface de sua aplicação ao tratamento das “doenças mentais”. Um dos objetivos
do presente texto portanto é pesquisar as referências desse médico tanto à homeopatia,
por suas referências à “energia vital” como ao tratamento das doenças mentais como
publicado no seu livro “A loucura sob novo prisma” aqui analisado.
Racionalidade médicas
O projeto RM (racionalidade médica) que emergiu no Campo da Saúde Coletiva, área
das Ciências Sociais e Humanas em Saúde, no início da década de 1990, propôs a
comparação das medicinas homeopática, tradicional chinesa, ayurvédica e ocidental
contemporânea no que vem sendo denominado no chamado paradigma vitalista [6].
Observe-se que entre outros aspectos comparáveis, está a concepção de que a energia
vital não se limita, ou é traduzível apenas pelo conceito de força, trabalho ou potência
(energia), pois abrange além do aspecto quantitativo uma dimensão qualitativa ou
simbólica (psíquico) que abrange as relações familiares e sociais (morais) e a ética dos
comportamentos dos indivíduos.
Sabe-se porém que generalizações sobre as descrições etnográficas sobre práticas
médicas e técnicas corporais, apesar de necessárias na perspectiva de estudos teóricos
(enológicos), são inadequados porque, existe certa especificidade em cada sistema de
crenças e/ou de enunciados dessa prática e saber “médico” que se constituem sobre
elementos empíricos, mágicos, míticos religiosos e racionais que podem ficar ocultas no
exercício da comparação (etnocêntrica). [7] [8] [9]
Por outro lado a comparação, como se fossem atalhos indicadores das linhas de
pesquisa, nos permite ampliar o conhecimento, organizando este sob a forma de
modelos etiológicos e terapêuticos fundamentados em teorias de base empírica e
científica. [10]
Segundo Luz e Kleinman tais modelos podem ser comparados segundo sua
“complexidade” integrando, segundo Luz [11], [12] cinco dimensões básicas concebidas
a partir de modelos teóricos, simbólicos ou práticas, a saber: (A) uma morfologia
humana; (B) uma dinâmica vital humana; (C) uma doutrina médica; (D) um sistema de
diagnose; (E) uma cosmologia (F) um sistema terapêutico. E/ou, segundo Kleinman [13],
é possível uma divisão entre as áreas (arenas) ou setores: popular (folk) e popular
(doméstico) com o setor profissional. Nessa concepção as medicinas homeopática,
tradicional chinesa e ayurvédica correspondem ao setor popular (folk) e a medicina
cosmopolita ocidental ao setor profissional. As medicinas tribais ameríndias, africanas
e seus derivados ou sobrevivências, situam-se no âmbito doméstico (um saber
compartilhado por toda comunidade) e confundem-se com os sistemas míticos
religiosos. A medicina espírita, que é nosso presente objeto de estudo, situa-se nesse
âmbito.
Medicina espírita & medicina homeopática no tratamento dos distúrbios mentais
Uma vez delimitado as possibilidade de entendimento e uso do conceito de “energia
vital” nos cabe a análise das contribuições do Dr. Bezerra de Menezes tanto ao
tratamento dos distúrbios mentais com medicação homeopática e em uma perspectiva
da “medicina espírita”, enquanto um aspecto da arena do saber médico popular ou
mítico religioso, considerando que um de seus principais escritos sobre o tema, o livro
“A loucura sob novo prisma” e o “Livro dos Espíritos” (em portugûes) foram editados
pela Federação Espírita Brasileira (FEB), fundada em 1884.
São pouco conhecidas e divulgadas as recomendações quanto ao uso e a prescrição
de fitoterápicos e remédios homeopáticos do Dr. Bezerra de Menezes para doenças
nervosas ou distúrbios mentais. No filme sobre sua vida, Bezerra de Menezes - O Diário
de um Espírito (dirigido por Glauber Filho e Joe Pimentel em 2008) assiste-se a uma
cena onde o ator Carlos Vereza, no papel título, apresenta um estudo, em sala de aula,
sobre as propriedades medicinais das Passifloras, reconhecidas por sua ação sedativa,
e consta também entre suas publicações um estudo sobre o Curare. [14]
Observe-se porém que para a homeopatia, quaisquer características humanas,
desproporcionais em sua expressão natural e promotora de distúrbios de qualquer
natureza (espiritual, social, familiar, escolar, psíquica, emocional, física, climática,
alimentar etc.), são consideradas sintomas homeopáticos passíveis de modulação por
aplicação de medicação a partir do princípio da similitude terapêutica. [15] Na própria
obra de Hahnemann, o clássico Organon, 1810, já são descritos a importância dos
fatores emocionais e psicológicos como causas das doenças, sendo implícito, portanto,
o interesse do Dr. Bezerra de Menezes no tratamento dos distúrbios emocionais.
A farmacopeia homeopática reúne um reconhecido grupo de substancias psicoativas
presentes em diversos vegetais (principalmente), alguns minerais a exemplo do
arsênico (Arsenicum album) e mercúrio (Mercurius solubilis) em diluições adequadas e
nosódios ou seja, medicamentos preparados a partir de produto patológico de origem
animal ou vegetal. Muitos destes medicamentos são conhecidos desde a proposição
original de Hanneman (1755 – 1843) que já considerava a “doença mental como uma
alteração patológica e não uma possessão demoníaca como era a regra de sua época.
No tratamento homeopático, além dos distúrbios mentais como conhecemos hoje,
diversas outras indicações terapêuticas e substancias foram pesquisadas por diversos
auto observadores e clínicos, além de Hanneman, tanto das fontes de “tintura mãe”
como de suas diluições. Entre plantas psicoativas utilizadas temos, por exemplo:
amanita (Amanita muscaria), belladonna (Atropa belladonna), cânhamo (Cannabis
indica e C. Sativa) chamomilla (Matricária chamomilla), hyosciamus (Hyoscyamus
niger), helleborus (Helleborus niger) nux vomica (Strychnos nux-vomica), opium
(Papaver somniferum), stramonium (Datura stramonium), valeriana (Valeriana
officinalis) entre outras e como dito, na homeopatia o uso dessas plantas não se limita
às afecções do sistema nervoso. [16]
O interesse do tratamento dos distúrbios por tal classe de substancia psicoativas e seu
potencial de uso em diluições vem sendo renovado, sobretudo por recentes pesquisas
sobre uso de uma classe de substancias consideradas psicodislépticos ou psicodélicos
tais como LSD – Dietilamida do ácido Lisérgico (extraído do fungo Claviceps purpúrea);
Psilocibina (do Psylocibe cubensis); DMT – Dimetiltriptamina / Ayahuasca (da Psychotria
viridis e Banisteriopsis caapi) ; Mescalina (do cacto Peyote ou Lophophora williamsii )
[17], [18], [19], [20]
O livro “A loucura sob novo prisma”
A “Loucura sob novo prisma”, é o título do livro que se encontra na 13ª edição pela FEB
- Federação Espírita Brasileira, por quem é editado desde 1920 (1939). Livro póstumo
mas possivelmente escrito pelo próprio Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831-
1900) enquanto "encarnado", ou seja no período que abrange o Brasil do Império e do
início da República. [21]
Segundo Klein Filho, um dos biógrafos de Bezerra de Menezes, [22] esse livro teve sua
primeira edição em 1921, pela tipografia Bohemias, e sua quarta edição
comprovadamente realizada pela FEB. Sua análise ou nos remete ao final do século
XIX ou início do Séc. XX, portanto, e, independente do período em que foi escrito
relaciona-se, como veremos, à tentativa de simultaneamente abordar o tema das
doenças mentais no ponto de vista religioso e científico.
Várias publicações da doutrina espírita sobre a "doença mental" tomam com referência
as questões respondidas no "O Livro dos Espíritos" de Allan Kardec no capítulo IX (Parte
Segunda) intitulado "Da intervenção dos espíritos no mundo corpóreo", em especial os
textos sobre Possessos e Convulsionários; e no capítulo VII os textos sobre "idiotismo
e loucura". Após 1920 podemos afirmar com segurança o próprio livro do Dr. Bezerra
de Menezes, torna-se uma referência do tema, a exemplo de suas citações no livro do
médium Divaldo Franco, Loucura e Obsessão entre outros. O referido livro "A loucura
sob novo prisma" não foge à regra de concordância com a obra de Kardec, o que
também pode ser considerado um indicativo de sua autoria na época (século XIX), pois
não cita autores do início do século XX, nem mesmo os continuadores da abordagem
espírita. Tal hipótese pode ser complementada por uma análise do estilo e
características ortográficas da época, a ser realizado. [23]
Na coletânea de Ramiro Gama (1898-1981) "Lindos casos de Bezerra de Menezes" há
diversas referências à interpretação e interesse do Dr. Bezerra de Menezes sobre esse
tema da "doença mental". [24] Observe-se também, que quanto ao "Livro dos espíritos",
como se sabe, Menezes foi um dos seus divulgadores e defensores desde que tomou
conhecimento dessa obra, na sua primeira tradução para língua portuguesa em 1875,
pelo Dr. Joaquim Carlos Travassos (1839-1915) de quem recebeu um exemplar.
Contudo ainda existem poucos estudos sobre a importância e impacto do livro do Dr.
Bezerra de Menezes no modo de tratamento dos casos de distúrbio mental nos meios
científicos e mesmo em centros espíritas.
Pouco ainda se conhece também, sobre a relação dessa obra com suas contribuições
à homeopatia, parapsicologia e o desenvolvimento da psiquiatria e psicologia no Brasil
enquanto objeto de estudo de sua história ou somente para confirmação (verificação de
eficácia) ou contestação apesar de seu reconhecimento pela doutrina espírita. Assim
como também o nome de Hahnemann não é citado em textos sobre a história da
psicologia, nem seu nome é reconhecido na psicologia hoje. E, no entanto, mesmo antes
de Hahnemann desenvolver a ciência homeopática, ele fez contribuições importantes
para o cuidado da saúde mental. No final dos anos 1700, a loucura era considerada
possessão de demônios. Os insanos eram considerados animais selvagens, e o
tratamento era principalmente punição. Hahnemann foi um dos poucos médicos que
percebeu a doença mental como uma doença que requer um tratamento humano. Ele
se opôs à prática de acorrentar pacientes mentais, concedeu respeito a eles e
recomendou descanso e relaxamento simples. Embora esse tipo de atendimento possa
parecer obviamente importante, ele foi revolucionário na época. [25] [26]
Ainda sobre o livro (sumário e principais referências)
O livro divide-se em três capítulos: o primeiro discorre sobre a existência do espírito ou
alma, em ampla discussão, passando em revista a história da filosofia, tradições
populares e relatos de casos. No segundo capítulo aborda a questão das relações entre
o espírito e o cérebro, mas, ao contrário do primeiro cita poucos textos, especialmente
de médicos, frenologistas e/ou fisiologistas de sua época. Fundamenta-se na dualidade
proposta por René Descartes (1596 - 1650) e em "experimentos espíritas" realizados na
época. Entre os experimentos cita a participação do físico - químico inglês, Sir. William
Crookes (1832 - 1919), um dos primeiros cientistas a investigar o estado físico da
matéria que hoje é chamado de plasmas, além do conhecido Cesare Lombroso (1835 -
1909) graças às suas contribuições à criminologia.
Lombroso publicou em sua época primeiramente livros contra [27] e depois a favor das
crenças espíritas. [28] As primeiras experiências espíritas realizadas por ele, segundo
consta, a convite do conde Ercole Chiaia, foram sessões com a médium italiana Eusápia
Palladino descritas no seu livro Hipnotismo e Mediunidade, e podem ser consideradas
uma influência intelectual à obra aqui analisada.
Finalmente no terceiro capítulo, intitulado Obsessão, Menezes refere-se à concepção
de Esquirol (1772 - 1840) quanto ao problema da integridade ou lesão cerebral dos
portadores de transtorno mental bem como na busca e explicação dos surtos, remissão
de sintomas e analisa o fenômeno da anestesia, recorrendo também, para surpresa de
alguns teóricos da época, a um depoimento do espírito de Samuel Hahnemann (1755 -
1843) (Menezes, o.c. p. 170) embora não sejam conhecidas referências a prática do
espiritismo e/ou à Allan Kardeck (1804 - 1869) por Hahnemann em sua vida na Saxônia
ou em Paris, para onde se mudou em junho de 1835.
Neste terceiro capítulo apresenta uma estratégia para, segundo ele, a difícil tarefa de
distinção entre a "loucura moral" ou mais apropriadamente denominada de "loucura
psicológica" enquanto perturbação apenas da faculdade anímica e, as associadas à
lesão de seu "instrumento de manifestação", o cérebro. Observando que nas lesões
cerebrais, sendo possível, a reparação do dano teríamos as funções mentais
restauradas, ao contrário dos casos onde não se identificam alterações orgânicas. No
primeiro grupo é onde se insere o que o espiritismo chama de obsessão, com suas fases
de "desfalecimento" e "arrastamento" onde se rompe a harmonia entre o "ser pensante"
e órgão de manifestação do pensamento (cérebro). Segundo ele o espírito permanece
"lúcido" em ambos os casos e o mal consiste na irregularidade da comunicação
("transmissão") alma - cérebro (no caso da obsessão) ou manifestação do pensamento
(nas lesões orgânicas). Reconhece a utilidade da hipnose como forma de distinção
diagnóstica e intervenção em ambos casos, contudo adverte sobre os refratários a esse
método, citando os experimentos de Jean-Martin Charcot (1825 - 1893) e afirma ser "a
cura pelos meios morais, a melhor prova de exatidão do diagnóstico" (o.c. p. 178).
Observe-se a concordância da obra com o mundo e questões intelectuais (zeitgeist) do
final do século XIX.
Contribuições à homeopatia
Pouco se conhece da atuação do Dr. Bezerra de Menezes enquanto médico homeopata
e menos ainda enquanto clínico do que hoje denominamos distúrbios psiquiátricos.
Consta que atendia, próximo de sua residência ente 1897 e 1900, os últimos 4 anos de
sua vida, tanto na clínica privada como filantrópica, em um consultório situado acima da
na Farmácia do Laboratório Homeopático A. Cordeiro & Companhia, que inclusive lhe
aviava as receitas. Atendeu também, como homeopata, desde 1895, no “Serviço de
Assistência aos Necessitados” da Federação Espírita Brasileira - FEB a pedido do Dr.
Bittencourt Sampaio, que também o convidou a assumir a presidência da FEB, cargo
que exerceu, em concomitância com os atendimentos até seu falecimento, em 11 de
abril de 1900. [31] [32]
Sabe-se também que, como visto, no Brasil o Espiritismo e a Homeopatia tiveram uma
origem comum, ambos com lugar de destaque na corte e na medicina do período
imperial. [5]. Segundo publicado na revista de divulgação da doutrina espírita,
Reformador de 1º de maio de 1883 o conhecido homeopata Melo Moraes (1816 - 1882)
integrava um group espírita juntamente com o Marquês de Olinda (1793 -1870) e o
Visconde de Uberaba (1792 -1856) entre outros vultos notáveis da época. [29] Apesar
do conhecimento e divulgação desta especialidade médica entre intelectuais da corte,
considera-se que a homeopatia, foi introduzida no Brasil no dia 21 de novembro de 1840
(atual Dia Nacional da Homeopatia) pelo médico francês Jules Benoit Mure (1809 -
1858). [30]
Entre os estudos e pesquisas sobre terapêutica e medicina clínica do Dr. Bezerra de
Menezes, merece ser citado seu interesse pela medicina medianímica inclusive com
experimentos pessoais de seu tratamento e de sua esposa com o médico desencarnado
Dr. Menezes Dias da Cruz, através do médium receitista João Gonçalves do Nascimento
(1844 - 1916). Experiência esta, possivelmente entre outras, que lhe conduziu a proferir
um parecer favorável, na câmera de vereadores, e em oficio à presidência da república
(Marechal Deodoro da Fonseca), sobre sua eficácia (que deveria ser investigada) e/ou
contra a sua criminalização. [33] [34]
O vereador Bezerra de Menezes fez diversas recomendações contra a proibição dessa
prática, acusada por vezes de feitiçaria, [Nota 1] e à demanda por estudos e verificação
estatística de seus resultados, em artigos publicados na sua coluna "Espiritismo,
Estudos Filosóficos" no Jornal "O Paiz" entre 1887 e 1895, da capital republicana da
época (o Rio de Janeiro), onde assinava com pseudônimo de Max. [35]
Observe-se também que o Dr. Bezerra de Menezes se considerou um homeopata,
autodidata [32], pois não frequentou o Instituto de Homeopatia do Brasil fundado em
1843 [31], mas por ser estudioso da medicina dos espíritos praticada pelos médicos
receitistas, aplicado a homeopatia no tratamento de seus familiares e por ter exercido a
prática cirúrgica como Assessor do Cirurgião Mor no Exército Brasileiro e ter sido redator
de um dos principais periódicos científicos da época. Além de ser um destacado
pesquisador da doutrina espírita, ou seja, foi após muitos anos de estudos teóricos e
prática médica, que dedicou-se à homeopatia.
São tênues os limites entre as concepções de doença como sendo uma desordem
da energia vital, integrantes do paradigma vitalista, ainda hegemônico da época, tanto
no espiritismo científico, quanto na homeopatia ou alopatia, apesar das críticas e
polêmicas da época contra a homeopatia e espiritismo. Observe-se também que o Dr.
Samuel Hahnemann, é citado como referência sobre a importância dos temperamentos
(coléricos, bilioso e linfático) no livro “O evangelho segundo o espiritismo” (Cap. 9 - Bem-
Aventurados os Mansos e Pacíficos).
No clássico livro base da homeopatia (Organon) a palavra “espírito” citada dezenas de
vezes e também é reconhecida e descrita a importância dos fatores emocionais como
causas das doenças. Pode ter sido este o interesse do Dr. Bezerra de Menezes no
tratamento dos distúrbios emocionais, que o conduziu a escrever “A loucura sob novo
prisma” mas, são também frequentes, nas suas biografias, as citações de que um dos
seus filhos, ainda jovem, foi acometido por uma doença mental.
Contribuições à saúde mental
O Dr Bezerra de Menezes obteve o doutoramento (graduação) em 1856, com a defesa
da tese: "Diagnóstico do cancro", onde já analisa a influência dos temperamentos,
hábitos, profissões, emoções (paixões morais tristes e deprimentes), irritabilidade local
e hereditariedade no conjunto de fatores multicausais da patologia. [36] Nesse mesmo
ano, como referido em sua biografia, o Dr. Manuel Feliciano Pereira Carvalho, seu antigo
professor, o convidou para trabalhar como seu assistente. Em 1858 foi nomeado como
assistente do Corpo de Saúde do Exército, no posto de Cirurgião-tenente. Entre 1859 a
1861 exerceu a função de redator dos Anais Brasilienses de Medicina, periódico da
Academia Imperial de Medicina.
Como se vê, além do livro "A loucura sob novo prisma" (publicado postumamente) e das
referências à utilização da homeopatia, pouco se conhece, como dito, da sua atuação e
interesse na área de saúde mental. Nessa época já existiam cerca de 20 hospitais para
internamento de doentes mentais em todo território nacional e o tratamento mais
utilizado era a internação. [37] [Nota 2]
Seus trabalhos na Câmera Municipal do Rio de Janeiro (a capital do país) revelam que
o Dr. Bezerra de Menezes estava atento para questões psicossociais (no modo como
as compreendemos hoje). Além de medidas sanitárias usuais (localização adequada de
do abatedouro, reformas no sistema de abastecimento de água) participou da campanha
abolicionista e publicou o ensaio "A escravidão no Brasil e as medidas que convém
tomar para extingui-la sem danos para a Nação" (1869), onde incluía recomendações
não só a libertação dos escravos, mas também a inserção e adaptação dos mesmos na
sociedade por meio da educação. Nessa perspectiva destaca-se ainda no seu trabalho
como deputado o projeto de lei destinado à regulamentar o trabalho doméstico, visando
conceder a essa categoria, inclusive, o aviso prévio de 30 dias.
Segundo Monteiro [38] um de seus importantes biógrafos, no livro “A loucura sob novo
prisma” o Dr. Bezerra de Menezes reafirma a harmonia possível entre a religião e o
progresso científico (ver carta a seu irmão sobre sua conversão ao Espiritismo), [39]
uma constante preocupação de sua época e ambiente intelectual das suas relações
sociais (jornalistas, administradores, políticos, profissionais liberais, etc.) que não se
conformavam com o seu compromisso com a doutrina espírita. De acordo com esse
autor a tese central deste livro é a de que a loucura não pode ser considerada sob
um único prisma, tendo em vista o grande número de casos em que não se
apresenta qualquer lesão cerebral e que a ciência não pode ignorar a outra causa
da loucura, proveniente de obsessão espiritual, exigindo, por isso mesmo,
tratamento específico.
Como vimos, é também inquestionável a sua atenção aos problemas relativos à
doenças nervosas. Além deste livro, há um artigo de sua autoria, publicado no
Reformador de 15 de abril de 1890, onde descreve uma obsessão em um rapaz de 22
anos, “há tempos sofrendo de perturbação mental” e “verdadeira fúria” onde deixa
evidente sua proposição de trabalho em casos identificados como de obsessão com
atuação mediúnica em sessão espírita. [38] [40]
Outra referência histórica ao tema da loucura e obsessão encontra-se no artigo
publicado na sua coluna no jornal "O Paiz", intitulado "Loucura e Obsessão" onde, não
só apresenta sucintamente as contribuições do já citado psiquiatra francês Jean-Étienne
Dominique Esquirol sobre o "cérebro perfeito" dos "loucos incuráveis" condenados a
reclusão, o "grande passivo da ciência psiquiátrica", segundo ele, como também
anuncia "o tratado, que está a escrever há dois anos, sobre esse importante assunto" e
que, um dia publicará. Não há dúvidas que se trata do livro "A loucura sob novo prisma",
onde inclusive, como vimos anteriormente, retoma críticas às contribuições de Esquirol
e estudos da época sobre memória (orgânica, inconsciente) e força motora, segundo
ele não conclusivos. Afirmando, explicitamente, os resultados positivos da aplicação de
fluidos por médiuns devidamente preparados para tal. Na caracterização dessa
preparação cita Erasto em texto publicado na Revista Espírita de Paris ainda sob a
direção de Allan Kardec (1804 - 1869) [41]
Contudo a relevância desse autor e sua importância para a cultura brasileira estão no
reconhecimento das relações entre religião e saúde mental para compreensão da mente
humana, onde, um estudo contextualizado e referenciado de sua produção ainda está
por ser realizado, apesar da considerável produção teórica explorando a relação entre
psicologia (psicanálise) e religião. O mesmo pode ser dito quanto a estudos de
reconhecimento consensual que mostrem a eficácia da medicação homeopática (e
fitoterápica) com os distúrbios mentais.
Concluindo
Observe-se que apesar de consideráveis estudos sobre possessão, interpretadas no
final do século XIX e início do século XX (ver Nina Rodrigues e Jean-Martin Charcot por
exemplo) como uma manifestação epiléptica, histérica, ou de sugestão hipnótica, o Dr.
Bezerra de Menezes, após revisão dos principais autores médicos de sua época como
vimos acima, adotou uma posição contrária a essa postura intelectual imposta pelo
paradigma materialista instituído. Em nossos dias, cada vez mais se tem explorado os
aspectos “normais” e ou potencias (enquanto expansão da consciência) dos estados de
transe, visões e outras manifestações religiosas.
Outro mérito desta obra ou quiçá de toda aplicação da concepção de energia e fluido
vital às patologias estudas pelo Dr. Bezerra de Menezes, especialmente o câncer e
doenças mentais, é a compreensão ampliada, unificando (?) as concepções espíritas e
homeopáticas tanto nas intervenções somáticas (orgânicas no tratamento cirúrgico do
câncer e psicofarmacológico) ou espirituais nos rituais psicossociais das sessões
espíritas. Naturalmente que as suas concepções sobre a natureza e tratamento do
câncer, expresso na sua tese [36] ainda precisam ser melhor analisadas, tanto do ponto
de vista histórico como na ótica da homeopatia e concepção espírita.
Questões estas que ainda permanecem e atravessaram todo o século XX nas
proposições de análise quantitativas (finalistas / eletroquímicas) e qualitativas
(causalistas / simbólicas) da energia psíquica ou libido no tratamento dos distúrbios
mentais através da psicanálise e psicologia analítica. Questões estas que ainda
permanecem e atravessaram todo o século XX nas proposições de análise quantitativas
(finalistas / eletroquímicas) e qualitativas (causalistas / simbólicas) da energia psíquica
ou libido no tratamento dos distúrbios mentais através da psicanálise e psicologia
analítica. Notadamente, espero ter evidenciado, que as contribuições do Dr. Bezerra de
Menezes para compreensão da energia e fluido vital, neste livro e em outras
contribuições de artigos sobre a religião espírita e a loucura (possessão) ou doenças
mentais consultados, foi destacar os aspectos simbólicos ou a dimensão qualitativa dos
miasmas e energia em sua articulação com questões psicossociais.
Segundo C. G. Jung (1875 - 1961) a energia vital, hipoteticamente admitida, pode ser
chamada libido, tendo em vista seu emprego em psicologia, diferenciando-a, assim, de
um conceito de energia universal e conservando - lhe, por consequência, o direito
especial da psicanálise de formar seus próprios conceitos, não invalidando os termos
"bioenergia" ou "energia vital". [42]
É também, ingenuidade supor que as descobertas microbiológicas de Pasteur
explicaram a natureza e origem da vida e que o vitalismo e cientificidade sejam, termos,
incompatíveis entre si ou que a oposição homeopatia X alopatia, resolveu-se em finais
dos século XIX, note-se que ambas concepções atualizaram-se. Luz, ainda nos chama
atenção que é também um reducionismo nos prendermos a esta questão da dimensão
espiritual da energia, apesar de sua importância, diante de outras oposições possíveis,
tais como (1) medicina dos doentes por oposição à medicina das doenças; (2) atenção
ao discurso do paciente em oposição ao reducionismo anátomo-clínico; (3) atenção à
gestalt em vez da limitação à etiologia; (4) personificação de doses e medicamentos em
vez de generalizar doses e drogas à patologias ou sintomas; juntamente com questões
ainda pouco compreendidas como (5) a dinamização e propriedades físicas de
“substancias” no nível de diluição infinitesimal; ou (6) a natureza da experimentação de
medicamentos no homem são, no caso a da auto experimentação e relato verbal (“drug
picture” / “provings”). [43] [44] [45] Aliás observe-se que o princípio cientifico da
experimentação e confirmação clínica (no caso da homeopatia) são critérios da ciência
e da homeopatia.
A análise do contexto institucional e proposições deste livro sobre as inter-relações entre
a doutrina espírita, homeopatia e a psiquiatria, seja escrito nos finais do século XIX ou
início do século XX, podem trazer novas contribuições à identificação da sucessão de
contribuições históricas sobre psicose e religiosidade ou espiritualidade. Parapsicólogos
espíritas como Menezes Jr & Moreira-Almeida [46] comentam a atual produção sobre
essa relação, distinguindo entre as pesquisas atuais disponíveis dois grandes grupos:
religiosidade e seu impacto sobre os pacientes psicóticos e o tema do diagnóstico
diferencial entre experiências espirituais e transtornos psicóticos, onde identificam
desde generalizações simplificadoras até as aproximações de impossíveis
comprovações (no atual paradigma científico), ressaltando porém os vazios teóricos da
área e possibilidades de desenvolvimento de uma melhor compreensão da experiência
humana. Além da promoção de meios mais eficazes de cuidados clínicos, humanitário
e sensível, no campo da saúde mental.
.....................
NOTA 1
Lê-se no Decreto nº 847, de 11 de outubro de 1890: Código Penal da República. Artigo 157: "É crime
praticar o Espiritismo, a magia e seus sortilégios, usar de talismãs e cartomancias, para despertar
sentimentos de ódio ou amor, inculcar cura de moléstias curáveis ou incuráveis, enfim, para fascinar
e subjugar a credulidade pública. Pena: prisão celular de 1 a 6 meses e multa de 100$000 a 500$000."
NOTA 2
Engel, analisando a prática médica, as instituições e concepção de loucura no Rio de Janeiro, 1830-
1930, constataram as contradições diagnósticas e manifestações de contestação. Citam o caso de R.
C. S., internado no Hospital Nacional de Alienados durante quase três décadas com o diagnóstico de
paranóia, que era espírita e, por isso, atribuía as suas crises de loucura à ação dos espíritos. Fazia
questão de sublinhar que detinha uma outra verdade da loucura diferente da imposta pela psiquiatria,
denunciando a arbitrariedade do poder daqueles que o diagnosticaram como louco: Quando tive os
primeiros acessos, enfim quando consenti que se me tomasse por maluco, disse-me... cedo, não aos
preceitos científicos que se invocam, mas a um processo de ‘Força maior’. Alguém que pode mais do
que eu resolveu fazer-me maluco; não posso resistir, é forçoso sujeitar-me. (apud Moura, 1923:36)
No desespero da consciência da desrazão, aprisionado nos labirintos do hospício, R. C. S. equilibra-
se numa corda bamba: consente e rejeita, oscilando, entre a resistência e a sujeição. In: ENGEL, MG.
Os delírios da razão: médicos, loucos e hospícios (Rio de Janeiro, 1830-1930) [online]. Rio de Janeiro:
Editora FIOCRUZ, 2001. 352 p. Loucura & Civilização collection. ISBN: 85-85676-94-9. Available from
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ilustrações
Louis Pasteur ( 1822 – 1895)
foto antes de 1895 Paul Nadar (wikimedia commons)
Principaux ferments that cause beer to go bad, Pasteur, Études sur la bière, 1876
(Linda Hall Library) https://www.lindahall.org/louis-pasteur/
Urea - Wöhler synthesis
https://en.wikipedia.org/wiki/Wöhler_synthesis

Prāna (em sânscrito:प्राण, sopro de vida)


https://pt.wikipedia.org/wiki/Prana

Qi or ch'i or ki, traditional Chinese: 氣; pinyin: qì


https://en.wikipedia.org/wiki/Qi
Physis Greek: φύσις [pʰýsis]) / Latin translation "natura"
https://en.wikipedia.org/wiki/Physis
Pneuma (πνεῦμα) Greek:"breath","spirit" or "soul".
https://en.wikipedia.org/wiki/Pneuma

Fotos de Bezerra de Menezes, reunidas por Nóbrega; Machado [32]


Colagem: CostaPPPR
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