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SÃO PAULO
2018
2
SÃO PAULO
2018
3
FOLHA DE APROVAÇÃO
Nota: ______
BANCA EXAMINADORA:
Professor Orientador:
Professor Arguidor:
Professor Arguidor:
4
a
Poesia de Jacopo Ferretti em: Os fabricantes de moedas falsas. Lisboa, Tip. De Elias José da
Costa Sanches, 1852.
6
AGRADECIMENTOS
Nenhum trabalho é feito por uma só pessoa. E isso não poderia ser diferente
no presente trabalho, que só foi possível ser concluído graças a ajuda e o apoio de
diversas pessoas.
O apoio mais importante, não só para a conclusão desse trabalho, mas para a
minha vida, é o que recebo da minha família. Em especial meus pais e meu irmão,
que sem o suporte irrestrito deles eu não conseguiria alcançar a maioria das minhas
realizações e não poderia continuar buscando sempre mais.
Durante minha caminhada universitária tive a oportunidade de conhecer
dezenas de professores, os quais sou eternamente grato pelos conhecimentos que
foram capazes de me transmitir, auxiliando no meu desenvolvimento acadêmico e
profissional. Mas, não posso deixar de destacar três professores que, além de
mestres, tornaram-se amigos e são a minha fonte de inspiração para o futuro.
Agradeço ao Profº Drº Wanderley Andrade da Costa Lima, por ser um ombro amigo
o qual eu sei que poderei contar durante toda a minha vida. A Profª Leticia Costa,
minha primeira orientadora, a qual me fez compreender o Direito Penal e passar a
amá-lo, além de ser a responsável por me apresentar a Profª Drª Janaina. E por fim,
mas não menos importante, a Profª Drª Janaina Thais Daniel Varalli, minha
orientadora e pessoa responsável por me dar forças para a conclusão do último
período da faculdade. Mesmo nos conhecendo a tão pouco tempo, tenho o
sentimento de que fomos amigos a vida inteira.
Agradeço a Sociedade Numismática Brasileira, em especial seu Presidente
Gilberto Fernando Tenor, por toda a ajuda desprendida durante a elaboração desse
trabalho. Fornecendo dados e livros essenciais para que fosse possível elucidar
todas as informações trazidas.
E, enfim, as pessoas que estão sempre presentes na minha vida e que me
dão o suporte para eu consiga dar o meu máximo em tudo que eu faço.
Representadas pela Nathalya Ferreira de Melo, o presente que a faculdade me deu;
Wilton da Silva, que sempre me instiga a buscar mais e Abílio Antunes Neto,
parceiro de negócios e da vida.
7
RESUMO
ABSTRACT
This work looks at the money counterfeiting crime occurred in Brazil since its
discovery to the present day. Covering an interval of more than 500 years of Brazilian
history. It seeks to present the main legal provisions created during this period,
demonstrating the social, political and economic circumstances that allowed such
crime to continue. In addition, it aims to identify the efforts made by governments in
opposition to these practices. In the construction of this analysis, four different
analytical axes are articulated, divided by historical periods: Colony; United Kingdom
of Portugal, Brazil and Algarves; Empire and Republic. Bringing in each period the
judicial and historical structure, laws enacted and reports of the time.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………..10
1. FALSIFICAÇÃO MONETÁRIA NO BRASIL COLÔNIA...................................12
1.1. A ESTRUTURA JUDICIÁRIA COLONIAL..................................................12
1.2. LEIS COLONIAIS........................................................................................13
1.3. TESTEMUNHOS DE ÉPOCA.....................................................................17
1.4. O PRIMEIRO CRIME DE MOEDA FALSA JULGADO NO
BRASIL.........................................................................................................20
2. FALSIFICAÇÃO MONETÁRIA NO REINO UNIDO DE PORTUGAL, BRASIL E
ALGARVES.......................................................................................................23
2.1. CONTEXTO HISTÓRICO..........................................................................23
2.2. LEIS...........................................................................................................24
2.3. RELATOS DOCUMENTADOS..................................................................27
3. FALSIFICAÇÃO MONETÁRIA NO IMPÉRIO DO BRASIL..............................29
3.1. A ESTRUTURA JUDICIÁRIA IMPERIAL...................................................29
3.2. LEIS IMPERIAIS........................................................................................30
3.3. DADOS HISTÓRICOS...............................................................................50
4. FALSIFICAÇÃO MONETÁRIA NA ERA REPUBLICANA................................56
4.1. APLICAÇÃO DAS LEIS NA REPÚBLICA..................................................56
4.2. LEIS REPUBLICANAS..............................................................................58
4.3. ANÁLISE DOUTRINÁRIA E JURÍDICA DO ARTIGO 289 DO CÓDIGO
PENAL DE 1940...........................................................................................61
4.3.1. Da moeda falsa e o estelionato...............................................64
4.3.2. Do princípio da insignificância...............................................65
4.4. CASOS CONCRETOS..........................................................................67
CONCLUSÃO....................................................................................................71
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................73
10
INTRODUÇÃO
Porém todas essas medidas não foram suficientes para acabar com essa
prática. Entretanto, não faltaram tentativas, como pode ser observado na leitura do
presente trabalho, que traçará um paralelo entre o crime de falsificação monetária e
a própria evolução da legislação brasileira como um todo.
12
2
CARRILLO, Carlos Alberto. Memória da Justiça Brasileira. Salvador: Tribunal de Justiça, 1997.
3
CEZARIO, Leandro Fazollo. A estrutura judicial no Brasil Colonial: criação, ordenação e
implementação. Boletim Jurídico, Uberaba/MG, a. 9, no 585. Disponível em:
<https://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/artigo/2045/a-estrutura-judicial-brasil-colonial-criacao-
ordenacao-implementacao> Acesso em: 3 nov. 2018.
13
El Rey Dom Affonso, o quarto de muita louvada memória em seu tempo fez
ley em essa forma que se segue.
Se o nosso moedeiro, ou outro, moeda falsa fizerem, e dele forem vencidos,
4
talhem-lhe os pés e as mãos, e percam quanto ouverem .
Nas Ordenações Manuelinas, em seu livro 5º, no título VI, intitulado ―Dos que
fazem moeda falsa, ou a despendem, ou a cerceam. E do Ourivez que faz alguma
falsidade em suas obras‖, previam-se penas graves a quem cometesse tal delito,
como se observa abaixo:
Neste mesmo título é definido o que a coroa considera como moeda falsa:
E declaramos, moeda falsa he toda aquella, que não he feita per nosso
mandado, em qualquer maneira que se faça, ainda que seja feita daquella
materia e forma, de que é feita a nossa verdadeira moeda, que se faz por
nossa mandado; porque, segundo Direito e razão, ao Rei, ou Príncipe da
Terra somente pertence faze-la, e a outro algum não, de qualquer
6
dignidade, e preeminência que seja.
4
COIMBRA, Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras. Ordenações
Afonsinas. Disponível em: <http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/afonsinas/>. Acesso em: 12. Ago. 2018.
5
COIMBRA, Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras. Ordenações
Manuelinas. Disponível em: <http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/manuelinas/> Acesso em: 12. Ago. 2018
6
Ibidem.
14
Nas Ordenações Filipinas, também em seu livro 5º, no título XII, dispunha:
Moeda falsa he toda aquella, que não he feita per mandado do Rei, em
qualquer maneira que se faça, ainda que seja feita daquella materia e
forma, de que se faz a verdadeira moeda, que o Rei manda fazer: porque
conforme a Direito ao Rei somente pertence faze-la, e a outro algum não,
de qualquer dignidade que seja. E por moeda falsa ser cousa muito
prejudicial na Republica, e merecem ser gravemente castigados os que
nisso forem culpados, mandamos que todo aquelle, que moeda falsa fizer,
ou a isso der favor, ajuda ou conselho, ou for dello sabedor, e o não
descobrir, morra morte natural de fogo, e todos os seus bens sejam
7
confiscados para a Coroa do Reino .
Todas essas punições eram uma maneira de tentar barrar tal crime, já que os
itens de segurança monetário no século XVII eram quase inexistentes, sendo tais
moedas cunhadas de maneira muito arcaica e facilmente reproduzidas. Sendo difícil
7
COIMBRA, Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras. Ordenações Filipinas.
Disponível em: <http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/filipinas/ordenacoes.htm>. 12. Ago. 2018
8
TINÔCO, Antonio Luiz Ferreira. Código Criminal do Imperio do Brazil annotado. Edição fac-
similada da 1ª edição de 1830. Brasília: Senado Federal, 2003. (Coleção história do direito brasileiro.
Direito penal; 1). Disponível em:
<https://bdjur.stj.jus.br/jspui/bitstream/2011/63206/codigo_criminal_imperio.pdf>. Acesso em 08 out.
2018.
15
para uma população sem conhecimento aprofundado de seu dinheiro distinguir uma
peça verdadeira de uma peça falsa, fazendo com que tais moedas entrassem
facilmente em circulação, ocasionando uma grande perda para a Coroa.
Tais ordenações foram aplicadas durante todo o período em que o Brasil foi
colônia de Portugal. A primeira expedição colonizadora do Brasil chegou em 1530,
chefiada por Martin Afonso de Souza. Na época de tal expedição a Ordenação
vigente era a Ordenação Manuelina, portanto, na colônia brasileira a punição vigente
para o crime de moeda falsa era a morte por fogo, prevista nas duas Ordenações
que vigoraram nesse período.
Além das Ordenações, o Rei governava através de Alvarás Régios e
Decretos. Abaixo alguns dos principais Alvarás e Decretos que possuíam alguma
disposição referente ao crime de moeda falsa. O período compreendido de estudo
desses Alvarás e Decretos se inicia em 1808, pois é a partir dessa data que é
possível consultar no site da Câmara dos Deputados a legislação brasileira.
O Alvará de 12 de outubro de 1808, no qual traz a ordem para circular na
Capitania de Minas Gerais os pesos espanhóis depois de marcados e dá
providencias sobre o troco do ouro em pó, também dispõe sobre as moedas falsas e
equipara certas condutas à da falsificação monetária, como pode ser observado nos
excertos a seguir:
9
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio>. Acesso em 15. Ago. 2018.
16
10
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
11
Ibidem.
12
Ibidem.
17
O século XVII foi marcado pela abundante circulação de moedas falsas. Tais
práticas já eram comuns na Europa, e no Brasil não poderia ser diferente. As
moedas eram cunhadas de maneira clandestina no Brasil e fora dele. Sendo
introduzidas aqui. A grande parte dessas moedas falsas tinham como procedência
outros países. Para os colonos, era um meio de suprir a falta de moeda na época,
sejam verdadeiras ou falsas, as moedas eram usadas. Mesmo com o risco de
punição14.
O primeiro grande exemplo de falsificação de moedas em grande escala no
Brasil é a Casa de Moeda Falsa do Paraopeba, fundição clandestina de moeda que
13
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio>. Acesso em 15. Ago. 2018.
14
LEVY, M. B. (1983). Elementos para o estudo da circulação da moeda na economia
colonial. Estudos Econômicos, n. 13 (especial), p. 825-840.
18
15
TÚLIO, Paula Regina Albertini. Falsários D’El Rei: Inácio de Souza Ferreira e a casa de moeda
falsa do Paraopeba. (Minas Gerais 1700-1734). 2005. Dissertação (Mestrado em História) –
Universidade Federal Fluminense, Niterói.
16
SOMBRA, Severino (1938). Historia monetaria do Brasil colonial: repertorio cronológico com
introdução, notas e carta monetária(PDF). [S.l.]: Oficinas gráficas da emp. Almanak Laemmert,
ltda.
19
Ordena Sua Majestade que o Conde tome todas as providências para prendê-
los, sequestrar-lhes os bens e remeter preso para Lisboa o principal culpado,
Antonio Pereira, antigo Abridor da Casa da Moeda do Rio de Janeiro, enviando, para
isso, uma Relação com os nomes de todos os implicados 17.
Em 1742 o Governo do Rio de Janeiro, na Junta convocada, a fim de adotar
providências contra a falsificação das moedas, expôs o seguinte:
17
SOMBRA, Severino (1938). Historia monetaria do Brasil colonial: repertorio cronológico com
introdução, notas e carta monetária(PDF). [S.l.]: Oficinas gráficas da emp. Almanak Laemmert,
ltda.
18
Ibidem.
20
19
SOMBRA, Severino (1938). Historia monetaria do Brasil colonial: repertorio cronológico com
introdução, notas e carta monetária(PDF). [S.l.]: Oficinas gráficas da emp. Almanak Laemmert,
ltda.
20
Ibidem.
21
Ibidem.
21
Como este crime é privativo do Juiz da Moeda, parece que não devem ser
sentenciados nesta Relação, pois este caso na América é de grande e
prejudiciais consequências e digno de ser julgado em Tribunal de mais
22
VASCONCELOS, Fernando Eustáquio de Souza. O papel moeda: falsificação, derrame. Revista
O Alferes. Minas Gerais, ano 6, n. 16, páginas 15-43, 1º trimestre de 1988. Disponível em:
<https://revista.policiamilitar.mg.gov.br/index.php/alferes/article/viewFile/473/451>. Acesso em: 1 nov.
2018.
23
Ibidem.
24
Ibidem.
25
Ibidem.
22
experiência que este que está ainda no seu principio e não tem ministros
que bastem. Dos 9 juízes que se compõem a Relação, um acha-se em
Sabará em comissão, outro morreu e os mais, raras vezes se juntam por
causa das moléstias. Melhor seria que fossem enviados com as suas culpas
para as cadeias do Limoeiro e para isso aguardo ordem de Vossa
26
Majestade .
26
VASCONCELOS, Fernando Eustáquio de Souza. O papel moeda: falsificação, derrame. Revista
O Alferes. Minas Gerais, ano 6, n. 16, páginas 15-43, 1º trimestre de 1988. Disponível em:
<https://revista.policiamilitar.mg.gov.br/index.php/alferes/article/viewFile/473/451>. Acesso em: 1 nov.
2018.
27
Ibidem.
28
Ibidem.
23
29
MORERO, Horacio Hugo. Numismática e Metamorfose: O recunho dos patacões das
Províncias do Rio da Prata no Brasil: estudo, catalogação e estimativas das moedas pátrias
que foram utilizadas como base dos 960 réis. ed. traduzida para o português. Sociedade
Numismática Brasileira: São Paulo, 2018.
30
Ibidem.
24
O príncipe não era bem visto por governar o reino a partir de uma colônia.
Razão pela qual era necessária a elevação do status do Brasil. Conforme expõe
Luciano Athayde Chaves:
2.2. LEIS
Durante a época em que fomos Reino Unido, a lei que nos regia eram as
Ordenações Filipinas. E como já vimos anteriormente, tais Ordenações previam o
crime de moeda falsa e o puniam com a pena de morte por fogo.
Nas Ordenações Filipinas, em seu livro 5º, no título XII, dispunha:
Moeda falsa he toda aquella, que não he feita per mandado do Rei, em
qualquer maneira que se faça, ainda que seja feita daquella matéria e
forma, de que se faz a verdadeira moeda, que o Rei manda fazer: porque
conforme a Direito ao Rei somente pertence fazê-la, e a outro algum não,
de qualquer dignidade que seja. E por moeda falsa ser cousa muito
prejudicial na Republica, e merecem ser gravemente castigados os que
nisso forem culpados, mandamos que todo aquelle, que moeda falsa fizer,
ou a isso der favor, ajuda ou conselho, ou for dello sabedor, e o não
descobrir, morra morte natural de fogo, e todos os seus bens sejam
32
confiscados para a Coroa do Reino .
31
CHAVES, Luciano Athayde. O Poder Judiciário Brasileiro na Colônia e no Império:
(Des)Centralização, Independência e Autonomia. Revista da AJURIS – Porto Alegre, v. 44, n. 143,
Dezembro, 2017.
32
COIMBRA, Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras. Ordenações Filipinas.
Disponível em: <http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/filipinas/ordenacoes.htm>. 12. Ago. 2018
25
33
MORERO, Horacio Hugo. Numismática e Metamorfose: O recunho dos patacões das
Províncias do Rio da Prata no Brasil: estudo, catalogação e estimativas das moedas pátrias
que foram utilizadas como base dos 960 réis. ed. traduzida para o português. Sociedade
Numismática Brasileira: São Paulo, 2018.
34
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
26
Sendo muito próprio do paternal amor com que tenho regido e rejo os meus
vassalos, que neste faustíssimo dia da minha coroação e solemne
exaltação ao throno dos meus Reinos, eu faço experimentar os effeitos da
minha real clemencia e piedade, quando for compatível com a equidade e
justiça, aquelles que transgrediram as leis e se acham incursos em as suas
penas: hei por bem fazer mercê aos presos que se acharem por causas
crimes, não só nas cadeias publicas do Districto da Casa da Suplicação, e
dos das Relações da Bahia e Maranhão, mas também nas cadeias de todas
as Comarcas deste Reino do Brazil, de lhes perdoar livremente por esta
vez, (não tendo elles mais partes que a justiça) todos e quaesquer crimes
pelos quaes estiverem presos, à exceção dos seguintes, que, pela
gravidade delles, e pelo que convem ao serviço de Deus e bem da
Republica, se não devem isentar das penas da lei, a saber: (...), moeda
36
falsa, (...) .
35
SERRÃO, Joaquim Veríssimo. História de Portugal, vol. V, p. 42-43, Editorial Verbo, Lisboa, 2.ª
ed.
36
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
37
Ibidem.
27
Em mais duas ocasiões de perdão real aos presos que se encontravam nas
cadeias do reino, os condenados pelo crime de moeda falsa foram excluídos,
encerrando assim o período compreendido pelo Reino Unido e que foi duro na
aplicação das penas previstas a tal crime, não permitindo em nenhum momento o
seu perdão.
38
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
28
39
SOMBRA, Severino (1938). Historia monetaria do Brasil colonial: repertorio cronológico com
introdução, notas e carta monetária(PDF). [S.l.]: Oficinas gráficas da emp. Almanak Laemmert,
ltda.
40
Ibidem.
41
Ibidem.
29
42
MARTINS FILHO, Ives Gandra da Silva. Evolução Histórica da Estrutura Judiciária Brasileira.
Revista Jurídica Virtual, Brasília, v. 1, n. 5, set. 1999.
43
MATHIAS, Carlos Fernando. Notas para uma história do Judiciário no Brasil. Brasília: Fundação
Alexandre de Gusmão, 2009. p. 140.
44
TORRES, João Camillo de Oliveira. A democracia coroada. Petrópolis: Vozes, 1964. p. 80.
45
BARRETO, Tobias. Estudos de direito. Campinas: Bookseller, 2000. p. 375.
30
Art. 173. Fabricar moeda sem autoridade legitima, ainda que seja feita
daquella materia, e com aquella fórma, de que se faz, e que tem a
verdadeira, e ainda que tenha o seu verdadeiro, e legitimo peso, e valor
intrinseco.
Penas - de prisão com trabalho, por um a quatro annos, e de multa
correspondente á terça parte do tempo, além da perda da moeda achada, e
dos objectos destinados ao fabrico.
Se a moeda não fôr fabricada da materia, ou com o peso legal.
Penas - de prisão com trabalho, por dous a oito annos, e de multa
correspondente á metade do tempo, além da perda sobredita.
Art. 174. Fabricar, ou falsificar qualquer papel de credito, que se receba nas
estações publicas, como moeda; ou introduzir a moeda falsa, fabricada em
paiz estrangeiro.
Penas - de prisão com trabalho por dous a oito annos, e de multa
47
correspondente á metade do tempo, além da perda sobredita .
46
LEAL, Vitor Nunes. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 181.
47
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
31
protecção nos Estados da outra. E para que esta estipulação possa ter a
mais completa execução, cada um dos dous Soberanos se obriga a fazer
com que as pessoas assim accusadas sejam expulsas dos seus respectivos
48
Estados, logo que o outro assim o requerer .
Artigo IV- Os indivíduos accusados nos Estados de uma das Altas partes
contractantes dos crimes de alta traição, felonia, fabricação de moeda falsa,
ou de papel que a represente, não receberão protecção nos Estados da
outra, antes pelo contrario serão delles expulsos, logo que assim o fôr
49
requerido pelo Governo respectivo .
48
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
49
Ibidem.
50
Ibidem.
32
51
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
52
Ibidem.
33
Illm. E Exm. Sr. – Foi presente a Sua Magestade o Imperador o officio que
V. Ex. me dirigiu com data do 1º do corrente, acompanhado por copia uma
informação do Desembargador Ouvidor Geral do Crime, e documentos a
elles juntos, participando o procedimento que ahi se teve para occorrer com
remédio opportuno ás machinações, que uma facção de inimigos do actual
systema de governo monarchico constitucional, estava tramando, e se
propunha levar a effeito: e como em todo o procedimento por V. Ex.
communicado a este respeito se veja, que a lei foi guardada, o mal atalhado
ao nascer, e a tranquillidade publica posta em segurança: Houve o mesmo
Augusto Senhor por bem achar achar dignos de sua imperial approvação
todos os actos desse governo e mais encarregados da tranquillidade publica
dessa cidade por V. Ex. participados. E bem que á vista dos documentos
que foram encontrados em poder de um dos cabeças da desordem, e das
declarações feitas por alguns dos cumplices, se veja que nada deve temer
de quaesquer tentativas, que os facciosos possam intentar contra o systema
constitucional estabelecido, não só porque todos os bons brazileiros o
querem e defendem, mas mesmo porque se não contam entre elles, senão
indivíduos, que têm chamado sobre si a publica indignação dos homens
bons por sua péssima conducta, e antigos crimes; que se tivessem sido
53
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
34
54
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
55
Ibidem.
35
Art. 59. A moeda de cobre, levada ao troco será examinada, e sendo legal
será paga aos portadores pelo seu valor nominal (descontados 5%), em
notas e cobre punçado, não excedendo este a metade; e a que fôr
reconhecida falsa se lhe dará um corte quanto baste para mais não correr
56
como moeda, e se entregará ao portador sem desconto algum .
56
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
57
Ibidem.
58
Ibidem.
36
59
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
60
Ibidem.
61
Ibidem.
37
62
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
63
Ibidem.
38
64
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
65
Ibidem.
66
Ibidem.
39
Illm. e Exm. Sr. - Faltando sómente por substituir a somma de 122:000$ das
cedulas emittidas nesta Província e cumprindo accelerar esta operação por
constar ao Governo que se pretende introduzir do estrangeiro uma porção
de cedulas falsas principalmente dos valores de 100$ e 20$, nesta data
tenho revogado a Portaria de 15 de Abril findo, em que havia marcado o dia
31 de Outubro proximo futuro para até elle ultimar-se a referida substituição,
e fixado o 31 de Agosto para o indicado fim; devendo-se dessa data em
diante fazer o desconto de 10 % mensaes na fórma do art. 5º da Lei de 6 de
Outubro de 1835: o que communico a V. Ex. para que haja de mandar
67
proceder aos annuncios necessarios .
67
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
68
Ibidem.
40
69
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
70
Ibidem.
71
Ibidem.
41
Art. 1º. Todo aquelle que commetter em territorio Portuguez alguns dos
crimes declarados no Capitulo 6º Secção 1º Arts. 206, 207, 208, 209, 210 e
211 do Codigo Penal Portuguez, promulgado por Decreto de 10 de
Dezembro de 1852, falsificando moeda metallica que tenha curso legal no
lmperio do Brasil, passando ou introduzindo moeda assim falsificada, ou
expondo-a á venda, será punido segundo as regras e com as penas
estabelecidas para taes crimes nos referidos Artigos relativos á falsificação
de moeda metallica portugueza.
72
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
42
Art. 5º. As duas altas Partes contractantes tomarão cada huma por si, ou á
requisição dos Agentes Diplomaticos ou Consulares da outra, todas as
medidas administrativas que forem necessarias para obstar a taes crimes,
como se achão especificados nos seus respectivos Codigos; e bem assim
para perseguir, fazer processar, e punir os criminosos, quando tenha sido
73
impossivel prevenir a perpetração dos mesmos crimes .
Art. 22. São causas de demissão, ainda que o empregado tenha mais de 10
annos de serviço:
(...)
73
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
74
Ibidem.
75
Ibidem.
43
(...)
(...)
(...)
(...)
76
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
77
Ibidem.
44
(...)
(...)
(...)
78
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
79
Ibidem.
45
(...)
(...)
80
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
81
Ibidem.
82
Ibidem.
46
(...)
83
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
84
Ibidem.
47
(...)
(...)
Illm. e Exm. Sr. -Com Aviso de 15 de Março ultimo pediu V. Ex. solução dos
dous quesitos seguintes formulados pela Legação da Belgica, a respeito da
punição do fabrico de moeda estrangeira ainda no caso de ter a mesma
denominação e o mesmo peso das desse Estado estrangeiro:- 1º As leis
penaes punem o fabrico de moeda estrangeira quando commettido no
Brazil?- 2º E punem o mesmo crime, quando praticado em paiz estrangeiro
por nacional, que posteriormente vem refugiar-se no lmperio?
Em resposta declaro a V. Ex. :
Quanto ao1º que, segundo a Jurisprudencia dos nossos Tribunaes, o art.
173 do Codigo Criminal é applicavel aos que no Imperio fabricam moeda
falsa estrangeira. Quanto ao 2º que, nos termos do art. 4º do decreto n.
6734 de 8 de Junho de 1878 e artigo respectivo da lei, o nacional que fóra
do paiz, houver falsificado moeda estrangeira e voltar ao Imperio, póde ser
87
processado e punido conforme a lei brazileira .
85
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
86
Ibidem.
87
Ibidem.
48
(...)
Art 3. A extradição será concedida por motivo dos actos puniveis abaixo
indicados, a saber:
(...)
88
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
89
Ibidem.
49
90
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
91
Ibidem.
92
Ibidem.
50
93
BRASIL. Senado Federal. Legislação do Império. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/doimperio> . Acesso em 15. Ago. 2018.
94
Ibidem.
51
95
GOMES, Edil; BERTAPELI, Rogerio. 1825P: moedas para salvar a Província do Grão-Pará.
Autores: Edil Gomes, Rogério Bertapeli. Sociedade Numismática Brasileira: São Paulo, 2018.
96
Ibidem.
52
PROVISÃO de 28.7.1826
O Visconde de Baependy, etc. – Faço saber à Junta da Fazenda Pública da
Província do Maranhão, que tendo-se recebido aviso de que se pretendia
mandar para os portes do Brazil moeda falsa de prata e cobre de alguns
portos estrangeiros, oculta em barris de pregaria e ferragens: Há o mesmo
A.S. por bem mandar prevenir essa Junta, para evitar tão atroz delicto,
expedindo as convenientes ordens ao Juiz dessa Alfandega, procedendo-se
ao mais escrupuloso exame em todos e quaisquer navios estrangeiros, e
particularmente nos que vem das Ilhas de Jersey e Guernesey, para se
apprehender as moedas falsas que possão trazer, e ainda mesmo o cobre
97
cortado em chapas, que só pode servir para se cunhar em moeda .
97
GOMES, Edil; BERTAPELI, Rogerio. 1825P: moedas para salvar a Província do Grão-Pará.
Autores: Edil Gomes, Rogério Bertapeli. Sociedade Numismática Brasileira: São Paulo, 2018.
98
Ibidem.
99
Ibidem.
53
100
MARTINS, Álvaro. Moedas para a revolução do povo: a solução cabana para o meio
circulante. Belém: Imprensa Oficial do Estado, 2012.
101
TRETTIN, Alexander. O derrame de moedas falsas de cobre na Bahia (1823-1829) /Alexander
Trettin. – Salvador: UFBA / FFCH-PPGH, 2010.
54
102
TRETTIN, Alexander. O derrame de moedas falsas de cobre na Bahia (1823-1829) /Alexander
Trettin. – Salvador: UFBA / FFCH-PPGH, 2010.
103
Ibidem.
104
CASTRO, Renato Berbert de. O fechamento da Casa da Moeda da Bahia e o 80 réis de 1831B.
Bahia: Gov. do Est. da Bahia/Sec. De Cultura e Turismo/Conselho Estadual de Cultura, 1996
55
105
FAUSTO, Boris. História do Brasil, EDUSP, 2012
106
MARTINS FILHO, Ives Gandra da Silva. Evolução Histórica da Estrutura Judiciária Brasileira.
Revista Jurídica Virtual, Brasília, v. 1, n. 5, set. 1999.
57
107
DUARTE, Maércio Falcão. Evolução histórica do Direito Penal. Revista Jus Navigandi, ISSN
1518-4862, Teresina, ano 4, n. 34, 1 ago. 1999. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/932>.
Acesso em: 4 nov. 2018.
108
MARTINS FILHO, Ives Gandra da Silva. Evolução Histórica da Estrutura Judiciária Brasileira.
Revista Jurídica Virtual, Brasília, v. 1, n. 5, set. 1999.
109
Ibidem.
58
110
MARTINS FILHO, Ives Gandra da Silva. Evolução Histórica da Estrutura Judiciária Brasileira.
Revista Jurídica Virtual, Brasília, v. 1, n. 5, set. 1999.
111
DUARTE, Maércio Falcão. Evolução histórica do Direito Penal. Revista Jus Navigandi, ISSN
1518-4862, Teresina, ano 4, n. 34, 1 ago. 1999. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/932>.
Acesso em: 4 nov. 2018.
59
Si a moeda for fabricada com diversa matéria ou sem o peso legal: Pena de
113
prisão cellular por dous a oito anos, além da perda sobredita
(...)
112
BRASIL. Câmara dos Deputados. Legislação da República. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/republica>. Acesso em: 18. Ago. 2018.
113
Ibidem.
114
PONCIANO, Vera Lúcia Feil. Crimes de moeda falsa. Curitiba: Juruá, 2000.
60
(...)
Artigo 14: Cada repartição central, nos limites em que julgar util, deverá
enviar às repartições centrais dos outros países uma coleção de especimes
autênticos, inutilizados, de moedas do seu país.
Dentro dos mesmos limítes, deverá notificar, regularmente, as repartições
centrais estrangeiras, dando-lhes todas as informações necessárias:
a) As novas emissões de moedas efetuadas em seu país;
b) A retirada de circulação e a prestação de moedas.
Salvo nos casos de interesse puramente local, cada repartição central, nos
limítes que julgar conveniente, deverá notificar as repartições centrais
estrangeiras;
1º - As descobertas de moedas falsas. A notificação de falsificação de notas
bancárias ou do Estado será acompanhada de descrição técnica das
falsificações, fornecida exclusivamente pelo organismo emissor cuja notas
foram falsificadas; será enviada uma reprodução fotográfica ou, se possível,
um exemplar da nota falsa. Em casos urgentes, um aviso e uma descrição
sumária poderão ser discretamente enviados, pelas autoridades policiais, às
repartições centrais interessadas, sem prejuizo do aviso e da descrição
técnica acima referidos;
2º - As pesquisas, perseguições, prisões, condenações, expulsões de
moedeiros falsos, bem como eventualmente suas mudanças e todas as
informações uteis, principalmente, os sinais, impressões digitais e
fotografias dos moedeiros falsos;
3º - Informações minuciosas sobre a descoberta da fabricação de moeda
falsa, indicando se essas descobertas permitiram apreender todas as
115
falsificações postas em circulação
Tal Convenção ratificada pelo Brasil não consta revogação expressa, sendo,
116
portanto, válida até hoje . Atualmente o crime de falsificação monetária está
descrito no artigo 289 do Código Penal (Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940).
115
BRASIL. Câmara dos Deputados. Legislação da República. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/republica>. Acesso em: 18. Ago. 2018.
116
BRASIL. Câmara dos Deputados. Decreto Lei nº3.074, DE 14 DE SETEMBRO DE 1938.
Promulga a Convenção Internacional para a repressão da moeda falsa, Protocolo e Protocolo
Facultativo, firmados em Genebra a 20 de abril de 1929. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-3074-14-setembro-1938-348839-
norma-pe.html>. Acesso em: 20. Ago. 2018.
61
TÍTULO X
DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA
CAPÍTULO I
DA MOEDA FALSA
119
CARRARA, Francesco. Programma dei Corso di diritto criminale. 5ª ed. Vol. I. Itália, Lucca:
1877.
120
PASCHOAL, Janaina Conceição. Direito Penal: Parte Geral. 2ª ed. São Paulo: Manole, 2015.
121
MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal. volume3 : parte especial, arts. 235 a 361
do CP / Julio Fabbrini Mirabete, Renato N. Fabbriní. 28. ed. rev. e atual. São Paulo: Atlas, 2014.
63
122
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed.
Niterói, RJ: Impetus, 2017.
123
Ibidem.
124
ROMANO, Rogério Tadeu. Moeda falsa e outros crimes. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-
4862, Teresina, ano 20, n. 4310, 20 abr. 2015. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/32719>.
Acesso em: 13 out. 2018.
64
125
BITENCOURT, Cezar Roberto Tratado de direito penal, 4: parte especial : dos crimes contra a
dignidade sexual até dos crimes contra a fé pública / Cezar Roberto Bitencourt. – 6. ed. rev. e
ampl. – São Paulo : Saraiva, 2012.
126
FRAGOSO, Heleno Cláudio. Lições de direito penal – Parte especial, v. 2, p. 298.
127
BRASIL. Superior Tribunal Justiça. Súmula nº 73. A utilização de papel moeda
grosseiramento falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da
justiça estadual. Diário da Justiça da União, Brasília, 20 de abril 1993. Seção 3, p. 6.769.
65
128
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério Greco. – 14a ed.
Niterói, RJ: Impetus, 2017.
66
De acordo com Fernando Capez, "Segundo tal preceito, não cabe ao Direito
Penal preocupar-se com bagatelas, do mesmo modo que não podem ser admitidos
tipos incriminadores que descrevam condutas totalmente inofensivas ou incapazes
de lesar o bem jurídico." Ainda segundo o autor, o princípio não pode ser
considerado em termos abstratos: "Desse modo, o referido preceito deverá ser
129
verificado em cada caso concreto, de acordo com as suas especificidades ‖.
O Supremo Tribunal Federal tratou de um caso ocorrido em 2013 em Franco
da Rocha (SP), em que uma pessoa foi surpreendida por policiais militares com
quatro cédulas de R$50,00 falsas, que tentava colocar em circulação. No julgamento
de 1ª instância ele foi condenado à 3 anos de prisão, em regime aberto, pelo delito
previsto parágrafo 1º do artigo 289, do Código Penal (introduzir em circulação
moeda falsa), a qual foi substituída por duas penas restritivas de direito. A
Defensoria Pública União (DPU) interpôs apelação ao Tribunal Regional Federal da
3ª Região requerendo a aplicação do princípio da insignificância, mas o recurso foi
desprovido130.
Recorrendo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), também foi rejeitada a tese
de aplicabilidade do princípio ao negar habeas corpus lá impetrado. No recurso ao
Supremo, a DPU reiterou o argumento de que a conduta do recorrente não pode ser
considerada como um ataque intolerável ao bem jurídico tutelado, não configurando
ofensa à fé pública, por não ter efetivamente perturbado o convívio social. Pediu,
assim, o trancamento da ação penal 131.
Ao analisar o caso, o ministro Luís Roberto Barroso negou provimento ao
Recurso Ordinário em Habeas Corpus (RHC) 107959, afirmando que o acórdão do
STJ ―está alinhado com a orientação do Supremo Tribunal Federal no sentido de
que não se aplica o princípio da insignificância a fatos caracterizadores do crime de
moeda falsa‖ e citou vários precedentes nesse sentido132.
129
CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2004.
130
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Princípio da insignificância é inaplicável a crime de
moeda falsa. Disponível em:
<http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=277450>. Acesso em: 29. Ago.
2018.
131
Ibidem.
132
Ibidem.
67
133
CARVALHO, Elysio de. A falsificação de nossos valores circulantes. Imprensa Nacional. Rio
de Janeiro, 1912. Reproduzido no Boletim 66 da Sociedade Numismática Brasileira. São Paulo, p.49-
65, 2010.
134
VASCONCELOS, Fernando Eustáquio de Souza. O papel moeda: falsificação, derrame. Revista
O Alferes. Minas Gerais, ano 6, n. 16, páginas 15-43, 1º trimestre de 1988. Disponível em:
<https://revista.policiamilitar.mg.gov.br/index.php/alferes/article/viewFile/473/451>. Acesso em: 1 nov.
2018.
68
favores do indulto natalino, tem-se notícia que foi posto em liberdade e, saindo de
138
Manaus, tornou a aplicar o mesmo golpe em Brasília, onde foi novamente preso .
Segundo o delegado Vasconcelos, na polícia, quando presos, procuram
retardar ou desorientar os trabalhos investigatórios até receberem a pronta
assistência de advogados. Pertencem à classe média/alta e são bastante
ambiciosos 139.
Matéria publicada pela Revista da Associação Nacional dos Delegados de
Polícia Federal, no ano de 2007, trata sobre a falsificação monetária, e expõe
importantes dados, os quais foram possíveis extrair as constatações e informações
que trazemos adiante.
O trabalho conjunto da Polícia Federal e do Banco Central do Brasil tem
dificultado a vida dos criminosos. Já que desde a troca para o Real, milhões de
cédulas falsas têm sido tiradas de circulação. O aumento no número da incidência
desse crime pode ser explicado pela estabilidade monetária do Real 140.
Segundo dados extraídos da matéria, no ano de 1994, primeiro ano em que o
Real começou a circular, a falsificação era pequena. Tendo sido apreendidas 773
cédulas falsas. Porém, há o crescimento, ano a ano, no cometimento desse crime,
como mostram os números do Banco Central.
Em 1995 foram 35 mil notas; em 1996, 142 mil; em 1997, 222 mil; em 1998,
287 mil; em 1999, 382 mil; em 2000, 328 mil; em 2001, 380 mil; em 2002, 412 mil;
em 2003, 534 mil; em 2004, 487 mil; em 2005, 425 mil. No ano passado (revista
publicada em 2007), os números foram recorde: 603 mil cédulas falsas recolhidas,
num total de R$ 23,3 milhões141.
O principal alvo dos falsificadores são as cédulas de R$ 50, que representam
um total de 54,76% do total recolhido entre 2000 e 2007. O alvo secundário é a
cédula de R$ 10, com 30,2%. Na sequencia, vêm a nota de R$ 5, com 6,26% e a de
R$ 20, com 5,81%. A cédula de R$ 100, com apenas 0,16%, é a menos falsificada
142
.
138
Ibidem.
139
VASCONCELOS, Fernando Eustáquio de Souza. O papel moeda: falsificação, derrame. Revista
O Alferes. Minas Gerais, ano 6, n. 16, páginas 15-43, 1º trimestre de 1988. Disponível em:
<https://revista.policiamilitar.mg.gov.br/index.php/alferes/article/viewFile/473/451>. Acesso em: 1 nov.
2018.
140
PRISMA. Revista. Falsificação. Disponível em:
<http://www.adpf.org.br/adpf/imagens/revista/74_57.pdf>.Acesso em: 12. Out.2018.
141
Ibidem.
142
Ibidem.
70
143
PRISMA. Revista. Falsificação. Disponível em:
<http://www.adpf.org.br/adpf/imagens/revista/74_57.pdf>.Acesso em: 12. Out.2018.
144
CENTRAL, Banco. Banco Central e Polícia Federal assinam Acordo de Cooperação para
combate à falsificação do Real. Disponível em:<.https://www.bcb.gov.br/pt-br/#!/c/notas/14542>.
Acesso em: 13. Set. 2018.
145
NEVES, Márcio. Casa da Moeda 2: Polícia fecha mais uma fábrica de moedas falsas em SP.
Disponível em:<https://noticias.r7.com/sao-paulo/casa-da-moeda-2-policia-fecha-mais-uma-fabrica-
de-moedas-falsas-em-sp-03052018>. Acesso em: 15. Set. 2018.
71
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPEZ, Fernando. Direito penal: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2004.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial, volume III / Rogério
Greco. – 14a ed. Niterói, RJ: Impetus, 2017.
LEAL, Vitor Nunes. Coronelismo, enxada e voto. São Paulo: Companhia das
Letras, 2012, p. 181.
NEVES, Márcio. Casa da Moeda 2: Polícia fecha mais uma fábrica de moedas
falsas em SP. Disponível em:<https://noticias.r7.com/sao-paulo/casa-da-moeda-2-
policia-fecha-mais-uma-fabrica-de-moedas-falsas-em-sp-03052018>. Acesso em:
15. Set. 2018.
PASCHOAL, Janaina Conceição. Direito Penal: Parte Geral. 2ª ed. São Paulo:
Manole, 2015.
PONCIANO, Vera Lúcia Feil. Crimes de moeda falsa. Curitiba: Juruá, 2000.
ROMANO, Rogério Tadeu. Moeda falsa e outros crimes. Revista Jus Navigandi,
ISSN 1518-4862, Teresina, ano 20, n. 4310, 20 abr. 2015. Disponível
em: <https://jus.com.br/artigos/32719>. Acesso em: 13 out. 2018.
TÚLIO, Paula Regina Albertini. Falsários D’El Rei: Inácio de Souza Ferreira e a
casa de moeda falsa do Paraopeba. (Minas Gerais 1700-1734). 2005. Dissertação
(Mestrado em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói.