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No conceito material de crime surge-nos a pergunta do que deve ser considerado crime.
A necessidade de um conceito material decorre, desde logo, do art.º 18.º n.º 2 e art.º 27.º
da CRP.
Porque eé que a pergunta eé necessaé ria, o que eé que nos impoõ e a necessidade de encontrar
um conceito material de crime? A necessidade de encontrar algumas condutas,
determinadas caracteríésticas que as tornam particularmente desvaliosas e portanto
susceptíéveis de serem condenadas pelo direito penal.
Resulta, em primeiro lugar da CRP, porque de diferentes preceitos da CRP se retira essa
ideia de necessidade de sancionar os comportamentos mais graves (art.º 27.ºCRP).
O direito fundamental de que estamos aqui a falar, atraveé s da intervençaõ o do direito penal
eé o do art.º 27.º da CRP, a liberdade.
O primeiro factor que permite definir materialmente um crime eé o facto de o
comportamento ser susceptíével de ofender gravemente um bem juríédico fundamental quer
seja lesar efectivamente, quer seja a possibilidade de colocar em perigo o bem juríédico
fundamental.
O problema eé determinar o que eé um bem juríédico fundamental.
Artigo 295.º
Éxiste a necessidade de encintar ama determinada razaõ o para os fins das penas, por causa
do artº18 nº2 da CRP.
Aqui teremos de pensar que finalidade positiva realiza a pena de prisaõ o?
Ora, se pensarmos na pena de prisaõ o, a sua execuçaõ o traduz-se na restriçaõ o da liberdade
que eé um bem juríédico fundamental (art. 27º da CRP) por força do art.º 18 nº 2 CRP, diz-
nos que o Éstado soé estaé legitimado para restringir um direito fundamental, na medida em
que demonstra a necessidade de prescriçaõ o da pena principal, na perspectiva da
salvaguarda de interesses fundamentais
A pena de prisaõ o, enquanto reacçaõ o aé praé tica do crime, soé se justifica numa perspectiva
constitucional, se se conseguir demonstrar que essa restriçaõ o da liberdade eé necessaé ria
para salvaguardar outros direitos fundamentais.
A questaõ o do fim das penas eé discutida em relaçaõ o aé pena de prisaõ o.
Se noé s naõ o conseguirmos demonstrar que a pena eé um bem, que naõ o eé apenas a restriçaõ o
da liberdade, que eé necessaé ria para salvaguardar outros direitos fundamentais, naõ o eé
legíétima a pena de prisaõ o, porque eé inconstitucional (art.º 18.º nº 2 da CRP).
Haé teorias que veê em na aplicaçaõ o da pena de prisaõ o um valor positivo, uma mais-valia.
Éssas teorias, historicamente, podem ser agrupadas em teorias de 2 grandes grupos:
↗ Éspecial
Teorias Relativa: Teorias da prevençaõ o ↗ negativo
↘ GÉRAL
↘positivo
Artigo 297.º
Dissuadem-se as outras pessoas intimidando, ameaçando, a pena e prisaõ o tem estes efeitos
sobre a generalidade das pessoas e conseguir-se-ia assim, que naõ o praticassem crimes,
mas parte de um principio que naõ o eé muito correcto porque daé a ideia de que somos todos
criminosos potenciais, e soé naõ o cometemos crimes porque temos medo de ir presos
Artigo 300.º
A pena dissuade genericamente a pratica de crimes porque repoõ e nas pessoas a confiança
no sistema de normas, a validade do Dto.
1ª CRITICA: Naõ o funciona, por exemplo, nos Éstados Unidos, onde haé pena de morte, eé
onde existe mais homicíédios, logo a pena supostamente mais dissuasora naõ o surte esse
efeito.
Agora temos de ver, em que medida eé que o nosso CP recebe cada uma destas teorias dos
fins das penas (CP Art. 40ºe Art. 93º e o artigo 71º)
Concorrem para a resoluçaõ o da questaõ o de saber, de entre todas as teorias dos fins das
penas, quais eé que o nosso CP recebe como teoria subjacente.
Art 40 CP O nosso CP parece afastar expressamente a teoria retributiva. A pena naõ o visa
reparar os danos de culpa, nem visa retribuir a culpa.
Contudo aà quem entenda que ao contrario do que pareça, naõ o pode deixar de se considerar
que mesmo aà luz do DTO positivo portugueê s, a pena tambeé m visa retribuir a culpa
Art. 40º n1 Refere que as penas e as medidas de segurança visam a protecçaõ o do bem
juríédico, estaé a referir-se aà prevençaõ o geral quando se refere aà integraçaõ o do agente na
sociedade, estaé a referir-se aà prevençaõ o especial
Art. 40 n 2 refere que a culpa serve naõ o uma finalidade da pena mas apenas para limitar
a medida da pena, serve exclusivamente para definir o circuito míénimo possíével da medida
da pena, a pena naõ o existe para parar existe para prevenir novos crimes .
Previnem-se novos crimes, atraveé s da pena na medida da culpa ai o agente, naõ o se pode
prevenir para alem ao que seja a sua culpa concreta revelada na praé tica do facto.
Haé um artigo do professor Sousa Brito em que este procura demonstrar que mesmo depois
do art. 40º, a pena tambeé m visa retribuir a culpa, com fundamento do artigo 71º, n1CP que
ao contraé rio do art. 40º coloca lado a lado, a culpa e a prevençaõ o.
Mas, este argumento naõ o eé decisivo, porque o artigo 71º diz que na definiçaõ o da pena
concreta, devemos atender aà funçaõ o da culpa e isso naõ o faz com que se retire um
argumento decisivo no sentido de que a pena visa retribuir a culpa. Éle apenas diz que se
tem atender aà culpa e isso tambeé m o diz o art. 40º n2 CP
A questaõ o naõ o eé fechada
Artigo 301.º
Nullum crimen, nulla prenna,sine lego ( art 29 CRP) - Naõ o haé crime, nem pena, sem lei
Todo o sentido fundamental do princíépio da legalidade eé garantistico, tem por objectivo a
defesa o arguido contra eventuais abusos
A lei soé pode intervir para restringir ou limitar direitos, liberdades e garantias
fundamentais quando isso se revela absolutamente imprescindíével para acautelar outros
direitos taõ o fundamentais
O princíépio da legalidade divide-se em 4 sub princíépios:
. Preé via
. Stricta
. Certa
. Scripta (escrita)
Assim podemos dizer que: (naõ o pode haver crime sem lei)
a) Naõ o pode haver crime sem lei (scripta)
b) A lei que define crime tem de ser uma lei precisa (certa)
c) Proíébe-se a retroactividade da lei penal (previa) art. 29º Nº.1
d) Proíébe-se a interpretaçaõ o extensiva das normas penais (stricta) incriminadoras
1 - Naõ o haé crime, nem pena sem letra preé via:
Condiciona a aplicaçaõ o da lei no tempo das leis penais, faz-se em termos
substancialmente diferentes, das do art. 12º CC
2 - Naõ o haé crime, nem pena sem lei escrita:
Influencia o problema das fontes de Dto. Penal, para que se possa falar em crime este teraé
de estar previsto no Dto. Penal
3 - Naõ o haé crime, nem pena sem lei estrita:
Condiciona o problema da interpretaçaõ o e integraçaõ o das normas penais, saõ o limites
diferentes daqueles que resultam do art. 9º CC
4 - Naõ o haé crime, nem pena sem lei certa:
ÉÉ o problema da tipicidade em sentido restrito condiciona o problema da formulaçaõ o da
lei penal, dirige-se ao legislador, este estaé sujeito a regras muito mais exigentes. O
legislador naõ o pode descrever a conduta com preceitos gerais e indeterminados.
ÉÉ necessaé rio ter em atençaõ o ao sub princíépio da lei preé via (naõ o haé crime, nem pena sem lei
previa).
Ém mateé ria de aplicaçaõ o retroactiva das leis penais desfavoraé veis ao arguido.
Leis penais posteriores ao facto, favoraé veis ao arguido, saõ o obrigatoriamente aplicaé veis
retroactivamente.
Éstes saõ o dois princíépios com natureza constitucional, vinculativos ao legislador ordinaé rio.
(art. 29º nº.4) Éstudemos o art.2º nº.2 e nº.4 do CP
Art.2º Nº.2: cabem as hipoé teses em que a lei nova descriminaliza o facto. A consequeê ncia eé
a de que, se ainda naõ o foi julgado, o processo eé arquivado, se jaé foi julgado e estaé preso tem
de ser libertado.
Art.2º nº.4: cabem as hipoé teses em que o facto, continuando a ser crime eé concretamente,
menos punitiva. A nova lei aplica-se apenas aos aos casos que ainda naõ o tenha sido objecto
transitada em julgado.
Artigo 302.º
(Interpretação da lei penal)
Artigo 303.º
(Quanto á analogia)
Artigo 304.º
(Leis penais em branco)
ÉÉ uma norma que conteê m uma sançaõ o p/um pressuposto ou um conjunto de pressupostos
de possibilidade ou de puniçaõ o que naõ o se encontram expressos na lei mas sim noutras
normas de categoria hierarquicamente igual ou interior aà norma penal em branco.
Éntendemos por lei penal em branco tanto as normas que remetem a definiçaõ o dos seus
pressupostos de aplicaçaõ o p/uma fonte normativa de valor hierarquicamente inferior aà lei
da ASS da Rep., como aquelas que apenas remetem p/uma norma complementar de valor
inferior aé lei, a concretizaçaõ o teé cnica dos seus conceitos.
As primeiras saõ o chamadas leis penais absolutamente em branco, aà s segundas saõ o
chamadas de leis parcialmente em branco.
(ex: parcialmente em branco (art.275º nº.1 e 276º CP))
(ex: absolutamente em branco (art.277º nº.1 alíénea a) e b))
Levantam-se problemas quanto aà constitucionalidade de tais normas, precisamente
porque no entender de determinada doutrina, estas normas seriam inconstitucionais p/
consistirem numa violaçaõ o de uma decorreê ncia do princíépio da legalidade que eé a
existeê ncia de lei penal expressa, mais concretamente a existeê ncia de lei penal certa.
Contudo a doutrina maioritaé ria defende a constitucionalidade e validade nas normas
penais em branco desde que sejam respeitados determinados limites
As normas penais em branco soé naõ o respeitaraõ o a exigeê ncia de precisaõ o da lei imposta pelo
princíépio da legalidade se elas naõ o contiverem uma refereê ncia expressa e clara de
conteué do da proibiçaõ o que permite estabelecer a conexaõ o entre o crime e a pena.
Ém suma as normas penais em branco teê m que conter em si os pressupostos míénimos de
punibilidade e de puniçaõ o, ou seja que digam quem saõ o os destinataé rios e em que posiçaõ o eé
que se encontram e que contenham a respectiva sançaõ o, desde que correspondam a uma
verdadeira necessidade que o legislador tem de tutelar bens juríédicos fundamentais
atraveé s desta teé cnica.
Artigo 305.º
a) A lei (escrita)
Aqui estaé a tal decorreê ncia do princíépio da legalidade “nullo crimen nulla poena sihe lege
scripta “ (art.165º CRP)
b) Costume
Como fonte de incriminaçaõ o naõ o eé admissíével em Dto. Penal, de contrario violaria o
disposto no art. 1º do CP, e arts.29º e 165º nº.1 CRP, nomeadamente estaria a violar o
princíépio de representatividade politica e da reserva da lei formal.
No entanto o costume tem valia quando visa, naõ o criar ou agravar a responsabilidade penal
do agente, mas quando a sua intervençaõ o resulte beneé fica p/o agente, ou seja, quando o
costume se venha traduzir no aê mbito de uma norma favoraé vel, isto eé , quando o costume de
alguma norma venha atenuar ou entaõ o excluir a responsabilidade criminal do agente
c) Jurisprudeê ncia
Naõ o eé fonte imediata do Dto., mas sim fonte imediata. Corresponde ao conjunto das
opinioõ es dos eminentes penalistas.
Reconduz-se aé aplicaçaõ o da lei ao caso concreto. Haé uma grande tendeê ncia para que os
tribunais se orientem por decisoõ es anterior
d) Doutrina
Naõ o eé fonte imediata do Dto., mas sim fonte imediata. Corresponde ao conjunto das
opinioõ es dos eminentes penalistas.
e) Fontes do Dto. Internacional – Tratados
Saõ o fontes do Dto. Penal, tal como a lei, porque depois de todo o processo de assinatura,
aprovaçaõ o, ratificaçaõ o, eles entram na ordem juríédica nacional como lei escrita.
f) Aplicação da lei no tempo
Naõ o haé crime sem uma lei anterior ao momento da praé tica do facto que declare esse
comportamento como crime e estabeleça p/ele a correspondente sançaõ o.
Ém direito penal origina portanto a lei do movimento da praé tica do facto. Mas a aplicaçaõ o
externa ou exacerbada deste princíépio poderia levar a situaçoõ es injustas, donde o princíépio
geral em mateé ria penal eé a de que as leis penais mais favoráveis aplicam-se sempre
retroactivamente.
1º. Os factos saõ o julgados aà luz da lei que o vigora no momento da praé tica do facto.
2º. Se a lei posterior for desfavoraé vel ao arguido nunca se aplica. Éxiste um ultra actividade
da lei penal, porque se aplica sempre a lei mais favoraé vel ao arguido. Isto sucede porque o
agente criminoso naõ o pode ser punido por uma pena superior aà quela que ele esperava
contar (art. 29º nº.4 do CRP (Principio da segurança juríédica)
Quando uma lei revogatoé ria despenaliza certo acto e que tipifica tal acto, seraé necessaé rio
que esta lei tenha uma indicaçaõ o do Dto. Transitoé rio, ou seja uma indicaçaõ o sobre a sua
aplicaçaõ o da lei no tempo.
Teraé de ter uma disposiçaõ o que diga em que casos saõ o que a lei eé retroactiva (decisaõ o do
Supremo Tribunal).
Ésta disposiçaõ o derroga o art.2º do Dec-lei 433/82. Contudo, soé com a autorizaçaõ o da ASS.
Repué blica eé que a lei de disposiçaõ o pode derrogar o art. 2º da lei 433/82.
Ésta lei naõ o eé considerada vaé lida se naõ o existir esta autorizaçaõ o da ASS. Rep.
Contudo nos trabalhos preparatoé rios realizados para a construçaõ o da lei, haé quem entenda
que naõ o seraé necessaé rio que seja expressa a revogaçaõ o.
Artigo 307.º
(Aplicação da lei no espaço)
1º. Primeiramente ir ao art.4º (Principio da Territorialidade).
Os dois pressupostos referem quem eé competente para julgar.
2º. Lugar e pratica do facto (art.7º) - (Principio do ubiquidade)
Aqui para sabermos se o facto ocorreu em Portugal eé preciso que ocorra uma de treê s
coisas:
1º. ACÇAÂ O
2º. RÉSULTADO TIPICO
3º. RÉSULTADO NAÃ O COMPRÉÉNDIDO NO TIPO Prevençaõ o que o legislador
utiliza para naõ o ocorrer qualquer crime (para que naõ o se viole o bem juríédico protegido
– ex:art.292º)
Quando fazemos e verificamos se estamos a falar de actos preparatoé rios ou de execuçaõ o.
Quando refere “o facto considera-se praticado tanto no lugar em que total ou parcialmente
“ falamos de execuçaõ o do acto e naõ o de actos preparatoé rios.
Aqui surge-nos a Teoria da ubiquidade:
Ésta visa abranger os delitos aé distaê ncia, pois verifica-se que o facto considera-se praticado
tanto no lugar da acçaõ o, como no lugar onde se deu o resultado, daíé surgir a ubiquidade.
O art.7º CP eé importante se considerar que a conduta ou o resultado tíépico tiveram lugar
em Portugal, entaõ o pode-se considerar que o facto ocorreu em Portugal e aíé poder-se
aplicar a lei portuguesa p/força do art.4º CP e que consagra o princíépio da Territorialidade.
3º - art.5º Quando verificados o facto fora do territoé rio nacional a lei penal portuguesa eé
ainda competente uma vez em sede de art. 5º vai-se analisar caso a caso:
-Se estamos perante a alíénea a)– protecçaõ o dos interesses nacionais
-Se estamos perante a alíénea b) --afloramento, princíépio da universalidade
-Se estamos perante a alíénea c) – princíépio da nacionalidade activa ou passiva – e verificar
se estaõ o reunidas cumulativamente essas 3 condiçoõ es previstas e se existem ou naõ o
restriçoõ es aà aplicabilidade da lei portuguesa.
-Se estamos perante a alíénea d) – contra bens juríédicos individuais portugueses (cidadaõ os
portuguesas)
-Se estamos perante a alíénea e) – quando ocorra situaçoõ es de fraude
4º - art. 6º Nº.2 - Juiz tem de tem de ter em causa a moldura penal no estrangeiro para
verificar se esta lei eé mais favoraé vel para o agente. Se for mais favoraé vel do que a
portuguesa aplica-se a lei estrangeira.
5º - Ter em atençaõ o o art.6º nº.3 no qual refere que este art.6º nº.2 naõ o se aplicaraé quando
estivermos perante a alíénea a) e d). Pois haé um acordo pacíéfico que os casos esclarecidos
na alíénea d) naõ o se aplicam, isto para que naõ o haja incompatibilidade de normas.
Artigo 308.º
1) RÉLAÇAÃ O DÉ ÉSPÉCIALIDADÉ
Uma norma encontra-se numa relaçaõ o de especialidade em relaçaõ o a outra quando
acrescenta mais um tipo incriminador, naõ o a contradizendo contudo.
Neste sentido, veê -se que por força de uma relaçaõ o de especialidade em que as normas se
podem encontrar, tanto pode subsistir a norma que contenha a moldura penal mais
elevada, como norma que contenha a moldura penal mais baixa.
2) RÉLAÇAÂ O DÉ SUBSIDIARIÉDADÉ
Nos casos em que a norma veê a sua aplicabilidade condicionada pela naõ o aplicabilidade de
outra norma, soé se aplicando a norma subsidiaé ria quando a outra naõ o se aplique. A norma
prevalecente condiciona de certo modo o funcionamento daquela que lhe eé subsidiaé ria.
3) RÉLAÇAÃ O DÉ CONSUNÇAÃ O
Quando um certo tipo legal de crime faça parte naõ o por definiçaõ o do coé digo, mas por uma
forma caracteríéstica, a realizaçaõ o de outros tipos de crime, ou seja, quando tem uma
definiçaõ o tíépica suficientemente ampla que abrange os elementos da descriçaõ o tíépica da
outra norma (matar aà paulada).
A finalidade das normas concentra-se sempre na tutela de bens juríédicos, sendo possíével
identificar em cada tipo legal o ratio da conduta descrita.
A relaçaõ o da consunçaõ o acaba por colocar em conexaõ o os valores protegidos pelas
normas criminais. Naõ o deve confundir-se c/a relaçaõ o de especialidade, pois ao contraé rio
do que se verifica naquela relaçaõ o do concurso de normas, a norma prevalecente naõ o tem
necessariamente de conter na sua previsaõ o todos os elementos tíépicos da norma que
derroga.
Artigo.º309
(Teoria da infracção penal)
1º. – ACÇAÃ O Soé eé comportamento humano aquilo que for susceptíével de ser controlado
pela vontade “pelo eu fíésico e pelo psicoloé gico” – Roxin
Comportamento voluntaé rio, susceptíével de ser controlado pelo seu autor
Soé eé susceptíével de gerar responsabilidade criminal aquilo que aà luz do Dto. Penal por
acçaõ o humana.
® Comportamento activo = Acçaõ o
® Comportamento omisso = omissaõ o
OMISSAÃ O O comportamento omisso naõ o eé equiparado ao activo para efeitos de
responsabilizaçaõ o por omissaõ o Mas haé excepçoõ es: (art. 10º CP) Dever de garante
hipoé teses em que sobre o omitente recaia um dever juríédico.
(A posiçaõ o de garante reveste-se de uma posiçaõ o de evitar o resultado)
Lei (ex: filiaçaõ o)
Dever de garante Contrato (ex: medico)
Ingereê ncia (ex: entra na situaçaõ o
Se
Temfordeum
se médico
verificarque omite
se este quea omitiu
acção edevia
que agir:
possa salvar o doente, é homicídio.
Se for um
Art.200º pai que
ou deve ser omita a acção
tida c/acçaõ p/salvar
o activa um filho,
(art.10º nº.1 +éart
homicídio.
1º)
O dolo e a negligeê ncia em direito penal saõ o elementos subjectivos do tipo, quando faltam o
facto nem sequer eé tíépico e assim naõ o eé ilíécito.
A maioria dos artigos da parte especial teê m de ser comportamentos dolosos (principio da
culpa).
Contudo haé a excepçaõ o: (negligeê ncia)
DOLOO dolo eé conhecer e querer, eé a representaçaõ o e vontade de realizar o facto tíépico.
Para haver dolo eé suficiente que o agente conheça e queira, naõ o eé necessaé rio demonstrar
que ele conhecia a ilicitude do facto praticado.
O dolo naõ o eé a intençaõ o
No dolo haé dois elementos Élemento volitivo
Élemento intelectual
ÉÉ em funçaõ o da diferença de intensidade do grau entre o elemento intelectual e o elemento
volitivo, que no art. 14º distinguem entre dolo directo, dolo necessaé rio e dolo eventual.
NOTA: Soé haé tentativas com dolo, naõ o haé tentativas negligentes.
NÉGLIGÉÂ NCIA: Para existir eé necessaé rio actuar sem cuidado a que estaé obrigado e de que eé
capaz.
Para existir negligeê ncia eé necessaé rio que se verifiquem 3 requisitos acumulativos
® Tipificado na lei
® Dever de cuidado
® Poder/capacidade individual do agente respeitar o dever objectivo de cuidado.
Dolo eventual ‡ negligeê ncia consciente
No dolo eventual o agente conforma-se ou seja corre o risco de poder acontecer o facto
que o agente representou como possíével, o agente naõ o afasta a possibilidade do resultado,
agente decide aceitar o resultado como um risco de acçaõ o que estaé a empreender ‡ na
negligência consciente o facto eé representado como uma consequeê ncia possíével do acto,
mas o autor acredita que naõ o vai acontecer (ex: excesso de velocidade).
Para diferenciar estes dois institutos o juiz sentencia em funçaõ o das caracteríésticas
objectivas da situaçaõ o.
Éxistem dois objectivos tendenciais que devem estar presentes p/uma melhor conclusaõ o
da verdadeira situaçaõ o.
1º. – Grau da previsibilidade objectiva de realizaçaõ o do resultado. Uma probabilidade alta
eé indíécio de dolo eventual e uma probabilidade baixa de verificaçaõ o do resultado eé indíécio
de negligeê ncia consciente.
2º. – A motivaçaõ o que levou o agente a actuar. Procurar criar um criteé rio partindo de uma
regra de coereê ncia e motivaçaõ o. Assim, quanto mais forte e importante para o agente for a
razaõ o, o motivo pelo qual decidiu actuar, maior eé o indíécio de dolo eventual, e quanto mais
insignificante for a razaõ o maior eé o indíécio de negligeê ncia
Ainda em mateé ria de tipicidade, haé certos erros que podem acontecer no acto que eé
considerado crime, os quais quando observados mudam radicalmente a moldura
penal.Comecemos:
Artigo 310.º
(Erro sobre o objecto / identidade física)
(Responsabilidade Criminal)
Quando há erro sobre o objecto, esse erro indicia o concurso entre crimes, aquele de que o
agente tem dolo na forma tentada e aquele que ele consuma de forma negligente (concurso
efectivo real).
ERRO NA EXECUÇÃO / ABERRATION ICTUS O agente naõ o consegue sequer, com a sua
acçaõ o, alcançar o objecto que se pretendem atingir e atinge um objecto diferente.
A sua acçaõ o vai produzir os seus efeitos num objecto de acçaõ o, a que a acçaõ o foi dirigida
(ex: falha a pontaria).
(Resp. criminal)
Neste erro pune-se sempre em concurso entre a tentativa e o crime negligente consumado.
(se se verificar os elementos da tentativa e os elementos do crime).
Uma aberration ictus indicia sempre a possibilidade de punir em concurso, se se
verificarem os requisitos de punibilidade, haé que ver se aquilo que ele estaé a tentar atingir
eé crime e haé que ver se aquilo que ele realmente atinge na forma negligente estaé tipificado
como crime na forma negligente. (ex: A pretende matar B com uma bomba no carro mas eé
C que morre).
A eé punido em concurso efectivo real pela tentativa de homicíédio de B e pelo homicíédio
consumado de C
Artigo 311.º
(Erro sobre o processo causal)
Ocorre quando o agente dirige a acçaõ o a um determinado objecto de acçaõ o, atinge esse
objecto de acçaõ o, mas atraveé s de um processo diferente. Normalmente o processo causal
vem referido a propoé sito da imputaçaõ o objectiva, quando o erro sobre o processo causal eé
relevante, exclui-se a imputaçaõ o do resultado do agente.
Contudo para se saber se haé imputaçaõ o do resultado aé acçaõ o teraé de se verificar 2
requisitos:
Se o desvio eé Éssencial
Previsíével
(ex: A atira B ao rio, mas B naõ o morre afogado, mas sim comido pelo tubaraõ o).
A eé punido pela tentativa de homicíédio porque este tipo de morte naõ o era previsíével. Naõ o eé
previsíével que haja tubaroõ es nos rios
Se for previsíével eé punido por homicíédio doloso consumado.
este erro eé necessaé rio ter em atençaõ o a Teoria da Casualidade.
3º. ILICITUDÉ LÉSAÃ O DÉ UM BÉM JURIDICO
Na praé tica o juíézo da ilicitude eé um juíézo negativo, isto porque naõ o se depreende se
estamos perante um ilíécito mas sim se estamos perante uma exclusaõ o da ilicitude.
Éxclusaõ o da Ilicitude: legitima defesa
Direito de Necessidade
Conflito de deveres
Consentimento do lesado
Legitima defesa· Para saber se estamos perante um faço praticado pelo qual se excluíéa a
ilicitude atraveé s de legíétima defesa eé necessaé rio estarem reunidos 3 pressupostos:
Uma agressaõ o actual e ilíécita de interesses juridicamente
Protegidos do agente ou de 3º.
Tipificado na lei