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Como mudar de vida?

Todos nós precisamos mudar… pelo menos algumas coisa não é mesmo? Seja um
comportamento, uma forma de agir, de pensar, enfim, podemos sempre melhorar e viver melhor.
O problema é:
“Como Mudar?”
Dizer que precisamos ser mais positivos, ter ideias melhores, mais produtivas, ter mais
tranquilidade e paz, ser mais alegre é fácil A questão é como atingir estes objetivos e outros? De
que forma, ou seja, como podemos mudar?
Encontrei um livro que ensina sobre como mudar, o conteúdo destes textos abaixo é único, estão
traduzidos e comentados portanto, não serão encontrados por ai.
Série: Mudar o significado
Baseado no Livro Mind-Lines, lines for changing minds (Em português: Linhas da mente, linhas
para mudar a mente), escrevi a Série de 20 textos:
Listo abaixo a Série: Mudar o significado

Mudar o significado – 1° Forma


O livro de PNL, Mind-lines: Lines for changing minds, apresenta 20 modos para que possamos
mudar os significados errados ou distorcidos que criamos. Em outras palavras, a PNL descobriu
20 maneiras diferentes de como recriar um significado melhor para pensamentos que nos limitam
ou nos fazem sofrer.
Seguirei a ordem do livro, e escreverei sobre todas as 20 formas.

Uma das formas de construir significado é ligando as coisas (um evento externo com um evento
interno). Por exemplo: Ela está brava comigo porque ela não sorriu para mim como ela
geralmente faz.

As duas frases “Ela não sorriu” (evento externo) e “Ela está brava” (evento interno) são
conectadas, são inter-ligadas, produzindo um sentido, produzindo um significado.
A primeira forma de ressignificação consiste em analisar as pequenas partes do significado que
construímos. Pegamos a frase que queremos mudar e cortamos ela em pequenas partes. Cada parte
é questionada.

Imagine alguém que tenha medo de falar em público. O significado é: “Eu tenho medo de falar em
público”. Medo é ligado a falar. Mas é ligado a falar apenas em público. Afinal, falar em público
não tem nada a ver com ter medo.
Podemos desconstruir o significado criado de várias formas: O que é o medo? Suor nas mãos é
medo? Rubor? Coração batendo mais forte? O medo está em que parte do corpo?
Por outro lado, podemos questionar o falar. Falar para quantas pessoas? Duas, três, vinte? As
pessoas para as quais se fala estão em pé ou sentadas? Falar por quanto tempo? Dois segundos
(como dizer seu nome) ou falar por 50 minutos?
Acredito que vocês tenham entendido que vamos questionar as partes que compõe a frase “Eu
tenho medo de falar em público”. O que se pode ver, ouvir, sentir da palavra público? O que se
pode ver, sentir, ouvir a partir da palavra medo? O que se pode ver, ouvir, sentir da palavra falar?
Por exemplo, se a pessoa diz: sinto medo quando percebo que meu coração acelera. Mas o nosso
coração também acelera quando corremos, quando respiramos mais rápido, quando estamos
apaixonados…

O exemplo do medo de falar em público é um exemplo. Pode-se quebrar um sentido, desconstruir


um sentido, e recriar um outro sentido questionando as pequenas partes de qualquer frase que nos
limite, que crie problemas para nós.
Se fizermos isso, se quebrarmos a frase em pequenas partes, teremos duas consequências:
1) saber com detalhes o significado criado
2) saber que, provavelmente, mudando um detalhe do signficado, mudamos o seu sentido.
Voltando ao exemplo do medo de falar em público. Vamos dizer que pessoa chega a conclusão
que ela sente medo de falar em público porque sente o coração bater mais forte. Ela pode mudar
este detalhe (o coração bater mais forte) de várias maneiras: respirando mais lentamente, fazendo
exercícios de relaxamento, com um medicamente homeopático, etc.
Ou seja, agora a pessoa vai ter a sua disposição um elemento que ela pode mudar. Muito mais
fácil de mudar esse “medo” se soubermos o que é esse medo, que no final das contas, nem existe:
é só um coração batendo…

Mudar o significado – 2° forma


Nós sabemos que se dermos uma série de passos em uma direção chegaremos em um lugar. Se
andarmos para a direção contrária chegaremos em um lugar diferente. Assim também acontece
com a sequência que fazemos mentalmente.
A segunda forma de mudar o significado, de acordo o livro Mind-lines, é descobrir que estratégia
estamos usando para criar um estado que nos incomoda, causa desconforto ou sofrimento. A
estratégia, no vocabulário da Programação Neuro-linguística, pode ser pensada como os passos
que nós damos para chegar até um determinado estado.
Se pensarmos em algo triste ouvindo uma música melancólica, juntamente com pensamentos
pessimistas, certamente chegaremos à um ponto em que ficaremos tristes. Por outro lado, se
pensamos em algo alegre, ouvindo uma música animada e dizendo que tudo vai dar certo, não
chegaremos à um ponto em que ficaremos tristes. Iremos para um outro lado e ficaremos felizes.
Ao mudar a estratégia mudamos o resultado. O problema é que, em geral, as pessoas não sabem a
estratégia que usam. Sabem o final pois sentem as consequências, mas desconhecem como
fizeram chegar até ali.
A segunda forma de ressignificar (de criar um significado mais positivo) é descobrirmos a
estratégia que utilizamos. Para tanto, podemos fazer as seguintes perguntas:
O que eu fiz (pensei, imaginei, senti, ouvi em meus pensamentos) para estar como estou? Que
passos eu segui? Qual foi a sequência de pensamentos e sentimentos?
Descobrir a cadeia, os passos que fazemos nos torna conscientes de como chegamos até um estado
e não até outro. Podemos nos desviar, voltar ao começo e ir para outro lugar. Mais livre, mais
positivo, mais harmonioso.
Por exemplo, imagine uma garota que pensa, com todos os menores detalhes possíveis, que seu
namorado a está traindo. Ela vê, em sua imaginação, ele beijando outra mulher, dizendo que gosta
dela e outras coisas mais. A garota poderá brigar com seu namorado à toa. E estará criando um
significado que prejudicará o seu relacionamento e seu bem estar. A justificativa pode ser “Eu sou
ciumenta e brigo mesmo!”
Ora, se descobrirmos como ela é ciumenta, qual estratégia ela faz para se sentir mal e brigar com
o namorado, ela poderá mudar a sequência, poderá mudar a estratégia e assim não haverá mais o
resultado previsível, da briga e dos problemas entre ela e o namorado.
Você já pensou que existem pessoas que não sentem ciúmes? Se formos ver qual estratégia elas
usam para não ter ciúmes, ouviremos que a estratégia que estas pessoas usam é muito diferente
das pessoas ciumentas.
Pessoas que não são ciumentas podem usar a seguinte estratégia: “Eu sou uma pessoa única. Não
há ninguém igual à mim no mundo”. A partir deste significado, elas pensam que não faz sentido
se comparar com os outros. E portanto, imaginar o namorado (ou namorada) com outra pessoa.
A pessoa que é ciumenta usa uma estratégia e a pessoa que não é ciumenta usa outra estratégia,
totalmente diferente. Havendo uma estratégia, haverá um resultado – até certo ponto previsível. Se
mudarmos a estratégia, mudaremos o resultado.
Existem estratégias que conduzem à resultados geniais, como podemos ler no livro A Estratégia
da Genialidade, de Robert Dilts. E também existem estratégias que levam ao sofrimento.
Tomar consciência do que fazemos, passo a passo, nós dá mais liberdade para que possamos
mudar um significado que nos prejudique. E descobrir como alguém chega em outro resultado,
também nos dá mais liberdade para nos desenvolver.

Mudar o significado – 3° Forma


Imagine uma mulher, esperando que seu marido ligue para ela. Ele não liga na hora combinada, as
18:00 horas. A mulher diz para ele depois: “Você não me ligou na hora que disse que ia me ligar.
Isso quer dizer que você não se importa comigo”.Como vocês podem ver, uma coisa não tem nada
a ver com a outra. Mas são construções de significado assim que muitas pessoas pensam o tempo
todo, criando tristezas e sofrimentos.
Encontramos no livro Mind-lines, lines for changing minds, a 3° forma de mudarmos um
significado: a ressignificação de contexto. Se mudarmos o contexto, mudaremos o sentido.
O marido não ter ligado na hora não significa que ele não se importe ou que tenha deixado de
amar sua mulher. O marido pode ressignifcar, mudando o contexto dizendo o seguinte: “Eu não
ter ligado não significa que não me importo com você. Quer dizer apenas que tive muito trabalho
e simplesmente não tive como te ligar”.
Esta terceira forma de ressignicar consiste em mudarmos o sentido de uma das frases dita pela
mulher: “Isso quer dizer que você não se importa comigo”. Não mudamos o sentido da outra
frase: o marido continua não tendo ligado no horário.
De acordo com Michael Hall, para mudarmos um significado de acordo com essa terceira forma,
podemos fazer as seguintes perguntas:
1) Como eu posso pensar diferente (sobre este comportamento)?
2) Que outro significado outras pessoas dariam no meu lugar?
3) Como uma pessoa de outra cultura, ou de outro país pensaria sobre isso?

Mudar o significado – 4° forma


De acordo com a PNL, Programação Neuro-linguística, temos 20 formas para mudar o
significado. A terceira forma e a quarta são chamadas ressignificação de contexto. Antes de
explicarmos a 4° forma, vamos voltar à explicação de como criamos um significado.
Em poucas palavras, podemos dizer que criamos um significado ligando duas coisas. Por
exemplo: Fulano é alto. Nesta frase ligamos a estatura à pessoa, no caso, Fulano. Qualquer frase
que seja, da mais simples à mais complexa, apresentará essa ligação entre uma coisa e outra.
Por exemplo: Ela me olhou com cara feia = (ligação) = Ela não gosta de mim.
Esse significado, criado, pode ser a causa de problemas, certo? Mas como podemos mudá-lo?
Na 3° e na 4° formas poderíamos mudar o significado, mudando o contexto. Por isso,
ressignificação de contexto.
3° forma: Ela me olhou com cara feia… deve estar com dor de barriga.
4° forma: Se ela não gostasse de mim… nem teria falado comigo… nem teria olhado para mim.
Em cada uma das formas, mudamos apenas uma frase. Na 3° forma, “Ela me olhou com cara feia”
continua e a segunda frase é mudada. Na 4° forma, por outro lado, mudamos “ela não gosta de
mim”. Poderíamos acrescentar outros sentidos para “não-gostar”: se ela não gostasse teria me
insultado; se ela não gostasse teria me agredido etc,etc. O sentido de “não-gostar” é mudado e
definindo de outro modo.
Mudar o significado – 5ª e 6ª formas
Pense em alguém que tem a seguinte crença: “Câncer causa morte”. Essa frase reúne câncer e
morte como se um não pudesse ser pensado sem o outro. Se em alguns casos a doença realmente
provoca a morte, em milhares de outros casos isso não é verdade. Como podemos criar um outro
significado utilizando a 5ª e 6ª formas de ressignificar da PNL?Usaremos as explicações
encontradas no livro Mind-lines, lines for changing minds, de Michael Hall.
A diferença entre a 5ª e 6ª formas não é muito grande e, por este motivo, tratamos as duas formas
em apenas um texto. Veja a diferença através do exemplo:
“Câncer causa morte”:
5° forma: – Você diz que câncer causa morte, mas e se essa crença morresse para você? O que
aconteceria?
6° forma: – Você diz que câncer causa morte. Se isso fosse verdade, não faria sentido a existência
de tratamentos que realmente curam e muitas pessoas que eu conheço já teriam morrido!
Nestas duas formas de ressignificar, mudamos o sentido, o significado da frase direcionando a
ideia para “outro lado”. Na 5 forma, direcionamos o sentido para a própria pessoa que disse a
frase. Na 6 forma, direcionamos o sentido para o ouvinte.
Em um texto anterior, usamos o seguinte exemplo: – “Você não me ligou na hora combinada. Isso
significa que você não me ama”. Nessa frase, o fato de não ligar é vinculado a não amar. A
resposta (utilizando a 5° forma) seria a seguinte: – ”Então quer dizer que toda vez em que você se
atrasou para ligar – mesmo que fosse alguns segundos – queria dizer que você não me amava?
Vamos pegar um outro exemplo, utilizando estas duas técnicas de PNL:
- Toda vez que eu erro me sinto um fracasso. Sou realmente um fracassado.
5° forma, aplicada ao falante: – “E se você fracassasse em ter uma crença como essa? Você ainda
seria um fracassado?
6° forma, aplicada ao ouvinte: – “Se eu, como psicólogo, não conseguir te ajudar a superar essa
crença, serei também um fracassado? Então meu sucesso depende desta conversa!”
Esta forma de ressignificação é resumida em poucas palavras pelo autor, Hall: “Como esse
sistema de crença ficaria se eu voltasse a frase em direção à outra pessoa ou à mim mesmo como
ouvinte?”
As seguintes perguntas abaixo podem ajudar a utilizarmos estas duas formas:
E se como falante eu aplicasse isso a mim?
A quem mais essa frase ou crença poderia ser aplicada?
A pessoa que falou a frase gostaria que o mesmo fosse aplicado a ele ou ela?
Mudar a direção do significado para o ouvinte ou para o falante é uma das 20 formas que
encontramos para transformar significados que causam sofrimento.
Mudar o significado – 7° forma
Sétima Forma – Mudar o Significado – Dizer um exemplo contrário
Ressignificar quer dizer significar de novo, significar novamente. A ressignificação é um termo
muito utilizado em PNL, Programação Neuro-Linguísitica, pois a ressignificação é uma técnica
muito útil para mudarmos significados e sentidos que são ruins para nós.
Em verdade, poderíamos dizer que este é o centro do trabalho de todo terapeuta e de todo
psicólogo.
Quando nós dizemos uma frase, nós construímos um sentido que está presente na própria frase.
Talvez uma frase apenas não tenha importância. Mas existem frases que representam o destino
dos indivíduos. Frases com as quais cada um de nós pensa o mundo e a si mesmo.
O livro Mind lines, minds for changing minds (Linhas da mente, linhas para mudar as mentes), de
Michael Hall, apresenta exemplos muito interessantes.
Imagine uma mulher que se acha extremamente feia. Por se achar feia, ela diz a seguinte frase:
“Sou muito feia, nunca vou encontrar um marido por isso”. (E ela quer muito se casar).
Esta é uma frase, um pensamento que criará um determinado futuro para esta mulher. Pensando
desta forma, ela passará a não procurar ou mesmo vai recursar o contato com os homens.
Milton Erikson, um conhecido psicólogo americano, teve uma paciente que pensava desta forma.
Para ajudá-la, Erikson pediu para que ela comprasse uma revista da National Geografic – que
mostra pessoas de várias culturas ao redor do mundo.
A mulher saiu da sessão e comprou a revista. Vendo a revista, ela observou mulheres diferentes,
mulheres que ela considerava feia. Mas estas mulheres estavam casadas.
Portanto, a paciente de Erikson ouviu um exemplo contrário ao significado que ela tinha criado.
Pense em alguém que diz o seguinte: “Nasci pobre, sempre serei pobre”. Podemos contar à esta
pessoa milhares de exemplos de pessoas que nasceram pobres, mas que enriqueceram com o seu
trabalho como Silvio Santos. Ou até mesmo o nosso ex-presidente Lula, que nasceu pobre e não
apenas conseguiu subir de vida, como foi Presidente do 6° país mais rico do mundo por dois
mandatos.
A sétima forma de ressignificar, portanto, é extremamente simples. É muito utilizada pelas
pessoas quando dizem: “Não pense assim…veja o exemplo de fulano de tal…” “Não diga isso,
lembra daquela vez que aconteceu o contrário?”
O livro de Michael Hall também dá os exemplos abaixo, usando a lógica de Descartes:
Frase: “Você se atrasar significa que você não se importa”
1) Houve alguma vez em que alguém estava atrasado e se importava?
2) Houve alguma vez em que não estava atrasado e se importava?
3) Houve alguma vez em que estava atrasado e não se importava?
4) Houve alguma vez em que não estava atrasado e não se importava?
Nessas 4 formas de inverter a frase, teríamos na frase: “Sou feia e não poderei casar”:
1) Houve alguma vez em que alguém feia casou?
2) Houve alguma vez em que alguém bonita não casou?
3) Houve alguma vez em que alguém bonita casou?
4) Houve alguma vez em que alguém feia deixou de casar?
Outra maneira ainda é criar uma pergunta universal: “O que é a beleza?” ou “O que é a feiura?”
(Interessante notar que feiura, assim como heroico e ideia não possuem mais acento). Em geral,
não sabemos responder perguntas universais, e o não saber responder pode ajudar a ressignificar.

Mudar o significado – 9° forma


9° Forma – Causa positiva
A 9° forma de mudarmos um significado que nos atrapalha a vida é muito simples. Vamos atribuir
uma causa positiva ao comportamento nosso ou dos outros. Na verdade, nós sempre fazemos isso.
Mas de maneira equivocada.
Pense por exemplo, que você está esperando alguém chegar às 9 horas. O tempo vai passando e
nada da pessoa chegar. O relógio marca 9 e meia, 10 horas e a pessoa não chega. Qual é a causa
do atraso? A pessoa não se importa comigo. A pessoa não liga para mim, por isso chega atrasada.
No exemplo acima, criamos um significado para a causa do atraso. Um significado negativo que
pode destruir relacionamentos amorosos, de amizade, familiares ou de trabalho.
A nona forma de ressignificar, portanto, é muito simples: atribuir uma causa positiva ao
comportamento. Não é criar uma desculpa e justificar. É transformar o significado de algo que nos
incomoda – nos outros ou em nós.
“A causa da pessoa ter chegado atrasada não foi não se importar. Aconteceu um problema que a
fez atrasar, mesmo querendo chegar na hora marcada, ela simplesmente não pode”.
Ressignificamos mudando a causa, de negativa para positiva.
Esta forma de mudar o significado é muito útil quando somos criticados e a outra pessoa nos diz,
talvez de forma ríspida e grosseira, algo que deveríamos ter feito ou algo que poderíamos ter feito
melhor, por exemplo.
“A causa da crítica é que esta pessoa não gosta de mim. Nada do que eu faço está bom para ela”.
Aqui estamos atribuindo uma causa negativa ao comportamento do outro.
Utilizando a 9° forma: “A causa da crítica (ainda que ríspida) é que esta pessoa quer que eu me
desenvolva. Ela sabe do meu potencial, por este motivo me critica”.
Muda muito o sentimento que teremos com relação àquela pessoa, não?
Às vezes acontece o seguinte: antes de conhecermos uma pessoa, ouvimos que ela é uma pessoa
chata, insuportável e que trata mal todo mundo.
Aqui a causa está escondida. O comportamento da pessoa é explicado pela causa: “Ela é chata.
Ela é assim mesmo, desde sempre. É o jeito dela, a personalidade dela”.
Podemos mudar a causa de muitas maneiras. A causa dela apresentar um comportamento
antissocial é que ela teve uma infância difícil. Se a tratarmos bem, ela com certeza nos tratará
também.
Algo semelhante aconteceu comigo certa vez em que tive de ir à uma repartição pública. A pessoa
que me atendeu não foi muito simpática. Pelo contrário: me tratou muito mal.
Qual é a causa do comportamento do outro?
Pensei comigo: esse trabalho que ela faz o dia inteiro é extremamente burocrático e chato. Ela não
deve sentir prazer em fazer esta atividade todos os dias, 8 horas por dia, 40 horas por semana. Mas
se ela for bem tratada (o que geralmente não acontece, já que as pessoas não tem muita paciência
por esperar na fila…) certamente me tratará bem. E poderá me ajudar a resolver o que vim
resolver.
E foi o que aconteceu. Como diz um provérbio árabe: “Com um rosto sorridente, o homem
duplica as capacidades que possui”
A 9° forma de ressignificar, portanto, é muito simples. Usamos esta forma todos os dias, mas
geralmente de maneira negativa. Por isso, ao invés de termos melhores relações, acabamos
complicando-as.
Podemos utilizar esta forma conosco mesmo. Pense em algo que você fez e que te desagradou. A
causa do comportamento? Ao invés de pensar: “Sou um idiota mesmo!”, podemos pensar: a causa
de eu ter errado desta vez foi que eu não tinha experiência nisso. Da próxima vez, com certeza
será mais fácil e não farei assim.
Encontrar uma causa positiva para o comportamento nosso ou dos outros é uma ótima forma de
sermos mais felizes.

Mudar o significado – 8° forma


Oitava forma – Mudar o Significado – Intenção Positiva
Para explicar esta forma de ressingificação – de criação de um significado melhor para os nossos
pensamentos – temos que saber primeiro o que é intenção para a PNL, Programação Neuro-
Linguísitica.
Um dos pressupostos da PNL é o seguinte: “Todo comportamento apresenta uma intenção
positiva”. Um comportamento (a ação externa) é diferente da intenção que está por trás do
comportamento. Não vemos a intenção, mas podemos ver o comportamento.
Por exemplo, posso brigar com um amigo por ele ter dito alguma coisa que me desagradou. Minha
intenção?
Minha intenção é de que ele não diga mais coisas do gênero que me desagradam. Outra intenção
poderia ser: defender meu ponto de vista ou convencer o meu amigo de que ele está errado.
A intenção, portanto, é diferente do comportamento. Um comportamento pode ser ruim ou
desastroso – como brigar com alguém que você gosta. Mas temos que descobrir a intenção que
está por trás deste comportamento. Descobrindo a intenção, vamos criar um novo sentido. E,
consequentemente, teremos mais e melhores opções e escolhas.
Para utilizar esta Oitava Forma de Ressignificação podemos pensar ou perguntar ao outro (ou a
nós mesmos):
- Que intenção positiva esta pessoa tem ao dizer ou fazer isto?
Sabendo ou mesmo imaginando e sugerindo a intenção positiva, poderemos criar outras formas de
atingir o que no fundo queremos.
No século passado, era comum em Hospitais Psiquiátricos fazer a lobotomia em pacientes. A
lobotomia consiste em cortar um pedaço do cérebro. Os pacientes após a lobotomia
assemelhavam-se a pessoas que sofreram graves acidentes. Muitos perdiam a fala ou até mesmo
esqueciam quem eram.
A intenção positiva da lobotomia era: com a cirurgia os pacientes ficarão melhores. Cortaremos a
parte do cérebro que está doente.
Como poderíamos utilizar esta Oitava forma de ressignificação?
“Tudo bem que a cirurgia poderia melhorar o paciente. Mas não há provas de que o fará, pois não
se sabe certamente a origem neurológica do problema. Não é melhor buscarmos formas menos
agressivas para melhorar os pacientes?”
Para quem trabalha com vendas, esta forma de ressignificação também é muito útil.
Imagine que o cliente chega na loja, vê o produto mas diz ao vendedor:
“Gostei muito do produto. Mas é muito caro”.
O vendedor pode usar esta 8° forma:
“Sei que você quer fazer um bom uso do seu dinheiro. Este produto é realmente um pouco mais
caro do que os outros. Mas veja bem que ele possui qualidade muito superior e vai durar muito
mais. Se você comprar o outro produto, terá que comprar logo outro. O barato vai sair caro”.
Podemos utilizar esta forma em todas as áreas da vida.
Sabe aquela voz interna que as vezes fica nos criticando? Podemos perguntar para ela qual é a
intenção que ela tem. Descobrindo a intenção por trás da voz, podemos parar com a auto-crítica. E
encontrar uma saída melhor do que ficarmos nos auto-criticando.

Mudar o Significado – 10° e 11° Formas


Um amigo meu, de infância, passou a adolescência sendo uma pessoa alternativa. Não vou,
evidentemente, contar os detalhes da vida dele – por questões éticas.
Mas o ponto central a que ele se apegou era o seguinte: “não vou me adaptar à este sistema”. E ele
viveu anos assim, sem estudar ou trabalhar, sem namorar ou conhecer pessoas diferentes, tudo
para não se adaptar ao que ele considerava errado.
A mudança para ele chegou na forma de uma pergunta: se você continuar pensando assim, nas
próximas décadas, o que você vai conseguir?
Claro, em um primeiro momento ele reagiu se defendendo. Depois parou para pensar. Se ele
continuasse pensando daquele jeito, não conseguir fazer, obter ou ser nada do que ele realmente
queria, do que ele realmente sonhava.
Foi aí que ocorreu a mudança.
Esta forma de mudança é a 10°forma que utilizamos, na Programação Neuro-Linguística, para
mudar significados, pensamentos e sentimentos que nos prejudicam ao invés de nos ajudar em
nossos caminhos. A 11° forma também está relacionada às consequências, por isso, tratamos as
duas formas neste texto.
É interessante considerar algumas crenças, alguns pensamentos que temos todo o tempo para
saber o que teremos pensando e sentindo deste jeito.
Imagine alguém que não goste de falar em público. É uma opção, é claro, a pessoa pode não se
sentir a vontade falando para várias pessoas ao mesmo tempo. Mas o que ela vai obter no longo
prazo?
Possivelmente, ela perderá oportunidades melhores de emprego. Pode ter dificuldades de se
comportar de maneira adequada em uma dinâmica de grupo (para uma vaga de emprego), ou
mesmo conseguir ser promovida em seu cargo ou se tornar mais conhecida.
Imagine alguém que come compulsivamente, sem se importar de ganhar peso e engordar
excessivamente. Se a pessoa não se importa, possivelmente ela ficará obesa no longo prazo. É
também uma opção de vida, mas ao invés disso, ela poderia comer bem (de modo saudável) e
mesmo assim não se tornar obesa – ou seja, adiquirir um peso que lhe prejudique a saúde.
Como você deve ter percebido, esta 10° forma de mudança consiste em fazermos uma pergunta
simples:
- O que vai acontecer daqui a 5, 10 anos se você continuar pensando assim?
- Você acha esta consequência desejável? É isso o que você quer para você daqui a alguns anos?
Esta forma de mudar é uma forma muito eficaz para ressignificarmos (mudarmos o significado)
do que pensamentos e sentimos no presente, pois ela nos faz considerar as consequências, o que
vai acontecer no futuro se continuarmos pensando como pensamos.

Mudar o Significado – 12° Forma


Em um momento muito difícil de sua carreira, Jung teve que decidir entre ou continuar sendo um
professor acadêmico ou fazer um mergulho intenso dentro de si mesmo, dentro do seu próprio
inconsciente.
Deixar uma carreira que levara muitos anos para construir não era uma opção interessante. Ele
perderia muito com isso.
Mas Jung utilizou para pensar esta questão a filosofia de Spinoza: Jung pensou sub specie
aeternitatis, ou seja, sob a perspectiva da eternidade.
Podemos pensar a curto prazo (daqui a 1, 2 anos) a médio prazo (daqui a 4, 5 anos) ou a longo
prazo (daqui a 10, 15 anos) e podemos pensar ainda a longuíssimo prazo, em um tempo que
ultrapasse os séculos: sob a perspectiva da eternidade.
Independente da concepção religiosa de cada um (Spinoza havia sido criado dentro do judaísmo e
Jung dentro do protestantismo) podemos utilizar esta forma de pensamento para mudar o sentido
de um problema pelo qual estamos passando.
Se pensarmos em um problema que temos agora, e olharmos para este mesmo problema colocado
sob um tempo muito longo, veremos que este problema não tem, na verdade, importância
nenhuma, ou tem, no máximo, pouca importância.
Em sua autobiografia, Memórias, Sonhos e Reflexões, Jung comenta sobre a fase da vida em que
teve que fazer a decisão entre a carreira acadêmica e análise do seu inconsciente:
“Conscientemente, deliberadamente, então, eu abandonei minha carreira acadêmica. Pois eu sentia
que algo maior estava acontecendo comigo, e eu coloquei minha confiança na coisa que eu sentia
ter mais importância sub especie aeternitatis”.
E esta forma de pensarmos é a 12° forma de mudarmos o significado que encontramos no livro de
PNL, Mind-lines: lines for changing minds (Linhas da mente: linhas para mudar a mente).
Determinados problemas, que são insolúveis e difíceis de lidar são transformados quando
pensamos na perspectiva da eternidade.
Certa vez, atendi uma paciente cujo filho havia morrido ainda muito jovem. Mesmo com toda a
sua religiosidade católica, sua crença estava abalada. Perder um filho é algo inconcebível: o
sofrimento é enorme.
O caminho do tratamento seguiu na direção de confortar o sofrimento da perda dentro do contexto
religioso do qual ela fazia parte. Aos poucos, a paciente passou a compreender a transitoriedade
desta vida e a relação com Deus que não é transitória, neste mundo ou no outro.
A ideia não foi, evidentemente, transformar a posição religiosa da paciente mas sim fazê-la
compreender melhor o que sua religião entendida da relação entre a vida, transitória e fugidia, e a
vida pós-morte, sob a perspectiva da eternidade.
Em poucos meses, a paciente recebeu alta do tratamento.
Portanto, tanto para Jung como para a paciente de meu consultório, a utilização do pensamento a
longuíssimo prazo os ajudou a considerar a real importância e o real significado dos eventos. Ao
que parece, nenhuma outra forma de pensar conseguiria provocar tais mudanças.

Mudar o Significado – 13° Forma


Um dos pressupostos das ciências é não acreditar em uma verdade simplesmente porque ela foi
dita por alguém importante. Foi assim que o pensamento de Aristóteles foi criticado por Newton e
o de Newton foi criticado por Einstein…e os outros cientistas seguem duvidando do que foi
estabelecido como certeza e assim, a ciência vai com o tempo se modificando.
Por isso, o pensamento do filósofo Rene Descartes foi tão importante para a história do
pensamento moderno. Em seu livro O Discurso do Método, Descartes começou duvidando de
tudo o que ele acreditava anteriormente.
Ele começou a pensar nas coisas que os outros tinham lhe dito e colocou tudo em dúvida: até a
certeza de que estaria acordado e que tinha um corpo!
Foi assim que ele chegou na primeira verdade: se eu duvido, eu penso. Se eu penso, eu existo. E
então ele escreveu a famosa frase: “Penso, logo existo”.
Deste modo, o método de Descartes é o método empregado na ciência até os dias atuais. O métoda
da dúvida! Podemos duvidar propondo a seguinte questão: “Quem disse que isso é verdade?”
E com esta pergunta podemos questionar as coisas que viemos aprendendo ao longo dos anos,
coisas que nos prejudicam e nos limitam.
Há uns dias atrás vi uma entrevista do jogador Ronaldo, recém aposentado. Quando ele começou a
jogar futebol, sua mãe lhe disse que ser jogador de futebol não lhe daria futuro nenhum. Aquela
profissão não daria dinheiro!
Bem, Ronaldo duvidou daquela afirmação, mesmo sendo a mãe dele quem havia falado!
Infelizmente, não é o que vemos com frequência no consultório. Se um pai ou uma mãe dizem que
ser músico não dá dinheiro, a pessoa desiste do seu sonho. Também dizem que não dá dinheiro
fazer filosofia, psicologia, história… entre muitas outras profissões.
Mas quem disse que é assim? Será que é assim mesmo? Não existem profissionais que desmentem
estas verdades?
Deste modo, podemos começar a mudar os nossos pensamentos, sentimentos e crenças duvidando
da validade do que recebemos como certeza.
Ronaldo duvidou. Os cientistas duvidam das certezas e é assim que vamos criando novas
realidades!
Não sei se vocês sabem mas o inventor do rádio, Marconi, contou aos seus amigos que tinha
descoberto a possibilidade de enviar mensagens pelo ar (sem a necessidade de usar fios, como era
até então com o telégrafo). Sabe o que os amigos dele fizeram?
Colocaram ele no hospício.
Marconi questionou aquela certeza (de que seria impossível enviar uma mensagem pelo ar).
Assim como muitas outras pessoas estão neste mesmo momento questionando limites que o
próprio ser humano se impõe. Estes estão procurando viver a sua vida, da melhor maneira que
podem.
O método da dúvida, então, pode ser resumido em duas pequenas perguntas:
- Quem disse que é assim?
- Desde quando foi assim?

Mudar o significado – 14° forma


Orientar-se significa buscar o Oriente. O Oriente é o Leste, o lugar onde o sol nasce. Buscar uma
orientação é buscar o próprio sol, o lugar onde nasce a sabedoria, luz própria. Em muitos
momentos, ficamos confusos com o universo de possibilidades que podemos viver. De acordo
com a filosofia oriental (do Oriente ou de onde o sol nasce), todo sofrimento é ignorância.
Sofremos porque não sabemos, ignoramos o caminho a seguir. Como encontrá-lo?
Para encontrarmos orientação, em nós mesmos, podemos fazer as seguintes perguntas:
- Quais são os meus valores mais fundamentais?
- O que importa mais nessa vida?
- Como eu posso aplicar o que acredito de verdade nesta situação?
Ficar em dúvida, claro, também faz parte do jogo da vida. Só que quando o momento chegar não
poderemos seguir todos os caminhos. Decidir significa escolher e deixar de lado as outras opções.
Talvez as outras opções possam ser vividas no futuro. Talvez não.
Um de meus pacientes teve que tomar uma decisão muito importante, que iria mudar
completamente sua vida, seu dia-a-dia. Devo ou não entrar em um relacionamento sério? Era a
pergunta.
A resposta para a pergunta foi pensada com os seus valores fundamentais: “O que mais importa
para mim agora: ficar sozinho ou compartilhar minha vida com a pessoa que eu gosto?”
Outra paciente, buscando orientar-se na escolha de sua profissão, considerou todas as opções que
desejava. A escolha foi consciente: “o que mais importa na vida é estudar o que gosto”.
Outras pessoas já escolhem a carreira a seguir tendo em vista outros valores como status ou
possibilidade de ganhar mais dinheiro.
Não há uma regra para todos a não ser a regra de seguir aquilo que realmente acreditamos, o que é
mais importante para a sua vida futura.
Nesse sentido, podemos pensar na frase do Prof. Henrique José de Souza: “Pensar com o coração
e sentir com a mente”. Nesta frase paradoxal, vemos que o coração pode nos responder de forma
lógica e a mente pode intuir o que é melhor para nós.

Mudar o significado – 15° forma


A 15° forma de mudarmos é uma forma muito interessante, que encontramos no livro de PNL
Mind-lines, lines for changing minds (Linhas da mente, linhas para mudar as mentes).
Para mudarmos um determinado pensamento ou uma situação que está acontecendo, utilizamos a
seguinte ideia:
“O que você pensa/acredita pode ser aplicado a todo mundo e a todas as pessoas?”

A ideia desta forma de ressignificar é exagerar a crença ou pensamento expandindo-o com as


palavras-grandes: todo mundo, todos, tudo, sempre, em todo lugar…
Todos podem ou devem pensar assim? Sempre vai ser assim? Em todos os lugares e momentos?

Um exemplo que encontramos no livro é o seguinte. A namorada está esperando o seu amor, que
está atrasado: cinco, dez, vinte, trinta minutos.
Quando ele chega, a situação é proprícia para que?
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A situação é propícia para uma briga? Bem, poderia ser e poderia não ser.
Se ela pensar: “Você está atrasado porque não se importa comigo”, o cenário está armado para
uma briga.
Mas pense: será que todas as pessoas que se atrasam não se importam umas com as outras? Se for
assim, ninguém se importa com ninguém, pois as pessoas se atrasam, por milhares de motivos!
Outro exemplo é o pensamento “câncer causa morte”. Podemos acreditar nesta frase? E se todos
os que buscam uma cura para o câncer e melhores formas de tratamento pensarem deste modo?
Poderíamos recomendar este forma de pensar para alguém que está enfrentando a doença
corajosamente? Claro que não!
Algumas pessoas acham o uso e o abuso de álcool uma coisa bonita e louvável. Mas isto pode ser
aplicado a todas as pessoas? Se sua mãe ou sua filha, seu pai ou seu filho ficassem extremamente
bêbados você pensaria o mesmo? Seria louvável se fossem todos os dias?
A construção todo e todos faz com que pensemos sobre outro quadro de referências. E com isso,
nos ajuda a mudarmos os nossos valores e crenças.

Mudar o significado – 16º Forma


Operadores Modais
Veja a diferença entre estas duas frases:
1) Eu tenho que ler este texto.
2) Eu quero ler este texto.
Na frase 1, temos um dever, uma ordem, uma lei a ser feita. Dá a sensação, para a maioria de nós,
de pressão, de ser forçado a fazer, de ser uma obrigação. Na frase 2, o esquema já é diferente: eu
desejo, eu quero, eu tenho vontade de ler este texto agora.
Bem, a diferença entre a frase 1 e a frase 2 é realmente pequena. Mas muda tudo, não é mesmo?
E esta é a 16° forma de mudarmos um significado que encontramos no livro Mind-lines, lines for
changing minds (Linhas da mente, linhas para mudar a mente).
Em termos técnicos, mudamos os nossos operadores modais.
A frase 1 utiliza o operador de necessidade (ter que, dever, deveria, preciso fazer…) enquanto a
frase 2 utiliza o operador de possibilidade (eu quero, eu desejo, eu posso…).
Há ainda o operador de impossibilidade: (não posso, não consigo, não dá…)
Podemos usar de várias formas esta 16° forma de ressignificarmos as coisas, de mudarmos o
significado que damos.
Minha querida amiga Sarbélia Assunção, que me ensinou muitíssimo de PNL, Programação
Neuro-Linguísitca, nos dizia em seu curso: façam o prazer de casa (ao invés de dever de casa, ou
tarefa). O objetivo era o de mudar o modo como a gente pensava aquela atividade a ser realizada.
Sinta a diferença:
Eu tenho que fazer a tarefa (dever de casa).
Eu quero fazer a atividade (prazer de casa).
Outra maneira de usarmos esta 16° forma é questionarmos: e se você pensasse diferente sobre
isso? Não seria melhor?
Por exemplo, “Não seria melhor ter uma atitude de querer fazer, ao invés de ser obrigado?”
Ou então: “Como seria se esta experiência fosse realizada de maneira diferente?”
Ou ainda: “E se você pensasse diferente – o oposto – do que você está pensando, não seria
melhor?”
Termino aqui citando um texto de Sarbélia Assunção, de seu blog:
“Sempre que sentir algo a impedir a realização de seus objetivos, afaste-se um pouco, observe-se e
perceba que o poder está dentro de você. Comece mudando as palavras, descubra e comprove a
força que há no seu interior. Basta ter a coragem de mudar o padrão de pensamento e acessar o
que há de mais especial: o seu poder mental”.

Mudar o significado – 17º Forma


E tudo passa
Neste momento em que você vê estas palavras, muita coisa está acontecendo ao redor de
você…você com certeza pode ouvir os sons ao redor (talvez até o silêncio)… sentir seu coração
batendo… o ar entrando e saindo dos pulmões…você pode sentir que tudo está em movimento
pois o mundo é uma contínua mudança.
Mas as vezes a gente se esquece de que tudo muda…tudo passa…tudo se transforma…
“E tudo passa…tudo passará!”
Você com certeza já ouviu estas duas frases. O mundo está o tempo todo mudando…até mesmo
uma pedra ou uma montanha está em movimento! Como? Se a gente pudesse ver os átomos,
veríamos que estes estão girando, girando, girando…e com isso, mesmo a pedra está em
movimento!
Mas com frequência esquecemos que todas as coisas neste universo estão mudando e achamos
que o outro é de um jeito (e sempre vai ser assim), que você é de um jeito e sempre vai ser
assim…mas isso não é verdade!
A 17° forma de mudarmos um significado, que encontramos no livro Mind-lines, lines for
changing minds (Linhas da Mente, linhas para mudar a mente) trabalha esta questão: a
impermanência e a nossa identidade.
Encontramos o seguinte exemplo neste livro de PNL:
“Ela é uma pessoa má por ter dito o que disse”.
Um bom psicólogo poderia replicar: – Se ela dissesse alguma coisa sobre medicina, ela seria
médica?
Geralmente esquecemos que tudo está em mudança – e o modo como o outro é, ou o que o outro
fez, fica congelado! É como se tudo mudasse, menos a nossa identidade e a identidade dos outros:
“Ele fez isso = Então ele é assim…e sempre será”…
E fazemos isso até com o nosso próprio eu:
- “Eu não fui bem nessa prova de matemática = Eu sou péssimo em matemática!”
Mas e a mudança? No futuro não pode ser diferente?
Se o mundo está em constante mudança, com certeza o futuro será diferente! Com certeza o futuro
trará mudanças! Esperamos que para melhor!

Mudar o significado – 18° Forma


Pensar os pensamentos
Pensar os próprios pensamentos é um dos fatores que faz a mente humana algo incrível. Mesmo
sendo um processo interminável (já que podemos pensar o pensamento pensado do pensamento
que estávamos pensando) é um ato criativo, um ato que cria o nosso mundo. Podemos utilizar esta
forma – pensar um pensamento e repensar o pensamento – para criarmos um significado mais
coerente, mais saudável e melhor para nossas vidas.
Se eu digo ou penso uma determinada frase, posso em seguida pensar o que acabei de pensar.
Desde modo, vamos indo para níveis mais altos de abstração.
Imagine, talvez que você esteja triste ou com raiva por algo que aconteceu. Você pode pensar e
descobrir o que é que faz com que você fique triste ou com raiva. O que era esperado que não
aconteceu?
E, continuando, você pode pensar o seguinte: será que este jeito que estou pensando é o melhor
jeito para se pensar? Ficar triste ou com raiva vai resolver?
A psicologia clinica, em grande parte, trabalha desta forma. O paciente tem um determinado
problema – vamos dizer assim e o psicólogo questiona, ajudando o paciente pensar neste
problema, ajudando o paciente a pensar de outra forma, por outro ângulo, mudando o seu ponto de
vista, seus pressupostos, crenças…
Em minha adolescência gostava de escrever poesia. Algumas acho até hoje que eram
interessantes. Estes dias, ao responder um email da seção Pergunte ao Psicólogo, lembrei-me
desta:
“Quando eu começo a ficar triste
é que tem algo errado
Mas deixo de sentir
para pensar
E deixo de pensar
para ser quem eu sou”
Claro que é um poema simples, mais um forma de pensar do que propriamente uma poesia, com
rima ou métrica.
Mas o que dizia ali se encaixa muito bem com o tema desta postagem. Não é maravilhoso o fato
de conseguirmos pensar o que estamos sentindo? O porque e para que estamos sentindo? Não é
ainda mais maravilhoso o fato de podermos questionar os nossos próprios pensamentos e mudá-
los? E mais ainda: descobrirmos que nós não somos os nossos pensamentos…
Os nossos pensamentos são apenas uma “parte” de que nós somos, já que continuamos sendo,
continuamos existindo, mesmo quando ficamos em silêncio…

Mudar o significado – 19° Forma


Ecologia e PNL
Continuando a série “Como mudar?”, vamos falar hoje de um conceito da Programação Neuro-
linguística, que é muito interessante. A palavra ecologia, em PNL, tem relação com a ética. Mas,
ao invés de cairmos na filosofia, propomos questões práticas:
- Isto nos serve bem?
- Isto nos limita? Ou isto nos faz crescer?
- Isto faz o nosso sistema psíquico (a nossa alma) ficar equilibrada e bem-ordenada ou nos
desequilibra?
Em outras palavras, podemos dizer que é uma avaliação de uma avaliação.Ecologia, então, quer
dizer se um determinado pensamento ou sentimento se enquadra no modelo de mundo da pessoa.
Pensemos em um exemplo simples. Alguém poderia dizer:
- Meus relacionamentos anteriores não deram certo. Por isso não quero conhecer mais ninguém.
Pensando junto da PNL, poderíamos perguntar:
- Mas este tipo de pensamento vai te fazer bem? Pensar assim vai te ajudar?
A ideia aqui é questionar uma avaliação, avaliar um modelo que criamos. O modelo em si não é
certo ou errado, bom ou mal (teoricamente), mas pode se tornar um empecilho, criando
dificuldades futuras.
Existem, é claro, milhares de outros exemplos. O que quero frisar é que nesta forma de mudarmos
perguntamos:
- Pensar assim vai nos fazer melhor? Que consequências terei na vida se continuar pensando deste
modo?
É portanto uma ótima forma de percebermos que podemos mudar. Que os nossos conceitos
arraigados, que podemos carregar por anos e anos, podem ser mudados, podem ser questionados,
reavaliados.
E você? O que você tem feito encaixa no seu mundo? É o melhor pra você?

Mudar o significado – 20° Forma


Contar histórias
Este é o último texto da série de 20 textos intitulada “Como mudar”. E a vigésima forma é
simples: contar uma história.
Ouvir uma única história pode mudar o caminho, pode servir de referência para toda uma vida e
ser o centro a partir do qual a pessoa toma suas decisões, se relaciona com os outros e consigo.
Para comprovar isto, basta lembramos das histórias contadas por Jesus, Buda, Maomé, Confúcio,
Platão…só para citar alguns.
Tanto as histórias contadas por eles, como as histórias contadas sobre a vida deles orientam a vida
de milhões e milhões de pessoas ao redor do mundo!
Por isso, é algo muito interessante ver como esta 20° forma pode ser utilizada no consultório de
psicologia, mas não só! Você mesmo pode usar para mudar algumas coisas em sua vida, na vida
de seus amigos ou familiares.
E qual é a técnica? Qual é a forma de fazer isso?
Primeiro, é importante ver o contexto do problema e pensar em uma história referente à este
contexto. Se pessoa está desmotivada, contamos uma história sobre motivação. Se a questão é
falta de esperança, contamos uma história sobre a esperança e como ela é “a última que morre”…
Ou seja, contamos ou nos lembramos de uma história relacionada à questão! É algo simples, mas
exige que se conheça uma grande número de contos, fábulas, histórias, mitos, poemas, narrativas e
descrições, além da história como disciplina acadêmica que estudamos no colégio e na faculdade
História.
E para ter esse conhecimento, é simples: é só começarmos a ler bons livros, conhecer a Bíblia e os
livros sagrados de outros povos e, é claro, conversar com muitas pessoas (sábias) também ajuda
muito.
Interessante lembrar que esta técnica encontra-se presenta na Psicologia Analítica de Jung onde a
mitologia, contos de fada, narrativas são sempre lembradas e relacionadas com a vivência atual do
paciente.

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