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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
Coordenação Pedagógica – IBRA
APOSTILA
Índice
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 3
1 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ................................................................ 4
1.1 Conceito .......................................................................................................................... 4
1.1.1 Direitos Fundamentais da 1.ª Dimensão ............................................................ 8
1.1.2 Direitos Fundamentais da 2.ª Dimensão ............................................................ 8
1.1.3 Direitos Fundamentais da 3.ª Dimensão ............................................................ 9
1.1.4 Direitos Fundamentais da 4.ª Dimensão ............................................................ 9
1.1.5 Direitos Fundamentais da 5.ª Dimensão ..........................................................10
1.2 Evolução Histórica.......................................................................................................10
1.3 Características .............................................................................................................25
1.3.1 Historicidade .........................................................................................................25
1.3.2 Inalienabilidade.....................................................................................................26
1.3.3 Imprescritibilidade ................................................................................................26
1.3.4 Irrenunciabilidade .................................................................................................26
1.3.5 Universalidade ......................................................................................................27
1.3.6 Limitabilidade ........................................................................................................27
1.4 Os Direitos Fundamentais na Constituição Federal de 1988 ..............................28
2 DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS EM ESPÉCIE - (PARTE I) .................................30
2.1 Dos Direitos Individuais e Coletivos .........................................................................30
2.1.1 Direito à Vida ........................................................................................................30
2.1.2 Direito à Igualdade ...............................................................................................35
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................46
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INTRODUÇÃO
1.1 Conceito
(...) os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, são direitos
históricos, ou seja, nascidos em certas circunstâncias, caracterizadas por
lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de
modo gradual, não todos de uma vez e nem de uma vez por todas. (...) o
que parece fundamental numa época histórica e numa determinada
civilização não é fundamental em outras épocas e em outras cultuas .
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Liberdades Negativas - é entendida como a não-interferência do poder do Estado sobre as ações individuais: o
indivíduo é o mais livre quanto mais o Estado deixar de regular a sua vida. A falta de restrições é, portanto,
diretamente proporcional ao exercício da liberdade negativa.
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Liberdade positiva - é definida como ter o poder e os recursos para cumprir suas próprias potencialidades e
para controlar e determinar suas próprias ações e destino. É a noção de liberdade como auto-realização, em
oposição a liberdade negativa, que é a liberdade de contenção externa. O conceito de liberdade positiva também
pode incluir a liberdade de constrangimentos internos.Os conceitos de estrutura são fundamentais para o conceito
de liberdade positiva, porque, para ser livre, uma pessoa deve ser livre de inibições da estrutura social na
realização do seu livre arbítrio. Estruturalmente falando classismo, sexismo e racismo podem inibir a liberdade
de uma pessoa. Liberdade positiva é reforçada pela capacidade dos cidadãos de participar de seu governo e ter
seus interesses e preocupações reconhecidos como válidos e postos em prática.
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Direitos de defesa - caracterizam-se por exigir do Estado, preponderantemente, um dever de abstenção,
impedindo sua ingerência na autonomia dos indivíduos. São direitos que limitam o poder estatal com o intuito de
preservar as liberdades individuais (status negativo ou status tibertatis), impondo ao Estado o dever de não
interferir, não se intrometer, não reprimir e não censurar.
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Direitos a prestações - Os direitos a prestações impõem um dever de agir ao Estado. Objetivam a realização
de condutas ativas por parte dos poderes públicos (status positivo ou status civitatis), seja para a proteção de
certos bens jurídicos contra terceiros, seja para a promoção ou garantia das condições de fruição desses bens.
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Direito de Participação - Os direitos de participação possuem um caráter negativo/positivo e tem por função
garantir a participação individual na formação da vontade política da comunidade (status ativo ou status da
cidadania ativa).
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Mitológico – Que provem da mitologia. O termo mitologia pode referir-se tanto ao estudo de mitos ou a um
conjunto de mitos. Por exemplo, mitologia comparada é o estudo das conexões entre os mitos de diferentes
culturas, ao passo que mitologia grega é o conjunto de mitos originários da Grécia Antiga. O termo "mito" é
frequentemente utilizado coloquialmente para se referir a uma história falsa, mas o uso acadêmico do termo não
denota geralmente um julgamento quanto à verdade ou falsidade.
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Antropocentrismo - (do grego anthropos, "humano"; e, kentron, "centro") é uma concepção que considera que
a humanidade deve permanecer no centro do entendimento dos humanos, isto é, o universo deve ser avaliado de
acordo com a sua relação com o Homem, sendo que as demais espécies, bem como tudo mais, existem para
servi-los. O antropocentrismo coloca o homem no centro do universo, postulando que tudo o que existe foi
concebido e desenvolvido para a satisfação humana.
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Direito Natural - O direito natural é o núcleo de juridicidade que é próprio da dignidade da pessoa humana,
isto é, o núcleo jurídico da ordem do dever-ser que é inerente ao estatuto ontológico ou dignidade do homem.
Dado, então, que o direito natural é a expressão jurídica da dignidade da pessoa humana – de seu estatuto
ontológico -, pode-se dizer que a pessoa é o fundamento do direito natural, enquanto inere a ela e é expressão de
sua ordem do dever-ser.
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Direito Positivo - Direito positivo é o conjunto de princípios e regras que regem a vida social de
determinado povo em determinada época. Diretamente ligado ao conceito de vigência, o direito positivo, em
vigor para um povo determinado, abrange toda a disciplina da conduta humana e inclui as leis votadas pelo poder
competente, os regulamentos e as demais disposições normativas, qualquer que seja a sua espécie. Por definir-se
em torno de um lugar e de um tempo, é variável, por oposição ao que os jusnaturalistas entendem ser o direito
natural.
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Ius gentium ou jus gentium - ("direito das gentes" ou "direito dos povos", em latim) compunha-se das normas
de direito romano que eram aplicáveis aos estrangeiros.
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lei natural, a lei divina e a lei humana, esta última, fruto da vontade do soberano,
entretanto devendo estar de acordo com a razão e limitada pela vontade de Deus
(MAGALHÃES, 2000).
DALLARI (2000, p. 54) leciona que:
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Magistério da Igreja Católica (em latim: Magisterium) - refere-se à função de ensinar que é própria da
autoridade da Igreja e que, por isso, deve ser obedecido e seguido pelos demais católicos.
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marcado pela doutrina individualista e pela crescente noção de que o Estado não
mais podia intervir na esfera de autonomia individual de cada um. (MARTINS, 2012).
Outro ponto importante para o reconhecimento de direitos inerentes a
pessoa humana foi a Reforma Protestante que contestou a uniformidade da Igreja
Católica, dando importância a interpretação pessoal das Sagradas Escrituras,
através da razão (LALAGUNA, 1993, p. 15).
Ressalta-se o Edito de Nantes onde o Rei Enrique IV da França proclamou a
liberdade religiosa, num claro reconhecimento do direito que cada pessoal tem de
participar, de acreditar em uma religião, ou também de não acreditar ou não
participar de nenhuma. Embora seja reconhecido o avanço de tal documento, este
direito era uma mera concessão real, tanto que foi revogado por Luis XIV (RUBIO,
1998, p. 73).
Não se pode negar a importância das Revoluções inglesa, americana e
francesa para o reconhecimento de direitos inerentes a pessoa humana, cada uma é
claro contribuindo da sua maneira, sendo as duas; últimas as que influenciaram as
constituições do século XIX (RUBIO, 1998, p. 82).
A Revolução Gloriosa, esta vinculada a própria evolução histórica de
reconhecimento de direitos aos ingleses e de limitação do poder real que ocorria,
desde a Carta Magna sendo, portanto, uma evolução pragmática, uma continuação
de conquistas anteriores e não uma ruptura com o Antigo Regime como a Revolução
Francesa (MARTÍNEZ, 1999, p. 148).
Nesse sentido leciona SILVA (2011, p. 150):
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Magna Carta - Carta das liberdades, ou concórdia entre o rei João e os barões para a outorga das liberdades
da Igreja e do rei Inglês, é um documento de 1215 que limitou o poder dos monarcas da Inglaterra,
especialmente o do rei João, que o assinou, impedindo assim o exercício do poder absoluto. Resultou de
desentendimentos entre João, o Papa e os barões ingleses acerca das prerrogativas do soberano. Segundo os
termos da Magna Carta, João deveria renunciar a certos direitos e respeitar determinados procedimentos legais,
bem como reconhecer que a vontade do rei estaria sujeita à lei. Considera-se a Magna Carta o primeiro capítulo
de um longo processo histórico que levaria ao surgimento do constitucionalismo.
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Petition of Rights - O direito de petição nasceu na Inglaterra, durante a Idade Moderna, fruto dasRevoluções
inglesas, especialmente a de 1628. Compreendido na Carta Magna de 1215, o right of petition somente se
consolidou na Declaração de Direitos de 1689, consistindo no simples direito de o Grande Conselho, e depois de
o Parlamento, pedir ao rei que sancionasse leis.
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(1628), o Habeas Corpus Amendment Act (1679) e o Bill of Rights
(1688). Não são, porém, declarações de direitos no sentido moderno, que
só apareceram no século XVIII com as revoluções: americana e francesa.
Tais textos limitados e à vezes estamentais, no entanto, condicionaram a
formação de regras consuetudinárias de mais ampla proteção dos direitos
humanos fundamentais. Realmente a estabilidade e o sempre firme
desenvolvimento das instituições inglesas bastaram para tornar ociosa uma
lista maior das liberdades públicas. A constante afirmação do Parlamento
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inglês e dos precedentes judiciais, formando a common law , fora
suficientes com aqueles documentos históricos, para assentar o mais firme
respeito pelos direitos fundamentais do homem.
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Habeas Corpus Amendment Act - Outro acontecimento ocorrido na Inglaterra e também de grande
importância para o desenvolvimento dos direitos humanos foi o surgimento do Habeas Corpus Act em 1679, que
foi uma lei do Parlamento da Inglaterra criada durante o reinado do Rei Charles II que buscava definir e reforçar
o antigo e já existente instituto do habeas corpus, como garantia da liberdade individual contra a prisão ilegal,
abusiva ou arbitrária. O Habeas Corpus Act muitas vezes é erradamente descrito como a origem do recurso
dehabeas corpus. Entretanto, o habeas corpus já existia na Inglaterra há pelo menos três séculos antes.
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Bill of Rights - A Declaração de direito de 1689 (em inglês Bill of Rights of 1689) é um documento feito na
Inglaterra pelo Parlamento que determinou, entre outras coisas, a liberdade, a vida e a propriedade privada,
assegurando o poder do Parlamento na Inglaterra.
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Common Law - é um termo utilizado nas ciências jurídicas para se referir a um sistema de Direito cuja
aplicação de normas e regras não estão escritas mas sancionadas pelo costume ou pela jurisprudência.
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Taxation without representation - A frase que marcou a identidade independentista americana foi a célebre
"no taxation without representation": nenhuma tributação sem representação responsável dos governantes.
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Artigo 28° Toda a pessoa tem direito a que reine, no plano social e no plano
internacional, uma ordem capaz de tornar plenamente efectivos os direitos e
as liberdades enunciadas na presente Declaração.
Artigo 29° 1.O indivíduo tem deveres para com a comunidade, fora da qual
não é possível o livre e pleno desenvolvimento da sua personalidade. 2.No
exercício deste direito e no gozo destas liberdades ninguém está sujeito
senão às limitações estabelecidas pela lei com vista exclusivamente a
promover o reconhecimento e o respeito dos direitos e liberdades dos
outros e a fim de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública
e do bem-estar numa sociedade democrática. 3.Em caso algum estes
direitos e liberdades poderão ser exercidos contrariamente e aos fins e aos
princípios das Nações Unidas.
Artigo 30° Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser
interpretada de maneira a envolver para qualquer Estado, agrupamento ou
indivíduo o direito de se entregar a alguma actividade ou de praticar algum
acto destinado a destruir os direitos e liberdades aqui enunciados.
1.3 Características
1.3.1 Historicidade
1.3.2 Inalienabilidade
1.3.3 Imprescritibilidade
Não deixam de ser exigíveis em razão da falta de uso (PINHO, 2011, p. 98).
Prescrição é um instituto jurídico que somente atinge, coarctando, a
exigibilidade dos direitos de caráter patrimonial, não a exigibilidade dos direitos
personalíssimos, ainda que não individualistas, como é o caso. Se são sempre
exercíveis e exercidos, não há intercorrência temporal de não exercício que
fundamente a perda da exigibilidade pela prescrição (SILVA, 1998).
1.3.4 Irrenunciabilidade
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Nenhum ser humano pode abrir mão de possuir direitos fundamentais. Pode
até não usá-los adequadamente, mas não pode renunciar à possibilidade de exercê-
los (PINHO, 2011, p. 98).
Outra importante característica e a irrenunciabilidade. Não se deve admitir a
renuncia ao núcleo substancial de um direito fundamental, ainda que a limitação
voluntária seja valida sob certas condições, sendo necessário verificar na analise da
validade do ato a finalidade da renuncia, o direito fundamental concreto a ser
preservado e a posição jurídica do titular (livre e autodeterminada). A autolimitação
voluntária esta sujeita, a qualquer tempo, a revogacao. O não exercício ou o uso
negativo de um direito (não participar de uma manifestação, não se filiar a um
partido político, não interpor um recurso...) não significa uma renuncia por parte de
seu titular. (CANOTILHO, 2000, p. 453)
1.3.5 Universalidade
Todos os seres humanos têm direitos fundamentais que devem ser devidamente
respeitados. Não há como excluir uma parcela da população do absoluto respeito à
condição de ser humano (PINHO, 2011, p. 98).
Sobre a Universalidade leciona ROTHENBURG (2001, p. 56):
1.3.6 Limitabilidade
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O direito à vida, previsto de forma genérica no art. 5.º, caput, abrange tanto
o direito de não ser morto, privado da vida, portanto, o direito de continuar vivo,
como também o direito de ter uma vida digna. Em decorrência do seu primeiro
desdobramento (direito de não se ver privado da vida de modo artificial),
encontramos a proibição da pena de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos
termos do art. 84, XIX. Assim, mesmo por emenda constitucional é vedada a
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instituição da pena de morte no Brasil, sob pena de se ferir a cláusula pétrea do
art. 60, § 4.º, IV, lembrando, ainda, a doutrina moderna que impede, ainda, a
evolução reacionária ou o retrocesso social, e, nesse sentido, não admitiria a
previsão da pena de morte, nem mesmo diante da manifestação do poder
constituinte originário. O segundo desdobramento, ou seja, o direito a uma vida
digna, garantindo -se as necessidades vitais básicas do ser humano e proibindo
qualquer tratamento indigno, como a tortura, penas de caráter perpétuo, trabalhos
forçados, cruéis etc. (LENZA, 2012, p. 970).
O direito à vida é, portanto, um direito que transpassa todo o mundo
moderno. Além disso, este direito está tão arraigado em nosso cotidiano que
qualquer iniciativa em restringi-lo torna-se, de imediato, uma questão polêmica. Com
efeito, basta olharmos para as controvérsias estabelecidas diante da pena de morte,
da liberação do aborto e da permissão da eutanásia para verificarmos a veracidade
da afirmação anterior (BEDIN, 2002, p. 44).
Subseção II
Da Emenda à Constituição
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
IV - os direitos e garantias individuais.
O início da mais preciosa garantia individual deverá ser dado pelo biólogo,
cabendo ao jurista, tão-somente, dar-lhe o enquadramento legal, pois do ponto de
vista biológico a vida se inicia com a fecundação do óvulo pelo espermatozóide,
resultando um ovo ou zigoto. Assim a vida viável, portanto, começa com a nidação,
quando se inicia a gravidez. Conforme adverte o biólogo Botella Lluziá, o embrião ou
feto representa um ser individualizado, com uma carga genética própria, que não se
confunde nem com a do pai, nem com a da mãe, sendo inexato afirmar que a vida
do embrião ou do feto está englobada pela vida da mãe. A constituição, é importante
ressaltar, protege a vida de forma geral, inclusive uterina (MORAES, 2003, p. 64).
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Eutanásia - ato de proporcionar morte sem sofrimento a um doente atingido por afecção incurável
que produz dores intoleráveis. Direito de matar ou morrer por tal razão.
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Pretório Excelso – nome, designação dada ao Supremo Tribunal Federal (STF).
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cada um, na razão do que vale, mas atribuir os mesmos a todos, como se
todos se equivalessem.
mutuamente em seus direitos. Para ele, todavia, ―se as pessoas não são iguais não
receberão coisas iguais‖.
Na doutrina aristotélica-tomista justiça corresponde a ―dar a cada um o que é
seu, segundo uma certa igualdade‖.
Qualquer que seja a desigualdade natural ou casual dos indivíduos a todos
os outros respeitos, há uma igualdade que jamais deve ser violada, e é a da lei, quer
ela proteja, quer castigue, é a da justiça, que deve ser sempre uma, a mesma, e
única para todos sem preferência, ou parcialidade alguma. (PIMENTA BUENO 1958,
p. 412).
O art. 5.º, caput, consagra serem todos iguais perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza. Deve-se, contudo, buscar não somente essa aparente igualdade
formal (consagrada no liberalismo clássico), mas, principalmente, a igualdade
material, uma vez que a lei deverá tratar igualmente os iguais e desigualmente os
desiguais, na medida de suas desigualdades. Isso porque, no Estado Social ativo,
efetivador dos direitos humanos, imagina-se uma igualdade mais real perante os
bens da vida, diversa daquela apenas formalizada perante a lei. Essa busca por uma
igualdade substancial, muitas vezes idealista, reconheça-se, eterniza-se na sempre
lembrada, com emoção, Oração aos Moços, de Rui Barbosa, inspirada na lição
secular de Aristóteles, devendo -se tratar igualmente os iguais e desigualmente os
desiguais na medida de suas desigualdades. Em diversas hipóteses a própria
Constituição se encarrega de aprofundar a regra da isonomia material: a) art. 3.º, I,
III e IV; b) art. 4.º, VIII; c) art. 5.º, I, XXXVII, XLI e XLII; d) art. 7.º, XX, XXX,26 XXXI,
XXXII e XXXIV; e) art. 12, §§ 2.º e 3.º; f) art. 14, caput; g) art. 19, III; h) art. 23, II e X;
i) art. 24, XIV; j) art. 37, I e VIII; k) art. 43, caput; l) art. 146, III, ―d‖ (EC n. 42/2003 —
Reforma Tributária); m) art. 150, II; n) art. 183, § 1.º, e art. 189, parágrafo único; o)
art. 203, IV e V; p) art. 206, I; q) art. 208, III; r) art. 226, § 5.º; s) art. 231, § 2.º etc.
(LENZA, 2012, p. 974):
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos
desta Constituição ;
(...)
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção;
(...)
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades
fundamentais;
(...)
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível,
sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
(...)
XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos
específicos, nos termos da lei;
(...)
XXX - proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de
critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;
Art. 12
(...)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e
naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.
Art. 14. A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo
voto direto e secreto, com valor igual para todos, (...)
Art. 43. Para efeitos administrativos, a União poderá articular sua ação em
um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu
desenvolvimento e à redução das desigualdades regionais.
Diz-se ser a igualdade uma relação desejável entre indivíduos livres; não
um ser, mas um dever-ser, já que uma sociedade em que todos são livres e
iguais em uma mesma medida é um estado apenas imaginado, hipotético.
Liberdade e igualdade constituem, assim, o conteúdo material do ideal de
Justiça, uma vez que a liberdade é um valor para o homem enquanto
indivíduo, e igualdade um bem ou valor para o homem enquanto ser
genérico, como um ser pertencente a determinada classe ou grupo – a
humanidade.
Os direitos são os mesmos para todos; mas, como nem todos se acham em
igualdade de condições para exercer, é preciso que essas condições sejam criadas
ou recriadas através da transformação da vida e das estruturas dentro das quais as
pessoas se movem (MIRANDA, 2000, p. 225).
Vejamos como leciona KELSEN (2006):
das mulheres, qual seja: a igualdade nas decisões referentes à sociedade conjugal,
pois estas deverão ser tomadas de comum acordo entre marido e mulher.
REFERÊNCIAS
BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal Anotada. São Paulo: Saraiva, 2000.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de Teoria Geral do Estado. 18ª Ed. São
Paulo: Saraiva, 1994.
KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Tradução de João Baptista Machado, São
Paulo: Martins Fontes, 2006.
MAGALHÃES, José Luiz Quadros de. Direitos Humanos (sua história, sua
garantia e a questão da indivisibilidade). São Paulo: Editora Juarez, 2000.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 13ª ed. São Paulo: Atlas, 2003.
NAMBA, Edison Tetsuzo. Manual de bioética e biodireito. São Paulo: Atlas, 2009.
RAWLS, John. Uma teoria da justiça. 2º Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002
ROCHA, Carmem Lúcia Antunes. Vida Digna: Direito, Ética e Ciência. In: ROCHA,
Carmem Lúcia Antunes. (coord.).O Direito à Vida Digna. Belo Horizonte: Fórum,
2004.
SILVA, José Afonso da Silva. Curso de Direito Constitucional Positivo. 15ª Ed.,
São Paulo, Editora Malheiros, 1998.
SILVA, Plácido e. Vocabulário Jurídico. Vol. II; São Paulo: Forense, 1967.
TAVARES, André Ramos. Curso de Direito Constitucional. 10ª ed. São Paulo:
Saraiva, 2012.
TEMER, Michel. Elementos de direito constitucional. 14. ed. rev. e ampl. São
Paulo: Malheiros, 1998.
VILA, Marco Antônio. A História das Constituições Brasileiras. São Paulo: Texto
Editores, 2011.