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Os poderes e as instituições não estão hoje deslegitimados porque caíram na ilegalidade; ao

invés, o contrário é verdade, ou seja, que a ilegalidade é tão difundida e generalizada porque
os poderes perderam toda consciência da sua legitimidade. Por isso, é inútil acreditar que se
possa enfrentar a crise das nossas sociedades por meio da ação – certamente necessária – do
poder judiciário: uma crise que investe contra a legitimidade não pode ser resolvida apenas no
plano do direito. A hipertrofia do direito, que pretende legislar sobre tudo, ao invés, trai,
através de um excesso de legalidade formal, a perda de toda legitimidade substancial. A
tentativa da modernidade de fazer coincidir legalidade e legitimidade, buscando assegurar
através do direito positivo a legitimidade de um poder, é, como ficar claro pelo irrefreável
processo de decadência em que as nossas instituições democráticas entraram, totalmente
insuficiente. G.A

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