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O ESTUDO BÍBLICO INDUTIVO

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sitária do Brasil - ABUB
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Primeira Edição — 1986 Reimpressão — 1987
A ABU Editora é a publicadora da Aliança Bíblica Universitária do Brasil, uma entidade interde-
nominacional que tem como objetivo básico a evangelização do universitário e do estudante secundarista.
Sua atuação é através dos próprios estudantes, por meio de núcleos de estudo bíblico, acampamentos e
cursos de treinamento. A fim de preservar seu caráter essencialmente evangélico e bíblico, a ABUB adota
uma base de fé que é subscrita pela sua liderança em todos os níveis.

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Sumário
PREFÁCIO ................................................................................................................................................................. 5
I. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................................... 6
A. Os Propósitos Principais do Estudo da Bíblia ...................................................................................................... 6
B. O que é um Estudo Bíblico Indutivo? .................................................................................................................. 6
C. Algumas Vantagens do EBI ................................................................................................................................. 6
II. A OBSERVAÇÃO ................................................................................................................................................. 8
A. Olhe!..................................................................................................................................................................... 8
1. a forma literária: ........................................................................................................................................... 8
2. a estrutura: .................................................................................................................................................... 8
1. o contexto: .................................................................................................................................................... 8
2. as chaves gramaticais: .................................................................................................................................. 9
B. Pergunte:............................................................................................................................................................... 9
1. Passagens Narrativas .................................................................................................................................... 9
2. Passagens discursivas: ................................................................................................................................ 10
C. Observe: ............................................................................................................................................................. 10
1. Observe a ênfase do escritor (ou do orador): .............................................................................................. 10
2. Observe a organização das idéias do escritor (orador) pelo seu uso de: ..................................................... 10
D. Um Exercício Prático de Observação: ............................................................................................................... 11
1. Olhe. ........................................................................................................................................................... 11
a) a forma literária................................................................................................................................................. 11
b) a estrutura do texto ..................................................................................................................... ..................... 11
c) o contexto: .......................................................................................................................................................... 11
2. Pergunte. Veja nz\a parte B deste capítulo como mudam as perguntas de acordo com a natureza do texto e
pesquise o que há no nosso texto em questão, nas seguintes áreas. .................................................................... 11
3. Observe ....................................................................................................................................................... 11
III. A INTERPRETAÇÃO....................................................................................................................................... 12
A. Analise o Significado das Palavras e Frases Chaves.......................................................................................... 12
1. Busque o significado natural. ..................................................................................................................... 12
2. Busque o Significado Original.................................................................................................................... 12
3. Busque o Significado Coerente. ................................................................................................................. 12
4. Faça uso sábio de recursos bibliográficos................................................................................................... 12
5. Traduza as palavras difíceis numa linguagem atual ................................................................................... 12
B. Avalie os Fatos ................................................................................................................................................... 13
C. Correlacione as ideias ......................................................................................................................................... 13
D. Investigue os Pontos Difíceis ou Incertos .......................................................................................................... 13
E. Resuma a Mensagem do Autor a seus Leitores Originais .................................................................................. 13
F. Exercício Prático de Interpretação ...................................................................................................................... 13
IV. A APLICAÇÃO.................................................................................................................................................. 15
A. Medite nos Pontos Principais ............................................................................................................................. 15
B. Busque especificamente: .................................................................................................................................... 15
1. Algo para crer. ............................................................................................................................................ 15
2. Algum motivo de louvor............................................................................................................................. 15
3. Algo para corrigir. ...................................................................................................................................... 15
4. Algo para pedir a Deus. .............................................................................................................................. 15
5. Algo para planejar e pelo que orar. ............................................................................................................. 15
C. Exercício Prático de Aplicação: ......................................................................................................................... 15
V. EXERCÍCIO: FAÇA A DISTINÇÃO ENTRE O TEXTO E AFIRMAÇÕES SOBRE O TEXTO ............ 16

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VI. GRUPOS DE EBI............................................................................................................................................... 17
VII. COMO PREPARAR O ESTUDO ................................................................................................................... 18
A. Usando livros (ou apostilas) de Estudos Bíblicos .............................................................................................. 18
B. Preparando seus Próprios Estudos ...................................................................................................................... 18
1. Uma leitura cuidadosa ................................................................................................................................ 18
2. Divisão do texto .......................................................................................................................................... 19
3. O Contexto.................................................................................................................................................. 19
4. Notas Explicativas ...................................................................................................................................... 19
5. Os Objetivos ............................................................................................................................................... 19
6. Perguntas de Observação e de Interpretação .............................................................................................. 20
7. Perguntas de aplicação/reflexão ................................................................................................................. 20
8. A Introdução ............................................................................................................................................... 21
9. O Título....................................................................................................................................................... 21
10. Avaliação do Estudo ................................................................................................................................... 21
11. A forma Final do Estudo ............................................................................................................................ 22
VIII. EXEMPLO DE UM ESTUDO BÍBLICO EVANGELÍSTICO .................................................................. 23
IX. PASSAGENS APROPRIADAS PARA ESTUDOS BÍBLICOS EVANGELÍSTICOS ............................... 24
X. O ESTUDO BÍBLICO DE CRESCIMENTO ................................................................................................... 25
XI. COMO DIRIGIR UM ESTUDO BÍBLICO EVANGELÍSTICO .................................................................. 26
A. Atitudes de Líder ................................................................................................................................................ 26
1. Qualidades desejáveis num líder ................................................................................................................ 26
2. Impedimentos para uma boa liderança ....................................................................................................... 26
B. Número de Pessoas por Grupo ........................................................................................................................... 27
C. O Ambiente do Grupo ........................................................................................................................................ 27
D. O Equilíbrio entre o Falar e o Ouvir .................................................................................................................. 28
E. Dicas Práticas para a Direção do Estudo ............................................................................................................ 28
F. Um Esquema Básico de uma Reunião: ............................................................................................................... 29
G. Sugestões para a Conclusão do Estudo .............................................................................................................. 29
3. Num Estudo Bíblico de Crescimento ......................................................................................................... 29
H. Como Aliviar Tensões........................................................................................................................................ 30
I. O Líder Auxiliar .................................................................................................................................................. 30
J. Convide o Participante a Receber Jesus Como Senhor e Salvador ..................................................................... 31
L. Avaliação ............................................................................................................................................................ 31
4. Do dirigente ................................................................................................................................................ 31
5. Do grupo ..................................................................................................................................................... 32
XII. SUGESTÕES CRIATIVAS PARA VARIAR OS SEUS ESTUDOS ........................................................... 33
A. Um Encontro mais Profundo com a Bíblia ........................................................................................................ 33
B. Conversar com Deus .......................................................................................................................................... 33
C. Estudos Bíblicos Criativos ................................................................................................................................. 34
D. O Estudo Tópico ................................................................................................................................................ 34
E. O Estudo Biográfico ........................................................................................................................................... 35
F. Síntese de um Livro da Bíblia............................................................................................................................. 35
G. Produção de um drama radiofónico ou programa televisivo .............................................................................. 35
H. Discussões imaginárias ...................................................................................................................................... 35
I. Uma paráfrase.................................................................................................................................................... 36
J. Estudo Bíblico Temático ..................................................................................................................................... 36
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................................... 38

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PREFÁCIO

Dou graças a Deus porque pouco a pouco igrejas e grupos cristãos estão descobrindo as possibili-
dades, desafios e riquezas de um estudo bíblico indutivo em grupo.
De fato esse método de estudos abre as portas para a disseminação de muitos grupos evangelísticos e
de crescimento, em todo e qualquer ambiente da nossa sociedade: seja com amigos na escola, na fábrica, no
escritório, com vizinhos ou na igreja. E permite a multiplicação de líderes de grupos pequenos, aliviando as
responsabilidades excessivas dos líderes religiosos.
Além do mais, permitirá que muitas pessoas tenham um conhecimento, de primeira mão, da men-
sagem do evangelho.
Desejo que essas notas, sugestões e exercícios, compilados e retrabalhados a partir dos textos men-
cionados na bibliografia, sirvam de estímulo e encorajamento para muitos cristãos normais, desejosos de
servir ao Senhor, mas carentes de instrução sobre como poderiam fazê-lo.

Antônia Leonora van der Meer

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I. INTRODUÇÃO
A. Os Propósitos Principais do Estudo da Bíblia
Deus levou a Bíblia a ser escrita para se revelar através dela. Jesus indicou o motivo principal de
estudarmos a Bíblia numa conversa com alguns fariseus, quando os criticou, dizendo: "Examinai as Es-
crituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim" (Jo 5:39). Jesus
admitiu que eles estudavam a Bíblia, mas na sua grande preocupação pela prática correta da religião es-
queciam o objetivo desse estudo: conhecer uma pessoa. Encontramos Deus, em Jesus Cristo, na Bíblia.
O apóstolo Paulo disse para Timóteo que o conhecimento da Bíblia traz certos resultados práticos:
"Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a edu-
cação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa
obra" (2 Tm3:16-17).
A Bíblia não é uma enciclopédia a ser consultada quando temos interesse num assunto religioso, ou
uma bateria de textos isolados para a defesa de certas doutrinas, nem uma coletânea de oráculos místicos
pelos quais satisfazemos a curiosidade sobre o futuro. Pelo contrário, honramos a autoridade da Bíblia
quando lhe permitimos: 1) guiar-nos quando tomamos decisões; 2) afetar nossos relacionamentos com
outras pessoas; 3) corrigir nossas ideias a respeito da nossa visão da verdade e 4) definir os propósitos pelos
quais vivemos.
B. O que é um Estudo Bíblico Indutivo?
O estudo bíblico indutivo (EBI) leva o interessado a descobrir por si mesmo o significado das Es-
crituras e a relacionar o que descobriu com a sua vida de cada dia. Num EBI procuramos encontrar o que o
autor quis dizer, e não impor nossos sentimentos ou opiniões sobre o texto. Para melhor deixar a Bíblia falar
por si mesma, o líder de um grupo não faz um pequeno sermão sobre o texto, nem defende as conclusões do
seu estudo prévio, mas faz perguntas que permitem aos membros do grupo descobrirem o significado do
texto. Há três passos básicos na realização do EBI: a observação (descobrir os fatos do texto); a interpre-
tação (determinar o que os fatos significam) e a aplicação (agir a partir das conclusões alcançadas). Por
meio das respostas aos fatos observados e das conclusões alcançadas, o estudo se torna dinâmico e as
aplicações bem práticas.
O método indutivo se baseia na convicção de que o Espírito Santo ilumina a quem examina as Es-
crituras com sinceridade, e que a maior parte da Bíblia não é tão complicada que quem saiba ler não possa
entendê-la. Os judeus da Beréia foram elogiados porque examinavam cada dia as Escrituras "se estas coisas
eram assim" (At 17:11).
É emocionante descobrir que a Bíblia fala hoje em dia, de uma maneira clara e contemporânea,
respondendo às perguntas que todo ser humano faz.
C. Algumas Vantagens do EBI
1. Os educadores nos informam que uma pessoa lembra só 10% do que ouve, mas 50% ou mais do
que ouve e fala. Um grupo de estudo bíblico dá oportunidade para todos expressarem as con-
vicções tiradas do estudo.
2. Um líder pode dirigir este tipo de estudos, mesmo que não seja um grande conhecedor da Bíblia.
O papel dele não é dar todas as respostas a perguntas religiosas, ou pronunciar opiniões doutri-
nárias. Ele dirige o debate do grupo, baseando-se nas perguntas preparadas no seu estudo pessoal
e no texto bí-bíblico em questão.
3. Há mais oportunidades para os participantes fazerem perguntas do que num culto ou durante uma
palestra. Consequentemente há mais liberdade para expressar dúvidas e receber esclarecimentos.
4. Permite aos participantes a emoção de descobrir a verdade pessoalmente, em vez de ouvi-la
proclamada por alguém. Essa verdade, geralmente, tem mais significado para a pessoa e estimula
o estudo pessoal da Bíblia.
5. Qualquer conflito de opinião pode ser resolvido mais facilmente quando o estudo é limitado a
uma passagem que pode ser referida com autoridade.

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6. Permite melhor comunicação, onde compreensões erróneas facilmente podem ser percebidas e
corrigidas.
7. O Espírito Santo não concede toda a verdade a uma pessoa só. Você pode aprender da contri-
buição de outros, e sua descoberta pode esclarecer uma coisa para outro membro do grupo.
Geralmente as opiniões erradas não resistem à análise dos outros.

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II. A OBSERVAÇÃO
A observação é necessariamente o passo básico da EBI, porque nos leva a descobrir o que o texto
realmente diz acerca dos fatos, dos personagens, da importância de certos acontecimentos e declarações.
Não é difícil, mas exige bastante atenção e uma mente aberta para não chegar a conclusões baseadas nos
preconceitos ou influências não bíblicas que têm penetrado o pensamento dos cristãos. Há muitas atitudes
diante da vida, do corpo, do dinheiro, etc, nas igrejas, que realmente são baseadas em filosofias e ideologias
que nada tem a ver com o que a Bíblia ensina.
O EBI nos ensina a ver os fatos e as ideias de acordo com os valores da própria Palavra de Deus.
Ao observarmos os fatos da Bíblia afirmamos: "O texto diz que... (um fato explícito)". Ou: Este e
aquele fato, juntos, implicam que... (fato oculto, ou implicação)".
Olhe até descobrir quais são os fatos significativos.
Pergunte até observar conscientemente todos os fatos importantes. Observe até descobrir a ênfase do
autor e a maneira como ele organizou a apresentação de suas ideias.

A. Olhe! Tomemos como exemplo Lucas 5:1-11. Veja:


1. a forma literária: é uma narrativa, que enfatiza os acontecimentos? uma mensagem discursiva,
que enfatiza as idéias? um texto poético, que enfatiza a intuição? um texto filosófico, que enfatiza
as percepções? ou ainda um texto profético, que enfatiza a revelação?
Ex.: Lc 5:1-11 é uma narrativa, parte do relato sobre a vida e obra de Jesus.
2. a estrutura: quais são as divisões principais? Como as idéias e ações se desenvolvem até chegar a
um clímax ou a um desafio?
Ex.:Lc 5:1-3 Simão Pedro escuta uma mensagem de Jesus Lc 5:4-10a Jesus desafia Simão Pedro
pela primeira vez Lc 5:10b-ll Jesus desafia Simão Pedro pela segunda vez.
1. o contexto: De que maneira as informações obtidas de passagens bíblicas relacionadas com o
texto, ou de informações históricas da época em que o livro escrito nos ajudam a entender a
mensagem, o conflito, as dificuldades e soluções?
a) histórico (informações sobre o contexto social e espiritual em que a mensagem foi proferida).
Ex.: Em Lucas 5 vemos o conflito interno de Pedro. Ele era um pescador experiente, que havia se
dedicado à pesca durante as horas mais propicias (de noite), sem obter resultados. Agora Jesus,
que não é pescador, manda que saia de novo, numa hora imprópria para pescar. Vemos, tam-
bém, em Pedro, a atitude característica de um judeu piedoso, quando recebia uma revelação de
Deus: um sentimento forte de ser indigno, diante da santidade do Senhor. (Veja Êx 24:9-11 e Is
6:1 - 7).
b) textual imediato (vínculos com o texto que vem antes e depois)
Ex.: Este incidente ocorre no inicio do ministério de Jesus, quando a equipe de discípulos ainda
não era formada. O capitulo 4:31 a 44, mostra que Simão já conhecia pessoalmente a Jesus: já
tinha ouvido o seu ensino; observado vários dos seus sinais poderosos como a libertação de um
endemoninhado e a cura de sua própria sogra e lhe oferecido sua hospitalidade. Lucas 5:29 a 35
mostra que já havia uma equipe de discípulos que andava com Jesus e em Lucas 6:12 a 16
vemos a designação e formação definitiva desta equipe.
c) textual mais amplo (alguns esclarecimentos importantes, em textos paralelos, passagens com
mensagens complementares e a localização do texto no contexto do livro do qual faz parte)
Ex. João 1:35-42 relata o 1Q encontro com Jesus e Simão e mostra que já havia uma fé incipiente
nele. Ele já conhecia as mensagens de João Batista a respeito de Jesus e com isso tinha certas
expectativas em relação a ele.

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Mateus 4:18-22 e Marcos 1:16-20 relatam o que foi provavelmente a primeira vez em que Jesus
chamou a Pedro e seus companheiros para segui-lo. É possível que sejam relatos abreviados do
mesmo acontecimento relatado em Lucas 5 ou que só após essa convicção profunda de ser
pecador, e do Senhorio de Jesus, o compromisso em segui-lo se tomou mais forte.
2. as chaves gramaticais: (observe o uso dos verbos)
a) os tempos (presente/passado/futuro), os modos (indicativo/ subjuntivo/ imperativo/ infinitivo/
gerúndio e particípios) e a voz (ativa/passiva)
Ex. Ef 5:18-21 "E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do
Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor, com hinos
e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo ".
Neste texto há dois imperativos: não vos embriagueis e enchei-vos. Os verbos dos versículos
19 a 21 estão no gerúndio. Isto mostra que se trata de consequências do encher-nos continua-
mente do Espírito.
b) O sujeito/objeto no singular ou no plural. (Isto inclui a mudança no uso dos pronomes; quem
é o sujeito ou o objeto deste verbo?)
Ex.: Jo 1:50-51> "Ao que Jesus lhe respondeu: Por que te disse que te vi debaixo da figueira, crês?
Pois maiores cousas do que estas verás.
E acrescentou: Em verdade, em verdade vos digo que vereis o céu aberto e os anjos de Deus
subindo e descendo sobre o Filho do homem ".
No versículo 50, Jesus faz uma promessa a Natanael, que no versículo 51 é estendida a todos os
discípulos.
Ex. :Em Lucas 5:1-11 - Qual é o verbo principal no versículo 1 ? Quem é o sujeito das ações
principais nos versículos 1 a 4 e nos versículos 5 a 10a? O que Lucas nos diz, por meio desta
mudança, sobre a maneira pela qual Jesus atrai Simão Pedro para sua obra?
c) que mudanças no pensamento do autor vêm à tona através do uso das conjunções e das prepo-
sições, como: "mas", "para", "porque", "se", "ainda que", "quando", "de modo que", "e por-
tanto", etc.
Ex.: Que aparente conflito indica o "mas" de Simão Pedro no versículo 5? Que outras palavras
indicam mudanças no pensamento do autor (ou da pessoa que fala)?

B. Pergunte: Comece com as sete perguntas básicas: quem? onde? quando? o quê? como? por quê?
e portanto...
1. Passagens Narrativas
a) Personagens: Quem são? O que esta passagem mostra acerca deles? Como reagem e interagem
entre si? Em quem se concentra a atenção?
b) Circunstâncias: Onde estão? Por que estão ali? Por que o lugar é significativo? Qual é a at-
mosfera emocional/psicológica?
Quando o fato acontece? Caso se mencione o momento (direta ou indiretamente) como isso
contribui para a nossa compreensão?
c) Fato central: Qual é o acontecimento central? Como é descrito? Como as ações anteriores
culminai nele? Como as ações e as palavras das pessoas revelam seu caráter e suas possíveis
motivações? Por que isso acontece? Há razões expressas ou implícitas?
d) Consequências: Quais são os resultados? Eram esperados? Que outras implicações há?

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2. Passagens discursivas:
a) Personagens: Quem é o escritor e quem são os leitores; ou o orador e os ouvintes? Que relação
existe entre eles? Que outras pessoas são mencionadas? Por quê?
b) Circunstâncias: Onde está o escritor? Por que está ali? Onde estão os leitores? Quando a carta
foi escrita (ou o discurso pronunciado)?
c) Mensagem central: Qual é a idéia central? Como o escritor ou orador tenta persuadir os ou-
vintes na verdade? Que razões, ilustrações, experiências ou outros meios utiliza? Por que está
tão desejoso de que a entendam e creiam nela?
d) Consequências: Quais seriam os resultados, caso aceitem sua mensagem? E em caso contrá-
rio?

C. Observe:
Examinemos Lucas 15 para descobrir o magistral método de ensino de Jesus, usando os seguintes
princípios literários:
1. Observe a ênfase do escritor (ou do orador):
a) Pela repetição de certas palavras, frases, idéias, personagens, ações. Ex.:Jesus usa "perder,
perdido/a" sete vezes; "encontrar", "achar" ou
"achado" sete vezes, mas "pecador/pecadores" só duas vezes e "arrependimento/se arrepende"
só três vezes. Diante dos fariseus ele enfatiza não o arrependimento do pecado, mas antes o seu
resultado natural: a alegria e a celebração!
Observe que ele fala dez vezes de "júbilo, alegrar-se e regozijar-se"; quatro vezes de "comer" e
fazer festa"; três vezes de "matar o novilho cevado ", e que fez outras referências à mesma idéia:
"o abraçou e beijou"; "a melhor roupa... um anel no dedo... a música e as danças..."
b) Pela comparação de idéias com coisas conhecidas, vinculando coisas semelhantes entre si.
Ex.:Jesus compara a Deus com que personagens familiares? O que a ovelha, a moeda e o filho tem
em comum? Com quem se comparam? Com quem Jesus compara o filho mais moço? Que
semelhança há entre o filho mais velho nos versículos 11 a 32, e os críticos de Jesus nos ver-
sículos 1 e 2?
c) Pelo contraste entre coisas opostas, da mesma categoria, mas não semelhantes.
Ex.: Qual a diferença entre o valor das três coisas perdidas? Qual a diferença entre o filho mais
moço e o seu irmão? E entre o filho mais velho e o pai? 0 que distingue a terceira parábola das
outras duas?
d) Pela proporção do espaço dado a pessoas ou idéias-chave: Ex.:Quem é o personagem cen-
tral de cada parábola: "o perdido que foi achado" ou aquele que o encontra? Qual é a parábola
mais extensa? O que Jesus nos diz com esta proporção?
2. Observe a organização das idéias do escritor (orador) pelo seu uso de:
a) Relações de causa e efeito: Quando uma coisa é uma conseqüência natural da outra.
Ex.: O que causou a busca diligente do dono? E qual foi o resultado do encontro do objeto (ou da
pessoa) perdido/a? O que Jesus está dizendo aos fariseus, com respeito à atitude deles?
b) Relação entre os meios e o fim:
Ex.: Por que Jesus usou parábolas para responder aos seus críticos?
c) Progressão do pensamento: uma série de idéias e ações que progride em direção a um clímax
ou desafio.
Ex.: Observe na ordem das parábolas como Jesus passou do simples ao complexo, do conhecido
ao desconhecido, dos valores inferiores (as coisas) ao valor supremo (as pessoas).

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d) Uma declaração geral no começo, seguida por explicações ou evidências específicas ou uma
declaração conclusiva no fim, precedida por uma série de idéias.
Ex.: O que encontramos no ensino de Jesus neste capítulo?
D. Um Exercício Prático de Observação:
Com base nas explicações e nos exemplos acima, use o texto..................................., e procure descobrir:
1. Olhe.
a) a forma literária...........................................................................................................................
b) a estrutura do texto .....................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
c) o contexto:
i. histórico (informações sobre o contexto social e espiritual em que a mensagem foi profe-
rida):
ii. textual imediato (vínculos com o texto que vem imediatamente antes e depois):
iii. textual mais amplo (alguns esclarecimentos importantes, em textos paralelos, passagens
com mensagens complementares, e a localização do texto no contexto do livro em que se
inclui):
d) Chaves gramaticais: 0 que pode observai em temos dos tempos ou modos dos verbos; do uso
da voz passiva ou ativa; do sujeito/objeto singular ou plural; da mudança dos pronomes; e do
uso de conjunções e preposições (palavras que indicam mudanças: mas, para, porque, se,
quando, de modo que, etc):
2. Pergunte. Veja na parte B deste capítulo como mudam as perguntas de acordo com a natureza do
texto e pesquise o que há no nosso texto em questão, nas seguintes áreas.
a) Personagens (quem/como se relacionam/o que o texto diz deles)
b) Circunstâncias (Onde? Quando? O porquê e o significado da hora e o significado da hora e do
lugar)
c) Fato/mensagem central (Que é? Como é apresentado?)
d) Consequências (Os resultados negativos e positivos e suas implicações)
3. Observe
a) a repetição de palavras/frases/idéias, etc.
b) a comparação de idéias com coisas conhecidas
c) o contraste de coisas opostas
d) a proporção do espaço que se dá a pessoas ou idéias chaves
e) a ordem das idéias do autor:
(i) relações de causa e efeito:
(ii) relação dos meios com o fim:
(iii) progressão do pensamento:
(iv) uma declaração geral no começo ou no fim do texto:

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III. A INTERPRETAÇÃO
Interpretar é explicar ou mostrar o significado de algo. Não o que significa para nós, mas o que sig-
nificava para o autor. O propósito da interpretação é entender a mensagem central da passagem. A inter-
pretação da mensagem bíblica é uma tarefa importante que deve ser feita em oração com seriedade, hu-
mildade e cuidado. Por um lado é verdade que a Bíblia é o livro que comunica a uma variedade muito maior
de pessoas que qualquer outro. Pense nas épocas da história e na grande variedade de povos hoje: grupos
indígenas, povos orientais, africanos e europeus, cujas vidas têm sido transformadas pela sua mensagem. E
pessoas simples, sem estudo formal, podem ter uma sabedoria bíblica profunda.
Isto não significa, no entanto, que podemos anular nossas faculdades mentais quando estudamos a
Bíblia. Jesus diz que devemos amar a Deus com todo o nosso entendimento também (Mt 22:37).
A interpretação não é um jogo inteligente em que colocamos o significado que mais nos atrai. De-
vemos sempre interpretá-la dentro do contexto textual e histórico, com oração e dependência do Espírito
Santo.
A. Analise o Significado das Palavras e Frases Chaves.
1. Busque o significado natural.
Geralmente isso significa entender as palavras literalmente, especialmente em textos históricos.
Mas muitas vezes o significado natural exige que se tome as palavras simbolicamente, porque se
reconhece que foram usadas como linguagem figurada.
Ex.: Em Mt 5:27 a 30 Jesus está se referindo ao desejo sexual. Qual é o significado natural de "olho
direito" e de "mão direita" neste contexto ?
2. Busque o Significado Original.
O que o autor ou orador quis comunicar? Como os leitores ou ouvintes entenderam os termos que
usou? O significado de algumas palavras, como "amor", "comunhão" e "humildade" mudou na
linguagem corrente atual.
Ex.: O que significa "amor" hoje? O que Jesus quis dizer com "amor" em Mt 5:43-48?
3. Busque o Significado Coerente.
Interprete o versículo ou a ideia de maneira que se harmonize, em primeiro lugar com o seu con-
texto imediato e também com o ensino da Bíblia como um todo.
Ex.: O proceder de Jesus em Mt 15:21-28 parece estar progredindo da indiferença para o exclusi-
vismo racial, até chegar à rejeição da mulher siro-fenícia. Mas quando observamos como no fim
ele louva a fé da mulher, chegamos a uma interpretação mais positiva das atitudes de Jesus, co-
erente com toda sua vida e ministério, pois ele valorizava constantemente as pessoas, sem levar
em conta sua origem racial. Também não costumava simplesmente "provar" uma pessoa, mas
antes desafiá-la à fé nele.
4. Faça uso sábio de recursos bibliográficos.
Alguns termos técnicos e costumes sociais só podem ser explicados, consultando dicionários e
comentários ou dicionários bíblicos. Examine as passagens paralelas dos evangelhos, ou observe
as referências, usando uma concordância. Use também outras versões da Bíblia.
5. Traduza as palavras difíceis numa linguagem atual
Quais são os termos técnicos (ex.: fariseus, zelotes, procônsul, etc), e os conceitos teológicos (ex.:
graça, redenção, pecado) usados no texto? 0 autor usou linguagem figurada (ex.: pão da vida)!
Como podemos traduzir estes termos para uma linguagem clara e contemporânea? O que o autor
quis dizer com as figuras empregadas e como o uso das mesmas enriqueceu a mensagem?
Ex.: pecador - Uma pessoa falha, fazendo mau uso de si e das coisas que Deus lhe confiou, deso-
bedeceu aos justos mandamentos de Deus e é incapaz de se consertar pela sua própria força ou
mérito. pescador de homens - Um pescador é alguém que vai até onde os peixes estão. Não busca

12
em primeiro lugar o seu conforto (sai na hora mais incómoda e fria, suja as mãos e os pés no
trabalho), mas luta perseverantemente para alcançar seu objetivo: pegar peixes. Todos estes
aspectos mostram qualidades importantes do discípulo quando é chamado para ser pescador de
homens. Jesus escolhe essa imagem porque faz parte da vida de Pedro e por isso comunica clara e
poderosamente.
B. Avalie os Fatos
Aprenda a dizer: Esta é a ideia mais importante. Estas outras ideias não são tão importantes e o seu
valor consiste em ajudar a entender este fato principal.
Ex.: Um estudo superficial dos Evangelhos pode levar a dar o lugar central aos milagres de Jesus,
em vez de considerá-los como sinais que indicam realidades maiores. Em Marcos 3:1-6, o fato mais sig-
nificativo não é a cura do homem da mão ressequida, mas a confrontação aberta de Jesus com seus críticos
hostis e a revelação das más motivações destes.
C. Correlacione as ideias
Não as deixe como órfãos solitários. O cientista suíço Jean Agassiz costumava dizer: "Os fatos são
coisas estúpidas até que os ponhamos em relação com alguma lei geral".
Ex.:Examine, em Lucas 5:1-11 como todas as ações de Jesus se ligam entre si para mostrar a ma-
neira progressiva que ele usou para "pescar" Simão Pedro para sua obra.
D. Investigue os Pontos Difíceis ou Incertos
Recorra para isto à ajuda de um comentário ou dicionário bíblico. Ex.: Com base em 1 João 1:1
somente, não podemos saber que os leitores de João enfrentavam a heresia do gnosticismo. Mas só use as
referências externas depois de fazer sua investigação pessoal. Se já começa com os pontos de vista de
outro, provavelmente se apoiará demasiadamente neles, e não se enriquecerá com o produto de sua pró-
pria meditação e esforço.
E. Resuma a Mensagem do Autor a seus Leitores Originais
Neste ponto você reúne os detalhes que tem observado, tirando suas próprias conclusões. Não se
limite a simplesmente contar a história. Antes pelo contrário, mostre o seu significado único. Use uma
linguagem contemporânea. Esta é a prova de que realmente entendeu o texto.
F. Exercício Prático de Interpretação
1. Qual é a ideia mais importante?

2. Como os fatos e as ideias se relacionam entre si?

3. Anote os termos especiais: os termos técnicos (ex.: discípulos), os conceitos teológicos (ex.: pe-
cado) e a linguagem figurada (ex.: pescador de homens). Faça uma pequena explicação, em suas
próprias palavras, de cada um destes termos. Quando se trata de linguagem figurada, como por
exemplo "sal da terra" o contexto torna claro que se trata da função dos cristãos na sociedade.
Nesse caso, uma boa avaliação do sentido natural da palavra sal vai enriquecer a compreensão do
seu significado figurado.
a) Esclareça os termos especiais do texto:
(i) ..................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
(ii) .................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
(iii) ................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................

13
b) Explique o uso de linguagem figurada no texto:
Que termo figurado é usado?.........................................................................................................
O que o autor quis dizer com isto?.................................................................................................
.......................................................................................................................................................
Por que usou esta imagem/comparação? ......................................................................................
.......................................................................................................................................................
O que isso nos ensina hoje?...........................................................................................................
.......................................................................................................................................................
4. Faça um resumo, em suas próprias palavras, da mensagem do autor para seus leitores originas
(interpretando o significado do acontecimento):
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................

14
IV. A APLICAÇÃO
A Bíblia não é livro de teorias, mas um livro de vida. Isso se mostra de muitas maneiras. Por exemplo
a palavra conhecer, na filosofia grega significa ter informações e conceitos acerca da realidade das coisas,
mas não implica em nenhum envolvimento prático; mas na linguagem hebraica e na Bíblia significa um
relacionamento pessoal e um compromisso profundo e prático. Quem não obedece a Deus, não o conhece
(1 Jo 2:3 a 6).
Por isso um estudo bíblico necessariamente resulta em mudanças de atitudes e de ações, num arre-
pendimento pela nossa desobediência e numa busca sincera para andar de modo agradável a Deus.
A aplicação, portanto, é a resposta pessoal ou comunitária à verdade descoberta. A resposta pode ser
uma ação prática, como pedir perdão e reconciliar-se com alguém. Ou pode ser a adoração. A aplicação é o
objetivo último do estudo bíblico: ouvir a Deus de tal maneira que isso mude nossa vida(veja 2 Tm
3:16-17).
A. Medite nos Pontos Principais
Medite sobre o tema e seus pontos principais até que Deus grave em você a lição que quer lhe
transmitir. O Senhor também pode falar por meio dos detalhes, porém muitas vezes damos um valor
exagerado a um pequeno detalhe, esquecendo a passagem como um todo.
Admita honestamente diante de si mesmo e de Deus qual parte da passagem tocou seus pensamentos
e sentimentos.
B. Busque especificamente:
1. Algo para crer. O que a passagem ensina sobre Deus e suas ações? Sobre a vida com ele? Sobre
a vida sem ele?
2. Algum motivo de louvor. O que lhe transmite alegria? Que nova compreensão você recebeu da
grandeza e da bondade de Deus?
3. Algo para corrigir. Que atitudes pessoais ou comunitárias devemos mudar? Que falhas devem
ser confessadas? Que relacionamentos devem ser restaurados?
4. Algo para pedir a Deus. Que necessidades suas ou de outros Deus pode e quer satisfazer, se-
gundo esta passagem?
5. Algo para planejar e pelo que orar. Que ação prática devo (devemos) empreender? Qual é o
primeiro passo?

C. Exercício Prático de Aplicação: (use o mesmo texto bíblico usado nos exercícios de Obser-
vação e de Interpretação).
1. O que este texto me ensinou no que se refere a Deus (seu caráter/suas ações/ sua maneira de
relacionar-se com o homem)?
.........................................................................................................................................................
2. Que motivo de louvor ele me deu?
........................................................................................................................................................
3. O que devo corrigir com base neste ensino?
........................................................................................................................................................
4. O texto me leva a orar sobre as seguintes necessidades (minhas e de outros):
........................................................................................................................................................
5. Que ação devo/devemos empreender? Como e quando começar?
........................................................................................................................................................

15
V. EXERCÍCIO: FAÇA A DISTINÇÃO ENTRE O TEXTO
E AFIRMAÇÕES SOBRE O TEXTO
Entre as afirmações que surgem no decorrer de um EBI, aprenda a discernir entre:
1. Um fato textual................................. o que a Bíblia realmente diz
2. Conhecimento geral......................... o que se sabe de outras fontes
3. Uma implicação ............................... os fatos naturalmente levam a concluir que...
4. Uma opinião..................................... um ponto de vista
5. A imaginação................................... o que podemos visualizar mentalmente
6. Uma interpretação............................ o que se entende com base nos fatos textuais
7. Uma aplicação.................................. como podemos praticar este ensino
8. Uma identificação............................ com pessoas ou atitudes
9. Uma especulação.............................. teorização, sem quase nenhuma base verdadeira
10. Uma espiritualização........................ a mudança da realidade concreta para o simbolismo fantasioso
Baseando-se em Marcos 4:35-41, qual é o tipo de cada uma das seguintes afirmações?
1. Jesus e seus discípulos estavam cansados depois de um longo dia de ensino às multidões e dis-
cutiam entre si sobre o significado dos ensinamentos.
2. Jesus destacou a importância do descanso depois de um duro dia de trabalho.
3. Poderíamos aprender dele, quando devemos descansar de nosso trabalho.
4. Os "outros barcos" mencionados no versículo 36 são as preocupações mundanas que devemos
deixar para trás quando navegamos com Jesus no mar da vida.
5. O sol estava se ocultando atrás deles e nuvens escuras começaram a cobri-los.
6. Por causa das montanhas que rodeavam o lago da Galileia, costumavam cair fortes tormentas,
que mesmo os pescadores mais experientes, como os discípulos, não podiam controlar.
7. Jesus dormia, porque trabalhava mais duramente que os discípulos, e portanto se cansava mais.
8. Jesus só fingia que estava dormindo. Na realidade estava com um olho aberto, esperando que a
tormenta se acalmasse de forma natural, para então poder dizer: Cala-te. Aquieta-te!
9. O “travesseiro” (v. 38) é o amor de Deus, no qual Jesus estava descansando.
10. Os discípulos estavam aborrecidos com Jesus, pois tinha sido sua a ideia de atravessar o lago e, no
entanto, agora estava indiferente ao perigo da tormenta.
11. O Senhor Jesus prefere que sejamos honestos se estivermos aborrecidos com ele, em vez de fazer
de conta que não temos problemas.
12. Estou certo de que eu também estaria aborrecido com ele, nessa situação.
13. Os discípulos passaram de um estado de medo da tempestade, para um de aborrecimento com
Jesus, e finalmente para o de temor reverente diante da nova revelação de quem ele realmente
era.
14. Quando comparamos a forma como os discípulos repreendem a Jesus (v. 38) com a pergunta
deles (v. 41), vemos que começavam a mudar de opinião quanto à verdadeira identidade de Jesus.
15. Antes deste fato, os discípulos haviam respeitado e admirado a Jesus como um mestre e curador
de enfermos pouco comum, mas ainda não haviam crido que ele era o Criador e Senhor de tudo.
16. Frequentemente nos descontrolamos quando há crises, mas nenhuma crise surpreende ao Senhor.
Hoje em dia ele pode acalmar nosso pânico e nos dar controle, como o fez, então, com os discípulos.

16
VI. GRUPOS DE EBI

Existem basicamente dois grupos-alvo:


a) Os que já são cristãos, para estes preparemos Estudos Bíblicos de Crescimento (EBC);
b) Os que ainda não conhecem pessoalmente a Jesus, para estes preparemos Estudos Bíblicos
Evangelísticos (EBE).
Com ambos faremos um estudo pessoal e objetivo do texto bíblico. Em ambos os casos trata-se de
grupos de pessoas que aprendem em comunidade. Em última instância ambos apontam para Cristo como
Senhor e Salvador. Mas há distinções:

Características do EBE Características do EBC


Objetivos: Apresentar Jesus Cristo de maneira Uma mútua edificação na fé e na prática
pessoal a quem o busque. bíblica.

Pressupostos: Os participantes tem pouco conheci- Os participantes estão comprometidos


mento do evangelho e do vocabulário com Cristo como Senhor e têm um co-
religioso que nós, os cristãos, costu- nhecimento geral da mensagem da Bíblia.
mamos usar.
Passagens: Para começar, narrações dos Evange- Qualquer parte da Bíblia, dependendo das
lhos que apresentam claramente os en- necessidades e maturidade do grupo.
contros de Jesus com uma variedade de
pessoas.
Aplicação: Uma nova compreensão sobre a pessoa Deve incluir todas as coisas novas que
e o ensino de Jesus. Um chamado direto aprendemos, e que afetem áreas práticas
ou indireto a considerar seriamente a da vida.
aceitação de Cristo como Senhor e Sal-
vador.

17
VII. COMO PREPARAR O ESTUDO

Leve sempre em conta se o estudo é destinado a cristãos ou não cristãos. Isso vai influir tanto na
escolha dos textos ou temas a serem estudados, como também no tipo de linguagem usada, e no tipo de
perguntas que vamos fazer.
A. Usando livros (ou apostilas) de Estudos Bíblicos
Havendo estudos preparados disponíveis, você ganha tempo quando os utiliza. São obras de escri-
tores mais experientes que investigaram o texto dando-lhe a forma de estudo, e com eles você pode
aprender a discernir quais os tipos de estudos mais ou menos adequados.
Mas nunca utilize os estudos exatamente como estão. Adapte-os!
Alguns estudos têm mais perguntas sobre fatos ou detalhes do texto do que se pode usar num estudo
em grupo (se bem que sejam úteis na preparação pessoal). Você poderá omitir ou combinar algumas per-
guntas. Ou ainda fazer um pequeno resumo das conclusões a que chegou sobre certos pontos, como in-
trodução à seguinte pergunta relevante ao grupo. Outros estudos têm poucas perguntas, mas que abarcam
tudo. Talvez você tenha de dividi-las para que se adaptem ao nível do grupo.
Por vezes as perguntas escritas podem parecer formais ou complicadas, porque têm que ser apre-
sentadas de forma concisa, na folha impressa. Mude então as palavras por outras, suas próprias, mas
mantenha a clareza, a intenção, e a progressão geral das perguntas. Também na área de aplicação veja quais
são as perguntas mais relevantes ou elabore outras que venham de encontro às necessidades e cir-
cunstâncias do grupo.
Modifique portanto o estudo, para que se torne adequado ao nível do grupo e pareça mais pessoal.
O estudo deve incluir:
1. Objetivos O que se pretende alcançar através do estudo.
2. Notas Uma reserva de informações.
3. Introdução Uma ligação pequena e pertinente entre a passagem e o grupo.
4. Contexto Dá um sentido de continuidade na Bíblia; afeta a interpretação.
5. Esquema Deve evoluir seguindo uma ordem textual ou temática, em direção a uma
conclusão.
6. Aplicação Várias perguntas práticas e relevantes, que se relacionem com o contexto de
vida dos participantes.

B. Preparando seus Próprios Estudos


Seu estudo pessoal do texto é a base para a direção do estudo bíblico. Somente quando a Palavra de
Deus for algo vivo para você, poderá se tornar algo vivo para os outros. Ore para que o Espírito Santo lhe
dirija na preparação e direção e ore pelos membros do grupo.
Passos práticos:
1. Uma leitura cuidadosa
Leia e releia o texto. Medite nele. Sempre quando possível faça o trabalho preparatório mencio-
nado nos capítulos II, III, e IV. Procure visualizar a cena (nas passagens narrativas). O que você
teria visto e sentido se estivesse presente? Havia uma atmosfera de alegria, de controvérsia, ou de
medo? Coloque-se na posição dos personagens principais e procure imaginar como eles viram e
sentiram a situação do seu ponto de vista.

18
2. Divisão do texto
Dê um título a cada parte. Um bom título é preciso, breve, distintivo e contemporâneo. Quando a
gente ouve esse título mais tarde, faz lembrar exatamente esse parágrafo. Por exemplo, para Tiago
1:2-4, o título "Fé em Deus" pode ser preciso e breve, mas não é contemporâneo, nem distintivo.
Poderia se referir a ftiuitos parágrafos da Bíblia.
Parte 1ª .................................................................................................. (título) vs............. a .............
Parte 2ª .............................................................................................................. vs............. a .............
Parte 3ª .............................................................................................................. vs............. a .............
Há textos discursivos e poéticos em que é preferível fazer a divisão de acordo com a sequência da
mensagem e não do texto.
Ex..Poderia se dividir 1 João 2:18 a 29 de acordo com: versículos que tratam:
a) do problema dos anticristos (vs. 18, 19, 22, 23 e 26); b) da unção e consequente discernimento
que os crentes receberam (vs. 20-21 e 27 a 29); c) da permanência do verdadeiro cristão (vs. 19,
24, 25, 27e28).

3. O Contexto
Com base no seu trabalho preparatório (veja o capítulo II A, 3 e D, 1 c) descreva os fatos mais
relevantes.

4. Notas Explicativas
Anote os termos que necessitam de esclarecimento e faça uma breve explicação, que uma pessoa
com pouco ou nenhum conhecimento bíblico possa compreender. Não use gíria evangélica.
a) .................................................................................. (v. ) ......................................................
...........................................................................................................................................................
b) .................................................................................. (v. ) ......................................................
...........................................................................................................................................................
c) .................................................................................. (v. ) ......................................................
...........................................................................................................................................................
d) .................................................................................. (v. ) ......................................................
...........................................................................................................................................................
e) .................................................................................. (v. ) ......................................................
...........................................................................................................................................................
5. Os Objetivos
O que você deseja que o participante alcance através do estudo, a mudança que Deus pode operar
na vida ou no pensamento dele. Ore pedindo sabedoria. Escreva-os em frases breves e simples.
1. ........................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
2. ........................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................
3. ........................................................................................................................................................
.......................................................................................................................................................

19
6. Perguntas de Observação e de Interpretação
Escreva perguntas que ajudem os participantes a descobrir o que o texto realmente diz e significa.
(Veja as explicações dos capítulos II, B, C e D 2 e 3 e III, e se quiser, o exemplo de um estudo no
capítulo VIII). Use as divisões feitas acima, no item 2. Pode-se fazer uma pergunta inicial, que leve
a uma visão panorâmica do texto estudado.
1ª Parte ............................................................................................................. vs. ............ a ............
Perguntas: a) ......................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
b) .......................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
c) .......................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................

2ª Parte ............................................................................................................. vs. ............ a ............


Perguntas: a) ......................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
b) .......................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
c) .......................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................

1ª Parte ............................................................................................................. vs. ............ a ............


Perguntas: a) ......................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
b) .......................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................
c) .......................................................................................................................................................
...........................................................................................................................................................

7. Perguntas de aplicação/reflexão
Faça perguntas que confrontem o grupo, hoje, com a mensagem do texto. Não é necessário, na
hora do estudo, fazer todas estas perguntas. Mas esteja preparado para várias possibilidades. Pense
sempre nos seus objetivos, e nas necessidades dos participantes.
1. ........................................................................................................................................................
2. ........................................................................................................................................................
3. ........................................................................................................................................................
4. ........................................................................................................................................................

20
8. A Introdução
Escreva uma introdução breve relevante que capte a atenção do grupo. O propósito da introdução é
dizer qual é o tema, mostrar sua importância para o grupo, e às vezes sugerir um enfoque para o
estudo. Varie suas introduções. Algumas sugestões:
• Uma introdução objetiva a um livro ou uma série de passagens
• Uma experiência pessoal, sua ou de outro.
• Uma breve exposição de um problema vital: prático e pessoal ou social
• Uma hipotética situação atual paralela à da passagem
• Uma explicação do conteúdo
• Uma dúvida de um não cristão
• Pontos de vista expressos na literatura ou nas artes
• Um incidente engraçado
• Citações de autores conhecidos
• Comparação ou contrastes com ideias comumente aceitas
• Alguma ajuda visual
Escreva agora uma introdução ao estudo sobre o texto escolhido.

9. O Título
Dê um título interessante ao estudo. Este deverá sugerir o conteúdo da passagem e despertar a aten-
ção. Um bom título será preciso, breve, contemporâneo e característico. Comece com várias possibilidades
e depois escolha o que parece mais comunicativo.
a) Sugestões:

b) Título escolhido:

10. Avaliação do Estudo


Releia todo o estudo criticamente, colocando-se no lugar do participante, pensando se é realmente
relevante o que perguntou, se as perguntas não omitem o que mencionou nos objetivos, se a lin-
guagem usada é clara, se o estudo segue um esquema e leva a uma conclusão, etc. Para analisar
suas perguntas, veja:
• se não são longas demais
• ou fáceis demais
• se estimulam o pensamento crítico e não uma mera concordância ou leitura da resposta
• se levantam pontos importantes e não ficam nos detalhes
• se são interligadas, não isoladas
• se ajudam as pessoas a reagir de maneira prática em relação a Deus
• se você não está dando a resposta dentro da pergunta Veja também se você deixou bem claro
(pela maneira como formulou as perguntas) o que está pedindo ao grupo:
• que investiguem o texto para encontrar os fatos
• que pensem mais detidamente acerca de suas implicações

21
• que relacionem a questão com algum conhecimento geral
• que expressem uma opinião
• que se identifiquem mais pessoalmente com o fato e os personagens
• que compartilhem uma experiência pessoal
• que dêem uma ilustração
• que cheguem a uma conclusão, etc.

11. A forma Final do Estudo


Estes pontos não seguem a sequência do estudo em sua forma final, mas é uma sequência prática, que
facilita o aprofundamento gradual no texto. Na sua organização final, copie o estudo na seguinte ordem:
• Título
• Objetivos
• Notas Explicativas *
• Introdução
• Contexto
• Perguntas de Observação e de Interpretação
• Perguntas de Aplicação
* Você não deverá ler estes na hora do estudo, mas eles ajudam na preparação do dirigente. As
Notas Explicativas ajudam a esclarecer dúvidas durante o decorrer do estudo.

22
VIII. EXEMPLO DE UM ESTUDO BÍBLICO EVANGE-
LÍSTICO
Este não é necessariamente um estudo exemplar, mas pode lhe dar ideias complementares sobre a
confecção do seu estudo.
UMA POLITICA INVERTIDA (Mat. 20:20-28)
Objetivos:
1. Confrontar nossas aspirações com os valores do reino
2. Analisar nossas reações contra pessoas que se destacam
3. Desafiar a uma entrega a Jesus e ao seu serviço

Notas Explicativas:
 Mulher de Zebedeu, e seus filhos - Ela era Salomé, irmã de Maria, tia de Jesus, sendo seus
filhos Tiago e João, dois dos doze discípulos de Jesus (Mt 27:56; Mc 15:48 e Jo 19:25).
 Cálice - Significa o conteúdo total, até a última gota, do sofrimento pelo qual Jesus teria de
passar. Jesus já mostra que seus discípulos também estariam sujeitos a sofrer pela sua fé.
 Resgate - O preço pago pela libertação de um escravo. Jesus deu sua vida como pagamento
pela nossa libertação.
 Assentar-se à direita e esquerda (de um rei) - Tomar as primeiras posições no seu reino.
 Filho do Homem - Jesus usava muito esta designação para referir-se a si mesmo. Ela mostra:
(a) que era plenamente humano; (b) que era o Messias predito pelos profetas (Dn 7:13-14).

Introdução/Contexto
Jesus tinha acabado de ensinar que no Reino de Deus a recompensa não depende de competição ou
mérito, mas sim do amor e cuidado de Deus, que preenche completamente as necessidades humanas. Em
seguida predisse a sua morte humilhante e a sua ressurreição. Neste texto os discípulos mostram que ainda
entendem muito pouco dos objetivos de Jesus.

Perguntas para Discussão


1. Jesus responde a um pedido pretensioso (20-23).
a) O que a mulher de Zebedeu pede a Jesus?
b) Analise a resposta de Jesus: o que ela mostra a respeito da validade desse pedido?
2. A reação dos outros discípulos (20:24).
O que teria levado os dez a indignarem-se tanto?
3. Os valores diferentes do Reino de Deus (20:25-27).
Que contraste há entre a aspiração ao poder no reino e no mundo?
4. Um exemplo a seguir (20:28).
Qual é o propósito da vinda de Jesus?

Aplicação
1. Analise as suas aspirações com base nos valores do reino.
2. Até que ponto você se identifica com a reação dos dez?
3. Como você poderia seguir o exemplo de Jesus?

23
IX. PASSAGENS APROPRIADAS PARA ESTUDOS BÍ-
BLICOS EVANGELÍSTICOS
A maior parte das pessoas que estão à procura da verdade, incluindo muitos cristãos nominais, não
sabem realmente como Jesus era. Frequentemente eles sabem apenas alguns fatos isolados sobre um Jesus
simpático e inofensivo. Para atrair seu amigo a ele, como uma pessoa real e de suma importância, você deve
escolher passagens nos Evangelhos:
• onde pessoas tem um encontro pessoal com Jesus
• onde o participante possa reconhecer os problemas humanos
• onde ele veja Jesus como uma pessoa interessante, atraente, fascinante e desafiadora
• onde ele possa se identificar com as reações e com as aspirações das pessoas.
• que não levantem controvérsias desnecessárias
• que possam ser estudadas no período de tempo combinado
Por que não sugerimos as grandes passagens cristológicas das epístolas? Porque elas foram escritas
para cristãos, e pressupõem a compreensão básica dos eventos concretos e históricos da vida e missão de
Jesus.
Se você as usa prematuramente, pode acabar falando o tempo todo, em vez de encorajar os seus
amigos a ver Jesus por si mesmos.
Poucas pessoas são inicialmente atraídas a Jesus Cristo por uma explicação teológica da sua natureza
e missão. Teologia Bíblica precisa ter carne e sangue. É isso que significa a encarnação!
Crer na encarnação do Filho de Deus não é apenas boa teologia. É ver com uma fascinação cada vez
mais profunda o homem mais magnético que já viveu, por nós.
Uma série de seis a oito narrativas dos Evangelhos pode dar uma compreensão representativa de
quem Jesus de Nazaré era e porque ele veio.
É bom concluir com relatos sobre a morte e ressurreição de Jesus, e sobre a expectativa da sua se-
gunda vinda.
Após uma série destes estudos, você pode usar um dos resumos do evangelho, escolhendo um texto
de uma epístola ou mesmo uma passagem como Isaías 53. Quando o participante já conhece os fatos bá-
sicos sobre Jesus de Nazaré, estas explicações teológicas têm mais significado.
Exemplos: Romanos 5:1 a 11; Filipenses 2:5 a 11; 2 Coríntios 5:14 a 6:2; Tito 2: 11 a 14; Efésios 2:1
a 10 e 1 Pedro 2:22 a 25.

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X. O ESTUDO BÍBLICO DE CRESCIMENTO
No Novo Testamento há uma abundância de mandamentos sobre a atuação de "uns para com os ou-
tros" ou "mutuamente". Há cerca de sessenta destas expressões. Elas mostram como devemos agir, na
mútua responsabilidade pastoral. Se participamos de um estudo regular da palavra de Deus, levando em
conta esses objetivos, ajudaremos o grupo a crescer na fé.

Veja algumas indicações da Bíblia sobre como os cristãos podem pastorear-se uns aos outros:
 ensinar-se a instruir-se uns aos outros. "Habite ricamente em vós a palavra de Cristo; ins-
truí-vos e aconselhai-vos mutuamente, em toda a sabedoria..." (Cl 3:16)
 exortar-se, estimular-se e animar-se uns aos outros. "Exortai-vos mutuamente cada dia... "
"Consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras... façamos
admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima ". (Hb 3:13; 10:24-25)
 corrigir e capacitar-se uns aos outros. "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o en-
sino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de
Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra"(2 Tm 3:16-17)
 levar as cargas uns dos outros. "Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de
Cristo "(Gl 6:2)
 falar a verdade uns com os outros, em amor. "Seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo
naquele que é o cabeça, Cristo" "... porque somos membros uns dos outros " (Ef. 4:15 e 25).

Perigos do EBC
 A artificialidade. Cuidado com as seguintes atitudes: preconceitos religiosos rígidos quanto ao
texto; superespiritualidade; expressão unicamente de opiniões agradáveis e esperadas; deso-
nestidade intelectual; uma atitude de fuga nas aplicações.
 A introversão. O EBC pode chegar a ser um grupinho tão preocupado com sua doce comunhão
que se esquece do mundo exterior que está morrendo física e espiritualmente. Um EBC deve
preparar seus membros para que se envolvam na missão de Cristo no mundo.

25
XI. COMO DIRIGIR UM ESTUDO BÍBLICO EVANGE-
LÍSTICO
(Muitas das instruções valem igualmente para o Estudo Bíblico de Crescimento)
A. Atitudes de Líder
É importante que o líder prepare o estudo e a si mesmo, procurando receber de Deus uma mensagem
importante para sua própria vida através do texto estudado, e orando para que Deus lhe dê amor, alegria e
capacidade de comunicar-se, de forma que seja um líder vibrante que transmita vontade de se dedicar ao
estudo. Não que você deva mudar de personalidade, ou apresentar uma alegria ou vibração antinatural. Seja
bastante você, mas peça que Deus atraia outros a si e à sua palavra por intermédio deste estudo. Mas os
resultados dependem do Espírito Santo e não de sua capacidade de preparar e dirigir. Por isso ore durante a
preparação e durante o estudo.
Uma forma tranquila e descontraída de dirigir pode fazer maravilhas para a atmosfera do grupo,
ajudando as pessoas a se sentirem livres para participar significativamente. Por isso mesmo a preparação é
importante, porque nos torna menos preocupados com o texto e mais livres para nos relacionar com as
pessoas.
Sua habilidade em atender, escutar e agir com sensibilidade em relação aos outros é importante, seu
espírito de expectativa para aprender de Deus e de outros será contagiante. Sua coragem para ser realista
quanto às aplicações práticas da verdade pode ajudar o grupo.
Evite o dogmatismo (isto é assim, porque é, porque a Bíblia diz!). Não é possível que uma pessoa,
enquanto não for cativada pelo amor de Deus e reconciliada com ele, compreenda exatamente o valor da
Bíblia. Muito mais facilmente aceitarão uma verdade profunda quando é apresentada de maneira calma e
razoável: "Veja, parece que os versículos dizem..."
1. Qualidades desejáveis num líder
a) Conhecimento do que está falando
b) Abertura para o Espírito Santo
c) Entusiasmo e respeito pela Palavra
d) Comunicação simples e clara
e) Firmeza em dirigir
f) Criatividade
g) Vivência coerente com aquilo que procura transmitir
h) Discernimento de como está o grupo
i) Interesse nas pessoas
j) Mentalidade aberta
k) Humildade para aprender dos outros
l) Saber ouvir

2. Impedimentos para uma boa liderança


a) Falta de submissão à Palavra
b) Falta de criatividade
c) Pouca relação pessoal com Deus
d) Falta de oração
e) Falta de coerência entre a vida e o ensino

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f) Falta de preparação
g) Um tipo de entusiasmo que leve a falar demais
h) Maior preocupação com seu esquema de trabalho, do que com as pessoas
i) Querer transmitir demais (e não aquilo que os participantes podem receber e entender)
j) O problema de ser mais sensível a si mesmo (inseguranças, temores etc.) do que às outras pessoas
k) Atitudes de superioridade
l) Impaciência com as pessoas difíceis
m) A tentação de forjar respostas quando deveria reconhecer humildemente a sua falta de conhe-
cimento.

B. Número de Pessoas por Grupo


Não convém que o grupo seja demasiadamente numeroso, porque isto impede uma participação
pessoal ativa de todos. Às vezes convém fazer uma introdução inicial com todos os participantes e logo a
seguir dividir em grupos menores. Isto, entretanto, exige a preparação de vários líderes. Pode-se ter também
uma conclusão final em conjunto. O número máximo por grupo de debate, deveria ser de 10 pessoas, e o
ideal, de 4 a 8 pessoas.
C. O Ambiente do Grupo
Muitas pessoas encontram-se com Jesus em grupos onde a maioria é composta de cristãos, devido ao
ambiente de amor, alegria e interesse mútuo. Mas há outros que aparecem uma vez e não voltam mais. Eles
podem se sentir mal, não porque haja algo de errado com o grupo, mas simplesmente por se sentirem "por
fora". O estudo pode aparecer complicado demais, sem importância prática, ou esquisito. Um não cristão
que se sinta só, contra uma opinião unida de vários cristãos, às vezes se torna defensivo e argumentativo.
Ou se fecha, e fica contente quando consegue sair do grupo, especialmente quando sente que os comentá-
rios são dirigidos a ele. Por isso é importante que num grupo de Estudos Bíblicos Evangelísticos (EBE) pelo
menos a metade dos participantes seja não-cristãos.
Algumas vantagens de manter essa posição são:
a) Nossos amigos sentem-se menos ameaçados, visto que estão na maioria e no seu próprio ambiente.
(Lembre-se que Jesus compara a evangelização com a pescaria, e a pescaria se faz no lugar onde os
peixes vivem.)
b) Os debates provavelmente serão mais espontâneos e sinceros.
c) O conteúdo pode ser planejado de acordo com a necessidade e os interesses deles.
d) Se eles se convencem, não será pela opinião da maioria, mas pelos fatos das escrituras e pela
atuação do Espírito Santo.
É bom, entretanto, que haja mais de um cristão, quando possível. Aquele que não dirige pode per-
manecer em oração, ajudar nas horas críticas, servir de líder auxiliar. A participação ativa e responsável de
novos convertidos será uma oportunidade para eles aprenderem a dirigir um grupo no futuro.
Muitos não cristãos não querem ir à igreja, mas têm curiosidade quanto à Bíblia.
Alguns cristãos temem reunir-se num grupo onde a maioria não sejam cristãos, pensando perder o
controle no debate. Mas se você convidar seus amigos, não para conversar sobre religião, mas para estudar
a Bíblia e para observar a pessoa de Jesus, você sempre pode se referir ao texto como fonte de autoridade.
Não se assuste com alguns estudantes que fumam durante o estudo. É falta de cortesia não provi-
denciar cinzeiros. Durante uma discussão religiosa alguns se sentirão mais tensos e necessitados de cigarro.
Aceite isso com naturalidade.
Se há somente dois ou três cristãos no núcleo, que sempre dirigem os estudos bíblicos, alguns dos não
cristãos podem achar isto não muito justo. Convide de vez em quando o não cristão interessado para dirigir.

27
Prepare o estudo junto com ele, e seja seu líder auxiliar. Em vez de uma situação em que "nós os salvos"
ajudamos a "vocês, os não salvos", todos queremos descobrir o que Deus deseja de cada um de nós. Mas
não insista com o não cristão, se ele não deseja dirigir o estudo.
Encoraje um ambiente honesto e descontraído. Timidez e sentimentos de incapacidade ou de defesa
dificultam o aprendizado. Aceitação e amor nos libertam para considerar novas ideias e encarar novas
escolhas.
Aceite cada participante como uma pessoa, com suas coisas positivas e com suas esquisitices. Nunca
classifique alguém como "do tipo tal". Tente compreendê-los, procurando saber o que é significativo para
eles. o que os preocupa, como é sua vida, sua família.
D. O Equilíbrio entre o Falar e o Ouvir
O EBE é um diálogo dirigido e informal, onde não-cristãos frequentemente têm novas percepções da
Bíblia, que nós perdemos por estarmos demasiadamente familiarizados com as passagens. A nossa dispo-
sição de aprender, sem perder a nossa autoridade delegada por Deus, pode ter uma influência positiva no
grupo.
Por outro lado, pessoas que estão procurando a verdade vêm para um EBE porque querem aprender.
Às vezes surgem perguntas que precisam de uma explicação e não de uma discussão. Faça isso brevemente,
fugindo da tentação de pregar. O EBE deve despertar a curiosidade do participante de modo tal que seja
levado a fazer perguntas (Veja Jesus, em Jo 4 e Filipe, em At 8). As perguntas deles são importantes pois
mostram a sua reação, e até que ponto compreenderam o estudo. Se escutarmos cuidadosamente ouviremos
não apenas as palavras ou ideias. O amor ouve o que as pessoas realmente estão dizendo e responde a isto.
E. Dicas Práticas para a Direção do Estudo
 Não fique satisfeito com a primeira resposta, mas estimule a participação de todos, com fatos e
pontos de vista complementares. Não se assuste com discordâncias, elas podem levar a uma
reflexão mais animada e honesta.
 Lembre-se de que num estudo evangelístico será necessário ajudar os não cristãos a acharem o
texto na Bíblia. Obviamente é melhor deixá-los usar o mesmo tipo de Novo Testamento, e dizer
"página tal". Mas dê também o nome do livro, o capítulo e os versículos da passagem, pois
assim a pessoa pode ir se familiarizando. Não comece a ler antes que todos tenham encontrado
o texto. É importante evitar a necessidade de recorrer a várias partes da Bíblia. Não podendo
seguir ficarão desanimados, pensando que não podem entender a Bíblia sozinhos. Somente
deve haver referência a outra passagem quando for realmente necessário à explicação de um
problema no texto. ^
 Num EBE nem sempre é necessário começar e terminar com oração em voz alta. Os universi-
tários não cristãos podem estar dispostos a virem estudar a Bíblia informalmente, mas poderão
se assustar se a reunião toma uma forma muito religiosa. (Lembre-se de que Paulo não orou
publicamente antes e depois dos seus discursos evangelísticos).
 Quando surge uma diferença de interpretação e se o contexto não ajuda a comprovar uma ou
outra, o dirigente deve reunir as duas alternativas e seguir adiante. Não é necessário que con-
cordemos em tudo, e num estudo futuro o problema talvez seja resolvido.
 Faça um círculo informal, de forma que cada um possa ver os outros. É importante que haja um
entrosamento, onde cada um se apresenta, e pode contar alguma coisa de si.
 Deve ser estabelecido no começo do estudo que isto não é simplesmente uma ocasião para troca
de opiniões, mas um esforço conjunto para entender o que a Bíblia diz. Assim, quando um
participante se desviar do texto, é mais fácil chamá-lo de volta.
 Procure obter a participação de todos.
 Não critique nenhuma religião, para que a discussão não se desvie do objetivo central.
 Jesus Cristo deve ser o assunto central. Só após conhecerem a Jesus, os participantes terão a
chave para a compreensão das doutrinas relacionadas à sua pessoa e palavra.
 Dirija a reunião com humildade. Deve ser um motivo de alívio para o líder saber que a Bíblia, e
não ele, é a autoridade na discussão.
 O nosso testemunho deve ser honesto. Não devemos dar a falsa ideia de que depois de nós nos

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tornarmos cristãos os problemas desaparecem.
 Mantenha seu senso de humor.
 Seja animado sem ser irreverente ou dominante. Dirija de tal maneira que encoraje honestidade
e confiança.
 Permita liberdade de expressão para que as pessoas possam dizer o que pensam, mas não se
desvie do assunto e do texto.
 Controle qualquer tendência de responder suas próprias perguntas, especialmente quando
ninguém responde imediatamente.
 Encoraje-os a fazer perguntas, e apresente estas ao grupo. Recuse ser o ponto de referência
constante.
 Esteja pronto para distinguir entre fatos textuais, conhecimento geral, opiniões e especulação.
 O EBE não é um lugar para discutir opiniões sobre o baile, o fumo, etc.

F. Um Esquema Básico de uma Reunião:


a) Dê uma oportunidade aos participantes para se familiarizarem uns com os outros.
b) Introduza o título e o assunto.
c) Leia-se a passagem por parágrafos, de preferência. (Porque assim se mantém melhor a se-
quência das ideias.)
d) Outra leitura, silenciosa.
e) A discussão do texto, com as perguntas de observação e de interpretação. (Nem sempre é ne-
cessário apresentar todas as perguntas que preparou. Use o estudo preparado como roteiro e
adapte-o ao processo de discussão do grupo.)
f) Dê um pequeno resumo de cada fase do estudo, antes de ir adiante.
g) A discussão da aplicação.
h) Conclusão (veja a seguir, várias possibilidades).
i) Continuação de conversas pessoais informais, enquanto outros vão saindo.
j) É muito importante planejar e dirigir o estudo de tal forma que todas estas etapas principais
sejam seguidas. Um estudo que não vá além da observação e da interpretação pode tornar-se
académico e estéril. Um estudo que passa com demasiada rapidez à aplicação, fica facilmente
sujeito a opiniões subjetivas pessoais, mais do que à compreensão do ensino recebido.

G. Sugestões para a Conclusão do Estudo


1. Num Estudo Bíblico Evangelístico
a) o líder resume brevemente um ou dois pontos da mensagem que se tornaram mais relevantes e
das ideias práticas que surgiram;
b) observem o que uma pessoa, ou o grupo deseja colocar em prática com base no estudo reali-
zado. Orem pedindo ajuda a Deus;
c) uma pergunta, para reflexão durante a semana;
d) um tempo de reflexão e oração silenciosa, concluído com a oração em voz alta, de um parti-
cipante.
3. Num Estudo Bíblico de Crescimento
Além das sugestões acima, é sempre bom finalizar com um período de oração:
a) Por motivos que vierem à tona através do estudo realizado. Peça sugestões. Depois, quem de-
seja poderá orar.
b) Orem com os olhos abertos para a passagem bíblica, deixando que Deus enfatize algum motivo
específico para louvor, agradecimento, petição, confissão, intercessão, etc. As orações devem
ser baseadas no texto. A pessoa poderá, se quiser, ler um versículo em voz alta no início de sua

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oração. Faça as orações de maneira conversacional (sem formalidades e sem finalizá-las). Cada
um ore brevemente sobre uma ideia e outros podem continuá-la. Assim todos podem participai,
e orar mais de uma vez.
c) Cada um anota os pedidos de oração dos outros num pedaço de papel e além de orarem em
grupo, levam-nos para casa para orar durante a semana. Na semana seguinte podem compar-
tilhar respostas às orações. Aí podem voltar a orar pelos mesmos motivos, e louvar a Deus pelas
orações respondidas.
H. Como Aliviar Tensões
Em qualquer grupo podem surgir tensões, verbais ou não-verbais, visíveis ou não visíveis. Algumas
sugestões quanto ao que você pode fazer em casos de:
1. Silêncio: talvez o grupo não tenha entendido sua pergunta. Talvez ela foi simples demais ou
complexa demais para causar uma reação positiva. Procure fazer a mesma pergunta em outras
palavras, ou sugira: "vamos tomar um tempo para refletir sobre esta pergunta".
2. A pessoa tímida: Inclua pelo menos um sorriso ou um comentário casual dirigido a ela. Seja
sensível ao que ela sente que pode estar lhe ameaçando. Convide-a a dar a sua opinião sobre
algum assunto que pode dominar facilmente. Mas nunca embarace ninguém por forçar sua
participação. Silêncio nem sempre significa que ela não esteja participando. Pode estar refle-
tindo, avaliando e recebendo do estudo.
3. O “tagarela”: Não olhe na direção dele. De propósito peça opinião de outros. Anime-o, numa
conversa pessoal, a lhe ajudar a encorajar a participação dos outros.
4. O “distraidor”: pode ser alguém que confunda (ou irrita), fazendo muitos comentários irre-
levantes. Ou que fica sempre apresentando outros assuntos. Diga algo como: “isto é interes-
sante, mas vamos ficar neste texto e procurar descobrir seu significado mais profundo!” Se
alguém tem muitos problemas pessoais, diga-lhe que você (ou algum outro) pode conversar
com ele, depois. Se alguém se mostra totalmente fechado e indisposto a colaborar de forma
positiva, sempre desviando o estudo dos seus objetivos, converse a nível pessoal e, se neces-
sário, peça que não volte mais ao grupo.
5. Pontos de vista errados: Sempre que possível deixe o grupo resolver estas situações. “O que
os outros pensam sobre isto?”
6. O uso de gíria evangélica: Esta frequentemente se torna uma barreira para pessoas que sin-
ceramente buscam a verdade. Você talvez terá que pedir a pessoas que falam assim, a expres-
sarem suas ideias numa linguagem menos religiosa e mais contemporânea, para que todos
possam compreendê-las claramente. Dê o exemplo, usando linguagem contemporânea e ilus-
trações atuais.
7. Perguntas que você não pode responder: Embora esteja bem preparado, você não pode saber
todas as respostas. Deixe outros expressarem seus pontos de vista e ideias. Enquanto você es-
cuta, procure descobrir pistas para fazer mais perguntas, que levem as pessoas a pensarem mais
profundamente. Mas se a pergunta ainda voltar a você, a honestidade é essencial. Às vezes o
ambiente do grupo pode mudar quase visivelmente e os membros trabalharão mais quando o
líder humildemente diz: “eu não sei”. Se é uma pergunta importante, prometa investigar isto
antes do próximo encontro.

I. O Líder Auxiliar
Sempre é proveitoso ter um líder auxiliar. Este deve preparar-se junto com o líder. Na reunião, par-
ticipa da seguinte maneira:
a) ajuda a manter o estudo dentro do limite de tempo;
b) reformula perguntas que não ficaram claras;
c) estimula a participação de todos os presentes;

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Você pode treinar um membro do grupo, pedindo sua colaboração desta maneira. Numa próxima
reunião ele pode tornar-se o líder e você o auxiliar.

J. Convide o Participante a Receber Jesus Como Senhor e Salvador


O confronto vital com Jesus Cristo através dos evangelhos deve levar o interessado a um fato ines-
capável: ele tem de responder a Deus, de algum modo. Não deve haver nenhuma pressão humana para
"aceitar a Jesus". Uma pessoa somente pode arrepender-se verdadeiramente e ser convertida a Jesus Cristo,
quando Deus mesmo a traz (Jo 6:44).
Mas há uma persuasão responsável e bíblica (2 Co 6:1-2). Esteja sensível para perceber quem está se
abrindo para Deus. Termine o estudo em grupo na hora certa e continue uma conversação mais pessoal com
aquela pessoa.
Descubra algo vinculado com o estudo. Por exemplo: "Você parecia estar um pouco confuso, porque
Jesus perdoou a prostituta quando ela nem o pediu". Estas conversas pessoais após o estudo podem se tornar
a ponte que o levam a Jesus.
Ou pense numa pergunta que lhe dê a oportunidade de se expressar diretamente. Aqui seguem alguns
exemplos:
 Temos visto que Jesus é uma pessoa bastante diferente. Quais poderiam ser as implicações
destas descobertas para sua vida?
 Você já pensou no significado da vida e da morte de Jesus para você?
 Creio que já vimos o suficiente de Jesus, no Novo Testamento, para concluir que ele é o
Deus-homem e que merece a sua confiança. O que você acha?
Não fique ansioso. Se o Espírito Santo está trabalhando na pessoa, ele continuará a encaminhá-la a
uma convicção da sua necessidade de perdão e de entrega a Cristo.
Quando ela estiver pronta para tomar o primeiro passo em direção a Deus, explique simplesmente que
ela deve:
a) Sinceramente querer se desligar da sua vida de pecado e de separação de Deus (arrependimento,
veja At 3:19).
b) Aceitar que Jesus morreu pelos seus pecados (perdão, veja 1 Pe 2:24).
c) Receber Jesus Cristo na sua vida, como ele receberia um amigo, e também como dono de sua
vida (veja Ap 3:20).
Encoraje-o a expressar seu ato de entrega ao Senhor Jesus, orando em voz alta, antes ou depois de
você. Se for necessário faça você mesmo uma oração simples de entrega, e peça que ele a repita.
Há muitos que tomam este passo, de entrar na família de Deus, na privacidade do seu próprio quarto.

L. Avaliação
Para aperfeiçoar o seu trabalho de direção dos estudos é bom fazer uma avaliação. Dois membros do
grupo podem preencher um formulário e entregá-lo ao dirigente.
Seria melhor ainda, levantar o assunto na próxima reunião do grupo base, para avaliar não somente o
trabalho do dirigente, mas também, a participação dos outros.
Algumas perguntas de avaliação:
4. Do dirigente
a) Começou e terminou na hora? Estava bem preparado? Parecia ter recebido lições de valor para
si mesmo?
b) Fez uma boa introdução? Fez boas perguntas? Deixou tempo suficiente para pensar? Deixou

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tempo demais?
c) Falou demais? Falou muito pouco? Foi simpático em sua maneira de dirigir? Mostrou entusi-
asmo? Humildade? Inspirou confiança?
d) Fez o grupo trabalhar para descobrir as verdades? Conseguiu a participação dos tímidos?
Conseguiu de uma maneira suave limitar as contribuições dos que falam demais?
e) Ficou dentro dos limites do texto? Soube o que fazer com uma contribuição inoportuna? Com
controvérsias? Com problemas não respondidos no texto?
f) Utilizou bem o tempo, conseguindo terminar o estudo? Quais foram os pontos positivos e ne-
gativos na sua maneira de concluí-lo?
5. Do grupo
Todos os participantes ajudaram os novos a encontrarem a página na Bíblia? Ajudaram o dirigente
(esclarecendo perguntas confusas, conseguindo a participação dos tímidos, ajudando a retornar o debate ao
assunto, etc)? Evitaram perguntas sem proveito? Ficaram dentro do texto?

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XII. SUGESTÕES CRIATIVAS PARA VARIAR OS SEUS
ESTUDOS
A. Um Encontro mais Profundo com a Bíblia
Este método pode ajudar a dedicar o tempo necessário ao texto para captar sua mensagem central,
refletir sobre o sentido da vida e finalmente considerar o que isto pode significar para nossa experiência
prática. Para tirar o máximo proveito, deve durar mais ou menos uma hora e meia. Experimente com um ou
dois versículos somente, p. ex.: Romanos 15:1-2 ou Colossenses 4:5-6. Geralmente é melhor usar versí-
culos das epístolas que dos relatos dos evangelhos, se bem que algo como Lucas 14:26 pode ser proveitoso.

1. Trabalho individual, durante 10 a 15 minutos


Cada qual parafraseia os versículos escolhidos. Não devem usar nenhuma das palavras originais,
mas apenas suas próprias palavras, palavras de uso comum, diretas, enfáticas e claras. Não deve
ser um sermão, mas antes ter aproximadamente a mesma extensão do texto original. Depois devem
se perguntar: "O que aconteceria se eu levasse isto a sério?'" Anotem duas ou três ideias.

2. Trabalho em grupo, durante 40 a 50 minutos


Dividam-se em grupos de cinco pessoas. Nestes grupos cada um lê sua paráfrase e compartilha
seus pensamentos sobre "o que aconteceria se..." explicando informalmente algumas das experi-
ências e pensamentos em que baseou sua maneira de pensar. Aí o grupo começa a desenvolver seu
pensamento junto com ele, sem fazer juízo de valores. Poderiam perguntar: "Como isso se apli-
caria a tal e tal situação?" ou "O que diria da ideia de...?"
É importante que haja uma atmosfera receptiva e que se dê ao expositor a oportunidade de su-
plementar ou corrigir a compreensão dos outros, acerca daquilo que disse. O grupo deve se lem-
brar que está ajudando-o a desenvolver a ideia dele, e não a mudá-la. Depois de cada um expor
suas ideias, e dos debates consequentes, segue-se uma discussão geral sobre as ideias principais
que surgiram.

3. Reunião conjunta, durante 15 a 20 minutos


Peça a uma pessoa de cada grupo que leia sua paráfrase. A seguir um representante de cada grupo
expõe os pontos principais que surgiram na discussão. O líder faz um resumo final.
Este sistema tem grandes possibilidades para o aprofundamento pessoal e em grupo, pois ensina a
penetrar juntos, de maneira prática, na Palavra de Deus, a escutar criativamente, e a receber-se uns
aos outros, em Cristo.

B. Conversar com Deus


Às vezes o grupo pode apegar-se tanto ao debate que despreza o aspecto pessoal e devocional do
estudo bíblico. Este método pode ajudar as pessoas em sua meditação pessoal e também aos grupos de
comunhão. Quando se usa em grupo, siga o seguinte procedimento:
Dê uns 15 minutos para a conversa pessoal com Deus, com base no texto. Para isto, reproduza o
texto, cora grandes margens de ambos os lados e um espaço duplo entre as linhas, para dar espaço
para expressar a resposta a Deus (veja o exemplo abaixo).
A seguir dividam-se em pequenos grupos (especialmente porque isto torna o enfoque mais pes-
soal), dando oportunidade para que cada um expresse como reagiu ao texto: o que disse a Deus, e o
que Deus lhe ensinou. Este tipo de estudo não é para estimular o debate, mas para desenvolver
respostas pessoais a Deus, e isto estimula o desenvolvimento de uma comunhão calorosa.

33
Salmo 23:1-4
Tu governas tudo! O Senhor é o meu pastor!
(pessoal, estou agradecido)
nada me faltará
(tenho tudo o que necessito, mas nem sempre tudo
que quero)

Oh! Senhor, estou tão cansado...! Ele me faz repousar em pastos verdejantes. Le-
va-me para junto das águas de descanso; refrige-
ra-me a alma (ele me dá todo o conforto e todas as
forças que necessito para continuar) Guia-me pelas
veredas da justiça (tu sabes como as coisas anda-
vam mal a semana passada, quando insisti em fazer
a minha vontade) por amor do seu nome. Ainda que
eu ande pelo vale da sombra da morte
(essa angustia que não consigo entender, mas tu a
entendes) não temerei mal algum, porque tu estás
comigo.

O que queres me dizer? A tua vara e o teu cajado me consolam.

C. Estudos Bíblicos Criativos


Veja a primeira série de estudos Galileia, ano 30, (ABU Editora, 1985). Este método se compõe dos
seguintes passos:
a) Introdução do assunto pelo líder,
b) Divisão em grupos pequenos, para estudar os textos narrativos dados. Cada grupo imaginan-
do-se no lugar de um dos personagens, ou dos observadores. Por exemplo, na história da pe-
cadora que ungiu os pés de Jesus (Lc 7:36-50), um grupo poderia representar o fariseu Simão;
outro, a mulher; ainda outro os discípulos que presenciaram os fatos.
c) O líder (com perguntas já preparadas) faz entrevistas com cada um dos personagens. Os grupos
não conhecem as perguntas de antemão. Cada grupo escolhe seus representantes para que estes
respondam, de maneira bastante espontânea.
d) Volta aos grupos para conversar sobre como podem aplicar as lições aprendidas, na vida prá-
tica, e para orar juntos.

D. O Estudo Tópico
Baseando-se no princípio de que a Bíblia se interpreta por meio da comparação de textos, pode-se
usar uma chave bíblica para descobrir as passagens principais sobre o tópico de interesse. Escolha então
duas ou três passagens mais importantes, e estude-as como se fossem um só capítulo, usando o método
indutivo. Não tente analisar tudo o que estas passagens contém, mas veja o que elas dizem acerca do as-
sunto de interesse. É possível fazer um estudo mais profundo, tentando descobrir tudo o que a Bíblia diz
acerca de certo assunto. Neste caso, seria melhor organizar o material logicamente, em vários capítulos, e
analisar um capítulo em cada reunião.

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E. O Estudo Biográfico
O propósito deste tipo de estudo é descobrir as atitudes e as reações de personagens específicos. Use
o sistema acima, mas destaque a parte biográfica. Ao dirigir o estudo não será necessário fazer uma análise
de cada versículo, mas limite o estudo ao personagem escolhido.
Algumas sugestões:
1. Prepare um esquema cronológico da vida do personagem, observando especialmente suas ex-
periências e o seu relacionamento com Deus e com as outras pessoas.
2. Considere esse personagem em relação à sua família, sua posição social, a cultura daquela
época, como foi preparado para sua vocação e qual a influência que exerceu na vida daquela
época.
3. Quais eram as experiências espirituais dessa pessoa? Quais eram os seus conceitos acerca de
Deus e de si mesmo? Observe especialmente o que diz respeito à sua comunicação com Deus.
4. Que lição prática podemos aprender da vida dele?

F. Síntese de um Livro da Bíblia


Siga as sugestões para o estudo indutivo de um capítulo, mas com a seguinte diferença: em vez de
preocupar-se com detalhes, tente descobrir o propósito geral do escritor, o tema principal, um versículo
chave, o estilo do autor, o tipo de literatura, o estado de ânimo do autor, os fatos principais, as palavras e
frases que se repetem e as lições principais. É importante a leitura rápida do livro inteiro, várias vezes. Faça
o esquema do livro, procurando as divisões maiores (que muitas vezes não coincidem com a divisão em
capítulos), e dando um título para cada divisão. É importante notar a relação entre as divisões. É bom ler
uma boa introdução ao livro (num comentário bíblico) para descobrir mais acerca do autor, dos leitores, da
data, dos motivos. Enfim, trate o livro como se fosse um capítulo grande, e preste mais atenção aos pen-
samentos principais do que aos detalhes.

G. Produção de um drama radiofónico ou programa televisivo


(Os métodos, G, H e I servem mais como parte prática, após a realização do estudo em si.)
Este é especialmente adequado para narrações históricas, cheias de intensa ação dramática. Encoraje
uma pequena equipe a escrever o diálogo com ações simples, de preferência atualizando os fatos. Use tipos
de personagens e de ação mais de acordo com a nossa sociedade, mas salvaguardando o mesmo conteúdo,
conflitos e soluções básicas.

H. Discussões imaginárias
A Bíblica está cheia de sugestões do que sucedeu antes e depois dos acontecimentos registrados. Com
base no que descobrimos no texto, e no conhecimento geral, pode ser instrutivo imaginar as possibilidades.
Por exemplo, seguindo o estudo de Lucas 5:1-11 ensaie o seguinte: um pequeno grupo (ou todos os
participantes em vários grupos pequenos) representam a Simão Pedro e sua família, quando ele lhes explica
por que está deixando tudo para seguir a Jesus. Quais são as reações e perguntas? Quais são seus senti-
mentos e respostas? Como seria a conclusão deste encontro, antes da saída de Pedro?
Ou depois de ter estudado o livro de Filemom faça com que três pessoas com imaginação representem
o que pode ter acontecido na prisão romana quando Paulo, Timóteo e Lucas discutiam como escrever a
Filemom sobre o problema delicado de receber de volta o escravo fugitivo Onésimo.

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I. Uma paráfrase
O ato de parafrasear põe à prova nossa compreensão do texto e do seu significado para nós, hoje.
Reescreva a passagem na forma de uma carta a um amigo. Use linguagem, exemplos e comparações
contemporâneas. Lembre-se que o Novo Testamento foi escrito na língua do mercado, o grego popular.
Atenha-se às ideias básicas. Siga cuidadosamente a construção gramatical e a progressão das ideias, mas
não se escravize a elas.
J. Estudo Bíblico Temático (proposta de Luiz José Dietrich)
Este método será útil principalmente para grupos de interesse, que desejam se aprofundar em assuntos
práticos, e chegar a entender claramente qual seria o posicionamento e a ação cristã nestes assuntos. Por
exemplo: um grupo da área médica, faz um estudo sobre o aborto; um grupo de profissionais fala sobre
ética profissional e posicionamentos cristãos diante dos problemas que todos confrontam.
1. Escolha do tema
Um fato, problema ou situação problema que esteja relacionado com o cotidiano dos participantes.
Pode ser um tema ético, social, político, etc.

2. Fontes
a) A Bíblia, se possível em várias versões, com chave bíblica e concordância.
b) Comentários e dicionários bíblicos, apostilas, revistas e livros de exegese que façam abor-
dagem bíblica do tema. (Se for possível procure ver a evolução da interpretação do tema na
história cristã.) Entreviste órgãos e pessoas cristãs, cujo ministério esteja vinculado com o
tema.
c) Material não bíblico: apostilas, revistas, jornais e livros que tratem do tema. (É bom ter um
arquivo de recortes de jornais e revistas.) Estatísticas, pesquisas de dados da realidade só-
cio-econômica, política e histórica relacionadas com o tema (anuário do IBGE, teses, etc).
Entreviste profissionais, trabalhadores e intelectuais ligados ao tema.
3. Processo de trabalho
a) Com os textos bíblicos:
(i) Faça uma lista dos textos relacionados de alguma maneira com o tema.

(ii) Observe o contexto histórico, político e social da época em que os textos foram escritos.
Procure saber qual foi a intenção do autor, as causas que o levaram a escrever, o tema
central do livro, etc.
Para a análise dos textos bíblicos podem se usar os passos comumente usados na pre-
paração dos estudos bíblicos indutivos. A partir do Antigo e do Novo Testamento de-
vemos procurar estabelecer os pressupostos, valores e princípios que norteavam a prá-
tica do povo de Israel, de Jesus e da Igreja Primitiva. Faça a seleção dos textos bíblicos,
de acordo com a relação que estes pressupostos, valores e princípios têm com o tema ou
a situação em questão.

(iii) Faça uma lista dos textos bíblicos pertinentes e resuma o seu conteúdo.

b) Com os comentários, dicionários e o material exegético:


(i) Analise os textos bíblicos nos quais se fundamenta a argumentação bíblico-teológica, de
maneira semelhante ao estudo dos textos da fonte anterior.
(ii) Analise a argumentação.
(iii) Faça uma lista das principais conclusões.

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c) Com os textos não bíblicos
(i) Leia e analise cada texto e separe os mais diretamente relacionados com o tema. (ii)
Resuma e anote a ideia central de cada texto, (iii) Agrupe os textos pela semelhança dos
conteúdos e das conclusões.
d) Com todos os textos (de todas as fontes)
(i) Qual é a conceituação do tema, os elementos que formam o conceito, a base da argu-
mentação, os pressupostos, as críticas em relação a outros conceitos, etc. Faça um re-
sumo.
(ii) Procure descobrir e anotar quais seriam as consequências da ação prática baseada em
cada conceito (as implicações e propostas de ação) na vida pessoal, na sociedade e na
igreja.
(iii) Ilustre as consequências dos diferentes conceitos, como. as observamos na realidade
individual e social. Use dados, estatísticas, fotos, entrevistas, recortes de jornais e re-
vistas, acontecimentos, etc. Sempre que possível use exemplos da própria cidade ou
estado em que o grupo se encontra.
(iv) As ilustrações e os conceitos devem ser confrontados e analisados criticamente para ver
quais os que mais e melhor expressam a realidade.

4. Interpretação entre os textos das várias fontes.


a) Faça a confrontação entre os textos bíblicos e os textos de outras fontes. Compare os pres-
supostos, os conceitos, a prática e as propostas de ação contidos nos mesmos. Faça uma
análise crítica de todo o material agrupado, pelos critérios da Palavra de Deus.
b) Anote as conclusões do item anterior, enfatizando os aspectos relacionados com a pessoa
humana, com a sociedade, e com o caráter de Deus. Aspectos em que se manifestam o pe-
cado, ou a imagem e semelhança de Deus na pessoa humana, realidades contraditórias que
permanecem juntas, em conflito, na humanidade e na natureza que gemem e esperam a re-
denção final (Rm 8:19).
c) Analise as questões práticas. Faça uma lista das causas e consequências em ligação com o
tema, ou situação em debate. Distinga as causas aparentes, imediatas, secundárias, e a causa
principal. Quanto às consequências, tente prever as consequências materiais, psicológicas,
morais, sociais, etc.
d) Diante destas causas e consequências, busque os posicionamentos pessoais e grupais e as
formas de ação que estejam de acordo com o caráter de Deus, e representem um bom tes-
temunho cristão.
Elabore um plano de ação e de avaliação permanente para o grupo.

5. Preparo Final: Texto escrito ou proposta para o debate em grupo


É preciso que o grupo tenha uma atitude de respeito a cada participante e que se abra ao diálogo
com todo o tipo de posicionamento encontrado. Que num processo pedagógico, através de respeito, do
diálogo e do companheirismo seja buscado o crescimento de todos, para um maior comprometimento com o
Senhor, e para um testemunho coerente com o caráter do nosso Deus.
a) Considerações rápidas sobre a bibliografia ou material agrupado.
b) Resumo dos textos, delimitando a ideia central de cada um, os conceitos diferentes, as crí-
ticas a outros conceitos, os pressupostos, as consequências e implicações práticas no âmbito
pessoal e social.
c) Abra o espaço para a colocação de experiências e opiniões pessoais ligadas ao tema ou si-
tuação em questão. Anote as mais importantes. Nestas horas frequentemente aparecem al-

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guns preconceitos.
d) Os participantes fazem uma análise crítica, avaliando o trabalho proposto, e apresentando
sugestões de mudança ou encaminhamento do estudo e debate.
e) Análise pormenorizada dos textos bíblicos e dos argumentos bíblico-teológicos, procurando
encontrar critérios bíblicos referentes ao tema.
f) Análise dos conceitos, críticas, pressupostos e implicações práticas envolvidos na argu-
mentação dos textos de fontes não bíblicas.
g) Ilustrações. É importante que aprendamos a trabalhar com fatos e não somente com opiniões
subjetivas, pois estas nem sempre correspondem à realidade e podem estar carregadas de
preconceitos que escondem a face real das coisas. Mas não despreze a subjetividade e a
intuição das pessoas (podem-se dramatizar situações).
h) Confronte as ilustrações dadas com as conclusões obtidas no estudo dos textos. Analise
criticamente também as estatísticas.
i) Confronte as conclusões baseadas na análise dos textos não bíblicos, com os princípios bí-
blicos encontrados nos estudos das fontes a) e b). Se for preciso, volte aos textos bíblicos
para um maior aprofundamento.
j) Procure tirar conclusões. Estas devem ser sistematizadas para maior proveito dos partici-
pantes, e também para serem comunicadas a outros grupos.
k) Elabore uma proposta de ação pessoal e grupai, visando por meio dela dar testemunho da fé
cristã, de acordo com o caráter de Deus.
A dinâmica de grupo a ser usada pode ser variada, desde o estudo de textos, debates sobre recortes de
jornais etc, em grupos pequenos ou grandes, com dramatização, etc.

BIBLIOGRAFIA
1. Buxton, A. - Que Deus Fale, SABE (Seminário Aberto Evangélico), Belo Horizonte.
2. Lum, A. - Encuentros Bíblicos, C.I.E.E. (Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos) e
A.G.E.U.P. (Asociacion de Grupos Evangélicos Universitários de Peru) Lima, 1982.
3. Lum, A. e Siemens, R. - El Estudio Bíblico Creativo, Edíciones Certeza, Buenos Aires, 1977.

Apostilas da ABUB
 Dietrich, L. - Estudo Bíblico Temático, 1983.
 Lum, A. - Estudos Bíblicos Abertos, 1976.
 Meer, A.L. van der - Seminário sobre Estudo Bíblico Indutivo, 1979.
 Meer, A.L. van der - Mini-guia para preparo de Estudos Bíblicos Evangelísticos, 1976.
 Estudo Bíblico
 Estudo Bíblico Indutivo, 1976 (Comissão de Organização do Congresso Missionário).

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