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FACULDADE FAIPE
FISIOTERAPIA DERMATOFUNCIONAL
Resumo
Este trabalho propõe a comparação das técnicas de galvanopuntura e caboxiterapia para o
tratamento de estrias. As estrias são afecções que acometem a derme, porém apresentam uma
desagradável aparência no aspecto estético. Estas lesões são de caráter atróficas lineares
paralelas, apresentam aquele aspecto de linhas de clivagem na pele, normalmente são
bilaterais, podem aparecer em homens e mulheres, sendo mais comum nas mulheres. A
galvanopuntura é uma técnica onde a corrente apresenta fluxo constante dos elétrons
permanecendo em uma única direção. Os elétrons não sofrem interrupção nem varia sua
intensidade. A carboxiterapia é um método que utiliza uma pequena agulha, ligada a um
aparelho, no qual controla o fluxo e a velocidade na aplicação de anidro carbônico CO2, cujo
gás é incolor, inodoro e atóxico. É introduzido nas vias subcutâneas, com o objetivo de ter
uma melhora da circulação, regeneração tecidual, vasodilatação e melhora da drenagem veno-
linfática. Este estudo foi realizado através de uma revisão bibliográfica e teve como objetivos
comparar as técnicas de galvanopuntura e carboxiterapia no tratamento de estrias, identificar
os benefícios desses tratamentos e analisar qual seria a melhor indicação de tratamento. Viu-
se que as duas técnicas são eficazes, porém o mais utilizado vem sendo a galvanopuntura.
Palavras-chave: Galvanopuntura; Carboxiterapia; Estrias.
1. Introdução
A estria é um pequeno sulco, linha, traço ou aresta na superfície do corpo, ou seja, é uma
ruptura das fibras elásticas que dão sustentação a camada intermediária da pele, formada por
colágeno e elastina. Sua forma de tratamento é o uso de hidratação diária e o uso de cremes,
além da várias formas de tratamento estético que tendem a diminuir e a eliminar este
processo. Dentre estes tratamentos estéticos destaca-se o uso de técnicas dermato funcional
que é um tipo de técnica cujos efeitos terapêuticos agem diretamente nas disfunções de ordem
estética, como as estrias buscando a reabilitação das funções, já que a técnica abrange a
atuação das funções dermatológicas de cada indivíduo, agregando ainda o conhecimento
sobre a qualidade da aplicação dessas funções. O uso do carboxiterapia é um procedimento
estético não cirúrgico que se aplica com a injeção de gás sob a pele para a eliminação da
celulite, estrias, gordura localizada, flacidez da pele e também para estimular o crescimento
do cabelo. É um tratamento simples de grande utilidade.
1
Fisioterapeuta, Pós-graduando em Fisioterapia Dermatofuncional.
2
Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia de Ensino Superior e Mestre em Bioética e Direito em Saúde.
4
O tratamento para as estrias sempre foi muito questionado, com base na teoria de que o tecido
elástico não se regenera. Dentre os vários recursos utilizados pelos profissionais da
fisioterapia, destacam-se alguns recursos para melhor abordagem neste trabalho como:
carboxiterapia e galvanopuntura.
Devido às inúmeras complicações físicas e psicológicas que as estrias trazem as pessoas,
prejudicando a estética e provocando uma desarmonia corporal, faz-se necessário uma
pesquisa acerca dos recursos mais utilizados pela fisioterapia para obtenção de dados
confiantes que tragam satisfação aos clientes que buscam um recurso fidedigno, eficiente e
seguro no combate as cicatrizes atróficas, ou seja, as estrias.
Nesta pesquisa, foi realizada uma revisão bibliográfica, sendo que se utilizou de livros,
revistas e artigos científicos nacionais e internacionais, com o objetivo de alcançar uma
melhor compreensão do tema e apresentação de uma proposta terapêutica eficaz no
tratamento contra as estrias. Para isso, isolou-se dois recursos amplamente utilizados pela
fisioterapia que são: a galvanopuntura e a carboxiterapia.
Este estudo teve como intuito de demonstrar a comparação e eficácia das técnicas de
galvanopuntura e carboxiterapia no tratamento de estrias na área de Fisioterapia
Dermatofuncional. Tendo como objetivo geral comparar as técnicas de galvanopuntura e
carboxiterapia no tratamento de estrias. E teve como objetivos específicos identificar os
benefícios que elas podem proporcionar no tratamento de estrias, identificar qual seria a
melhor indicação para o tratamento de estrias, e esclarecer sobre as técnicas de
galvanopuntura e carboxiterapia para o tratamento de estrias. E com isso fazer com que estas
técnicas sejam utilizadas como mais uma alternativa de tratamento fisioterapêutico no
tratamento de estrias.
2. Fundamentação Teórica
A pele é um órgão flexível e auto regenerativo que reveste e molda o corpo, atuando como
uma barreira protetora que previne a penetração de irritantes e alérgenos do ambiente e que
evita a perda de água do organismo, mantendo a homeostase interna, protege fisicamente os
órgãos internos, limita a passagem de substancias e contribui para a manutenção da
temperatura corporal e da pressão sanguínea, possui duas camadas epiderme e derme (KEDE,
2004).
A pele possui três sistemas de proteção contra a radiação solar: a camada córnea, a secreção
sudorípara e a melanina, onde, a pigmentação da pele decorre de um estimulo nos melanócitos
que produzem a melanina (GUIRRO e GUIRRO, 2004).
Jacob et al. (1990), afirmam que a pele do adulto recobre em média mais de 7500 cm 2 de
área de superfície, pesa aproximadamente 3 quilogramas e recebe cerca de 1/3 de toda a
circulação sanguínea do corpo. Ela é elástica e, sob condições comuns, auto-regeneradora.
Segundo Nogueira (2007), dentre as camadas da pele, a derme é a camada mais complexa,
composta de tecido conjuntivo, fibras elásticas e proteínas fibrosas, cuja principal função é
sustentar, dar força e elasticidade à pele. Além destas estruturas, também são encontradas
células de defesa como macrófagos que auxiliam na regeneração dos tecidos (GRANJEIROS,
et al 2007).
Essas camadas estão propensas a sofrer alguns danos. Sendo assim, quando ocorre um
rompimento das fibras elásticas da pele, por um comprometimento do colágeno, por um
estresse mecânico (estiramento), estresse fisiológico (estímulo hormonal) ou por
predisposição genética, formam-se as estrias (KEDE e SABATOVICH, 2004).
Conforme Guirro e Guirro (2004), as fibras elásticas são os alvos iniciais de formação das
estrias, onde se inicia um processo de granulação de mastócitos e ativacao macrófica que
intensificam a elastólise no tecido. Segundo Maio (2004), as estruturas que são responsáveis
pela força tênsil e a elasticidade, geram um afinamento do tecido conectivo que aliado a
maiores tensões sobre a pele produzem estriações cutâneas denominadas de estrias.
A regeneração é um processo muito complexo, no entanto essencial sem o qual o corpo seria
incapaz de sobreviver. Esse processo envolve ações integradas das células, matriz e
mensageiros químicos e visa restaurar a integridade do tecido o mais rápido possível. “A
regeneração de uma lesão no tecido epitelial inicia logo após a perda da comunicação entre
células adjacentes, sendo liberados no local da lesão substâncias quimiotáticas que irão
direcionar a migração das células originárias do tecido vascular e conjuntivo” (KITCHEN,
2003).
Segundo Júnior et al. (2006), a reparação vai depender da idade do paciente, da sua nutrição,
da administração de corticosteróides, se diabéticos ou sofrendo influência do hormônio de
crescimento. Esse processo é dividido em três fases: inflamatória, proliferativa (proliferação
celular) e de remodelamento (síntese de elementos para a constituição da matriz extracelular).
Sabistone e Courtney (2003) descrevem as três fases do processo de regeneração tecidual:
-fase inflamatória: é uma reação defensiva, localizada e restrita à área que sofreu a agressão
de agentes lesivos. O processo inflamatório serve para destruir, diluir ou mobilizar o agente
agressor e, em seguida, deflagrar uma série de acontecimentos que curam e reorganizam o
tecido lesado, favorecendo o retorno da fisiologia. Essa fase começa no exato momento da
lesão e permanece até 48 a 72 horas após a lesão.
-fase proliferativa: é caracterizada pela remoção dos restos celulares e pela reparação
temporária do tecido formado durante o estagio anterior de inflamação e pelo
desenvolvimento dos tecidos substitutos novos e permanentes. O tecido de granulação começa
a ser formado por volta do quarto dia após a lesão e, nessa etapa, os novos fibroblastos
acumulados misturam-se a neoformações de capilares, dando inicio ao tecido de granulação.
-fase de remodelação: é entendida como uma resposta de longo prazo ao ferimento. O
processo de remodelamento da ferida implica no equilíbrio entre a síntese e a degradação de
colágeno e redução da vascularização e da infiltração de células inflamatórias, até que se
atinja a maturação.
2.2.1 Estrias
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Conforme Lima e Pressi (2005), as estrias são afetadas com mais frequência nas nádegas,
coxas, mamas e abdômen. Também pode haver o envolvimento das virilhas e cotovelos,
especialmente em atletas. No estágio inicial, muitas vezes há um componente inflamatório,
mas logo depois surge a fase atrófica. As estrias atróficas são irreversíveis. Podem causar ou
exacerbar esta condição os exercícios vigorosos de levantamento de peso e as rápidas e
drásticas modificações do peso corporal.
Nas bibliografias disponíveis que abordam sobre as estrias, vários autores são unânimes em
considerá-las como irreversíveis. No entanto, estudos comprovam a eficácia de alguns
recursos que são amplamente utilizados pelos fisioterapeutas.
2.3.1. Galvanopuntura
Segundo Borges (2010), a galvanopuntura tem como equipamento um aparelho que utiliza
uma corrente contínua, tendo sua intensidade reduzida em nível de microamperes. A técnica
deve ser realizada com o eletrodo ativo em forma de agulha que pode ser do tipo descartável
ou esterilizável, acopladas a um “porta- agulhas” em forma de caneta ligado ao polo negativo
da corrente a ele associado.
De acordo com Machado (2002), o uso da galvanopuntura no combate das estrias tem por
objetivo provocar um processo inflamatório agudo no tecido acometido pela estria, para que
haja uma regeneração do mesmo. O trauma aumenta a atividade metabólica local, que leva a
formação de tecido colágeno, preenchendo a área degenerada, com retorno de sensibilidade
fina. A inflamação provocada pela corrente não tem nenhum efeito sistêmico e será absorvido
em um período de tempo de uma semana.
Araujo e Moreno (2003), citam que diversas precauções e contra-indicações devem ser
consideradas em relação a este tipo de tratamento, como: útero-gravídico, o tratamento neste
caso somente deverá ser iniciado após a regressão dos níveis hormonais aos níveis anteriores
à gravidez; evitar tratamento durante a puberdade, por se tratar de um período de grandes
alterações hormonais, que acreditam alguns autores, ser a causa do aparecimento; pacientes
portadores de diabetes, hemofilia, síndrome de Cushing, síndrome de Marfan, propensão a
cicatriz hipertrófica e quelóides; e, pacientes em uso de corticóides, esteróides e
antiinflamatórios, condições em que pode haver modificação da qualidade da resposta
inflamatória, exercendo assim influência sobre a terapia.
2.3.2. Carboxiterapia
3. Metodologia
4. Resultados e Discussão
Serão aqui demosntrados alguns estudos que comprovavam ou não a eficácia destes recursos.
Mondo e Rosas (2004) realizaram um estudo que teve por objetivo avaliar a eficiência da
utilização da corrente galvânica no tratamento das estrias atróficas. O estudo foi realizado
com base na pesquisa quase experimental, sendo uma variação do plano clássico apresentando
grupo único com pré e pós- teste. A amostra foi composta de seis indivíduos pertencentes ao
sexo feminino com idade de vinte à vinte três anos cursando o 7º semestre do curso de
fisioterapia da UNISUL, não fumantes, de cor branca, sem filhos, que não praticam esportes,
sem fazer uso de medicamentos constantes (exceto anticoncepcional), com índice de massa
corporal (IMC) dentro dos padrões normais e apresentando estrias na região do glúteo. Para a
coleta de dados usou-se o registro fotográfico e um questionário de satisfação. Os
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5. Conclusão
A partir dos resultados encontrados ao final desta pesquisa de revisão da literatura, observou-
se que há grande variedade quando se refere aos recursos terapêuticos utilizados no
tratamento das estrias.
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Referências
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