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TRIBUNAL MARÍTIMO
JN/SBM PROCESSO Nº 28.763/14
ACÓRDÃO
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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 28.763/2014....................................................)
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defesa prévia.
A D. Procuradoria Especial da Marinha, após análise dos Autos, ofereceu
representação em face de Carlos Jesus de Oliveira Schein e de Mykola Borovyk, ambos
com fulcro no art. 14, alínea “a”, da Lei nº 2.180/54, fundamentando às fls. 226 a 233.
As representações foram recebidas por unanimidade na Sessão Ordinária nº
6.912ª, do dia 07/08/2014.
Citados (fls. 241A e 242), os Representados, que não apresentam
antecedentes neste Tribunal, foram regularmente defendidos por I. Advogados
constituídos.
A defesa do 1º Representado (fls. 277 a 281) trouxe a tese da
exculpabilidade, alegando que o encalhe ocorreu por motivo de força maior, ressaltando
em síntese que as chuvas intensas de 2013 provocaram um acúmulo maior de sedimentos,
havendo, pois o assoreamento do local.
Afirma que o encalhe foi provocado pela deficiência na manutenção da
profundidade no local, ressaltando que o 1º Representado agiu com zelo e prudência
esperados e que o acidente ocorreu exclusivamente por força da natureza.
Assim, pugna pela improcedência do pedido contido na representação.
A defesa do 2º Representado (fls. 255 a 270) trouxe a tese da
exculpabilidade, alegando que estava a bordo com o Prático e, ao perceber que o Navio
perdia velocidade a ponto de tocar o fundo, indagou a este se o Navio estava encalhado,
não obtendo resposta. Salienta que indagou novamente ao Prático se deveria parar o
Navio e este respondeu que não de forma enfática e afirmou que este Representado
deveria seguir viagem com toda a força avante.
Afirma que a Superintendência do Porto do Rio Grande, diferentemente do
que aponta o laudo pericial, informou que o levantamento hidrográfico apontou
profundidade maior do que 15 metros no local do acidente, sendo esta superior ao calado
do Navio naquele momento e à limitação de calado predisposta pelos afretadores na
instrução de viagem.
Aduz que a mesma profundidade (maior do que 15 metros) foi resultante da
batimetria realizada pela “empresa” Hidrotopo.
Ressalta também que o laudo pericial desmente as informações fornecidas
pela Superintendência do Porto do Rio Grande, quando os Peritos afirmam que a causa
do encalhe foi a aproximação demasiada do Navio à margem do Canal, cuja
profundidade seria menor do que o calado da Embarcação.
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Salienta que o Prático afirmou que as condições meteorológicas eram
normais e que a Embarcação operava normalmente, sendo o encalhe provocado pelo
assoreamento do canal.
Acrescenta que o encarregado do IAFN reconheceu que o Prático é o
responsável pela manobra do Navio até a atracação no Terminal e que ele assumiu o risco
do encalhe por ter prosseguido com a manobra da Embarcação, cujo calado era superior
ao do local. Porém, a PEM entendeu por bem responsabilizar também o Comandante do
Navio.
Neste particular, ressalta que não há prova nos autos que indiquem qualquer
responsabilidade deste Representado, sendo certo que ao Prático, no caso com mais de
quarenta anos de experiência, caberia conhecer melhor do que ninguém as peculiaridades
da área onde navega profissionalmente.
Aduz que o Comandante seguiu as orientações do Prático, presumidamente
profundo conhecedor das características daquela região portuária, e impulsionou força à
Embarcação, o que resultou no encalhe, sendo registrado o devido protesto pelo
Comandante.
Cita doutrina e julgado deste Tribunal para corroborar a sua tese e pugna pela
improcedência do pedido contido na representação, salientado ainda que a causa
determinante do acidente não foi apurada acima de qualquer dúvida e, subsidiariamente,
a ocorrência de evento de força maior.
Aberta a Instrução, o 1º Representado requereu a oitiva de testemunhas (fls.
295 e 296). No entanto, ao ser instado a formular quesitos, quedou-se inerte, sendo o
silêncio recebido como desistência da prova, fl. 302. Nenhuma outra prova foi produzida.
Em Razões Finais, o 2º Representado não se manifestou, conforme a certidão
à fl. 322.
É o Relatório.
Decide-se:
Relatados os fatos e analisadas as provas carreadas aos Autos, verifica-se que
a causa determinante do acidente da navegação erro de navegação, conforme as
conclusões dos Peritos, do Encarregado do Inquérito e da promoção da PEM.
A PEM representou em face de Carlos Jesus de Oliveira Schein e de Mykola
Borovyk. O primeiro, na qualidade de prático, eis navegou muito próximo à margem do
canal, em local onde a profundidade era incompatível com o calado do Navio. O
segundo, na qualidade de comandante, eis que sendo o responsável último pela segurança
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do Navio deveria estar atento à navegação, para verificar que o Navio estava
aproximando-se de locais com profundidades inferiores ao calado e intervir na manobra
indevida realizada pelo Prático.
A defesa do 1º Representado alega a ocorrência de força maior, em razão do
assoreamento do local.
Não deve ser acolhida a tese da defesa.
Verifica-se que o Navio empreendia navegação no canal de acesso ao porto
de Rio Grande com o calado de 11,9m.
Compulsando-se o croqui da carta náutica nº 2101 à fl. 53, observa-se que
estão cartografados o canal navegável para a profundidade de 13,8m e a isobatimétrica de
10m, a seguir está plotado o ponto de encalhe e cartografada a bóia nº 13. Assim, diante
do calado de 11,9 metros, não está correta a afirmação de que o encalhe ocorreu no canal
de navegação para este Navio e o Prático assessorou o Comandante incorretamente.
Deste modo, a navegação foi empreendida em local onde a profundidade era
incompatível com o calado do Navio, razão pela qual o 1º Representado deve ser
responsabilizado pelo acidente.
A defesa do 2º Representado alega que ele questionou a manobra do Prático
ao perceber um toque no fundo e recebeu a resposta para manter toda força adiante.
Ademais não haveria prova de sua culpa.
Assiste razão em parte ao 2º Representado.
Segundo a norma vigente, a responsabilidade pelas manobras é do
comandante e o prático é o seu assessor. Entretanto, quando obrigatória a praticagem, a
norma só permite a dispensa da assessoria do prático se o comandante estiver convencido
de que ele esteja orientando a manobra de forma perigosa (item 0230, (b), (4), da
NORMAM-12).
No caso, houve erro de navegação, matéria que, em regra, deve ser do
conhecimento e aplicação do Comandante, entretanto nada foi apurado acerca de como o
Navio conduzia a navegação que o levou ao encalhe e o Comandante chegou a questionar
o Prático.
A propósito, nenhum dos tripulantes ouvidos foi indagado acerca de como
era feita a navegação pelos de bordo após o embarque do Prático.
Deste modo, o Comandante não deve ser responsabilizado pelo acidente.
Diante do exposto, devem ser julgados parcialmente procedentes os
fundamentos da representação da Douta Procuradoria, responsabilizando Carlos Jesus de
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Oliveira Schein, na qualidade de prático assessor do Comandante, pelo acidente da
navegação, capitulado no art. 14, alínea “a”, da Lei nº 2.180/54, por sua conduta
imprudente. Exculpar o representado Mykola Borovyk, por insuficiência de provas.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: encalhe do N/M “M. V. KITTIWAKE”,
quando navegava no canal de acesso ao terminal Yara, próximo à boia nº 13, Rio Grande,
RS, sem registro de danos pessoais, materiais e nem ambientais; b) quanto à causa
determinante: erro de navegação; e c) decisão: julgar o acidente da navegação capitulado
no art. 14, alínea “a”, da Lei nº 2.180/54, como decorrente de imprudência do 1º
representado, responsabilizando o prático Carlos Jesus de Oliveira Schein, condenando-o
à pena de multa de R$ 1.000,00 (mil reais), com fundamento no art. 121, inciso VII e §
5º, art. 124, inciso I, e art. 127, § 2º, todos da mesma Lei. Custas na forma da Lei para o
1º representado. Exculpar o 2º representado Mykola Borovyk, por insuficiência de
provas.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 17 de outubro de 2019.
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TRIBUNAL MARÍTIMO
TH/SBM PROCESSO Nº 29.123/14
ACÓRDÃO
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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 29.123/2014........................................)
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responsáveis direto e indireto, respectivamente, pelo acidente da navegação.
Notificados da conclusão do Inquérito (fls. 179 e 180), os Indiciados não
apresentaram defesas prévias.
A D. Procuradoria Especial da Marinha, após análise dos Autos, ofereceu
representação em face de Navegação Santa Helena Ltda.-ME, Mineração Floresta de
Guaíra Ltda. e Moacyr Gabriel Xavier, todos com fulcro no art. 14, alínea “a”, da Lei nº
2.180/54, fundamentando às fls. 198 a 202.
As representações foram recebidas por unanimidade na Sessão Ordinária nº
6.985ª, do dia 10/06/2015.
Citados (fls. 211, 235 e 238), os Representados foram regularmente
defendidos por I. Advogado constituído. Os representados Navegação Santa Helena
Ltda.-ME e Moacyr Gabriel Xavier não apresentam antecedentes neste Tribunal.
A defesa conjunta dos Representados (fls. 240 a 244) trouxe a tese da
exculpabilidade, alegando que, conforme relato do Condutor do Comboio, o acidente
ocorreu em razão das condições climáticas adversas que atingiram a região onde as
Embarcações navegavam, não havendo nos Autos prova em sentido diverso.
Ressalta que não houve danos ou vítimas em decorrência do acidente.
Afirma ainda que as Representadas sanaram qualquer irregularidade que
pudesse existir nas embarcações e nas atividades, atendendo prontamente as exigências
feitas pela autoridade responsável, com a imediata liberação das atividades existentes à
época.
Aduz que não há prova da culpa dos Representados, não havendo como
prosperar as alegações apresentadas pela PEM para responsabilizá-los, já que elas não se
coadunam com os elementos fáticos.
Assim, pugna pela improcedência do pedido contido na representação.
Aberta a Instrução, nenhuma outra prova foi produzida.
Em Razões Finais, manifestaram-se as partes (fls. 259v e 264 a 267).
É o Relatório.
Decide-se:
Relatados os fatos e analisadas as provas carreadas aos Autos, verifica-se que
a causa determinante do acidente da navegação não foi apurada com a devida precisão.
A PEM representou em face de Navegação Santa Helena Ltda.-ME,
Mineração Floresta de Guaíra Ltda. e de Moacyr Gabriel Xavier. A primeira, na
qualidade de proprietária do Rebocador, e a segunda, na qualidade de proprietária da
Balsa, por negligência ao deixarem de zelar pela devida e adequada conservação de suas
embarcações, por falta de manutenção no equipamento que se rompeu, aliada à ausência
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de cabos de segurança em bom estado e inexistência de cabos de emergência. O terceiro,
na qualidade de condutor do comboio, por imprudência e imperícia ao decidir seguir
viagem, a despeito das condições climáticas adversas.
A defesa conjunta aponta as condições climáticas adversas como causa do
acidente e a falta de prova da culpa dos Representados.
Parece que assiste razão à defesa.
Verifica-se que o Boletim de Informações Ambientais aponta condições de
mau tempo na área, com ventos de 20 a 30 nós e rajadas de 53 nós (fl. 121).
Observa-se que, às fls. 117 e 118 foram juntadas cópias de matéria
jornalística que mostra a cheia anormal do Rio e a interrupção do transporte de pessoas e
veículos por barco, em razão do mau tempo.
Segundo os Peritos, não foram encontradas recomendações de manutenção
para o equipamento que deu causa ao acidente e a tripulação não soube informar quando
foi realizada a última manutenção (quesitos 30 e 31, fl. 8v). Ademais, apontam a falta de
manutenção preventiva e/ou corretiva como causa do acidente.
Segundo as testemunhas José Reginaldo Queiroz, marinheiro de máquinas
(fl. 58), e Claudir Antônio Andreis (fl. 96), o bico de ataque sofre constante manutenção
periódica e a causa do acidente teria sido o mau tempo.
As testemunhas Marcos Antônio da Silva (fl. 66) e José Reginaldo Queiroz
(fl.57) declararam que o rompimento do bico de ataque foi porque o pino de encaixe
estava muito justo na balança da Balsa e apontam a ocorrência de vento e chuva fortes.
Portanto, ao que parece, o rompimento do dispositivo de acoplamento (bico
de atraque do Rebocador e balança da Balsa) teria sido em razão da pouca folga do pino
que não suportou o esforço decorrente dos efeitos do mau tempo anormal.
Constatou-se, ainda, que o Comboio navegava sem possuir despacho; o
Rebocador não possui o Certificado de Tração Estática (CTE) e foi apresentado o TIE
desatualizado; e a Provisão de Registro de Propriedade Marítima (PRPM) da Balsa está
desatualizada, visto que sofreu alteração de construção. Embora tais fatos não guardem
relação de causalidade com o acidente da navegação configuram infrações ao art. 19,
incisos I e III, do RLESTA, que devem ser oficiadas ao agente da Autoridade Marítima.
Diante do exposto, devem ser julgados improcedentes os fundamentos da
representação da Douta Procuradoria, exculpando os representados Navegação Santa
Helena Ltda.-ME, Mineração Floresta de Guaíra Ltda. e Moacyr Gabriel Xavier, pelo
acidente da navegação capitulado no art. 14, alínea “a”, da Lei nº 2.180/54, por
insuficiência de provas e mandar arquivar os Autos.
Assim,
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ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: deriva da balsa “TRANSANDRESSA X”,
após a ruptura do dispositivo de acoplamento (bico de atraque) na proa do rebocador
“CELSO ANDREIS I” para a balsa e da ruptura da amarração na popa, seguida de
varação na margem paraguaia da represa de Itaipu, quando navegavam no rio Paraná, em
águas jurisdicionais paraguaias, com destino a Santa Helena, no Brasil, sem registro de
danos pessoais e nem ambientais; b) quanto à causa determinante: não apurada com a
devida precisão; c) decisão: julgar o acidente da navegação capitulado no art. 14, alínea
“a”, da Lei nº 2.180/54, como de origem indeterminada. Exculpar os representados
Navegação Santa Helena Ltda.-ME, Mineração Floresta de Guaíra Ltda. e Moacyr
Gabriel Xavier, por insuficiência de provas e mandar arquivar os autos; e d) medidas
preventivas e de segurança: oficiar à Capitania Fluvial do Rio Paraná, agente da
Autoridade Marítima, as infrações ao art. 19, incisos I e III, do RLESTA, cometidas pelas
proprietárias, para as providências cabíveis, com fundamento no art. 33, parágrafo único,
da Lei nº 9.537/97.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 02 de outubro de 2019.
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TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/MCP PROCESSO Nº 30.587/16
ACÓRDÃO
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(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 30.587/2016...........................................)
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da proprietária as fls. 49. Contudo, a mesma informou que não possui nenhum
comprovante referente a esta manutenção. Não houve acidentes pessoais não atentando
contra a incolumidade de qualquer pessoa física, tampouco consta dos autos qualquer
informação acerca da ocorrência de poluição hídrica. No que tange aos danos materiais, o
acidente acarretou a perda total da embarcação e as condições ambientais não
influenciaram para o ocorrido, pois no dia do acidente o tempo estava bom, apenas
ventava muito.
Concluíram os peritos que o fator material contribuiu para o acidente; e nesse
sentido encerraram a Perícia atribuindo como causa determinante “a pane do motor,
deixando a lancha à deriva”.
No relatório (fls. 64 a 67), o Encarregado do Inquérito após descrever,
características da embarcação, analisar e transcrever resultado da perícia, resumir o
depoimento da Sra. Irene Lindmayer, em consonância de entendimento com os peritos,
consignou que o fator material contribuiu para o encalhe, tendo em vista a pane do motor
no momento em que a condutora tentou suspender do local de risco. E com este
entendimento concluiu que o encalhe da embarcação ocorreu “devido a pane no motor,
em que pese a proprietária ter declarado, por carta explicativa, ter consertado o motor em
dias anteriores, mas não apresentou documento comprobatório da manutenção, fazendo
com que a embarcação ficasse à deriva ficando assim caracterizada a causa determinante
como fator material.
Encerrou o inquérito sem apontar possíveis responsáveis não antes de
assinalar “Não obstante a proprietária da embarcação ‘FORROBODÓ’, a Sra. Livia
Christine Macknow Lisboa, infringiu o item I do art. 19 do Decreto nº 2.596/98
(RLESTA), por não apresentar o Seguro Obrigatório (DPEM) da embarcação, quando
solicitado”.
IAFN instruído com documentos de praxe, fotos e ainda CD com suas
principais peças.
Após análise dos autos a D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM, em
promoção (fls. 77 a 79) representou, com fulcro no artigo 14 alínea “a” (encalhe) da Lei
nº 2.180/54, contra Livia Christine Macknow, na qualidade de proprietária e condutora da
lancha “FORROBODÓ” por entendê-la responsável pelo acidente e fato da navegação
nos seguintes termos “torna-se notória a irresponsabilidade da representada. Eis que é a
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responsável pela segurança da embarcação e das vidas de bordos, restado comprovando
nos autos uma vigilância deficiente com relação a manutenção do motor, ou seja, falta de
atenção e cuidados.”
Dessa forma, é imperativo reconhecer que a representada Livia Christine
Macknow conduziu seu agir em desacordo com os deveres gerais de cautela exigidos
para a segurança adequada da embarcação “FORROBODÓ”, não restando dúvidas, por
evidente, que sua conduta imprudente, falta do dever de cuidado, e negligente, falta de
efetividade da vigilância com relação ao estado da embarcação, do ferro e do mar,
ensejou um aumento substancial no risco da ocorrência do acidente da navegação, além
de expor a risco a segurança da navegação e as vidas de bordo.
Em sessão realizada em 16/08/2017, este Tribunal (fl. 85), por unanimidade,
decidiu na forma do voto da Juíza Relatora (fl. 86) não receber a Representação, e
publicar Nota para Arquivamento, eis que a causa determinante para o acidente de
navegação não restou apurada com a devida precisão nos autos com fortes indícios de
fortuidade.
Cumprida decisão deste Tribunal (fl. 87); Prazos preclusos, sem manifestação
de possíveis interessados, conforme Certidão à fl. 88.
Decisão.
De todo o exposto, considerando, não se ter trazido aos autos elementos
outros que levassem esta Juíza Relatora modificar a decisão por maioria deste Tribunal
(fl. 85), nos termos de seu voto de fl. 86 em sessão realizada em 16/08//2017, para não
receber a presente representação (fls. 77 a 79), com determinação de “Publicação de Nota
para Arquivamento”, por entender que o fato da navegação em apreço não restou
devidamente apurado, a despeito de fortes indícios de fortuidade.
Por tudo isto e por tudo o mais que dos autos constam, não recebemos a
Representação de autoria da D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM (fls. 77 a 79)
contra a Sra. Livia Chridtine Macknow, determinando o arquivamento dos presentes
autos, na forma do artigo 67, § 3º do Regimento Interno Processual deste Tribunal
(RIPTM).
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do fato da navegação: encalhe nas imediações da Praia Brava do
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(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 30.587/2016...........................................)
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Guaecá, município de São Sebastião, SP, resultado na perda total da embarcação, sem, no
entanto provocar acidentes pessoais, tampouco poluição ao meio ambiente hídrico; b)
quanto à causa determinante: não apurada com a devida precisão; e c) decisão: não
receber a Representação de autoria da D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM (fls.
77 a 79) contra Livia Christine Macknow por entender que o fato da navegação não
restou devidamente apurado com fortes indícios de fortuidade e sejam arquivados os
presentes autos, na forma do art. 67, § 3º do Regimento Interno Processual deste Tribunal
(RIPTM).
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 10 de setembro de 2019.
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TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/FAL PROCESSO Nº 30.868/16
ACÓRDÃO
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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 30.868/2016........................................)
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Luis, a bordo da embarcação e este relatou que o condutor, Fábio Calixto, havia caído na
água após ter se desequilibrado, quando tentava ficar em pé na embarcação e, por isso,
pediu socorro para as embarcações que passavam pelo local. Fábio Calixto, condutor da
embarcação, já havia sido regatado por um veleiro que passava pelo local e conduzido
para a Colônia de Pescadores de Jurujuba, próximo do Iate Clube, em Niterói, e o
passageiro, André Luis, foi resgatado por um barco de pesca, que também passava pelo
local e repassado à embarcação da Equipe de Inspeção Naval, que o conduziu para as
dependências da CPRJ. A embarcação foi rebocada até a CPRJ, apreendida e o
proprietário foi notificado.
Os Peritos consideraram que o fator operacional contribuiu, pela falta de
cautela e de precauções para evitar a queda na água e que a embarcação ficasse à deriva.
Os Peritos concluíram que a causa determinante do fato foi o descuido e desatenção, além
da falta de cautela e precauções para evitar a queda na água e que a embarcação ficasse à
deriva.
Na fl. 15 consta o Termo de Apreensão da embarcação “RUSSOMAR”, com
base no inciso II, do art. 16, da LESTA, Lei nº 9.535/97; na fl. 16 consta o Termo de
Entrega de Embarcação ao proprietário; e nas fls. 17 a 23 constam os documentos
referentes a legalização da referida embarcação, com datas posteriores ao fato da
navegação em pauta, em andamento perante a CPRJ.
As testemunhas declararam os fatos como constam no Laudo de Exame
Pericial.
O Encarregado do IAFN, fls. 36 a 41, depois de resumir os depoimentos e o
Laudo de Exame Pericial, acompanhando os Peritos, apontou o proprietário e condutor da
L/M “RUSSOMAR” como o possível responsável pelo fato da navegação em pauta.
O Indiciado foi notificado, fl. 44, mas declarou que não apresentaria Defesa
Prévia, fl. 45.
A D. Procuradoria, fls. 52 a 55, em uniformidade de entendimento com o
Encarregado do IAFN, representou em face de Fábio Almeida Calixto, na qualidade de
proprietário e condutor da L/M “RUSSOMAR”, com fulcro no art. 15, letra “e”
(exposição a risco), da Lei nº 2.180/54.
Alegou em síntese que o Representado empreendeu navegação à revelia da
Autoridade Marítima, posto que à época dos fatos o bote não era inscrito, o condutor não
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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 30.868/2016........................................)
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era habilitado e falhou na avaliação dos riscos, que resultaram em sua queda na água e
deriva da embarcação, com inquestionável exposição a risco, requerendo a sua
condenação.
Por dever de ofício, requereu seja oficiado à CPRJ as infrações ao RLESTA
apontadas nos autos (artigos 11 e 19).
O Representado foi citado por Edital, fls. 76 e 77, depois de esgotados outros
meios de citação, fls. 66 a 73, e defendido pela D. Defensoria Pública da União, fls. 83 a
87, que além das suas prerrogativas de defesa por Negativa Geral, apresentou a tese de
caso fortuito, eis que o Representado havia comprado a embarcação e a estava testando,
sendo ele o único prejudicado pelo fato de ter caído na água e ainda teve sua embarcação
apreendida por ter ficado à deriva, requerendo seja julgada improcedente a
Representação, por já ter sido punido, com graves consequências e não houve danos à
terceiros, nem ao meio ambiente.
Aberta a Instrução, fl. 88 (publicado no e-DTM nº 45, de 18/04/19) a PEM,
fl. 89 verso declarou que se louvava nas provas dos autos e o Representado, fl. 90 verso,
nada requereu.
Em Alegações Finais, fl. 91 (publicado no e-DTM nº 84, de 26/06/19), a
PEM reiterou os termos de sua inicial e o Representado reiterou os termos de sua Defesa.
É o Relatório.
Decide-se:
De tudo o que consta dos presentes autos, temos que a D. Procuradoria
representou em face de Fábio Almeida Calixto, na qualidade de proprietário e condutor
da L/M “RUSSOMAR”, com fulcro no art. 15, letra “e” (exposição a risco), da Lei nº
2.180/54, pois navegava à revelia da Autoridade Marítima, em bote não inscrito, sem
habilitação, falhou na avaliação dos riscos, por se colocar em pé dentro da embarcação,
escorregando no piso molhado do barco, em área de intenso tráfego de embarcações,
ignorando inclusive o balanço natural das ondas, que resultaram em sua queda na água e
deriva da embarcação, com inquestionável exposição a risco, requerendo a sua
condenação.
O Representado, que não consta do rol de culpados neste E. Tribunal foi
defendido pela D. Defensoria Pública da União, que, além da Negativa Geral, apresentou
a tese de caso fortuito, pois, recentemente, ele havia comprado a embarcação que estava
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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 30.868/2016........................................)
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sendo testada quando se desequilibrou e caiu na água, sendo ele o único prejudicado e
que ainda teve sua embarcação apreendida (por não estar inscrita e não portar
habilitação), sem danos a terceiros ou ao meio ambiente.
Aberta a Instrução nenhuma prova adicional foi produzida e em Alegações
Finais falaram as parte.
Não deve ser aceita a tese da Defesa.
Das provas dos autos temos um Laudo de Exame Pericial e dois depoimentos
que descrevem os fatos como constam na exordial da PEM, inclusive no depoimento do
Representado, fls. 24 a 26, houve exposição a risco do Representado e do passageiro que
teve que pedir ajuda e o resultado poderia ter sido mais grave, caso a embarcação se
envolvesse em acidente com uma das muitas embarcações que trafegam na área ou se
chegasse até a margem resultando em encalhe ou colisão.
Por todo o exposto, por não haver provas ou indícios em contrário, devem ser
aceitos os termos da Representação para responsabilizar o Representado, pelo fato da
navegação, tipificado no art. 15, letra “e” (exposição a risco), da Lei nº 2.180/54, por sua
conduta imperita e negligente.
Na aplicação da pena, devem ser consideradas as circunstâncias e
consequências dos fatos em pauta, com a atenuante prevista no art. 139, inciso IV, letra
“d”, da Lei nº 2.180/54, pois, com seu depoimento, o Representado ajudou a esclarecer os
fatos.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do fato da navegação: queda na água do condutor e proprietário da
L/M “RUSSOMAR”, que ficou à deriva, sem registro de avarias na embarcação ou de
danos pessoais ou ambientais; b) quanto à causa determinante: desequilíbrio a bordo de
tripulante não habilitado que caiu ao mar, deixando a embarcação à deriva, sem condutor;
e c) decisão: julgar o fato da navegação, tipificado no art. 15, letra “e” (exposição a
risco), da Lei nº 2.180/54, como decorrente de imperícia e imprudência do Representado,
Fábio Almeida Calixto, proprietário e condutor da L/M “RUSSOMAR”, acolhendo os
termos da Representação da D. Procuradoria Especial da Marinha, e considerando as
circunstâncias, consequências e atenuante aplicar-lhe a pena de repreensão, com fulcro
nos artigos 58, 121, inciso I, 124, inciso IX, 127, 128 e 139, inciso IV, letra “d”, todos os
4/5
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 30.868/2016........................................)
===============================================================
artigos da Lei nº 2.180/54. Custas processuais na forma da Lei; e d) medidas preventivas
e de segurança: com fulcro no parágrafo único, do art. 33, da LESTA, Lei nº 9.537/97,
oficiar à Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, representante da Autoridade Marítima,
as infrações ao RLESTA, Decreto nº 2.596/98, apontadas no IAFN: art. 11 (conduzir
embarcação sem habilitação) e art. 16, inciso I (falta de inscrição na Capitania), da
responsabilidade do proprietário e condutor da L/M “RUSSOMAR”, Fábio Almeida
Calixto.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 19 de setembro de 2019.
5/5
TRIBUNAL MARÍTIMO
JN/MDG PROCESSO Nº 30.895/16
ACÓRDÃO
1/4
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 30.895/2016.......................................)
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pela escada de portaló quando o navio estava atracado no porto de Apapa/Nigéria.
De acordo com os autos os clandestinos, que apresentavam estarem em boas
condições de saúde, receberam água, alimentação, vestuário e local apropriado para
dormirem.
Após a chegada do N/M no porto de Vila de Conde, em Barcarena - PA, os
clandestinos foram entregues aos Agentes da Imigração da Polícia Federal, para os
procedimentos usuais de praxe.
Em depoimento o Comandante e o Imediato do N/M declararam que “o navio
possui um checklist de procedimentos da operadora do navio para a prevenção de
passageiros clandestinos, inclusive aqueles previstos dentro do Sistema de Gestão de
Segurança exigido pelo Código ISM, (...) que o navio possui Plano de Proteção
elaborado com vistas a garantir a aplicação de medidas criadas para proteger pessoas a
bordo, cargas, unidades de transportes de cargas, provisões do navio ou o próprio navio
dos riscos de um incidente de proteção, conforme previsto no art. 9.1 do Código
Internacional para Proteção de Navios e Instalações Portuárias (Código ISPS). O Plano
de Proteção do Navio contém medidas para prevenir o acesso não autorizado ao navio
no porto com monitora mento e que o embarque era restrito somente pela escada de
portaló que era guarnecida por um tripulante de serviço. Todos os movimentos de
embarque e desembarque são registrados, porém, não são feitos registros dos
estivadores, pois os mesmos já ingressam no navio com suas respectivas identificações.
Declaram também que existe um sistema de emissão de passes ou autorização de
embarque para visitantes e Estivadores a bordo, sendo que primeiramente é feito um
registro no livro de portaló, depois é entregue um Cartão de Visitante, sendo o referido
cartão devolvido na saída e lançado no livro o horário com assinatura do visitante, (...)
que existe vigilância em tempo integral no convés, rampas e outros potenciais pontos de
acesso ao navio, existe serviço de patrulha do convés, sendo os conveses e pontos de
acesso bem iluminados, tanto para o mar, como para terra, que as tampas de escotilhas
são fechadas quando o trabalho é interrompido ou concluído, (...) os clandestinos foram
mantidos em um camarote e uma sala espaçosa que fica na área de acomodação sob
vigilância, com três tripulantes se revezando por 24 horas, que o Chefe de Segurança é o
Imediato, nomeado pela Companhia e que antes da viagem para Nigéria houve palestra
sobre a proteção do navio contra o acesso de passageiros clandestinos, a fim de
intensificar a conscientização e vigilância da proteção a bordo”.
No entanto, em que pese os depoimentos do Comandante e Imediato no N/M,
2/4
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 30.895/2016.......................................)
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os clandestinos foram uníssonos em afirmar que “ingressaram para bordo do navio pela
escada de porta Io, infiltrados com o pessoal da estiva e, no turno da noite, passaram
por uma escotilha que não estava trancada devidamente com cadeado e que os 15
(quinze) não foram descobertos durante a inspeção realizada pelos tripulantes, uma vez
que os mesmos estavam no mesmo local e muito bem escondidos”.
Concluíram os peritos e o Encarregado do IAFN, em uniformidade de
entendimentos, que a causa determinante do fato da navegação foi a falha “no
cumprimento dos Procedimentos e/ou Checklists do Plano de Proteção de bordo. Os
clandestinos embarcaram pela escada de portaló do navio, houve negligência no registro
de entrada e saída de pessoas a bordo do navio. Os clandestinos ficaram escondidos no
cóferdã e não foram encontrados durante as buscas a bordo na realização dos
Procedimentos e Checklists do Plano de Proteção. Sendo assim, não foi cumprido com
eficácia o Plano de Proteção do N/M ‘DENIZ M’, permitindo assim que clandestinos
permanecessem a bordo sem que percebessem a presença dos mesmos”.
Como corolário do acima exposto apontou o Encarregado o Comandante e o
Imediato do Navio, respectivamente, Srs. Muran Ozen e Burhan Gul, como responsáveis
pelo evento relatado.
A PEM, em uniformidade ofereceu representação em face dos indiciados,
com fulcro no artigo 15, alínea “e” da LOTM.
Citados os representados foram regularmente defendidos, em peça única,
alegando que a negativa geral.
Na fase de instrução nenhuma prova foi produzida
Em alegações finais manifestaram-se as partes.
É o relatório.
De tudo o que consta nos presentes Autos, verifica-se que a causa
determinante do fato da navegação, caracterizado pela presença de 20 (vinte)
clandestinos a bordo do N/M, foi a deficiência de vigilância do navio.
O conjunto probatório foi uníssono em demonstrar que os clandestinos
ingressaram pela escada de portaló em evidente falha no cumprimento dos procedimentos
do plano de proteção a bordo, além de confirmar clara negligência no registro de entrada
e saída de pessoas a bordo.
Assim, patente a responsabilidade dos indiciados pelo Inquérito e
representados pela PEM respectivamente Comandante e Imediato do navio.
Assim, deve ser julgada integralmente procedente a representação
3/4
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 30.895/2016.......................................)
===============================================================
responsabilizando-se os representados pelo descumprimento do ISPS CODE.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do fato da navegação: presença de 20 (vinte) clandestinos à bordo de
N/M; b) quanto à causa determinante: deficiência de vigilância; e c) decisão: julgar o fato
da navegação, como decorrente de negligência dos representados, condenando ambos ao
pagamento de multa de R$ 1.000,00 (mil reais) e custas, na forma dos artigos 15, alínea
“e” e 121, inciso VII da LOTM.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 13 de agosto de 2019.
4/4
TRIBUNAL MARÍTIMO
JN/NCF PROCESSO Nº 31.173/16
ACÓRDÃO
1/6
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 31.173/2016....................................................)
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de combustível, além de areia e água que havia embarcado e por volta das 3h do dia
seguinte conseguiram desencalhar quando a maré encheu. O Sr. Marcos teria ligado para
a Capitania dos Portos informando que retiraria o barco do local para evitar que o mesmo
se chocasse com as pedras ou fosse levado pela maré e o B/P “DRUMARIM” foi
rebocado por um barco de pesca até o cais da Praia do Suá e depois até o cais de Grande
Vitória com o auxílio de outro pesqueiro.
O depoimento do proprietário do barco “DRUMARIM” foi coincidente,
tendo acrescentado que a embarcação não havia sofrido nenhum dano, mas teve que fazer
um reparo geral no motor devido ao alagamento e que sua embarcação foi totalmente
reformada um mês antes do acidente.
Na análise do Encarregado do IAFN ressaltou que a pesca com uso de rede
de arrasto, seja em barcos a motor ou no modo manual, é proibida em toda extensão das
Baías de Vitória e de Camburi a uma distância de uma milha náutica da praia (Decreto
Municipal nº 8.060/89). Havia contrato tácito do proprietário com o Sr. Marcos Monteiro
Thome para ser o comandante da embarcação e no dia do acidente, o proprietário exercia
função de tripulante a bordo, apesar de não ser habilitado legalmente. Afirmou, assim que
a pesca em local proibido gerou a necessidade de aproximação da praia e a embarcação
não era própria para encalhe e desencalhe sem aproveitar a maré. Tiveram que lançar o
ferro o mais próximo da praia e como não havia arrebentação, foi possível resolver o
problema inicial aproveitando o mar de azeite. No entanto, o proprietário da embarcação
não recolheu o cabo que prendia a rede de forma adequada e nos primeiros momentos em
que o Comandante engrazou máquina a ré, um cabo se enroscou ao hélice e provocou a
perda de propulsão e governo.
Disse o Encarregado do IAFN, ainda, que pelas boas práticas marinheiras o
ferro deveria ser recolhido com a embarcação sob máquina para, no caso de haver algum
problema o ferro já estaria na água ou, se já houvesse sido recolhido, o lançariam, o que
não foi feito. No caso em tela, os tripulantes se fizeram ao mar, tendo um segurado a
embarcação com um cabo preso à proa enquanto o outro cortava o cabo preso ao hélice.
Apontou como causa determinante para o acidente o erro de manobra por
terem se aproximado da praia, ressaltando que aquele local é de grande movimentação de
embarcações, como seria de conhecimento comum. Segundo o relatório do IAFN, ainda,
um dos fatores contribuinte para o acidente teria sido o recolhimento de forma
inadequada do cabo que prendia a rede de pesca, sendo essa tarefa realizada pelo
proprietário da embarcação. Dessa forma, apontou como possíveis responsáveis o
2/6
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 31.173/2016....................................................)
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Comandante e o proprietário que estava embarcado na condição de tripulante. Destacou,
por fim, que a habilitação do comandante estaria vencida na data do acidente, o que seria
uma infração ao RLESTA.
Os indiciados foram notificados do resultado do IAFN e apresentaram defesa
prévia em duas peças separadas, mas de teor semelhante, em que o Sr. Marcos Monteiro
Thomé afirma que não teria sido imprudente ao se aproximar da praia, pois o mar estaria
calmo, sem ondas e a praia deserta e o Sr. Altamiro Carlos Andreatta afirmou que não foi
imperito, pois teria tomado todas as providências que estavam a seu alcance. O Sr.
Marcos disse, ainda, a respeito da proibição da pesca com redes de arrasto naquela
região, que o município de Vitória seria autoridade incompetente para baixar normas
daquela natureza e que sua habilitação estaria vencida por um descuido, mas que já teria
providenciado sua renovação.
Os autos do IAFN foram enviados ao Tribunal Marítimo, que os encaminhou
à PEM, que ofereceu representação em face dos Srs. Marcos Monteiro Thome e Altamiro
Carlos Andreatta, com fulcro no art. 14, alínea “a”, da Lei nº 2.180/54. Depois de resumir
os principais fatos narrados no IAFN a PEM afirmou que o primeiro representado teria
sido imprudente ao manobrar com a embarcação próximo à área de arrebentação e por
conduzir a embarcação com a habilitação vencida e que o segundo representado teria sido
imperito ao exercer função a bordo sem ser habilitado e, assim, recolheu o cabo da rede
de pesca de forma inadequada, contribuindo para o acidente. Pediu a condenação de
ambos nas penas da Lei e ao pagamento das custas processuais e acrescentou um pedido
de que a CPES seja ao final oficiada para aplicar ao segundo representado, proprietário
da embarcação, a pena prevista no art. 11 do RLESTA, por ter entregue sua embarcação a
pessoa com habilitação vencida.
A representação foi recebida na Sessão Ordinária do dia 14 de dezembro de
2017, os representados foram citados pela via postal e apresentaram contestação
tempestiva e conjunta, firmada por advogado devidamente constituído.
Em sua defesa afirmam que são amadores e que, por tal razão, não se deve
aplicar a eles a norma com o mesmo rigor como se marinheiros profissionais fossem.
Afirmam que da narrativa da inicial não se pode concluir ter havido falta de zelo por
parte dos representados, seja na condução da embarcação ou na tentativa de solução do
problema que se apresentou, tendo o encalhe sido causado pela passagem de uma
embarcação de maior porte que não teria guardado o devido cuidado ao passar por
embarcações de menor porte e não em razão da aproximação da praia. Afirmaram
3/6
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 31.173/2016....................................................)
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também que agiram com vistas na segurança, tendo se aproximado da praia observando o
nível da maré e de forma que pudessem pedir por socorro caso necessário. Negam cada
um individualmente, que tenham agido com imprudência ou imperícia, afirmando que tal
afirmação contida na peça de acusação não encontra respaldo nas provas e que, mesmo
não sendo marinheiros profissionais, usaram de todos os recursos que dispunham para
evitar maiores danos e riscos a terceiros, destacando que a causa determinada para o
encalhe teria sido, na verdade, a conduta do condutor da lancha que passou próximo
causando marolas. Pedem pela improcedência da representação ou, caso seja de
entendimento pela procedência, que a pena seja aplicada no seu grau mínimo, pois não
são reincidentes, por terem desencalhado a embarcação por iniciativa própria, por terem
ajudado na elucidação do acidente e por não terem causado nenhum dano. Juntaram à
defesa apenas a procuração que passaram ao advogado que a assina.
Aberta a instrução nenhuma prova foi produzida e em alegações finais a PEM
se reportou à inicial e os representados, igualmente, repisaram as teses que dão base à sua
defesa.
É o relatório.
Decide-se:
A acusação que pesa sobre o primeiro representado é que teria sido
imprudente ao manobrar com a embarcação próximo à área de arrebentação e por
conduzir a embarcação com a habilitação vencida. Ele se defendeu afirmando que agiu
dessa maneira com vistas na segurança, tendo se aproximado da praia observando o nível
da maré para que pudesse pedir por socorro caso necessário e que o encalhe se deu em
virtude da passagem de uma lancha da praticagem que teria provocado marolas. Pede,
ademais, que ao caso seja observado o fato de que não é um marinheiro profissional, que
o acidente não causou danos representativos, que com seu depoimento ajudou a
esclarecer os fatos e que não seria reincidente.
O acidente da navegação sob análise, um encalhe, teve por causa
determinante a aproximação excessiva da embarcação à praia, local onde há ondas
normalmente. No momento em que a embarcação se aproximou da praia não havia ondas,
mas essa é uma situação temporária e rara, pois mesmo com mar tranqüilo, como se
apresentava no dia do acidente, com a passagem de uma embarcação marolas chegariam
até a praia, como acabou por acontecer. Assim, a aproximação da praia com o barco foi
uma ação imprudente e deve ser o comandante da embarcação responsabilizado pelo
acidente. As atenuantes ressaltadas pela defesa devem ser levadas em consideração na
4/6
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 31.173/2016....................................................)
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aplicação da pena.
Com relação ao segundo representado a PEM o acusou de ter sido imperito
ao exercer função a bordo sem ser habilitado, recolhendo o cabo da rede de pesca de
forma inadequada, contribuindo para o acidente. Em sua defesa o segundo representado
também ressalta o fato de que não era marinheiro profissional, além de o acidente ter tido
pouca repercussão, não ser reincidente, de ter agido no sentido de minimizar os efeitos do
acidente e de ter contribuído para a elucidação do mesmo. Além disso, afirmou que usou
de todos os recursos que dispunha a bordo para evitar o acidente e, assim, não poderia ser
acusado de agir com imperícia.
A defesa do segundo representado deve ser acatada e ele exculpado. No
Título de Inscrição da Embarcação (fl. 39) consta expressamente que essa deveria ser
conduzida por apenas um único tripulante, habilitado no mínimo como Arrais Amador.
Trata-se de um barquinho de madeira, com 6,2m de comprimento e 1,4 AB. A bordo o
representado figurava como simples passageiro e uma vez que estava a bordo,
obviamente tentou ajudar a safar o hélice. Ele não tinha nenhuma obrigação de ter
conhecimentos marinheiros e não se pode culpá-lo, nem em parte, pelo encalhe, nem
pelos eventos que se sucederam até o acidente. Acrescenta-se, por fim, que o encalhe
resultou apenas em danos ao motor do barco, cujos gastos com o reparo foram arcados
pelo segundo representado, proprietário do barco.
Dessa forma, o acidente da navegação que se caracterizou nos autos como um
encalhe de uma embarcação miúda e que teve por consequência danos a seu motor
causados pela imersão em água salgada, teve por causa determinante a aproximação
excessiva da zona de arrebentação da praia, tendo sido levada até a areia por uma marola
provocada por outra embarcação. Deve, assim, a representação ser julgada parcialmente
procedente, para responsabilizar o comandante da embarcação, primeiro representado, e
exculpar o segundo, passageiro. Na aplicação da pena deve-se levar em consideração as
atenuantes ressaltadas pela defesa.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: encalhe de embarcação miúda, com danos
ao motor por imersão em água salgada; b) quanto à causa determinante: aproximação
excessiva da praia por parte do comandante no intuito de safar o hélice de um cabo
enroscado e c) decisão: julgar o acidente da navegação capitulado no art. 14, alínea “a”
como decorrente da imprudência do primeiro representado, Mestre Amador Marcos
5/6
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 31.173/2016....................................................)
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Monteiro Thomé, condenando-o à pena de repreensão e ao pagamento das custas
processuais, com fulcro no art. 121, inciso I, c/c art. 124, inciso I e 139, incisos II e IV,
alíneas “a” e “d”, todos artigos da Lei nº 2.180/54. Exculpar o segundo representado,
Altamiro Carlos Andreatta.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 29 de agosto de 2019.
6/6
TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/MCP PROCESSO Nº 31.325/17
ACÓRDÃO
2/3
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 31.325/2017...........................................)
===============================================================
materializado com Acidente sofrido por tripulante quando em operação de abastecimento
do gerador com óleo diesel enquanto navegava em direção ao Arquipélago de Fernando
de Noronha, PE, provocando-lhe lesões de natureza grave, como provocados pelo
infortúnio da própria vítima sendo equiparados a caso fortuito.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do fato da navegação: acidente sofrido por tripulante quando em
operação de abastecimento do gerador com óleo diesel enquanto navegava em direção ao
Arquipélago de Fernando de Noronha, PE, provocando-lhe ferimentos de natureza grave,
sem registros de danos à embarcação, tampouco poluição ao meio ambiente marinho; b)
quanto à causa determinante: a vítima ter se desiquilibrado por ocasião da faina de
abastecimento, quando o navio adernou devido ao impacto de uma onda; e c) decisão:
julgar o fato da navegação, previsto no art. 15, alínea “e” da Lei nº 2.180/54, equiparado
àqueles decorrentes de infortúnio da própria vítima, mandando arquivar os presentes
autos, como requerido pela D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM em sua
promoção de fls. 161 a 164.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 2019.
3/3
TRIBUNAL MARÍTIMO
JN/NCF PROCESSO Nº 31.588/17
ACÓRDÃO
4/4
TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/MCP PROCESSO Nº 32.158/17
ACÓRDÃO
1/5
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.158/2017...........................................)
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para fora d’água através de um cabo amarrado no bico de proa para que fosse possível
realizar o tamponamento e o esgoto da água do alagamento. Após a embarcação reflutuar,
foi levada na carreta para a marina.
Os Peritos em Laudo de Exame Pericial direto (fls. 12 a 19) ilustrado com
fotos atestam que a documentação da referida estava a bordo. O motor da embarcação
está de acordo com o averbado no TIE e Segundo informações do Sr. Anderson Gund, a
embarcação estava dotada de coletes salva-vidas e boia circular. De acordo com dados
obtidos foi constatado que o impacto da embarcação com o banco de areia se deu pelo
fato do nível do rio estar muito baixo e que o afundamento parcial da embarcação ocorreu
devido à avaria no espelho de popa ocasionada pelo impacto da mesma em um banco de
areia.
Indicam o fator material como contribuinte para o acidente devido no interior
do espelho de popa existir um enchimento de madeira (o qual estava deteriorada)
permitindo assim com o impacto o seu rompimento.
E concluem que a colisão da rabeta do motor de popa com um banco de areia
fez com que este deslocasse do espelho de popa, rompendo assim os parafusos de
sustentação, ocasionando furos no local permitindo a entrada de água no interior da
embarcação, fazendo com que esta viesse a derrabar e posteriormente naufragar
parcialmente. Portanto a causa determinante do afundamento parcial da embarcação foi o
rompimento do espelho de popa causado pelo impacto da mesma com o banco de areia,
ocasionando buracos, onde entrou água, sendo assim um caso fortuito.
E por fim verificaram a infração ao RLESTA cometida pelo proprietário da
embarcação, disposta no art. 17, III “deixar de marcar no casco o nome da embarcação e
o porto de inscrição” devido o nome no casco da embarcação estar diverso do que consta
no documento da mesma.
O Encarregado do Inquérito em Relatório (fls. 54 a 57), após descrever as
diligências realizadas, características da embarcação sinistrada, analisar e transcrever
resultado da perícia, depoimentos sequência e consequências do acidente, verificou que
havia um enfraquecimento na estrutura que sustentava o espelho de popa da embarcação
“FAMÍLIA WHR” em virtude de ter sido fabricado por material inadequado e estar em
mau estado de conservação, fato que não poderia ser verificado facilmente, por estar em
local de difícil acesso.
2/5
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.158/2017...........................................)
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Ressaltou que durante a navegação na região da Prainha é frequente a
ocorrência de pequenas colisões em bancos de areia, devido ao fato da formação desses
bancos sofrerem variação de posição, que é um fenômeno da natureza muito comum
naquela região. E que as embarcações, de um modo geral, são projetadas de fábrica para
suportarem pequenas colisões, contudo a estrutura de sustentação do espelho de popa da
embarcação “FAMÍLIA WHR” fica em um local de difícil acesso, impossibilitando uma
inspeção preventiva e/ou posteriormente a manutenção corretiva, o que contribuiu para a
ruptura da estrutura na hora da colisão com o banco de areia.
E concluiu que a causa determinante do alagamento que provocou o
naufrágio da embarcação foi a colisão com um banco de areia que resultou no
rompimento do espelho de popa, que estava enfraquecido por causa do mau estado de
conservação.
E por fim constata a infração cometida pelo proprietário da embarcação, o Sr.
Rosave Ferreira da Silva, disposta no art. 17, III da RLESTA “deixar de marcar no casco
o nome da embarcação e o porto de inscrição” devido o nome no casco da embarcação
estar diverso do que consta no documento da mesma.
IAFN instruído com documentos de praxe, a destacar aqueles citados neste
Relatório e ainda CD com suas principais peças.
Após análise dos autos a D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM, em
promoção (fls. 65 a 68) representou, com fulcro no artigo 14, alínea “a” (colisão seguida
de naufrágio), da Lei nº 2.180/54, contra Rosave Ferreira da Silva, por entender que “com
base nos elementos de informações juntados, é razoável opinar pela imputação de
responsabilidade ao proprietário da lancha ‘FAMÍLIA WHR’, porquanto restou
demonstrada a desídia no tocante á manutenção preventiva. Tal ausência foi fator
determinante à ruptura do espelho de popa, o que contribui para a consumação da colisão
seguida de naufrágio”.
E requereu que fosse recebida a representação e citado o representado nos
termos da Lei e Regimento Interno do Tribunal para que querendo possa refutá-la e, ao
final a imposição da sanção administrativa e custas processuais estabelecidas na Lei nº
2.180/54.
Em sessão realizada em 16/10/2018, este Tribunal (fl. 72), por unanimidade,
decidiu na forma do voto da Juíza Relatora (fl. 73) não receber a Representação, e
3/5
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.158/2017...........................................)
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publicar Nota para Arquivamento.
Cumprida decisão deste Tribunal (fl. 75). Prazos preclusos, sem manifestação
de possíveis interessados, conforme Certidão à fl. 76.
Decisão.
De todo o exposto, considerando, não se ter trazido aos autos elementos
outros que levassem esta Juíza Relatora modificar a decisão unânime deste Tribunal (fl.
72), nos termos de seu voto de fl. 73, em sessão realizada em 16/10/2018, para não
receber a presente representação (fls. 65 a 68), com determinação de “Publicação de Nota
para Arquivamento”, por concluir não haver nos autos indícios suficientemente fortes
para sustentar as acusações imputadas ao Representado, Rosave Ferreira da Silva.
Considerando, ao contrário do entendimento da PEM, as provas trazidas à
colação apontam para provável caso fortuito, acontecimento possível, mas estranho à
ação e a vontade humana, de efeito imprevisível, inevitável e irresistível, pois a colisão
com o banco de areia seguido de naufrágio parcial aconteceu devido à variação de
posição que os bancos de areia sofrem por um fenômeno da natureza muito comum
naquela região.
Por tudo isto e por tudo o mais que dos autos constam, não recebemos a
Representação de autoria da D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM (fls. 65 a 68)
contra o Sr. Rosave Ferreira da Silva, determinando o arquivamento dos presentes autos,
na forma do artigo 67, § 3º do Regimento Interno Processual deste Tribunal (RIPTM).
Não sem antes oficiar a Delegacia Fluvial de Guaíra acerca da infração
cometida pelo proprietário da embarcação, o Sr. Rosave Ferreira da Silva, disposta no art.
17, III da RLESTA “deixar de marcar no casco o nome da embarcação e o porto de
inscrição” devido o nome no casco da embarcação estar diverso do que consta no
documento da mesma.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: colisão contra banco de areia, durante
navegação no rio Paraná, Porto Camargo, Distrito do município de Icaraíma, PR,
provocando danos à embarcação, naufrágio parcial, sem, no entanto resultar acidentes
pessoais, tampouco registro de poluição ao meio ambiente hídrico; b) quanto à causa
determinante: provável caso fortuito, colisão com banco de areia que se desloca de
4/5
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.158/2017...........................................)
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posição por ação da natureza; c) decisão: não receber a Representação de autoria da D.
Procuradoria Especial da Marinha - PEM (fls. 65 a 68) contra Rosave Ferreira da Silva,
por não haver nos autos indícios suficientemente fortes a sustentar as acusações que lhe
são imputadas. E, considerando o acidente da navegação, previsto no artigo 14, alínea
“a”, da Lei nº 2.180/54 e suas consequências, como decorrente de provável caso fortuito
e sejam arquivados os presentes autos, na forma do art. 67, § 3º do Regimento Interno
Processual deste Tribunal (RIPTM); e d) medidas preventivas e de segurança: oficiar a
Delegacia Fluvial de Guaíra acerca da infração cometida pelo proprietário da
embarcação, o Sr. Rosave Ferreira da Silva, disposta no art. 17, III da RLESTA “deixar
de marcar no casco o nome da embarcação e o porto de inscrição” devido o nome no
casco da embarcação estar diverso do que consta no documento da mesma.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 13 de agosto de 2019.
5/5
TRIBUNAL MARÍTIMO
JN/NCF PROCESSO Nº 32.332/18
ACÓRDÃO
2/4
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 32.332/2018........................................)
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Por determinação do Juiz Relator, foi publicada nota para arquivamento no
dia 13 de março de 2019, tendo o prazo para manifestação de possíveis interessados
passado in albis no dia 13 de maio de 2019.
É o relatório.
Decide-se:
A PEM acusou o Representado de ser imprudente e negligente por ter
descumprido as boas práticas operacionais necessárias para garantir a segurança da
navegação e evitar que a embarcação estivesse envolvida nesse tipo de fato por
deficiência de amarração e, agindo assim, teria exposto a perigo a segurança dos que
navegam na região.
O dispositivo flutuante que trata os autos é um tablado de aproximadamente
2m de comprimento por 2m de largura, montado sobre alguns tonéis, que, segundo
apurou o IAFN, seria utilizado para dar apoio à atividade de pesca do representado, seu
proprietário. Trata-se de um aparato flutuante dispensado de inscrição, por força do que
dispõe o item 0205, “e”, 1, da NORMAM 02/DPC e que ficava amarrado nas
proximidades da casa da chácara do representado. Tão logo se soltou já começaram o
trabalho para resgatá-la e, por suas dimensões diminutas, o fato de descer o rio sem
controle não causaria risco grave à navegação.
Não se apurou com a devida precisão, ademais, por que motivo se soltou de
sua amarração, uma vez que as duas testemunhas ouvidas disseram que era fixada à
margem por cabos de aço. A equipe da Capitania Fluvial teria flagrado os responsáveis
pelo flutuante justamente no momento em que tentavam resgatá-lo, auxiliaram no resgate
e na amarração do flutuante à margem, mas não disseram como o aparato se soltou. Ao
pedir apoio para uma lancha que passava próximo, no caso a lancha da Capitania, quando
faziam o resgate do flutuante, evidencia que o representado estava atento e vigilante e
partiu em resgate do flutuante tão logo esse se soltou.
Desse modo, uma vez que a causa determinante para que o pequeno aparato
flutuante se soltasse da margem não foi devidamente apurada, somado ao fato de que tão
logo se soltou começou o trabalho para seu resgate, o que demonstra que não procede a
acusação de que não estivesse vigilante e, ademais, pelo fato de ser um aparato flutuante
de dimensões ínfimas, o que retira qualquer concretude na alegação de que ao descer o
3/4
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 32.332/2018........................................)
===============================================================
rio o pequeno flutuante estaria causando riscos para a navegação, a representação não
deve ser recebida e os autos devem ser arquivados de plano.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do fato da navegação: incidente envolvendo um pequeno aparato
flutuante, que se soltou da amarra e desceu o rio à deriva por alguns instantes, sem causar
risco à navegação ou qualquer dano; b) quanto à causa determinante: não apurada com a
devida precisão; e c) decisão: não receber a representação e mandar arquivar os autos,
pois não se apurou a causa de o flutuante ter se soltado da amarra e, ademais, a rapidez
com que foi resgatado somado às diminutas dimensões do aparato não permitem que se
fale em risco à navegação.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 03 de setembro de 2019.
4/4
TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/FAL PROCESSO Nº 32.669/18
ACÓRDÃO
3/3
TRIBUNAL MARÍTIMO
JN/NCF PROCESSO Nº 32.676/18
ACÓRDÃO
3/3
TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/MCP PROCESSO Nº 32.708/18
ACÓRDÃO
4/4
TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/MCP PROCESSO Nº 32.728/18
ACÓRDÃO
3/3
TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/FAL PROCESSO Nº 32.743/18
ACÓRDÃO
3/3
TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/MCP PROCESSO Nº 32.744/18
ACÓRDÃO
3/3
TRIBUNAL MARÍTIMO
TT/NCF PROCESSO Nº 32.758/18
ACÓRDÃO
3/3
TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/MCP PROCESSO Nº 32.784/18
ACÓRDÃO
1/3
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.784/2018...........................................)
===============================================================
relação à tripulação dos meios envolvidos, bem como, não se pode imputar culpa ao
condutor do ônibus, visto seu desconhecimento com relação a necessidade de acionar a
suspensão pneumática para embarcar na balsa.
E encerrou a perícia apontando a causa determinante do fato da navegação
em lide, como falha no sistema de suspensão do ônibus que não funcionou na hora do
embarque na balsa, caracterizando-se como caso fortuito.
O Encarregado do IAFN, em relatório (fls. 39 a 43) após descrever as
diligências realizadas, características do navio, analisar e transcrever resultado da perícia,
depoimentos sequência e consequências do acidente, em análise e em consonância de
entendimento com os Peritos, concluiu que o fato da navegação foi um fato atípico, não
havendo registro de fato semelhante envolvendo os meios e em virtude do presente fato
ter sido causado por motivos alheios à vontade humana, de caráter excepcional, ligado a
uma falha material fica caracterizado como caso fortuito.
Após análise dos autos, a D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM, em
manifestação (fls. 50 a 52), requereu o Arquivamento dos presentes autos, sustentando
que analisado os autos, verifica-se que o fato da navegação decorreu de caso fortuito
visto que não resultou de comportamento culposo, mas de um acontecimento possível, de
efeito imprevisível e inevitável.
Publicada nota para Arquivamento. Prazos preclusos, sem manifestações de
possíveis interessados.
Isto posto, decidimos.
Por todo o exposto, deve-se concordar com a promoção da D. Procuradoria
Especial da Marinha (fls. 50 a 52) e mandar arquivar os presentes autos, equiparando o
fato da navegação em apreço, tipificado no artigo 15, alínea “e”, da Lei nº 2.180/54,
materializado como falha no sistema de suspensão do ônibus de turismo ao tentar
embarcar para efetuar a travessia da Lagoa de Santo Antonio dos Anjos sentido Passagem
da Barra, enganchou a parte inferior da proteção do motor na rampa da balsa. Sem
registro de acidentes pessoais e tampouco poluição ao meio ambiente hídrico, equiparado
àqueles nefandos eventos de natureza fortuita.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: ônibus de turismo ao tentar embarcar para
2/3
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.784/2018...........................................)
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efetuar a travessia da Lagoa de Santo Antonio dos Anjos sentido Passagem da Barra,
enganchou a parte inferior da proteção do motor na rampa da balsa. Sem registro de
acidentes pessoais e tampouco poluição ao meio ambiente hídrico; b) quanto à causa
determinante: falha no sistema de suspensão do ônibus; e c) decisão: julgar o fato da
navegação, previsto no artigo 15, alínea “e”, da Lei nº 2.180/54, como caso fortuito e
mandar arquivar os autos como requerido pela D. Procuradoria Especial da Marinha -
PEM (fls. 50-52).
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 1º de outubro de 2019.
3/3
TRIBUNAL MARÍTIMO
JN/NC PROCESSO Nº 32.793/18
ACÓRDÃO
Embarcação sem nome. Naufrágio com vítima fatal. Causa determinante não
apurada, sem identificação de possíveis culpados. Arquivamento.
1/2
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 32.793/2018......................................................)
=====================================================================
Os autos do inquérito foram remetidos ao Tribunal Marítimo, que o
encaminhou à PEM, que depois de resumir os fatos narrados no inquérito pede o
arquivamento do processo, eis que a causa determinante do emborcamento da
embarcação sem nome culminou no óbito do Sr. Ronaldo Aparecido da Silva, não restou
devidamente apurada.
Publicada nota de arquivamento em 22 de fevereiro de 2019, o prazo para
manifestações de possíveis interessados transcorreu em branco até o dia 23 de abril de
2019, conforme certificado à fl. 57.
Assiste razão a PEM e os autos devem ser arquivados. Não foi possível
apurar a causa do emborcamento da embarcação sem nome, o que levou o óbito do Sr.
Ronaldo Aparecido da Silva, configurando o naufrágio como causa determinante
indeterminada, não se podendo apontar responsáveis.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: naufrágio de uma embarcação sem nome
ocasionando o óbito de um de seus ocupantes; b) quanto à causa determinante: não
apurada; e c) decisão: julgar o acidente da navegação previsto no art. 14, alínea “a”, da
Lei nº 2.180/54, como decorrente de causas indeterminadas, mandando arquivar os autos
conforme promoção da PEM.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 15 de outubro de 2019.
2/2
TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/FAL PROCESSO Nº 32.809/18
ACÓRDÃO
1/2
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.809/2018............................................)
===============================================================
Pericial.
No Relatório, fls. 36 a 38, o Encarregado do IAFN, depois de resumir os
depoimentos e o Laudo de Exame Pericial, acompanhando os Peritos, não apontou
possível responsável, por considerar que ocorreu um caso fortuito.
A Douta Procuradoria, fls. 48 e 49, em uniformidade de entendimento com o
Encarregado do IAFN, requereu o arquivamento dos presentes autos, por considerar que
o incêndio no flutuante “GLÓRIA DE DEUS” decorreu de caso fortuito.
Foi publicada Nota para Arquivamento, tendo decorrido o prazo legal sem
que possíveis interessados se manifestassem.
Por todo o exposto, deve-se concordar com a promoção da Douta
Procuradoria Especial da Marinha e mandar arquivar os presentes autos.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: incêndio no flutuante “GLÓRIA DE
DEUS”, no Lago de Tefé, Tefé, AM, com danos materiais, mas sem registro de danos
pessoais ou ambientais; b) quanto à causa determinante: queda de um raio; e c) decisão:
julgar o acidente da navegação, tipificado no art. 14, letra “a” (incêndio), da Lei nº
2.180/54, como decorrente de caso fortuito, mandando arquivar os presentes autos,
conforme promoção da Douta Procuradoria Especial da Marinha, de fls. 48 e 49.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 12 de setembro de 2019.
1/4
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.851/2018...........................................)
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falhas na propulsão, perdendo forças em alguns momentos.
No dia 02 de outubro uma balsa ferry boat denominada “CAIDUEUS” que
passava no local ofereceu auxílio e por volta das 12h do dia 03 de outubro a balsa
“CAIDUEUS” iniciou o reboque do comboio, que chegou ao estaleiro Tenorio,
localizado na margem esquerda do Igarapé da Fortaleza, município de Macapá, AP, por
volta das 16h.
Os Peritos, em Laudo de Exame Pericial, (fls. 48 a 57), atestaram que
segundo apurado, na hora do acidente o rio Amazonas estava agitado, com a presença de
ondas fortes que batiam com força no costado e que em decorrência do “encalhe” e
dessas fortes ondas, um calafeto das obras vivas na altura da popa “pulou” e o rebocador
começou a fazer água sendo utilizada duas bombas de esgoto, contudo não conseguiram
conter o volume de água que ingressava a bordo através do porão e chegou a alcançar a
altura do convés principal, que em decorrência desse alagamento o motor do rebocador
ficou prejudicado impossibilitando de realizar qualquer movimento para tentar livrar a
embarcação do encalhe, uma vez que a balsa não chegou a encalhar ou a sofrer qualquer
tipo de avaria.
A documentação da balsa “SANTO ANTONIO VI” ainda se encontrava em
nome do antigo proprietário, mas segundo informação do Sr. Roberto Lopes Dantas, a
embarcação era de sua propriedade e estava em processo de transferência, que o processo
estava aos cuidados de um despachante e ainda não tinha sido protocolada junto a
Capitania.
E concluíram que o encalhe ocorreu por causa fortuita, levando em
consideração que o motor estava em teste após reparo e começou a apresentar falhas na
propulsão, perdendo a força em alguns momentos e considerando que historicamente, nos
meses de setembro a dezembro, as condições de navegabilidade do rio Amazonas em
especial na Bacia do Macapá e adjacências são influenciadas por fortes ventos.
No relatório (fls. 58 a 68), o encarregado do inquérito após descrever,
características da embarcação, analisar e transcrever resultado da pericia, resumir os
depoimentos, sequência e consequências do fato, concluiu que o fator material contribuiu
para o acidente uma vez que o motor do rebocador começou a apresentar falhas e acabou
contribuindo para o encalhe.
E em uniformidade de entendimento com os peritos conclui que a causa
2/4
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.851/2018...........................................)
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determinante para que ocorresse o encalhe foi por causa fortuita, levando em
consideração que o Motor estava em teste após reparo e começou a apresentar falhas na
propulsão, perdendo a força em alguns momentos e considerando que historicamente, nos
meses de setembro a dezembro, as condições de navegabilidade do rio Amazonas em
especial na Bacia do Macapá e adjacências são influenciadas por fortes ventos.
Após análise dos autos, a D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM, em
manifestação (fls. 75 a 77), requereu o arquivamento dos presentes autos, sustentando
“que o encalhe da embarcação “COMANDANTE DEDE” ocorreu por uma causa
fortuita, resultado de fator inevitável e irresistível.
Publicada nota para Arquivamento. Prazos preclusos, sem manifestações de
possíveis interessados.
Decide-se.
De tudo o que consta nos presentes autos, deve-se acolher o pedido da D.
Procuradoria Especial da Marinha - PEM em sua promoção de fls. 75 a 77,
determinando-se o arquivamento dos presentes autos eis que as provas trazidas à colação
dão conta de demonstrar que, o acidente da navegação sob análise, tipificado no art. 14,
alínea “a”, da Lei nº 2.180/54 e suas consequências teve como causa determinante o
motor que estava em teste após reparo e começou a apresentar falhas na propulsão,
perdendo a força em alguns momentos e considerando que historicamente, nos meses de
setembro a dezembro, as condições de navegabilidade do rio Amazonas em especial na
Bacia do Macapá e adjacências são influenciadas por fortes ventos caracterizando assim
um evento resultado de fortuna do Mar.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: encalhe no rio Amazonas nas
proximidades da “Ilha dos Chagas” - PA, sem, no entanto provocar acidentes pessoais,
tampouco poluição ao meio ambiente hídrico; b) quanto à causa determinante: o motor
que estava em teste após reparo e começou a apresentar falhas na propulsão, perdendo a
força em alguns momentos e considerando que historicamente, nos meses de setembro a
dezembro, as condições de navegabilidade do rio Amazonas em especial na Bacia do
Macapá e adjacências são influenciadas por fortes ventos; e c) decisão: mandar arquivar
os presentes autos como requerido pela D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM em
3/4
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.851/2018...........................................)
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sua promoção de fls. 75-77, considerando o acidente da navegação, previsto no artigo 14,
alínea “a”, da Lei nº 2.180/54 como decorrente de Fortuna do Mar.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 24 de setembro de 2019.
4/4
TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/FAL PROCESSO Nº 32.854/18
ACÓRDÃO
1/2
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.854/2018...........................................)
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A Douta Procuradoria, fls. 87 e 88, depois de resumir as conclusões do IAFN e
outros pontos apurados nos autos, requereu o seu arquivamento por considerar que houve
comportamento culposo da própria vítima não fatal, a passageira Rosangela Nascimento de
Melo, infortúnio da própria vítima.
Foi publicada Nota para Arquivamento, tendo decorrido o prazo legal sem que
possíveis interessados se manifestassem.
Por todo o exposto, deve-se concordar com a manifestação da Douta Procuradoria
Especial da Marinha no sentido de mandar arquivar os presentes autos, tendo em vista as
circunstâncias apresentadas nos autos.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à natureza
e extensão do fato da navegação: queda na água da passageira Rosangela Nascimento de Melo,
que sofreu escoriações nas pernas, vítima não fatal, quando tentava embarcar na L/M “GLÓRIA
MAR II”, que se encontrava atracada no trapiche flutuante Vila de Glória, São Francisco do Sul,
SC, sem registro de danos materiais ou ambientais; b) quanto à causa determinante: provável
infortúnio da própria vítima; c) decisão: julgar o fato da navegação, tipificado no art. 15, letra
“e” (exposição a risco), da Lei nº 2.180/54, como decorrente de caso fortuito, mandando arquivar
os presentes autos, conforme promoção da Douta Procuradoria Especial da Marinha, de fls. 87 e
88.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 10 de setembro de 2019.
2/2
TRIBUNAL MARÍTIMO
AR/FAL PROCESSO Nº 32.912/18
ACÓRDÃO
1/2
(Continuação do Acórdão referente ao Processo n° 32.912/2018............................................)
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possível apurar com precisão a causa determinante do incêndio, deixando de apontar possível
responsável.
A Douta Procuradoria, fls. 74 e 75, em uniformidade de entendimento com o
Encarregado do IAFN, requereu o arquivamento dos presentes autos, por considerar que a causa
determinante do incêndio não restou devidamente apurada.
Foi publicada Nota para Arquivamento, tendo decorrido o prazo legal sem que
possíveis interessados se manifestassem.
Por todo o exposto, deve-se concordar com a promoção da Douta Procuradoria
Especial da Marinha e mandar arquivar os presentes autos.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à natureza
e extensão do acidente da navegação: incêndio no catamarã “INFINITI”, nas proximidades da
Praia do Sangava, Guarujá, SP, resultando em sua perda total, mas sem registro de danos
pessoais ou ao meio ambiente hídrico; b) quanto à causa determinante: não apurada; e c) decisão:
julgar o acidente da navegação, tipificado no art. 14, letra “a” (incêndio), da Lei nº 2.180/54,
como equiparado aos casos cujas circunstâncias determinantes não puderam ser apuradas com a
necessária precisão, mandando arquivar os presentes autos, conforme promoção da Douta
Procuradoria Especial da Marinha, de fls.74 e 75.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 10 de setembro de 2019.
2/2
TRIBUNAL MARÍTIMO
TH/SBM PROCESSO Nº 33.014/18
ACÓRDÃO
2/2
TRIBUNAL MARÍTIMO
TH/SBM PROCESSO Nº 33.026/18
ACÓRDÃO
1/3
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 33.026/2018........................................)
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dos acidentes e fatos, contudo há indícios de ter havido algum vazamento de combustível
nas proximidades da praça de máquinas.
Dos depoimentos colhidos, em síntese, extrai-se que Marcelo Pinheiro
Nogueira declarou (fls. 63 a 65) que é o proprietário da Lancha e a conduzia no momento
dos acidentes; que os passageiros são seus familiares; que efetuou o abastecimento de 30
litros de combustível por tanque no dia 28/04/2018, por meio de bombonas; que não
percebeu a ocorrência de vazamentos; que não percebeu a ocorrência de fogo ou fumaça
antes da explosão; que a explosão ocorreu após acionar o motor de bombordo que
desligou após suspender; que navegou 150 a 200 metros quando acionou o motor de
bombordo, percebendo uma explosão contida e, segundos depois, uma grande explosão
com fogo nas proximidades da praça de máquinas, entre os motores e o tanque de
combustível; que realizou a manutenção periódica; que adquiriu a Lancha revisada a
menos de um ano; e que já foi proprietário de várias lanchas.
No Relatório de IAFN, fls. 107 a 119, o Encarregado concluiu que não foi
possível determinar se os fatores material e operacional contribuíram para os acidentes e
fatos.
Não apontou possíveis responsáveis pelos acidentes e fatos da navegação.
A Douta Procuradoria Especial da Marinha, após análise dos Autos, concluiu
que as causas dos acidentes não foram apuradas devido à destruição da Lancha. Assim,
opina pelo arquivamento dos Autos (fls. 125 a 128).
Publicada Nota para Arquivamento em 02/07/2019. Prazos preclusos sem
manifestações de terceiros interessados, conforme a certidão à fl. 131.
Constatou-se, ainda, que o proprietário de fato não formalizou a transferência
da propriedade na Capitania dos Portos. Embora tal fato não guarde relação de
causalidade com os acidentes e fatos da navegação, configura infração ao art. 16, inciso I,
do RLESTA, que deve ser oficiada ao agente da Autoridade Marítima.
Diante dos elementos trazidos aos Autos, constata-se que a causa
determinante dos acidentes e fatos não foi apurada com a devida precisão, portanto é de
se deferir o requerido pela PEM e mandar arquivar os Autos.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão dos acidentes e fatos da navegação: explosão da L/M “GIPSY
2/3
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 33.026/2018........................................)
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KING”, seguida de incêndio, naufrágio e queimaduras no condutor e em nove
passageiros, quando navegava na foz do rio Macaé, nas proximidades do Iate Clube,
Macaé, RJ, sem registro de danos ambientais; b) quanto à causa determinante: não
apurada com a devida precisão; c) decisão: julgar os acidentes e fatos da navegação,
capitulados no art. 14, alínea “a”, e art. 15, alínea “e”, da Lei nº 2.180/54, como de
origem indeterminada, mandando arquivar os Autos, conforme a promoção da PEM; e d)
medidas preventivas e de segurança: oficiar à Delegacia da Capitania dos Portos em
Macaé, agente da Autoridade Marítima, a infração ao art. 16, inciso I, do RLESTA,
cometida pelo proprietário de fato, para as providências cabíveis, com fundamento no art.
33, parágrafo único, da Lei nº 9.537/97.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 02 de outubro de 2019.
3/3
TRIBUNAL MARÍTIMO
TH/SBM PROCESSO Nº 33.108/19
ACÓRDÃO
2/2
Assinado de forma digital por COMANDO DA MARINHA
DN: c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF, cn=COMANDO DA MARINHA
Dados: 2019.12.09 10:11:50 -03'00'