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DIREITO CONSTITUCIONAL

Direitos e Deveres Individuais e Coletivos III


Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online

DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS – III

Relembrando!

QUEBRA DE SIGILOS – MINISTÉRIO PÚBLICO

Prevalece a orientação de que o Ministério Público não pode quebrar sigilos,


devendo requerer a providência ao Poder Judiciário.

O MP poderia ter acesso a contas pertencentes a Prefeitura,


independentemente de autorização judicial, até porque, nesse caso, o poder
público seria o titular da conta.

QUEBRA DE SIGILOS – TRIBUNAL DE CONTAS

Embora possua os chamados “poderes implícitos”, os TCs não podem


quebrar sigilos, devendo requerer a providência ao Poder Judiciário.

Atenção!
O caso envolvendo empréstimo do BNDES ao grupo JBS/FRIBOI abriu
precedentes, segundo jurisprudência do STF, para a possibilidade de
requisição de informações pelo TCU. Então, requerer informações para
bancos, da parte do TCU, não configuraria quebra de sigilo bancário.

SIGILO DAS COMUNICAÇÕES TELEFÔNICAS

A Lei 9.296/1996 trata da questão de escutas telefônicas. Dispõe a Lei que


a escuta é permitida por um período de 15 dias, prorrogável por 1 vez, por igual
período (ou seja, até 30 dias). Por outro lado, a jurisprudência admite que haja
renovações sucessivas, mas desde que haja fundamentação e necessidade.
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• Prazo: Lei x jurisprudência – renovações sucessivas? – A jurisprudência


admite que haja renovação do prazo de 30 dias, por quantas vezes for
necessário.
• Crimes: reclusão x detenção – a Lei n. 9.296/1996 dispõe que escutas
telefônicas são admitidas em caso de crime com reclusão. Supondo-se
que haja a prática de dois crimes, um que possa ser punido com reclusão
e outro com detenção, seria possível utilizar-se da escuta telefônica para
ambos os casos. A jurisprudência já considera que, ainda que o crime seja
passível de detenção, apenas, e a lei da escuta preveja a aplicação apenas
em caso de crime passível de reclusão, seria possível fazer a escuta telefô-
nica, uma vez que se trata de crime ainda em fase de investigação.
• Incidência do fenômeno da serendipidade: Serendipidade é o mesmo
que “encontro fortuito de provas”. Nesse caso, pode ser que, numa escuta
telefônica investigando determinado crime, possam ser encontradas evi-
dências para um outro crime.
• Degravação dos diálogos: integral x parcial – a jurisprudência entende que
a degravação deve ser parcial, apenas do que for relevante. No entanto,
determina que a mídia com o áudio integral deve ser entregue à defesa, de
modo que o réu não seja prejudicado por descontextualizações.

INVIOLABILIDADE DE DOMICÍLIO

Art. 5º
XI – a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial;

 Obs.: Abrangência do conceito de casa: qualquer tipo de compartimento habita-


do e qualquer aposento coletivo (hotéis, pensões, pousadas) ou qualquer
outro local privado não aberto ao público onde alguém exerce profissão
ou atividade.
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Existem algumas hipóteses que admitem o ingresso sem consentimento, que


consideram o período de entrada. Há três critérios para determinar o que é dia:
• “Dia” é entre 6h e 18h;
• “Dia” é entre 6h e 20h – CPC;
• “Dia” é o período entre a aurora e o crepúsculo.
Os critérios mais utilizados são o primeiro e o terceiro.

Em regra, a hipótese mais recorrente em provas é a última da tabela acima.


Sobre o ingresso por determinação da autoridade judicial:
• Autoridade judicial e a cláusula de reserva de jurisdição = cabe somente
ao Poder Judiciário. Uma garantia constitucional, no caso, a inviolabilidade
de domicílio (noturna) por determinação da autoridade judicial, não poderia
ser usada como escudo para a prática de crimes.
Logo, o ingresso por determinação de autoridade judicial é, em regra,
proibido, mas há possibilidade de relativização dessa garantia. Em outras
palavras: CF – não pode. Jurisprudência – pode.
• O ingresso desautorizado em domicílio por suspeita de flagrante e a
responsabilização por abuso de autoridade – a jurisprudência entendeu
que, em caso de boa-fé (e não presumida a má-fé), não se responderá nem
penal, nem civil e nem administrativamente. Se comprovada a má-fé, então,
a autoridade em questão responderá penalmente.
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Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de
acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Aragonê.
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