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Avaliação da exposição de operadores de

Erasmo Felipe Vergara1


Jovani Steffani2
teleatendimento a ruído
Samir Nagi Yousri Gerges1
Marcos Pedroso1 Telemarketing operators’ noise exposure
assessment

1
Laboratório de Ruído Industrial Resumo
(LARI), Departamento de Engenha-
ria Mecânica (EMC) da Universi- Existe um crescimento elevado da oferta de produtos e serviços das empresas
dade Federal de Santa Catarina
de teleatendimento. Porém, os operadores usuários de fones de ouvido mos-
(UFSC), Santa Catarina, Brasil.
tram-se afetados pela exposição a ruído, podendo estar sujeitos à perda auditiva
2
Universidade do Oeste de Santa permanente e irreversível devido à exposição acima dos limites permissíveis.
Catarina (UNOESC), Santa Catarina,
Os métodos tradicionais de medição da exposição a ruído não são adequados
Brasil.
quando a fonte sonora é instalada diretamente sobre o sistema auditivo ex-
terno (orelha) através do uso de fones. Neste trabalho, a norma ISO 11904 é
usada para avaliar a exposição a ruído em operadores de teleatendimento, con-
siderando duas técnicas: cabeça artificial padronizada e microfone em ouvido
real. Os resultados obtidos demonstraram que os dois métodos aplicados são
eficientes e efetivos, podendo contribuir na avaliação apropriada da exposição
a ruído em usuários de fones de ouvido de teleatendimento.
Palavras-chaves: exposição ao ruído, teleatendimento, fones de ouvido.

Abstract
There is a fast expansion in the number of products and services offered by
telemarketing companies. However, operators using earphones showed to be
affected and could have been subjected to permanent and irreversible auditory
loss due to exposure above the permitted levels. The traditional methods for
measuring noise exposure have not proved to be efficient when the sound source
(earphones) is placed directly on the external auditory system (ears). In this
study ISO 11904 was used as a standard to evaluate telemarketing operators’
exposure to noise. Two technical approaches were taken into consideration: a
standardized artificial head and a microphone placed at operator’s ear. Final
results demonstrated that both techniques are efficient and effective, and can
contribute to evaluating adequately the earphone users’ exposure to noise in
telemarketing.
Keywords: noise exposure, telemarketing, earphones.

Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, 31 (114): 161-172, 2006 161
Introdução

O avanço técnico-científico, agora glo- de ouvido, ou seja, em que o trabalhador


balizado, tem provocado renovação, trans- tem a principal fonte de ruído diretamente
formação e o surgimento de novos meios e sobre o seu sistema auditivo, como é o caso
métodos de industrialização e comerciali- dos operadores de teleatendimento.
zação de produtos e prestação de serviços.
Em decorrência deste avanço, têm despon- A legislação brasileira, mais precisa-
tado várias formas de atingir os consumi- mente a NR-15, que trata das Atividades e
dores, sendo uma delas a denominada Operações Insalubres, recomenda que os
genericamente de Telemarketing ou Telea- níveis de ruído contínuo ou intermitente
tendimento, através de centrais de atendi- devem ser medidos em decibéis (dB) com
mento (call centers). instrumento de nível de pressão sonora
operando no circuito de compensação “A”
As centrais de atendimento são am- e circuito de resposta lenta, devendo as
bientes de trabalho nos quais a principal leituras serem feitas próximas ao ouvido
atividade é conduzida via telefone, utili- do trabalhador, ou seja, a técnica sugerida
zando-se simultaneamente terminais de destina-se à medição de ruídos que se pro-
computador. O termo inclui tanto partes pagam em campo aberto, no ambiente em
de empresas dedicadas a essa atividade em geral onde se encontra exposto o trabalha-
centrais internas de atendimento, quanto dor. Porém, no caso de postos de trabalho
empresas especificamente voltadas para onde a fonte de ruído encontra-se direta-
essa atividade. Nestes locais de trabalho mente sobre o sistema auditivo do traba-
está presente um dos problemas da relação lhador, como é o caso dos operadores de te-
homem-trabalho muito conhecido – o ruído leatendimento, as normas não contemplam
e seus efeitos lesivos no homem. A forma uma metodologia adequada para a medição
de exposição a ruído, produzida e perce-
do ruído, o que inviabiliza a mensuração
bida através de fones de ouvido acoplados
exata da exposição ocupacional a ruído
diretamente sobre o sistema auditivo, tem
nestes trabalhadores.
mostrado a necessidade de adequação das
técnicas e métodos para a sua medição e Segundo a NR-17, os níveis de ruído a
controle diferentes das desenvolvidas até que estão expostos os operadores de telea-
então. tendimento (usuários de fones de ouvido)
devem estar de acordo com o estabelecido
O teleatendimento expandiu-se de ma-
na NBR 10152 (ABNT, 1987), respeitando
neira rápida, empregando nos últimos anos
um nível de pressão sonora de até 65 dB(A)
mais de 500 mil pessoas em nosso país,
transformando-se no maior empregador na e a curva de avaliação de ruído (NC) de va-
área de serviços. A Associação Brasileira de lor não superior a 60 dB. Assim, é possível
Telemarketing estima que exista uma de- observar que não há uma metodologia ade-
manda relacionada a quadros diversos de quada para medir a exposição a ruído, no
adoecimento e fadigas mental e física entre caso dos operadores de teleatendimento,
trabalhadores de teleatendimento ligados que permita avaliar os riscos provocados
a patologias osteomusculares, distúrbios por esse agente e propor recomendações de
mentais diversos e alterações do aparelho modificações do posto de trabalho ou reco-
de fonação. mendar ações preventivas ou de proteção
individual e coletiva.
Na Norma Regulamentadora 17, que
trata da Ergonomia, há recomendações so- A medição dos níveis de ruído em usu-
bre as condições ambientais de trabalho ários de fones de ouvido pode ser efetuada
quanto aos níveis mínimos e máximos de através da norma internacional ISO 11904-
exposição permitidos aos diferentes fatores 1 (2002), utilizando um microfone em ou-
que compõem o conforto ambiental, tais vido real, e mediante a ISO 11904-2 (2004),
como temperatura, ruído e luminosidade. usando um manequim. Neste trabalho, es-
Quanto ao ruído, não é observada, nessa sas normas são aplicadas para determinar
norma nem em qualquer outra NR ou lite- os níveis de exposição de operadores de
ratura nacional relacionada à medição de teleatendimento a ruído com a intenção
níveis de ruído, a descrição de uma me- de proporcionar uma correta avaliação do
todologia que atenda às especificações da ruído ocupacional a que estão expostos os
medição da exposição a ruído durante as operadores de teleatendimento para sua
atividades em que o trabalhador usa fones efetiva proteção.

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Exposição de operadores de teleatendimento a ruído

O ruído ambiente tem influência no giri (1996), com trabalhadores de manuten-


comportamento do operador de telefonia ção de cabos de telefonia e pessoal de terra
ou de teleatendimento em especial quan- de aeroportos, os resultados mostraram
do o receptor está equipado com fones de que esse tipo de risco está presente.
ouvido. Usualmente, essa exposição de
Diferentes autores têm dado ênfase aos
ruído pode variar entre indivíduos devido
efeitos indesejáveis provocados pelo ruído
a variações no tamanho e forma da orelha
em telefonistas e às condições de trabalho,
externa. Da mesma forma, o receptor tele-
que geralmente são avaliados através de fa-
fônico (fone de ouvido) exibirá diferente
tores envolvidos no processo de trabalho:
sensação auditiva quando usado por dife-
demanda de tarefas, ruído e temperatura
rentes indivíduos. Essas diferenças acústi-
do ambiente e presença de ondas eletro-
cas entre uma e outra orelha e as diferen-
magnéticas. No entanto, a carga neuros-
ças na susceptibilidade individual ao ruído
sensorial, os fatores ergonômicos e a dose
indutor de perda auditiva são ignorados
de ruído individual também devem ser
na legislação a respeito do ruído ocupa-
considerados na avaliação de risco do tra-
cional, que apenas estabelece limites no
balho, segundo observado por Ivanovich et
nível equivalente de ruído em campo livre
al. (1994).
(DARLINGTON, 2003).
Um mesmo tipo de fone de ouvido usa-
As autoridades relacionadas ao traba-
do por diferentes pessoas pode produzir
lho, as uniões, as organizações voluntárias,
níveis de pressão sonora significativamen-
os sindicatos, os empregados, os emprega-
te diferentes em cada um dos ouvintes, de-
dores, enfim, a sociedade tem expressado
pendendo da geometria individual, da im-
sua preocupação quanto aos novos riscos
pedância acústica do ouvido, do modelo do
à saúde e à segurança que a indústria das
fone e do posicionamento deste no ouvido,
centrais de atendimento em desenvolvi-
de acordo com Gierlich (2002).
mento gera, conforme afirma Patel e Brou-
ghton (2002). Assim, Peretti et al. (2003) Mori (1985) examinou a audição de 175
denunciam a escassez de estudos e pu- estivadores que não apresentaram proble-
blicações sobre exposição ocupacional de mas relacionados ao sistema auditivo ou
indivíduos submetidos ao ruído produzido história de perdas auditivas na família.
por equipamentos de comunicação. Para os Deste grupo, 69% eram ouvintes de grava-
autores, essa falta de informações se deve, ções, sendo que, destes, 43% utilizavam
provavelmente, a dificuldades em relação a fones de ouvido. O autor observou que os
equipamentos e a metodologias para a me- usuários de fones de ouvido apresentaram
dição e determinação dos níveis de ruído. mais perdas auditivas permanentes do que
Hughes et al. (1986) apontaram a necessi- os não usuários nas freqüências de 4kHz e
dade de obtenção de maiores informações 6 kHz. Em um estudo conduzido por Ivano-
a respeito dos riscos relacionados ao uso vich et al. (1994), 260 operadoras de telefo-
freqüente e por longo tempo de fones de nia usuárias de fones de ouvido foram mo-
ouvido por usuários de toca-fitas portátil nitoradas. O ruído captado pelo microfone
com níveis sonoros altos. do ouvido artificial registrou níveis entre
78,4 dB(A) e 86,6 dB(A) e picos de níveis
A seguir, destacam-se algumas pes-
de pressão sonora de 90 dB(A) a 96 dB(A).
quisas desenvolvidas na área de teleaten-
Stephen et al. (1995) realizaram um estu-
dimento, com os devidos resultados da
do com 37 operadores de teleatendimento
exposição a ruído a que os trabalhadores
usuários de fones de ouvido, utilizando, no
estão submetidos. Alguns estudos e expe-
ouvido real, para avaliar a exposição a ruí-
rimentos com operadores de telefonia não
do, um minimicrofone colocado na entrada
têm apresentado dados uniformes, sendo
do canal auditivo de cada um dos indivídu-
excluídos os riscos à audição associados
os. Os resultados evidenciaram que o nível
à exposição de ruído ocupacional, segun-
sonoro encontrava-se numa faixa de 79,9
do os relatos de Glorig et al. (1969) e de
dB(A) a 103,8 dB(A), cuja média foi de 87
Alexander et al. (1979). Porém, nos estudos
dB(A). Os picos máximos apresentaram-se
realizados por Stephen et al. (1995) em in-
na faixa entre 119,2 dB(A) e 148,8 dB(A),
divíduos que usavam continuamente fones
cuja média foi de 140,8 dB(A).
de ouvido, bem como nos estudos realiza-
dos por Ianniello (1996), com operadores Patel e Broughton (2002) realizaram um
de telefones, e por Dajani, Kunov e Sesha- estudo que consistiu em 15 visitas a dife-

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rentes centrais de teleatendimento, com Um adequado controle da exposição a
150 usuários de fones de ouvidos de am- ruído demanda uma abordagem holística,
bos os sexos. Os níveis sonoros produzidos considerando não somente os fones e a
pelos fones de ouvido foram obtidos atra- infra-estrutura dos aparelhos de telefonia,
vés de um manequim equipado com um si- mas também o design dos prédios, o layout
mulador de ouvido e um molde de orelha. dos postos de trabalho, as modificações do
Os níveis de ruído encontram-se entre 65 trabalho e a manutenção dos equipamen-
dB(A) a 88 dB(A), com média de 77 dB(A) tos, como mostra Bayley (2003). As reco-
e desvio padrão de 5 dB(A). Gierlich (2002) mendações da legislação para a redução da
testou 6 diferentes fones de ouvido em 12 exposição a ruído não podem ser garantidas
indivíduos distintos. Os níveis de pressão somente a partir da escolha de um equipa-
sonora medidos variaram numa faixa de ± mento com limitador acústico. Dependem,
10 dB(A) em todas as faixas de freqüência. ainda, da regulagem de volume, da dura-
Os resultados das medições confirmaram ção da exposição diária, da freqüência e
que o uso da tecnologia da cabeça artificial da duração das chamadas telefônicas, da
com um simulador de ouvido e com um manutenção adequada dos equipamentos e
molde de orelha externa padrão propor- de testes rápidos diários ou semanais para
cionou resultados mais realísticos quando checagem do funcionamento do sistema,
comparados com os dados da média das do correto uso e colocação dos fones, entre
características das orelhas humanas. outros.

Determinação do nível de pressão sonora no canal auditivo

De acordo com a norma ISO 11904-1, contínuo equivalente ponderado A, rela-


técnica que utiliza um minimicrofone em cionado ao campo difuso LDF, Aeq.
ouvido real, o nível de pressão sonora no
Com o indivíduo exposto ao ruído sob
canal auditivo pode ser medido através da
teste e com o minimicrofone devidamente
utilização de um microfone miniaturizado, posicionado, o nível de pressão sonora na
que é colocado na entrada do canal auditi- orelha pode ser obtido para cada uma das
vo. As respostas dos minimicrofones utili- freqüências em bandas de terço de oitava.
zados devem estar desprovidas de pronun- De acordo com a respectiva norma ISO, a
ciados efeitos de ressonância. O microfone, faixa de freqüência de maior significância
os elementos elétricos, suportes e outros para os objetivos do teste e uma relação
elementos não devem exceder a área de 10 sinal-ruído de ao menos 10 dB devem ser
mm2 da área total da concha do ouvido. A garantidos em cada faixa de freqüência
norma ISO/DIS 11904 determina que os em bandas de terço de oitava. O tempo
sinais devem ser analisados com filtros de de medição deve ser escolhido de modo a
terço de oitava, conforme requisições para ser representativo da exposição real. Para
classe I da IEC 61260. bandas de freqüência de terço de oitava, as
freqüências da banda central f e o tempo de
No caso da técnica usando manequim, medição t devem apresentar um intervalo
os níveis de pressão sonora são obtidos de tempo representativo da exposição.
através da exposição do manequim equipa-
Para obter os níveis de pressão sonora
do com simulador de ouvido ao ruído sob em banda de terço de oitava relacionados
teste e são medidos em bandas de terço de em campo difuso LDF, f, é necessário sub-
oitava através de LM, exp, f. trair do nível de pressão sonora do canal
Cada um dos níveis das bandas de ter- auditivo (Lear,exp,f para ouvido real e LM,exp,f
ço de oitava é ajustado com a resposta em para o manequim) a resposta em freqüên-
freqüência de campo difuso (∆LDF, f para cias de campo difuso (∆LDF, f para ouvido
ouvido real e DLDF, f para o manequim) real e DLDF, f para o manequim):
para obter os níveis de pressão sonora cor- i) Técnica em ouvido real
respondentes, apresentados em bandas de
terço de oitava em campo difuso. Poste- LDF, f = Lear, exp, f – ∆L DF, f (1)
riormente, esses níveis em bandas de terço
de oitava são ajustados usando a curva de ii) Técnica com manequim
ponderação A e subseqüentemente combi-
nados para obter o nível de pressão sonora LDF, f = LM, exp, f – ∆L DF, f (2)

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Tabela 1 Correção dos níveis de pressão sonora para obtenção da resposta em fre-
qüência de campo difuso para posições selecionadas de medição no canal
auditivo (técnica ouvido real)

Freqüência (Hz) Resposta em freqüência de campo difuso, LDF, f (dB)


100 0,0
125 0,2
160 0,4
200 0,6
250 0,8
315 1,1
400 1,5
500 1,7
630 2,1
800 2,5
1.000 2,9
1.250 3,6
1.600 4,7
2.000 6,4
2.500 8,2
3.150 5,8
4.000 3,0
5.000 5,1
6.300 6,9
8.000 5,6
10.000 -0,9
Fonte: ISO/DIS 11904-1, 2000. p. 8.

Tabela 2 Correção dos níveis de pressão sonora para obtenção da resposta em freqüên-
cia de campo difuso na técnica utilizando manequim
Freqüência Resposta em freqüência de campo Tolerância
(Hz) difuso, DLDF, f (dB) (dB)
100 0,0 ±1,0
125 0,0 ±1,0
160 0,0 ±1,0
200 0,0 ±1,0
250 0,5 ±1,0
315 0,5 ±1,0
400 1,0 ±1,0
500 1,5 ±1,5
630 2,0 ±1,5
800 4,0 ±2,0
1.000 5,0 ±2,0
1.250 6,5 ±1,5
1.600 8,0 ±1,5
2.000 10,5 +2,0 -1,0
2.500 14,0 +2,0 -3,0
3.150 12,0 +6,0 -1,0
4.000 11,5 +5,0 -2,0
5.000 11,0 +5,5 -2,0
6.300 8,0 +2,0 -3,0
8.000 6,5 +5,0 -4,0
10.000 10,5 +0,0 -10,0
Fonte: ITU-T, 1993. p. 58, p. 13.

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Para a técnica em ouvido real, a posição obtida a partir da norma ITU-T P.58:1993,
de colocação do minimicrofone no canal conforme Tabela 2.
auditivo aberto, de acordo com a norma
ISO 11904-1, assim como a respectiva res- Os níveis de pressão sonora contínua
posta em freqüência de campo difuso ∆LDF, equivalente, relacionados ao campo difuso
f, pode ser obtida a partir da Tabela 1. Já que representa a exposição global ao ruído,
segundo a norma ISO 11904-2, a resposta devem ser calculados usando a ponderação
em freqüência de campo difuso na técni- A, definido como Af através da seguinte ex-
ca utilizando o manequim DLDF, f pode ser pressão:

LDF, Aeq = 10.log {∑10f


(L
Df, f f
}dB (A)
+ A )/10

Material e método

Aplicação das técnicas em campo requeridos para as medições necessárias


com o máximo de segurança e garantiram
O presente estudo foi desenvolvido no
também que problemas de saúde não inter-
setor de teleatendimento de uma empresa
firissem nos resultados das medições.
de telefonia de Santa Catarina, cujo núme-
ro total de funcionários é de 1.200 pessoas. No local de avaliação da exposição a
A área construída é de 2.000 m2. O local ruído foram utilizadas as duas técnicas de
é climatizado artificialmente, sendo a ilu- medição descritas na norma ISO 11904:
minação artificial. Os postos de trabalho a técnica em ouvido real e a que utiliza o
têm microcomputador, linha telefônica manequim, a fim de comparar seus resul-
com fone de cabeça com volume regulável, tados. Para a execução das duas técnicas
mesa e cadeira com alturas reguláveis. Os em campo foi utilizada, para a técnica com
operadores de teleatendimento, cuja idade manequim, uma cabeça artificial padroni-
varia de 18 a 43 anos, utilizam fones de ou- zada equipada com um simulador de ouvi-
vido como instrumento de trabalho. do artificial e com um molde de orelha ex-
terna adulta. E para as medições em ouvido
O grupo de avaliação da exposição a
real, foi colocado um minimicrofone junto
ruído foi constituído por 32 operadores de
ao conduto auditivo externo de cada um
teleatendimento, usuários de fones de ou-
dos indivíduos selecionados para a pesqui-
vido, de ambos os sexos. Destes, 16 traba-
sa, conforme exposto abaixo. Além dessas
lham no setor de informações da operado-
duas entradas para captação e análise dos
ra, denominado setor receptivo, sendo oito
sinais, foi adicionado um microfone fixado
indivíduos para cada turno de trabalho
a um tripé para medição simultânea do ruí-
estabelecido. Os outros 16 operadores tra-
do do ambiente.
balham no setor de vendas da operadora,
denominado setor ativo, sendo oito indiví- Técnica do minimicrofone em ouvido
duos para cada turno de trabalho estabe- real
lecido.
A presente técnica consistiu na coloca-
A seleção dos indivíduos que participa- ção de um minimicrofone no meato acústi-
ram da técnica usando minimicrofone em co externo do operador de teleatendimen-
ouvido real foi realizada aleatoriamente. to, usuário de fones de ouvido, conhecida
Assim, os trabalhadores selecionados passa- por MIRE-Technique (Microphones In Real
ram por uma avaliação audiológica e clínica Ears) ou simplesmente técnica usando mi-
através de anamnese clínica dirigida a todos crofone em ouvido real. O minimicrofone
os aspectos da saúde geral do indivíduo, utilizado é da marca DPA, modelo H17546,
como também da saúde auditiva, seguida de com amplificador MPS 6010. Tanto o mi-
otoscopia e audiometria tonal limiar. crofone quanto seus equipamentos de co-
nexão atendem aos requisitos da norma
Permaneceram na amostra os indivíduos
IEC 61672. Para a calibração do mini-mi-
que não apresentaram indícios de quais-
crofone, foi utilizado o calibrador Brüel &
quer alterações no seu sistema auditivo e/
Kjær, modelo 4230, na freqüência de 1 kHz,
ou indícios de alterações de sua saúde em
de acordo com a norma IEC 60942.
geral, segundo avaliação clínica. Esses cui-
dados na seleção da amostra permitiram O minimicrofone foi colocado no con-
que se realizassem todos os procedimentos duto auditivo externo do operador de acor-

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do com os cuidados especializados reque- passa pelo regulador de volume do fone de
ridos pela técnica, sendo realizado por um ouvido.
fonoaudiólogo.
O aparelho telefônico apresenta duas
Com o indivíduo em seu posto real de saídas, para dois fones simultaneamente,
trabalho, foi colocado o minimicrofone na sendo um deles acoplado ao manequim e
posição escolhida para os testes (no exte- o outro ajustado ao operador de teleatendi-
rior da entrada do canal auditivo). O traba- mento, que está portando o minimicrofone.
lhador foi requisitado a regular os contro- O sinal captado pelo minimicrofone e pelo
les de volume do fone de acordo com sua simulador de ouvido do manequim foi re-
predileção e, a partir de então, o mesmo gistrado pelo analisador de sinais em ter-
executou sua função normalmente. mos do nível de pressão sonora em bandas
de freqüência de terço de oitava.
O minimicrofone e o seu respectivo
amplificador foram conectados a um com- A distribuição dos equipamentos uti-
putador portátil equipado com um soft- lizados e instalados nos postos de traba-
ware analisador dinâmico de sinais, que lho para avaliar a exposição ao ruído em
realizou a medição em bandas de terço de usuários de fones de ouvido foi feita como
oitava dos níveis de pressão sonora produ- descrito a seguir.
zidos pelo fone de ouvido durante a situa-
O operador de teleatendimento utili-
ção normal de trabalho.
zou o fone acoplado à sua orelha externa
Técnica da cabeça artificial de manequim junto com o minimicrofone. Já a cabeça
artificial do manequim foi equipada com
A partir dessa técnica de medição dos
o simulador de ouvido, com um fone de
níveis de pressão sonora produzidos por
ouvido com cópia do sinal recebido pelo
fones de ouvido, foi utilizada uma cabeça
artificial de manequim equipada com um fone do operador. O microfone externo
simulador de ouvido. A cabeça artificial de para registro do ruído ambiente foi insta-
manequim foi fabricada de acordo com a lado em um tripé, ao lado do operador.
recomendação da norma ITU-T P.58-1993. O tempo de medição foi determinado
O manequim foi equipado com um molde de modo a ser realmente representativo
de orelha externa adulta, feito em silicone da exposição real. Segundo a norma ISO
para se assemelhar às características da 11904, para bandas de freqüência de terço
orelha humana, e um simulador de ouvido de oitava com freqüências de banda central
marca Brüel & Kjær®, modelo 4157, aco- f, o tempo de medição deverá ser um inter-
plado a um simulador de conduto auditivo valo de tempo representativo da exposição.
externo, marca Brüel & Kjær®, modelo DB Como a faixa de freqüência a ser testada no
2012, com amplificador para o microfone, presente estudo está compreendida entre
marca Brüel & Kjær®, modelo 2804, fabri- 100 Hz e 10 kHz, o maior tempo de me-
cados de acordo com as normas IEC 711- dição necessário para realizar as medições
1981 e ANSI S3.25-1979. na menor freqüência (100 Hz) será de 50
O manequim foi instalado no posto de segundos. Nesta pesquisa foi adotado um
trabalho próximo do operador de teleaten- tempo de 60 segundos para cada medição
dimento, onde recebeu um fone de ouvido a fim de garantir o tempo mínimo exigido
de mesma marca e modelo do operador. Os pela norma. A avaliação da exposição a ruí-
fones, tanto do operador quanto do mane- do foi determinada para cinco medições de
quim, foram conectados à mesma linha te- 60 segundos cada, realizadas no momento
lefônica a fim de garantir que o mesmo si- de maior atividade de trabalho.
nal fosse recebido simultaneamente pelos Após terem sido realizadas as coletas de
dois fones. A partir de então, foi realizada dados em campo, ou seja, após a realização
a medição do ruído produzido pelos fones das medições dos níveis de pressão sono-
através das duas técnicas propostas. ra a que os operadores de teleatendimento
Na Figura 1 é apresentado um esquema estão expostos, através das duas técnicas,
do sistema de avaliação da exposição de cada um dos níveis das bandas de terço de
usuários de fone de ouvido a ruído utili- oitava foram ajustados com a resposta em
zado nos postos de trabalho da central de freqüência para campo difuso (∆LDF,f para
teleatendimento. Nesta figura, o ruído sob ouvido real e DLDF,f para o manequim). Es-
teste, que é o próprio sinal que chega à cen- ses níveis em bandas de terço de oitava
tral de teleatendimento, entra no sistema foram ainda ajustados usando a curva de
através do sistema de telefonia (telefone) e ponderação A e subseqüentemente foram

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combinados para obter o nível de pressão calibrados de acordo com as descrições
sonora contínuo equivalente ponderado A relatadas anteriormente. Após as devidas
relacionado ao campo difuso, LDF,Aeq. conexões, o operador foi orientado a rea-
lizar as regulagens do aparelho receptor da
Para o início das medições, os equipa- maneira usualmente ajustada a um nível
mentos foram instalados e devidamente de volume confortável.

Figura 1 Diagrama do sistema de medição para avaliar a exposição de operadores de teleatendimento


a ruído: técnica em ouvido real e manequim

Resultados

Nas Figuras 2 a 5 são apresentados os Os valores apresentados pelas Figuras


resultados das medições, em termos dos 2 a 5 correspondem aos níveis médios das
níveis globais de exposição a ruído, em cinco medições de cada operador de tele-
dB(A), do setor receptivo do turno 1, do atendimento. Também esses níveis mé-
setor receptivo do turno 2, do setor ativo dios são acompanhados dos valores do
do turno 1 e do setor ativo do turno 2, res- desvio padrão. Na Tabela 3 estão listados
pectivamente. Os indivíduos que fazem
os valores médios e os desvios padrão das
parte da amostra do setor receptivo que
medições da exposição sonora para os 32
trabalham no turno 1, em que o número
de ligações recebidas é menor em relação operadores de teleatendimento, quando
ao turno 2, desenvolvem a atividade co- utilizadas as duas técnicas de avaliação:
nhecida como de informações e auxílio ao ouvido real com minimicrofone e mane-
cliente. Os indivíduos do setor ativo traba- quim com simulador de ouvido.
lham no setor de vendas da operadora de
A média da exposição ao ruído – estima-
teleatendimento e, ao invés de receberem
da a partir da exposição de cada um dos 32
ligações, realizam-nas. Quanto ao número
de ligações realizadas entre os dois turnos operadores de teleatendimento – das medi-
do setor ativo, há praticamente uma equi- ções da técnica em ouvido real apresentou
paração, pois no setor há o estabelecimento um nível de 76,2 dB(A) e um desvio de 4,1
de metas de vendas, o que faz com que os dB(A) e, para a técnica do manequim, foi
operadores trabalhem em ritmos parecidos de 78,5 dB(A) e 4,8 dB(A) de desvio pa-
nos dois turnos. drão, como é mostrado na Tabela 3.

168 Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, 31 (114): 161-172, 2006
Figura 2 Níveis globais de exposição a ruído dos operadores de teleatendimento do setor receptivo do
turno 1

Figura 3 Níveis globais de exposição a ruído dos operadores de teleatendimento do setor receptivo do
turno 2

Figura 4 Níveis globais de exposição a ruído dos operadores de teleatendimento do setor ativo do
turno 1

Figura 5 Níveis globais de exposição a ruído dos operadores de teleatendimento do setor ativo do
turno 2

Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, 31 (114): 161-172, 2006 169
Tabela 3 Valores médios e os desvios padrão das medições da exposição sonora LDF,Aeq
das técnicas com minimicrofone e manequim para os 32 operadores de te-
leatendimento

Exposição a ruído dB(A)


Operador Minimicrofone no ouvido real Manequim com simulador
Média Desvio Média Desvio
1 71,4 4,5 78,6 3,9
2 72,1 3,7 81,4 2,7
3 65,4 4,2 74,5 2,7
4 73,3 3,3 78,8 4,4
5 75,2 3,1 82,6 2,6
6 71,2 4,7 67,3 0,9
7 74,4 4,5 76,2 3,8
8 76,1 7,2 69,3 2,0
9 83,2 6,2 89,5 6,5
10 73,2 2,1 81,6 2,7
11 80,1 5,2 86,4 6,6
12 86,4 2,3 79,8 2,1
13 76,8 0,5 79,0 1,8
14 74,0 1,1 80,8 1,0
15 78,4 2,8 80,2 2,9
16 71,3 6,8 73,5 4,5
17 80,1 4,7 85,2 3,8
18 81,3 6,5 82,3 5,0
19 79,7 1,2 80,8 1,5
20 78,3 5,3 81,6 6,2
21 79,5 2,7 78,7 2,6
22 74,5 5,1 74,3 2,8
23 77,0 5,6 76,8 3,9
24 75,9 3,9 77,9 3,5
25 75,1 3,4 74,5 3,0
26 75,4 2,4 82,5 1,9
27 76,2 1,9 73,9 2,6
28 73,7 3,1 74,1 1,3
29 73,3 3,8 74,6 2,9
30 80,0 1,2 82,7 1,7
31 76,5 1,6 79,5 1,1
32 79,3 2,3 74,1 1,5

Valor Global 76,2 4,1 78,5 4,8

Discussão e conclusões

As técnicas normalizadas da ISO 11904 Os valores médios de exposição a ruído


têm sido aplicadas para a quantificação da medidos nos indivíduos estiveram entre
exposição de operadores de teleatendimen- 66 dB(A) e 90 dB(A), sendo consideradas
to usuários de fones de ouvidos a ruído du- variações significativamente elevadas em
rante o desenvolvimento das atividades no relação ao que estabelece a NBR 10152
posto de trabalho. Foram usados os proce- (ABNT, 1987), norma brasileira registrada
dimentos de um minimicrofone instalado no INMETRO (117.023-6/I2), que determi-
na entrada do ouvido do operador e de um na que seja respeitado, no mínimo, nível de
manequim com simulador de ouvido para ruído de até 65 dB(A) e a curva de avaliação
satisfazer, respectivamente, os critérios e re- de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB
comendações das partes 1 e 2 dessa norma. para operadores de teleatendimento.

170 Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, São Paulo, 31 (114): 161-172, 2006
Quando comparados os resultados obti- podem chegar ao minimicrofone pelas es-
dos nas medições através das duas técnicas truturas anatômicas e também por via aé-
aplicadas em um setor de teleatendimen- rea;
to, foram observadas diferenças entre os
resultados de uma e de outra técnica. Em 4. Quanto ao manequim, por ser de uma
uma medição em campo, o controle pou- estrutura mais sólida e não conter estrutu-
co preciso de muitas e distintas variáveis ras que possam absorver e reduzir vibra-
(temperatura, umidade, fluxo de ar, ruído ções a exemplo da estrutura muscular do
ambiente, posicionamento de equipamen- indivíduo, recebe vibrações das estruturas
tos) permitiram que os resultados finais às quais está apoiado, neste caso da mesa
apresentassem diferenças. Entre os fatores do operador, que contém vibrações geradas
que participam na variação destas diferen- pelo funcionamento do microcomputador,
ças podem-se destacar: pela digitação, por batidas do próprio ope-
1. O manequim permanece estático, rador ou dos colegas sobre a bancada, uma
enquanto que o operador movimenta-se vez que os postos de trabalho são contí-
continuamente durante os atendimentos, o guos, além da vibração estrutural predial.
que gera atritos na roupa que provocam ru-
ídos adicionais que são transmitidos pelas Pode-se notar que a diferença entre os
próprias estruturas anatômicas do indiví- resultados das medições através das duas
duo ao minimicrofone; técnicas aplicadas em campo e dos valores
globais médios não ultrapassa 2,3 dB(A).
2. No operador, há a geração de ruídos
Porém, para alguns casos, essas diferenças
fisiológicos, resultantes da respiração, dos
são maiores que 5 dB(A).
batimentos cardíacos e do peristaltismo
gastrintestinal, que também podem ser Portanto, foi mostrado que os dois
transmitidos através das estruturas anatô- métodos experimentais que determinam
micas para o minimicrofone; a exposição a ruído, para fontes sonoras
3. Os ruídos gerados pela própria fo- próximas ao ouvido em operadores de tele-
nação do operador ao dialogar com o seu atendimento, podem produzir boas estima-
interlocutor durante o atendimento, que tivas de forma eficiente e efetiva.

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