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PLANO / PROGRAMA DE GESTÃO

PLANO DE CONSERVAÇÃO AUDITIVA - PCA


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ÍNDICE DE REVISÕES

N°. Item
Data Descrição da Alteração
Versão Alterado

01 10/02/2022 - Emissão Inicial

ANÁLISE DO CLIENTE

 LIBERADO
 LIBERADO COM COMENTÁRIO
 NÃO LIBERADO

NOME:

ASSINATURA:

DATA:

ELABORAÇÃO VERIFICAÇÃO APROVAÇÃO

Charles Henrique Sgobi Fernando de Andrade Nivaldo A. Quintal


VW MANUTENÇÕES Coordenador de C.Q. Engenheiro Mecânico
CREA/SP 5062661099 Manutenção/Integridade

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OBJETIVO

O objetivo deste programa é assegurar a proteção a todos os colaboradores, contra riscos de


perda auditiva, através da eliminação ou controle das exposições ocupacionais aos ruídos
excessivos, tendo como objetivos específicos:

• Redução da PAIRO (Perda Auditiva Induzida Pelo Ruído Ocupacional) dos expostos a
ambientes ruidosos garantindo sua integridade física;
• Compatibilização do nível de ruído nos ambientes de trabalho, através do esforço técnico e
economicamente viável;
• Informar aos trabalhadores quanto ao risco;
• Obrigatoriedade de audiometria nos exames ocupacionais;
• Realizar estudos epidemiológicos contemplando os aspectos audiométricos assim como os de
dosimetria e/ou avaliações ambientais de ruído, para acompanhar a eficiência/eficácia das
medidas de proteção e/ou redução de ruído colocado em prática.

1. APLICAÇÃO

Este procedimento é aplicável aos contratos da WM Manutenção em serviços de caldeiraria,


manutenções complementares, montagens industrial e reformas.

2. DEFINIÇÕES

• Ruído Contínuo - é definido como um som não desejado que apresenta nível e espectro
aproximadamente constantes, ao qual um empregado é exposto num período de 8 horas por
dia.
• Ruído Intermitente - geralmente considera-se intermitente ou impulsivo o ruído de duração
relativamente curto, de manifestação frequentemente intensa, podendo ocorrer em intervalos
regulares ou esporadicamente ao longo do dia.
• Ruído de Impacto - é definido no anexo 2 da NR-15 como "aquele que apresenta picos de
energia acústica de duração inferior a 1 (um) segundo a intervalos superiores a 1(um)
segundo".

3. ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES

3.1 Gerente de obra

• Implementar e garantir o suporte necessário ao Programa de Conservação Auditiva, de forma


que possa trazer os resultados esperados na preservação do bem estar e saúde dos
colaboradores;
• Cumprir os requisitos legais para preservação da saúde e integridade física dos colaboradores;
• Assegurar que o Programa de Conservação Auditiva seja entendido e cumprido por todos os
envolvidos;
• Adquirir o tipo de EPI adequado à atividade do colaborador;
• Assegurar a participação dos colaboradores nos treinamentos de reciclagem;

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• Tornar obrigatório o uso dos protetores auditivos, estabelecendo medidas disciplinares para
aqueles que não atenderem estas determinações.
3.1.1 Coordenadores, supervisores e Líderes.

• Participar dos treinamentos pertinentes ao Programa de Proteção Auditiva;


• Orientar os colaboradores quanto à correta utilização de protetores auditivos;
• Exigir o uso de protetores auditivos por parte dos colaboradores sob sua responsabilidade.

3.2 Equipe de SMS

• Estabelecer e manter o programa de conservação auditiva;


• Especificar e selecionar os tipos de protetores auditivos utilizados na obra;
• Manter atualizadas as avaliações dos níveis de ruído aos quais os colaboradores estão
expostos;
• Promover treinamentos e reciclagem com a finalidade de garantir o uso adequado dos
protetores auditivos;
• Comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada no EPI.

3.3 Médico do trabalho

• Estabelecer e manter o programa de conservação auditiva;


• Realizar ananmeneses clínica e ocupacional, exames físicos, testes audiométricos e
acompanhamento clínico dos colaboradores com exposição ocupacional a ruído;
• Determinar se uma pessoa tem ou não condições médicas de realizar atividades laborais com
exposição ocupacional a ruído, através do ASO – Atestado de Saúde Ocupacional, conforme
os exames médicos especificados no PCMSO – Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional.

3.4 Suprimentos

• Adquirir e manter em estoque, protetores auditivos em quantidades suficientes para atender às


necessidades. Apenas os protetores auditivos que possuam o “Certificado de Aprovação”,
expedido pelo Ministério do Trabalho poderão ser adquiridos e utilizados;
• Fornecer aos colaboradores protetores auditivos aprovados pelo MTE;
• Substituir imediatamente, os protetores auditivos danificados ou extraviados;

3.5 Colaboradores

• Participar dos treinamentos pertinentes ao Programa de Conservação Auditiva;


• Usar os equipamentos de proteção auditiva, de acordo com as instruções e treinamentos
recebidos;
• Usar os equipamentos de proteção auditiva apenas para a finalidade a que se destina;
• Responsabilizar-se pela sua guarda e conservação dos equipamentos de proteção auditiva;
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• Comunicar a equipe de SMS qualquer alteração nos equipamentos de proteção auditiva que o
torne impróprio para o uso.

4. PROCEDIMENTO

4.1. Introdução
O ruído é uma mistura de sons, interpretado como desagradável pelos expostos, em função de
seu volume/potência e dos efeitos momentâneos e tardios que provoca, sendo, por isto,
considerado como um "agente agressivo à saúde e a segurança dos empregados".
Fato pouco conhecido é o que o ruído se constitui, também, um agente negativo a produtividade e
às finanças das empresas, provocando faltas, acidentes, custo de assistência, processos
trabalhistas, atuações da fiscalização etc. Portanto todos os colaboradores da Potencial
Engenharia S/A., que estiverem no contrato de manutenção nº 2800.0094013.14.2 devem
participar do programa de proteção auditiva, a fim de se protegerem, bem como a seus colegas,
fornecedores e visitantes, da exposição ao ruído ocupacional.

Organização de um Programa de Conservação da Audição

Avaliação do Ruído

Sem risco Área tem risco?


Redução do nível de Ruído
Redução do tempo de exposição

Redução do nível Redução do tempo de


de ruído exposição

Redução do Trajetória de Isolamento Proteção da Refúgios Rotação de


ruído na fonte transmissão das pessoas audição protegidos do ocupação
interrompida ruído

Especificações do ruído Educação, supervisão


para as novas e monitoramento Página 4 de 23
instalações audiométrico.
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4.2. Perda auditiva induzida por ruído


Entende-se por perda auditiva por níveis de pressão sonora elevada, as alterações dos limiares
auditivos, do tipo neurossensorial decorrente da exposição ocupacional sistemática a níveis de
pressão sonora elevada. Tem como características principais a irreversibilidade e inicialmente, o
acometimento dos limiares auditivos em uma ou mais frequências da faixa de 3.000 a 6.000 Hz.

As frequências mais altas e mais baixas poderão levar mais tempo para serem afetadas. Uma vez
cessada a exposição, não haverá progressão da redução auditiva.

4.3. Características da PAIR

• Ser sempre neurossensorial, por comprometer as células do órgão de Córti;


• Ser quase sempre bilateral (ouvido esquerdo e direito com perdas similares) e, uma vez
instalada, irreversível;
• Muito raramente provocar perdas profundas, não ultrapassando geralmente os 40 dB (NA)
(decibéis nível auditivo) nas frequências baixas e 75 dB (NA) nas altas;
• A perda tem seu início, e predominam, nas frequências de 6000, 4000 e/ou 3000 Hz,
progredindo lentamente às frequências de 8000, 2000, 1000, 500 e 250 Hz, para atingir seu
nível máximo, nas frequências mais altas, nos primeiros 10 a 15 anos de exposição estável a
níveis de pressão sonora elevada;
• Por atingir a cóclea, o trabalhador portador de PAIRO pode desenvolver intolerância a sons
mais intensos (recrutamento), perda da capacidade de reconhecer palavras, zumbidos, que se
somado ao déficit auditivo propriamente dito, prejudicará o processo de comunicação;
• Cessada a exposição ao nível elevado de pressão sonora, não há progressão da PAIRO.
Exposições progressivas não tornam o ouvido mais sensível a exposições futuras; ao
contrário, a progressão da perda se dá mais lentamente à medida que aumentam os limiares
auditivos;
• Os seguintes fatores influenciam nas perdas: características físicas do agente causal (tipo,
espectro, nível de pressão sonora), tempo e dose de exposição e susceptibilidade individual.

4.4. Fatores de risco

4.4.1. Ambientais

Como regra geral, é tolerada exposição de, no máximo oito horas diárias a ruído, contínuo ou
intermitente, com média ponderada no tempo de 80 dB(A), ou uma dose equivalente, vide tabela
01 - Quadro I – Anexo nº 1 – NR 15 - Limites de1 tolerância para ruído contínuo ou intermitente.
No caso de níveis elevados de pressão sonora de impacto, o limite é de 130 dB(A) ou 120 dB(C).

Os tempos, da tabela 01, são para exposições sem o uso do protetor auditivo. As atividades ou
operações que exponham os trabalhadores a níveis de ruído, contínuo ou intermitente, acima de
115 dB (A) sem proteção adequada, oferecerão risco grave e iminente de surdez.

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Entretanto, é comum, em condições normais de trabalho, a coexistência de vários outros fatores,


que podem agredir diretamente o órgão auditivo ou através da interação com o nível de pressão
sonora ocupacional ou não ocupacional, influenciando o desenvolvimento da perda auditiva.

Alguns, dentre estes fatores, merecem referência:


a) Agentes químicos: solventes (dissulfeto de carbono), fumos metálicos, gases asfixiantes
(monóxido de carbono);
b) Agentes físicos: vibrações, radiação e calor;
c) Agentes biológicos: vírus, bactérias, etc.

Nível de ruído dB (A) Máxima exposição diária permissível


85 8 horas
86 7 horas
87 6 horas
88 5 horas
89 4 horas e 30 minutos
90 4 horas
91 3 horas e 30 minutos
92 3 horas
93 2 horas e 40 minutos
94 2 horas e 15 minutos
95 2 horas
96 1 hora e 45 minutos
98 1 hora e 15 minutos
100 1 hora
102 45 minutos
104 35 minutos
105 30 minutos
106 25 minutos
108 20 minutos
110 15 minutos
112 10 minutos
114 8 minutos
115 7 minutos
Tabela 01 - Quadro I – Anexo n º 1 - NR 15 - Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente

Entretanto a carga horária de trabalho dos colaboradores da Método Potencial Engenharia S/A.,
OS-347 – BOGPM é de mais de 44 horas semanais, sendo assim necessário o calculo para o
tempo de exposição referente com base na Norma de Higiene Ocupacional NHO- 01 da
Fundacentro.
Para o cálculo de nível de exposição aplicamos a seguinte fórmula matemática:

NE= 10 x log(480/TE x D/100) +85 [dB]


Sendo,
NE=nível de exposição
D=dose diária de ruído em porcentagem
TE=tempo de duração, em minutos, da jornada de trabalho (neste caso 528 minutos).

NE= 10.log (480/528 x 1) +85


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NE=10.log0,91 +85
NE= -0,41+85
NE=84,6dB

Portanto para o tempo de exposição dos colaboradores da Método Potencial Engenharia S/A., o
ruído a Máxima exposição diária permissível sem uso de proteção é de 84,6 dB.

4.4.2. Fatores metabólicos e bioquímicos


Tendo em vista a alta probabilidade de existência de perda auditiva associada a alterações
metabólicas, deve-se ponderar quanto ao risco de agravamento destas perdas auditivas por
ocasião da exposição a níveis elevados de pressão sonora, nos indivíduos que apresentem
descompensações metabólicas frequentes ou as venham apresentar. Assim sendo, doenças do
metabolismo em geral, principalmente descompensadas ou de difícil compensação, devem ser
consideradas como prováveis fatores predisponentes ao surgimento ou agravamento de perdas
auditivas em indivíduos expostos a outras condições de risco de perda auditiva, como exposição a
níveis elevados de pressão sonora. Dentre as alterações do metabolismo destacamos:

a) As alterações renais, dentre elas Síndrome de Alport, apresentam perda auditiva significante a
partir da segunda década de vida;
b) Diabetes mellitus e outras, como: Síndrome de Alstrom;
c) Insuficiência adreno-cortical;
d) Dislipidemias, hiperlipoproteinemias;
e) Doenças que impliquem em distúrbios no metabolismo do cálcio e do fósforo;
f) Distúrbios no metabolismo de proteínas. Ex: distúrbios de melanina;
g) Hipercoagulação;
h) Mucopolissacaridose;
i) Disfunções tireoidianas (hiper e hipotireoidismo).

4.4.3. Outros fatores


a) Medicamentos: uso constante de salicilatos (ototoxidade). Existência de perda auditiva
comprovadamente por uso de substâncias tóxicas (aminoglicosídeos, derivados de quinino e
outros);
b) Genéticos: história familiar de surdez em colaterais e ascendentes.

4.4.4. Quadro clínico

4.4.4.1. Efeitos auditivos se manifestam sobre a audição


Interferência na capacidade de compreensão da audição ("escuto, mas não entendo"), podendo
levar a uma surdez permanente. Os pacientes queixam-se em geral de zumbido, vertigem e
fadiga.

4.4.4.2. Efeitos extra-auditivos ocorrem no corpo todo, em particular são:


• Cardiovascular (taquicardia, arritmia, hipertensão arterial, etc.)
• Alterações mentais e emocionais. Manifestam-se por irritabilidade, ansiedade, excitabilidade e
insônia.
• Distúrbios digestivos (dor de estômago, diarréia, etc.)
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• Condições inseguras no trabalho por:


a) Mascarar a voz de outros empregados, que podem estar dando instruções verbais ou
avisos.
b) Abafar alarmes ou sirenes de advertência.
c) Assustar os trabalhadores.
d) Aborrecê-los, tornando-os nervosos e irritáveis e menos propensos ao trabalho produtivo e
a seguir práticas seguras.

4.5. Diagnóstico

São finalidades do diagnóstico: a identificação, qualificação e quantificação da perda auditiva com


vistas à prevenção do seu agravamento e tomada das medidas efetivas de proteção.

4.5.1. Anamnese clínica e ocupacional


Na anamnese devem ser investigados os seguintes itens:
a) O tipo de profissão;
b) A função exercida;
c) Exposição a níveis elevados de pressão sonora atual e pregressa;
d) Exposição a produtos químicos potencialmente tóxicos tais como solventes, metais, asfixiantes
e outros;
e) Exposição à vibração;
f) Uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) no período;
g) Uso de medicação tóxica;
h) História familiar de perda auditiva;
i) Exposição extra-loborativa a níveis elevados de pressão sonora;
j) Dificuldade em reconhecer palavras;
k) Queixa de zumbido, irritação com sons intensos (recrutamento), insônia, irritabilidade etc.
l) Dificuldade para ouvir, para entender a fala, para localizar fonte sonora etc.

4.5.2. Exame físico


Deve ser realizada otoscopia para avaliação da orelha externa e outros achados por intermédio do
exame físico que possa ter correlação com a perda auditiva. Faz parte do exame audiométrico
uma otoscopia prévia, identificando-se possíveis obstruções (cerume) ou outras patologias do
conduto externo ou do ouvido médio, como perturbações do tímpano.

A presença de rolha de cerume indica a necessidade de se promover uma lavagem adequada por
pessoal tecnicamente capacitado.

4.5.3. Testes audiométricos


Um teste audiométrico é uma medida da capacidade auditiva indicando quão bem uma pessoa
pode ouvir sons de diferentes frequências. Devem ser submetidos a exames audiométricos de
referência e sequenciais, no mínimo, todos os trabalhadores que exerçam ou exercerão suas
atividades em ambientes cujos níveis de pressão sonora ultrapassem os limites de tolerância
estabelecidos nos anexos 1 a 2, da NR-15, da Portaria 3.214, do Ministério do Trabalho e
Emprego, independentemente do uso de protetor auditivo.

4.5.3.1 Preparação do Trabalhador


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É fundamental uma explicação prévia detalhada em linguagem acessível, ao trabalhador que será
submetido ao exame audiométrico, principalmente quando realizado pela primeira vez.

Esta explicação deverá compreender:


a) Explicação do local;
b) Posição de colocação dos fones;
c) Tipo de estímulo que será percebido; e.
d) Tipo de resposta a ser fornecida.

4.5.3.2. Requisitos dos Testes Audiométricos

I) O audiômetro será submetido a procedimentos de verificação e controle periódico do seu


funcionamento;
II) O audiômetro será submetido à medição acústica anual;
III) Calibração acústica, sempre que a aferição acústica indicar alteração, obrigatoriamente, a
cada 5 anos.
IV) Medição biológica é recomendada, precedendo a realização dos exames audiométricos. Em
caso de alteração, submeter o equipamento à aferição acústica.
V) Os procedimentos constantes dos itens II e III devem seguir o preconizado da norma ISO
8253-1, e os resultados devem ser incluídos em um certificado de aferição e ou calibração
que acompanhará o equipamento.
VI) O exame audiométrico será executado por profissional habilitado, ou seja, médico ou
fonoaudiólogo, conforme resoluções dos respectivos conselhos federais profissionais.
VII) O resultado do exame audiométrico deve ser registrado em uma ficha que contenha, no
mínimo:
a) nome, idade o número de registro de identidade do trabalhador;
b) nome da empresa e a função do trabalhador;
c) tempo de repouso auditivo cumprido para a realização do exame audiométrico;
d) nome do fabricante, modelo e data da última aferição acústica do audiômetro;
e) traçado audiométrico e símbolos conforme o modelo constante do Anexo I da norma;
f) nome, número de registro no conselho regional e assinatura do profissional responsável
pelo exame audiométrico.
VII) Tipos de exames audiométricos: O trabalhador deverá ser submetido a exame audiométrico
de referência e a exame audiométrico sequencial. Exame audiométrico de referência, aquele
com o qual os sequenciais serão comparados e cujas diretrizes constam dos sub itens abaixo,
deve ser realizado:
a) quando não se possua um exame audiométrico de referência prévio;
b) quando algum exame audiométrico sequencial apresentar alteração significativa em
relação ao de referência;
c) O exame audiométrico será realizado em cabina audiométrica, cujos níveis de pressão
sonora não ultrapassem os níveis máximos permitidos, de acordo com a norma ISO 8253-
1.
d) O trabalhador permanecerá em repouso auditivo por um período mínimo de 14 horas até o
momento de realização do exame audiométrico de referência. Para as audiometrias
sequenciais poderão ser feitas ao longo da jornada de trabalho em ambiente fora da
cabine, porém dentro do padrão citado pela legislação. Neste caso se houver uma
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diferença igual ou maior que 10 dB em qualquer frequência em relação à de referência,


repeti-la em cabine e respeitando o prazo mínimo de 14 horas de repouso acústico.
e) Destaque-se que o eventual encontro de redução do limiar auditivo em audiometria
realizada ao longo da jornada de trabalho, pode ser um indicador de perda temporária da
audição.

4.5.3.3 Periodicidade dos exames audiométricos.


O exame audiométrico será realizado, no mínimo, no momento da admissão, e no 6º (sexto) mês
após a mesma, anualmente a partir de então, e na demissão nos trabalhadores expostos a níveis
de pressão sonora acima de 80 dB (A).

No momento da demissão, do mesmo modo como previsto para a avaliação clínica no item 7.4.3.5
da NR-7, poderá ser aceito o resultado de um exame audiométrico realizado até:

a) 135 (cento e trinta e cinco) dias retroativos em relação à data do exame médico demissional
de trabalhador de empresa classificada em grau de risco 1 ou 2;
b) 90 (noventa) dias retroativos em relação à data do exame médico demissional de trabalhador
de empresa classificada em grau de risco 3 ou 4.
c) Fazer audiometria anual para os trabalhadores que, embora não estejam expostos
continuamente a nível de pressão sonora elevados, executam algum trabalho ou alguma
função em área acima de 80db (A).
d) Não há obrigação de fazer exames audiométricos de trabalhadores não expostos ao ruído,
exceto quando algum deles apresentar queixa compatível com a possibilidade de perda
auditiva.
e) O intervalo entre os exames audiométricos poderá ser reduzido a critério do médico
coordenador do PCMSO, ou por notificação do médico agente de inspeção do trabalho, ou
mediante negociação coletiva de trabalho.

4.6. Diagnóstico diferencial

Na avaliação de um audiograma com entalhe na faixa de 3000 a 6000 Hz na ausência de


exposição a níveis elevados de pressão sonora deve-se verificar nos antecedentes pessoais e no
exame clínico a possibilidade da ocorrência de outras doenças que podem também dar tais
detalhes audiométricos.

Muitas vezes trata-se de doença do próprio aparelho auditivo, como presbiacusia, a otospongiose,
infecções e suas sequelas, tumores, fistulas labirínticas, doença de Meniére, displasia, etc. Às
vezes a perda auditiva decorre de doenças sistêmicas, como renais, tireoidianas, diabetes
mellitus, autoimunes, hemáticas ou vasculares.

Deve-se atentar, também, para audiogramas de simuladores, muito frequentes em audiologia


ocupacional.

Como perda auditiva neurossensorial por exposição a níveis elevados de pressão sonora é, por
definição, uma perda auditiva neurossensorial, devem ser descartadas, de início, as perdas

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condutivas puras, ou seja, sempre que houver diferenças em mais de 10 dB entre os limiares por
via óssea e por via aérea, sempre com via óssea até 25 dB.

As perdas auditivas neurossensoriais podem ser classificadas pela etiologia:

a) Traumáticas (trauma acústico, traumatismo do crânio ou da coluna cervical, barotraumas);


b) Infecciosas (sequelas de otite, viroses, lues, meningite, escarlatina, toxoplasmose etc.)
c) Ototóxicas (por uso de antibióticos aminoglicosídeos, diuréticos, salicilatos, citostáticos,
tuberculostáticos;
d) Por produtos químicos (solventes, vapores metálicos, gazes asfixiantes);
e) Metabólicas e hormonais (diabetes mellitus, auto-imunes, renais, tireoidinas);
f) Degenerativas (presbiacusia, otospongiose, osteoartroses cervicais);
g) Neurossensoriais flutuantes (doença de Meniére, fistulas labirínticas, doença de Lermoyez,
Síndrome de Cogan);
h) Tumorais (tumores glômicos, neurinomas);
i) Sistema nervoso central (esclerose múltipla, degenerações mesencefálicas, alterações
bulbopontinas);
j) hereditárias, congênitas e neonatais (algumas vezes de manifestação tardia);
k) Vasculares hemáticas.

4.7. Classificação audiométrica

Média aritmética Média aritmética


Freqüência 3000 Hz Conduta
500- 1000- 2000 Hz 4000-6000 Hz
NORMAL <25 dB <25 dB < 25 dB ▪ PCA

PAIR I < 25 dB < 25 dB < 25 dB ▪ PCA

PAIR II < 25 dB > 25 dB > 25 dB ▪ PCA


▪ PCA
▪ Otorrino
PAIRIII > 25 dB > 25 dB > 25 dB
▪ Estudar
▪ Remanejamento
PAIR IV > 40 dB > 25 dB ▪ Remanejar

PAIR V AUDIOGRAMA ATÍPICO ▪ Otorrino


Tabela 02 – Classificação Audiométrica

4.8. Conduta

4.8.1. Relativas ao exame de referência


a) No caso de verificar a existência no prontuário de exame audiométrico feito de forma completa
e segundo as exigências legais por ocasião da admissão, assumir este exame como de
referência.
b) No caso de não haver exame admissional, ou o que existir ser insuficiente, incompleto ou
duvidoso, fazer novo exame completo de acordo com as normas técnicas, médicas e éticas, na
forma prevista pela legislação.

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4.8.2. Relativas ao exame admissional

Quando, no exame admissional for encontrado um exame audiométrico alterado, compatível com
perda auditiva induzida pelo ruído leve, levando-se em consideração o nível de pressão sonora a
que irá se expor e a idade, o trabalhador poderá ser admitido desde que seja considerado como
de baixo risco.

4.8.2.1. Considerar como de baixo risco:


a) Trabalhador portador de PAIRO com limiares auditivos comprovadamente estabilizados (no
mínimo 3 audiometrias semestrais semelhantes), sem sintomatologia clínica, e que vai se
expor a ambiente de ruído semelhante ao anterior no qual desenvolveu a PAIRO;
b) Indivíduo mais idoso (acima de 40 anos) e que vá trabalhar entre 84,6 e 95 dB(A), com limiares
auditivos estabilizados;
c) Portadores de perda auditiva do tipo condutivo.

4.8.2.2. Considerar como de alto risco:


a) Indivíduo jovem, com PAIRO já diagnosticado, e que vá trabalhar em área com alto nível de
ruído (igual ou maior que 90 dB(A);
b) A admissão de colaborador para postos ou ambiente de trabalho com ruído acima de 80 dB (A)
quando este apresentar anacusia unilateral de causa desconhecida, mesmo que audição
contralateral esteja normal.
c) Admissão de colaborador quando este for portador de perda auditiva neuro-sensorial causada
por agente etiológico que não o ruído, com comprometimento das frequências 2000, 1000 ou
500 Hz;
d) Portador de otite média crônica;
e) Portador de perda auditiva importante, de causas variadas, principalmente se estiver atingindo
frequências entre 500 e 2000 Hz, em que a exposição ao ruído possa prejudicar o pouco de
audição que lhe resta.

4.8.2.3. Decidindo pela admissão de um trabalhador com PAIRO


a) Esclarecer-lhe sua condição auditiva;
b) Colher sua assinatura no exame audiométrico;
c) Assinar declaração de estar ciente do seu problema auditivo;
d) Oficializar com a área o plano de conservação auditiva específico daquele trabalhador,
colhendo assinatura da chefia que optou pela admissão e do próprio trabalhador;
e) Discutir com o trabalhador e com a empresa a conveniência de se obter previamente uma CAT
emitida pela empresa anterior (ou pelo próprio trabalhador), registrando-a na Previdência
Social, junto com audiometria alterada.

4.8.3. Relativas ao exame periódico

Uma vez constatada a PAIRO no exame periódico, cabe ao médico do trabalho observar se houve
ou não progressão (agravamento da mesma).

4.8.3.1. Não houve agravamento

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a) Em caso de estabilidade da perda auditiva, quando comparado com a audiometria de


referência, manter o trabalhador na atividade laborativa, atentando para os seguintes aspectos:
• Interferência com a capacidade para o trabalho/função;
• Eficiência e eficácia de PCA;
• Presença de fatores ototóxicos ou otoagressores;
• Existência de outras tarefas de exposição ainda maior ao ruído que a previamente
conhecida;
• Interferência na comunicação no ambiente de trabalho;
• Uso de EPI;
• Acompanhamento médico anual ou em espaços de tempo menores, se o medico julgar
necessário.

4.8.3.2. Houve agravamento


Uma vez constatado um agravamento de PAIRO (constatação clínica/audiométrica), deve o
médico do trabalho:
a) Verificar a ocorrência de outros casos de agravamento no mesmo grupo de risco ou no mesmo
local ou ambiente de trabalho (análise epidemiológica);
b) Verificar a existência de fatores que expliquem esta ocorrência (doenças agudas, outras
exposições, consumo de medicamentos, fumo, álcool, etc.)
c) Verificar a utilização do EPI (forma de utilização, o tipo de EPI escolhido, estado de
conservação, conscientização, ficha de EPI, etc.)
d) Repetir a audiometria em 30 dias, realizando uma avaliação otorrinolaringológica com parecer
do otorrinolaringologista, para embasar a conduta.
e) Controlar a exposição ao risco através de redução do tempo de exposição, remanejamento,
refúgios protegidos de ruído, uso de protetores auriculares, etc.
f) Comunicar à chefia as restrições cabíveis para aquele colaborador, e protocolar esta
comunicação.

4.8.4. Relativas ao exame demissional

Deve haver coerência, ou seja, os critérios adotados para aptidão admissional devem ser os
mesmos critérios adotados para aptidão demissional.

4.9. Tratamento e reabilitação social

A perda auditiva neurossensorial por exposição a níveis elevados de pressão sonora é uma lesão
de caráter irreversível, não existindo nenhum tipo de tratamento clínico ou cirúrgico para
recuperação dos limiares auditivos, sendo, portanto, a prevenção a principal medida a ser tomada
antes de sua instalação e progressão.

Entretanto, certo número de trabalhadores acometidos pela perda auditiva neurossensorial por
exposição a níveis elevados de pressão sonora ocupacional em estágios evolutivos da doença
mais graves, com redução da capacidade auditiva, pode-se beneficiar em sua vida diária com o
uso de um aparelho de amplificação sonora individual e algumas técnicas de treinamento auditivo
facilitam a comunicação.
Frequentemente, os pacientes são considerados bons, regulares ou maus candidatos para o uso
de órteses auditivas, baseados nos seus achados audiométricos (tonal e vocal), e outros fatores,
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tais como: a aceitação da perda auditiva com redução da capacidade auditiva, a motivação para
obter ajuda as necessidades de comunicação, as preocupações estéticas e os aspectos
financeiros.

Para que haja uma melhor adaptação e, portanto, melhor aceitação da órtese é necessária que
também haja uma perda auditiva ainda que leve, nas frequências graves, isto é, com redução da
capacidade auditiva. São casos de perda auditiva neurossensorial por exposição a níveis
elevados de pressão sonora que já apresentam um comprometimento nas frequências de 500,
1000 e 2000 Hz.

A órtese auditiva, como qualquer outro tipo de reabilitação, só terá sucesso se o indivíduo aceitar
a existência da perda auditiva com repercussão na capacidade auditiva e admitir a necessidade
de ajuda.

Hetu (1990) relaciona uma série de desvantagens psicossociais que o trabalhador portador de
perda auditiva neurossensorial por exposição a níveis elevados de pressão sonora com
repercussão na conversação sofre no ambiente social e familiar como: isolamento, participação
reduzida nas atividades de lazer, incômodo gerado aos familiares (necessidade de aumento do
volume da TV, etc.), satisfação reduzida, qualidade de vida reduzida.

A incapacidade auditiva afeta não somente o trabalhador, mas todas as pessoas com quem ele
interage, portanto, a intervenção entre o trabalhador e outras pessoas é importante que se realize
um trabalho de reabilitação que envolva não só a seleção e adaptação de Aparelho de
Amplificação Sonora Individual (restrito em alguns casos), mas principalmente o desenvolvimento
de estratégias de comunicação com uma mudança de atitudes e comportamentos. Para tanto, um
trabalho de orientação com a família em conjunto com o trabalhador e suporte psicossocial é de
fundamental importância.

O desenvolvimento de estratégias de comunicação para o falante em conjunto à orientação à


família tem se mostrado muito útil na melhoria da qualidade de comunicação de alguns pacientes.

Sendo assim, temos que:


a) Treinar o colaborador a olhar bem no rosto do falante para auxilio das pistas visuais;
b) Observar a expressão do rosto;
c) Observar a expressão do olhar;
d) Solicitar que o interlocutor fale sempre de frente;
e) Compreender o sentido por meio do contexto;
f) Repetir o que entendeu e pedir para o falante explicar;
g) Posicionar-se favoravelmente ao falante;
h) Escolher ambiente favorável para conversação (ausência de ruído competitivo);
i) Limitar o número de interlocutores.

O treinamento auditivo, por meio do desenvolvimento de estratégias de melhoria da atenção


auditiva, discriminação de sílabas, palavras e sentenças, é de fundamental importância no
processo de reabilitação do paciente portador de Perda Auditiva Neurossensorial por Exposição
Continuada a Níveis Elevados de Pressão Sonora.

4.10. Identificação e avaliação de riscos


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O grau de risco causado pelo ruído no local de trabalho depende de sua intensidade (amplitude) e
frequência (tom), da duração ou da extensão da exposição do colaborador e da distância deste a
fonte. Portanto, para proteger adequadamente os colaboradores do ruído, é crítico que as fontes
de exposição sejam identificadas e caracterizadas de modo preciso.
Se a evidência sugerir a necessidade de monitoramento de ruído, a equipe de SMS deve avaliar
as exposições dos colaboradores utilizando os seguintes procedimentos:

4.10.1. Inspeção de nível de som

Realizar uma inspeção geral de nível sonoro em todo o local, para quantificar precisamente os
níveis de ruído nas diferentes áreas de trabalho, e garantir que todas aquelas áreas associadas
que estejam afetadas sejam identificadas e incluídas no programa de proteção auditiva.

Esta inspeção sonora será conduzida pela equipe de SMS, ou fornecedor qualificado, utilizando-
se de um medidor sonoro calibrado. Devido o fato de que os medidores de nível sonoro fornecem
uma medida de som em somente um ponto no tempo e num simples local, pode ser necessário
tomar várias medidas em diferentes horas do dia, em cada local, todas as leituras devem ser
documentadas numa planilha de dados da unidade ou mapa de risco, de forma que os níveis
individuais de exposição possam ser estimados com base na localização do colaborador.

Se o máximo nível sonoro de uma área não exceder a 80 decibéis pode-se assumir que os
colaboradores nesta área estejam trabalhando num ambiente com um nível aceitável de ruído. Em
área onde a inspeção geral revelar níveis de ruídos iguais ou acima de 80 decibéis, devem ser
usados dosímetros para posterior caracterização dos níveis de exposição do empregado ao longo
de todo o turno de trabalho.
Uma inspeção geral do nível sonoro deve ser realizada sempre que houver mudanças
significativas no maquinário ou no processo de produção, os quais possam resultar em aumento
dos níveis sonoros.

4.10.2. Monitoramento das exposições

Suspeitando-se que as exposições do empregado possam atingir ou exceder os limites de


tolerância ou onde, outra condição detém a necessidade de monitoramento, a equipe de SMS
deve desenvolver e implementar um programa de monitoramento de exposição.

Este programa local deve incluir monitoramento da área e do pessoal abrangendo os seguintes
requisitos gerais:
• A estratégia de amostragem selecionada deve ser desenvolvida de forma a identificar os
empregados a serem incluídos no programa de proteção auditiva e possibilitar a seleção
adequada dos protetores auditivos;
• Todos os níveis sonoros contínuos, intermitentes e impulsivos, de 80 a 130 decibéis, devem
ser integrados a medição de ruído;
• Os instrumentos usados para medir a exposição do empregado devem ser calibrados antes e
depois de cada uso para assegurar a precisão da medida;
• Um novo monitoramento de área e operações deve acontecer sempre que houver mudanças
significativas no maquinário ou processo de produção aos quais possam resultar em aumento
dos níveis de ruído.
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4.10.3. Monitoramento de exposição a ruído por área

A dosimetria de área pode ser usada para estimar os níveis de ruído de uma área de trabalho, a
fim de obter níveis diários de ruídos representativos de exposições por empregados, quando os
trabalhos não forem móveis.

No monitoramento de exposição de ruído deve ser usado um dosímetro de ruído calibrado


conforme norma técnica. Os resultados devem ser documentados.

4.10.4. Monitoramento pessoal de exposição a ruído

Usar o monitoramento individual em locais de trabalho onde os empregados se movimentem por


diferentes áreas. O Engenheiro e os Técnicos de Segurança do Trabalho devem conduzir o
monitoramento de exposição do empregado usando um dosímetro de ruído individual calibrado.

Estes dosímetros individuais devem ser presos a roupa por toda a duração do período de
amostragem, a fim de determinar precisamente as exposições. Os resultados devem ser
documentados.

4.11. Medidas de controle de risco de ruído


Riscos de ruídos podem ser controlados através da aplicação de controle de engenharia e/ou
administrativo, assim como pelo uso de protetores auditivos. A equipe de SMS, com o apoio dos
gestores, deve tomar as medidas possíveis, de forma a limitar ou reduzir os riscos de ruído,
usando controle de engenharia ou administrativas. Se estes não forem suficientes, serão
necessários protetores auriculares.

4.11.1. Controle de Engenharia

Os controles de engenharia incluem mudanças no ambiente físico de trabalho ou equipamento,


podem variar da simples reposição de material numa máquina à construção de sistemas
complexos de confinamento. Alguns exemplos de controles de engenharia a serem considerados
por cada unidade incluem:

a) Intervenção sobre a fonte emissora:


• Modificações ou substituições de máquinas e equipamentos;
• Redução dos efeitos e força de impacto;
• Isolamentos entre superfície que vibram e dos dispositivos e máquinas que produzem as
vibrações mecânicas que as excitam;
• Redução da radiação do ruído através da alteração das características de ressonância de
painéis, da redução, da amplitude, redução da amplitude das ressonâncias utilizando matérias
amortecedoras e/ou enrigecedoras, ou mesmo pela redução das áreas das superfícies
irradiantes;
• Modificação do processo de produção;
• Manutenção preventiva e corretiva de máquinas e equipamentos; e
• Mudanças para técnicas menos ruidosa de operação.

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b) Redução do ruído na transmissão:


• Alteração das posições relativas entre o trabalhador e a fonte no ambiente e posto de trabalho;
• Utilização das características de diretividade da fonte para obter uma orientação que ofereça
alguma redução de ruído ao trabalhador;
• Barreira, silenciadores, enclausuramentos parciais ou completos podem reduzir a energia
sonora;
• Alteração das características acústicas do ambiente de trabalho pela introdução de materiais
absorventes;
• Assentamento com materiais antivibrante, isolamento do posto de trabalho do local de
transmissão da vibração.

c) Controle de exposição:
• Revezamento entre ambientes, postos, funções ou atividades;
• Aumento do número e duração de pausa;
• Posicionamento remoto dos controles das máquinas;
• Reposicionamento do trabalhador em relação à fonte de ruído ou ao caminho da transmissão
durante etapas da jornada de trabalho;
• Enclausuramento do colaborador em cabine tratada acusticamente.

4.11.2. Controles administrativos

Os controles administrativos incluem todas as diretrizes ou procedimentos que limitem as


exposições dos empregados ao ruído, como o acesso limitado a áreas de alto ruído ou mudanças
nas operações para minimizar o tempo gasto nas mesmas. Um tipo de controle administrativo
usado na obra é a informação e treinamento dos colaboradores. Os treinamentos são continuados
de forma a garantir, permanentemente, o conhecimento necessário por parte dos colaboradores
expostos.

4.11.3. Equipamentos de proteção individual

a) A Método Potencial Engenharia S/A., fornece aos empregados, gratuitamente, EPI adequado
ao risco em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
• Sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente inviáveis ou não oferecerem
completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e ou de doenças profissionais e do
trabalho;
• Enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
• Para situações de emergência.

b) A utilização de EPI no âmbito do programa deverá considerar e envolver no mínimo:


• A seleção do EPI adequado, tecnicamente, ao risco a que o colaborador está exposto e à
atividade exercida, considerando-se a eficiência necessária para o controle da exposição ao
risco e o conforto oferecido segundo avaliação do trabalhador usuário;
• Programa de treinamento dos colaboradores quanto a sua correta utilização e orientação sobre
as limitações de proteção que o EPI oferece;

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• Estabelecimento de normas para promover o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a


conservação e a reposição.

4.11.4. Qualificação do EPI

O EPI, de fabricação nacional ou importada, só poderá ser colocado a venda, comercializado ou


utilizado, quando possuir o Certificado de Aprovação (CA), expedido pelo Ministério do Trabalho e
Emprego - MTE.

4.11.5. NRR (Noise reduction rating) -ANSI sl2.6 -1984)

São baseados em um método de laboratório onde indivíduos treinados e supervisionados testam


os valores de atenuação dos protetores auditivos, os valores ótimos de desempenho nos testes,
podem usualmente não ser obtidos em condições normais de utilização.

Neste contrato utiliza-se para atenuação do ruído o valor de NRRsf, que consta no Certificado de
Aprovação (CA) do MTE.

4.11.6. Tipos de protetores auriculares

Existem vários tipos de protetores auditivos. Na seleção de um determinado tipo de protetor deve-
se levar em conta o tipo de ambiente ruidoso, assim como outros fatores:
a) Aceitação do usuário;
b) Atenuação;
c) Compatibilidade;
d) Conforto;
e) Custo;
f) Durabilidade;
g) Higiene;
h) Problemas de comunicação.

Os protetores auditivos utilizados no contrato possuem NRRsf de 09 a 22 dB, podendo ser do tipo:

a) Plug de ouvido: Devem encaixar-se firmemente no canal auditivo, de forma que o ar não possa
penetrar. Devem ser limpos, checados e reajustados ao longo do dia. Podem ser classificados
em moldáveis, moldados, sob medida e pré-moldados.
• Plug moldáveis - são geralmente do tipo espuma expansiva descartável. O tipo espuma
polimerizado é o melhor, geralmente confortável e possui atenuação de ruído comparável
a dos protetores tipo concha. Suas vantagens são poder expandir-se de forma a adaptar-
se a ouvidos de todos os tamanhos, não ser caro e podem ser descartáveis após o uso,
reduzindo o risco de infecção nos ouvidos. Sua principal desvantagem é a dificuldade de
distribuição e controle.
• Plug pré-moldados - vêm em tamanhos padronizados (pequeno, médio e grande), não se
encaixando tão bem quanto os tipos anteriores. Podem ser descartáveis ou reutilizáveis.
Entretanto, estes últimos devem ser limpos antes de cada uso para evitar infecção.
Existem alguns problemas relacionados às irregularidades apresentadas no canal do

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ouvido em um grande número de pessoas, podendo dificultar a fixação adequada dos


tampões.

b) Abafadores - consistem de dois dispositivos em forma de concha que se encaixam sobre toda
a orelha, incluindo o lóbulo, e são pressionadas contra a lateral da cabeça por meio de um
acolchoado. A atenuação obtida com este tipo de protetor está relacionada em parte à pressão
que o protetor exerce sobre os dois lados da cabeça. Por outro lado, o conforto alcançado
depende da distribuição desta pressão. Uma grande vantagem deste tipo de protetor,
comparado aos tampões, é a sua maior proteção, além de ser de adaptação fácil aos diversos
tipos de ouvido, são facilmente removíveis, higiênicos, sendo recomendados para uso em
áreas não limpas e nos casos em que o usuário circule alternadamente por zonas ruidosas e
zonas silenciosas nas quais os protetores podem ser removidos.

Proteção Descrição do EPI Especificação/Modelo

Protetor auditivo contra Circum-auricular, tipo abafador, conchas grandes e multi-


NPS elevados posicionáveis

Inserção, tipo plug de três flanges, confeccionado em silicone


Sistema Auditivo Protetor auditivo atóxico/antialérgico, tamanho único, com cordão e caixa
protetora

Inserção, tipo plug de espuma de poliuretano moldável, no


Protetor auditivo
formato cilíndrico, com cordão
Tabela 03 – Protetores auditivos utilizados na obra

4.11.7. Fatores agravantes do ruído

Levar sempre em conta que os fatores abaixo agravam o ruído:


a) Exercício físico;
b) Calor;
c) Ruído contínuo;
d) Ruído impactante;
e) Vibração.

4.11.8. Distribuição do Equipamento de Proteção Individual

Os EPI’s adquiridos pelo contrato são fornecidos aos colaboradores, conforme tabela com a
relação de EPI’s x função, que consta no PPRA, e fica a exposta no Almoxarifado.

Os EPI’s fornecidos aos colaboradores são anotados da Ficha de Entrega de EPI. Além disso,
existe o controle de fornecimento, reposição e estoque de todos os EPI’s, inclusive protetores
auditivos.

4.11.9. Manutenção, Limpeza, Higienização e Armazenamento.

Protetor auricular tipo concha


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➢ Não utilize com as conchas viradas para trás;


➢ Nunca manuseie o protetor com as mãos sujas;
➢ Após o uso, higienizar e guardar o protetor na embalagem;

Protetor auricular tipo plug

➢ Nunca manuseie o protetor com as mãos sujas;


➢ Após o uso, higienizar e guardar o protetor na embalagem.

Protetor auricular tipo plug moldável (descartável)

➢ Considerando as atividades com risco de contaminação biológica, os protetores auriculares


deverão ser descartados imediatamente após a remoção dos ouvidos.
➢ Após removidos, em hipótese alguma os protetores devem ser reutilizados.
➢ Verificar o tamanho do protetor adequado para cada trabalhador.

4.12. Desenvolvimento do programa


4.12.1. Ações em curto prazo
a) Programa de conscientização: fornecimento de informações a todos os colaboradores através
de DDSMS, campanhas, cartazes sobre a perda auditiva induzida pelo ruído e a necessidade
de adotarmos medidas preventivas.

b) Programa de treinamento: são realizados treinamentos específicos sobre proteção auditiva a


todos os colaboradores com exposição ocupacional ao ruído. Os registros desses treinamentos
estão arquivados no setor de SMS e RH, e possuem o conteúdo programático. Esses
treinamentos possuem o objetivo geral:
• Trazer à discussão a questão do ruído industrial, como problema de saúde, introduzindo
conceitos específicos para o colaborador;
• Trazer conhecimentos sobre os danos provocados pelo ruído;
• Aspecto de Higiene Ocupacional (reconhecimento, avaliação e controle do ruído).
c) Audiometria admissional e 6 meses após: Todos;
d) Audiometria periódica (anual): Todos os expostos a ruído acima de 80 dB.
• Informar ao empregado o resultado de sua audiometria;
• Informar dados epidemiológicos;
• Emitir CAT quando necessário;
• Estudar necessidade de afastamento da exposição ao ruído.
e) Audiometria demissional: Todos que colaboradores expostos a ruídos acima de 80 dB.

Obs 1. O exame de audiometria deverá ser realizado por médico ou fonoaudiólogo, sendo preenchida a ficha
audiométrica para expostos ao ruído.

4.12.2. Ações em médio prazo


• Campanhas e/ou treinamentos sobre proteção auditiva;

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• Reavaliação dos postos de trabalho e/ou GHE - Grupos Homogêneos de Exposição


(dosimetria);
• Controle de ruído (método de engenharia);
• Padronização de equipamentos de proteção individual;
• Constantes pesquisas de mercado na busca de novas tecnologias de controle.

4.13. Manutenção do programa


Rever periodicamente o programa para garantir que o mesmo continue a ser efetivo e atualizado.

Manter o programa em cumprimento da legislação, objetivando reduzir a incidência de doenças


ocupacionais realizando:
a) Avaliação periódica de eficácia do programa;
b) Desenvolvimento de controles estatísticos;
c) Estabelecimento fluxograma de avaliação audiométrica para orientação geral;
d) Campanhas periódicas;
e) Treinamentos periódicos;
f) Documentação, incluindo:
• Levantamentos gerais dos ambientes (mapeamento);
• Levantamentos por função ou atividade (dosimetria);
• Relatórios de recomendações técnicas, quando necessário;
• Plano de ação e prioridades, quando necessário;
• Prontuários médicos e fichas específicas;
• Exames audiométricos pré-admissionais, de transferência, periódicos e de desligamento;
• Recibo de entrega dos EPI;
• Notificações para afastamento, mudança de função, rodízio, etc.;
• Comprovantes de treinamento.

4.14. Auditorias
Nas auditorias comportamentais realizadas periodicamente, são verificados no item EPI, a
utilização correta dos protetores auditivos pelos colaboradores, sendo obrigatória a correção
imediata do desvio e orientação ao colaborador.

4.16. Administração do programa de conservação auditiva


A responsabilidade pela administração do Programa de Conservação Auditiva da WM
Manutenções, sob contrato ICJ 5900.0120262.22.2 é do Gerente de Contrato, que tem a
autoridade para agir sobre todas as matérias relacionadas à administração e operação do
programa.

Todos os colaboradores, departamentos operacionais e de serviços devem ser cooperativos no


sentido de se conseguir a completa eficácia do programa.

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O SMS do contrato deve zelar para que o PCA seja cumprido em sua íntegra, relatando ao
Gerente do Contrato qualquer irregularidade que possa comprometer o andamento do programa
ou a integridade da empresa.

4.16. Cronograma do programa de conservação auditiva

O cronograma está descrito no anexo I.

6. REGISTROS

Não há registros associados a este plano

7. CONTROLE DE REGISTROS

NA.

8. REFERENCIAS

Identificação Descrição
Diretriz Contratual
Anexo IV
Norma Regulamentadora do MTE
NR-09
Norma Regulamentadora do MTE
NR-07

NR-15 Norma Regulamentadora do MTE

9. ANEXOS

Anexo I - Cronograma de ações do PCA.

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Anexo I - Cronograma de ações do PCA

Programado 2019 2020


Ações / Realizado
LOCAL JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR MAI

P * * * * * * * * * * *
Divulgação do PCA. UO-AM
R

Inspeção de segurança para verificar a utilização P P P P P P P


da proteção auditiva de forma adequada pelos UO-AM
trabalhadores. R
Treinamento relacionado com a exposição ao
ruído, suas consequências, importância de sua P P P* P
prevenção, instruções de uso, limitações e UO-AM
cuidados com os protetores auriculares. R

P
Reavaliar o PCA e análise da eficácia das UO-AM
ações de controle. R P

Legenda:
P - Programado
R - Realizado

P* - Dar continuidade aos empregados que não receberam o treinamento.


*Sempre que houver revisão e/ou na Integração do empregado.

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