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O DISCURSO:

Estamos em ano eleitoral, é aproximada a hora das campanhas


eleitorais. Ficaremos expostos as diversas mídias de divulgação, e neste caudal de
informações vemos, lemos, ouvimos, debatemos, compartilhamos miríades materiais
com divulgação e conteúdo de marketing da campanha política, seja a favor ou contra,
ninguém fica incólume, e não há como ficar; nem mesmo o mito de que "não discuto
política ou não voto em ninguém", escapa deste processo inerente ao DISCURSO
POLÍTICO.

É dentro deste caleidoscópio que iremos apresentar nossa reflexão,


humilde apontamentos, de como pelo manancial da oratória é possível compreender a
intencionalidade e a ideologia do emissor, a partir da analise do verbo proferido.

Eis que da análise do discurso ou sua estrutura semântica e lexical;


utilizando-se dos princípios basilares da exegese e da hermenêutica, é possível a
revelação das bases ideológicas do emissor, bem como as intencionalidades do (pré)-
texto-(pós) em si.

O verbo se encarna e habita na psique e deságua no tecido da


realidade. O ser é o que verbaliza. O discurso corporifica-se no emissor e, este se trai
quando emite o que não é sua estrutura de crença.

Da analise do Discurso é possível identificar sua compreensão política,


sua cosmovisão, estruturas sócio-antropológicas, bases éticas-morais, e os
arcabouços teológicos-teologais; nesta investigação dos paradigmas verbais se
escrutina a partir de como se comporta o discurso e o emissor (bem como atingirá o
receptor), ou seja, se é um diálogo ou monólogo, bem como o viés ideológico
imbricado, e assim como se sua estrutura é democrática, ditatorial, monárquica,
teocrática etc.

O aprendizado da palavra-verbo, célula básica do discurso, é


apreendida do útero à finitude, e tal como o Ser passa por diversas fases de
desenvolvimento cognitivo e psicossocial, a palavra e sua estrutura léxico-semântica
faz com o emissor este percurso igualmente, ou seja, quando criança fala-se como
criança; quando jovem, adulto, anciã se fala de forma coerente com o momento etário
- qualquer deslocamento linguístico-verbal denota a fragilidade e, ou a regressão
psico-cognitiva do indivíduo.
Por mais que o Discurso se caracterize por MONÓLOGO, este
enquadra-se no paradigma da comunicação, esta no binômio: Emissor-Receptor. Toda
forma de comunicação produz seus ecos, ainda que aparente via única, o emissor-
receptor vive esta situação interagindo com o significado-resignificado do verbo e a
mensagem explícita-implícita. Todo ato de comunicar humano traz em si não apenas o
texto dito, mas o subtexto não dito; é o que se diz e o que é subliminar no discurso.

Assim um ouvido atento captará a intencionalidade do palestrante, seu


marketing e propaganda. É a máxima: "Quem tem ouvidos para ouvir que ouça!" Neste
prisma só é iludido quem quer.

No momento atual, em que somos açodados por fake news, cada vez
mais urge tem atenção no que é somado ao nosso dia, pois como ninguém fica
incólume, e tendo que a maioria significativa retransmite o que recebe, ao fazê-lo esta
sendo copartícipe do ato, e por ele de modo personalista, responde pelo arcabouço do
Discurso, como supra apresentado, bem da forma de responsabilização jurídica -
penal e civil.

Logo não venha alegar obstrução de consciência, mas que ela restruja
céus e terra, fazendo novo todas as coisas, derrocando os engodos, para que não
façam mais ao seu patrício atos maquiavélicos de obnubilação com fito de lhe angariar
votos e apoios e depois deixá-lo órfão, pois usam da bela vocal em tom mavioso.

Enfim: Toda palavra é uma semente e; que ela não volte ao emissor
sem que tenha produzido seus frutos!

Marlon Lelis de Oliveira, Mtb 0085378/SP


advogado, psicólogo e coordenação estadual do MCCE.
Whats: 11- 993834727
E-mail: dr.marlonlelis@gmail.com

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