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Projeto Air Cargo Challenge 2021

AERO@UBI

1º Desafio: Desenho e análise de um


aeromodelo em OpenVSP
1 – Objetivo
O presente documento pretende definir e apresentar o primeiro desafio do projeto de
preparação para o Air Cargo Challenge 2021.

Este desafio encontra-se integrado numa série de desafios que visam possibilitar a
transmissão de conhecimento já adquirido em edições anteriores bem como melhor preparar
os estudantes para a participação na edição de 2021 do Air Cargo Challenge.

De uma forma geral, o primeiro desafio aqui apresentado tem como principais objetivos:

→ Desenho de um aeromodelo sujeito a requisitos;


→ Avaliação de diferentes características de uma aeronave por análises computacionais;
→ Estimular a procura e seleção de informação;
→ Apresentação de uma proposta de um aeromodelo tendo em conta a sua
exequibilidade.

2 – Descrição
Uma vez que o Air Cargo Challenge consiste numa competição na qual estão incluídas as
componentes de projeto e de construção, assim como o voo, a preparação da prova deve
incidir sobre estas componentes.

Desta forma, e ainda que os restantes desafios interliguem de uma forma mais clara a
componente de projeto e construtiva, o primeiro desafio pretende servir de introdução ao
projeto de um aeromodelo sujeito a requisitos. Durante este desafio deve ter-se em atenção
a configuração da aeronave proposta com especial foco nas características aerodinâmicas da
mesma.

2.1 – Requisitos
Os requisitos a considerar para a aeronave a projetar são os apresentados no regulamento da
competição para a edição de 2019.

Para este desafio em particular, deve ser demonstrado que a aeronave proposta é capaz de
albergar a carga útil e os sistemas necessários ao seu funcionamento e que a aeronave assim
como os sistemas cabem, em simultâneo, dentro da caixa de transporte (tal como
evidenciado no regulamento). O aeromodelo deve ser capaz de realizar uma prova de
velocidade tal como apresentado no regulamento da edição de 2019.

Figura 1 - Dimensões (em mm) da caixa de transporte e prova a realizar pelo aeromodelo
2.2 – Software de análise
Ainda que o desafio tenha como software base o OpenVSP, as análises realizadas podem
estender-se a outros softwares que se considerem relevantes.

2.3 – Análises
2.3.1 – Aerodinâmica
O capítulo da aerodinâmica é essencial no projeto de qualquer aeronave e o desempenho é
altamente dependente das geometrias escolhidas. As escolhas realizadas para dar resposta ao
primeiro desafio devem maximizar a eficiência aerodinâmica a baixos coeficientes de
sustentação (de forma a atingir a máxima velocidade de cruzeiro), no entanto devem ser
exequíveis em termos construtivos e as previsões de arrasto devem ser realistas.

O estudo deve ser realizado para o intervalo de velocidade (V) de desempenho do avião e
devem ser apresentadas estimativas de arrasto (D) e tração (T). A maximização da eficiência
aerodinâmica referida deve ser realizada para a velocidade máxima de cruzeiro.

Na escolha das geometrias deve-se prestar especial atenção ao(s) perfil(s) alar(es) (que pode
ser selecionado, modificado ou desenhado de raiz) bem como à geometria/configuração da
asa (distribuições de corda, incidência, diedro e enflechamento ao longo da semi-
envergadura).

A velocidade máxima de cruzeiro corresponde à velocidade máxima na condição de fator de


carga igual a 1, isto é, voo nivelado (L=W, T=D). Esta é a velocidade atingida durante as
pernas da prova de velocidade.

Na Secção 4 apresentam-se ligações para bases de dados de perfis alares.

2.3.2 – Sistemas
Para operar o aeromodelo existe a necessidade de incluir alguns sistemas. Os sistemas
necessários e permitidos à realização do voo da aeronave encontram-se limitados pelo
regulamento da competição de 2019. A identificação dos sistemas é necessária para que as
medidas e os volumes das partes do aeromodelo permitam albergar estes mesmos sistemas.

Como referência, apresenta-se uma tabela com os sistemas escolhidos para a aeronave da
AERO@UBI para a competição de 2019.

Sistema Link
Bateria principal Link_bat
Bateria recetor Link_TXbat
Servo Link_servo
ESC Link_ESC
Recetor (GR-16) Link_recetor
Motor (AXI Gold 2826/10) Link_motor
Hélice (Aero-naut CAM Carbon light 12x7) Link_hélice
Podem, no entanto, ser escolhidos outros sistemas desde que sejam permitidos pelo
regulamento da competição.

2.3.3 – Sistema propulsivo


A determinação da velocidade máxima do aeromodelo pode ser feita através de um modelo
de sistema propulsivo elétrico. É necessário que seja garantido o acoplamento entre o motor
e a hélice, podendo este ser conseguido através do modelo de motor e do programa Prop
Selector, ou qualquer outra ferramenta de simulação do sistema propulsivo, como o QPROP
ou o JBLADE.

O acoplamento é garantido quando a velocidade de rotação do motor e da hélice são iguais e


se verifica a igualdade entre a potência no eixo e a potência absorvida pelo hélice.

Como referência deixam-se os sites, à frente, para realizar o download do software Prop
Selector e QPROP e o documento “DC Motor / Propeller Matching” (Drela, 2005).

2.3.4 – Distribuição de massa


Deve ser realizado um estudo de centro de gravidade (CG) a fim de garantir a estabilidade do
aeromodelo, de forma a que este ponto esteja localizado de tal forma que a margem estática
longitudinal (SM) é assegurada (𝑆𝑀 ≥ 10%).

O estudo relativo à estabilidade longitudinal do avião pode ser realizado com recurso, por
exemplo, ao XFLR5, para determinação da posição do centro aerodinâmico.

Durante a preparação da participação no Air Cargo Challenge 2019, foram realizados vários
provetes a fim de melhor se avaliar a massa prevista para a aeronave. A tabela que se
apresenta de seguida encontra-se no relatório apresentado pela equipa (referência 4 da
bibliografia).

Como é possível observar na tabela, diferentes configurações de estruturas em sandwich


foram construídas variando o núcleo e as fibras de reforço. O provete construído com núcleo
de Rohacell foi a combinação utilizada na construção das empenagens.

Como simplificação, é aceitável que se considere apenas 500g/m 2 em todas as cascas do


avião. Qualquer casca mais leve, deve ser devidamente justificada.

Figura 2 - Massas por unidade de área de estruturas em sandwich testadas durante a preparação para o ACC2019 (Design
report: AERO@UBI – 10)
Podem ser encontradas online algumas propriedades de materiais. Para tal deixam-se como
referência duas bases de materiais online:

- Matweb: http://www.matweb.com/

- Efunda: https://www.efunda.com/home.cfm

3 – Bibliografia
Como auxílio à realização do projeto recomendam-se algumas referências bibliográficas que
contêm informação acerca dos tópicos abrangidos pelo desafio.

1 – Cursos de aeromodelismo: Projeto, Projeto Aeronest, UBI – DCA (Link)

2 – Cursos de aeromodelismo: Princípios básicos, Projeto Aeronest, UBI – DCA (Link)

3 – Cursos de aeromodelismo: Princípios avançados, Projeto Aeronest, UBI – DCA (Link)

4 – Air Cargo Challenge 2019 - Design report: AERO@UBI – 10, UBI – DCA (Link)

5 – “DC Motor / Propeller Matching”, Drela (2005) (Link)

6 – Documentação acerca do OpenVSP (Link)

7 – Regulamento do Air Cargo Challenge 2019 (Link)

4 – Websites
1 – XFLR5: http://www.xflr5.tech/xflr5.htm

2 – OpenVSP: http://openvsp.org/

3- Prop Selector: http://www.hoppenbrouwer-home.nl/ikarus/software/propselector.htm

4 – UIUC Applied Aerodynamics Group: https://m-


selig.ae.illinois.edu/ads/coord_database.html

5 – Airfoil tools: http://airfoiltools.com/search/index

6 - QPROP: http://web.mit.edu/drela/Public/web/qprop/

7 - JBLADE: https://sites.google.com/site/joaomorgado23/Home

5 – Relatório
Deve ser redigido um breve relatório (máx.: 20 páginas) que contenha as considerações feitas
ao longo do projeto e os resultados obtidos para a proposta de aeronave apresentada. Neste
documento deve ser demonstrado que a aeronave cumpre os requisitos anteriormente
apresentados.

O relatório deve ser enviado em formato PDF para o email acc2019ubi@gmail.com até às
23h59m do dia 25 de fevereiro de 2020.
Os Avaliadores poderão pedir para ver os ficheiros de simulação.

6 – Avaliação
- Mérito do desenho proposto;

- Mérito das análises;

- Perfil alar apresentado;

- Estimativas de arrasto e tração vs velocidade;

- Velocidade de perda mínima;

- Velocidade máxima de cruzeiro.

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