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APRESENTAÇÃO

DE APOIO

Finanças
Comportamentais
DA DISCIPLINA

A disciplina tem como objetivo abordar as principais teorias em finanças comportamentais, descrevendo
sua evolução, importância e aplicação aos diversos temas da atualidade. Propõe-se com essa disciplina uma maior
capacidade de análise dos problemas e soluções existentes no universo de finanças, investimentos e banking,
recorrendo conhecimentos em psicologia, finanças comportamentais e teoria do processo decisório.
DA DISCIPLINA

1º 2º 3º 4º
ENCONTRO ENCONTRO ENCONTRO ENCONTRO

Ricardo Amorim Ricardo Amorim Bernardo Nunes Bernardo Nunes


CONVIDADO PUCRS

RICARDO AMORIM BERNARDO NUNES


Acompanhe os slides nesse link

bernardofn.link/fib19-b

Bernardo Fonseca Nunes Cenas do filme The Big Short (2015)


Imagine a seguinte situação

Dois investidores de mesmo perfil recebem o relatório de seus investimentos

A B

Sua posição foi de $1M para $1,1M Sua posição foi de $4M para $3M

Qual dos dois tem Qual


maisdos doispara
razões estáestar
maissatisfeito
feliz hoje?com sua situação?
Dependência do referencial


O comportamento frente ao risco
é determinado em termos de
ganhos e perdas relativamente a
um ponto de referência.

Damos mais valor às coisas
após começarmos a possuí-las.
Contabilidade mental


Avaliamos diferentes ‘dinheiros’
de formas diferentes,
e.g. origem e intenção.

Richard Thaler
Contabilidade mental: exemplos

1) Disposição a vender as posições ganhadoras


mais rapidamente que as perdedoras;

2) House money: maior aptidão para arriscar após


uma aposta ganhadora .
A maneira como um dinheiro foi ganho
não deveria alterar nossa disposição a gastá-lo.
Qual opção você escolheria?

Aposta

● 50% de chance de ganhar $1000

● 50% de chance de não ganhar nada

ou Aversão ao risco

● Ganhar $500 com certeza Maioria


Qual opção você escolheria?

Aposta

● 50% de chance de perder $1000 Maioria

● 50% de chance de não perder nada Busca pelo risco

ou

● Perder $500 com certeza


Um investidor racional não deveria ter atitudes assim

Aversão à perda

Nós somos 2X mais sensíveis a


perdas do que ganhos de mesma
magnitude.
Teoria da Perspectiva

Função Valor
(Kahneman e Tversky, 1979)

● Depende do referencial;
● Definida em relação a ganhos
e perdas;

● Mais inclinada no campo das


perdas.
Renda, bem-estar e aversão à perda

GSOP (N = 163.000, i = 28.723)

Boyce et al. (2013, PS)


Aversão à perda e conscienciosidade

Boyce et al. (2016, PSPB)


Fun fact - Cycling to Bhutan

20 de Março de 2019
Christopher Boyce bernardofn.link/fib19-14
Adventures in Happiness Blog
Investidores ‘míopes’

Num modelo com aversão à perda, quanto


mais frequente é a avaliação dos retornos
da carteira, menos atrativo se torna o
investimento em ativos com alto risco,
como as ações. Shlomo Benartzi
Fato: Quanto maior o período de avaliação,
menor a chance de perda em ações

Período Mês Ano 5 anos 10 anos 20 anos

Retorno 0,57% 7,00% 40,30% 96,70% 287,00%

Volatilidade 5,77% 20,00% 44,70% 63,20% 89,40%


Porém, há o efeito do período de avaliação

É a frequência com que os retornos de uma carteira são avaliados.

É diferente da noção de horizonte de planejamento;

Um indivíduo que poupa para o longo prazo (e.g. aposentadoria) pode ter
um período de avaliação trimestral;

Olha para o futuro, mas em intervalos curtos.


Ações vs Renda Fixa usando a Teoria da Perspectiva

Indiferença entre ações e renda fixa

Benartzi e Thaler (1995)


Se o período de avaliação é de 1 ano,
como num fundo de previdência
Utilidade perspectiva é máxima entre 30 e 55% em ações

Benartzi e Thaler (1995)


Prêmio pelo risco condizente
com período de avaliação de 1 ano

Prêmio de risco na amostra = 6,5% (1926-1990)

Condizente com um período de avaliação de 1 ano

Benartzi e Thaler (1995)


Aversão à perda míope

1. Explica porque o prêmio pelo risco das ações é alto.


algo inconsistente com a previsão dos modelos
baseados em racionalidade;

1. Papel do período de avaliação;

1. Qual a implicação disso para a interação entre gestor


e cliente?
Nem sempre ter mais opções é melhor.
informação
Informação mais frequente, lucro menor

Experimento com
Traders profissionais

Larson, List e Metcalf (2016)


Personalidade financeira no Private Wealth

Aptidão ao risco Engajamento nas decisões

bernardofn.link/fib19-15
Comportamento frente ao risco
Ideia #1 Ideia #2
Dependência do referencial Contabilidade mental

E.g. Preço pago pelo ativo Damos importância diferente para


diferentes 'dinheiros' de acordo com a
forma que foram obtidos.

Ideia #3 Ideia #4
Aversão à perda Comportamento míope

Somos, pelo menos, 2 vezes mais Possível explicação para o prêmio de


sensíveis às perdas do que ao ganhos risco das ações ser tão elevado.
de mesma magnitude.
Mecanismos de comprometimento
Mecanismos de comprometimento

Indivíduo prevê que terá tentações de consumo no futuro;

Adota amarrações, por exemplo, investimentos pouco líquidos ou


endividamento desejado;
Procura por comprometimento de poupança

Financia imóvel, mesmo sabendo que talvez poderia ser melhor


alugar e investir a diferença;

Compra título de capitalização para “já separar” o dinheiro do IPVA do


ano seguinte.
Experimento: diferente liquidez, diferentes retornos

Contas de Investimento

Com penalidade de Sem penalidade


12% em caso de (liquidez plena)
saque

Retorno XX% Retorno XY%

Beshears et al. (2015)


Resultado

Há demanda por comprometimento! Tem gente pagando para se amarrar!

Com retorno iguais = 1/2 recursos na conta com comprometimento;

Mesmo quando a taxa de retorno paga pela conta com comprometimento era
a menor, em média, 1/4 dos recursos foram alocados nesta conta.

Beshears et al. (2015)


Resultado
Como se divide a população em termos de preferências
temporais

Sem viés do presente Com viés do presente


Ingênuo Sofisticado

Sem demanda por Sem demanda por Demanda


comprometimento, comprometimento, comprometimento,
pois decide pois não tem pois é consciente de
consistentemente. consciência de suas suas potenciais
potenciais falhas de falhas de
autocontrole. autocontrole.

Minoria!
Se existe demanda por comprometimento, há oferta?

Previdência: planos ocupacionais

EUA: possui liquidez com Reino Unido: sem liquidez Holanda: sem liquidez
penalidade;
Adesão automática com Adesão praticamente
Adesão facultativa opção de abandonar obrigatória
Adesão automática: usa a procrastinação em favor do
poupador

Previdência: planos ocupacionais

Reino Unido Nova Zelândia


Adesão automática: usa a procrastinação em favor do
poupador

Previdência: planos ocupacionais

Richard Thaler
Planos 401k dos EUA

(Inscrição automática)

(Auto-escalonamento)

bernardofn.link/fib19-12
Para saber mais sobre soluções comportamentais na
previdência

Diálogos Setoriais UE + Brazil na Semana ENEF 2016

bernardofn.link/fib19-13
Poupança deve ser simples e automática
Poupança simples e automática: exemplos de produtos
Poupança simples e automática: exemplos de produtos
Regulação e políticas públicas

Coerção, banimento e obrigação. Incentivos econômicos


Nudges como solução comportamental
Por que as regras padrão funcionam?

Comportamento de inércia
Nudge

São soluções que guiam o


comportamento das
pessoas em determinada
direção,

Mas também permitem


que elas se comportem do
seu jeito.
Nudges como solução comportamental
Nudges como solução comportamental
MINDSPACE como método de aplicação dos Nudges

bernardofn.link/fib19-18
Frameworks disponíveis para finanças

bernardofn.link/fib19-19
Nudge Apps em Fintech
Nudge Apps em Fintech
É possível mudar o comportamento financeiro?

Fatores psicológicos
Cognitivos
Não-cognitivos

Ação educacional
+ Educação Financeira
? Comportamento
Financeiro

Socio-demográficas
Educação
Renda
Base familiar
Mudança de comportamento
Ideia #1 Ideia #2
Mecanismos de comprometimento Nudges

São utilizados pelos indivíduos Preservam a liberdade de escolha. Tem


sofisticados para restringir suas custo baixo.
próprias escolhas futuras.

Ideia #3 Ideia #4
Paternalismo light Desenho de produtos financeiros

Alternativas de regulação usando Gerir o cliente.


nudges. Maior caso de sucesso da Fintechs explorando esses novos
economia comportamental. atributos.
Tempestade perfeita

Nasdaq
Outubro-Novembro de 1991
Fim de 1999 até 2003
O que fazem os investidores em ações sofisticados?

bernardofn.link/fib19-16
Comportamento numa 'tempestade perfeita'

Bob Goldfarb
Value investors (Valor)

1. Número limitado de ações;


2. Bottom-up (seletividade);
3. Fundo fechado;
4. Baixo giro;
5. “Come da própria comida”.
A gestão dos clientes pode ser mais
importante do que a gestão das contas.
difícil
Quem lucra com a doutrina?
Quem lucra com a doutrina?
Dimensional usa o 'Modelo Fama e French'

O retorno de um ativo é uma função dos seguintes


fatores:

1. Prêmio pelo risco de mercado CAPM, Sharpe (1964)

1. Tamanho (Small vs Large)


3 Fatores, Fama e French
(1993)
1. Valor (Value vs Growth)

1. Lucratividade
5 Fatores, Fama e French
(2015)
1. Padrão de investimento

bernardofn.link/fib19-17
Quem lucra com a doutrina?
Eugene Fama David Booth
Você pode até enganar todo mundo
alguma vez, e algumas pessoas todo o
tempo.

Mas você não conseguirá enganar todo


mundo o tempo todo.
Finanças tradicionais x comportamentais

Eugene Fama Bob Shiller

Mercados Eficientes (1970) Exuberância Irracional (2000)


O preço dos ativos reflete plenamente a
informação relevante.

É improvável bater o índice


sistematicamente.
Hipótese dos Mercados Eficientes (Fama, 1970)
A flutuação do preço das ações é inexplicável na teoria
convencional

O preço das ações flutua


mais do que o que é
previsto pela flutuação dos
dividendos.

Bob Shiller (2000)


Prêmio Nobel de Economia de 2013
Gestão comportamental
Ideia #1 Ideia #2
Seletividade Gestão semi-ativa

Valor, condomínio fechado, baixo giro. Fame e French de 5 fatores.

Ideia #3 Ideia #4
Improvável superar o índice Gestão comportamental do cliente
sistematicamente
Mais difícil que
Mas existem oportunidades de retornos a gestão da carteira em si.
em excesso.
Bernardo Fonseca Nunes, Ph.D

@ThisIsBernardo

/in/ThisIsBernardo

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