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Dimensionamento de Uma Pequena Barragem de Terra para Irrigacao No Campus Henrique Santillo Da Universidade Estadual de G 1 PDF
Dimensionamento de Uma Pequena Barragem de Terra para Irrigacao No Campus Henrique Santillo Da Universidade Estadual de G 1 PDF
ANÁPOLIS-GO
2014
FLÁVIO RIBEIRO CORREIA
ANÁPOLIS-GO
2014
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pela vida, saúde, paz, sabedoria e persistência para
vencer mais essa etapa.
Agradeço aos meus pais, José e Eleny, pelo amor, carinho e pelo apoio em tudo na
minha vida.
Em especial agradeço o tio Antônio José e a tia Maria pelo cuidado e grande apoio
durante todos esses anos de graduação.
A toda minha família por incentivar e acreditar nessa conquista.
A minha namorada pelo amor, companheirismo, dedicação e conselhos.
Ao meu irmão e minha cunhada pela força e apoio.
Ao Prof. MSc. Neander Berto Mendes pela paciência, orientações e ensinamentos.
Ao Prof. MSc. Ródney Ferreira Couto pela amizade e apoio durante a vida
acadêmica.
Ao Gustavo Henrique Mendes pela prontidão e paciência em me ajudar na realização
desse trabalho.
Aos meus primos que considero como irmãos: Andrea, Fausto, Fernando, Fabiana e
Wilian pelo carinho e ajuda em todos os momentos que precisei.
Aos meus amigos Bruno Palma, Carol, Carlos Antônio, Elson, Erik, Flávio Henrique,
Kari, Laiz, Mateus, Neyber, Pâmella e Raquel, pelo convívio, troca de experiências e os bons
momentos que passamos juntos durante o curso.
A Universidade Estadual de Goiás pela formação acadêmica adquirida e a todos os
professores do curso de Engenharia Agrícola pela contribuição para o meu crescimento
pessoal e profissional.
A todos, minha enorme gratidão.
iii
Feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento;
porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que
o ouro mais fino.
Pr 3: 13-14
iv
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 11
2.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 11
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS.... ..................................................................................... 11
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 12
3.1 RECURSOS HÍDRICOS ................................................................................................ 12
3.2 TIPOS DE BARRAGEM ................................................................................................ 12
3.3 BARRAGEM DE TERRA ............................................................................................. 13
3.3.1 Elementos de uma barragem de terra .................................................................. 14
3.4 BACIA HIDROGRÁFICA ............................................................................................. 15
3.4.1 Tempo de concentração ......................................................................................... 16
3.4.2 Intensidade de precipitação................................................................................... 16
3.4.3 Estimativa da produção hídrica............................................................................ 17
3.4.4 Estimativa da vazão de projeto ............................................................................. 17
3.5 EXTRAVASOR .............................................................................................................. 18
3.6 DESARENADOR ........................................................................................................... 18
3.7 COMPACTAÇÃO DO SOLO ........................................................................................ 18
3.8 IRRIGAÇÃO .................................................................................................................. 19
3.8.1 Irrigação por pivô central ..................................................................................... 20
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 22
4.1 DADOS DO PROJETO .................................................................................................. 22
4.2 DIMENSIONAMENTO DA BARRAGEM................................................................... 23
4.2.1 Produção hídrica da bacia ..................................................................................... 23
4.2.2 Vazão necessária..................................................................................................... 26
4.2.3 Balanço hídrico ....................................................................................................... 26
4.2.4 Altura da barragem ............................................................................................... 28
v
4.2.5 Volume de amortecimento ..................................................................................... 29
4.2.6 Vazão máxima ........................................................................................................ 30
4.2.7 Extravasor............................................................................................................... 32
4.2.8 Desarenador ............................................................................................................ 35
4.2.9 Bacia de dissipação................................................................................................. 36
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................... 39
vi
LISTA DE FIGURAS
vii
LISTA DE TABELAS
viii
RESUMO
As barragens de terra são obras utilizadas desde os tempos mais remotos, e apresentam muitas
vantagens em comparação com estruturas equivalentes em betão e são mais apropriadas para
explorações agrícolas ou outras situações no meio rural. As barragens são construídas para
armazenar água, usada em maior quantidade fora da época de chuvas principalmente para
irrigação, abastecimento de água potável, aproveitamento hidrelétrico e navegação. Apesar de
ser uma obra simples, que utiliza material natural local e de pouca manutenção é preciso ter
um profissional habilitado para garantir a segurança, pois, o rompimento pode provocar sérios
danos à jusante. Diante disso, o trabalho teve como objetivo dimensionar uma barragem de
terra para irrigação em um curso d’água na área do Campus Henrique Santillo da
Universidade Estadual de Goiás – UEG, tendo como finalidade servir de apoio para aulas
práticas e projeto de pesquisa científica do curso de Engenharia Agrícola. O sistema de
irrigação foi por pivô central, capaz de irrigar 20 hectares com uma lâmina bruta de 10
mm/dia durante 20 horas por dia. A bacia hidrográfica foi delimitada a partir de dados de
imagem SRTM (Shuttle Radar Topography Mission). Como resultado a barragem apresentou
uma altura no nível normal de 9 m, uma altura do extravasor de 1,5 m e uma altura de folga
de 1,5 m, sendo a altura total de 12 m. A largura da crista foi de 7 m, o que possibilita ser
usada como estrada, e a largura de fundo de 67 m. Foi adotado um desarenador de concreto
com diâmetro de 80 cm. O sistema extravasor foi um canal retangular de concreto com
paredes de 1,5 m de altura d’água e largura de 3,06 m, tendo ao seu final uma estrutura de
dissipação de energia.
ix
1 INTRODUÇÃO
11
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
12
Barragens de terra: possui maciço constituído por solos compactados em
camadas sucessivas, com sua estabilidade garantida pelo próprio peso da estrutura.
13
3.3.1 Elementos de uma Barragem de Terra
14
CUT-OFF: vala construída no eixo da barragem e preenchida com terra de boa
qualidade devidamente compactada;
NÚCLEO: construído no centro do aterro para diminuição da infiltração;
EXTRAVASOR OU VERTEDOURO: estrutura com a finalidade de escoar o
excesso de água da represa;
DESARENADOR: também conhecido como tubulação de fundo, tem a função
de controle do nível da represa e garantir o escoamento à jusante;
DISSIPADOR DE ENERGIA: tem a função de diminuir a energia cinética da
água, ao voltar ao seu leito natural.
Antes de projetar uma barragem de terra, é necessário levantar uma série de dados
prévios: características da bacia hidrográfica, topografia do terreno, distância de transporte
das áreas de empréstimos até o local de construção da barragem, quantidade e qualidade dos
materiais construtivos, fluviometria, dados hidrológicos, tipo de solo e outros.
15
FIGURA 3 - Bacia Hidrográfica
Fonte: Geo – Conceicao (2011).
Define-se como tempo de concentração o tempo necessário para que toda a bacia
hidrográfica esteja contribuindo com a água sobre ela precipitada, desde o início da chuva,
para uma determinada seção do curso de água ou da superfície da bacia objeto de análise.
Dessa forma, o conhecimento do tempo de concentração é fundamental para a determinação
da máxima vazão que estará contribuindo para um determinado local da bacia após o início da
chuva (SILVA et al., 2007).
Segundo Carvalho (2008), é a quantidade de chuva que cai por unidade de tempo.
Está relacionado ao tamanho da bacia: uma chuva de grande intensidade ocorre em áreas
pequenas e tem curta duração, já, chuvas que cobrem extensas áreas tem grande duração e são
de baixa intensidade.
A intensidade de precipitação é fornecida por pluviógrafo que registra a altura de
precipitação em função do tempo. A partir de uma série histórica destes valores e, utilizando-
se de processos estatísticos, pode-se estimar o valor da intensidade de precipitação possível de
ocorrer dentro de um tempo (frequência) e com uma determinada duração.
16
3.4.3 Estimativa da produção hídrica da bacia
17
3.5 EXTRAVASOR
De acordo com Matos et al. (2003), a água que chega em excesso a açudes e represas
pode ser oriunda de duas fontes: vazão normal, que ocorre após enchimento do reservatório,
para dar passagem à água de rios ou riachos perenes, e vazão de enchentes. O excesso de água
devido às vazões normal e de enchente deve ser eliminado pelo extravasor, também
denominado sangradouro, vertedouro, vertedor, descarregador de superfície e ladrão.
A cinética associada ao escoamento d’água à jusante de diversas estruturas
hidráulicas, os vertedores, por exemplo, pode chegar a níveis muito elevados. Esta excessiva
energia cinética pode exercer ações distribuidoras, tanto na própria estrutura como também no
corpo natural receptor das águas. Torna-se então necessário prever a construção de estruturas
dissipadoras de energia, destinadas a compatibilizar a velocidade do escoamento com as
características de resistência do meio físico a jusante (BAPTISTA et al., 2003).
3.6 DESARENADOR
18
Alguns ensaios realizados em laboratório mostram que qualquer índice de resistência
de um solo decresce com o aumento da umidade, desde que o solo não seja previamente
saturado; no momento que esse solo saturar-se sua resistência cairá a níveis muito baixos.
Portanto, os aterros bem compactados não serão necessariamente aqueles que
apresentam grande resistência, e sim aqueles cuja resistência é estável independente das
estações climáticas do ano. Esta condição é alcançada quando a densidade é máxima, situação
em que a umidade do solo é dita ótima.
Para fazer uma boa compactação, é necessário especificar o grau de compactação, a
umidade do solo a ser compactado e o equipamento a ser utilizado (energia de compactação).
3.8 IRRIGAÇÃO
19
aumento de estabelecimentos comerciais e industriais e do emprego nestes setores,
diminuição do êxodo rural e melhoria nas condições de saúde, educação, habitação e lazer dos
irrigantes (BERNARDO et al., 2006).
Para Testezlaf (2011), irrigação por pivô central apresenta uma característica
específica de aplicação de água, pois as taxas de aplicação variam ao longo da linha lateral
devido ao intervalo de tempo que a água é aplicada, por unidade de comprimento da lateral,
diminuir ao longo do pivô para o anel externo.
No anel externo do pivô a velocidade de deslocamento das torres é máxima e, como
a velocidade angular é constante, o tempo de aplicação diminui nesta área. Para que seja
mantida a mesma lâmina bruta aplicada ao longo de toda a área, deve-se aumentar a taxa de
aplicação instantânea neste anel externo. Na parte interna do pivô, perto do ponto central, a
velocidade das torres é menor, o que ocasiona uma diminuição do tempo de aplicação,
portanto, para manter a lâmina bruta aplicada constante a taxa de aplicação deve diminuir.
20
Dessa forma a taxa de aplicação deve ser progressivamente mais alta quando se caminha para
a parte externa do pivô.
De acordo com Bernardo et al. (2006), o sistema de irrigação por pivô central
apresenta vantagens e desvantagens em relação ao sistema tradicional de irrigação por
aspersão.
As principais vantagens são:
Economia de mão de obra;
Economia de tubulações, pois, quando se usa água subterrânea, a linha principal não é
utilizada;
Manutenção do mesmo alinhamento e a mesma velocidade de movimentação em todas
as irrigações;
Após completar uma irrigação, o sistema estará no ponto inicial para começar outra;
Boa uniformidade de aplicação, quando bem dimensionado;
As principais desvantagens são:
É difícil muda-lo de área, para poder aumentar a área irrigada, por unidade de
equipamento, quando o modelo é fixo;
Perde 20% da área, aproximadamente (com um raio de 400 m, irriga 50 a 54 de cada
64 ha);
Possui alta intensidade de aplicação, na extremidade do pivô, geralmente variando
entre 40 e 140 mm/h para os pivôs com aspersores ou spray, e valores maiores do que esta
faixa para pivôs com aplicação localizada;
21
4 MATERIAL E MÉTODOS
A vazão de referência para outorga e direito para o uso das águas de domínio do
Estado de Goiás, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos –
SEMARH no Art. 12, Capítulo II da Resolução 09/2005, é a vazão Q95. Está refere-se a
23
vazão com garantia de permanência de 95% do tempo, considerando a bacia de contribuição
no ponto de captação onde a informação estiver disponível.
Como a vazão de demanda ultrapassou a vazão outorgável, houve a necessidade de
se construir a barragem para acúmulo de água.
O Córrego Barreiro é considerado uma bacia hidrológica pequena, e por isso, não
possui registro de medição de vazão suficiente para constituir uma série histórica. Devido à
falta de registro de vazões do Córrego Barreiro, para a estimativa das vazões foi utilizada a
translação de dados da bacia do Rio das Antas. O Córrego Barreiro pertence a sub bacia do
Rio das Antas que possui maior dimensão e está inserida na área em estudo.
Para o cálculo da translação de dados foram utilizadas as Equações 1 e 2:
(1)
(2)
Em que:
Para o Rio das Antas foi obtido uma série histórica com trinta e seis anos de leituras
diárias de vazão. O Rio das Antas possui uma área de drenagem de 22.300 ha, e sua bacia é
considerada a maior do município de Anápolis-GO (BRASIL, 2013).
A partir dos dados diários de vazão, foram encontradas as vazões mínimas, médias e
máximas mensal para os trinta e seis anos de medições da série histórica.
Para o cálculo da Q95, foram utilizadas as vazões mínimas mensais, da seguinte
maneira:
As vazões mínimas foram colocadas em ordem decrescente;
Cada uma das vazões recebeu um índice de ordem (n), sendo que a maior
vazão recebeu n = 1;
24
A cada ordem está associada uma frequência, dada por , onde
N é o número total de vazões. A frequência indica a chance de a vazão ser igualada ou
superada em um ano qualquer;
E por fim determinou-se o tempo de retorno que é o inverso da frequência,
. O tempo de retorno indica em quantos anos a vazão pode recorrer.
A Q95 foi à vazão que apresentou uma frequência de 95%; esta vazão foi de 0,865
m³/s para o Rio das Antas e para o Córrego Barreiro a Q95 foi de 0,0206 m³/s.
A curva de permanência das vazões foi elaborada a partir de vazões mínimas, médias
e máximas e da frequência das vazões da série histórica. As curvas indicam a porcentagem de
tempo em que um determinado valor de vazão foi igualado ou superado durante o período de
observação.
A curva de permanência para o Rio das Antas pode ser visualizada na Figura 7.
60
50
40
30
20
10
0
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
FREQÜÊNCIA
VAZÕES MÍNIMAS VAZÕES MÉDIAS VAZÕES MÁXIMAS
A vazão necessária para que a lâmina bruta de irrigação seja aplicada em toda área
dentro do tempo foi calculada conforme a Equação 3:
(3)
Em que:
(4)
Em que:
( ) (5)
Em que:
(6)
27
O balanço hídrico foi necessário para determinar o volume mínimo do reservatório,
capaz de abastecer o sistema de irrigação durante todo o tempo de funcionamento e ainda
garantir a vazão mínima de jusante.
A altura da barragem foi dada em função do volume total de água a ser acumulada.
Além da altura referente ao nível máximo de acumulação, foi previsto no dimensionamento a
elevação que ocorre em épocas de intensas precipitações e ainda, uma altura referente à folga
entre o nível máximo de água e a crista da barragem. Para o calculo da altura máxima da
barragem foi utilizada a Equação 7:
H (7)
Em que:
28
TABELA 1 – Cotas, área, volume entre curvas e volumes para barragem do Córrego Barreiro
COTA (m) ÁREA (m²) VOLUME (m³) VOLUME ACUMULADO (m³) VOLUME ÚTIL (m³)
1043 106 0 0 0
1044 284 195 195 0
1045 906 595 791 595
1046 1580 1243 2034 1838
1047 2289 1934 3968 3773
1048 3437 2863 6831 6635
1049 4591 4014 10845 10649
1050 5877 5234 16078 15883
1051 7114 6495 22574 22379
1052 8506 7810 30384 30188
1053 9949 9227 39611
1054 11451 10700 50311
1055 13987 12719 63030
1056 14782 14385 77415
Fonte: Elaborada pelo autor (2014).
(8)
Em que:
A largura da crista de uma barragem deve ser sempre maior que 3 m, e, para que a
crista possibilite o trânsito de veículos é necessário que sua largura seja no mínimo igual a
6m.
Após uma chuva intensa, uma parte da água vai infiltrar no solo, outra evapora e a
maior parte vai escoar superficialmente até chegar ao reservatório da barragem provocando
sua elevação. Esta elevação do nível d’água constitui no armazenamento de um volume de
29
água no reservatório, chamado de volume de amortecimento de cheia, que depois de certo
tempo é restituído ao curso d’água normal.
Considerando uma altura máxima de água no extravasor de 1,5 m acima do nível
normal, a água chegará a uma altura de 10,5 m na cota 1053,5. O volume de amortecimento
calculado foi de 14.577 m³, diferença dada pelo volume armazenado na altura máxima do
extravasor e o volume acumulado até a altura normal da barragem na cota 1052.
A Figura 8 mostra a relação cota x volume acumulado no reservatório.
90000
80000
Volume Acumulado (m³)
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
1042 1044 1046 1048 1050 1052 1054 1056 1058
Cota (m)
Para o Córrego Barreiro, o tempo de concentração foi calculado pela equação SCS
Lag, sendo esta equação usada para áreas menores que 800 ha, conforme a Equação 9:
( ) (9)
Em que:
30
So = Declividade média do talvegue, m.m-1;
CN = Número da curva;
(10)
Em que:
k = 9099
a = 0,184
b = 49,164
c = 1,125
√ (11)
Em que:
4.2.7 Extravasor
O sistema extravasor foi constituído por um canal retangular, tendo ao seu final uma
estrutura de dissipação de energia com a mesma largura e também retangular onde foi
instalada uma rampa com blocos de queda e blocos amortecedores a qual deságua em uma
soleira vertedora provocando um ressalto hidráulico; toda estrutura foi construída em concreto
armado.
O canal foi dimensionado em função da vazão máxima escoada pelo extravasor. A
vazão máxima foi calculada pela Equação 12:
(12)
Em que:
32
(13)
Em que:
O volume total que entra no reservatório foi encontrado através da Equação 14:
(14)
Em que:
(15)
Em que:
{ } (16)
√
33
Em que:
(17)
Em que:
(18)
Em que:
34
Tabela 2 – Velocidades limites, em função do material das paredes do canal.
Tipo de canal Velocidade (m/s)
Canal em areia muito fina 0,20 a 0,30
Canal em areia grossa pouco compactada 0,30 a 0,50
Canal em terreno arenoso comum 0,60 a 0,80
Canal em terreno sílico-arenoso 0,70 a 0,80
Canal em terreno ariloso compactado 0,80 a 1,20
Canal gramado 1,00 a 1,50
Canal em rocha 2,00 a 4,0
Canal de concreto 4,00 a 10,0
Fonte: Carvalho (2008).
4.2.8 Desarenador
(19)
Em que:
35
TABELA 3 - Coeficientes de rugosidade (C) de Hazen-Wiliams.
Tipo de tubo C
Concreto (acabamento comum) 120
Manilha vitrificada 110
PVC 140
Fonte: Carvalho (2008).
(20)
Em que:
(21)
Em que:
T = Tempo de esvaziamento, s;
= Volume acumulado no nível normal, m³;
= Máxima vazão média mensal, m³.
36
Blocos de queda, construídos no início da bacia, e tem a finalidade de aumentar a
profundidade da água, intensificar o turbilhonamento e reduzir o comprimento da bacia.
Blocos amortecedores, construídos entre os blocos de queda e a soleira terminal (final
da bacia), tem a finalidade de estabilizar o ressalto, aumentar o turbilhonamento e melhorar o
desempenho da bacia.
Soleiras terminais, que são degraus constituídos ou dentados, construídos no final da
bacia, tem a finalidade de criar certo refluxo de água que permite a remoção do material
sólido transportado até a bacia.
As bacias são classificadas em quatro tipos (I, II, III e IV) dependendo do número de
Froude e da velocidade a montante do ressalto hidráulico. O cálculo do número de Froude é
determinado pela Equação 22:
1
(22)
√g 1
Em que:
√ (23)
37
FIGURA 9 – Bacia de dissipação do tipo III.
Fonte: Carvalho (2008).
38
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para o balanço hídrico da micro bacia do Córrego Barreiro foi utilizado o ano de
1999, pois, este ano apresentou valores de vazões próximos aos valores médios da série
histórica, como pode ser visto na Tabela 4.
Tabela 4 – Balanço hídrico do Córrego Barreiro: Vazão média (QMÉDIA), Volume de água
que chega na barragem (VTo), Volume de saída da água (VDo) e Volume mínimo acumulado
do reservatório (VA)
ANO MÊS QMÉDIA (m³/h) VTo (m³) VDo (m³) VTo - VDo (m³) VA (m³)
1999 J 297 221151,17 100617,06 120534,11 0
F 232 156147,03 90879,93 65267,10 0
M 603 448999,56 100617,06 348382,49 0
A 402 289780,73 97371,35 192409,38 0
M 229 170485,78 100617,06 69868,72 0
J 169 121899,11 97371,35 24527,76 0
J 147 109694,23 100617,06 9077,16 0
A 100 74619,26 100617,06 -25997,80 -25998
S 135 97324,75 97371,35 -46,60 -26044
O 136 101408,96 100617,06 791,89 -25253
N 749 539156,30 97371,35 441784,95 0
D 1087 808393,25 100617,06 707776,19 0
Fonte: Elaborado pelo autor (2014).
Através do balanço hídrico foi possível observar que o maior déficit hídrico na micro
bacia foi de 26.044 m³ e aconteceu no mês de setembro.
A altura normal da barragem foi de 9 m, obtida em função do volume de água
armazenada. O levantamento dos dados topográficos do terreno permitiu a obtenção das
curvas de nível da bacia de acumulação e do perfil longitudinal. No nível normal d’água do
reservatório a cota foi de 1052 e o volume de água armazenada foi de 30.324 m³. Nesta
mesma cota o volume útil acumulado foi de 30.188 m³, volume este, suficiente para abastecer
a demanda de água para o pivô de irrigação, pois é superior ao maior déficit hídrico na micro
bacia. O volume útil acumulado foi obtido considerando a tomada d’água na cota 1044, ou
seja, 1 m acima do fundo da barragem. A área da barragem tomada pela água represada foi de
8.500 m² com uma profundidade média de 3,57 m.
39
A altura máxima da barragem foi de 12 m, sendo a altura normal de 9 m, a altura do
extravasor de 1,5 m e a altura de folga ou altura de segurança de 1,5 m.
A largura da crista da barragem foi de 7 m, sendo que a largura mínima da crista para
ser utilizada como estrada é de 6m, portanto, o aterro da barragem pode ser usado para
passagem de veículos. Quanto maior a largura da crista, maior será o maciço da barragem,
que se for bem compactado poderá proporcionar um aterro de maior estabilidade, porém, o
custo da obra pode ficar mais elevado.
A crista da barragem ficou situada na cota 1055. A inclinação do talude de montante
foi de 2,75: 1 (H:V) e do talude de jusante, 2,25:1 (H:V). A projeção horizontal do talude de
montante foi de 33 m e do talude de jusante, 27 m, a largura total da barragem foi de 67 m.
A seção transversal da barragem com as dimensões pode ser visto na Figura 10.
12
1,5
1,5
33 7 27
67
36
67
40
5.2 SISTEMA EXTRAVASOR
O sistema extravasor adotado foi um canal retangular, com fundo e paredes laterais
de concreto. A área do canal extravasor foi de 4,6 m², com uma largura de 3,06 m e com um
perímetro molhado de 6,1 m. A declividade do canal foi de 0,01819 m/m, e a altura máxima
de 3 m.
A vazão máxima de entrada foi de 39,51 m³/s, o tempo de concentração de 58
minutos e a intensidade de precipitação 168,8 mm/h. Os dados utilizados para o
dimensionamento estão apresentados na Tabela 5.
41
0,87
0,94
1,1
3,06
0,87
4,32
0,94
14,6
5.3 DESARENADOR
42
6 CONCLUSÕES
43
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
EMBRAPA. Cultivo do milho. 8 ed. Sete Lagoas, MG: Embrapa milho e sorgo, 2012.
Disponível em:
<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Milho/CultivodoMilho_2ed/irrig
acao.htm>. Acesso em: 30 nov. 2013
FAO. Manual sobre pequenas barragens de terra. Guia para a localização, projecto e
construção. Roma: Organização das Nações Unidas para a alimentação e a agricultura, 2011.
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