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MATERIAL: CURSO DA MP 905/2019

Professor Élisson Miessa


Procurador do Trabalho

Professor de Processo do Trabalho do Aprovação PGE (https://aprovacaopge.com.br/)

Mestrando em Direito pela Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FDRP-USP)

Autor e Coordenador de diversos livros para concursos públicos pela Editora JusPodivm

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CURSO NOVA REFORMA TRALHISTA: Comentários à MP 905/2019.


Aspectos processuais e administrativos.

APROVAÇÃO PGE

O material foi retirado e adaptado do livro NOVA REFORMA TRABALHISTA:


COMENTÁRIOS À MP Nº 905/2019 E À LEI Nº 13.874/2019 (LEI DE LIBERDADE
ECONÔMICA) (no prelo), que será lançado em breve pela Editora JusPodivm.
Além disso, preparei um site com conteúdo especial para aquelas e aqueles que estudam e
trabalham na área trabalhista. O site é alimentado frequentemente com dicas de estudos, materiais
gratuitos, atualizações legislativas e jurisprudenciais e muito mais. Confira em:
http://www.elissonmiessa.com.br/.

1. FISCALIZAÇÃO DAS NORMAS DE PROTEÇÃO DO TRABALHO

Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº 05/2019)


Art. 626. Incumbe às autoridades Art. 626 - Incumbe às autoridades
competentes da Secretaria Especial de competentes do Ministério do Trabalho,
Previdência e Trabalho do Ministério da Indústria e Comercio, ou àquelas que
Economia a fiscalização do cumprimento exerçam funções delegadas, a
das normas de proteção ao trabalho. fiscalização do fiel cumprimento das
normas de proteção ao trabalho.
Parágrafo único. Compete Parágrafo único - Os fiscais dos
exclusivamente aos Auditores Fiscais do Institutos de Seguro Social e das
Trabalho a fiscalização a que se refere entidades paraestatais em geral
este artigo, na forma estabelecida nas dependentes do Ministério do Trabalho,
instruções normativas editadas pela Industria e Comercio serão competentes
Secretaria Especial de Previdência e para a fiscalização a que se refere o
Trabalho do Ministério da Economia. presente artigo, na forma das instruções
que forem expedidas pelo Ministro do
Trabalho, Industria e Comercio.

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O órgão competente da Administração Pública para a fiscalização do cumprimento das


normas trabalhistas era o Ministério do Trabalho. Contudo, em 1º de janeiro de 2019, a MP nº
870/2019 (posteriormente convertida na Lei nº 13.844/2019) transformou o Ministério do
Trabalho em Ministério da Economia, com a criação de uma Secretaria Especial da Previdência e
Trabalho, sendo esta a responsável pela maioria das atribuições do Ministério do Trabalho, tais
como fiscalização do trabalho, saúde e segurança do trabalho, regulação profissional, política
salarial, dentre outras.
O parágrafo único do art. 626 da CLT dispõe que “compete exclusivamente aos Auditores
Fiscais do Trabalho a fiscalização a que se refere este artigo”.
A análise literal deste dispositivo poderia nos levar à conclusão de que nenhum outro
órgão pode fiscalizar o cumprimento das normas de proteção do trabalho. Evidentemente que essa
interpretação não prevalece.
É que essa norma atinge tão somente as autoridades vinculadas à Secretaria Especial da
Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, como descreve o próprio caput do art. 627 da
CLT.
O sistema de proteção dos trabalhadores não se resume a tais autoridades, de modo que
nada obsta a fiscalização por outros órgãos.
Do mesmo modo, não atinge o Ministério Público do Trabalho que não se insere na
estrutura do Poder Executivo, tendo regramento próprio na LC nº 75/93, especialmente nos arts. 8º
e 84.
O que a MP fez, portanto, foi adaptar a nomenclatura do dispositivo à atual organização
administrativa, na qual o Ministério do Trabalho foi convertido em Ministério da Economia, tendo
sido criada a Secretaria Especial da Previdência e Trabalho.

2. CRITÉRIO DA DUPLA VISITA


MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 627. A fim de promover a instrução Art. 627 - A fim de promover a instrução
dos responsáveis no cumprimento das leis dos responsáveis no cumprimento das leis
de proteção do trabalho, a fiscalização de proteção do trabalho, a fiscalização
observará o critério de dupla visita nas deverá observar o critério de dupla visita
seguintes hipóteses: nos seguintes casos:

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I - quando ocorrer promulgação ou edição de a) quando ocorrer promulgação ou


novas leis, regulamentos ou instruções expedição de novas leis, regulamentos ou
normativas, durante o prazo de cento e instruções ministeriais, sendo que, com
oitenta dias, contado da data de vigência das relação exclusivamente a esses atos, será
novas disposições normativas; feita apenas a instrução dos responsáveis;

II - quando se tratar de primeira inspeção em b) em se realizando a primeira inspeção


estabelecimentos ou locais de trabalho dos estabelecimentos ou dos locais de
recentemente inaugurados, no prazo de cento trabalho, recentemente inaugurados ou
e oitenta dias, contado da data de seu efetivo empreendidos.
funcionamento;

III - quando se tratar de microempresa,


empresa de pequeno porte e
estabelecimento ou local de trabalho com
até vinte trabalhadores;

IV - quando se tratar de infrações a


preceitos legais ou a regulamentações sobre
segurança e saúde do trabalhador de
gradação leve, conforme regulamento
editado pela Secretaria Especial de
Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia; e

V - quando se tratar de visitas técnicas de


instrução previamente agendadas com a
Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho do Ministério da Economia.

§ 1º O critério da dupla visita deverá ser


aferido para cada item expressamente
notificado por Auditor Fiscal do Trabalho
em inspeção anterior, presencial ou remota,
hipótese em que deverá haver, no mínimo,
noventa dias entre as inspeções para que
seja possível a emissão de auto de infração.

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§ 2º O benefício da dupla visita não será


aplicado para as infrações de falta de
registro de empregado em Carteira de
Trabalho e Previdência Social, atraso no
pagamento de salário ou de FGTS,
reincidência, fraude, resistência ou
embaraço à fiscalização, nem nas hipóteses
em que restar configurado acidente do
trabalho fatal, trabalho em condições
análogas às de escravo ou trabalho infantil.

§ 3º No caso de microempresa ou empresa


de pequeno porte, o critério de dupla visita
atenderá ao disposto no § 1º do art. 55 da
Lei Complementar nº 123, de 14 de
dezembro de 2006.
4º A inobservância ao critério de dupla
visita implicará nulidade do auto de
infração lavrado, independentemente da
natureza principal ou acessória da
obrigação.

O critério de dupla visita consiste na “realização de duas visitas ao estabelecimento do


empregador: a primeira para inspecionar o local de trabalho e instruir o empregador sobre o que
este deve fazer para sanar eventuais irregularidades, fazendo as determinações respectivas para sua
correção; a segunda, para verificar se o empregador seguiu as instruções e, se for o caso, lavrar
autos de infração para tantas quantas forem as irregularidades não sanadas.”1 Trata-se, portanto, da
realização de uma visita “prévia” para a orientação (“primeira visita”) antes que seja aplicada
qualquer punição.
Entre a primeira e a segunda visita deve haver um período mínimo de 90 dias (CLT, art.
627, § 1º).
A partir da MP nº 905/2019 houve significativa ampliação das hipóteses de dupla visita
previstas pelo dispositivo celetista. Assim, haverá dupla visita nos seguintes casos:

1
HENTSCHKE, Marcelo Bergmann. In: SOUZA, Rodrigo Trindade (org.). CLT comentada pelos juízes do
trabalho da 4ª região. 2. ed. São Paulo: LTr, 2017. p. 379.
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I - quando ocorrer promulgação ou edição de novas leis, regulamentos ou instruções normativas,


durante o prazo de cento e oitenta dias, contado da data de vigência das novas disposições
normativas;
II - quando se tratar de primeira inspeção em estabelecimentos ou locais de trabalho recentemente
inaugurados, no prazo de cento e oitenta dias, contado da data de seu efetivo funcionamento;
III - quando se tratar de microempresa, empresa de pequeno porte e estabelecimento ou local de
trabalho com até vinte trabalhadores;
IV - quando se tratar de infrações a preceitos legais ou a regulamentações sobre segurança e saúde
do trabalhador de gradação leve, conforme regulamento editado pela Secretaria Especial de
Previdência e Trabalho do Ministério da Economia; e
V - quando se tratar de visitas técnicas de instrução previamente agendadas com a Secretaria
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
A partir da MP nº 905/2019, o § 2º do art. 627 da CLT passa a prever que não será
aplicado o benefício da dupla visita quando for constatada infração por:
- falta de registro de empregado em CTPS;
- atraso no pagamento de salário ou de FGTS;
- reincidência;
- fraude, resistência ou embaraço à fiscalização;
- acidente do trabalho fatal;
- trabalho em condições análogas às de escravo ou
- trabalho infantil.
Não sendo observado o critério da dupla visita, haverá a nulidade do auto de infração
lavrado, independentemente da natureza principal ou acessória da obrigação.

3. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS À INSPEÇÃO


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP
nº 905/2019)
Art. 630. Nenhum Auditor Fiscal do Art. 630. Nenhum agente da
Trabalho poderá exercer as atribuições do inspeção poderá exercer as
seu cargo sem exibir a carteira de atribuições do seu cargo sem exibir
identidade fiscal, fornecida pela a carteira de identidade fiscal,
autoridade competente. devidamente autenticada, fornecida
(...) pela autoridade competente.
§ 3º Os Auditores Fiscais do Trabalho § 3º - O agente da inspeção terá
terão livre acesso a todas dependências livre acesso a todas dependências
dos estabelecimentos sujeitos à legislação dos estabelecimentos sujeitos ao

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trabalhista, hipótese em que as empresas, regime da legislação, sendo as


por meio de seus dirigentes ou prepostos, empresas, por seus dirigentes ou
ficarão obrigadas a prestar-lhes os prepostos, obrigados a prestar-lhes
esclarecimentos necessários ao os esclarecimentos necessários ao
desempenho de suas atribuições legais e a desempenho de suas atribuições
exibirem, quando exigidos, quaisquer legais e a exibir-lhes, quando
documentos que digam respeito ao fiel exigidos, quaisquer documentos
cumprimento das normas de proteção ao que digam respeito ao fiel
trabalho. cumprimento das normas de
proteção ao trabalho.

§ 4º Os documentos sujeitos à inspeção § 4º - Os documentos sujeitos à


poderão ser apresentados nos locais de inspeção deverão permanecer, sob
trabalho ou, alternativamente, em meio as penas da lei nos locais de
eletrônico ou, ainda, em meio físico, em trabalho, somente se admitindo,
dia e hora previamente estabelecidos pelo por exceção, a critério da
Auditor Fiscal do Trabalho. autoridade competente, sejam os
mesmos apresentados em dia hora
previamente fixados pelo agente da
inspeção.
§ 4º-A. As ações de inspeção, exceto se
houver disposição legal em contrário, que
necessitem de atestados, certidões ou
outros documentos comprobatórios do
cumprimento de obrigações trabalhistas
que constem em base de dados oficial da
administração pública federal deverão
obtê-los diretamente nas bases geridas
pela entidade responsável e não poderão
exigi-los do empregador ou do
empregado.
§ 8º As autoridades policiais, quando § 8º - As autoridades policiais,
solicitadas, deverão prestar aos Auditores quando solicitadas, deverão prestar
Fiscais do Trabalho a assistência de que aos agentes da inspeção a
necessitarem para o fiel cumprimento de assistência de que necessitarem
suas atribuições legais. para o fiel cumprimento de suas
atribuições legais.

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O art. 630, § 4º, da CLT previa que os documentos sujeitos à inspeção deveriam
permanecer nos locais de trabalho. Com a alteração promovida pela MP nº 905/2019, o dispositivo
deixa de exigir que os documentos permaneçam na própria empresa, podendo, por exemplo,
permanecer no escritório de contabilidade.
No entanto, o dispositivo não afastar o dever de apresentar a documentação ao Auditor
Fiscal do Trabalho no próprio local de trabalho.
É que o novel dispositivo cria a alternatividade de que os documentos sejam apresentados
no local de trabalho ou em meio eletrônico ou ainda em meio físico, em dia e hora previamente
estabelecidos pelo Auditor. Quem definirá, porém, se os documentos serão apresentados no local
do trabalho ou em dia e hora previamente agendada é o Auditor Fiscal, vez que a alternatividade
foi concedida ao agente de fiscal e não ao empregador.
A MP nº 905/2019 acrescentou o § 4º-A ao art. 630, prevendo que, nos casos em que a
comprovação do cumprimento de obrigações trabalhistas exigir atestados, certidões ou outros
documentos que constem em base de dados oficial da administração pública federal, os auditores
deverão obtê-los diretamente nas bases geridas pela entidade responsável e não poderão exigi-los
dos empregadores ou empregados. Nesses casos, portanto, a não apresentação, caso solicitado pelo
Auditor, não será considerada resistência ou embaraço à fiscalização.

4. PROCEDIMENTO ESPECIAL PARA AÇÃO FISCAL


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da
MP nº 905/2019)
Art. 627-A. Poderá ser
instaurado procedimento
Art. 627-A. Poderá ser instaurado especial para a ação fiscal,
procedimento especial para a ação fiscal, com objetivando a orientação
o objetivo de fornecer orientações sobre o sobre o cumprimento das
cumprimento das leis de proteção ao trabalho leis de proteção ao trabalho,
e sobre a prevenção e o saneamento de bem como a prevenção e o
infrações à legislação por meio de termo de saneamento de infrações à
compromisso, com eficácia de título executivo legislação mediante Termo
extrajudicial, na forma a ser disciplinada pelo de Compromisso, na forma
Ministério da Economia. a ser disciplinada no
Regulamento da Inspeção
do Trabalho.
§ 1º Os termos de ajustamento de conduta e
os termos de compromisso em matéria
trabalhista terão prazo máximo de dois anos,
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renovável por igual período desde que


fundamentado por relatório técnico, e deverão
ter suas penalidades atreladas aos valores das
infrações contidas nesta Consolidação e em
legislação esparsa trabalhista, hipótese em que
caberá, em caso de descumprimento, a
elevação das penalidades que forem
infringidas três vezes.
§ 2º A empresa, em nenhuma hipótese, poderá
ser obrigada a firmar dois acordos
extrajudiciais, seja termo de compromisso,
seja termo de ajustamento de conduta, seja
outro instrumento equivalente, com base na
mesma infração à legislação trabalhista.

O art. 627-A da CLT, inserido pela MP nº 905/2019, prevê um procedimento especial de


fiscalização para que haja a orientação dos empregadores acerca da prevenção e saneamento de
infrações à legislação trabalhista, bem como para o cumprimento das normas de proteção ao
trabalho, em especial aquelas que garantem as condições mínimas de trabalho2.
Trata-se de procedimento facultativo e preventivo.
Esse procedimento gera a formalização de um termo de compromisso, consistente em
documento administrativo firmado no âmbito do ministério da Economia com a finalidade de
limitar a autuação da fiscalização do trabalho durante a vigência do termo. Com o advento da MP
nº 905/2019, esse documento passa a ter eficácia de título executivo extrajudicial.
O art. 627-A, § 1º, da CLT passa a prever que o termo de compromisso firmado pelo
Ministério da Economia terá prazo máximo de 2 anos, renovável por igual período, desde que
fundamentado por relatório técnico.
Os parágrafos do art. 627-A da CLT, além de tratarem do termo de compromisso, buscam
abordar o termo de ajustamento de conduta firmado especialmente pelo MPT.
O art. 627-A, § 1º, da CLT impõe que o termo de ajustamento de conduta tenha prazo
máximo de 2 (dois) anos, renovável por igual período desde que fundamentado por relatório
técnico. Além disso, estabelece que o termo de ajustamento de conduta deverá ter suas
penalidades atreladas aos valores das infrações contidas na CLT e em legislação esparsa
trabalhista, sendo possível sua elevação quando forem infringidas 3 (três) vezes.

2
CORREIA, Henrique. Direito do trabalho. Coleção Concursos Públicos. 5. ed. Salvador: JusPodivm, 2019. p.
1594.
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5. AÇÕES DE INSPEÇÃO DO TRABALHO


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da
MP nº 905/2019)
Art. 627-B. O planejamento das ações de ⊗ Dispositivo sem
inspeção do trabalho deverá contemplar a correspondência na antiga
elaboração de projetos especiais de redação.
fiscalização setorial para a prevenção de
acidentes de trabalho, doenças ocupacionais
e irregularidades trabalhistas a partir da
análise dos dados de acidentalidade e
adoecimento ocupacionais e do mercado de
trabalho, conforme estabelecido em ato da
Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho do Ministério da Economia.
§ 1º Caso detectados irregularidades
reiteradas ou elevados níveis de
acidentalidade ou adoecimentos
ocupacionais em determinado setor
econômico ou região geográfica, o
planejamento da inspeção do trabalho deverá
incluir ações coletivas de prevenção e
saneamento das irregularidades, com a
possibilidade de participação de outros
órgãos públicos e entidades representativas
de empregadores e de trabalhadores.
§ 2º Não caberá lavratura de auto de infração
no âmbito das ações coletivas de prevenção
previstas neste artigo.

O art. 627-B da CLT, acrescentado pela MP nº 905/2019, estabelece que o planejamento


das ações de inspeção do trabalho deverá contemplar a elaboração de projetos especiais de
fiscalização setorial para a prevenção de acidentes de trabalho, doenças ocupacionais e
irregularidades trabalhistas.
Os projetos especiais de fiscalização setorial são realizados a partir da análise dos dados de
acidentalidade e adoecimento ocupacionais e do mercado de trabalho, conforme estabelecido em
ato da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
O art. 627-B, § 1º, da CLT (acrescentado pela MP nº 905/2019) prevê que, se detectadas
irregularidades reiteradas ou elevados níveis de acidentalidade ou adoecimentos ocupacionais em
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determinado setor econômico ou região geográfica, o planejamento da inspeção do trabalho deverá


incluir ações coletivas de prevenção e saneamento das irregularidades com a possiblidade de
participação de outros órgãos públicos e entidades representativas de empregadores e de
trabalhadores.
Esse dispositivo pretende uniformizar a forma de tratamento em determinado setor,
afastando-se investigações individuais para concentrar suas ações no âmbito coletivo, atingindo ao
mesmo tempo diversas empresas.

6. DOMICÍLIO ELETRÔNICO TRABALHISTA


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 628-A. Fica instituído o ⊗ Dispositivo sem correspondência
Domicílio Eletrônico Trabalhista, na antiga
regulamentado pela Secretaria
Especial de Previdência e Trabalho do
Ministério da Economia, destinado a:
I - cientificar o empregador de
quaisquer atos administrativos, ações
fiscais, intimações e avisos em geral;
e
II - receber, por parte do empregador,
documentação eletrônica exigida no
curso das ações fiscais ou
apresentação de defesa e recurso no
âmbito de processos administrativos.
§ 1º As comunicações eletrônicas
realizadas pelo Domicílio Eletrônico
Trabalhista dispensam a sua
publicação no Diário Oficial da União
e o envio por via postal e são
consideradas pessoais para todos os
efeitos legais.
§ 2º A ciência por meio do sistema de
comunicação eletrônica, com
utilização de certificação digital ou de
código de acesso, possuirá os
requisitos de validade.
§ 3º A utilização do sistema de
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comunicação eletrônica previsto


no caput é obrigatória para todos os
empregadores, conforme estabelecido
em ato da Secretaria Especial de
Previdência e Trabalho do Ministério
da Economia, garantidos prazos
diferenciados para as microempresas e
as empresas de pequeno porte.
§ 4º O empregador deverá consultar o
sistema de comunicação eletrônica no
prazo de até dez dias, contado da data
de notificação por correio eletrônico
cadastrado.
§ 5º Encerrado o prazo a que se refere
o § 4º, considera-se automaticamente
que a comunicação eletrônica foi
realizada.
§ 6º A comunicação eletrônica a que
se refere o caput, em relação ao
empregador doméstico, ocorrerá por
meio da utilização de sistema
eletrônico na forma prevista pelo art.
32 da Lei Complementar nº 150, de 1º
de junho de 2015.
§ 7º A comunicação eletrônica a que
se refere o caput não afasta a
possibilidade de utilização de outros
meios legais de comunicação com o
empregador a serem utilizados a
critério da autoridade competente.

Diante das inovações tecnológicas e com o objetivo de facilitar a comunicação


especialmente entre a administração pública e os particulares, a MP nº 905/2019 estabelece o
domicílio eletrônico trabalhista, conforme as disposições do art. 628-A.
De acordo com o art. 628-A, caput, da CLT, o domicílio eletrônico trabalhista será
regulamentado pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia e
tem como finalidades:

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1) Cientificar o empregador de quaisquer atos administrativos, ações fiscais, intimações e avisos em


geral;
2) Receber, por parte do empregador, documentação eletrônica exigida no curso das ações fiscais ou
apresentação de defesa e recurso no âmbito de processos administrativos.
Trata-se, portanto, de sistema eletrônico que visa à facilitação da comunicação no âmbito
administrativo com o empregador, seja para o recebimento de informações, seja para o envio de
documentação.
As comunicações eletrônicas dispensam a publicação no Diário Oficial e o envio por via
postal, sendo considerada pessoal para todos os efeitos legais (CLT, art. 628-A, § 1º).
O § 3º do dispositivo prevê a obrigatoriedade da utilização do sistema de comunicação
eletrônica pelos empregadores, não dando margem para que estes possam optar em receber as
notificações por outros meios. De qualquer modo, garantiu prazos diferenciados para a adesão
pelas microempresas e empresas de pequeno porte.
Quanto ao empregador doméstico, a comunicação eletrônica se dará no âmbito do Simples
Doméstico, por força do § 4º do art. 628-A da CLT.
É importante destacar que a comunicação por meio do sistema eletrônico não afasta a
possibilidade de utilização de outros meios legais de comunicação com o empregador, a serem
utilizados a critério da autoridade competente (CLT, art. 628-A, § 7º).

7. PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA APLICAÇÃO DE MULTA

7.1. Auto de infração


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 629. O auto de infração será Art. 629 - O auto de infração será
lavrado no curso da ação fiscal, sendo lavrado em duplicata, nos têrmos dos
uma via entregue ao infrator, modelos e instruções expedidos, sendo
preferencialmente, em meio uma via entregue ao infrator, contra
eletrônico, pessoalmente, mediante recibo, ou ao mesmo enviada, dentro
recibo, ou, excepcionalmente, por via de 10 (dez) dias da lavratura, sob pena
postal. de responsabilidade, em registro
postal, com franquia e recibo de volta.
§ 1º O auto de infração não terá o seu § 1º O auto não terá o seu valor
valor probante condicionado à probante condicionado à assinatura do
assinatura do infrator ou de infrator ou de testemunhas, e será
testemunhas. lavrado no local da inspeção, salvo

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Professor de Processo do Trabalho do Aprovação PGE (https://aprovacaopge.com.br/)

Mestrando em Direito pela Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FDRP-USP)

Autor e Coordenador de diversos livros para concursos públicos pela Editora JusPodivm

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havendo motivo justificado que será


declarado no próprio auto, quando
então deverá ser lavrado no prazo de
24 (vinte e quatro) horas, sob pena de
responsabilidade.
§ 2º Lavrado o auto de infração, não § 2º Lavrado o auto de infração, não
poderá ele ser inutilizado, nem poderá êle ser inutilizado, nem sustado
sustado o curso do respectivo o curso do respectivo processo,
processo, devendo o Auditor Fiscal do devendo o agente da inspeção
Trabalho apresentá-lo à autoridade apresentá-lo à autoridade competente,
competente, mesmo se incidir em mesmo se incidir em êrro.
erro.
§ 3º O prazo para apresentação de § 3º O infrator terá, para apresentar
defesa será de trinta dias, inclusive defesa, o prazo de 10 (dez) dias
para a União, os Estados, o Distrito contados do recebimento do auto.
Federal, os Municípios e as suas
autarquias e fundações de direito
público, contado da data de
recebimento do auto de infração.
§ 4º O auto de infração será registrado § 4º O auto de infração será registrado
em meio eletrônico pelo órgão com a indicação sumária de seus
fiscalizador, de modo a assegurar o elementos característicos, em livro
controle de seu processamento. próprio que deverá existir em cada
órgão fiscalizador, de modo a
assegurar o contrôle do seu
processamento.

O art. 629 da CLT elenca os requisitos do auto de infração lavrado a partir da fiscalização
realizada por auditores-fiscais do trabalho. Nele deve constar o número do auto de infração, os
dados do autuado, a ementa (texto da norma violada), o histórico da infração encontrada, a
indicação dos dispositivos legais violados, os elementos de convicção do auditor, a data da
lavratura e a assinatura do auditor fiscal do trabalho. De qualquer maneira, o art. 15 da Portaria nº
854/2015 prevê a aplicação do princípio da instrumentalidade das formas3, de modo que “a
omissão ou incorreção no auto de infração não acarretará sua nulidade, quando do processo
constarem elementos suficientes para a caracterização da falta”.

3
MOURA, Marcelo. Consolidação das Leis do Trabalho para concursos. 8. ed. Salvador: JusPodivm, 2018. p. 784.
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Como o auditor fiscal do trabalho possui fé pública, os autos de infração têm presunção de
veracidade, razão pela qual não há necessidade de assinatura do infrator ou de testemunhas (CLT,
art. 629, § 1º).
O prazo de apresentação de defesa foi ampliado para 30 dias, inclusive para a União, os
Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito
público, contados do recebimento do auto.

7.2. Defesa no processo administrativo


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 632. O autuado poderá Art. 632 - Poderá o autuado requerer a
apresentar documentos e requerer a audiência de testemunhas e as
produção das provas que lhe diligências que lhe parecerem
parecerem necessárias à elucidação do necessárias à elucidação do processo,
processo, nos prazos destinados à cabendo, porém, à autoridade, julgar
defesa e ao recurso e caberá à da necessidade de tais provas.
autoridade competente julgar a
pertinência e a necessidade de tais
provas.
Parágrafo único. Fica dispensado o
reconhecimento de firma e a
autenticação de cópia dos documentos
expedidos no País e destinados a
compor prova junto a órgãos e
entidades do Poder Executivo federal,
exceto se existir dúvida fundamentada
quanto à sua autenticidade.

O art. 632 da CLT tem como finalidade assegurar o contraditório e a ampla defesa (CF/88, art.
5º, LV) nos processos administrativos decorrentes da fiscalização das normas trabalhistas,
permitindo que o autuado possa apresentar documentos e requerer a produção das provas
necessárias à elucidação do processo.
A contar do recebimento do auto, abre-se o prazo para a apresentação de defesa, que, a partir
da MP nº 905/2019, foi ampliado de 10 para 30 dias, inclusive para a União, os Estados, o Distrito
Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público (CLT, art. 629,
§ 1º).

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A defesa será apresentada no endereço indicado no auto de infração (Portaria do MTE nº


854/2015, art. 28), podendo inclusive ser enviada via postal para o endereço indicado no auto de
infração, sendo considerada a data de postagem como a de sua apresentação.
Nos termos do art. 28, § 2º, da Portaria nº 854/2015 do MTE, cada auto de infração
ensejará a apresentação de uma defesa.
A defesa mencionará a autoridade a quem é dirigida (atualmente, chefe da fiscalização)4; a
qualificação do interessado; os motivos de fato e de direito em que se fundamentar; as diligências
que o interessado pretende que sejam efetuadas.

7.3. Imposição de multas


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 634. A imposição de aplicação Art. 634 - Na falta de disposição
de multas compete à autoridade especial, a imposição das multas
regional em matéria de inspeção do incumbe às autoridades regionais
trabalho, na forma prevista neste competentes em matéria de trabalho,
Título e conforme estabelecido em ato na forma estabelecida por este Título.
da Secretaria Especial de Previdência
e Trabalho do Ministério da
Economia.
§ 1º A análise de defesa Parágrafo único - A aplicação da multa
administrativa observará o requisito não eximirá o infrator da
de desterritorialização sempre que os responsabilidade em que incorrer por
meios técnicos permitirem, hipótese infração das leis penais.
em que será vedada a análise de
defesa cujo auto de infração tenha
sido lavrado naquela mesma unidade
federativa.

§ 2º Será adotado sistema de

4
Portaria do MTE nº 854/2015.
Art. 19. O julgamento do processo compete: I - em primeira instância, aos Superintendentes Regionais do Trabalho
e Emprego; (...).
Art. 20. O Superintendente Regional do Trabalho e Emprego poderá delegar matéria e poderes referentes a este
normativo aos seguintes agentes administrativos: I - Chefe da Unidade de Multas e Recursos; II - Gerentes
Regionais de Trabalho e Emprego; III - Chefias de Fiscalização ou da Inspeção do Trabalho; IV - demais servidores
das Unidades de Multas e Recursos; V - parte de sua competência a outros titulares, desde que servidores efetivos do
órgão, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial. (...)
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distribuição aleatória de processos


para análise, decisão e imposição de
multas, a ser instituído na forma
prevista no ato Secretaria Especial de
Previdência e Trabalho do Ministério
da Economia a que se refere o caput.

O art. 634 da CLT trata do agente competente para a imposição das multas, cabendo à
autoridade regional em matéria de inspeção do trabalho, a ser estabelecida por ato da Secretaria
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia. Atualmente, a autoridade
competente é o chefe de fiscalização por delegação do Superintendente Regional do Trabalho e
Emprego5.
O Auditor Fiscal do Trabalho tem atribuição para lavrar o auto de infração. Em seguida,
desencadeia o processo administrativo. Decidido o processo administrativo e mantido o auto de
infração, caberá à autoridade regional em matéria de inspeção impor a multa, podendo o autuado:
a) apresentar recurso, nos termos do art. 635 e 636, da CLT;
b) realizar o pagamento da multa no prazo 30 dias, valendo-se dos benefícios dos §§ 4º e 5º, do art.
636 da CLT;
c) manter-se inerte, provocando a cobrança judicial, conforme disposto nos arts. 641 e 642 da CLT.
Instaurado o processo administrativo e apresentada a defesa, cumpre definir qual o agente
ou órgão competente para sua análise.
Nesse contexto, a MP nº 905/2019 acrescentou o § 1º ao art. 634 da CLT, determinando
que, na definição do órgão competente deverá ser observado o “requisito” da desterritorialização,
sempre que os meios técnicos permitirem.
Desterritorializar significa que a análise da defesa deverá ser feita por agente vinculado a
unidade federativa diversa da que lavrou o auto de infração. Busca-se, portanto, evitar que a
mesma unidade federativa que tiver lavrado o auto de infração analise a defesa, dando maior
imparcialidade na verificação do auto.

5
Portaria do MTE nº 854/2015.
Art. 19. O julgamento do processo compete: I - em primeira instância, aos Superintendentes Regionais do Trabalho
e Emprego; (...).
Art. 20. O Superintendente Regional do Trabalho e Emprego poderá delegar matéria e poderes referentes a este
normativo aos seguintes agentes administrativos: I - Chefe da Unidade de Multas e Recursos; II - Gerentes
Regionais de Trabalho e Emprego; III - Chefias de Fiscalização ou da Inspeção do Trabalho; IV - demais servidores
das Unidades de Multas e Recursos; V - parte de sua competência a outros titulares, desde que servidores efetivos do
órgão, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou
territorial. (...)
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Analisado os autos, o setor de análise expede um parecer opinando pela procedência total
ou parcial do auto de infração ou ainda por sua improcedência. Em seguida é encaminhado à
autoridade regional competente para decidir. Após, e se mantido o auto, será imposta a multa.
O § 2º do art. 634 da CLT, acrescentado pela MP nº 905/2019, determina que haverá
distribuição aleatória dos processos para análise, decisão e imposição de multas. Essa distribuição
depende de regulamentação a ser instituída por ato da Secretaria Especial de Previdência e
Trabalho do Ministério da Economia.

7.4. Recurso Administrativo


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP
nº 905/2019)
Art. 635. Caberá recurso, em Art. 635 - De tôda decisão que
segunda instância administrativa, impuser multa por infração das leis
de toda decisão que impuser a e disposições reguladoras do
aplicação de multa por infração trabalho, e não havendo forma
das leis e das disposições especial de processo caberá recurso
reguladoras do trabalho, para a para o Diretor-Geral Departamento
unidade competente para o ou Serviço do Ministério do
julgamento de recursos da Trabalho e Previdência Social, que
Secretaria de Trabalho da fôr competente na matéria.
Secretaria Especial de Previdência
e Trabalho do Ministério da
Economia.
§ 1º As decisões serão sempre Parágrafo único. As decisões serão
fundamentadas e atenderão aos sempre fundamentadas.
princípios da impessoalidade, da
ampla defesa e do contraditório.
§ 2º A decisão de recursos em
segunda e última instância
administrativa poderá valer-se de
conselho recursal paritário,
tripartite, integrante da estrutura da
Secretaria de Trabalho da
Secretaria Especial de Previdência
e Trabalho do Ministério da

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Economia, composto por


representantes dos trabalhadores,
dos empregadores e dos Auditores
Fiscais do Trabalho, designados
pelo Secretário Especial de
Previdência e Trabalho do
Ministério da Economia, na forma
e nos prazos estabelecidos em
regulamento.

O art. 635 da CLT versa sobre o recurso das decisões administrativas que imponham
multas por infração das leis trabalhistas.
Nesse aspecto, é importante destacar o procedimento da fiscalização.
Realizada a inspeção e verificado desrespeito às normas trabalhistas, o auditor-fiscal do
trabalho procederá à lavratura do auto de infração, dando origem a um processo administrativo.
Recebido o auto, o art. 629, § 3º, da CLT faculta ao infrator apresentar defesa no prazo máximo de
30 dias. Apresentada ou não a defesa, o auto de infração será analisado, propondo-se a
procedência (total ou parcial) ou improcedência do auto. Em seguida, a autoridade regional em
matéria de inspeção do trabalho poderá acolher ou não a proposição. Sendo improcedente o auto
de infração, haverá recurso de ofício, nos termos do art. 637 da CLT. Por outro lado, sendo
mantido o auto de infração, caberá à autoridade regional impor a multa.
Após a aplicação da multa, o infrator poderá ingressar com recurso administrativo no prazo
máximo de 30 dias, contados do recebimento da notificação, inclusive para a União, os Estados, o
Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público (CLT,
art. 636).
De acordo com o art. 635 da CLT, a análise do recurso caberá à unidade competente para o
julgamento de recursos da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia, em Brasília. Atualmente é a Coordenadoria Geral de Recursos.
O art. 636 da CLT prevê o procedimento para o recurso administrativo tratado no
dispositivo anterior, qual seja, o recurso que busca impugnar a decisão de imposição de multa.
A redação atual do dispositivo ampliou o prazo de interposição de 10 dias para 30 dias,
contados do recebimento da notificação, inclusive para a União, os Estados, o Distrito Federal, os
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público. Não haverá, portanto, a
aplicação de prazos diferenciados para os entes da Administração Pública.

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Por ora, conta-se em dias corridos o prazo de 30 dias, por força do art. 66, § 2º, da Lei
9.784/99. Na contagem exclui-se o dia do começo, incluindo-se o do vencimento, sendo certo que
será prorrogado até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver
expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
Cabe consignar que a MP nº 905/2019 caminhou no mesmo sentido da jurisprudência e
retirou a previsão de depósito da multa para a interposição de recurso administrativo, tendo em
vista que a exigência de depósito prévio a um só tempo violava os princípios democrático, da
isonomia, do contraditório, além do próprio direito de petição. Portanto, atualmente, não há
necessidade de depósito prévio para a interposição do recurso administrativo.6-7
Pagando-se a multa no prazo de 30 dias, o infrator renuncia ao direito de recorrer, de modo
que será beneficiado com a redução de 30% do valor da multa (CLT, art. 636, § 4º).
Em se tratando de microempresa, empresa de pequeno porte e estabelecimentos com até 20
trabalhadores, se houver renúncia do recurso e recolhimento da multa no prazo de 30 dias,
contados do recebimento da notificação, haverá redução de 50% do valor da multa (CLT, art. 636,
§ 5º).
A guia para recolhimento da multa será expedida e conferida eletronicamente para fins de
concessão do desconto, verificação do valor pago e arquivamento do processo (CLT, art. 636, §
6º).

7.4.1. Fluxograma do processo administrativo para aplicação da multa

6
O objeto da Súmula nº 424 do TST integra o da Súmula vinculante nº 21 do STF. Com efeito, sendo exigido do
administrado (empregador) o depósito prévio da multa anteriormente prevista no art. 636, § 1º, da CLT, para
interposição de recurso administrativo, ele poderá se utilizar da reclamação perante o STF (art. 103-A, § 3º, da
CF/88), caso queira se valer da súmula vinculante, que se estende inclusive para a Administração Pública ou
simplesmente usar a súmula do TST, dentro da Justiça do Trabalho, utilizando-se, em regra, do mandado de
segurança.
7
MIESSA, Élisson. In: MIESSA, Élisson; CORREIA, Henrique. Súmulas e OJs do TST comentadas e organizadas
por assunto. 8. ed. Salvador: JusPodivm, 2018. p. 1272.
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7.5. Conselho Recursal Paritário


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 637-A. Instituído o conselho na ⊗ Dispositivo sem correspondência na
forma prevista no § 2º do art. 635, antiga redação.
caberá pedido de uniformização de
jurisprudência no prazo de quinze
dias, contado da data de ciência do
acórdão ao interessado, de decisão
que der à lei interpretação divergente
daquela que lhe tenha dado outra
câmara, turma ou órgão similar.

A MP nº 905/2019 inovou ao dispor sobre a possibilidade de criação de conselho recursal


paritário tripartite para a análise dos recursos em segunda e última instância administrativa.
De acordo com o art. 635, § 2º, da CLT, o conselho recursal integra a estrutura da
Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia e é composto pelos seguintes representantes:
a) Trabalhadores;
b) Empregadores e
c) Auditores-fiscais do trabalho.
Os representantes serão designados pelo Secretário Especial de Previdência e Trabalho, na
forma e nos prazos estabelecidos em regulamento.
O Conselho paritário poderá ser dividido em câmaras, turmas ou órgãos fracionários.
Assim, pode ocorrer que um mesmo dispositivo, embasado nos mesmos fatos ou fatos
semelhantes, seja interpretado de uma forma por uma turma (câmara ou órgão fracionário) e de
outro modo por outra turma (câmara ou órgão fracionário), dando origem à divergência
jurisprudencial.
Nessa hipótese, o artigo prevê que será possível o pedido de uniformização de
jurisprudência da decisão que der à lei interpretação divergente de outra câmara, turma ou órgão
similar, com o objetivo de unificar a interpretação no âmbito administrativo. O prazo do pedido de
uniformização será de 15 dias contados da data de ciência do acórdão ao interessado.

7.6. Definitividade das decisões


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 638. São definitivas as decisões Art. 638 - Ao Ministro do Trabalho,

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de: Industria e Comercio é facultado


avocar ao seu exame e decisão, dentro
I - primeira instância, esgotado o de 90 (noventa) dias do despacho final
prazo para recurso voluntário sem que do assunto, ou no curso do processo, as
este tenha sido interposto; e questões referentes à fiscalização dos
preceitos estabelecidos nesta
II - segunda instância, ressalvada a Consolidação.
hipótese prevista no art. 637-A.

A redação dada pela MP nº 905/2019 ao art. 638 da CLT exclui a possibilidade de avocação
das questões relacionadas à fiscalização das normas de proteção ao trabalho pelo Ministro da
Economia.
Passa a prever que as decisões são definitivas, em primeira instância, após esgotado o prazo
para recurso voluntário sem que ele tenha sido interposto.
Em segunda instância são definitivas as decisões, com exceção das que forem decididas pelo
conselho recursal paritário e houver o pedido de uniformização de jurisprudência (CLT, art. 635,
§§ 2º e 4º).

7.7. Inscrição em dívida ativa da União


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 641. Na hipótese de o infrator não Art. 641 - Não comparecendo o
comparecer ou não depositar a infrator, ou não depositando a
importância da multa ou da penalidade, importância da multa ou penalidade,
o processo será encaminhado para o far-se-á a competente inscrição em
órgão responsável pela inscrição em livro especial, existente nas repartições
dívida ativa da União e cobrança das quais se tiver originado a multa ou
executiva. penalidade, ou de onde tenha provindo
a reclamação que a determinou, sendo
extraída cópia autentica dessa
inscrição e enviada às autoridades
competentes para a respectiva
cobrança judicial, valendo tal
instrumento como título de dívida
líquida e certa.
Art. 642. A cobrança judicial das Art. 642 - A cobrança judicial das
multas impostas pelas autoridades multas impostas pelas autoridades

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regionais em matéria de inspeção do administrativas do trabalho obedecerá


trabalho obedecerá ao disposto na ao disposto na legislação aplicável à
legislação aplicável à cobrança da cobrança da dívida ativa da União,
dívida ativa da União. sendo promovida, no Distrito Federal e
nas capitais dos Estados em que
funcionarem Tribunais Regionais do
Trabalho, pela Procuradoria da Justiça
do Trabalho, e nas demais localidades,
pelo Ministério Público Estadual e do
Território do Acre, nos termos do
Decreto-Lei nº 960, de 17 de dezembro
de 1938.

Após todo o processo administrativo de aplicação e impugnação das multas relacionadas à


fiscalização do trabalho, aplica-se multa ao infrator e, não havendo pagamento espontâneo,
haverá inscrição do débito na dívida ativa da União. Desse modo, o processo será encaminhado
ao órgão responsável pela inscrição em dívida ativa da União e cobrança executiva, atualmente a
Procuradoria da Fazenda Nacional.
A Certidão de Dívida Ativa constitui-se como um título executivo extrajudicial, a ser
executado, nesse caso, perante a Justiça do Trabalho, por força do art. 114, VII, da CF/88. Essa
execução é denominada de execução fiscal.
Na execução fiscal, aplica-se o procedimento previsto na Lei nº 6.830/80 e, supletivamente, as
regras estabelecidas na CLT e no CPC/2015.

8. PROGRAMA DE HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO FÍSICA E


PROFISSIONAL, PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO
CAPÍTULO II
DO PROGRAMA DE HABILITAÇÃO E REABILITAÇÃO FÍSICA E PROFISSIONAL,
PREVENÇÃO E REDUÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO
Art. 19. Fica instituído o Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e
Redução de Acidentes de Trabalho.
Parágrafo único. O Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e Redução de
Acidentes de Trabalho tem por finalidade financiar o serviço de habilitação e reabilitação profissional
prestado pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS e programas e projetos de prevenção e redução de
acidentes de trabalho.
Ações do Programa

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Art. 20. O Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e Redução de


Acidentes de Trabalho englobará as seguintes ações:
I - serviços de habilitação e reabilitação física e profissional prestados pelo INSS;
II - aquisição de recursos materiais e serviços destinados ao cumprimento de programa de reabilitação
física e profissional elaborado pelo INSS;
III - programas e projetos elaborados pelo Ministério da Economia destinados à prevenção e à redução de
acidentes de trabalho; e
IV - desenvolvimento e manutenção de sistemas, aquisição de recursos materiais e serviços destinados ao
cumprimento de programas e projetos destinados à redução de acidentes de trabalho.
Receitas vinculadas ao Programa
Art. 21. Sem prejuízo de outros recursos orçamentários a ele destinados, são receitas vinculadas ao
Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e Redução de Acidentes de
Trabalho o produto da arrecadação de:
I - valores relativos a multas ou penalidades aplicadas em ações civis públicas trabalhistas decorrentes de
descumprimento de acordo judicial ou termo de ajustamento de conduta firmado perante a União ou o
Ministério Público do Trabalho, ou ainda termo de compromisso firmado perante o Ministério da
Economia, observado o disposto no art. 627-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo
Decreto-Lei nº 5.452, de 1943;
II - valores relativos aos danos morais coletivos decorrentes de acordos judiciais ou de termo de
ajustamento de conduta firmado pela União ou pelo Ministério Público do Trabalho; e
III - valores devidos por empresas que descumprirem a reserva de cargos destinada a pessoas com
deficiência, inclusive referentes à aplicação de multas.
§ 1º Os valores de que tratam os incisos I e II do caput serão obrigatoriamente revertidos ao Programa de
Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e Redução de Acidentes de Trabalho.
§ 2º Os recursos arrecadados na forma prevista neste artigo serão depositados na Conta Única do Tesouro
Nacional.
§ 3º A vinculação de valores de que trata este artigo vigorará pelo prazo de cinco anos, contado da data da
realização do depósito na Conta Única do Tesouro Nacional.
Conselho do Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e Redução de
Acidentes de Trabalho
Art. 22. Fica instituído o Conselho do Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional,
Prevenção e Redução de Acidentes de Trabalho, com sede na cidade de Brasília, Distrito Federal.
§ 1º O Conselho do Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e Redução de
Acidentes de Trabalho é composto por membros dos seguintes órgãos e entidades:
I - três do Ministério da Economia, dentre os quais dois da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho;
II - um do Ministério da Cidadania;
III - um do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos;
IV - um do Ministério Público do Trabalho;
V - um da Ordem dos Advogados do Brasil;
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Autor e Coordenador de diversos livros para concursos públicos pela Editora JusPodivm

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VI - um do Conselho Nacional das Pessoas com Deficiência; e


VII - dois da sociedade civil.
§ 2º Cada membro do Conselho do Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção
e Redução de Acidentes de Trabalho terá um suplente, que o substituirá em suas ausências e seus
impedimentos.
§ 3º Os membros a que se referem os incisos I ao III do § 1º serão indicados pelos órgãos que representam.
§ 4º O membro a que se refere o inciso IV do § 1º será indicado pelo Procurador-Geral do Trabalho.
§ 5º O membro a que se refere o inciso V do § 1º será indicado pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil.
§ 6º Os membros a que se refere o inciso VII do § 1º serão indicados pelo Ministro de Estado da Economia
a partir de listas elaboradas por organizações representativas do setor.
§ 7º Os membros do Conselho do Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção
e Redução de Acidentes de Trabalho serão designados pelo Ministro de Estado da Economia para mandato
de dois anos, admitida uma recondução.
§ 8º A participação no Conselho do Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional,
Prevenção e Redução de Acidentes de Trabalho será considerada prestação de serviço público relevante,
não remunerada.
§ 9º O Conselho do Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e Redução de
Acidentes de Trabalho será presidido por um dos representantes do Ministério da Economia.
§ 10. Ato do Poder Executivo federal disporá sobre as normas de funcionamento e organização do
Conselho do Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e Redução de
Acidentes de Trabalho.
Art. 23. Compete ao Conselho do Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção
e Redução de Acidentes de Trabalho:
I - estabelecer diretrizes para aplicação dos recursos e implementação do Programa;
II - promover a realização de eventos educativos ou científicos em articulação com:
a) órgãos e entidades da administração pública; e
b) entidades privadas; e
III - elaborar o seu regimento interno no prazo de sessenta dias, contado da data de sua instalação.
Parágrafo único. O Conselho do Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e
Redução de Acidentes de Trabalho, por meio de acordo de cooperação celebrado com o Ministério Público
do Trabalho e a Justiça do Trabalho, será informado sobre as condenações judiciais e os termos de
ajustamento de conduta que resultem em valores a serem implicados no Programa e sobre a existência de
depósito judicial, de sua natureza, e do trânsito em julgado da decisão.

O art. 19 da MP nº 905/2019 instituiu o Programa de Habilitação e Reabilitação Física e


Profissional, Prevenção e Redução de Acidentes de Trabalho. Conforme estabelece o parágrafo
único do dispositivo, a finalidade do programa é o financiamento do serviço de habilitação e
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reabilitação profissional prestado pelo INSS e programas e projetos de prevenção e redução de


acidentes de trabalho.
O art. 21 da MP nº 905/2019 prevê as fontes de receita do Programa de Habilitação e
Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e Redução de Acidentes de Trabalho, derivadas dos
seguintes valores:
1) multas ou penalidades aplicadas em ações civis públicas trabalhistas decorrentes de
descumprimento de acordo judicial;
2) multas ou penalidades aplicadas “em ações civis públicas trabalhistas” decorrentes do
descumprimento de termo de ajustamento de conduta firmado perante a União ou o Ministério
Público do Trabalho;
3) multas ou penalidades aplicadas ou decorrentes do descumprimento de termo de compromisso
firmado perante o Ministério da Economia;
4) indenização por danos morais coletivos decorrentes de acordos judiciais;
5) indenização por danos morais coletivos decorrentes de termo de ajustamento de conduta
firmado pela União ou pelo Ministério Público do Trabalho; e
6) devidos por empresas que descumprirem a reserva de cargos destinada a pessoas com
deficiência, inclusive referentes à aplicação de multas.
Busca-se, portanto, criar um Fundo que almeje recompor as lesões de âmbito trabalhista.
A destinação única viola, contudo, a possibilidade de reparação e a recomposição pelos danos
causados, esvaziando outros fundos já existentes, bem como a possibilidade de reversão em
proveito da região e das pessoas impactadas.
O art. 21, §§ 2º e 3º, da MP nº 905/2019 prevê que os recursos arrecadados ao Programa
serão depositados em Conta Única do Tesouro Nacional e que essa vinculação vigorará pelo prazo
de 5 anos, contados da data do depósito na Conta Única do Tesouro Nacional.
O programa, portanto, não terá uma conta própria, fazendo com que as receitas a ele
destinadas integrem o orçamento da União, estando sujeitas ao contingenciamento do art. 9º da
Lei de Responsabilidade Fiscal. 8 Assim, há o risco de que “pouco ou nada do que é arrecadado
seja, de fato, revertido aos propósitos do programa”9.

8
Art. 9º Se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das
metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Ministério Público
promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e
movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.
§ 1º No caso de restabelecimento da receita prevista, ainda que parcial, a recomposição das dotações cujos
empenhos foram limitados dar-se-á de forma proporcional às reduções efetivadas.
§ 2º Não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações constitucionais e legais do ente, inclusive
aquelas destinadas ao pagamento do serviço da dívida, e as ressalvadas pela lei de diretrizes orçamentárias.
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Os arts. 22 e 23 da MP nº 905/2019 são responsáveis por disciplinar o Conselho do


Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e Redução de Acidentes
de Trabalho, com sede na cidade de Brasília – DF.
Os membros do Conselho do Programa de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional,
Prevenção e Redução de Acidentes de Trabalho serão designados pelo Ministro de Estado da
Economia para mandato de 2 anos, admitida uma recondução (MP nº 905/2019, art. 22, § 7º).
A composição e a forma de indicação/designação dos seus membros serão da seguinte
forma:
Membros Forma de indicação/designação

 3 do Ministério da Economia, Indicados pelo Ministério da


dentre os quais 2 da Secretaria Economia
Especial de Previdência e
Trabalho
- o Conselho será presidido por
um dos membros do Ministério da
Economia;

 1 do Ministério da Cidadania; Indicado pelo Ministério da


Cidadania

 1 do Ministério da Mulher, da Indicado pelo Ministério da


Família e dos Direitos Humanos; Mulher, da Família e dos Direitos
Humanos

 1 do Ministério Público do Indicado pelo Procurador-Geral


Trabalho do Trabalho.

§ 3º No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo
estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados
pela lei de diretrizes orçamentárias
§ 4º Até o final dos meses de maio, setembro e fevereiro, o Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento
das metas fiscais de cada quadrimestre, em audiência pública na comissão referida no § 1o do art. 166 da
Constituição ou equivalente nas Casas Legislativas estaduais e municipais.
§ 5º No prazo de noventa dias após o encerramento de cada semestre, o Banco Central do Brasil apresentará, em
reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional, avaliação do cumprimento dos
objetivos e metas das políticas monetária, creditícia e cambial, evidenciando o impacto e o custo fiscal de suas
operações e os resultados demonstrados nos balanços.
9
MPT. Nota Técnica nº 01 sobre a Medida Provisória nº 905/2019. Brasília: 12 nov. 2019. p. 03.
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 1 da OAB Indicado pelo Conselho Federal


da Ordem dos Advogados do
Brasil.

 1 do Conselho Nacional das Indicado pelo Conselho Nacional


Pessoas com Deficiência das Pessoas com Deficiência

 2 da sociedade civil Indicados pelo Ministro de Estado


da Economia a partir de listas
elaboradas por organizações
representativas do setor.

O art. 53, § 1º, I, da MP nº 905/2019 estabelece que os arts. 20 e 21, referentes ao Programa
de Habilitação e Reabilitação Física e Profissional, Prevenção e Redução de Acidentes de
Trabalho, apenas produzem efeitos quando atestado, por ato do Ministro de Estado da Economia, a
compatibilidade com as metas de resultados fiscais previstas no anexo próprio da Lei de Diretrizes
Orçamentárias e o atendimento ao disposto na Lei Complementar nº 10/2000 e aos dispositivos da
Lei de Diretrizes Orçamentárias relacionados com a matéria.
Em 31 de dezembro de 2019, foi publicada no Diário Oficial da União a Portaria nº. 676 do
Ministério da Economia, atestando a compatibilidade do programa com as metas de resultados
fiscais previstas no anexo próprio da Lei nº 13.898/2019 (Lei de Diretrizes Orçamentárias) e com
os demais dispositivos da lei relacionados com a matéria, bem como com o disposto na LC nº
101/2000.
Dessa forma, os dispositivos referentes ao Programa de Habilitação e Reabilitação Física e
Profissional, Prevenção e Redução de Acidentes de trabalho produzem efeito desde 31 de
dezembro de 2019 (31.12.2019).

9. PENALIDADES PELA NÃO READMISSÃO OU REINTEGRAÇÃO DO


EMPREGADO
Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 729. Ao empregador que deixar Art. 729 - O empregador que deixar de

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de cumprir decisão transitada em cumprir decisão passada em julgado


julgado sobre a readmissão ou a sobre a readmissão ou reintegração de
reintegração de empregado, além do empregado, além do pagamento dos
pagamento dos salários devido ao salários deste, incorrerá na multa de
referido empregado, será aplicada Cr$ 10,00 (dez cruzeiros) a Cr$ 50,00
multa de natureza leve, prevista no (cinquenta cruzeiros) por dia, até que
inciso II do caput do art. 634-A. seja cumprida a decisão.
§1º - Revogado pela MP nº 905/2019 § 1º - O empregador que impedir ou
tentar impedir que empregado seu
sirva como vogal em Tribunal de
Trabalho, ou que perante este preste
depoimento, incorrerá na multa de Cr$
500,00 (quinhentos cruzeiros) a Cr$
5.000,00 (cinco mil cruzeiros)
§2º - Revogado pela MP nº 905/2019 § 2º - Na mesma pena do parágrafo
anterior incorrerá o empregador que
dispensar seu empregado pelo fato de
haver servido como vogal ou prestado
depoimento como testemunha, sem
prejuízo da indenização que a lei
estabeleça.

O art. 729 da CLT passa a prever que ao empregador que deixar de cumprir decisão transitada
em julgado sobre a readmissão ou a reintegração de empregado, além do pagamento dos salários
devidos ao empregado, será aplicada multa de natureza leve, prevista no inc. II, do art. 634-A da
CLT. A multa será, portanto, no valor de mil a dois mil reais.
A alteração do art. 729 da CLT promovida pela MP nº 905/2019 é marcada pela
inconstitucionalidade, não somente por falta da relevância e da urgência que se impõe às medidas
provisórias, inexistente no caso, mas também porque abordou questão relacionada a direito
processual, contrariando a vedação prevista no art. 62, § 1º, I, “b”, da CF/88.
Na remota hipótese de se considerar constitucional o art. 729 da CLT, ele deve ser
interpretado como multa por ato atentatório à dignidade da justiça.
Nos termos do art. 77, § 2º, do CPC uma das hipóteses de ato atentatório à dignidade de justiça
é quando as partes, seus procuradores e de todos aqueles que de qualquer forma participem do
processo “não cumprirem com exatidão as decisões jurisdicionais, de natureza provisória ou final,
ou criarem embaraços à sua efetivação” (inciso IV).
A prática de tais atos provoca a incidência de multa de até 20% do valor da causa, de acordo
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com a gravidade da conduta (CPC/2015, art. 77, § 2º). Aparentemente, o dispositivo em


comentário (CLT, art. 729) estabeleceu um outro valor para essa multa, quando se tratar de
readmissão ou reintegração derivada de decisão transitada em julgado.
Nessas hipóteses, o dispositivo celetista prefixa a multa, vinculando-a aos valores do art. 634-
A, inciso II, relacionada às multas de natureza leve (“a”):
II - para as infrações sujeitas a multa de natureza per capita, observados o porte econômico do infrator e o número de
empregados em situação irregular, serão aplicados os seguintes valores:

a) de R$ 1.000,00 (mil reais) a R$ 2.000,00 (dois mil reais), para as infrações de natureza leve; (...)
b)

Com efeito, a incidência da sanção disposta no art. 729 da CLT fundamenta-se no fato de que
o descumprimento desses deveres não apenas prejudica a parte contrária, mas também desrespeita
o próprio Estado-juiz10.

10. MULTA APLICADA À TESTEMUNHA AUSENTE


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 730. Àqueles que se recusarem a Art. 730 - Aqueles que se recusarem a
depor como testemunhas, sem motivo depor como testemunhas, sem motivo
justificado, será aplicada a multa justificado, incorrerão na multa de Cr$
prevista no inciso II do caput do art. 50,00 (cinquenta cruzeiros) a Cr$
634-A. 500,00 (quinhentos cruzeiros).

A alteração do art. 730 da CLT promovida pela MP nº 905/2019 também é marcada pela
inconstitucionalidade, não somente por falta da relevância e da urgência que se impõe às medidas
provisórias, inexistente no caso, mas também porque abordou questão relacionada a direito
processual, contrariando a vedação prevista no art. 62, § 1º, I, “b”, da CF/88.
O art. 730 da CLT estabelece que será aplicada multa prevista no art. 634-A, II, da CLT
àquele que não comparecer em juízo para depor como testemunha. Cabe salientar que o
dispositivo não afasta a possibilidade de condução coercitiva. Além disso, quando comparecer,
mas alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais ao julgamento da causa, será aplicada a
multa do art. 793-D da CLT.

10. NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil comentado artigo por artigo. Salvador:
Editora JusPodivm, 2016. p. 114.

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11. APLICAÇÃO DE MULTAS DO TÍTULO VIII DA CLT


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 733. As infrações ao disposto Art. 733 - As infrações de disposições
neste Título para as quais não haja deste Título, para as quais não haja
penalidade cominada serão punidas penalidades cominadas, serão punidas
com a aplicação da multa prevista no com a multa de Cr$ 50,00 (cinquenta
inciso I do caput do art. 634-A. cruzeiros) a Cr$ 5.000,00 (cinco mil
cruzeiros), elevada ao dobro na
reincidência.
O art. 733 da CLT prevê a regra geral na aplicação de multas às infrações previstas no
título VIII da CLT (DA JUSTIÇA DO TRABALHO) que não possuem penalidades cominadas.
Nesses casos, será aplicada a multa prevista no art. 634-A, inciso I, da CLT.

12. CORREÇÃO MONETÁRIA DOS DÉBITOS TRABALHISTAS


Redação com a MP nº 905/2019 Redação anterior (Antes da MP nº
905/2019)
Art. 879, § 7º A atualização dos Art. 879, § 7º A atualização dos
créditos decorrentes de condenação créditos decorrentes de condenação
judicial será feita pela variação do judicial será feita pela Taxa
IPCA-E, ou por índice que venha Referencial (TR), divulgada pelo
substituí-lo, calculado pelo IBGE, que Banco Central do Brasil, conforme a
deverá ser aplicado de forma Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991.
uniforme por todo o prazo decorrido (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
entre a condenação e o cumprimento
da sentença.
Lei nº 8.177/91 (MP nº 905/19, art. 47)
Art. 39. Os débitos trabalhistas de Art. 39. Os débitos trabalhistas de
qualquer natureza, quando não qualquer natureza, quando não
satisfeitos pelo empregador ou pelo satisfeitos pelo empregador nas épocas
empregado, nos termos previstos em próprias assim definidas em lei, acordo
lei, convenção ou acordo coletivo, ou convenção coletiva, sentença
sentença normativa ou cláusula normativa ou cláusula contratual
contratual, sofrerão juros de mora sofrerão juros de mora equivalentes à
equivalentes ao índice aplicado à TRD acumulada no período
caderneta de poupança, no período compreendido entre a data de
compreendido entre o mês vencimento da obrigação e o seu
subsequente ao vencimento da efetivo pagamento.
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obrigação e o seu efetivo pagamento.

Apesar de toda essa discussão relacionada à constitucionalidade do art. 39 da Lei 8.177/91, a


Lei nº 13.467/17 (Reforma Trabalhista) simplesmente trouxe para o bojo da CLT que a
“atualização dos créditos decorrentes de condenação judicial será feita pela Taxa Referencial
(TR)” (redação anterior do art. 879, § 7º).
Noutras palavras, como se nada estivesse acontecendo, o legislador reproduziu a previsão
constante no art. 39 da Lei nº 8.177/91 para a CLT, apenas alterando sua topografia.
Reconhecendo a inconstitucionalidade do dispositivo, altera-se novamente o art. 879, § 7º, da
CLT com a MP nº 905/2019, passando a prever a atualização dos créditos decorrentes de
condenação judicial pelo IPCA-E.
Com a mudança de redação, fica claro que o índice de atualização dos créditos trabalhistas
deverá ser o IPCA-E.
Embora a MP nº 905/19 tenha alterado o art. 879, § 7º, da CLT no sentido de adequar o índice
de correção monetária ao entendimento do STF e do TST, promoveu verdadeira confusão quanto
ao seu termo inicial, sendo praticamente impossível sua interpretação quando analisado
sistematicamente com o art. 39, caput, da Lei nº 8.177/91.
A nosso juízo e com o objetivo de preservar o valor no tempo sem violar o direito de
propriedade, o índice aplicável é o IPCA-E, tendo termo inicial o vencimento da obrigação e
termo final o efetivo pagamento.

13. JUROS DOS DÉBITOS TRABALHISTAS


Redação anterior (Antes da MP nº
Redação com a MP nº 905/2019 905/2019)
Art. 883. Não pagando o executado, Art. 883 - Não pagando o executado,
nem garantindo a execução, seguir-se- nem garantindo a execução, seguir-se-
á penhora dos bens, tantos quantos á penhora dos bens, tantos quantos
bastem ao pagamento da importância bastem ao pagamento da importância
da condenação, acrescida de custas e da condenação, acrescida de custas e
juros de mora equivalentes aos juros de mora, sendo estes, em
aplicados à caderneta de poupança, qualquer caso, devidos a partir da data
sendo estes, em qualquer caso, em que for ajuizada a reclamação
devidos somente a partir da data em inicial.
que for ajuizada a reclamação inicial.
Lei nº 8.177/91 (MP nº 905/19, art. 47)
Art. 39. Os débitos trabalhistas de Art. 39. Os débitos trabalhistas de

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qualquer natureza, quando não qualquer natureza, quando não


satisfeitos pelo empregador ou pelo satisfeitos pelo empregador nas épocas
empregado, nos termos previstos em próprias assim definidas em lei, acordo
lei, convenção ou acordo coletivo, ou convenção coletiva, sentença
sentença normativa ou cláusula normativa ou cláusula contratual
contratual, sofrerão juros de mora sofrerão juros de mora equivalentes à
equivalentes ao índice aplicado à TRD acumulada no período
caderneta de poupança, no período compreendido entre a data de
compreendido entre o mês vencimento da obrigação e o seu
subsequente ao vencimento da efetivo pagamento.
obrigação e o seu efetivo pagamento.
§ 1º Aos débitos trabalhistas § 1° Aos débitos trabalhistas
constantes de condenação pela Justiça constantes de condenação pela Justiça
do Trabalho ou decorrentes dos do Trabalho ou decorrentes dos
acordos celebrados em ação acordos feitos em reclamatória
trabalhista não pagos nas condições trabalhista, quando não cumpridos nas
homologadas ou constantes do termo condições homologadas ou constantes
de conciliação serão acrescidos de do termo de conciliação, serão
juros de mora equivalentes ao índice acrescidos, nos juros de mora previstos
aplicado à caderneta de poupança, a no caput, juros de um por cento ao
partir da data do ajuizamento da mês, contados do ajuizamento da
reclamatória e aplicados pro rata die, reclamatória e aplicados pro rata die,
ainda que não explicitados na ainda que não explicitados na sentença
sentença ou no termo de conciliação. ou no termo de conciliação.

A MP nº 905/2019 provocou alterações nos arts. 883 da CLT e 39 da Lei nº 8.177/91. Assim,
prevê que aos débitos trabalhistas constantes de condenação pela Justiça do Trabalho ou
decorrentes dos acordos celebrados em ação trabalhista não pagos nas condições homologadas ou
constantes do termo de conciliação serão acrescidos de juros de mora equivalentes ao índice
aplicado à caderneta de poupança, a partir da data do ajuizamento da reclamatória.
Quanto ao caput, apenas alterou o índice aplicável para a caderneta de poupança, mas não
corrigiu o equívoco já existente na redação anterior quanto à denominação de atualização
monetária.
O termo inicial dos juros de mora deverá ser a data do ajuizamento da ação, conforme disposto
no art. 883 da CLT e no art. 39, § 1º, da MP nº 905/2019.

Material retirado e adaptado do livro NOVA REFORMA TRABALHISTA:

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Procurador do Trabalho

Professor de Processo do Trabalho do Aprovação PGE (https://aprovacaopge.com.br/)

Mestrando em Direito pela Faculdade de Direito de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FDRP-USP)

Autor e Coordenador de diversos livros para concursos públicos pela Editora JusPodivm

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COMENTÁRIOS À MP Nº 905/2019 E À LEI Nº 13.874/2019 (LEI DE LIBERDADE


ECONÔMICA) (no prelo), que será lançado em breve pela Editora JusPodivm.
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trabalho-2019

- MANUAL DOS RECURSOS TRABALHISTAS: TEORIA E PRÁTICA, 4º edição,


Editora JusPodivm. Disponível em: https://www.editorajuspodivm.com.br/manual-dos-recursos-
trabalhistas-2020

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