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Introdução
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Olá !
Bem-vindo à segunda parte do módulo 1 do curso Palográfico Descomplicado.
Sim, segunda parte, pois o e-book Introdutório já faz parte do material didático
do Módulo 1. Então, o primeiro e-book entregue foi a Parte 1 na qual nós vimos
como surgiu o teste Palográfico, sua importância e aplicabilidade.
Se você ainda não leu o e-book introdutório, ele estará disponível na área de
membros do curso e pode ser acessado a qualquer hora. Leia o antes de
continuar a leitura deste e-book aqui, pois é importante para contextualizar o
assunto.
Com isto compreendido, vamos em frente.
Neste momento nós vamos aprender de forma prática como iniciar o processo
de uso do teste Palográfico.
De forma mais detalhada, nesta segunda parte do módulo 1, vamos aprender:

 Quais os materiais necessários para aplicação do teste;


 Como aplicar o teste de forma individual e em grupo;
 O significado dos tempos no teste;
 Primeiras correções; 3
 Análise Quantitativa sobre Produtividade, Nível de Oscilação Rítmica e
Gráfico de Rendimento;
 Comparação entre os tempos.
Iremos trabalhar com um modelo – exemplo- de Palográfico para que todos
possam acompanhar juntos as explicações e informações. Eu já disse algumas
vezes, e irei reforçar, que eu sugiro que você seja submetido ao teste antes de
iniciar este processo.
Não é uma regra ou pré-requisito, mas uma sugestão para que você aproveite o
curso como uma ferramenta também de autoconhecimento.
Outro ponto importante, é que você perceberá que existem muitas tabelas para
auxiliar na correção. Não se preocupe que você receberá um Caderno de
Tabelas, que é um arquivo virtual somente com estas tabelas separadas.
Assim, você poderá imprimir e utilizar as tabelas para quantas correções e
análises você quiser, de forma prática e sem ter que ficar apagando e
reescrevendo toda vez que necessitar.
Explicado tudo, vamos iniciar nosso processo de aplicação?

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Instruções para aplicação:
Materiais
Para a aplicação do Teste Palográfico serão necessários alguns materiais, que
são:
1) Folha de aplicação padrão do Teste Palográfico, disponível em dois
tamanhos, grande (36,3 x 27,4 cm) e pequeno (21,5 x 32,0 cm)
A folha de aplicação contém na parte superior um espaço para identificação do
examinando e um lugar para os dados relativos à avaliação do teste.
No lado superior esquerdo estão impressos na primeira linha três traços verticais
de 7 mm de altura, com uma distância de 2,5 mm entre eles, e, na segunda linha,
um traço vertical com um intervalo de 4 mm entre as linhas.
A folha de aplicação pode ser adquirida através do site da Editora Vetor, e é
necessário se cadastrar junto à área restrita, que é especial para profissionais de
Psicologia, com o número do CRP, para concluir a compra.
Caso você seja estudante e não possua CRP ainda, é necessário concluir a
graduação e se cadastrar para comprar a ferramenta. Mas há muitos estágios em
que é necessário o conhecimento desta ferramenta, então este conhecimento é 4
totalmente válido. Além do mais, se você é estudante já vai se graduar com este
diferencial.
Para o Curso Palográfico Descomplicado NÃO é necessário comprar a Folha de
Aplicação, pois vou disponibilizar para vocês exemplos e exercícios para que
vocês possam acompanhar e aprender com praticidade.
Ainda neste módulo você vai receber um modelo de Folha de Aplicação.E, você
vai perceber que na parte de baixo da Folha de Aplicação tem alguns números
em vermelho que foram cortados juntamente com um escrito. São dois números,
um do lado direito e outro do lado esquerdo.
Estes números são para registro, ou seja, as folhas com tais códigos são
registradas junto ao CRP do profissional que compra o teste. Isto é feito, pois é
proibido vender/trocar/doar folhas de testes para outros profissionais, e caso
haja algum problema, inclusive cópia, há como rastrear e descobrir o profissional
responsável pela folha original que foi copiada.
Como aqui no curso veremos vários testes já aplicados, para evitar este tipo de
problema - e como não há necessidade para o aprendizado da correção e
análise- retiramos os números de registros das Folhas de Aplicação dos
Palográficos aqui inseridos.

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2) Lápis preto N° 2 redondos e bem apontados
O aplicador deve dispor de outros lápis, caso algum quebre a ponta e necessite
ser substituído, bem como de apontador.
3) Cronômetro
O cronômetro não deve ser substituído pelo uso do celular, por que pode
atrapalhar a atenção do examinando e fazer com que este tenha um resultado
pouco fidedigno. Além do mais, existe o risco de o celular tocar durante a
aplicação e o teste precisar que ser refeito.

Condições Ambientais
O local para a aplicação deve ser tranquilo, com boa iluminação, sem ruídos e
em boas condições de temperatura e acomodação. Com uma cadeira e uma
mesa lisa, nivelada e sem irregularidades na superfície para cada examinando.
Mesas com irregularidades (como alto relevo da madeira, ou com efeitos como
pátina) atrapalham o examinando e o impedem de fazer um traçado firme e
regular. Além de interferir na análise.
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Caso sua mesa tenha tais características, coloque uma prancheta (do tamanho da
folha de aplicação) ou ainda um vidro entre ela e afolha, para criar uma
superfície lisa.
O teste pode ser aplicado individual ou coletivamente, desde que haja condições
de acomodação para os examinandos e controle por parte do aplicador.
No caso de aplicação coletiva, se o local dispuser de carteiras do tipo
universitário (com um braço só), em que o espaço para a colocação da folha é
pequeno, deve-se usar a folha de aplicação pequena ou ter disponível uma
prancheta de tamanho superior ao da folha de aplicação.
No caso de aplicação coletiva também é conveniente dispor de uma lousa ou
quadro para mostrar o modelo e não deixar dúvidas quanto à atividade a ser
realizada.

Aplicação
O teste Palográfico é dividido em duas partes:

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1) A primeira constitui uma espécie de treinamento e adaptação do examinando
à tarefa a ser realizada, com cinco tempos de 30 segundos totalizando 2 minutos
e 30 segundos.
2) A segunda é o teste propriamente dito, e é feita com cinco tempos de 1
minuto, totalizando 5 minutos.
Antes da aplicação, principalmente no caso de uma aplicação individual na qual o
examinando se sente mais intimidado, deve ser estabelecido um bom rapport.
Em outras palavras, é necessário estabelecer empatia com o examinando para
que este se sinta mais confortável para realização da atividade.
É interessante dar explicações gerais sobre os motivos da aplicação também.
Geralmente em casos de aplicação individual o examinando já sabe, mas é
importante reforçar o motivo.
É recomendado que o psicólogo nunca diga dizer que se trata de um teste de
personalidade. Nunca. Deve ser informado aos candidatos que este é apenas um
“teste de resistência”, ou ainda, apesar de não ter o mesmo significado, sugiro
que não seja dita a palavra “teste”, mas sim “avaliação”, pois, quando é dito que
é um teste, presume-se que há certo e errado, um vencedor e um perdedor, o
que não condiz com o propósito da ferramenta.
Percebo dentro da minha prática profissional, que quando digo a palavra “teste” 7
há um aumento da ansiedade e nervosismo, e quase sempre ao final perguntam
se passaram ou não. Mas, quando digo “avaliação” isso remete a algo
progressivo, e não gera tais emoções.
Então a sugestão é dizer que é uma avaliação de resistência.
Para estabelecimento deste rapport é sugerido que seja realizada uma anamnese
ou entrevista semiestruturada para conhecer melhor o examinando. Além de ser
uma recomendação do CFP, é neste momento que você capta se o indivíduo está
apto emocionalmente e fisicamente a ser submetido ao mesmo.
Você pode utilizar qualquer tipo de entrevista/anamnese que queira, mas abaixo
segue um modelo com dados de identificação e perguntas que podem ser
realizadas para direcionar este momento.
Como disse, esta é uma sugestão, e você não precisa (não deve) ficar preso a
estas perguntas, elas são um direcionador para que você use sua percepção e
conduza a entrevista da melhor forma possível. Use as informações abaixo para
criar sua própria ficha.

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Ficha de Anamnese - Dados do Examinando

Nome:
Idade: anos meses Lateralidade: ( ) destro ( ) canhoto

RG: Data de aplicação:

Estado civil: Quanto tempo:

Profissão:

Escolaridade:

Tipo de aplicação: (se é individual ou em grupo)

Examinador:

Motivo do exame:
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Comportamento do examinando:

Perguntas Complementares
- Tem filhos? ( )Sim ( )Não Quantos?
- Com quem vive atualmente?
- Já teve problemas de saúde?
- Já passou por processo cirúrgico?Qual?
- Fumante ( )Sim ( )Não
- Faz uso de bebida alcoólica ( )Sim ( )Não ( )Socialmente Com que
regularidade?
- Toma ou já tomou remédio controlado? Alguém da família faz uso?
- Normalmente como é seu sono? E hoje, teve uma boa noite de sono?

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- Se alimentou adequadamente antes de vim? Relate sua última refeição.
- Qual atividade exerce atualmente?
- Me conte um pouco sobre como é sua rotina.

Atenção: na folha de aplicação não há espaço para anotação de tais


características. Por isso, leve sua entrevista/anamnese em folha separada para
que ao final da aplicação ela seja anexada do teste.
Depois de estabelecido o rapport, construído a partir da anamnese ou entrevista,
é hora de entregar a folha de aplicação para o examinando.
Neste momento a mesa já deve estar organizada de modo a ter dois lápis virados
para o examinando para ele utilizar, e você vai entregar a folha de forma que
fique exatamente como o examinando deverá fazer o teste, com o cabeçalho
para cima do modo vertical.
Sempre peça para que os examinandos desliguem o celular, e se for aplicação em
grupo diga que não pode haver nenhum tipo de comunicação no momento de
realização do teste.
Então vamos recapitular esta parte prática da aplicação: 9
1- Prepare a mesma;
2- Estabeleça o rapport através da anamnese/entrevista;
3- Entregue a folha ao examinando já na posição de aplicação.

A seguir, devem ser lidas as seguintes instruções:


"Vocês vão riscar nesta folha traços iguais ao modelo impresso. Vocês vão
procurar fazer os traços verticais sempre do mesmo tamanho, de cima para
baixo, do lado esquerdo para o lado direito da folha e mantendo a mesma
distância entre eles, de acordo com o modelo. Ao chegar ao final (não destacar se
é o final da linha, da margem ou da folha), reiniciem o movimento de riscar na
linha de baixo, seguindo a distância entre as linhas do modelo. Vocês devem
riscar o mais rápido e o mais bem feito possível. De tempo em tempo, quando eu
disser a palavra "Sinal" vocês devem fazer um pequeno traço horizontal (mostrar
um exemplo na lousa "-") e continuar normalmente, sem interrupção até que eu
peça para vocês pararem. Alguma dúvida?".
Ou seja, os examinandos deverão construir traços verticais o mais rápido possível
e o mais parecido com o modelo da Folha de Aplicação. A cada 30 segundos na
fase de treinamento, e a cada 1 minuto na fase oficial, você irá dizer “sinal” e

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assim eles farão um traço horizontal “______” para demarcar o tempo, e,
continuar a realização do traçado na vertical.
Atenção para os pontos importante:
A) Traços de cima para baixo: de acordo com estatísticas, a maioria das pessoas
faz de baixo para cima, assim, é imposto que é de cima para baixo para
justamente tirar a pessoa de sua zona de conforto e estimular a manifestação
psíquica através da atividade.
B) Lado esquerdo para o direito: direção de como se escreve em nossa língua.
C) Caso seja necessário, o examinando pode virar a folha e continuar do outro
lado.
D) Riscar o mais rápido e o mais parecido com o modelo possível: é uma
“avaliação de resistência”.
E) Na aplicação você irá dizer “sinal”, mas também pode ser substituída por
“tempo” ou “espaço”: eu utilizo “espaço” porque já lembra a pessoa que ela tem
que fazer um traço horizontal entre os traços (como um espaço), e continuar.
Você pode ainda relembrar algum item, quando perceber que o examinando não
entendeu os comandos.
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"Lembrem que vocês devem riscar o mais depressa e o mais bem feito possível.
Podem começar."
Importante: antes de começar certifique-se que todos entenderam os comandos.
Caso seja necessário, desenhe em uma lousa como tudo deverá ser feito.
Então, após ter lido as instruções, é hora de dizer: comecem!
Quando os examinandos começarem a construir os traços verticais, você iniciará
a cronometrar o tempo, e a cada 30 segundos (na etapa de treinamento), vai
dizer a palavra sinal/tempo/espaço.
Assim, o examinando vai construir 5 tempos, como chamamos cada espaço de
tempo de 30 segundos. Então você irá dizer sinal/tempo/espaço a cada 30
minutos pelo período de 2 minutos e 30 segundos.
Quando finalizar este tempo, ou seja, depois dos 5 tempos, você irá dizer:
"Podem parar. Façam uma linha abaixo da última linha feita da margem
esquerda até a margem direita da folha."

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Quando é aplicação individual, eu procuro deixar na mesa a régua (também
usada para correção) e deixar a pessoa fazer a linha com o auxílio da mesma. Em
aplicações em grupo, somente fazer a linha à mão livre já é o bastante.
Note que aqui ainda estamos na fase que chamamos de treinamento, antes da
fase oficial. Isto é: é um momento em que é explicada a atividade para o
examinando e realizado um pré teste para que o mesmo se familiarize com o que
será realizado.
Grande parte dos testes possui estas duas fases. A fase de treinamento não será
analisada, pois é quando o examinando realiza a partir de seus mecanismos de
defesa, ou seja, de forma consciente. E como queremos ir mais profundamente
na sua personalidade, iremos analisar a fase oficial.
Neste momento é importante você perceber se todos fizeram de forma correta.
Principalmente em aplicação de grupo, pode acontecer de um dos examinandos
se confundir e fazer tudo de forma errada, e é nesta hora que você deve ter
atenção especial para que a pessoa não continue fazendo de forma errada o
restante do teste.
Enfim, confira se todos fizeram uma linha abaixo do exercício inicial, e oriente
que neste segundo momento eles deverão iniciar abaixo da linha traçada.
O ideal é dar um intervalo de 2,5 minutos para início da 2° parte do teste. Se 11
você perceber que o examinando demonstrou sinais que a mão doeu pela falta
de costume em escrever, ou por ter colocado muita pressão no traçado, oriente
que ele aproveite este tempo para movimentar a mão, pois deverá fazer
novamente a atividade em pouco tempo.
Muitas pessoas perguntam o porquê deste intervalo de tempo, e confesso que
por muito tempo não entendia, pois na literatura oficial do Palográfico não havia
tal explicação. Então, encontrei a explicação na Programação Neurolinguística –
PNL – de que este intervalo se chama quebra de estado.
Isto significa que usamos este intervalo para quebrar o estado emocional do
examinando, ou seja, neste primeiro momento da atividade o examinando utiliza
seu estado emocional padrão, talvez um pouco de nervosismo, mas tudo em um
plano consciente.
Com este tempo de intervalo, quebramos este estado emocional, e no segundo
momento temos a oportunidade de acessar uma área mais profunda de sua
mente, e juntamente com ela, uma área mais profunda de respostas.
Por isso temos este intervalo. E é interessante que neste momento você auxilie o
examinando a tirar de foco a atividade realizada.

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Explique que vocês irão realizar novamente a mesma atividade, mas pergunte da
família, do estudo ou de outro assunto fora do contexto da atividade. Distraia as
pessoas.
Tudo certo até aqui? Então é hora de começar a fase oficial!
Para a 2° parte o examinador deverá dizer:
"Vocês vão fazer agora a mesma atividade que fizeram na primeira parte. Façam
traços o mais rápido e o mais parecido possível com o modelo, risquem de cima
para baixo, até eu mandar parar. Quando eu disser "Sinal" façam um traço
horizontal e continuem a fazer os riscos verticais. Se vocês usarem toda a parte
da frente da página, virem à folha e continuem no verso. Alguma dúvida? (dar
uma pausa). Podem começar".
Começar a cronometrar o tempo e a cada minuto dizer a palavra
sinal/tempo/espaço.
No final dos 5 minutos, dizer: "Podem parar."
Percebam que a contagem de tempo ficou assim:
2:30 minutos para primeira aplicação;
2:30 minutos para descanso; 12
5 minutos para segunda aplicação;
Total para aplicação: 10 minutos (sem contar a entrevista semiestruturada)
Simples, não é?
Observações
1) Já mencionei que a posição do examinando e da folha, durante a
aplicação, deve ser vertical. Caso o examinando vire a folha deixe-a da
forma em que ele se sentir à vontade, porém caso questione se pode
virar a folha, responda que não.

Muitos entortam a folha para o lado, de modo a ficarem na transversal do


seu corpo, deixe que eles façam a atividade desta maneira.

2) Caso algum examinando interrompa o teste por qualquer motivo


(incluindo mexer no celular por qualquer motivo),peça a ele que aguarde,
e diga que deverá ser feita uma nova aplicação depois que os outros
terminarem. Se for individual, pode encerrar a atividade neste momento
e reiniciar a aplicação em outra folha.

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3) Se o examinador observar que algum examinando não está seguindo
corretamente as instruções, deixe terminar o teste e depois deve ser feito
um reteste.

4) Deixe claro que se a folha acabar, podem virar a folha. Mas se o


examinando já tiver virado a folha e ainda assim acabar o espaço,
entregue outra folha para o que continue a realizar a atividade.

Ok. Finalizamos a aplicação e vamos iniciar a correção, que é a parte mais longa e
densa do curso, mas antes veja aqui no passo a passo, de forma simples e
objetiva, tudo o que foi explicado até o momento, e como aplicar o teste
Palográfico.
Passo 1: Prepare a mesa;
Passo 2: Estabeleça o rapport através da anamnese/entrevista;
Passo 3: Entregue a folha ao examinando já na posição de aplicação;
Passo 4: Dê as instruções para realização da atividade na fase de treinamento
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Passo 5: Inicie a realização do Palográfico na fase de treinamento
Passo 6: Dê intervalo para “descanso” do candidato
Passo 7: Reinicie a construção do Palográfico na fase oficial

Com a finalização da aplicação, vamos iniciar a correção.

Instruções para Correção:


A correção do Palográfico se divide em dois momentos: o quantitativo e o
qualitativo.
É importante perceber que a análise quantitativa é baseada na quantidade de
palos construídos durante o exercício. Vamos fazer cálculos e construir um
gráfico para percebemos a produtividade do examinando, a oscilação rítmica e
como se dá seu desempenho.

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Já a parte Qualitativa, apesar de também ter cálculos, é referente a uma análise
espacial e de como os palos foram construídos. Sobre isso falaremos com mais
detalhes no Módulo 2.
Mas antes de iniciarmos a correção, agora que você já sabe como se faz a
aplicação, segue abaixo o nosso modelo oficial. Este será o modelo de
Palográfico que usaremos no curso para garantir que todos vamos seguir o
mesmo raciocínio. Principalmente na parte de produtividade, vamos utilizar o
mesmo exemplo, que será este a seguir.
Sugiro, para uma maior absorção e acompanhamento, que você imprima este
exemplo em uma página avulsa para que possa sempre visualizar junto do
acompanhamento do curso.

Estudo de Caso – José da Silva


- Entrevista
O nosso examinado modelo se chamará José da Silva, tem 35 anos e está sendo
submetido ao Palográfico como pré-requisito para conseguir uma vaga como
designer gráfico.
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Ele nasceu de 9 meses sem complicações, tem ensino médio incompleto pois,
abandonou a escola no 1° ano devido a ter que ajudar a família. É solteiro, não
tem filhos e vive atualmente com os pais que são aposentados. Tem dois irmãos
que não moram juntos por serem casados.
Relatou nunca ter tido problemas de saúde mais sérios, somente passou por uma
cirurgia no joelho pois rompeu o ligamento jogando futebol. Afirma ainda não
ser fumante, e faz uso de bebida alcoólica uma vez por semana nos finais de
semana.
Relatou nunca ter tomado remédio controlado, e tampouco ninguém da família.
Tem o sono leve, com aproximadamente 6 horas por noite e acorda 1 vez por
noite. Mas, afirmou que qualquer barulho o acorda. Afirma ainda ter se
alimentado adequadamente antes, e não sentir fome.
Trabalhou como encarregado de produção por 3 anos em uma mesma empresa,
mas cansou da rotina e do trabalho e pediu conta para mudar de área. E, acabou
na mesma função na empresa da qual está sendo recontratado e trabalha nesta
por 6 anos.
Quando questionado se tem vontade de voltar a estudar, o mesmo apresentou
comportamento relaxado dizendo que apesar de gostar da parte criativa e ter

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vontade de fazer arquitetura, não tem motivação suficiente para voltar a
estudar.
O examinando apresentou ainda comportamento impaciente com a realização
das atividades, como se não estivesse satisfeito em estar realizado tais
procedimentos.

- Palográfico
José da Silva foi submetido individualmente ao teste Palográfico, e vocês vão
notar, são duas páginas porque o mesmo utilizou o verso da folha para concluir a
atividade.
Colocamos uma tarja branca para poder resguardar algumas informações do
examinando. Isto porque este é um caso real, no qual alguns dados foram
mudados para resguardar a privacidade do mesmo.
Do mesmo modo, embaixo da folha de aplicação há alguns dados como editora,
dados da folha de aplicação e um número de registro.
Este número de registro é para saber se a folha é original, e em caso de cópia
identificar o profissional que autorizou a cópia. Pois, quando você faz a compra
do teste, o seu CRP fica registrado em conjunto com o registro da folha de
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aplicação.
Assim, eles sabem exatamente quais folhas foram para quais profissionais.
Esta folha foi registrada no número do meu CRP, e para evitar que haja fraude ou
qualquer complicação do mesmo, optamos por retirar esta informação do
modelo colocado para vocês.
Além de não fazer diferença para o nosso aprendizado, preferimos evitar
possíveis problemas que possam, já que estou orientando que vocês imprimam
separado a folha já aplicada para análise.
Desta forma, segue o Palográfico devidamente aplicado:

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Contagem dos Palos
A contagem dos Palos – ou traços - é algo que gera discussão entre os
profissionais que fazem uso desta ferramenta.
Isto por que você pode escolher entre solicitar que o examinando conte o
número de palos, ou ainda, optar por você mesmo fazer a contagem.
Caso você escolha por solicitar que o examinando conte os palos, logo depois de
terminada a aplicação, pode-se solicitar dizendo:
"Vocês vão fazer agora uma tarefa que exige muita atenção.
Vocês vão contar quantos traços vocês fizeram em cada intervalo do teste e
anotar o número de traços feitos sobre o traço horizontal. Quando contarem
cada parte, comecem sempre do número um e não pela continuação do total da
parte anterior.
Vocês devem contar apenas os traços feitos na 2° parte do teste, embaixo da
linha que vocês fizeram para separar as duas partes. Não façam marcas ou riscos
junto aos traços que possam interferir na qualidade ou na avaliação posterior do
teste."
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A contagem dos traços não é obrigatória e contribui para o aumento do tempo
total do teste. Embora Minicucci (1991) afirme que em estudos realizados sobre
a contagem dos traços pelo examinando e pelo examinador a discrepância tenha
sido mínima e não significativa, sempre que possível essa contagem deve ser
conferida pelo avaliador.
Como a contagem não é obrigatória, e sua análise corresponde uma pequena
parte em meio algo maior, eu sugiro que não seja solicitada a contagem.
Por ser um teste muito usado, já houve casos de o examinando já ter realizado o
teste, no qual foi solicitada a contagem, e quando ele foi realizar novamente, não
apresentou o mesmo desempenho por fadiga, ou ainda por fazer contando os
traços de modo a mostrar “agilidade” para o examinador.
Por isso, eu pessoalmente não peço para os examinandos contarem os palos
porque acredito que isso gera uma ansiedade maior ainda, e se é em grupo, gera
ainda uma competição para ver quem fez mais ou menos palos.
Reforçando mais uma vez: faça a contagem você mesmo, é mais seguro.

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Além disso, apesar de ser muito chato fazer a contagem, neste momento você
terá a oportunidade de perceber com mais detalhes algumas características,
como presença de ganchos, que são características de análise.
E como o próprio autor Minicucci afirmou ser interessante o examinador conferir
a contagem, acho que podemos encerrar o assunto.

Contagem por software


Se você não quiser MESMO contar os Palos, atualmente há uma ferramenta de
correção online, o SKIP, que faz essa contagem. Eu vou contar mais sobre este
método de correção online no final do curso para você ter uma dimensão melhor
de como funciona o SKIP.
Mas adianto que para correção e análise quantitativa, é uma ótima ferramenta,
no entanto, para correção e análise qualitativa, se você não souber como fazer
previamente, o SKIP auxilia muito pouco.
Além do mais, a análise do software é semi pronta o que deixa pouco espaço
para as inferências do examinador.
Porém, se a sua intenção é utilizar o teste Palográfico em grandes quantidades
em um mesmo momento, como aplicações em grupos, o SKIP é interessante,
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pois principalmente a contagem, que é um momento trabalhoso, ele faz de
forma rápida.
Uma observação muito importante!
Se você fizer a contagem no método natural, contando os palos um por um, ou
até mesmo o examinando fizer a contagem deixe claro que NADA deverá ser
escrito na folha de aplicação ainda.
Algumas pessoas, para não perder a conta, tendem a escrever ao final de cada
linha o número encontrado, ou ainda, colocar anotado de 100 em 100 o número
da contagem em cima do palo, e, isto NÃO PODE porque atrapalha a análise
posterior.
Então tenha muita atenção no momento da contagem, e caso você precise deixe
uma folha de rascunho para ir escrevendo os números, mas não escreva na folha
de aplicação, pois há um espaço próprio para isto que nós vamos ver agora.

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Produtividade
A Produtividade é analisada no teste pelo total de palos realizados na segunda
parte do exercício, e retrata a habilidade motora e mental do examinando em
uma atividade.
Para a correção, você deverá contar quantos palos há em cada momento do
teste e colocar no espaço correspondente. Depois, somar a quantidade dos palos
em cada tempo e colocar no total.
Na linha Diferenças, você vai colocar a diferença entre os tempos, e depois
somar estas diferenças e colocar embaixo do Total.
Você irá colocar as informações neste espaço do lado direito superior da folha.

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Apesar de ter a tabela na folha de aplicação, vou replicá-la aqui para você
entender onde colocará as informações correspondentes. Este documento estará
também no Caderno de Tabelas.
Agora vamos ao nosso Estudo de Caso Oficial!
Se você contar os palos no teste do José da Silva, você irá encontrar:
1° tempo: 212 palos
2° tempo: 187 palos
3°tempo: 192 palos
4° tempo: 180 palos
5° tempo: 173 palos
Total: 944 palos
E assim, iremos colocar nos respectivos lugares marcados pelos tempos:

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Nos quadros embaixo nós vamos colocar as DIFERENÇAS.
Ou seja, no quadro entre o 1° tempo e o 2° tempo, você irá colocar o valor
correspondente da diferença entre os valores 212 e 187.
A diferença é quanto há entre eles.
Então, entre 212 e 187 há uma diferença de 25 palos.
Se você logo já imaginou a conta 212 – 187 = 25, não está errado pois assim você
saberá a diferença, mas, não há diferença negativo.
Então por exemplo, no caso do segundo quadro onde você irá colocar a 21
diferença entre o 2° tempo e 3° tempo, nos quais os valores são 187 e 192 palos
respectivamente. Se você fizer este cálculo:
187 – 192 = -5 palos
Como não existe negativo será sempre positivo. Então irá colocar 5 palos.
No Total você irá somar todas as diferenças e colocar o resultado. Sua tabela
ficará assim:

Agora que você calculou a Produtividade e a Diferença, nós vamos analisar este
resultado. Primeiro, vamos analisar a Produtividade de acordo com o total de
Palos encontrados.

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Você vai encontrar em que tipo de produtividade o examinando se encontra, e o
que significa cada tipo.

Produtividade Muito Alta – Total superior a 1038 palos.


Denomina-se Taquipsíquico, e a produtividade é caracterizada por atividade
cerebral superior, capaz de produzir muito acima da média.
*Produtividade Alta – Total entre 735 e 1038 palos.
Denomina-se Normopsíquico I, e a produtividade é caracterizada como boa, com
atividade cerebral capaz de produzir acima da média.
Este tipo de produtividade está assinalado com um * pois se você analisar é o
tipo em que o nosso Estudo de Caso está situado, já que o mesmo apresentou
total de 944 palos.
Produtividade Média – Total entre 469 e 734 palos.
Denomina-se Normopsíquico II, e a produtividade é caracterizada por atividade
cerebral mediana, capaz de produzir dentro do esperado, ou seja, rendimento
médio ou satisfatório no trabalho.
Produtividade Baixa – Total entre 321 e 468 palos. 22
Denomina-se Brandipsíquico, e a produtividade é caracterizada por atividade
cerebral lenta, com capacidade de produção abaixo da média.
Produtividade Lenta – Total inferior a 321 palos.
Denominado Lento, com produtividade caracterizada por atividade laboral fraca,
com capacidade de produção deficiente em relação à média.

Ritmo = NOR - Nível de Oscilação Rítmica


O Nível de Oscilação Rítmica, ou NOR como é chamado, traduz no teste
Palográfico como se manifesta a variação rítmica do sujeito ao realizar o
exercício. Ou seja, as possíveis flutuações de produtividade no desenvolvimento
das tarefas.
De acordo com a quantidade de palos construídos em cada tempo, que
analisamos qual o ritmo de trabalho e o quanto este oscila ao realizar a
atividade.
O cálculo do NOR é realizado pela seguinte fórmula:

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NOR=Σdas diferenças x 100 = ___,___ = _____
Σ Traços totais
Σ = somatório/total (lembra das aulas de estatística?)
Assim NOR é igual ao Total da Diferença multiplicado por 100, porém dividido
pelo número Total de Palos.
Traduzindo seria então NOR = TOTAL DAS DIFERENÇAS X 100
TOTAL DE PALOS
No nosso Estudo de Caso, com o Jose da Silva ficaria então assim:
Total da Diferenças: 49
Total de Palos: 944
NOR = 49 x 100 = 5,190
944

No resultado é importante deixar no máximo dois números após a vírgula. Assim, 23


faz a regra de estatística, por isso vamos aprender sobre arredondamento.

Arredondamento
Para fazer arredondamento de números decimais (depois da vírgula),
necessitamos seguir a seguinte regra:
Se o número for maior que 5, aumenta-se um número na casa decimal anterior.
Se o número for menor que 5, não altera-se nada.
Se o número for igual a 5, você pode escolher se aumenta ou permanece. Mas
trabalharemos aqui com o aumento da casa decimal anterior.
Exemplo:
Como no nosso Estudo de Caso o número foi 5,190 (menor que 5) então
arredondamos para 5,19.
Mas se a terceira casa decimal fosse algum número igual ou maior que 5, deveria
ser acrescentado, por exemplo:

Página 23
5,198 (maior que 5) = 5,20 – porque o 9 arredonda para 10 então aumenta o
número ao lado esquerdo, então de 19 se torna 20.
Outro exemplo:
2,457 (maior que 5) = 2,46

Continuação do NOR
Agora que você encontrou o NOR e o arredondou (caso necessário), vamos para
a análise do NOR. Ou seja, o que o resultado encontrado significa frente ao
examinando e sua personalidade.
Neste momento você irá identificar dentre as características abaixo. em qual o
NOR encontrado se caracteriza.
Como o NOR do José da Silva foi de 5,19, quando fizermos a identificação
encontraremos que ele tem o NOR Médio, já que esta característica corresponde
a NOR entre 4,2 e 8,6 pontos.
E, identificado teremos a interpretação do que esta característica representa.
NOR Muito Alto – NOR igual ou maior do que 13,2 pontos
24
Oscilação rítmica muito elevada. Expressivas flutuações de rendimento deverão
ser comuns no desempenho das tarefas realizadas, ou seja, indica grandes
variações no rendimento no trabalho.
Pessoas que não conseguem realizar uma determinada atividade por muito
tempo. É importante perceber em qual momento houve um aumento e baixa na
produtividade.
NOR Alto – NOR entre 8,7 e 13,1 pontos
Oscilação rítmica elevada. Flutuações de rendimento a produtividade
caracterizam a instabilidade no desempenho das tarefas, ou seja, indica
flutuações e instabilidade de desempenho.
Níveis altos de NOR faz com que a pessoa não seja indicada para uma atividade
detalhista ou presa a rotina.
NOR Médio – NOR entre 4,2 e 8,6 pontos
Oscilação rítmica mediana. Há instabilidade no ritmo de produção, embora
presente, não impede adaptação às tarefas rotineiras.

Página 24
A pessoa consegue se adaptar, principalmente se houver atividades que
permitam que ela desloque seu pensamento para outras coisas. Por exemplo,
secretária que apesar de ser rotineiro, é necessário pensar nos clientes
agendados, em relatórios, na organização e outras características que não
deixam a pessoa presa à só um pensamento.
Novamente, este NOR está assinalado com * pois é o apresentado em nosso
Estudo de Caso. Afinal, o mesmo apresentou NOR de 5,19.
NOR Baixo – NOR entre 2,2 e 4,1 pontos
Oscilação rítmica reduzida. A instabilidade no ritmo de produção permite
desenvolver tarefas com certa uniformidade.
Ideal para atividades que exigem atenção aos detalhes, e que apresenta rotina
como examinador de algum órgão.
NOR Muito Baixo – NOR entre 0,0 e 2,1 pontos
Oscilação rítmica muito baixa. Alta regularidade na realização das atividades,
sem oscilações bruscas na produção.
Pessoas com NOR muito baixo tem uma tendência a rigidez emocional. Pode ser
pessoas que apresentam baixa tolerância a frustração, e por isso realizam a
atividade com o máximo de detalhes possíveis. 25
Sabemos que como é um teste, não existe certo ou errado. Até porque, como
podem perceber há diferentes características que se encaixam para diferentes
situações ou demandas.
Se você está, por exemplo, utilizando o teste como ferramenta para saber o nível
de produtividade de um aluno em fase de vestibular e, este apresentar NOR
Muito Alto quer dizer que ele não consegue estudar e pronto?
Não!
Quer dizer que o estudo deste aluno deverá ser customizado para atender o
nível de produtividade e atenção dele.
Sinaliza que o mesmo não consegue trabalhar com rotina, e assim terá
dificuldade em focar muito tempo em um mesmo assunto. Com isso, você pode
utilizar esta informação para promover estudos menores de cada assunto (60
minutos para cada assunto), junto com atividades mais lúdicas, que tirem ele da
rotina.
E isto só é possível por causa desta informação que o Palográfico traz para você.

Página 25
Testes não são para rotular, mas para ajudar nós profissionais a trabalhamos da
melhor forma possível com a realidade do nosso cliente.

Avaliação da qualidade do rendimento no trabalho: Gráfico


de Rendimento
A análise do Gráfico de Rendimento é construída através dos dados de
Produtividade apresentados, a partir dos quais iremos construir um gráfico e
faremos uma análise do tipo de curva apresentada pelo sujeito.
Com ela, podemos analisar a disposição do examinando quanto à produção, com
possíveis tendências à fadiga e regularidade ou irregularidade no ritmo de
produção.
A proposta é fazer um gráfico para que possamos enxergar, de forma visual,
quais são os momentos que o examinando tem quedas na produtividade e
aumento da produtividade. E, enxergar o NOR apresentado com maior clareza.
Para isto, iremos transformar os números que encontramos em porcentagem.
Vamos para o passo a passo de como você irá preencher a tabela e encontrar o
percentual. 26
Primeiro Passo
Preencher na tabela referente a Gráfico de Rendimento, em cada tempo com o
número de Palos encontrados em cada um respectivamente.
Não é necessário contar de novo, mas só olhar na tabela da Produtividade que
este dado já está lá.
No nosso Estudo de Caso, a tabela então ficaria assim:

Tempo N° de Maior n° Subtotal Total


palos de palos arredondado
1° 212 x100= ÷ = %
2° 187 X100= ÷ = %
3° 192 X100= ÷ = %
4° 180 X100= ÷ = %
5° 173 X100= ÷ = %

Segundo Passo
Iremos multiplicar por 100 o Número de Palos de cada tempo.

Página 26
Para fazer a multiplicação por 100 é só colocar dois zeros ao final do número.
Como você pode perceber no caso José da Silva.

Tempo N° de Maior n° Subtotal Total


palos de palos arredondado
1° 212 x100= 21200 ÷ = %
2° 187 X100= 18700 ÷ = %
3° 192 X100= 19200 ÷ = %
4° 180 X100= 18000 ÷ = %
5° 173 X100= 17300 ÷ = %

Terceiro Passo
Agora iremos analisar qual tempo tem o maior Número de Palos.
Encontrado este número, você irá preencher toda a coluna Maior Número de
Palos com ele. Você no próximo passo irá dividir os tempos por este número,
mas por enquanto só preenche para que não fique nada de fora e não haja
confusão.
27
No caso José da Silva, o tempo que tem maior número de palos é o 1° com 212
palos. Por isso, iremos preencher com ele a coluna Maior N° de Palos.

Tempo N° de Maior n° Subtotal Total


palos de palos arredondado
1° 212 x100= 21200 ÷ 212 = %
2° 187 X100= 18700 ÷ 212 = %
3° 192 X100= 19200 ÷ 212 = %
4° 180 X100= 18000 ÷ 212 = %
5° 173 X100= 17300 ÷ 212 = %

Quarto Passo
Agora sim, iremos dividir o número (que foi multiplicado por 100) de cada linha
da tabela, pelo número que está na coluna Maior N° de Palos, do qual já foi
prenchido na tabela.
Ou seja, no Estudo de Caso José da Silva iremos dividir:
1° tempo_ 212000 ÷ 212 = 100
2° tempo_ 18700 ÷ 212 = 88,207

Página 27
3° tempo_ 192000 ÷ 212 = 90,566
4° tempo_ 18000 ÷ 212 = 84,905
5° tempo_ 17300 ÷ 212 = 81,603
E nossa tabela ficará assim:

Tempo N° de Maior n° Subtotal Total


palos de palos arredondado
1° 212 x100= 21200 ÷ 212 = 100 %
2° 187 X100= 18700 ÷ 212 = 88,207 %
3° 192 X100= 19200 ÷ 212 = 90,566 %
4° 180 X100= 18000 ÷ 212 = 84,905 %
5° 173 X100= 17300 ÷ 212 = 81,603 %

Quinto Passo
Neste momento iremos arredondar sem deixar número após a vírgula.
Na regra de arredondamento, iremos analisar o número logo após a vírgula. Ou
seja, a primeira casa decimal.
No nosso Estudo de Caso então ficará da seguinte maneira:
28
Tempo N° de Maior n° Subtotal Total
palos de palos arredondado
1° 212 x100= 21200 ÷ 212 = 100 % 100
2° 187 X100= 18700 ÷ 212 = 88,207 % 88
3° 192 X100= 19200 ÷ 212 = 90,566 % 91
4° 180 X100= 18000 ÷ 212 = 84,905 % 85
5° 173 X100= 17300 ÷ 212 = 81,603 % 82

Pronto, preenchemos a tabela e encontramos a porcentagem de Produtividade.


E o que significa este valor que encontramos?
Você pode estar achando estranho acharmos tantas porcentagens, e quando
somadas não dão 100. Mas é porque o número que encontramos é a
porcentagem de produtividade com relação ao potencial que o examinando
demonstrou.
Ou seja, de acordo com o seu potencial máximo demonstrado no tempo que
atingiu 100%, nós calculamos o quanto do seu potencial foi atingido nos outros
tempos.

Página 28
No Estudo de Caso, pudemos ver que no 1° tempo o José apresentou o máximo
do seu potencial de produtividade, pois o tempo com maior número de Palos, e,
por isso com 100% de rendimento.
Os outros tempos foram baseados de acordo com este tempo em que ele
apresentou o máximo, e assim tivemos a porcentagem de quanto o João
apresentou de rendimento em cada tempo.
Isto é, no 2° tempo ele apresentou 88% do seu potencial máximo, no 3° tempo
91% do potencial máximo e assim por diante.
Agora, iremos fazer aqui um gráfico, que vamos chamar de Gráfico de
Rendimento de acordo com a porcentagem que achamos de potencial.
Chamamos de Gráfico de Rendimento porque sinaliza o rendimento que a
pessoa tem com relação ao seu máximo.
No eixo x (horizontal) você irá colocar os tempos, e no eixo y (vertical) você ira
colocar a porcentagem encontrada.
No Estudo de Caso do José da Silva, do qual fizemos os cálculos na tabela, o
Gráfico de Rendimento ficará assim:

Gráfico de Rendimento 29
100 100
90 88 91
85 82
80
70
Porcentagem

60
50
Rendimento
40
30
20
10
0
1° 2° 3° 4° 5°

O Gráfico de Rendimento permite perceber a oscilação do examinando de forma


clara e visual.
A forma como o gráfico se apresenta será analisado conforme diferentes
características, mas só de olhar para este conseguimos ver que a Produtividade
do examinando diminui com o passar do tempo.

Página 29
De acordo com a forma que o traço do gráfico se apresenta, nós iremos
identificar em qual característica de gráfico o examinando se encaixa. Assim
como no NOR nós identificamos, aqui iremos fazer o mesmo.
Algumas características veem acompanhadas do NOR, ou seja, é uma análise de
como o gráfico se apresenta mais o número de NOR representado.
Por isso você vai encontrar não somente a forma que o Gráfico de Rendimento
em que o examinando apresenta e o que ele significa, mas se está de acordo com
o NOR apresentado.
Uma observação importante!
Como já mencionei, apesar de todo o trabalho científico por trás da construção
do teste, algumas situações fogem do padrão estabelecido.
Por isso, aqui temos a opção do gráfico ser horizontal (no qual o traço do gráfico
é predominante horizontal, e tem o NOR identificado nesta característica), por
exemplo, porém levemente crescente (traço do gráfico subindo).
Como?
Por exemplo, porque o gráfico não apresenta NOR suficiente para ser crescente,
mas você observa visualmente que ele é levemente crescente. Então, é possível
colocar que ele é “levemente” uma característica. 30
Mas é importante você sempre estabelecer qual é a característica predominante.
Em conjunto, algumas análises estão associadas à Produtividade, e assim como o
NOR deverão ser levadas em consideração para a análise e interpretação. Afinal,
estamos falando de um teste contínuo em que todas as características se
comunicam e também devem ser levadas em consideração para análise.
Vamos ver o nosso Estudo de Caso.
O examinando José da Silva apresentou NOR 5,19. E, segundo este dado, o
Gráfico de Rendimento seria caracterizado como equilibrado.
Mas claramente vemos no gráfico que seu rendimento cai conforme o tempo.
Porém, para ser caracterizado como decrescente teria que ter NOR acima de 6.
Então em qual característica ele se encaixa?
O José da Silva apresenta um Gráfico de Rendimento Equilibrado, porém
levemente decrescente. Assim, iremos analisar e interpretar as duas
características, e perceber qual das duas se associa mais ao examinando.
Em todo o teste a análise matemática é tão importante quanto seu
conhecimento e percepção.

Página 30
Sendo assim, seguem as características de Gráfico de Rendimento para
identificação.

1.Constante, horizontal ou estável


O gráfico do tipo horizontal ou constante pode se apresentar de duas formas:
Equilibrado ou Rígido.
2. Equilibrado – Geralmente com NOR entre 4 e 6
O gráfico do tipo equilibrado com produção média indica capacidade de
distribuição do tônus muscular de forma organizada e sistemática. Revelando a
realização de trabalho de forma organizada.
3. Rígido – Geralmente NOR entre 0 e 3
O gráfico do tipo rígido com produção média ou baixa reflete uma pessoa
obsessiva por detalhes e organização, com rigidez da personalidade.
4. Ascendente ou Crescente – Geralmente NOR acima de 6
O gráfico do tipo ascendente ou crescente com produção média indica prudência
diante de uma nova tarefa. Mas o aumento da produção à medida que o
indivíduo se sente mais seguro na situação também significa dinamismo a 31
iniciativa.
5. Descendente ou Decrescente – Geralmente NOR acima de 6
O gráfico do tipo descendente ou decrescente é indicativo de cansaço, fadiga ou
stress, de dificuldade de manter o tônus muscular, de falta de ânimo e
disposição. Pode refletir também certa tendência a depressão.
6. Convexo – Geralmente NOR acima de 6
O gráfico do tipo convexo ou parabólico expressa ímpeto para iniciar as tarefas,
que não se mantém até o final, podendo estar relacionado à falta de
planejamento das suas ações e do tempo. Se ocorrer em conjunto com
alinhamento convexo, descendente ou em leque, pode indicar possíveis
tendências depressivas. São características de pessoas que não concluem o que
começam.
7. Côncavo – Geralmente NOR acima de 6
O gráfico do tipo côncavo apresenta-se com produção inicial, mas alta, que
diminui por falta de disposição durante a atividade e que é recuperada com a
continuação da tarefa.

Página 31
8. Oscilante ou Irregular – Geralmente NOR acima de 6
O gráfico do tipo oscilante ou irregular demonstra irregularidade no ritmo de
trabalho, podendo indicar stress, falta de ânimo e disposição, motivação
deficiente, ou interferência do estado emocional, indicando geralmente uma
perturbação voluntaria ou involuntária na administração do esforço.
9.Platô
O gráfico do tipo platô expressa o ímpeto para iniciar as tarefas, atingindo certo
equilíbrio, mas que não se mantém até o final, podendo estar relacionado à falta
de planejamento das suas ações e do tempo.
Em uma análise do nosso Estudo de Caso que demonstrou uma possibilidade, do
gráfico apresentar uma forma, mas o NOR ser diferente do associado a
característica, eu diria que ele apresenta gráfico levemente decrescente com
possibilidade de fadiga, stress e etc, como mostra a análise do tipo de gráfico.
Não me preocuparia com tendência a depressão, por exemplo, que é uma
possibilidade de pessoas em que o gráfico apresentado tem alto nível de
decrescer.
Além do mais, na entrevista mostra que ele trabalha 6 anos em uma mesmo
lugar, sendo recontratado para a empresa. O mesmo relata que gostaria de ter 32
disposição em estudar, mas não o faz. Então, com certeza a motivação dele não
está alta e pode ser relacionado a estes fatores.
Assim, finalizamos o Gráfico de Rendimento. Mas não acabamos nossa correção
Quantitativa.
Vamos aprender agora a comparar as duas fases realizadas no teste, a fase de
treinamento e a fase oficial, a partir do NOR.

3.2 Comparação do NOR entre a 1° e a 2°parte do teste


Apesar da 1° fase do teste ser apenas um treino, é um momento consciente,
onde o examinando procura realizar a atividade de forma perfeita e ordenada
cumprindo as instruções de execução, empenhando-se com mais cuidado,
desenvolvendo uma atenção mais concentrada.
Na 2° fase o examinando passa a automatizar o movimento realizando-o com
menor concentração e a tarefa contínua com maior naturalidade. É um
momento onde atua além consciente (não vou chamar de inconsciente pois não
há dados para isto, e porque não é objetivo do curso discutir abordagens), com
um comportamento mais expressivo.

Página 32
Muitos profissionais não fazem esta análise, mas eu acredito ser interessante
perceber a diferença entre o comportamento inicial do secundário.
Pode ser impressionante como há uma diferença entre estas partes, e também é
uma informação de análise.
Afinal, ritmos diferentes nas duas fases podem mostrar um desequilíbrio entre o
ritmo consciente e o comportamento expressivo, ou seja, entre o
comportamento instrumental e o expressivo. E, em conjunto um desequilíbrio
entre o que a pessoa quer e o que ela apresenta querer.
Este é o único momento da correção e análise que iremos utilizar os dados da
primeira parte, a partir de então iremos sempre utilizar os dados da segunda
parte da aplicação do Palográfico.
Como iremos fazer esta comparação?
Encontrando o NOR da primeira fase do teste. Você já aprendeu como encontrar,
mas vamos relembrar de forma objetiva.
Primeiro Passo
Contar os números de Palos de cada tempo da primeira fase e preencher na
tabela.
33
Esta tabela não está na Folha de Aplicação, por isso está contida no Caderno de
Tabelas que você vai receber.
Segundo Passo
Calcular o Total de N° de traços e as Diferenças com o seu Total.
Lembra das Diferenças?
Quando calculamos a diferença entre o número de palo do 1° e 2° tempo, depois
do 3° e 4°tempo, e, por fim do 4° e 5° tempo.
No Estudo de Caso esta tabela ficará assim:

Tempos 1° 2° 3° 4° 5° Total
N° de traços 98 84 87 84 94 447
Diferenças 14 3 3 10 30

Terceiro Passo
Vamos calcular o NOR com a fórmula:

Página 33
NOR=Σdas diferenças x 100 = ___,___ = _____
Σ Traços totais
E, no Estudo de Caso vamos preencher e calcular da seguinte maneira:
NOR = 30 x 100 = 6,711 = 6,71
447
Agora temos o NOR da 1° Fase do teste, que é 6,71.
Para comparar o NOR das duas fases, não é necessário refazer o cálculo da 2°
fase, afinal, já fizemos este calculo lá em cima. Assim temos:
1° fase: NOR 6,71
2° fase: NOR 5,19

A partir desta comparação, nós temos algumas possibilidades como:


1) Equilíbrio: Quando o NOR das duas fases são iguais
NOR 1° parte = NOR 2° parte
2) Desequilíbrio: Quando o NOR é diferente, independente de qual é maior que o 34
outro.
1° parte ˃ 2° parte
1° parte ˂ 2° parte

Então, o Estudo de Caso José da Silva apresenta um Desequilíbrio já que o


a 1° parte foi maior que o 2° parte.
O que significa que o José, nosso examinando, de forma totalmente consciente
oscila mais na realização da atividade, e, quando aprofundamos na sua psique
percebemos que há uma tendência a apresentar estabilidade.
Estes dados podem inferir em diversas situações.
Segue um exemplo da importância desta comparação.
Vamos que nosso examinando seja um aluno que apresenta dificuldades de
aprendizado com a hipótese de TDAH. E, ele apresenta na 1° fase um número
muito elevado comparado a 2° fase.

Página 34
Será que ele realmente tem TDAH ou ele tem falta de interesse pela atividade
escolar?
Porque, se ele consegue na 2° fase do teste fazer a atividade de forma a mostrar
estabilidade, se concentrar e apresentar melhoras com relação à realização da
atividade. O que levanta a hipótese de não ter TDAH e sim uma falta de interesse
frente as atividades escolares propostas.
Pois há uma diferença entre o aluno não conseguir e não querer.
Este é um exemplo de como a comparação do NOR pode ser uma informação
importante, passível de análise e interpretação.

E assim, finalizamos o nosso Módulo1I com a correção e análise Quantitativa do


Palográfico.
Neste módulo aprendemos a estabelecer empatia, aplicar o Palográfico e corrigir
e análisar as características Quantitativas do teste. Muita coisa para apenas um
módulo, não é mesmo? E isso porque ainda teremos exercícios, aula em vídeo e
webinar!
Aguardo vocês nas próximas atividades, e para aprimorar o aprendizado, nos
vemos no nosso grupo! E não se esqueçam: que suas dúvidas serão respondidas 35
em nossa aula online ao vivo!
Até mais!

Página 35

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