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AULA 6
1. Materiais e métodos;
2. Ambiente e banco de dados;
3. Gravação;
4. Condução do estudo;
5. Organização dos resultados.
CONTEXTUALIZANDO
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heurísticas para planejamento, coleta, análise, síntese e arquivamento das
informações coletadas.
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principalmente se o tipo de pesquisa coletar dados sensíveis, como questões
relativas à saúde (Brasil, 2018).
Na dúvida sobre o que é ou não um dado sensível, consulte a LGPD ou o
setor jurídico de sua empresa ou organização. Uma violação de dados é uma
experiência traumática para o usuário.
Sobre a analogia da fixação do quadro, de acordo com o tipo de produto,
tipo de teste de avaliação, ambiente de aplicação do teste e usuário, você vai
definir o método e as ferramentas a serem utilizadas. Para isso, sugerimos
fortemente que você prepare um roteiro escrito. Não confie em sua memória ou
no improviso.
Portanto, aconselhamos que você faça uma simulação do dia do teste e
pratique antes de aplicar o estudo com o usuário usando todos os equipamentos,
verificando quanto tempo você leva para cada ação. Anote tudo, para identificar
possíveis questões que possa ter esquecido ou que sejam desnecessárias.
Reavalie a condução, se for o caso.
Além disso, prepare-se com seus instrumentos de trabalho. Como já
sugerimos, escreva um checklist, para sua organização, com itens como um
cronômetro, bloco de notas, gravador, câmeras e tudo mais que for necessário.
Alguns autores sugerem que, para não distrair o usuário com suas
anotações e interferir de alguma forma no resultado dos testes cronometrados,
você deve conduzir o estudo, preferencialmente, posicionando-se atrás do
usuário, para ficar fora do seu campo de visão dele.
Após cada tarefa, considere aplicar um questionário, concluindo a
documentação da avaliação de cada etapa antes de passar para a próxima
tarefa. Desse modo, o usuário ainda está com a memória recente de suas
percepções.
Logo após receber os resultados do teste, calcule as métricas e organize
seus comentários para não perder suas percepções do momento. Todos os
dados ajudarão a justificar suas decisões de projeto.
A Cartilha de usabilidade, do Governo Federal, descreve as etapas ideais
para um teste de usabilidade (BRASIL, 2010).
• Planejamento do teste;
• Escolha do ambiente de teste;
• Seleção de participantes;
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• Preparo do material de teste;
• Condução da sessão;
• Questionamento final;
• Análise dos dados coletados;
• Relato e recomendações;
• Implementação das alterações e reteste.
Saiba mais
Para mais informações sobre usabilidade e testes, acesse:
• Cartilha de usabilidade, do Governo Federal:
<http://epwg.governoeletronico.gov.br/cartilha-usabilidade>. Acesso em: 21
set. 2021.
• Roteiro de testes de usabilidade: <https://servicosgovbr.github.io/portal-de-
servicos/design/roteiro-teste-de-usabilidade.html>. Acesso em: 21 set. 2021.
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Outro questionamento: Se os usuários, no momento do teste, irão falar,
há algum problema se todos ouvirem? Será que o que um usuário relatar
influenciará a percepção dos outros? Uma opção conveniente seria usar baias
isoladas para acomodar todos os usuários ao mesmo tempo. Se outros membros
da equipe de design estiverem junto, poderão auxiliar durante o teste.
Essas são apenas algumas questões que podem ser levantadas sobre o
local físico dos testes, mas não podemos nos limitar apenas a elas.
Observe a ergonomia das cadeiras, se são confortáveis; se o ambiente
possui boa iluminação; se é protegido de ruídos externos que possam interferir
nos testes; se a temperatura é adequada. Faça do momento do teste presencial
uma boa experiência para o usuário, para você e sua equipe.
Outra modalidade de avaliação presencial são as pesquisas contextuais,
que são parecidas com as entrevistas, mas ocorrem no ambiente do usuário.
Essa é uma prática comum em levantamentos de questões ergonômicas de
postos de trabalho.
Você pode estar desenvolvendo um sistema para ser usado em um local
específico – como uma fábrica – e é necessário que você vá até lá para realizar
testes de usabilidade do sistema com o funcionário que será o usuário da sua
solução.
Nesse caso, sua atenção deve ser redobrada e seu planejamento mais
acurado. Você precisa ser detalhista e verificar desde as configurações dos
equipamentos disponíveis, até a exploração do ambiente como um todo.
Isso é necessário para identificar se há fatores que irão afetar a interação
do usuário com seu sistema no momento do teste. É possível que você descubra
questões que diminuem a percepção de usabilidade do sistema, mas que não
estão necessariamente relacionadas ao seu produto.
É imprescindível visitar o local previamente e verificar questões que
possam, de alguma maneira, prejudicar a aplicação, como ruídos, iluminação,
distrações etc., levantar o que depende de você e o que depende do cliente, para
que você possa deixar tudo pronto para o dia do teste. Mostre profissionalismo,
diferencie com cuidado o que é de sua responsabilidade e o que não é, em
situações como essa.
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Ambiente digital é um conjunto de interações para comunicação e acesso
a informações em meio digital, usado para diferentes objetivos, como lazer,
trabalho, estudos, compras, entre outros.
No contexto do UX Design, como já comentamos, há inúmeras
plataformas e softwares que permitem a realização de testes de usabilidade de
maneira remota. Algumas possuem opções de uso de inteligência artificial, os
chamados chat bots, que podem desempenhar algumas das funções de
facilitador.
Whitenton (2019), fez uma síntese de diferentes tipos de avaliação.
Selecionamos cinco tipos que podem ser usados em ambiente digital.
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Como já comentamos, repositório (ou banco de dados) é o local onde
ficam todas as informações relativas aos projetos, disponíveis para todos os
participantes e, de acordo com o perfil da empresa, com diferentes níveis de
acesso e permissões. O local de arquivamento varia de empresa para empresa,
como servidores próprios, internos ou em serviços de hospedagem na nuvem.
Lowdermilk (2013, p. 28) sugere uma estrutura enxuta de documentação
com os seguintes componentes principais:
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A forma de organização dos dados pode variar de uma empresa para
outra. Por exemplo, pode ser criado um diretório apenas para arquivamento de
testes de usabilidade, que vai conter os documentos descritivos do plano de
teste, que podem ser divididos em modelos de teste e testes aplicados.
Se na sua empresa não há esta organização, talvez você possa iniciá-la
com autorização de seus superiores. Se não for possível, comece pela sua
própria organização pessoal e de seu trabalho, pois isso o ajudará a aumentar
sua produtividade.
TEMA 3 – GRAVAÇÃO
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O objetivo de gravar uma entrevista é, geralmente, poder analisar o
discurso do usuário e examinar suas reações, comparando o que foi dito às
reações do usuário às perguntas. Gravações também servem para fazer
esclarecimentos durante a análise das respostas e geração de insights que não
foram percebidos no momento. As gravações de telas são usadas para identificar
questões relacionadas ao sistema.
A opção por gravação em vídeo ou apenas áudio é opcional, e irá
depender do propósito da entrevista. Se o objetivo é analisar o comportamento
dos entrevistados, a gravação em vídeo é necessária. Se for apenas para análise
do discurso, só o áudio já resolve. Outras situações de gravação permitem o uso
de webcams.
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execução da atividade com o usuário, com linguagem apropriada para ele. Evite
usar jargões da área de TI.
Sem um script de perguntas, o facilitador, se não tiver se organizado, pode
se perder, impactando os resultados no levantamento de dados.
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mais sobre isso? Você pode me dar um exemplo disso? Por que você pensa
assim? Por que isso é importante para você? (Rosala, 2019).
Podemos conduzir uma entrevista apenas com perguntas fechadas,
guiadas por um script em formato de questionário, dependendo do método e
propósito da coleta de dados. Modelos de entrevistas com perguntas fechadas
servem para medir o nível de percepções do usuário em relação ao produto.
Neste caso, o uso de uma escala de Likert pode ser usada. Esta é uma
ferramenta usada em vários tipos de estudos, para avaliar opiniões (Rosala,
2020).
A escala Likert tem esse nome por ter sido desenvolvida pelo psicólogo
Rensis Likert na década de 1930. A escalas Likert mede concordância. Com ela,
os entrevistados são questionados sobre o quanto eles concordam ou discordam
de um conjunto de afirmações. Uma posição geral é obtida após a análise de
todas as respostas às perguntas relacionadas (Rosala, 2020).
A escala Likert baseia-se em uma pontuação de 1 a 5, em que a menor
nota simboliza a discordância com o que está sendo questionado e, a maior,
simboliza a concordância com o que está sendo questionado.
Podemos utilizar também, opcionalmente, ilustrações gráficas para
representar esta pontuação, deixando o questionário mais intuitivo para
responder, como ilustrado na Figura 2.
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8. Fale sobre a previsão de lançamento do produto. O usuário pode tornar-
se um fã e, dependendo do projeto, irá colaborar na divulgação, pois todos
gostam de divulgar que colaboraram com um produto bem-sucedido.
Além disso, você pode vir a precisar fazer atualizações, e poderá contar
com esses usuários para avaliar a evolução do produto.
9. Ao final, agradeça a colaboração e, se for permitido, ofereça um brinde da
empresa em agradecimento pelo tempo dedicado ou sirva café, suco ou
água aos usuários, se o teste for presencial.
10. Adote uma rotina organizada em seu trabalho, fazendo uso de checklist,
listas de tarefas, scripts para participar de reuniões ou conduzir sessões
de avaliações com usuários (Lowdermilk, 2013; Teixeira, 2014; Nielsen,
2020).
dados primários são aqueles que não foram antes coletados, estando
ainda em posse dos pesquisadores e que são coletados com o
propósito de atender as necessidades específicas da pesquisa em
andamento. (Mattar, 2001, p. 134)
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pertencem à sua empresa, mas são estudados e manipulados por você e pela
equipe de projeto envolvida. Podemos dizer que são dados crus, que serão
analisados e tratados especificamente para ajustes em seu projeto.
Agora você tem um panorama dos tipos de dados que você precisa
armazenar. Entretanto, apesar da nomenclatura, você deve entender que a
coleta de dados em um projeto acontece primeiro com dados secundários e, por
último, são gerados dados primários.
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diferentes áreas utilizam os princípios FAIR como critério de qualidade para
organizar os dados de pesquisa.
FAIR é o acrônimo em inglês das seguintes palavras: Findable,
Accessible, Interoperable e Reusable (“Achável” ou “Localizável”, “Acessível”,
“Interoperável” e “Reutilizável”. Observe a Figura 3.
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para que, a cada novo arquivo, saibam nomear e salvar o arquivo de
maneira correta.
4. Reutilizáveis – Os dados devem ser compatíveis com diferentes sistemas
para serem compartilhados em diferentes ambientes. Se você usa um
arquivo em Adobe Illustrator, e outro departamento da empresa ou
fornecedor não tem acesso ao programa, mas precisa das informações
desse arquivo, a empresa, por padrão, salvará diferentes tipos de arquivo,
como os formatos PDF ou JPEG, ou, ainda, caso a versão atualizada de
um software tenha sido disponibilizada apenas para um departamento da
empresa, os arquivos serão salvos em formatos nos quais outros
interessados autorizados tenham acesso.
Retomando os dados primários, ou seja, que você está coletando por meio
de testes de usabilidade. Uma sugestão para organizar os resultados de testes
de avaliação é criar uma pasta modelo contendo a descrição e a ordem em que
as tarefas devem ser executadas pelos usuários, com a descrição detalhada dos
passos que a sessão de teste deve contemplar, as etapas e questões
relacionadas com cada tarefa ou atividade planejada que não podem faltar de
acordo com as normas da empresa, LGPD etc.
Pense também a respeito das premissas e orientações sobre as
habilidades do participante conforme o nicho de mercado para o qual o produto
foi desenvolvido, como área de saúde, turismo etc.
Talvez seja interessante separar pastas para o que for relativo ao sistema
especificamente. Por exemplo: uma pasta com as diretrizes de funcionalidade
do sistema e material de apoio, como planilhas, checklists etc., diferenciando
esse conteúdo dos dados relativos aos usuários e o roteiro das falas do condutor
do teste. É necessário testar tudo, experimentando categorias e hierarquias para
organização dos dados coletados e documentação do projeto. É necessário
verificar o que é mais adequado à sua realidade
Como citamos anteriormente, para cada tipo de produto, há questões
peculiares e customizáveis no projeto. Por isso, planos de avaliação de
usabilidade podem sofrer ajustes, mas se o material-modelo estiver pronto,
proporcionará maior tranquilidade para a preparação dos testes. Além disso, é
uma forma de padronizar e orientar outros membros da equipe que está
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aplicando testes com você, sobre o modo como os resultados devem ser
arquivados.
Quando repositórios de arquivos estão organizados em uma ordem lógica,
as informações são acionadas com agilidade por todos da equipe. Esta premissa
pode ser aplicada em todos os estágios do projeto.
Saiba mais
Leia o artigo “Os princípios FAIR como diretrizes para maximizar o uso e
(re)uso dos dados de pesquisa: traçando um paralelo com a gestão de
documentos arquivísticos digitais”, de Bárbara Carvalho Diniz, Guilherme Ataíde
Dias e Alzira Karla Araújo da Silva (disponível em:
<https://dadosabertos.info/enhanced_publications/idt/papers/39.pdf>. Acesso
em: 20 set. 2021.
TROCANDO IDEIAS
NA PRÁTICA
Sabe aquele checklist visual que você fez em conteúdo anterior? Vamos
ampliá-lo agora. Imprima, no topo de uma folha em formato paisagem e escreva,
abaixo de cada etapa, quais as ferramentas, formulários e recursos que você
usará em cada uma destas etapas do teste de usabilidade (veja a Figura 4).
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Figura 4 – Checklist condução testes
FINALIZANDO
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Essa disciplina tem características teóricas, e fornece contextualização e
base para outras disciplinas, com abordagens técnicas. Apresentamos aqui
alguns tópicos do vasto conteúdo sobre Experiência do Usuário.
Nosso objetivo foi abordar os aspectos teóricos sobre UX, mas sempre na
tentativa de sensibilizar os aspectos da interação humana e do respeito ao
usuário. Nunca esqueça o propósito e para quem você está desenvolvendo um
produto. Por isso, acreditamos no design centrado no usuário, ou seja, no design
centrado no ser humano.
Desejamos a você boa sorte e perseverança em seus estudos.
Esperamos nos encontrar em breve, onde estiverem os bons profissionais de
UX.
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REFERÊNCIAS
ROSALA, M. Why User Interviews Fail. Nielsen Norman Group, June 9, 2019.
Disponível em: <https://www.nngroup.com/articles/why-user-interviews-fail/>.
Acesso em: 20 set. 2021.
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ROSALA, M. Rating Scales in UX Research: Likert or Semantic Differential?
Nielsen. Nielsen Norman Group, June 7, 2020. Disponível em:
<https://www.nngroup.com/articles/rating-scales/>. Acesso em: 20 set. 2021.
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