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Coordenador
Marcos Antonio Mattos dos Reis
Capa
Marcus Arboés
BREVE INTRODUÇÃO
Este e-Book tem como finalidade debater assuntos sobre o processo de
formação, identificação e seleção de jogadores de futebol, desde as fases
iniciais da vida humana até as últimas categorias competitivas do futebol de
base. Neste sentido, este material possui uma visão holística acerca do futebol de
base, apresentando diversos conteúdos que permitem os alunos mergulharem
em diferentes e ricas áreas da formação de jogadores de futebol.
Essa divisão não é um produto fechado, mas ajuda a entender o quão com-
plexo é a formação de um jogador de futebol a partir das finalidades específicas
de cada etapa do processo. Existem diversas formas que permitem enxergar o
futebol de base e a partir de agora iremos abordá-las de acordo com cada con-
teúdo específico. Neste sentido, esse e-book traz conhecimentos diversos sobre
o processo de ensino e aprendizagem do futebol, fatores biopsicossocioculturais
que afetam a formação dos jogadores, ferramentas que permitem identificar e
selecionar o talento esportivo, além de apresentar duas funções emergentes do
futebol contemporâneo: coordenação técnica e coordenação metodológica no
futebol de base. Tenham todos uma excelente leitura a partir de agora.
uma modalidade esportiva ou será que a prática de vários esportes não seria
melhor para a sua formação? Por exemplo, no caso do futebol, não seria interes-
sante o sujeito praticar diferentes esportes?
Além disso, jogadores de futsal com média de 13 anos de idade, realizam mais
passes por minuto, possuem menor área individual de jogo ao redor do portador
da bola e menor tempo para receber a bola do que os jogadores de futebol de
campo (OPPICI et al., 2017). Jogadores de futsal também tiveram mais passes
bem-sucedidos no futebol de campo do que no futsal, enquanto os jogadores
de futebol de campo mantiveram os seus desempenhos estáveis nos dois jo-
gos. Além disso, os jogadores de futsal tiveram mais passes bem-sucedidos do
que os jogadores de futebol de campo no jogo de futebol de campo. Antes do
primeiro toque na bola, os jogadores de futsal direcionavam sua atenção para
outros jogadores mais vezes do que os jogadores de futebol de campo no jogo
de futebol. Além disso, o jogo de futsal promoveu maior atenção orientada para
outros jogadores do que o jogo de futebol (OPPICI et al., 2018). O que é uma ca-
racterística de jogadores experientes no futebol de campo, que olham mais para
os jogadores e o espaço vazio no campo, enquanto os jogadores inexperientes
olham mais para a bola (ROCA et al., 2011).
Müller et al. (2016) também verificaram que o futsal promove maior eficácia de-
fensiva do que o futebol. Com isso, os contributos do futsal para o futebol vão além
dos aspectos ofensivos do jogo. Neste sentido, percebe-se os motivos, testados cien-
tificamente, pelo qual o futsal é considerado um esporte doador para o futebol de
campo, em especial no Brasil. Por isso ele é caracterizado como uma das principais
ferramentas na formação de jogadores de futebol (TRAVASSOS, ARAÚJO e DAVIDS, 2018).
Desta forma, observa-se através da literatura científica que as duas abordagens
(iniciação esportiva generalizada e específica) são eficazes na melhora do desem-
penho dos jogadores na iniciação esportiva, com a perspectiva generalizada permi-
tindo a transferência de habilidades. A transferência da aprendizagem de habilidades
pode ser definida como o processo de adaptação de determinado comportamento
a um novo contexto de prática, avaliada na obtenção de desempenho e não em um
movimento estereotipado (NEWELL, 1986). A prática de outros esportes pode ajudar
na formação de jogadores de futebol, tanto em aspectos ofensivos, quanto defensi-
vos, e que o professor pode manipular a utilização de outras modalidades esportivas
durante as sessões de treinos ou deixando um dia de prática alternativa no seu pla-
nejamento. Contudo, é importante também entender como funciona o processo de
ensino-aprendizagem do futebol e os seus respectivos fatores determinantes. A partir
de agora vamos focar nesses dois processos ao longo do texto.
GIBSON, 1979; GIBSON e GIBSON, 1955). A partir disto, o processo decisório e a exe-
cução de movimentos não são comandados por um único elemento, mas são
regidos pelo acoplamento percepção-ação, ou seja, interação entre o indivíduo e
o ambiente de prática (PACHECO e NEWELL, 2018). No caso do futebol, os jogadores
e as equipes são considerados sistemas sociais complexos não-determinísticos
(não são completamente previsíveis) e a aprendizagem emerge continuamen-
te das interações dos componentes do sistema (padrões coordenativos inter e
intra-indivíduos) (DAVIDS et al., 2013).
Já o modelo de processo adaptativo aborda que a aprendizagem motora é
um processo além da estabilização da habilidade e que consiste em um cresci-
mento complexo da dinâmica cíclica de estabilidade-instabilidade-estabilidade.
Desta forma, a aprendizagem motora vai além da estabilização funcional (pa-
dronização espacial e temporal do movimento a partir de uma nova estrutura
formada), pois o sujeito mostra que aprendeu a habilidade ao enfrentar pertur-
bações e se adapta à elas, o que denota uma alteração qualitativa do sistema
(TANI et al, 2014; CHOSHI, 2000; TANI, 2000).
Após breve discussão sobre teorias da aprendizagem motora, a partir de ago-
ra será abordado alguns fatores que afetam a aprendizagem motora no futebol,
como: instrução, demonstração, foco de atenção, prática e feedback (SCHMIDT
e LEE, 2016; WALTER, BASTOS e TANI, 2016; MELO e BARREIROS, 2013; WULF, 2013).
A instrução é a verbalização de informações ofertada aos jogadores de acor-
do com aquilo que quer ser aprendido (WALTER, BASTOS e TANI, 2016; MELO e BAR-
REIROS, 2013). Contudo, o excesso de instrução ou a instrução ofertada em mo-
mentos inoportunos (como durante os exercícios) pode gerar uma dependência
do aprendiz pelas informações do professor/treinador (MEMMERT, 2007).
Além disto, a manipulação das restrições das tarefas nos jogos reduzidos
pode ser feita em diversas perspectivas a depender do objetivo do treino: rela-
ções numéricas, como jogos em superioridade e inferioridade numérica (PRÁXE-
DES et al., 2018), tamanho do campo de jogo (OLTHOF, FRENCKEN e LEMMINK, 2018,
quantidade de toques na bola (MENUCHI et al., 2018), quantidade de balizas ou de
alvos (CASTELLANO et al., 2016), densidade da prática, ou seja, relação entre tempo
de recuperação entre tentativas (MCLEAN et al., 2016), entre outras possibilidades.
(REIS, 2016). Além disso, mais uma alternativa para diminuir o impacto da matu-
ração biológica e deixar o processo de formação mais holístico é a organização
de categorias competitivas e competições esportivas a partir da idade biológica
(CUMMING et al., 2018).
Outro fator que pode ser influenciado pela maturação biológica e que influen-
cia o processo de formação de jogadores de futebol é o efeito da idade relativa
(FURLEY e MEMMERT, 2016). O efeito da idade relativa consiste na categorização
assimétrica de indivíduos de uma mesma faixa etária e categoria competitiva,
a partir de um ponto de corte (geralmente 1º de janeiro), sendo que eles podem
apresentar quase 12 meses de diferença entre as suas idades cronológicas. Isso
pode implicar vantagens e desvantagens físicas e cognitivas afetando o desem-
penho esportivo ao longo de todo o processo de formação (HELSEN et al., 2012).
Por exemplo, Williams (2010) verificou que que cerca de 40% de jogadores de
futebol que disputaram Copas do Mundo Sub-17 nasceram no primeiro trimestre
do ano (janeiro, fevereiro, março) e apenas 16% deles nasceram no último tri-
mestre do ano (outubro, novembro, dezembro). Ishigami (2016) verificou que os
jogadores de futebol nascidos próximo do ponto de corte (ou seja, nos primeiros
meses do ano), possuem mais chances de se tornarem jogadores de futebol do
que os indivíduos que nasceram no final do ano. Furley, Memmert e Weigelt (2016)
verificaram que dos 100 jogadores de futebol mais valiosos (economicamente
falando) cerca de 60% nasceram no primeiro semestre do ano.
Por outro lado, Côté et al. (2006) chamam a atenção para quando o “onde” é
mais importante do que o “quando” em relação ao nascimento dos praticantes
de esportes coletivos. Esse “quando” está relacionado ao local de nascimento do
jogador. Os pesquisadores encontraram que indivíduos que nascem em cidades
americanas entre 50 e 99 mil habitantes apresentam mais chances de se tor-
narem jogadores de basquetebol, hóquei, beisebol e golfe em relação as outras
cidades com menor e maior porte. Isso ocorre porque essas cidades são grandes
o suficiente para oferecer infraestrutura e suporte técnico para a prática espor-
tiva de qualidade, porém não são tão grandes para oferecer outras atividades
que diminuiriam o tempo de prática dos jogadores.
Em relação ao futebol, Costa, Cardoso e Garganta (2013) verificaram que 82,3%
dos jogadores que disputaram o Campeonato Brasileiro da Série A de 2010 foram
oriundos de cidades com índice de desenvolvimento humano (IDH) médio (entre
0,501 e 0,800). Além disso, somente 2,0% dos jogadores nasceram em cidades com
IDH abaixo de 0,500. Tais resultados reforçam os achados de Côté et al. (2006)
para outros esportes.
Por fim, após serem apresentados fatores biológicos, sociais e culturais, será
apresentado um fator psicológico que pode afetar na formação dos jogadores
de futebol que é a cegueira inatencional (SCHMIDT e LEE, 2016). A cegueira inaten-
cional consiste na ação de negligenciar características, gestos e movimentos em
um ambiente por conta do foco de atenção específico em determinada tarefa.
Por exemplo, quando um treinador solicita ao seu jogador que ele faça marcação
individual em determinado adversário, esse jogador irá focar somente naquele
jogador, negligenciando todo e qualquer tipo de movimentação ao seu redor. Isso
pode gerar uma falha na detecção de um objeto ou sujeito inesperado (outro
adversário ocupando um espaço vazio próximo da baliza, por exemplo) mesmo
que esteja na frente do jogador (SCHMIDT e LEE, 2016; MEMMERT, 2011).
Memmert (2011) destaca que existe uma relação entre criatividade, experiên-
cia esportiva e cegueira inatencional, pois os jogadores experientes conseguem
perceber os colegas de equipe livres e podem tomar decisões originais para
realizar passes, por exemplo. Enquanto os jogadores inexperientes ficam “cegos”
e não conseguem perceber as oportunidades de passe que o ambiente oferece,
caracterizando o famoso “olhei, mas não consegui ver”. Furley, Memmert e Heller
(2010) verificaram que jogadores de basquetebol experientes possuem menos
chances de não enxergar em um vídeo um gorila passando no meio de uma
troca de passes do basquetebol.
Desta forma, o professor/treinador de futebol deve entender esse mecanismo
psicológico e criar exercícios adequados para diminuir a cegueira inatencional
e permitir que os jogadores possam perceber as oportunidades que o ambien-
te de jogo oferece tomando decisões e executando habilidades que permitam
solucionar os problemas do jogo (CORRÊA et al., 2014). Por outro lado, também
deve-se tomar cuidado com os estímulos que são ofertados aos jogadores para
que eles não ampliem a cegueira inatencional.
Mas como fazer para controlar esses fatores? Como avaliar o desempenho
dos jogadores? Como saber se o desempenho dos jogadores está sendo influen-
ciado por um desses fatores na identificação e seleção? Como aproveitar tais
fatores para formar e desenvolver o talento esportivo? Neste sentido, partir de
agora, serão mostrados aspectos relacionados à avaliação do talento esportivo
no futebol nos processos de identificação e seleção que compõem a formação
esportiva.
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