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Escola Estadual de

Educação Profissional - EEEP


Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

Curso Técnico em Finanças

Adiministração Financeira II
Governador
Cid Ferreira Gomes

Vice Governador
Francisco José Pinheiro

Secretária da Educação
Maria Izolda Cela de Arruda Coelho

Secretário Adjunto
Maurício Holanda Maia

Secretário Executivo
Antônio Idilvan de Lima Alencar

Assessora Institucional do Gabinete da Seduc


Cristiane Carvalho Holanda

Coordenadora de Desenvolvimento da Escola


Maria da Conceição Ávila de Misquita Vinãs

Coordenadora da Educação Profissional – SEDUC


Thereza Maria de Castro Paes Barreto
Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 2

CAPÍTULO I - Administração de ativos correntes 3


Estoque
Tipos de estoque
Administração de estoques

CAPÍTULO II - Administração de disponibilidades 11


Caixas e bancos

CAPÍTULO III - Administração de contas a receber 15


Administração de ativos circulantes
Administração de contas a receber

CAPÍTULO IV - Análise de demonstrações financeiras 20


Demonstrativos financeiros
Índices financeiros

CAPÍTULO V - Controle e uso de orçamento 30


Conceitos e métodos de orçamentos de capital

CAPÍTULO VI – Planejamento 32
Importância e métodos

CAPÍTULO VII - Fontes de financiamento de atividades da empresa 39


Recursos próprios e recursos de terceiros

BIBLIOGRAFIA 41

Finanças – Administração Financeira II 1


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INTRODUÇÃO

Dando continuidade ao estudo de Administração Financeira, a apostila de Administração Financeira 2


abordará assuntos como: administração de ativos correntes, de disponibilidades, de contas a receber; análise de
demonstrações financeiras; controle e uso de orçamento; planejamento e fontes de financiamento de atividades da
empresa. Importantes para uma formação profissional de qualidade.

Bom curso a todos!

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CAPÍTULO I - ADMINISTRAÇÃO DE ATIVOS


CORRENTES
ESTOQUE

Estoque pode ser definido como quantidades armazenadas ou em processo de produção de quaisquer
recursos necessários para dar origem a um bem e tem como função principal criar uma independência
entre os vários estágios da cadeia produtiva.
Podemos entender cadeia produtiva como um conjunto de etapas consecutivas, ao longo das quais os
diversos insumos sofrem algum tipo de transformação, até a constituição de um produto final (bem ou
serviço) e sua colocação no mercado. Trata-se, portanto, de uma sucessão de operações (ou de estágios
técnicos de produção e de distribuição) integradas, realizadas por diversas unidades interligadas como
uma corrente, desde a extração e manuseio da matéria-prima até a distribuição do produto.
A cadeia produtiva compreende, portanto, os setores de fornecimento de serviços e insumos, máquinas e
equipamentos, bem como os setores de produção, processamento, armazenamento, distribuição e
comercialização (atacado e varejo), serviços de apoio (assistência técnica, crédito, etc.), além de todo o
aparato tecnológico e institucional legal, normativo e regulatório - até os consumidores finais de produtos
e subprodutos da cadeia. Assim, envolve o conjunto de agentes econômicos ligados à produção,
distribuição e consumo de determinado bem ou serviço, e as relações que se estabelecem entre eles.

EXISTÊNCIAS EM ARMAZÉM
A gestão de estoques é um conceito que está presente em praticamente todo o tipo de empresas, assim
como na vida cotidiana das pessoas. Desde o início da sua história que a humanidade tem usado estoques
de variados recursos, de modo a suportar o seu desenvolvimento e sobrevivência, tais como ferramentas e
alimentos.
A Gestão ou Administração de estoques é uma área crucial a boa administração das empresas, pois o
desempenho nesta área tem reflexos imediatos nos resultados comerciais e finaceiros da empresa. O
objectivo da gestão de estoques envolve a determinação das seguintes decisões:
 quando encomendar; e

 quantidade de estoque de segurança que se deve manter para que cada artigo assegure um nível de
serviço satisfatório para o cliente.
Estas decisões assumem uma dinâmica repetitiva ao longo do tempo, e tornam-se complexas devido ao
enorme leque de fatores envolvidos na tomada das mesmas.
Todas as organizações, seja qual for o setor de actividade em que operem, partilham a seguinte
dificuldade: como efetuar a manutenção e controle do estoque. Este problema não reside apenas nas
empresas mas também em instituições de carácter social e/ou sem fins lucrativos, visto que os estoques
existem na sociedade, sejam em explorações agrícolas, fabricantes, mas também em escolas, igrejas,
prisões e em todo o tipo de estabelecimentos comerciais.
Apesar deste problema existir desde sempre, apenas no século XX se começaram a estudar e a
desenvolver técnicas no sentido de lidar com esta questão, que se tornou mais relevante depois da

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Segunda Guerra Mundial, onde a incerteza era constante e que levou a que se dessem, de uma forma mais
ou menos secreta, os primeiros passos na gestão de estoques.
No meio empresarial, se por um lado o excesso de estoques representa custos operacionais e de
oportunidade do capital , por outro lado níveis baixos de estoque podem originar perdas de economias e
custos elevados devido à falta de produtos.

TIPOS DE ESTOQUE
Existem diversas classificações dos estoques. De acordo com a natureza dos produtos fabricados ou com
as atividades da empresa, os estoques recebem diferentes classificações.

QUANTO AO PROCESSO PRODUTIVO

No setor industrial, podemos ter:


 Estoque de produtos em processo - Este tipo de estoques baseia-se essencialmente em todos os
artigos solicitados necessários à fabricação ou montagem do produto final, que se encontram nas
várias fases de produção.
 Estoque de matéria-prima e materiais auxiliares - Nestes estoques encontramos materiais
secundários, como componentes que irão integrar o produto final. São usualmente compostos por
materiais brutos destinados à transformação.
 Estoque operacional - É um tipo de estoque destinado a evitar possíveis interrupções na produção
por defeito ou quebra de algum equipamento. É constituído por lubrificantes ou quaisquer
materiais destinados à manutenção, substituição ou reparos tais como componentes ou peças
sobressalentes.

 Estoque de produtos acabados - É o estoque composto pelo produto que teve seu processo de
fabricação finalizado. Em empresas comerciais é chamado de estoque de mercadorias.
 Estoque de materiais administrativos - É formado de materiais destinados ao desenvolvimento das
atividades da empresa e utilizados nas áreas administrativas da mesmas, tais como, impressos,
papel, formulários, etc.

QUANTO AO SETOR ADMINISTRATIVO

Podemos ainda destacar com grande importância para a administração:


 Estoque de segurança ou mínimo - São as quantidades guardadas para garantir o andamento do
processo produtivo caso ocorram aumento na demanda do item por parte do processo ou atraso no
abastecimento futuro. Os estoques de segurança são importantes, pois impedem que ocorram
problemas inesperados em alguma fase produtiva interrompendo as atividades sucessivas de
atendimento da demanda. Além disso, a existência de estoques de segurança em uma unidade
fabril, evita que o processo produtivo pare em caso de uma avaria, alimentando as máquinas
subsequentes durante a reparação. E ainda são utilizados para salvaguardar uma empresa de
incertezas nas suas operações logísticas.

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ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES

A administração de estoque exerce forte impacto sobre o caixa. Se o estoque for comprado à vista, o
impacto é imediato; se for comprado a prazo, o impacto ocorre na data de pagamento, alguns dias após a
compra; se for financiado o impacto no caixa poderá ser num prazo mais longo.

O investimento em estoque tem um peso significativo em empresas comerciais, pois os estoques são
representados, basicamente, pelas mercadorias para revenda. Já em empresas industriais, os estoques, de
acordo com as fases de acabamento, podem ser classificados em matérias primas, produtos acabados,
produtos semi-acabados, materiais de consumo, materiais de embalagens, etc.

A responsabilidade direta pela administração dos estoques não é do administrador financeiro, mas ele
pode influir sobre os resultados globais da empresa, interagindo junto a áreas operacionais responsáveis
pelo controle do giro e níveis adequados de estoques.

O administrador moderno, qualquer que seja sua área de atuação, deve ter consciência de que o capital de
giro investido em estoques tem custo financeiro, e que afetará o resultado econômico e financeiro.

TÉCNICAS DE CONTROLE DE ESTOQUE

1. LOTE ECONÔMICO DE COMPRAS

É utilizado para determinar a quantidade ótima de compra de um item de estoque. O modelo LEC
pressupõe a existência de dois tipos de custos, além do custo efetivo da mercadoria: os custos de pedido
e os custos de manutenção de estoque.

Os custos de pedidos são compostos pelos custos fixos administrativos incorridos para emitir e receber
um pedido.

Os custos de manutenção de estoque são aqueles incorridos durante a permanência do estoque no ativo
da empresa, que variam em função da quantidade e valor unitário do estoque.

2. SISTEMA ABC

A empresa que utiliza este sistema costuma dividir o estoque em 03 grupos “A” , “B” e “C” .

O grupo “A” inclui os itens com maior investimento em valor monetário; em geral, esse grupo
compreende 20% dos itens estocados, mas representa 80% do valor investido em estoques.

O grupo “B” consiste em itens responsáveis pelo maior investimento seguinte em estoques.

O grupo “C” é formado por um grande numero de itens que exigem investimento relativamente pequeno.

O grau de monitoramento de cada item depende de sua classificação nos grupos ABC. Os itens agrupados
em “A” recebem monitoramento mais intenso em razão do elevado valor aplicado, com monitoramento
diário do nível de cada item. Os itens do grupo “B” são frequentemente controlados com uma verificação
periódica, as vezes semanal, de seus níveis em estoque. Os itens do grupo “C” são monitorados com
técnicas pouco sofisticadas, onde os controles não são tão rigorosos.

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3. SISTEMA JUST-IN-TIME (JIT)

Utilizado para minimizar o investimento em estoques. A filosofia, nesse caso, é que os materiais devem
chegar a empresa exatamente no momento em que são necessários na produção. Em termos ideais, ela só
teria estoque de produção em andamento.

Como seu objetivo é minimizar o investimento em estoque, um sistema JIT não usa estoques de
segurança, ou eles são muito limitados. Deve haver ampla coordenação entre funcionários e fornecedores
e as empresas de transportes para garantir que os materiais cheguem a tempo. Qualquer falha neste
sistema implica na paralisação do processo de produção. A meta do sistema JIT é a eficiência da
produção. Ele usa o estoque para atingir a eficiência, ao enfatizar a qualidade dos materiais empregados e
sua entrega a tempo. Quando funciona adequadamente, evita o surgimento de ineficiências na produção.

4.SISTEMA DE PLANEJAMENTO DE MATRIAIS (MRP)

Utilizado para determinar os materiais a serem encomendados e quando isso deve acontecer. O MRP
aplica os conceitos do lote econômico de compras para determinar o quanto deve ser encomendado. Com
o apoio do computador, simula as necessidades de materiais, a situação do estoque e o processo de
fabricação de cada produto.

Para um plano de produção,o computador faz a simulação comparando as necessidades de produção aos
saldos disponíveis em estoque. Com base no tempo exigido para que um produto em processamento passe
pelos vários estágios da produção e no tempo de espera para receber os materiais, o sistema MRP
determina quando devem ser feitos os pedidos dos diversos itens contidos na lista de necessidades. A
vantagem desse sistema reside em obrigar a empresa a considerar suas necessidades de estoque mais
cuidadosamente. O objetivo é reduzir o investimento em estoques sem prejudicar a produção.

De acordo com a gestão de estoques, as vantagens de constituir estoques são as seguintes:

 Possibilidade de usar se os estoques para enfrentar uma situação de falta ou de privação do que é
necessário;
 Satisfação de uma procura uniforme;
 Possibilidade de enfrentar variações ou balanços da procura, mesmo sendo essa procura mais ou
menos constante;
 Possibilidade de se poder adquirir a baixos preços para se revender quando os preços são
elevados;

 Evitar o desconforto devido a entregas e aquisições com elevada frequência.

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CUSTOS DE ESTOQUES

Estocar gera custos, a armazenagem de materiais compreende dois tipos de custos:


 Custos variáveis - estão relacionados aos custos de operação e manutenção dos equipamentos,
manutenção dos estoques, materiais operacionais e instalações, obsolescência e deterioração e
custos de perdas.
 Custos fixos - estão relacionados aos equipamentos de armazenagem e manutenção, seguros,
benefícios a funcionários e folha de pagamentos e utilização do imóvel e mobiliário.
Quando uma empresa mantém estoques que não são necessários, ocorre um desaproveitamento de
estoque, o que vai significar uma perda de espaço físico assim como perdas de investimento. Assim,
quando existe a consciência que os estoques geram desperdício as razões que indicam a necessidade de
estoques devem ser analizadas de forma eficiente, evitando o desperdicío.

Em relação aos custos associados à gestão de estoques, estes podem ser separados em três áreas
principais:
 Custos de manutenção de estoques - são custos proporcionais a quantidade armazenada e ao tempo
que esta fica em estoque. Um dos custos mais importante é o custo de oportunidade do capital.
Este representa a perda de receitas por ter o capital investido em estoques em vez de o ter
investido noutra atividade económica.
 Custos de pedido - são custos referentes a uma nova encomenda, podendo esses custos ser tanto
variáveis como fixos. Os custos fixos associados a um pedido são, o envio da encomenda, receber
essa mesma encomenda e inspeção. O exemplo principal de custo variável é o preço unitário de
compra dos artigos encomendados.

 Custos de falta - são custos derivados de quando não existe estoque suficiente para satisfazer a
procura dos clientes em um dado período de tempo. Como exemplos temos: pagamento de multas
contractuais, perdas de venda, deteorização de imagem da empresa, etc.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

Podemos considerar quatro critérios usualmente utilizados, sendo eles:

1. PEPS

Este critério, apura que os primeiros artigos que entrarem no estoque, vão ser aqueles que vão sair em
primeiro lugar, deste modo o custo da matéria-prima deve ser considerado pelo valor de compra desses
primeiros artigos.

De acordo com ess critério, o estoque apresenta uma relação bastante expressiva com o custo de
reposição, sendo esse estoque representado pelos preços pagos recentemente. Obviamente, adotar este
método, faz com que o efeito da oscilação dos preços sobre os resultados seja expressivo, as saídas são
confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta uma das principais razões pelas quais alguns se
mostram contrários a este método.

As vantagens de utilização do PEPS:

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 O movimento estabelecido para os materiais, de forma ordenada e contínua, simboliza uma


condição necessária para um perfeito controle dos materiais, principalmente quando os mesmos
estão sujeitos a mudança de qualidade, decomposição, deterioração, etc.;
 O resultado conseguido reflete o custo real dos artigos específicos utilizados nas saídas;

 Os artigos utilizados são retirados do estoque e a baixa dos mesmos é dada de uma maneira
sistemática e lógica.

2. UEPS

Este critério, também conhecido como LIFO (last-in first-out) é um método de avaliar estoque bastante
discutido. O custo do estoque é obtido como se as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas
a entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas)(primeiro a sair). Pressupõe-se, deste modo, que o
estoque final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo das mesmas. Segue-se que, de
acordo com o método UEPS, o custo dos artigos vendidos (saídas) tende a se refletir no custo dos artigos
comprados mais recentemente(comprados ou produzidos). Também permite reduzir os lucros líquidos
expostos.

As vantagens de utilização do UEPS:


 Procura determinar se a empresa apurou ou não de forma correcta os seus custos correntes, face à
sua receita corrente. De acordo com o este método, o estoque é avaliado em termos do nível de
preço da época em que o UEPS foi introduzido.
 É uma forma de se custear os artigos consumidos de uma maneira realista e sistemática;
 Numa temporada de alta de preços, os preços maiores das compras mais recentes, são ajustados
mais rapidamente às produções, reduzindo o lucro;
 O método tende a minimizar os lucros das operações, nas indústrias sujeitas a oscilações de
preços.

3. PREÇO MÉDIO PONDERADO

Este critério é usado em empresas, em que os seus estoques tenham um controle permanente, e que a cada
aquisição, o seu preço médio seja actualizado, pelo método do custo médio ponderado .

É o método utlizado nas empresas brasileiras para atendimeto à legislação fiscal. Empresas multinacionais
com operações no Brasil frequentemente tem de avaliar o estoque segundo o método do custo padrão,
para atender aos padrões da matriz, e também fazê-lo segundo o custo médio para atendimento à
legislação brasileira.

4. CUSTO PADRÃO

É o método de custeio preconizado pelo USGAAP (United States Generally Accepted Accounting
Principles). Nele tanto as entradas de estoque quanto as saídas são apropriadas ao custo padrão
estabelecido pela empresa, usualmente é aquele que foi utilizado na elaboração do planejamento
orçamentário anual. Toda diferença entre o preço real de compra (decorrente de variações de preço) ou
custo real de produção (decorrente de variações na produtividade) são apropriados nas contas de variação
do preço de compra ou variação de manufatura, respectivamente. Essas contas são contas de resultado, de

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modo que qualquer variação afeta diretamente o resultado do mês em que ocorre, ainda que o material
não tenha sido vendido.

GERINDO UM ESTOQUE

A gestão de estoques é o principal critério de avaliação de eficiência do sistema de administração de


materiais.

Abrange uma série de atividades, que vão desde a programação e planejamento das necessidades de
materiais em estoque, até ao controle das quantidades adquiridas, com o intenção de medir a sua
localização, movimentação, utilização e armazenagem desses estoques de modo a responder com
regularidade aos clientes em relação a preços, quantidades, e prazos.
A programação e planejamento, são as atividades relativas à definição dos modelos necessários à
utilização de técnicas estatísticas, aplicáveis às previsões de necessidades e à gestão de estoques da
empresa, dentro de uma produção e programação de vendas previamente estabelecidas.
O controle é a etapa executiva responsável pela atualização e recolhimento, dos dados de movimentação
que voltam a alimentar o processo de gestão de estoques, e que faz com algumas decisões sejam tomadas
em função de uma série de parâmetros anteriormente estabelecidos.

OBJETIVOS DA GESTÃO DE ESTOQUES

De entre os principais objetivos da gestão e estoques temos os seguintes:

 Eliminar estoque de materiais defeituosos, inoperacionais, ou em excesso;


 Manter à disposição dos utilizadores os artigos de material quando ocorrer a procura;
 Garantir o abastecimento constante de materiais necessários à empresa, pelo conhecimento dos
dados necessários para as previsões de procura (consumo);

 Providenciar a reposição a um custo mínimo de aquisição e posse e controlar e conhecer os níveis


de estoque existentes;
 Manter os investimentos em estoque no nível mais econômico possível, considerando as
capacidades de armazenamento e as possibilidades financeiras.

CONTROLE OPERACIONAL

Controlar um estoque de alto giro é tão importante quanto ter produtos a serem vendidos. Não importa
quanto tenha em estoque mas sim o giro do seu estoque.

O giro do estoque demonstra a rotatividade do mesmo ou seja, quanto tempo cada item do estoque
permanece na empresa antes de ser vendido.

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A Contabilidade de Custos tem como uma de suas funções, avaliar quantitativa e qualificadamente os
valores em Estoque, demonstrando-os periodicamente nas Demonstrações financeiras.
A Contabilidade Tributária traz dispositivos de avaliação de estoques, aceitando tanto a forma integrada
com a contabilidade custos, como a forma simplificada baseada em inventários periódicos (devidamente
escriturado no livro Registro de Inventários).

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CAPÍTULO II - ADMINISTRAÇÃO DE
DISPONIBILIDADES

CAIXAS E BANCOS

A administração eficiente do caixa (disponibilidades) contribui significativamente para a maximização do


lucro das empresas. O administrador financeiro é o responsável pela administração deste “caixa” e deve
ter uma visão integrada do fluxo de caixa de sua empresa e interagir preventivamente junto a áreas
geradoras de recebimentos e de pagamentos.

As principais contas patrimoniais operacionais que exercem forte impacto no “caixa” são:

 Contas a Receber
 Estoques
 Contas a Pagar

APLICAÇÃO DAS DISPONIBILIDADES

Os fundos ociosos, mais conhecidos como “sobras de caixa” da empresa, devem ser aplicados de acordo
com a projeção do fluxo de caixa.

A empresa que possui uma alta capacidade de geração de caixa e uma eficiente administração destes
recursos, possibilita ao administrador aplicar esses recursos no mercado financeiro, maximizando assim,
suas receitas. Primeiramente, o administrador deve analisar qual o melhor investimento a fazer, levando
em consideração três atributos básicos:

 Rentabilidade Esperada - está ligada a expectativas futuras de ganhos.

 Liquidez – é a capacidade de transformá-lo em recursos disponíveis novamente, a qualquer


tempo, por um preço justo.

 Risco (na verdade, ausência de risco)

Antes de defini-lo vamos assumir alguns pressupostos ligados ao risco:

a) O risco está presente, em maior ou menor grau, em qualquer tipo de investimento.


b) Guarda relação direta com os outros dois participantes: rentabilidade e liquidez.
c) Quando abrimos mão de liquidez estamos incorrendo em maior risco e, por conseguinte,
devemos buscar retorno maior para o investimento.
d) Inversamente, quando quisermos alta liquidez e baixo risco, certamente estaremos optando por
alternativas menos rentáveis.

As definições mais comuns sobre risco são: a possibilidade de perda parcial ou total do valor
originalmente investido e a incerteza de se atingir objetivos num período de tempo específico.

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Quando estamos tratando de análise de investimento, normalmente, estamos fazendo referência ao risco
de um investimento não atingir sua rentabilidade esperada. Esses riscos, são associados a: Risco de
Mercado, Risco de Crédito e Risco de Liquidez.

Após as análises de rentabilidade, liquidez e risco desejados, o administrador financeiro deve verificar
quais os objetivos da empresa, dentre os quais podem ser:

 Acompanhar a flutuação da taxa de juros do mercado;


 Superar a taxa de juros de mercado, investindo somente no mercado de juros;
 Preservação do poder de compra;
 Crescimento moderado do capital;
 Crescimento elevado do capital.

Após a análise e levantamento dos objetivos, deve-se verificar qual a aplicação financeira que seja mais
adequada aos objetivos desejados.

Existem basicamente dois tipos de aplicação financeira: as de renda fixa (prefixada e pós-fixada) e as de
renda variável.

PRINCIPAIS APLICAÇÕES FINANCEIRAS

1. Poupança

A caderneta de poupança é um dos investimentos mais populares do país, que conta com simplicidade e
baixo risco. Além disso, é garantida pelo governo e suas regras de funcionamento são reguladas pelo
Banco Central. A remuneração da caderneta de poupança é de 0,5% ao mês (6,17% a.a.), mais a variação
da TR.

TR é um índice criado pelo governo, para complementar os juros pagos na Poupança. A TR é calculada a
partir da SELIC e da média das taxas de CDB, pré fixado, de 30 dias. Essa média é chamada de TBF -
Taxa Básica Financeira e sobre ela aplica-se um redutor definido pelo Banco Central.

2. CDB

Títulos de renda fixa, representativo de depósito a prazo, emitido por bancos múltiplos, de investimentos
e comerciais.

É uma modalidade de aplicação que proporciona ao cliente remuneração sobre seu capital, sendo
obrigatoriamente emitido na forma nominativa, ou seja, com identificação do investidor.

É admitida sua negociação antes do vencimento, de acordo com as condições estabelecidas pela
instituição emissora e terá seu valor de mercado apurado em função da taxa de juros corrente.

 Taxa prefixada:- Ao comprar um CDB prefixado o cliente já sabe quanto vai receber, no
vencimento do depósito, pois a taxa de remuneração é definida no ato da contratação. É uma

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boa opção em cenários econômicos de queda de taxa de juros, uma vez que a taxa de
remuneração é prefixada e não será alterada pelo comportamento do mercado.

 Taxa pós-fixada:- Quando corrigido pelo CDI (Certificado de Depósito Interbancário), oferece
um percentual (%) dessa taxa. Por exemplo, 90% da variação do CDI. É uma das formas mais
utilizadas no mercado atual. Também conhecido como CDB DI, este investimento acompanha
a evolução da taxa de juros básica, preservando o capital investido contra flutuações da taxa de
juros de mercado.

Quando corrigidos por outra variável, como a TR (taxa referencial de juros) por exemplo,
são remunerados por uma taxa de juros aplicada sobre o valor do investimento corrigido pelo índice de
correção deste CDB. Por exemplo, TR + 12% ao ano.

3. RDB

RDB é um recibo de depósito bancário (RDB), que tem as mesmas características de um CDB, com a
diferença de que não admite negociação antes de seu vencimento. Porém, pode ser rescindido, em caráter
excepcional desde que com acordo da instituição depositária. Neste caso só pode ser devolvido o
principal, isto é, sem os juros.

4. Títulos Públicos Federais ou Títulos da Dívida Pública

O Governo Federal emite títulos de dívida pública para captar recursos. São títulos de grande aceitação e
liquidez, considerados como os de melhor risco de crédito do mercado. Os títulos emitidos pelo Tesouro
Nacional estão voltados a financiamento do déficit público. Os principais títulos públicos federais são:
Letra Financeira do Tesouro, Letra do Tesouro Nacional e Notas do Tesouro Nacional

5. Fundos de Investimento

É uma forma de investimento que reúne vários aplicadores, formando uma espécie de condomínio, no
qual as receitas e as despesas são divididas. O patrimônio é gerido por especialistas - os administradores -
e aplicado em títulos diversos ou em outros fundos, buscando maximizar os retornos e diminuir os riscos
dos investimentos. O dinheiro depositado nos fundos é convertido em cotas. Os cotistas - pessoas que
integram o fundo - são proprietários de partes da carteira, proporcionais ao capital investido. A cota é
atualizada diariamente e o cálculo do saldo é feito multiplicando o número de cotas adquiridas pelo valor
da cota daquele dia. O dinheiro aplicado nos fundos é utilizado para a compra de títulos diversos como
por exemplo ações, títulos públicos, CDBs, etc. conforme a política de cada fundo.

 Determinantes da rentabilidade dos fundos.

A rentabilidade de cada fundo é determinada pela estratégia de investimento adotada pelo


administrador que deve respeitar as características definidas no seu estatuto. Existem fundos
conservadores, fundos moderados e fundos mais agressivos com graus de risco específicos e definidos de
acordo com seu objetivo. Se um fundo conseguir rentabilidade de, por exemplo, 5% em um mês, todos os
cotistas terão a mesma valorização, independentemente do valor aplicado. As taxas e impostos têm grande
importância na rentabilidade do fundo, portanto, vale a pena ficar atento às taxas cobradas, que variam de
acordo com o fundo e com a instituição.

 Administração dos Fundos

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Os administradores de fundos são as instituições financeiras responsáveis legais perante os órgãos


normativos e reguladores (Comissão de Valores Mobiliários - CVM e Banco Central), além de determinar
a política e o regulamento de cada fundo. Existe também a figura do gestor de fundos que é responsável
pela escolha dos papéis, avaliação dos cenários e montagem das carteiras. Profissionais especializados
acompanham o mercado e procuram definir os melhores momentos de compra e venda e quais ativos
farão parte da carteira do fundo. Cada fundo de investimento constitui-se como uma pessoa jurídica
própria, não se confundindo com a instituição gestora.

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CAPÍTULO III - Administração de contas a receber

ADMINISTRAÇÃO DE ATIVOS CIRCULANTES

Os principais ativos circulantes mantidos pela maioria das empresas são as contas a receber e estoque, ambos
formam 80% de todos os ativos circulantes da maioria das empresas industriais de porte médio. Por isso é
fundamental a administração dos ativos circulantes da empresa.

1.ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A RECEBER:

As contas a receber representam a concessão de créditos em conta corrente aos clientes. Na verdade, contas a
receber existem para conservar atuais clientes e atrair novos clientes. A administração de contas a receber tem
como papel minimizar o investimento, e em contrapartida, manter um nível de serviço adequado aos clientes.
Existem três aspectos importantes a ressaltar:

1. Política de crédito;
2. Condições de crédito;
3. Políticas de cobrança.

Estes três aspectos devem ser adequados às necessidades da empresa pela administração de contas a receber.

2. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE ESTOQUES:


Estoque nada mais é do que a composição física de materiais (matérias-primas, materiais em processo, materiais
semi-acabados, materiais acabados, produtos acabados, etc.) que não é utilizada em determinado momento na
empresa, mas que será utilizada futuramente.

Quanto mais complexo ou diversificado for o produto final, tanto maior será a diversidade de itens estocados e mais
complicada será a administração dos estoques. Os estoques representam um meio de investimento de recursos e
podem alcançar uma proporção enorme dos ativos totais. A administração de estoques tem que estar relacionada
com os órgãos da empresa que cuidam do estoque (produção, almoxarifado ou as vendas) e com o órgão de
Administração Financeira. Existem três tipos de estoque:

1. Estoque de matérias-primas (MP);


2. Estoque de materiais em processamento;
3. Estoque de produtos acabados (PA).

As principais técnicas utilizadas na administração de estoques são:

1. Sistema ABC (Curva de Pareto) – baseia-se no princípio de que maior parte do investimento está concentrada em
um pequeno número de itens
2. Modelo do lote econômico – serve para determinar a quantidade ótima de estoque para cada item.

Existem três grupos de custos relacionados com a estocagem de produtos:

1. Custo da emissão de pedidos;


2. Custo de manter estoque;
3. Custos totais.

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As contas circulantes da empresa, ativo e passivo circulantes, fazem parte da administração do capital de giro.
Portanto, o objetivo da administração de capital de giro é administrar as contas circulantes, para que possa garantir
um nível aceitável de capital circulante líquido. É interessante ressaltar que toda empresa deve manter um mínimo
possível de capital de giro, pois os ativos circulantes têm que ser capaz de cobrir os passivos circulantes, e é claro
com alguma margem de segurança.

Os ativos circulantes que tem mais destaque são: caixa, títulos negociáveis, duplicatas a receber e estoques. Cada
um desses ativos circulantes deve ser bem administrado para que se possa garantir a liquidez da empresa.

Em se tratando dos passivos circulantes, os mais importantes são: duplicatas a pagar, títulos a pagar e despesas
provisionadas. É preciso que seja bem administrado para garantir que cada uma das fontes de financiamento a curto
prazo seja utilizada da melhor maneira possível.

A administração do capital de giro é a atividade mais conhecida da Administração Financeira. A maior parte do
tempo do administrador financeiro é tomado pela administração do ativos correntes.

1. CAPITAL

O capital constitui o recurso financeiro básico de qualquer empresa, existem dois tipos de capital:

Capital próprio – é o capital que pertence aos proprietários ou acionistas da empresa (não-exigível);

Capital de terceiros – são os empréstimos, debêntures e ações preferenciais (exigibilidades da empresa). Sempre
que algum acionista da empresa entra com algum capital, espera sempre ter um retorno, e corre um determinado
risco. Retorno significa um rendimento maior e risco é uma possibilidade de perda, existem dois tipos de riscos: o
Risco econômico é o risco inerente ao negócio da empresa e o Risco financeiro é o risco de não obter remuneração
do investimento.

Ainda se falando um pouco sobre capital, podemos ainda classificá-lo em capital fixo ou capital de giro. O capital
fixo é formado pelos ativos imobilizados e o capital de giro pelos ativos circulantes. O capital de giro pode ser
bruto (ativo circulante) ou líquido (ativo circulante – passivo circulante). O que temos que ressaltar é que o capital
de giro funciona no curto prazo. A administração do capital de giro tem que levar em conta três dilemas:

1. Os ativos devem ter uma liquidez compatível;


2. O dilema entre liquidez e rentabilidade;
3. A administração dos ativos circulantes.

Os ativos circulantes formam o capital da empresa que gira até transformar-se em dinheiro dentro do chamado ciclo
de operações ou ciclo de caixa. Ciclo de caixa nada mais é do que o tempo que leva o capital que saiu do caixa leva
para voltar ao caixa.

2.FLUXO DE CAIXA

O fluxo de caixa é o movimento de todas as entradas e saídas de recursos financeiros do caixa, ou seja, das origens
de caixa (fatores que aumentam o caixa da empresa) e das aplicações de caixa (reduzem o caixa da empresa). O
planejamento financeiro de curto prazo é denominado de planejamento de caixa ou orçamento de caixa, com este
orçamento de caixa permite planejar as necessidades de caixa a curto prazo, pois proporciona uma visão dos
recebimentos e dos pagamentos previstos que ocorrerão durante um certo período de tempo. A administração de
caixa deve trabalhar num nível ótimo de caixa para a empresa.

1. Quando as entradas (recebimentos) > saídas (pagamentos) - Liquidez alta - Rentabilidade baixa
2. Quando as entradas (recebimentos) < saídas (pagamentos) - Liquidez baixa - Rentabilidade alta

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A administração do caixa requer alguns princípios básicos:

- retardar ao máximo o pagamento de duplicatas a pagar;


- aproveitar ao máximo quaisquer descontos financeiros nos pagamentos;
- girar os estoques com maior liquidez possível;
- obter as duplicatas a receber no menor tempo possível.

O fluxo de caixa é o termômetro do cotidiano da empresa, isto é, como a empresa está se comportando quantos os
pagamentos e os recebimentos das suas operações diárias.

ADMINISTRAÇÃO DE CONTAS A RECEBER

A administração do prazo médio de recebimento, que vem a ser o tempo médio entre uma venda a prazo e
a efetiva disponibilidade de fundos, com o pagamento à empresa, consiste em dispor de contas com a
maior rapidez possível, sem perder vendas com a adoção de técnicas de cobrança muito agressivas. A
consecução desse objetivo abrange três tópicos: Seleção e padrões de crédito, Condições de crédito, e
Monitoramento de crédito.

ANÁLISE NA CONCESSÃO DE CRÉDITO

As contas a receber são geradas pelas vendas a prazo, que são feitas após a concessão de crédito. As
vendas a prazo geram riscos de inadimplência e despesas com análise de crédito, cobrança e recebimento,
mas alavancam as vendas, isto é, aumentam o volume de vendas.

Antes de se efetivar a venda para um novo cliente, deve ser feita uma análise minuciosa e criteriosa de
seus dados cadastrais. Venda a prazo efetuada sem os devidos cuidados tem grande possibilidade de se
tornar um valor não recebível. A análise de crédito não deve ocorrer apenas na ocasião da primeira venda
a prazo. A situação do cliente, mesmo daqueles antigos e tradicionais, deve ser constantemente
monitorada e atualizada, quanto aos aspectos de pontualidade, capacidade de pagamento e situação
financeira. Existem situações onde a empresa deve avaliar simultaneamente o risco comercial e o risco
financeiro do cliente.

A análise de crédito pode ser feita com base em técnica conhecida como 5 Cs, que se referem aos
seguintes aspectos: CARÁTER, CAPACIDADE, CAPITAL, CONDIÇÕES e COLLATERAL. Esses itens
devem ser analisados sempre em conjunto.

CARÁTER - é o item mais importante na análise de crédito. A avaliação do caráter do cliente, apesar do
alto grau de subjetividade, por se referir a aspectos morais e éticos, é mito importante, porque vai
depender da sua integridade ética para saldar compromissos financeiros. O levantamento de dados
históricos como pontualidade de pagamento, protesto de títulos e pendências judiciais, pode auxiliar na
avaliação do caráter. Se o caráter do cliente não for aceitável, os outros itens da análise ficam bastante
prejudicados.

CAPACIDADE - A firme determinação de pagar não terá validade se o cliente não tiver capacidade de
saldar seus compromissos financeiros. O potencial de o cliente saldar compromissos financeiros pode ser
obtido por meio de análise das demonstrações financeiras e informações financeiras adicionais, em
instituições como o Serasa. A análise das demonstrações financeiras fornece informações sobre os índices

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de liquidez, índices de endividamento, índices de investimentos, rentabilidade, geração de caixa e etc.


Outro grupo de informações que o analista deve analisar é o setor em que atua a empresa, a situação atual
e a perspectiva do setor, os concorrentes e a tecnologia utilizada pela empresa.

CAPITAL - A análise da estrutura econômica e financeira evidencia o nível de solidez financeira da


empresa. Analisa-se, por exemplo, o nível de imobilização em relação ao patrimônio liquido, os níveis de
investimentos em maquinas, equipamentos e tecnologias. A análise da necessidade liquida de capital de
giro evidencia com bastante clareza, quanto a empresa precisa de capital para financiar sua operações.

CONDIÇÕES - As condições econômicas atuais e o cenário econômico em que a empresa estará inserida
devem ser avaliados em conjunto com o ramo de atividade em que ela atua. Se for esperada forte
recessão, mas o ramo de atividade em que a empresa atua for substancialmente promissor, o risco de
inadimplência será minimizado. As condições gerais dos negócios das partes envolvidas devem levar em
consideração a existência de reciprocidade, consideradas as limitações de cada parte, quando a empresa
compra da empresa para qual vende.

COLATERAL - é uma palavra em inglês que significa GARANTIA. O colateral é utilizado para
contrabalançar ou reforçar a fragilidade de um ou mais “C” dos quatro outros itens. Pode ser representado
por ativos tangíveis ou ativos financeiros, desde que cubram o período de crédito concedido. O colateral
pode ser dado por meio de hipoteca, fiança pessoal prestada por proprietário de imóvel, fiança bancária,
etc.

POLITICA DE CRÉDITO

A política de crédito trata dos seguintes aspectos: prazo de crédito, seleção de clientes e limite de crédito.
Uma política de credito liberal aumenta o volume de vendas muito mais do que uma política rígida,
porem gera mais investimentos em contas a receber e mais problemas de recebimentos, o que exige maior
rigidez na cobrança.

Uma política de crédito liberal deve levar em consideração as seguintes premissas:

- O aumento no prazo vai aumentar o volume de vendas;

- Os juros decorrentes do aumento do prazo serão incluídos no preço de venda;

- As taxas de juros serão maiores, quanto maiores forem os prazos do crédito;

- As duplicatas incobráveis (inadimplência) serão maiores, quanto maiores forem os prazos de credito,
porque haverá aumento do limite individual de crédito aos clientes;

- O custo unitário diminui (pela diluição do custo fixo) como o aumento do volume de vendas.

Um fator que deve ser considerado em um estudo dessa natureza é o aumento da necessidade liquida de
capital de giro. O aumento das vendas implica em um maior investimento nos custos de produção, que
associado ao prazo de recebimento, acaba por diversas vezes inviabilizando as atividades da empresa.

A empresa considerará, às vezes, alguma mudança em seus padrões de crédito para elevar seus retornos e
criar mais valor para seus proprietários. Para mostrar como isso acontece, vamos imaginar as seguintes

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alterações e os efeitos esperados sobre o lucro em decorrência do relaxamento de padrões de crédito:

Variável Direção da Variação Efeito sobre o Lucro


Volume de Vendas Aumento Positivo
Investimento em Contas Receber Aumento Negativo
Perdas com Clientes Aumento Negativo

No caso de padrões de crédito mais rigorosos, seriam esperados efeitos opostos ao apresentado no quadro
acima.

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CAPÍTULO IV - Análise de demonstrações financeiras

DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS

As demontrações financeiras são relatórios contábeis que apóiam a tomada de decisão nas empresas. Os
demonstrativos mais importantes são:

 Balanço Patrimonial
 Demonstração do Resultado do Exercício (ou DRE)
 Fluxo de Caixa
Demonstrações financeiras : Balanço da empresa no exercício (conjunto de demonstrativos financeiros -
balanço patrimonial, demonstração de resultados do exercício-DRE, demonstração das origens e
aplicações de fundos-DOAF, fluxo de caixa, balanço, relatório de gestão, parecer dos auditores
independentes, entre outros).

O balanço patrimonial, após reformulação dada pela lei 11.638/07 juntamente com a MP 449/08, a
princípio introduziram um novo conceito globalizado para este demonstrativo. Ocorre que atualmente
(2008 em diante) neste demonstrativo deve ser evidenciado tanto para o ativo quanto para o passivo a
parcela que corresponde ao "circulante" da empresa e ao "não-circulante Na Contabilidade e no Direito, a
palavra "balanço" decorre do equilíbrio ou da igualdade expresso nas seguintes fórmulas contábeis:
 Ativo = Passivo + Patrimônio Líquido
 Aplicações = Origens.

Cientificamente falando, o balanço patrimonal é obrigatório para todos os empresários e sociedades com
duas exceções previstas (Rurais e pequenos empresários) e sua estrutura é uma consequencia das partidas
dobradas aonde para um ou mais crédito existirá um ou mais debito de mesmo valor. Os "pequenos
empresários" são as empresas familiares onde a própria família trabalha nela e não tem empregados
contratados, não os confunda com os donos de Empresa de Pequeno Porte (EPP). A grosso modo
podemos pensar em parte na idéia de uma balança de dois pratos, onde sempre encontramos a igualdade.
A balança ainda remete à idéia de mensuração do peso. Só que no caso do Balanço Patrimonial não se
mede o peso, mas o patrimônio.
O termo patrimonial tem origem no patrimônio da empresa, ou seja, conjunto de bens, direitos e
obrigações.
Juntando as duas partes, obtém-se o balanço patrimonial, equilíbrio do patrimônio, igualdade patrimonial.
Em sentido amplo, o balanço evidencia a situação patrimonial da empresa em determinada data.

Em terminologia moderna em uso no Brasil, o Balanço é uma demonstração contábil que tem por
finalidade apresentar a posição contábil, financeira e economica de uma entidade (em geral uma empresa)
em determinada data, representando uma posição estática (posição ou situação do patrimônio em
determinada data).
No Direito Privado, era chamado anteriormente pelo Código Comercial Brasileiro de "Balanço Geral". A
partir da lei 6.404/76, o Balanço das companhias passou a ser denominado de "Balanço Patrimonial",

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procurando diferenciar essa Demonstração Contábil do "Balanço Financeiro", próprio das entidades sem
fins lucrativos. O Código Comercial foi revogado e substituído pelo Código Civil, notadamente pelo
Livro II "Do Direito de Empresa" que tem início em seu art. 966.
O Balanço apresenta os Ativos (bens e direitos) e Passivos (obrigações) e o Patrimônio Líquido, que é
resultante da diferença entre o total de ativos e passivos.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O balanço patrimonial é parte de um conjunto de relatórios que compõem as demonstrações contábeis de


uma entidade. Além do balanço, há a demonstração do resultado do exercício, a demonstração das
mutações do patrimônio líquido, a demonstração de origens e aplicações de recursos, exigidas pela atual
legislação societária brasileira. São também consideradas demonstrações contábeis a demonstração do
valor adicionado, a demonstração dos lucros e prejuízos acumulados e a demonstração do fluxo de caixa.
Tais demonstrações devem ser sempre apresentadas acompanhadas de notas explicativas.

Também merecem destaque as demonstrações contábeis dos entes públicos:


 Balanço patrimonial (público)
 Balanço orçamentário
 Balanço financeiro (público)
 Demonstração das variações patrimoniais
O Balanço patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, resumidamente, o patrimônio da
empresa, quantitativa e qualitativamente. O artigo 178 da Lei nº 6.404/1976 - Lei das sociedades
por ações, ateradas pela Lei 11.638/07 e MP 449/08,estabelece o seguinte:

Art. 178. No Balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que
registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a ánalise da situação financeira da
companhia.

§1º No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos
nelas registrados, nos seguintes grupos:

a)Ativo circulante;
b)Ativo não circulante;
b1)Ativo realizável a longo prazo;
b2)Ativo permanente, dividido em Investimentos, Ativo imobilizado, o Ativo intangível e Ativo
diferido, não são demonstradas.

§2º No Passivo, as contas serão classificadas segundo a ordem decrescente de exigibilidade, nos
seguintes grupos:

a)Passivo circulante;
b)Passivo não circulante;
b1)Passivo exigível a longo prazo;
b2)Resultados de exercícios futuros; (não existe mais)
c)Patrimônio líquido, dividido em Capital social, Reservas de Capital, Reservas de Reavaliação,

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Reserva de Lucros e Lucros ou Prejuízos Acumulados.

§3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão
classificados separadamente.

As contas do Ativo sujeitas à depreciação, à amortização, à exaustão e à provisão para créditos de


liquidação duvidosa e outras provisões aparecerão, no Balanço Patrimonial, deduzidas das
respectivas depreciações, amortizações, exaustões ou provisões para créditos de liquidação
duvidosa e outras provisões.

CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS

Conforme o art. 178 da Lei nº 6.404/76, "no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos
do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação
financeira da companhia".

ÓRGÃOS REGULAMENTADORES

Os critérios para a elaboração do balanço e demais demonstrações contábeis são definidos por órgãos
específicos de cada país. No Brasil esse órgão é o Conselho Federal de Contabilidade-CFC, que expede as
normas gerais sobre temas contábeis.
Há outros órgãos oficiais brasileiros, como a Comissão de Valores Mobiliários - CVM, o Banco Central
do Brasil, a STN - Secretaria do Tesouro Nacional e os Tribunais de Contas, dentre outros, que podem
expedir normas específicas para as instituições por eles fiscalizadas.

A DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (DRE)


É uma demonstração contábil dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido em
um exercício, através do confronto das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil
do regime de competência.
A demonstração do resultado do exercício, oferece uma síntese financeira dos resultados operacionais e
não operacionais de uma empresa em certo período. Embora sejam elaboradas anualmente para fins de
legais de divulgação, em geral são feitas mensalmente para fins administrativos e trimestralmente para
fins fiscais.
De acordo com a legislação brasileira(Lei nº 6.404, de 15 – 12 – 1976, Lei da Sociedade por Ações), as
empresas deverão discriminar na Demonstração do Resultado do Exercício:

 A receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos;
 A receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços vendidos e o lucro
bruto;
 As despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e
administrativas, e outras despesas operacionais;
 O lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais;

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 O resultado do exercício antes do Imposto de Renda e a provisão para tal imposto;


 As participações de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias, e as
contribuições para instituições ou fundos de assistência ou previdência de empregados;
O lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do Capital Social.
Veja um modelo detalhado da DRE, usada para Apuração do Resultado do Exercício:

MODELO DA DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

Receita Operacional Bruta (Gross Profit) Vendas de Produtos Vendas de Mercadorias Prestação de
Serviços

(-) Deduções e Abatimentos da Receita Bruta (Depreciation and Amortization)Devoluções de Vendas


Impostos e Contribuições Incidentes sobre Vendas

(=) Receita Operacional Líquida (Net income)


(-) Custos das Vendas Custo dos Produtos Vendidos Custo das Mercadorias Custo dos Serviços Prestados

(=) Lucro (ou Margem ou Resultado) Operacional Bruto (Gross Margin)


(-) Despesas Financeiras Líquidas Despesas Financeiras
(-) Receitas Financeiras Variações Monetárias e Cambiais Passivas Outras Receitas e Despesas
Operacionais
(+) Receitas financeiras

(=) Lucro (Resultado) Líquido Operacional ou Lucro Líquido Antes do Imposto de Renda e da
Contribuição Social e Sobre o Lucro (Net Income from operations)
(-) Despesas não-operacionais
(+) Receitas não-operacionais

(=) Lucro Antes da Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social (EBITDA)
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro

(=) Lucro Líquido após Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social (EBIT) e Antes das
Participações
(-) Despesas Participações de Administradores Empregados Debêntures Partes Beneficiárias
Contribuições estatutárias

(=) Lucro (ou Prejuízo) Líquido do Exercício (Net Income)

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Vale salientar que no Brasil, a DRE deve ser elaborada de acordo com o regime de competência.

LIGAÇÕES EXTERNAS

 Tutorial DRE - Tutorial que ensina como fazer a DRE através do Microsoft Excel

Em Finanças, o fluxo de caixa (designado em inglês por "cash flow"), refere-se ao montante de caixa
recebido e gasto por uma empresa durante um período de tempo definido, algumas vezes ligado a um
projeto específico.
Existem dois tipos de fluxos:
- outflow, de saída, que representa as saídas de capital, subjacentes às despesas de investimento.

- inflow, de entrada, que é o resultado do investimento. Valor que contrabalança com as saídas e traduz-se
num aumento de vendas ou representa uma redução de custo de produção, etc.
Calcula o valor acumulado entre as receitas previstas e as despesas durante determinado período 1º,
escolher um período de tempo para o estudo 2º reunir os valores totais das receitas obtidas para cada
período, do total de períodos em estudo 3º reunir o total de custos para o projeto, nos períodos
correspondentes aos estudados no 2º passo 4º efectuar a soma dos valores positivos do 2º passo com os
valores negativos do 3º passo 5º tomar a soma de acumulados dos valores obtidos no 4º passo
Período de estudo: período de tempo a que reporta o levantamento de todos os “outflows” e “inflows”
relacionados com o projeto
Em Contabilidade, uma projeção de fluxo de caixa demonstra todos os pagamentos (direito) e
recebimentos esperados em um determinado período de tempo. O controlador de fluxo de caixa necessita
de uma visão geral sobre todas as funções da empresa, como: pagamentos, recebimentos, compras de
matéria-prima, compras de materiais secundários, salários e outros, por que é necessário prever o que se
poderá gastar no futuro dependendo do que se consome hoje.
Um exemplo: se uma pessoa recebe R$ 5.000,00 mensais (ou R$ 60.000,00 anuais), e gasta algo
equivalente a isso com as despesas correntes, seu fluxo de caixa é de igual valor. Com esse fluxo de caixa
ele poderá se planejar para o futuro de curto prazo, ele também estaria impedido de tomar empréstimos
vultosos, comprar bens de alto valor ou empreender projetos acima de R$ 100.000,00, por exemplo. Para
uma entidade jurídica, essa medida de fluxo de caixa é idêntica. Portanto, o fluxo de caixa "mede" o valor
do negócio em que a empresa vem operando.

Não adianta a entidade ser gigantesca ou pequena demais, o valor desse empreendimento estará no seu
fluxo de caixa, ou melhor, se ambas tiverem um FC de, digamos, 1 milhão, ambas terão o mesmo valor de
mercado, pelas trocas de ativos que eles realizam com o mercado serem idênticas.
Apesar do nome, as contas-correntes da empresa tem o mesmo comportamento do seu caixa e seu
movimento faz parte desse fluxo de caixa. O que não pode ser considerado é a transação de depósito ou
saque bancários, ou melhor, as transações entre Caixa e Contas-Correntes não são computadas.

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O fluxo de caixa é uma ótima ferramenta para auxiliar o administrador de determinada empresa nas
tomadas de decisões. É atraves deste "mapa" que os custos fixos e variáveis ficam evidentes, permitindo-
se desta forma um controle efetivo sobre determinadas questões empresariais.

Existem várias medidas com capacidade para caracterizar a rentabilidade de um projecto de investimento:
os resultados do exercício(do projeto) são à primeira vista a medida de rendibilidade por excelência da
actividade do projeto. Acontece que os resultados do exercício(o lucro) é uma medida que depende de
vários procedimentos nomeadamente do registo contabilístico adoptado(como o método de valorização
das existências, das amortizações e reintegrações, etc), de tal forma que existem, em geral para a mesma
empresa e para o mesmo exercício, duas medidas distintas do lucro, uma para a administração fiscal e
outra para os acionistas.
As diferentes medidas dos resultados do exercício(lucro)provocariam , acaso se utilizasse o lucro como
medida de rentabilidade do projeto, que estes procedimentos poderiam levar a considerar um bom projeto
num mau projeto. Para evitar a dependência da medida de rendibilidade do projeto do procedimento
contabilístico, utiliza-se como medida de rendibilidade do projecto o cash-flow.

O conceito de cash-flow designa os fluxos líquidos gerados pelo projecto que assumem a forma de
numerário. A vantagem do cash-flow relativamente ao lucro é que o cash-flow é um conceito objetivo,
bem definido, que é registável de forma inequívoca. Os recebimentos e os pagamentos efetivos em
numerário são os registos relevantes para a medição do cash-flow. Na definição do cash-flow é
importante identificar os recebimentos e pagamentos do projeto em numerário, bem como o período de
tempo em que esse fluxo é gerado, dado que o dinheiro tem valor no tempo. Este conceito é desagregável
no projeto de investimento em: Cash-flow de investimento Cash-flow de exploração O cash-flow de
investimento obtém-se a partir do plano global de investimento, e o de exploração a partir do plano de
exploração previsional. Estes conceitos são distintos e medem coisas distintas se pretendermos medir a
rendabilidade devemos usar o conceito de cash-flow; se pretendemos medir a solvabilidade devemos
utilizar o conceito de fluxo de tesouraria.

CICLOS FINANCEIROS

Os fluxos financeiros podem ser divididos em três ciclos principais: o ciclo de investimento, o ciclo
operacional e o ciclo das operações financeiras, no qual ciclo de operações financeiras é composto por
operações de capital e operações de tesouraria.
Atividades de investimento, englobam a aquisição e alienação de imobilizações corpóreas e incorpóreas.
Aplicações financeiras não consideras como equivalentes de caixa: pagamentos e recebimentos relativos à
aquisição e alienação de imobilizações, pagamentos e recebimentos relativos à aquisição e alienação de
partes de capital, de obrigações e de outras dividas, adiantamentos e empréstimos concedidos e seus
reembolsos, pagamentos e recebimentos inerentes a contratos de futuros, opções e de SWAP, exceto
quando tais contratos constituem atividade operacional ou sejam classificados como atividades de
financiamento.

Atividades operacionais são o conjunto de atividades que formam o objeto da empresa. No qual gera no
balanço contas de ativo cíclico e de passivo cíclico, contas a receber e a pagar no curto prazo relacionadas
com a exploração.
Atividades de financiamento, resultam de alterações na extensão e composição dos empréstimos obtidos e
do capital próprio da empresa.

Finanças – Administração Financeira II 25


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MÉTODOS DE ELABORAÇÃO DA DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA

A demonstração de fluxo de caixa pode ser elaborada por dois métodos diferentes, desde que não seja
uma empresa cotada, uma vez que a CVM exige que as empresas cotadas usem o método direto.
Método Direto: Divulgam-se os principais componentes dos recebimentos e pagamentos de caixa em
termos brutos, pelo ajustamento das vendas, custo das vendas e outras rubricas.
Método Indireto: Consiste em ajustar o resultado líquido do exercício dos efeitos das transacções que não
sejam a dinheiro, acréscimos e diferimentos relacionados com recebimentos ou pagamentos futuros e
contas de proveitos ou de custos relacionados com fluxos de caixa respeitantes às actividades de
financiamento e investimento. (foca as diferenças entre o resultado liquido e os fluxos de atividades
operacionais).

RÁCIOS

Como acontece com outros indicadores da análise de empresas, a utilização de rácios facilita a análise,
assim, são vários os rácios elaborados a partir do fluxo de caixa, dos quais aqui deixamos alguns
exemplos:
- Rácios de cobertura
- Rácios de qualidade de resultados
- Rácios de financiamento do investimento

- Rácios de rendibilidade financeira

Seria um erro, acima de tudo, considerar que o fluxo de caixa possa ser utilizado apenas por empresas.
Atualmente, cada vez mais pessoas físicas se interessam por uma organização financeira mais eficiente.
Existem hoje no mercado diferentes tipos de ferramentas que tem por objetivo facilitar a confecção do
fluxo de caixa. Algumas empresas oferecem inclusive ferramentas específicas para pessoas físicas e
jurídicas, além de excelentes manuais de funcionamento e materiais didáticos.

ÍNDICES FINANCEIROS

ÍNDICES RESPONSÁVEL PELO OBSERVAÇÕES


CÁLCULO

BALANÇA COMERCIAL Ministério da Fazenda -

BTNF Banco Central -

CADERNETA DE POUPANÇA Banco Central -

CDI - Certificados de Depósito Interbancário CETIP

EURO x DÓLAR Banco Central -

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FGTS - Informações gerais, tabelas e Leis Caixa Econômica Federal -

FGTS - Tabela de Índices JAM Caixa Econômica Federal -

ICV DIEESE -

ICV - Série histórica DIEESE -

IGP-DI Fundação Getúlio Vargas -

IGP-DI - Série histórica Fundação Getúlio Vargas -

IGP-M Fundação Getúlio Vargas -

INCC-DI Fundação Getúlio Vargas -

INCC-DI - Série Histórica Fundação Getúlio Vargas -

INCC-M Fundação Getúlio Vargas -

INPC IBGE -

INPC - Série histórica IBGE -

Fundação Getúlio Vargas -


IPA-DI

Fundação Getúlio Vargas -


IPA-M

IPC-DI Fundação Getúlio Vargas -

IPC FIPE / USP -

IPC - Série histórica FIPE / USP -

IPC / IBGE IBGE -

IPCA IBGE -

IPCA-15 IBGE -

IPCA-E IBGE -

MAIOR VALOR DE REFERÊNCIA - MRV Ministério da Fazenda LEGISLAÇÃO PERTINENTE

SALÁRIO MÍNIMO - BRASIL Ministério da Fazenda REAJUSTE ANUAL

TAXA SELIC Banco Central / COPOM -

TJLP Banco Central -

TR (Mensal) Banco Central -

TR-D (Diária) Banco Central -

UFIR e URV Banco Central -

FONTES DE PESQUISAS: Base de dados do Portal Brasil®, IBGE, USP/FIPE, DIEESE e Banco Central.

Finanças – Administração Financeira II 27


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INDICADORES ECONÔMICOS

PAPEL DESCRIÇÃO VARIAÇÃO

IPCA 12 IPC-A % 12 meses - IBGE 4.60

IPCA ANO IPC-A % ano - IBGE 3.10

IPCA MES IPC-A % mes - IBGE 0.01

IGPM 12 IGPM Acum 12 meses - FGV 6.75

IGPM ANO IGPM Ano - FGV 6.42

IGPM MES IGPM Mes - FGV 0.55

IGPDI 12 IGP-DI Acum 12 meses - FGV 5.98

IGPDI ANO IGP-DI Ano - FGV 5.71

IGPDI MES IGP-DI Mes - FGV 0.22

CDI DIA CDI Over 1.202873

POUP DIA Poupanca do Dia - 23/08/2010 0.60770

TXGLJRCHESP M Tx geral juros Cheque Especial % mes 8.60

TJLP ANO Taxa de Juros Longo Prazo Ano 6.00

DPC TXT Desconto de Duplicata 1.85

KGI TXT Capital de Giro 2.06

SELIC Taxa SELIC - Over 0.984511

TR DIA Taxa Referencial D-1 0.0847

EMPRPESBCOS A Taxa de emprestimo pessoal via bancos(An 87.76

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FINANCDCBCOS M Taxa de financiamento CDC via bancos(Men 2.88

FINANCCRED M Taxa de financiamento cartao de credito( 10.68

TXREPIR DIA Txs. e Juros de Repasses de IR 4.195545

FEDREF Taxa juros Banco Central Americano 0.25

Finanças – Administração Financeira II 29


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CAPÍTULO V - Controle e uso de orçamento

CONCEITOS E MÉTODOS DE ORÇAMENTOS DE CAPITAL

O orçamento de capital é um amplo demonstrativo de recursos para a aquisição de ativos de longo prazo,
como por exemplo, instalações e equipamentos. Em geral, os recursos para investimento de capital são
escassos, portanto deve haver uma maneira eficiente de fazer uma seleção entre exigências concorrentes
para fundos limitados.
As ferramentas de análise de investimento tradicionais podem não ser adequadas para tomar esse tipo de
decisão. O impacto operacional dia a dia talvez não seja o fator-chave na tomada de decisão. Benefícios
menos tangíveis podem ser o fator decisivo para se investir ou não em nova tecnologia. Por isso o
orçamento de capital deve estar associado a objetivos estratégicos da organização. Métodos de desconto,
como o do valor presente líquido (VPL) e o da taxa interna de retorno (TIR), consideram explicitamente o
valor do dinheiro no tempo. Outros métodos, como o de payback e o da taxa contábil de retorno, não
consideram o valor do dinheiro no tempo.

O orçamento de Capital é um conjunto de técnicas que o administrador financeiro usa para avaliar os
projetos que envolvem a aquisição de ativos em longo prazo. As empresas desenvolveram muitas
abordagens para o orçamento de capital.

A idéia mais importante do orçamento de capital é o conceito do valor do dinheiro no tempo, pois o
dinheiro pode ter um retorno, e esse valor depende do tempo que levou para ser recebido. Como todas as
commodities, o dinheiro tem um custo.

O custo do dinheiro não é o custo de comprar matéria-prima ou pagar um trabalhador. O custo do


dinheiro é a oportunidade perdida por estar impossibilitado de investir o mesmo dinheiro em uma
alternativa de investimento.

Por exemplo, se a empresa investe o dinheiro na construção de um prédio para suas instalações, pode
estar renunciando à opção de investir seu capital em ativos que possam gerar riqueza, ou até mesmo
investir no mercado financeiro, que, como todos sabem, pagam as mais altas taxas de juros do mundo já
há vários anos.

Uma vez que o dinheiro tem um valor no tempo, a idéia primordial é lembrar que, no orçamento de
capital, volumes de dinheiro recebidos em períodos diferentes devem ser convertidos, para uma data
comum, a valores correspondentes e corrigidos, a fim de que sejam comparados.

Por definição, um ativo de longo prazo é adquirido e pago antes que gere resultados que durem dois ou
mais anos. A idéia principal da avaliação é de que, em se tratando do ativo de longo prazo, é necessário
avaliar se seus resultados futuros justificam seu custo inicial.

O orçamento de capital é uma abordagem sistemática para avaliar investimentos em ativos de longo prazo
ou de capital. Sua análise enfoca a possibilidade de os fluxos de caixa crescentes que a empresa espera
que o ativo possa gerar justifiquem o investimento nesse ativo de longo prazo.

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As ferramentas e métodos usados no orçamento de capital concentram-se na comparação entre


investimento e retorno, ou entre rendimentos e custos associados com um ativo de longo prazo.

No quadro abaixo, são apresentadas algumas das principais ferramentas de avaliação de Orçamento de
Capital.

Principais ferramentas de avaliação de Orçamento de Capital

VPL É a diferença entre seu valor de mercado e seu custo.


Regra: Um projeto deve ser aceito sempre que VPL for positivo.

TIR Taxa de desconto que iguala o VPL estimado de um projeto a zero.


Regra: Um projeto deve ser aceito quando sua TIR for superior ao retorno exigido.

Payback Período de Payback é o prazo necessário para que os fluxos de caixa de um


investimento igualem seu custo.
Regra: Um projeto de investimento deve ser aceito caso seu payback seja inferior a um
prazo limite.

Orçamento de Capital é uma descrição de todos os investimentos a que uma empresa se propõe a realizar
em um determinado período, e exige uma análise detalhada de todos os projetos que o compõe. A análise
pode ser dividida em duas partes:

a. Retornos esperados, medidos pelos indicadores;


b. Riscos de se alcançar ou não os retornos esperados.

Os principais indicadores utilizados na análise de projetos de investimento a fim de medir os retornos


esperados, ou também para se validar a sua aceitação ou não, são:

a. Taxa interna de retorno (TIR),


b. Valor presente líquido (VPL),
c. Período do payback e sua variante,
d. Período do payback descontado, que serão examinados, não necessariamente nessa ordem.

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CAPÍTULO VI - Planejamento
IMPORTÂNCIA E MÉTODOS

O planejamento é uma ferramenta administrativa, que possibilita perceber a realidade, avaliar os


caminhos, construir um referencial futuro, estruturando o trâmite adequado e reavaliar todo o processo a
que o planejamento se destina. Sendo, portanto, o lado racional da ação. Tratando-se de um processo de
deliberação abstrato e explícito que escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Esta
deliberação busca alcançar, da melhor forma possível, alguns objetivos pré-definidos.

Algumas de nossas ações necessitam de planejamento, mas muitas não. Em nossas atividades diárias,
estamos sempre agindo, e antecipamos os resultados de nossas ações, mesmo que não estejamos
completamente cientes dessa antecipação. Mas agimos com muito mais freqüência do que planejamos,
explicitamente, nossas ações: poucas vezes temos consciência de estarmos executando um processo de
deliberação antes da ação. Assim que tomamos conhecimento de uma ação, ou quando executamos
comportamentos bem treinados para os quais possuímos planos previamente armazenados, ou quando o
curso de uma ação pode ser livremente adaptado enquanto ela estiver sendo executada, então, geralmente
agimos e adaptamos nossas ações sem planejá-las explicitamente.
Uma atividade premeditada exige deliberação quando se volta para novas situações ou tarefas e objetivos
complexos ou quando conta com ações menos familiares. O planejamento também é necessário quando a
adaptação das ações é coagida, por exemplo, por um ambiente crítico envolvendo alto risco ou alto custo,
por uma atividade em parceria com mais alguém, ou por uma atividade que necessite estar sincronizada
com um sistema dinâmico. Uma vez que o planejamento é um processo muito complicado, que consome
muito tempo e dinheiro, recorremos ao planejamento apenas quando é realmente necessário ou quando a
relação custo X benefício nos obriga a planejar. Além disso, geralmente, procuramos somente planos
bons e viáveis ao invés de planos ótimos.
É importante que o planejamento seja entendido como um processo cíclico e prático das determinações do
plano, o que lhe garante continuidade, havendo uma constante realimentação de situações, propostas,
resultados e soluções, lhe conferindo assim dinamismo, baseado na multidisciplinaridade, interatividade,
num processo contínuo de tomada de decisões.

HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO

O Planejamento por parte do Estado teve início quando a sociedade encontrava-se com a necessidade de
se reconstruir. Após o fim da primeira guerra mundial, com a crise de 1929, a antiga União Soviética
tornou-se a primeira nação a aplicar o planejamento como ferramenta de reconstrução.
Segundo Dias (2003) “como instrumento governamental de orientação econômica” o planejamento da
URSS teve a sua construção de forma sistemática e centralizada, o que deu ao planejamento um caráter
centralizador e demasiadamente controlador dentro da ótica dos países de economia livre.

Após a Segunda Guerra Mundial foi estendida a sua prática aos países do bloco comunista e iniciada em
países de economias mais abertas chegando, segundo Dias (2003), à França e ao Japão tendo a sua
aplicação em países “subdesenvolvidos” apenas na década de 50 a 60.

O planejamento ganha destaque no cenário internacional, após momentos de crise global, sendo as crises
de mercado as principais motivadoras da adoção do planejamento por países de economia de mercado.

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Tendo com exemplos as crises do México em 1994-1995, dos “Tigres Asiáticos” e outras economias do
Sudeste Asiático em 1997-1998, da Rússia e do Brasil em 1998-1999, e a crise da Argentina de 2001-
2002 que impulsionaram governos para atuarem orientando suas economias; segundo Ángel (2003).

NIVEIS E TIPOS DE PLANEJAMENTO

Observando os níveis hierárquicos, distinguem-se três tipos de planejamento: planejamento estratégico,


tático e operacional.
O planejamento estratégico considera a empresa como um todo e é elaborado pelos níveis hierárquicos
mais altos da organização. Relaciona-se com objetivos de longo prazo e com estratégias e ações para
alcançá-los.
No segundo nível de planejamento, o tático, a atuação é em cada área funcional da empresa,
compreendendo os recursos específicos. Seu desenvolvimento se dá pelos níveis organizacionais
intermediários, tendo como objetivo a utilização eficiente dos recursos disponíveis com projeção em
médio prazo. Em grandes empresas identifica-se facilmente este nível de planejamento, ele se dá nos
escritórios superintendências regionais. Exemplificando: No Banco do Brasil esse planejamento ocorre
nas superintendências estaduais. Seus planos de ação são desenvolvidos como forma e apoio às unidades
operacionais (agências) num movimento sinérgico, objetivando o cumprimento dos objetivos e das metas
estabelecidos no planejamento operacional (conceituado a seguir).

Já os planejamentos em nível operacional correspondem a um conjunto de partes homogêneas do


planejamento tático, ou seja, identifica os procedimentos e processos específicos requeridos nos níveis
inferiores da organização, apresentando planos de ação ou planos operacionais. É elaborado pelos níveis
organizacionais inferiores, com foco nas atividades rotineiras da empresa, portanto, os planos são
desenvolvidos para períodos de tempo bastante curtos.

PLANEJAMENTO AUTOMATIZADO

Planejamento Automatizado (ou Planejamento Automático), é uma área da Inteligência Artificial que
estuda este processo de deliberação por meio da computação.
Também conhecido como planejamento ou planificação.
Planejamento é o lado racional da ação. Trata-se de um processo de deliberação abstrato e explícito que
escolhe e organiza ações, antecipando os resultados esperados. Esta deliberação busca alcançar, da melhor
forma possível, alguns objetivos pré-definidos.
Algumas de nossas ações necessitam de planejamento, mas muitas não. Em nossas atividades diárias,
estamos sempre agindo, e antecipamos os resultados de nossas ações, mesmo que não estejamos
completamente cientes dessa antecipação. Mas agimos com muito mais freqüência do que planejamos,
explicitamente, nossas ações: poucas vezes temos consciência de estarmos executando um processo de
deliberação antes da ação. Assim que tomamos conhecimento de uma ação, ou quando executamos
comportamentos bem treinados para os quais possuímos planos previamente armazenados, ou quando o
curso de uma ação pode ser livremente adaptado enquanto ela estiver sendo executada, então, geralmente
agimos e adaptamos nossas ações sem planejá-las explicitamente.

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Uma atividade premeditada exige deliberação quando se volta para novas situações ou tarefas e objetivos
complexos ou quando conta com ações menos familiares. O planejamento também é necessário quando a
adaptação das ações é coagida, por exemplo, por um ambiente crítico envolvendo alto risco ou alto custo,
por uma atividade em parceria com mais alguém, ou por uma atividade que necessite estar sincronizada
com um sistema dinâmico. Uma vez que o planejamento é um processo muito complicado, que consome
muito tempo e dinheiro, recorremos ao planejamento apenas quando é realmente necessário ou quando a
relação custo X benefício nos obriga a planejar. Além disso, geralmente, procuramos somente planos
bons e viáveis ao invés de planos ótimos.
É importante que o planejamento seja entendido como um processo cíclico e prático das determinações do
plano, o que lhe garante continuidade, havendo uma constante realimentação de situações, propostas,
resultados e soluções, lhe conferindo assim dinamismo, baseado na multidisciplinaridade, interatividade,
num processo contínuo de tomada de decisões.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
É um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para a seleção de programas de ação e
para sua execução, levando em conta as condições internas e externas à empresa e sua evolução esperada.
Também considera premissas básicas que a empresa deve respeitar para que todo o processo tenha
coerência e sustentação. A administração estratégica é um processo envolvendo administradores de todos
os níveis da organização, que formulam e implementam objetivos estratégicos. Já o Planejamento
Estratégico seria o processo de elaboração da estratégia, na qual se definiria a relação entre a organização
e o ambiente interno e externo, bem como os objetivos organizacionais, com a definição de estratégias
alternativas.

O estabelecimento de um planejamento estratégico de marketing envolve cinco atividades:


 Definição da missão corporativa.
 Análise da situação.
 Formulação de objetivos.
 Formulação de estratégias.
 Implementação, Feedback e controle.

PLANEJAMENTO E GESTÃO ESTRATÉGICA DE MARKETING


Os desequilíbrios nas atividades de marketing e a falta de cooperação entre as empresas causam
desperdícios de recursos. Um modelo de planejamento e gestão estratégica de marketing tem vindo a ser
usado com sucesso em algumas empresas, no sentido de reduzir alguns problemas. São muitos os
exemplos de fracasso de empresas, quando se relacionam como mercado. É comum verificar-se falta de
pesquisa, erros de posicionamento, de politicas de preços, de comunicação, canais de distribuição, de
produtos e até de volumes de produção. O que reflete a ausência de harmonia nas atividades de
marketing. A mudança no sentido da globalização dos mercados tem levado as empresas a expandirem o
seu âmbito de ação. As fronteiras têm sido reduzidas e as empresas estão mais especializadas nas suas
atividades “core business”, o que implica um maior número de relações contratuais nacionais e
internacionais, seja para o fornecimento ou para a distribuição de produtos ou serviços. O conceito de

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empresa vista como rede produtiva é de fácil compreensão. Qualquer empresa tem o seu conjunto de
fornecedores (a sua “supply chain”) e de distribuidores (canais), que fazem com que os produtos e
serviços cheguem ao consumidor final. A empresa envie produtos, serviços e mensagens de marketing, e
recebe por parte do mercado informações, pagamentos e pedidos de novos produtos. Estes são os fluxos
que as redes tentam sempre melhorar. Mas na rede também é possível encontrar as empresas de serviços,
que não compram e vendem produtos, mas desempenham serviços fundamentais para que a rede
funcione, como é o caso de serviços de transporte, de seguros, de stocks, de pesquisa, de certificação,
entre outros.

A FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA
A formulação de estratégia pode ser desdobrada em três níveis
1. Corporativo
No nível corporativo, a formulação da estratégia (planeamento estratégico) refere-se à definição,
avaliação e seleção de áreas de negócio nas quais a organização irá concorrer e a ênfase que cada
área deverá receber. Neste nível, a questão fundamental é a alocação de recursos entre as áreas de
negócio da organização, segundo os critérios de atractividade e posição competitiva de cada uma
dessas áreas, e as estratégias são predominantemente voltadas para o crescimento e a permanência
(sobrevivência) da empresa.

2. Empresarial ou da unidade estratégica de negócio


A formulação empresarial ou da área estratégica de negócios está relacionada ao uso eficiente dos
recursos e diz respeito ao dimensionamento que a organização irá dar ao portfólio dos negócios.
Nesse nível, predominam as chamadas estratégias competitivas. Assim, a estratégia da unidade de
negócio diz respeito à maneira como uma organização irá concorrer nos mercados escolhidos.

3. Funcional
A formulação estratégica no nível funcional relaciona-se com o processo por intermédio do qual
as várias áreas funcionais da empresa irão usar seus recursos para a implementação das estratégias
empresariais, de modo a conquistar vantagem competitiva e contribuir para o crescimento da
organização. Assim, por exemplo, em cada unidade de negócio, a área funcional de marketing irá
desenvolver o processo de planeamento tendo em vista a formulação de estratégias competitivas e
a consecução dos objectivos da unidade de negócio em mercados específicos.

Em empresas de dimensão média, o planeamento estratégico de marketing e o planeamento operacional


de marketing podem ser desenvolvidos como um processo único (e em organizações menores), o processo
de planeamento incorpora os três níveis simultaneamente. Se uma determinada organização contar apenas
com uma única unidade de negócios, as decisões do primeiro e segundo níveis são tomadas pelas mesmas
pessoas. Em organizações com múltiplos negócios, as decisões no nível da unidade de negócios são
tomadas pelos executivos de maior nível dentro da unidade; no nível da área funcional, as decisões são
tomadas pelos respectivos gestores. Em algumas empresas, a responsabilidade pode caber ao gestor de

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marketing, ao gestor de marca ou ao gestor de produto; em outras, os planos são elaborados por um
comité. Existem ainda aquelas que contratam consultores de marketing para redigir o plano.
No plano de marketing, devem ser identificadas as unidades operacionais e os gestores responsáveis pela
realização das várias actividades previstas no programa de acções. Os gestores deverão participar do
processo por constituírem os agentes facilitadores do mecanismo de consecução das acções contidas no
plano de marketing. Como elementos comportamentais desejáveis nesses gestores, destacam-se:

 Habilidade de entender os outros e saber negociar;


 Força para ser justo, a fim de colocar as pessoas e alocar os recursos onde serão mais eficientes;
 Eficiência sobre os aspectos críticos do desempenho ao gerir as tarefas de marketing;
 Habilidade de criar uma ambiente informal propício para enfrentar cada problema com o qual se
defronte.

Ressalte-se, ainda, que a aprovação final do plano de marketing cabe ao presidente, embora muitas
organizações recorram a comités executivos, que avaliam e filtram os planos de marketing antes de
submetê-los ao dirigente que o aprovará.

MISSÃO CORPORATIVA

A missão corporativa está relacionada com o direcionamento da empresa mediante seus funcionários e
colaboradores. É a finalidade pela qual todos os esforços da empresa estão direcionados totalmente as
empresas.
Qual é o nosso negócio? Quem é o cliente? O que tem valor para o cliente? O que se pretende
proporcionar de beneficios aos nossos clientes ? A Missão corporativa deve responder a estas perguntas
aparentemente simples, que fazem a diferença nas decisões gerenciais mediante um ambiente competitivo
acirrado. Exemplo :A Missão da Sadia S/A é: "Alimentar consumidores e clientes com soluções
diferenciadas".
As melhores missões são aquelas guiadas por uma visão utópica de realização, uma espécie de sonho
impossível que fornece um direcionamento a longo prazo. É aquela que busca atender às necessidades dos
clientes, dos acionistas, da sociedade e também dos funcionários

ANÁLISE DA SITUAÇÃO

Na análise da situação se consideram os dados históricos relevantes sobre o mercado, a empresa e o


produto. Faz-se uma análise de como o composto mercadológico tem sido usado, e têm-se uma visão de
como a concorrência tem atuado. Neste momento é imprescindível o bom uso da pesquisa de mercado. A
matriz BCG, a análise SWOT, e outras ferramentas de marketing são também usadas aqui para revelar o
panorama macro e micro ambiental.

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ANÁLISE AMBIENTAL

Antever as mudanças e conhecer a situação atual aumenta as chances de um bom planejamento de


marketing. Isto devido ao Marketing ser influenciado por uma gama de variáveis macroambientais que
representam fatores existentes no contexto da empresa e que muitas vezes fogem ao seu controle. Com
isso, mudam as intensidades, os costumes e os acontecimentos no processo de comercialização.
Alguns fatores que devem ser levados em conta:
 Variáveis Ambientais;

 Variáveis Culturais/Sociais;
 Variáveis Demográficas;
 Variáveis Econômicas;
 Variáveis Jurídicas/Políticas;
 Variáveis Psicológicas;
 Variáveis Tecnológicas;

ANÁLISE SWOT

A análise SWOT é uma poderosa ferramenta de planejamento estratégico, e deve ser realizada ao menos
uma vez por ano, durante o planejamento estratégico de marketing ou apenas planejamento estrategico. A
sigla SWOT, vem das iniciais das palavras inglesas Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas),
Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças), pois estes são justamente os pontos a serem
analisados.

Não há registros precisos sobre a origem desse tipo de análise, ela foi criada por dois professores da
Harvard Business School: Kenneth Andrews e Roland Christensen. Por outro lado, TARAPANOFF
(2001:209) indica que a idéia da análise SWOT já era utilizada há mais de três mil anos quando cita em
uma epígrafe um conselho de Sun Tzu: “Concentre-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as
oportunidades e proteja-se contra as ameaças ” (SUN TZU, 500 a.C.) Apesar de bastante divulgada e
citada por autores, é difícil encontrar uma literatura que aborde diretamente esse tema.

ANÁLISE DE PORTFÓLIO

Não basta satisfazer os consumidores, se isso não for feito de uma maneira lucrativa. A estratégia de
marketing deve portanto identificar, atrair e manter clientes rentáveis, ou seja, aqueles que geram um
fluxo de receita e que excede o fluxo de custo de se atrair, vender e servi-los. Todavia, todas as empresas
perdem dinheiro com alguns de seus clientes. Em "Customers for life", Carl Seweell atesta a conhecida
regra 80/20 do Princípio de Pareto, mostra que 20% dos principais clientes podem gerar até 80% do lucro
da empresa, metade do qual é perdido para atender a base formada por 20% de clientes não-rentáveis. A
implicação é que uma organização pode ser mais rentável se souber como "dispensar" seus piores
clientes.
Existem também diferentes rentabilidades para cada produto ou serviço. O modelo do Boston Consulting
Group, conhecido como Matriz BCG, foi pioneiro na análise do portfólio de produtos ou unidades de

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negócios.pois o mesmo criou as tais areas do BCG junto com tudo o que foi exposto até agora sobre o
assunto e muito mais (wemerson)

FORMULAÇÃO DE ALTERNATIVAS ESTRATÉGICAS

Identificar estratégias alternativas para solucionar problemas ou aproveitar oportunidades. Os dois


métodos normalmente utilizados para identificar novas estratégias são a análise de clientes e
segmentação.

 Análise de Clientes

A análise de clientes permite responder a perguntas que podem criar novas oportunidades,
nomeadamente: Quem é o nosso cliente? Ao definir quem compra à nossa empresa estamos também a
definir quem não compra, e todos constituem oportunidades potencias. Potencialidade de Novos clientes a
serem servidos (especialmente semelhantes os actuais). Onde está o nosso Cliente? Ao definir onde estão
os clientes podemos criar novas áreas geográficas, novos canais de distribuição ou até mesmo novos
horários de trabalho. Quais as necessidades dos nossos clientes que não estão a ser satisfeitas? Ao
definirmos as necessidades não satisfeitas estamos a criar novas oportunidades de negócio. O que é que o
cliente Valoriza? Ao definirmos o valor do produto estamos a criar potenciais inovações ao actual
produto.

 Segmentação

O método da segmentação para criar oportunidades é baseado na matriz de segmentos.Primeiro deve se


construir a matriz de segmentação com todos os segmentos onde a empresa opera. Cada matriz deve
conter a estratégia actualmente utilizada (que nem sempre corresponde à planeada). O passo seguinte é
apagar os segmentos que durante a análise do histórico da empresa se pretende abandonar. Terceiro
procurar novos segmentos em que a empresa não esteja presente a operar e que potencialmente são mais
sinergéticos em relação aos actuais segmentos. (informação que pode vir da análise de clientes). Os
segmentos são tanto mais sinergéticos quanto mais próximos estiverem dos segmentos actuais.

UTILIDADE DO PLANO ESTRATÉGICO

As necessidades de planejamento estratégico dependem das oportunidades e ameaças de cada empresa.


Um planejamento eficaz necessita de identificar essas oportunidades, compreender os recursos
necessários para as gerir, conhecer a disponibilidade desses recursos e a capacidade de os obter. A
utilidade do planejamento pode resumir-se em cinco aspectos:
1. Analisar e gerir a mudança

2. Traçar as vias de desenvolvimento coerente


3. Melhorar os resultados da empresa
4. Permitir a integração da empresa
5. Instrumento de aprendizagem

Finanças – Administração Financeira II 38


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CAPÍTULO VII - Fontes de financiamento de atividades da


empresa

RECURSOS PRÓPRIOS E RECURSOS DE TERCEIROS

No desempenho de suas atividades, as empresas podem contar com recursos provenientes de duas origens
ou fontes:

1 - recursos próprios;
2 - recursos de terceiros.

A constituição de uma sociedade se dá por meio de recursos fornecidos pelos sócios para a formação do
patrimônio da pessoa jurídica. Trata-se do capital social inicial, que representa recursos próprios.
Igualmente, são recursos próprios os originários dos aumentos de capital mediante o ingresso de novos
recursos.

Os resultados positivos apurados nas atividades empresariais também representam recursos próprios, uma
vez que não correspondem a obrigações. Portanto, são recursos próprios os decorrentes de receitas, lucros
e ganhos obtidos pela sociedade em transações com terceiros, tais como os rendimentos auferidos com
aplicações financeiras, aluguéis de imóveis próprios, lucro na venda de mercadorias e serviços.

Parte dos lucros apurados pela pessoa jurídica é distribuída aos seus acionistas ou sócios, sendo o valor
restante retido, na forma de reservas e lucros acumulados, para reinvestimento na empresa. A parcela não
distribuída dos lucros permanece no patrimônio, como parte do capital próprio.

No decorrer de suas operações, a empresa utiliza recursos de terceiros, oriundos de empréstimos e


financiamentos, aceite ou emissão de títulos de crédito representativos de dívidas, salários a pagar,
tributos e contribuições a pagar etc.

Os recursos próprios (capital próprio) são representados pelo patrimônio líquido: Patrimônio Líquido =
Recursos Próprios

Os recursos alheios (capital de terceiros) são representados pelo passivo exigível:Passivo Exigível =
Recursos de Terceiros

A soma dos recursos de terceiros com os recursos próprios forma o capital total à disposição:

Capital Total à Disposição = Recursos de Terceiros + Recursos Próprios

Capital Total à Disposição = Passivo Exigível + Patrimônio Líquido

O capital total à disposição é denominado passivo total: Passivo Total = Passivo Exigível + Patrimônio
Líquido

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APLICAÇÕES DE RECURSOS

O ativo representa as aplicações ou usos dos recursos obtidos.

A análise do passivo exigível e do patrimônio líquido possibilita a identificação das origens ou fontes. Já
a análise do ativo torna possível saber de que maneira os recursos obtidos estão sendo utilizados. Os
recursos podem estar aplicados em estoques de mercadorias, bens de uso, disponibilidades financeiras,
contas a receber etc.

Desta forma, uma empresa obtém capital próprio e capital de terceiros e os aplica nos bens e direitos que
constituem o ativo.

Finanças – Administração Financeira II 40


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BIBLIOGRAFIA

Administração Financeira e Orçamentária - 8ª Ed. 2009 - Hoji, Masakazu / ATLAS

Administração Financeira e Orçamentária - Teoria e Questões - Mendes, Sergio / METODO


Administração Financeira - Uma Abordagem Introdutória - Chiavenato, Idalberto / CAMPUS
Fundamentos de Administração Financeira - Lima, Fabiano Guasti; Neto, Alexandre Assaf / ATLAS

Princípios de Administração Financeira - 2ª Edição 2000 - Ross, Stephen A.; Jordan, Bradford D.;
Westerfield, Randolph W. / ATLAS

Finanças – Administração Financeira II 41


Hino Nacional Hino do Estado do Ceará

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas Poesia de Thomaz Lopes


De um povo heróico o brado retumbante, Música de Alberto Nepomuceno
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Terra do sol, do amor, terra da luz!
Brilhou no céu da pátria nesse instante. Soa o clarim que tua glória conta!
Terra, o teu nome a fama aos céus remonta
Se o penhor dessa igualdade Em clarão que seduz!
Conseguimos conquistar com braço forte, Nome que brilha esplêndido luzeiro
Em teu seio, ó liberdade, Nos fulvos braços de ouro do cruzeiro!
Desafia o nosso peito a própria morte!
Mudem-se em flor as pedras dos caminhos!
Ó Pátria amada, Chuvas de prata rolem das estrelas...
Idolatrada, E despertando, deslumbrada, ao vê-las
Salve! Salve! Ressoa a voz dos ninhos...
Há de florar nas rosas e nos cravos
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido Rubros o sangue ardente dos escravos.
De amor e de esperança à terra desce, Seja teu verbo a voz do coração,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido, Verbo de paz e amor do Sul ao Norte!
A imagem do Cruzeiro resplandece. Ruja teu peito em luta contra a morte,
Acordando a amplidão.
Gigante pela própria natureza, Peito que deu alívio a quem sofria
És belo, és forte, impávido colosso, E foi o sol iluminando o dia!
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Tua jangada afoita enfune o pano!
Terra adorada, Vento feliz conduza a vela ousada!
Entre outras mil, Que importa que no seu barco seja um nada
És tu, Brasil, Na vastidão do oceano,
Ó Pátria amada! Se à proa vão heróis e marinheiros
Dos filhos deste solo és mãe gentil, E vão no peito corações guerreiros?
Pátria amada,Brasil!
Se, nós te amamos, em aventuras e mágoas!
Porque esse chão que embebe a água dos rios
Deitado eternamente em berço esplêndido, Há de florar em meses, nos estios
Ao som do mar e à luz do céu profundo, E bosques, pelas águas!
Fulguras, ó Brasil, florão da América, Selvas e rios, serras e florestas
Iluminado ao sol do Novo Mundo! Brotem no solo em rumorosas festas!
Abra-se ao vento o teu pendão natal
Do que a terra, mais garrida, Sobre as revoltas águas dos teus mares!
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores; E desfraldado diga aos céus e aos mares
"Nossos bosques têm mais vida", A vitória imortal!
"Nossa vida" no teu seio "mais amores." Que foi de sangue, em guerras leais e francas,
E foi na paz da cor das hóstias brancas!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, de amor eterno seja símbolo


O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,


Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada, Brasil!

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